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CCJ0020-WL-A-PP-Ponto 15 – Do Poder Judiciário - Sabrina Rocha

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Curso completo de Direito Constitucional
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
Atualizada até a EC n° 71 de 29/11/12
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos pessoais.
PONTO 15 – DO PODER JUDICIÁRIO
15.1 – Da composição do PODER JUDICIÁRIO
I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;*
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º - O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal (trecho grifado incluído pela EC nº 45/2004).
§ 2º - O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiorestêm jurisdição em todo o território nacional. 
A EC nº 45/2004 acresceu um orgão ao Poder Judiciário, este orgão é o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que terá sede na Capital Federal. Não tenho a menor dúvida de que estes conhecimentos serão exigidos em todos os próximos concursos. É importante: o CNJ é orgão do Poder Judiciário, no entanto, não exerce Jurisdição (ou seja, não exerce atividade típica do Poder Judiciário, não produz sentenças ou acórdãos). 
 STF ( recurso extraordinário, art. 102, III + CNJ ) 
ÓRGÃO DE 
SUPERPOSIÇÂO
ÃO
JUSTIÇA ESPECIALIZADA
JUSTIÇA COMUM
3 
3333º GR 
3º GRAU
STJ
TST
TSE
STM
2º GRAU
TRF
 TJ
TRT
TRE
TM
JUÍZES
ELEITORAIS
JUÍZES
MILITARES
1º GRAU
JUÍZES
DE
DIREITO
JUÍZES
FEDERAIS
JUÍZES
DO
TRABALHO
CF/88 Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.OBS: terá como controlador o Conselho Nacional de Justiça, art. 103 – B, §4.
§ 1.º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. Esta autonomia é configurada através da elaboração pelos próprios tribunais de suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados em conjunto com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
Ao artigo 99, acima analisado foram acrescentados os parágrafos terceiro, quarto e quinto pela EC nº 45/2004. Estes três últimos parágrafos, que deverão ser objeto de estudo na disciplina de direito financeiro, creio serão bastante solicitados na matéria de direito financeiro.
No entanto, só para fins de chamar-lhes atenção eu transcrevo os dispositivos constitucionais.
§ 2.º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
15.2 – garantias dos membros do judiciário
Os juízes gozam das seguintesgarantias(art. 95, caput): Estas conhecidas como garantias de LIBERDADE
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Aos juízes é vedado (art. 95, parágrafo único): Estas conhecidas como garantias de IMPARCIALIDADE
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. 
Este parágrafo único do art. 95, a EC nº 45/2004 acresceu duas novas vedações aos juízes nos incisos IV E V. A mais importante é a quarentena, vedação constante do inciso V, dirigida aos juízes, mesmo os já exonerados ou aposentados, de exercerem a advocacia no juízo ou tribunal dos quais se afastaram. Creio que estes conhecimentos serão muito solicitados nos próximos concursos.
15.3 – Estatuto da Magistratura
Caberá ao Estatuto dispor sobre direitos e deveres dos Magistrados, observados os princípios previstos nos incisos I a XV, do art. 93 da CF/88. Será fixado por Lei Complementar, cuja iniciativa do respectivo projeto de lei complementar, caberá ao Supremo Tribunal Federal, é que prevêo art. 93, caput, da Constituição. 
15.4 – Regra do Subsídio
O subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal será fixado por lei, cujo projeto é de iniciativa do STF. Este subsídio servirá de teto para todos os subsídios do país, não apenas dos integrantes do Poder Judiciário (TETÃO). 
Os demais subsídios dos integrantes do Poder Judiciários serão fixados por lei cuja iniciativa pertence a cada um dos Tribunais Superiores (STJ, STM, TST, TSE)  e, no caso do Poder Judiciário dos Estados, a iniciativa pertencerá a cada um dos Tribunais de Justiça. (art. 96, II, b)  
A CF/88, dispõe sobre alguns princípios que as leis fixadoras dos subsídios deverão observar, destaco o inciso V, do artigo 93.
Art. 93, V – O Subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiorescorresponderá a noventa e cinco por cento dosubsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º.
15.5 – Regras de Aposentadoria
A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40 (CF, Art. 93, inciso VI). O artigo 40 elenca as hipóteses de aposentadoria dos servidores públicos ocupantes de cargos públicos efetivos.
15.6 – Regras de remoção e disponibilidade
O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal, ou do Conselho Nacional de Justiça assegurada ampla defesa (CF, Art. 93 inciso VIII, com redação dada pela EC 45/2004); 
Neste inciso, a EC nº 45/2004 mudou o quorum para maioria absoluta e acresceu que a decisão de tais atos (remoção, disponibilidade e aposentadoria) poderá ser tomada pelo Conselho Nacional de Justiça. Creio que estes detalhes deverão constar das questões dos próximos concursos.
15.7 – Distribuição de competências entre os órgão do Poder Judiciário
Entre os Tribunais da União, há dois que não pertencem a qualquer das Justiças são eles:  O STF e o STF. Estes tribunais funcionam como órgãos de superposição, istoé, julgam o recurso extraordinário (STF) e o recurso especial (STJ). Estes dois recursos têm a marca da excepcionalidade e permitem somente a apreciação de questões de direito (nunca questões de fato).  Tais recursos são interpostos em causas que já tenham exaurido todos os graus das Justiças comuns e especiais. Em outras palavras o STF e o STJ se sobrepõem a todas as demais Justiças.
A principal diferença entre eles é que ao STF são atribuídas questões exclusivamente constitucionais (Constituição Federal) e ao STJ questões federais infraconstitucionais (lei federal). 
15.7.1 – SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
15.7.1.1 – Principais Competências
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a)a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
c)nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os doTribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluída pela EC nº 45, de 2004)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última 
instância, quando a decisão recorrida: 
        
