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Fenômenos Oscilatórios Oscilações Harmônicas Exemplos e Aplicações Movimento Harmônico Simples e Movimento Circular e Uniforme Supersposição de Movimentos Harmônicos Simples Oscilações Amortecidas e Forçadas Oscilações Forçadas Ressonância Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema vibrações localizadas propagação Pêndulos Diapasões Cordas de instrumentos musicais Colunas de ar em instrumentos de sopro O sistema não é submetido a forças externas oscilatórias após ser estabelecida a configuração inicial. Exemplo: pêndulo desviado da sua posição inicial e estabelece seu próprio período de oscilação determinado pelos parâmetros que o caracterizam Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema O sistema é submetido a forças externas oscilatórias O período das forças externas e sua relação com o período próprio das oscilações livres do sistema passam a ser considerados na caracterização do sistema. Exemplo: pêndulo submetido a impulsos externos. um grau de liberdade: descrição em uma única coordenada, por exemplo o ângulo de desvio do pêndulo em relação à posição vertical de equilíbrio. Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema Num entorno de uma posição de equilíbrio estável, U(x) tem a forma de um poço de potencial, com um mínimo na posição de equilíbrio, que pode ser tomada como origem O. Para uma dada energia E, a partícula oscila periodicamente entre os pontos de retorno x1 e x2. 2 2 1 )( )( )( kxxU kxxF dx dU xF Para pequenos desvios da posição de equilíbrio estável, o gráfico de F(x) é aproximadamente linear, ou seja, para –A<x<A, pode-se escrever: Força restauradora, que tende a fazer a partícula voltar para a posição de equilíbrio (k>0), obedece aproximadamente a lei de Hooke. Então: Considere o sistema constituído por uma massa m suspensa verticalmente por uma mola. (a) Posição de equilíbrio estável, em que a força devida à distensão da mola equilibra o peso. (b) A mola foi esticada, sofrendo um deslocamento x1>0 em relação ao nível de equilíbrio estável, correspondendo a x=0. (c) A mola foi comprimida, com um deslocamento x2<0. m k ondex dt xd x x m k x kxxFxm kxxF , )( )( 2 2 2 Equação do movimento, onde k é a constante da mola. é a frequência angular, unidade rad/s O sistema dinâmico descrito pela equação de movimento chama-se oscilador harmônico (unidimensional) (restrição: pequenos desvios de uma posição de equilíbrio estável) O movimento de um oscilador harmônico chama-se movimento harmônico simples (MHS). Para obter a função horária do MHS, é preciso resolver a equação diferencial ordinária de 2a. ordem e identificar os parâmetros Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema ctc dt ctd ctsencct dt d ctsenc dt ctsend ctcctsen dt d soluções x dt dx dt d x dt xd x cos cos cos cos: 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 O gráfico ao lado caracteriza o movimento oscilatório e lembra uma senóide com constante à serem ajustadas. Fazendo c=, as soluções podem ser escritas como Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema tAtx tsenbtatx FCx dt dx B dt xd A tsenxetx cos cos cos 2 2 11 Forma geral de uma equação diferencial linear de 2a. ordem Qualquer equação diferencial linear de 2a. ordem homogênea (F=0) tem as seguintes propriedades: (i) Se x1(t) e x2(t) dão soluções, x1(t)+x2(t) também é. (ii) Se x(t) é solução, ax(t) (a é constante) também é. Deste modo a forma geral das oscilações livres do oscilador harmônico é forma equivalente de escrever a solução, onde amenos de 2 e A são parâmetros que precisam ser interpretados físicamente x(t) oscila entre os valores –A e A. Logo, A=Ix(t)I = amplitude de oscilação. Como cosseno é uma função periódica de t de período 2, vemos que o período de oscilação é Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema x F ke m k t T 2 2 12 é a frequência de oscilação