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GENOCÍDIO

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1.Introdução.
Através desse trabalho vamos apresentar um pouco da definição de genocídio, sua evolução histórica, alguns casos que ocorreram ao longo dos anos, as suas características. Conhecer mais como se aplica no Brasil as penas para quem pratica esse crime. Um crime onde há um desrespeito enorme a humanidade, onde a intolerância é gritante, trazendo assim mortes de pessoas inocentes e desprovidas de segurança.
2 Definição de genocídio no Brasil
No Brasil a Lei Nº 2.889, de 1 de outubro de 1956, define o crime de genocídio e determina suas penas. É considerado crime de genocídio:
“Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
A) Matar membros do grupo;
B) Causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
C) Submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
D) Adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
E) Efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;”
Observe-se que o genocídio pode ser dividido em 3 espécies:
(i) genocídio físico : assassinato e atos que causem a morte;
(ii) genocídio biológico : esterilização, separação de membros do grupo, e o
(iii) genocídio cultural : atentados contra o direito ao uso da própria língua; destruição de monumentos e instituições de arte, história ou ciência.
O bem jurídico a ser protegido no crime de genocídio é o ser humano em relação ao seu grupo e este em relação a humanidade.
O Código Penal brasileiro em seu Art. 7º sujeita à lei brasileira o crime de genocídio se cometido no estrangeiro, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. O agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido (ou condenado) no estrangeiro.
O sujeito ativo no crime de genocídio é sempre o homem, pois não se admite a responsabilidade das pessoas jurídicas para este crime.
Vale lembrar que diversas legislações, como a francesa e a dos países anglo-saxões preveem a punição da pessoa jurídica. Todavia, esta previsão poderia trazer graves violações ao princípio do non bis in idem , ao se punir a pessoa jurídica (geralmente o Estado) e a pessoa natural, ou dificuldades quando houver concurso entre a pessoa física e a pessoa jurídica.
Em regra, os sujeitos ativos serão chefes de governo e militares, em virtude das especificidades deste crime. Verifica-se que a pena será aumentada se o crime for praticado por governante.
O sujeito passivo do crime de genocídio pode ser qualquer pessoa pertencente a grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
Haverá crime impossível quando, por absoluta ineficácia do meio, não foi possível o extermínio do grupo. Por exemplo, explodir uma sinagoga, com o objetivo de exterminar os judeus. Nesta hipótese, haveria tão somente um homicídio qualificado, por motivo torpe, em concurso formal mas não o crime de genocídio.
O tipo objetivo no crime de genocídio consiste na violência que deve ser praticada contra membros de grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
O tipo subjetivo do genocídio é sempre o dolo, acompanhado de um fim específico de agir. Não se admite genocídio na modalidade culposa.
É admissível a tentativa de genocídio e seus casos assemelhados, exceto as alíneas c e d do art. 1o da Lei nº 2.889 /56.
As penas para o crime de genocídio não são foram fixadas pela Convenção, pois se entendeu que o melhor seria a implantação destas ficar a cargo dos Estados Membros no que fosse mais conveniente. No Brasil, a Lei nº 2.889 /56 define o crime de genocídio nos moldes da Convenção e remete a determinação das penas ao Código Penal .
3 Genocídios ao longo da história
Genocídio é o nome dado ao assassinato deliberado de um grupo de pessoas e é caracterizado pela existência de diferenças.
O termo Genocídio é recente na história da humanidade, entretanto sua prática é longínqua. A palavra só passou a ser utilizada para identificar a matança deliberada de pessoas no final da primeira metade do século XX. Nesta ocasião, ocorreu o mais famoso dos genocídios no conhecimento popular, a matança de judeus promovida por Adolf Hitler e sua Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Para tentar explicar o elevado número de assassinatos de pessoas integrantes de um grupo específico e pressionar por justiça, o polonês Raphael Lemkin cunhou o termo, em 1944, baseado no grego e que significa matar uma raça ou tribo.
O esforço de Raphael Lemkin fez com que as autoridades internacionais reconhecessem o Holocausto judeu como um dos maiores crimes da humanidade, enquadrando-o na condição de genocídio. Assim, foram criadas leis internacionais e, em 1951, foi criada a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.
A partir de sua inserção nas leis internacionais como crime contra a humanidade, o Genocídio passou a ser discutido por teóricos que identificam tal forma de assassinatos em massa como consequência de diferenças étnicas, nacionais, raciais e religiosas. A diferença política ainda é uma questão que divide os estudiosos do tema, pesquisadores concordam especialmente que o genocídio se trata de um tipo de limpeza étnica.
O Genocídio foi praticado em diversas regiões do mundo muito antes mesmo da Segunda Guerra Mundial. A própria colonização da América, por exemplo, foi fortemente marcada por essa prática. Quando os espanhóis chegaram ao Novo Mundo promoveram uma grande onda de assassinatos em busca de seus interesses no novo continente, metais preciosos. Estima-se que tenham sido mortos 3 milhões de nativos. Da mesma forma que os espanhóis, os colonizadores da América do Norte também promoveram grande matança dos povos indígenas totalizando valores semelhantes ao da América Espanhola.
Mas é o século XX o recordista disparado em quantidade de genocídios registrados. Antes da grande quantidade de assassinatos de judeus pelos nazistas, houve ainda o genocídio de armênios e de ucranianos, este com estimativa de até 10 milhões de mortes. O Holocausto judeu levou à morte cerca de 6 milhões de judeus nos campos de concentração nazistas.