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
        b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
        c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
       d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela EC nº 45, de 2004)
15.7.2 – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
15.7.2.1 – Principais Competências
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela EC nº 45, de 2004)
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestadoem face de lei federal(nova redação dada ela EC nº 45/2004);
c) der a lei federalinterpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela EC nº 45/2004)
       
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela EC nº 45/2004)
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela EC nº 45/2004)
A este parágrafo único foram acrescidos dois incisos pela EC nº 45/2004. O segundo inciso É de importância crucial, pois o Conselho da Justiça Federal que funciona junto ao STJ e executa controle interno junto à Justiça Federal, com poderes correicionais e com decisões de caráter administrativo vinculantes. Creio que o conhecimento deste inciso será muito importante para os concursos nas disciplinas de direito financeiro, controle interno e externo.
15.7.3 – ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO
CF, Art. 93, inciso IX, com redação dada pela EC nº 45/2004:
Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
CF, Art. 93 inciso X, , com redação dada pela EC nº 45/2004:
As decisões administrativasdos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.
No inciso IX, a EC nº 45/2004 apenas explicitou os casos nos quais a lei poderá limitar a presença nos julgamentos. É importante fixar, pois o conhecimento de tais casos poderão ser exigido nos próximos concursos.
No inciso X, a EC nº 45/2004 apenas acresceu que a sessão será pública. Apesar de modesta esta modificação deverá ser objeto dos próximos concursos. 
15.7.4 – ACESSIBILIDADE AO PODER JUDICIÁRIO
	A magistratura é composta por Juízes monocráticos, Desembargadores (ocupam os Tribunais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais) e os Ministros (ocupam os Tribunais Superiores). 
15.7.4.1 – ACESSO AO CARGO DE JUIZ 
	O Juiz é considerado órgão de primeiro grau do Poder Judiciário. É também chamado de juiz singular ou monocrático, para diferenciá-lo dos juízes que integram os Tribunais. Os tribunais, que são órgãos de segundo ou terceiro graus, cuidam, em síntese, do julgamento dos recursos contra as decisões dos juízes proferidos em primeira instância ou primeiro grau. 
A Constituição dispõe que:
CF/88, Art. 93, I O ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o dejuiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. (com redação dada pela EC 45/2004); 
Neste inciso, a EC nº 45/2004 acresceu a exigência de no mínimo três anos de atividade jurídica para ingresso na carreira de juiz. Creio que este detalhe será muito solicitado nos concursos.
15.7.4.2 - ACESSO AS VAGAS DOS TRIBUNAIS
	Uma primeira informação é que no Brasil não há realização de concurso público para ter acesso aos Tribunais. Esse acesso se dá por outros meios. Seja por promoçãoseja pela regra do quinto Constitucional.
15.7.4.2.1 – ACESSO POR JUÍZES (PROMOÇÃO)
	Dispõe a Constituição que o acesso dos Juízes de primeiro grau aos cargos existente nos Tribunais, que são órgãos de segundo grau, dar-se-á por promoção observados os critérios de antiguidade e merecimento, alternadamente. 
CF/88, Art. 93, III - Acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância (com redação dada pela EC 45/2004);
	Neste inciso a EC nº 45/2004 acresceu que a apuração da antiguidade ou do merecimento far-se-ão na última ou na única entrância. 
15.7.4.2.2 – ACESSO POR MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO E POR ADVOGADOS
CF/88 Art. 94 Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira,e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único - Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
   
