CCJ0014-WL-D-SIA-Contratos - Mandato

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Mandato é o contrato pelo qual alguém
(mandatário ou procurador) recebe de outrem
(mandante) poderes para, em seu nome, praticar atos
ou administrar interesses (CC, 653).
É uma representação convencional, em que o
representante pratica atos que dão origem a direitos e
obrigações que repercutem na esfera jurídica do
representado. O mandatário, como representante do
mandante, fala e age em seu nome e por conta deste.
Conceito
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém
recebe de outrem poderes para, em seu nome,
praticar atos ou administrar interesses. A
procuração é o instrumento do mandato.
Código Civil – Art. 653
Bilateral: obrigações para ambas as pares;
Gratuito: conforme se estipule ou não uma
remuneração ao representante.
Intuitu personae: fundado na confiança;
Não solene: porque não exige forma especial, mas
sempre escrito (art. 646);
Consensual: se forma pela vontade das partes;
Forma: expresso ou tácito, escrito ou verbal.
Natureza Jurídica
A idéia de representação é inerente e
imprescindível ao mandato. A representação
estabelece um liame obrigacional entre o
representado e terceira pessoa, por meio do
representante.
O mandatário é representante por vontade do
representado. Daí ser o mandato representação
convencional, em que o representante recebe poderes
para agir em nome o representado.
Representatividade
Os negócios estabelecidos além dos poderes
conferidos, o atos negociais só estabelecerão
contratual em relação ao mandante se ratificados.
O mandatário que exceder os poderes do
mandato, ou proceder contra eles, ao assumir
obrigações com terceiros, sem que haja ratificação do
mandante, estará obrigado a responder, a qualquer
tempo, pelo excesso cometido, e reputar-se-á mero
gestor de negócios(CC, 665).
Representatividade
Qualquer dos contratantes poderá, ad nutum,
pôr fim ao contrato, sem anuência do outro, sem
qualquer justificativa, mediante simples
manifestação volitiva unilateral:
- revogação por parte do mandante;
- renúncia por parte do mandatário.
Extinção
a) Quando se tiver convencionado que o mandante
não possa revogá-lo;
b) Quando for em causa própria a procuração dada;
c) Nos casos em que o mandato for condição de um
contrato bilateral ou meio de cumprir uma obrigação
contratada.
d) Quando contiver poderes de cumprimento ou
confirmação de negócios encetados aos quais se
ache vinculado.
Irrevogabilidade – Art. 683 a 686
Subjetivos: Art. 654, caput e art. 666;
Objetivos: deve o objeto do mandato ser lícito,
possível, determinado ou determinável;
Formais: pois, apesar de o mandato constituir, via de
regra, contrato consensual, a procuração deve observar
certos requisitos, indicados no §1º do art. 654: a
indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do
outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da
outorga com a designação e a extensão dos poderes
conferidos. Nos termos do art. 655 do CC, ainda quando
se outorgue mandato por instrumento público, pode
substabelecer-se mediante instrumento particular.
Requisitos
O mandato em termos gerais confere apenas
poderes de administração ordinária, como pagar
imposto, fazer reparações, contratar e despedir
empregados (CC, 661).
O mandato com poderes especiais envolve atos
de alienação ou disposição, exorbitando dos
poderes de administração ordinária (CC, 661, §§1º
e 2º), como p.ex., a aceitação de doação com
encargo.
Mandato em Termos
a) Exigir a remuneração ajustada, as despesas de
execução do mandato e eventual pagamento de
perdas e danos, cabendo direito de retenção do
objeto do mandato apenas em relação às despesas
(CC, 681);
b) Substabelecer os seus poderes representativos,
podendo ser com reserva de poderes, ambos
podem praticar o ato; e sem reserva de poderes,
equivale à renúncia por parte do substabelecente,
havendo transferência definitiva dos poderes.
Mandatário - Direitos
a) Dar execução ao mandato, agindo em nome do
mandante e de acordo com as instruções e os
poderes dele recebidos e a natureza do negócio
que deve efetivar;
b) Aplicar toda a sua diligência habitual na
execução do mandato (CC, 667, 1ª parte);
c) Prestar contas, sempre que solicitado, e ao
término do mandato;
d) Responder pelos prejuízos advindos do
substabelecimento, nos termos do art. 667;
Mandatário - Deveres
e) Enviar ao mandante as somas recebidas em função
do mandato, ou depositá-las, se empregá-las em
proveito próprio, pagará juros, desde o momento em
que abusou (CC, 670);
f) Não compensar os prejuízos a que deu causa com
os proveitos (CC, 669);
g) Concluir, por lealdade, o negócio já iniciado, se
houver perigo na demora, embora ciente da morte,
interdição ou mudança de estado do mandante (CC,
674).
Mandatário - Deveres
a) Revogar o mandato, exceto nas hipóteses já
ventiladas;
b) Ratificar ou não o negócio realizado pelo
mandatário;
c) Exigir que as somas recebidas pelo mandatário,
em função do mandato, lhe sejam entregues ou
depositadas em seu nome;
d) Exigir a prestação de contas por parte do
mandatário;
Mandante - Direitos
a) Remunerar os serviços do mandatário,
b) Adiantar as despesas necessárias à execução do
mandato, quando o mandatário lhe pedir;
c) Ressarcir o mandatário dos prejuízos que sofreu
em conseqüência do mandato;
d) Honrar os compromissos em seu nome assumidos;
e) Responder extracontratualmente pelos prejuízos
causados a terceiros com o exercício do mandato
(CC, 932, III, e 933).
Mandante - Deveres
a) Revogação e renúncia;
b) Morte de qualquer dos contratantes;
c) Interdição de uma das partes por incapacidade 
superveniente(CC, 682, II);
d) Mudança de estado (CC, 682, III);
e) Término do prazo (CC, 682, IV);
f) Conclusão do negócio (CC, 682, IV).
Extinção