Após a adoção do termo Genocídio e sua inserção em leis internacionais, assassinatos em grande escala voltaram a acontecer ainda no Camboja, em Kosovo, na Ruanda, na Bósnia e no Iraque, por exemplo.
Genocídio judeu (Holocausto): o regime nazista matou aproximadamente 6 milhões de judeus;
Genocídio cambojano: execução de cerca de 2 milhões de pessoas entre 1975 e 1979, pelo regime comunista Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot;
Genocídio em Ruanda: foi um massacre praticado pelo grupo étnico maioritário hutus contra os tutsis, ocorrido no ano de 1994;
Genocídio na Bósnia: ocorreu na cidade de Srebrenica em1995 o massacre de milhares de muçulmanos bósnios e foi perpetrado pelo Exército Bósnio da Sérvia.
O Brasil reconheceu o Genocídio como crime e determinou leis para condenar sua prática em 1956.
4 Alguns casos:
4.1 O Holocausto – 1942-1945
Claramente o mais conhecido exemplo de genocídio da história, o Holocausto perpetrado contra o povo judeu pelos nazistas resultou em cerca de 6 milhões de judeus mortos. Em outras palavras, 67% da população inteira de judeus na Europa. Após uma década de políticas cada vez mais anti-semitas, a Solução Final para a Questão Judaica sancionou o recolhimento e assassinato sistemático do povo judeu, na Europa ocupada por nazistas. Os judeus foram mortos por fome e doenças em guetos, por fuzilamento, através de experimentos científicos antiéticos, tortura, e por câmaras de gás nos campos de concentração infames.
4.2 O Genocídio Armênio – 1915
Ocorreu onde atualmente se encontra a Turquia. O Genocídio Armênio foi uma tentativa do governo turco para erradicar todos os armênios e outras minorias, do país. Isso resultou no assassinato de 1.000.000 a 1.500.000 de armênios, a maior parte deles homens, e a deportação do restante. As mortes foram de diferentes formas, entre eles afogamento,incêndio, uso de armas químicas e biológicas.
4.3 Genocídio de Ruanda – 1994
Trata-se de um dos mais famosos genocídios da história recente. Foi o genocídio em Ruanda das forças extremistas hutus contra a etnia Tutsi, onde durou em torno de 100 dias. As mulheres encontradas eram violadas e os filhos nascidos eram mortos. Eram mortes brutais realizadas através armas brancas (facões importados da China). O genocídio resultou na matança de cerca de 500.000 a 800.000 de pessoas.
4.4 O Genocídio Bósnio – 1992-1995
Após a queda da URSS, o Estado comunista da Iugoslávia demonstrava fragilidade também. Composto por múltiplas etnias e povos religiosos de origem sul eslavo, a Iugoslávia se desfez em uma guerra civil horrível com o poder central. E durante este processo, a guerra eclodiu no que é atualmente Bósnia-Herzegovina, com bósnios muçulmanos e bósnios croatas de um lado, e forças sérvias bósnias de outro. Quem sofreu com a divisão da Iugoslávia foram os bósnios, que tinha 90% de muçulmanos. Em torno de 100.000 pessoas foram mortas e cerca de 20.000 mulheres foram estupradas.
4.5 Hospital Colônia de Barbacena (psiquiátrico)
Tornou-se conhecido pelo público na década de 1980, pelo tratamento desumano que oferecia aos pacientes. O psiquiatra italiano Franco Basaglia taxou a instituição como um campo de concentração nazista. Em grandes vagões de carga, conhecidos como "trem do doido", chegavam os pacientes do Hospital Colônia, em uma época que várias linhas ferroviárias chegavam à cidade. A instituição tinha sido fundada em 1903 com capacidade para 200 leitos, mas contava com cerca de cinco mil pacientes em 1961. Para a Colônia, eram enviados "pessoas não agradáveis", como opositores políticos, prostitutas, homossexuais, mendigos, pessoas sem documentos, entre outros grupos marginalizados na sociedade. Estima-se que cerca de 70% dos pacientes não tinham diagnóstico de qualquer tipo de doença mental. No período em que houve o maior número de mortes, entre as décadas de 1960 e 1970, o que acontecia no hospital chegou a ser chamado de "Holocausto Brasileiro". Estima-se que pelo menos 60 mil pessoas tenham morrido no Hospital Colônia de Barbacena.
Conclusão.
O genocídio é muitas vezes iniciado graças a sentimentos de xenofobia e consiste na intenção de eliminar totalmente ou uma parte um grupo ou comunidade com a mesma característica étnica, racial, religiosa ou social. Também são consideradas como genocídio práticas como: ataque grave à integridade física ou psíquica de elementos desse grupo; forçar essas pessoas a viverem em condições desumanas que podem causar a sua morte; transição forçada de crianças desse grupo para outro grupo.
Genocídio significa a exterminação de pessoas tendo como principal motivação as diferenças de nacionalidade, raça, religião e, principalmente, diferenças étnicas. É uma prática que tem como objetivo eliminar minorias étnicas em determinada região. Trata-se de crime contra humanidade e a ordem internacional, vez que tem por intenção acabar com uma raça, uma etnia, um grupo religioso, etc.
Bibliografia
HTTPS//: infoescola.com/historia/genocídio. Acesso em: 07/11/2016
HTTPS//: top10mais.org Acesso em: 07/11/2016
HTTPS//: jusbrasil.com.br Acesso em: 07/11/2016

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