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94(inciso acrescentado pela EC 45/2004);
CF/88    Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: 
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94(inciso acrescentado pela EC 45/2004);
 ( -------)    
A Constituição, nos arts. 94, 111-A e 115, aborda o que ficou conhecido pela expressão regra do quinto constitucional para acesso aos Tribunais da Justiça Comum. Atente para o fato de que não são apenas os juízes que podem fazer parte dos Tribunais. Pessoas que não fizeram concurso para juiz, observadas as regras contidas na Constituição, poderão integrar os Tribunais. Este é o caso de membros do Ministério Público e de Advogados. O requisito básico para fazerem parte dos Tribunais, no caso dos membros do Ministério Público, é que disponham de mais de 10 anos de carreira. No caso dos Advogados, terão que ter mais de 10 anos de atividade profissional, além é claro, de notório saber jurídico e reputação ilibada. 
Os membros do Ministério Público no Estados são chamados de Promotores Públicos e de Procuradores de Justiça, na União, são os Procuradores da República, Procuradores do Ministério Público do Trabalho.
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
-------
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
15.7.5 – REFLEXOS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45 NO PODER JUDICIÁRIO
	A EC nº 45, conhecida como a reforma do judiciário, que quase nada modificou, teve alguns traços marcantes como:
15.7.5.1 – SÚMULAS VINCULANTES
CF  Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (artigo incluído pela EC nº 45/2003)
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.(para conhecer aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade é só ler os incisos I a X do artigo 103).
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
Uma das principais inovações introduzidas pela EC nº 45/2004 foi sem dúvida a criação da súmula vinculante. Perceba que se trata de norma de eficácia contida. A súmula vinculante faz parte de antiga reivindicação dos que defendem a rapidez e economia na prestação das atividades jurisdicionais. Aregulamentação legal fora estabelecida com a aprovação da Lei11.417/06, que delineia os aspectos mais relevantes a seu respeito.  Para fins de concurso é importante saber qual o órgão é competente para editá-las, quais órgãos poderão suscitar a edição de tais súmulas, qual o seu efeito e a partir de quando são válidas, quais as consequências de atos ou decisões judiciais editados ao arrepio delas.
15.7.5.2 – O STJ E O INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA
	O incidente de deslocamento de competência (ICD)para a Justiça Federal, em qualquer fase do inquérito ou processo, que o Procurador-Geral da República pode suscitar nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais, deve ser apresentado perante o Superior Tribunal de Justiça (art. 109, §5º) e julgado pelos juízes federais (art. 109, V-A).
	Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais o Procurador-Geral da República, em qualquer fase do inquérito ou processo, pode suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, o incidente de deslocamento de competência da Justiça Estadual para a Justiça Federal.Caso o STJ defira o pedido o Juiz Federal será competente para julgar a causa, art. 109, inciso V-A combinado com § 5º do mesmo artigo, com redação dada pela EC nº 45/2004.
15.7.5.3 – O CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA e sua competência
CF, Art. 103-B, modificado pela Emenda Constitucional 61/09,bem como o inciso I e os parágrafos 1 e 2.
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
        I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
        II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessáriasao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competênciado Tribunal de Contas da União;
        