Unidade: s-1 ou hertz (Hz) é a fase do movimento e é a constante de fase ou fase inicial (t=0) O período de oscilação é independente da amplitude (quando as oscilações são não lineares isto não é mais válido) 2 é a força restauradora por unidade de deslocamento e por unidade de massa. Quanto maior a força restauradora por unidade de deslocamento do equilíbrio e quanto menor a inércia (massa), mais rápidas são as oscilações) Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema A v sen A x e v xA tsen v txtx senv Ax vvx xx tsenAtvtx tAtx o 00 2 02 0 0 0 0 0 0 ,cos cos)( cos )0()0( )0( )()( cos)( condições iniciais para o movimento qualquer as condições iniciais para as oscilações são obtidas fazendo t=0 em x(t) e v(t) Reescrevendo a equação a partir da identidade trigonométrica cos(t + )=cos(t) cos - sen(t) sen x(t)=A cos(t + ) x(t)=A cos(t) cos – A sen(t) sen) determinação da amplitude A e o a fase inicial Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema 22 222 2 22 22 2222 2222 2 1 2 1 4 1 2 1 . 2 1 cos 2 1 )( 2 1 2 1 )( 2 1 xA dt dx v xAmtUE dt dx mtK AmEUK constAmtUtKE tAmtkxtU tsenAmtxmtK O valor médio é obtido a partir da observação das curvas da figura que mostra que elas são simétricas em torno de E/2 (têm a mesma área acima e abaixo dessa ordenada. O sinal depende da porção do ciclo de oscilação considerada Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema z x y Considere uma barra horizontal suspensa, em equilíbrio, por um fio vertical. Se defletirmos a barra, no plano horizontal, de um pequeno ângulo em relação à posição de equilíbrio, a lei de Hooke para a torção do fio diz que ele reage com um torque restaurador proporcional ao ângulo de torção: I onde III a 22 ,0 0 é o módulo de torção do fio, que depende do seu comprimento, diâmetro e material, e o sinal negativo indica que o torque é no sentido de trazer o sistema de volta à posição de equilíbrio 2 é o torque restaurador por unidade de deslocamento angular e de momento de inércia Sistema deste tipo são empregados em instrumentosde laboratório muito sensíveis, como a balança de torção e o galvanômetro. mg l T m l g l g sen sen l g dt d senmg dt d mlma Tmg dt d mlmar 2 2 2 2 2 2 0 1 cos cos1 2 1 2 1 1 2 1 cos1 2 1 2 1 2 2 2 2222 2 2 0 0 0 2 22 mgl dt d mlElmU parae l g como mgldmglU mglldsenmgWU dt d mlmvK g l T T é o período de oscilação do pêndulo Energia cinética do pêndulo Energia potencial do pêndulo obtido a partir do trabalho realizado pela força num deslocamento entre 0 e reduzidamassaaé mm mm onde kxx constvxx mmMonde M xmxm x kxxm kxxm FkxF lxxx cmcmcm cm 21 21 21 2211 22 11 21 12 ,0 .0 , 22 2 22 2 2 12 2 21 1 2 2 1 2 22 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 , 2 1 2 1 xkxE vMKEonde EEE xx M mmmm K x M m vx M m v KKvMvmK cmcmcm cm cmcmii x1 x2 0 F1 m1 F2 m2 (l é o comprimento de equilíbrio da mola) Equações de movimento Equação obtida a partir das equações de movimento Energia cinética interna=K’ Velocidades relativas ao centro de massa Energia total do sistema Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema Dois diapasões vibrantes produzem tons musicais puros (que correspondem a MHS), que atingem simultaneamente o tímpano de nosso ouvido, colocando-o em vibração, esta oscilação é gerada pela resultante dos dois MHS. Movimento resultante de dois MHS de mesma direção x e de mesma frequência angular 1 12 2 12 2 1221 2 2 2 1 2 222 111 21 cos)( )cos(2 )(cos )(cos )()()( tAtx sen A A sen sen A sen A AAAAA tAx tAx txtxtx Movimento resultante Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema 21211 1 2 2 1 2 1 222 111 12 121212 2222 1111 21 2 2 0 )(cos )(cos )()()( nn n n n n t tAx tAx txtxtx Exemplo com A1=3A2 e T1=3T2. Se a razão das frequências é irracional, o movimento resultante não é mais periódico. (n1 e n2 são inteiros) O período T corresponde à solução com os menores valores inteiros possívei para n1 e n2 (1 e 2 quaisquer, o movimento resultante não será em geral um movimento periódico) ttAx ttttAx cos 2 cos2 2 1 cos 2 1 cos 2 1 , 2 1 )0(2 2 2 2 1 21 21 21 Caso especial importante : 1 e 2 são muito próximas uma da outra. tAta 2 cos2)( Este resultado vale quaisquer que seja 1 e 2. No caso em que as frequencias sao muito proximas, corresponde a supor Nos instantes em que o oscilador passa pela posição de equilíbrio, a energia é puramente cinética; quando a magnitude do deslocamento é máxima, ela é puramente potencial. Em instantes intermediários, as contribuições à energia oscilam entre esses dois extremos. Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema )cos()( )cos()(0 )cos()( )cos()( 0,0 ˆˆ ,0 1 2 1 22 22 tBty tAtx tBty tAtx yyxx jyixr m k rr rkFrm 2 2 2 2 2 2 cos2 1cos )(cos)cos( sen B y A x B y A x sen A x A x sentsent B y Um oscilador harmônico bidimensional seria uma partícula cujo movimento é restrito a um plano, sujeita a uma força restauradora proporcional ao deslocamento a partir da posição de equilíbrio estável. Tomando esta posição como origem e o plano do movimento xy, a equação do movimento será: equação do movimento geral Para simplificar o problema sem mudar a trajetória apenas alterando o ponto inicial Como –A<x<A, -B<y<B a trajetória está sempre incrita num retângulo de lados 2A e 2B. Equação da curva(elipse) : eliminar o tempo nas equações paramétricas 1 2 3 2 0 2 2 2 2 B y A x A B x y A B x y Elipse se degenera num segmento de reta Os eixos principais da elipse coincidem com os eixos coordenados. A diferença entre os dois casos é o sentido de percurso da elipse, que é horário para =/2 e anti-horário para =3/2 Para outros valores da defasagem , a elipse é inclinada em relação aos eixos coordenados, por exemplo para =/4 Curvas de Lissajous Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema 2 0 2 2 0 2 2 2 0 2 0 42 0 ,,)( 0,0 p pp zpzpzzetz m e m k xxx xxkxm pt tbsentaetx beaeetz beaetz ip Se t titi t tptp cos)( )( )( 4 , 2 2 2 2 2 2 0 0 amortecimento subcrítico raiz negativa Para satisfazer às condições iniciais, precisamos de uma solução com duas constantes reais arbitrárias. Podemos tomar a combinação linear das soluções correspondentes às duas raízes da equação característica: Considerando somente a parte real Equação diferencial para um oscilador unidimensional Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema tsen xv txetx xvbbavx axx tbtsenaetxtx tAetx AeCCeetz t iti t 2 cos)( 2 1 2 )0( )0( cos)( 2 )( cos)( ,.)( 00 0 2 000 0 2 2 2 Forma equivalente para se obter o resultado: Tomando a parte real onde as duas constantes reais e arbitrárias são agora A e Ajuste das condições iniciais Solução da equação diferencial para um oscilador unidimensional Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – CampusDiadema 0 2 0 2 0 2 Sistema não oscila quando deslocado, ele simplesmente retorna à posição de equilíbrio. (meio altamente viscoso) Sistema não oscila quando deslocado, ele simplesmente retorna à posição de equilíbrio de maneira exponencial como função do tempo. Quando a força resistiva é relativamente pequena, o caráter oscilatório do movimento é preservado, mas a amplitude de vibração decresce no tempo Freqüência natural Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema O oscilador recebe uma certa energia inicial (através de seu deslocamento e velocidade iniciais) e depois é solto, evoluindo livremente. O período de oscilação é determinado pela própria natureza do oscilador, ou seja, por sua inércia e pelas forças restauradoras que atuam sobre ele. A oscilação é amortecida pelas forças dissipativas atuantes (ou, no caso limite em que desprezamos, persiste indefinidamente) O oscilador está sob o efeito de uma força externa periódica. O período desta força não coincidirá em geral com o período próprio do oscilador, de modo que as oscilações por ela produzidas chamam-se oscilaçòes forçadas. A força externa supre contiunuamente energia ao oscilador, compensando a dissipação. Exemplos: as oscilações de um diafragma de um microfone ou do tímpano de nosso ouvido sob ação das ondas sonoras; as oscilações de uma pessoa sentada num balanço sob ação de empurrões periódicos; as oscilações elétricas produzidas num circuito detetor de rádio ou televisão sob o efeito do sinal eletromagnético captado; as oscilações dos elétrons em átomos ou moléculas de um meio material sob ação de uma onda eletromagnética, como a luz, que se propaga nesse meio. Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema força externa de freqüência angular 22 0 0 22 0 0 02 0 2 0 0 0 ,cos)( cos)( cos cos)( cos)( m F AondetAtx t m F tx t m F xx m k tFtFkxxm tFtF Equação do movimento Equação diferencial de 2a ordem inomogenea, onde e a freqüência própria ou freqüência natural das oscilacoes livres solução estacionaria da equação diferencial de 2a ordem inomogenea 02 0 002 0 2 0 ,coscos t m F xt m F x xx (i) Limite de baixas freqüências. O deslocamento é no sentido da forçaa externa (=0), que equilibra a força restauradora (-kx+F(t)~0) – o movimento é dominado pela força restauradora, e a situação se aproxima do limite de equilíbrio estático (->0) (ii) Limite de altas freqüências. 02 002 2 0 ,coscos t m F xt m F x xx O deslocamento está em oposição de fase com a força externa (=-). Isto se explica por ser a aceleração fornecida quase totalmente pela força externa (kx e desprezível em confronto com o termo de inércia mx”, e a aceleração está em oposicao de fase com o deslocamento no MHS. – o movimento é dominado pela inércia. 22 0 0 0 m F A (iii) Ressonancia. • A medida que a freqüencia da força externa se aproxima da freqüencia o das oscilações livres, a amplitude A da resposta vai crescendo, e A-> oo para ->o. • O crescimento da resposta quando se aproxima de o corresponde ao fenômeno de ressonancia. • Exemplo: a impulsão de uma pessoa sentada num balanço. A amplitude de oscilação aumenta fortemente quando a freqüência de transmissão dos impulsos se aproxima da freqüência de oscilação livre. Descontinuidade brusca da defasagem, que passa de 0 a – na ressonancia. Tanto a descontinuidade quanto a divergência da amplitude para =o indicam apenas que o modelo empregado não é válido nesta situação. A dissipação, por menor que seja, não pode ser desprezada para ~o, pois ela pode eliminar a divergência e a descontinuidade. Se a amplitude cresce suficientemente, a aproximação de pequenas oscilações, que leva as equações lineares consideradas, não são válidas, o que significa que os efeitos não-lineares tornam-se relevantes. Exemplos dos efeitos catastróficos que podem ser produzidos pela ressonancia: desabamento de pontes que entram em ressonancia, ruptura de cálices de cristal ao som da voz de uma cantora Aula 1 - Física II – Profa. Marlete Assunção Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema 0 0 22 0 0 000 22 0 0 022 0 0 0022 0 0 coscos )( 00)0( 0cos)0( 0)0(,0)0( coscos)( tt m F tx Bsenx m F BB m F x xx tBt m F tx 00 0 0 0 0 0 0 , 2 )( cos coscos lim 0 0 ttsen m F tx Para ttsent d dtt A solução geral da equação diferencial de 2ª. Ordem inomogênea é a soma da solução particular encontrada com a solução geral do problema das oscilações livres. Então: As constantes B e o são determinadas pelas condições iniciais (caso particular: oscilador se encontra em repouso na posição de equilíbrio) Esta solução corresponde à superposição de dois MHS de freqüências diferentes (livre e forçada), podendo levar a batimentos para próximo de o. A ressonancia produz um crescimento linear com o tempo da amplitude de oscilação, a partir das condições iniciais dadas. A amplitude cresce, na realidade, até que seja estabilizada por outros efeitos, tais como a presença de efeitos dissipativos ou não lineares.
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