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares; 
IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; 
 
V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;
 
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
A principal mudança introduzida pela EC nº 45/2004 foi sem dúvida a criação do Conselho Nacional da Justiça. De composição heterogênea, o Conselho tem por atribuição fiscalizar a gestão administrativa, financeira e correicional dos Tribunais. No entanto, não há a possibilidade de decretação da perda do cargo pelo Conselho Nacional da Justiça, que lhe foi retirada na Comissão de Constituição e Justiça. Tudo me leva a crer que o conhecimento deste Conselho e de suas atribuições, inclusive a de não poder decretar a perda de cargo, será muito importante para os concursos nas disciplinas de Direito Constitucional, Financeiro e Controle Externo.
15.7.5.3.1 – COMPOSIÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Art. 103-B. Modificadopela Emenda Constitucionalnº 61 de 11/11/09. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo:
(O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:antiga redação)
        I – O Presidente (EC 61) do Supremo Tribunal Federal, indicado pelo respectivo tribunal;
        II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; 
        III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; 
        IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
        V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; 
        VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
        VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; 
        VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; 
        IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
        X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; 
        XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
        XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
        XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
As principais informações sobre composição do Conselho Nacional da Justiça para fins de concurso são aquelas que dizem respeito a quais os membros do Poder Judiciário que terão assento no Conselho incisos I a IX. Poderão ser objeto de pergunta quais as pessoas que, embora não integrantes do Poder Judiciário, também  fazem parte daquele Conselho, conforme  incisos X a XII, do art. 103-B. 
15.7.5.3.2 – ORGANZANIZAÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Art. 103-B----------------------------------------------------------------------------------------------------
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, e nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (redação dada pela Emenda Constitucional 61, de 2009) 
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.(redação modificada pela Emenda Constitucional 61, de 2009) 
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§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal ..................
Atenção: §6º reza: “junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo jurisprudência do STF, a ausência destes não importa em nulidade das sessões do Conselho. (MS 25.879 STF)
15.7.5.4 – FIM DO RECESSO FORENSE
A atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente (CF, Art. 93 inciso XII, acrescido pela EC 45/2004);
Neste inciso, a EC nº 45/2004 acabou com as conhecidas férias forenses e exigiu plantões permanentes nos dias em que o expediente não for normal. Creio que estes detalhes deverão constar das questões dos próximos concursos.
15.7.5.5 – BUSCA DA EFICIÊNCIA E DESBUROCRATIZAÇÃO
O número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população (CF, Art. 93 inciso XIII, acrescido pela EC 45/2004);;
Os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório (CF, Art. 93 inciso XIV, acrescido pela EC 45/2004);
A distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição (CF, Art. 93 inciso XVI, acrescido pela EC 45/2004);
Estes três incisos foram acrescidos pela EC nº 45/2004 com o objetivo de melhorar a eficiência da prestação jurisdicional. O inciso XIII, busca adequar o número de juízes a demanda pelo trabalho jurisdicional. O inciso XIV, trata de delegar aos servidores atividades antes desenvolvidas pelos juízes, embora sem cunho decisório. O inciso XV busca acabar com a demora na distribuição dos processos aos juízes e relatores. Creio que estes detalhes deverão constar em concursos do Poder Judiciário.

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