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Aula 02
Direito Processual Civil p/ TRF 1ª Região (Técnico Judiciário - Área Administrativa)
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF 1ª REGIÃO 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo III: Dos Atos Processuais. 02 
2. Resumo 53 
3. Lista das questões apresentadas 54 
4. Questões comentadas 61 
5. Gabarito 89 
 
CAPÍTULO III: DOS ATOS PROCESSUAIS. 
 
Ato, de modo geral, e sem alongamento na realidade processual, refere-se a uma 
ação, a algo que está sendo feito ou pode ser feito por uma pessoa. Transpondo a 
premissa para a realidade da ciência jurídica, podemos definir o ato processual 
como o comportamento das partes, do magistrado e de todos os auxiliares da 
justiça no sentido de criar, de modificar ou de extinguir um direito dentro do outro. 
(Montenegro Filho, Misael. Curso de Direito Processual Civil, v1) 
Assim, são atos processuais aqueles que podem criar, modificar ou extinguir 
direitos no curso do processo, procedentes das partes, dos agentes da jurisdição, 
ou, até mesmo, de terceiros. 
Praticam atos processuais as partes, o juiz, os auxiliares. São eles que iniciam, 
desenvolvem e encerram o processo. 
Não são esses atos, contudo, os únicos a produzirem efeitos processuais. 
Temos aqui uma primeira distinção, entre atos processuais, que são fruto de 
ação destinada a produzir efeitos no processo (a petição inicial e a sentença são 
AULA 02: DOS ATOS PROCESSUAIS: FORMA, TEMPO E LUGAR. DOS PRAZOS: 
DISPOSIÇÕES GERAIS. VERIFICAÇÃO E PENALIDADES. DA COMUNICAÇÃO DOS 
ATOS PROCESSUAIS: CARTAS, CITAÇÃO E INTIMAÇÃO. DE OUTROS ATOS 
PROCESSUAIS: DISTRIBUIÇÃO E REGISTRO. 
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exemplos de atos processuais) e fatos processuais, decorrentes de eventos que 
acabam por produzir efeitos no processo, ainda que de maneira não intencional (a 
morte da parte e o decurso do tempo são exemplos de fatos processuais). Assim, tanto os 
atos como os fatos processuais influenciam o processo, contudo os atos decorrem da 
manifestação do ser humano e os fatos independem da vontade da pessoa humana. 
Não se fala em atos processuais quando praticados fora do processo, 
nem são todos os praticados dentro dele classificados como atos processuais. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 Podem ser classificados de duas formas: 
1. OBJETIVA (relativa ao objeto), os atos poderão ser: 
a) de iniciativa: pretendem iniciar a relação processual ± petição inicial. 
b) de desenvolvimento: pretendem movimentar o processo. São os atos de 
instrução ± provas e alegações ± e de ordenação ± impulso, formação, direção. 
c) de conclusão: são os decisórios do juiz ou dispositivos das partes ± a 
desistência, a renúncia, a sentença. 
2. SUBJETIVA (relativa às pessoas). Classificação adotada pelo CPC/2015. 
a) Atos das partes (autor e réu): 
Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais 
de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos 
processuais. 
São praticados pelas próprias partes ou pelos seus advogados, de modo 
excepcional. Produzem efeitos imediatos, em geral, e em alguns casos necessitam de 
homologação para externalizar seus efeitos. Exemplo: A desistência da ação só 
produzirá efeitos após homologação judicial (Parágrafo único, art. 200 do NCPC). 
b) Atos do juiz: 
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Classificam-se como atos do juiz: a sentença, o despacho, as decisões 
interlocutórias. 
c) Atos dos auxiliares da justiça: 
Podemos destacar o escrivão ou chefe de secretária como a espécie, do gênero 
auxiliares da justiça, mais importante, pois responsabiliza-se pela guarda dos autos e 
cumprimento das ordens do magistrado, como a expedição de mandados judiciais. Seus 
atos podem ser classificados em atos de documentação e de comunicação. 
OBJETIVA (objeto) Iniciativa, desenvolvimento, conclusão. 
SUBJETIVA (pessoas) Das partes, do juiz, dos auxiliares da justiça. 
 
 
A inobservância dos prazos estabelecidos no CPC para o cumprimento dos atos do escrivão, 
não acarretará penalidades processuais ao auxiliar. No entanto, o escrivão poderá ser 
punido administrativamente ou ter que reparar a parte que se sente prejudicada por perdas e 
danos. 
 
FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS 
O CPC prevê o modo como devem ser praticados os atos. Quando há a exigência 
de que cumpram forma específica como condição de validade, falamos dos atos 
solenes. Quando não se exige uma forma pré-determinada para cumpri-los, falamos 
em atos não solenes. 
Mas, reparem que o legislador tratou de combater o formalismo excessivo, como 
apontam os seguintes artigos: 
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, 
salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de 
outro modo, lhe preencham a finalidade essencial. 
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o 
ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. 
Ou ainda: 
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Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos 
que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a 
fim de se observarem as prescrições legais. 
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não 
resulte prejuízo à defesa de qualquer parte. 
Vimos que no CPC/2015 vale o entendimento de que a forma é relevante, 
mas seu descumprimento não deve invalidar o ato, a menos que haja expressa 
previsão legal. O conteúdo do ato é mais importante do que a forma. 
Contempla, assim, o princípio da instrumentalidade da forma, bem como o 
princípio da liberdade dos atos processuais. 
 
 
 
 
 
Linguagem dos Atos Processuais 
O ato jurídico é exteriorizado por linguagem oral ou escrita. O ato oral precisa ser reduzido a termo 
pelo chefe de secretaria. 
O documento em língua estrangeira deve ser acompanhado por tradução, realizada por tradutor 
juramentado ou indicado pelo juiz. Para os atos orais em língua estrangeira, faz-se necessário um intérprete. 
O mesmo valerá à linguagem mímica dos surdos-mudos, Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). 
Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa. 
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos 
autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela 
autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado. 
 
(TRT 5ª Região/Adaptada) É correto afirmar que os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir, tendo-se por válidos aqueles que, realizados de 
modo diverso, lhe preencham a finalidadeessencial. 
Gabarito: Certo. 
 
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DA PRÁTICA ELETRÔNICA DE ATOS PROCESSUAIS 
A regra no processo civil brasileiro é o registro escrito dos atos e termos do 
processo, formando autos ou caderno processual. O processo eletrônico também está 
a cada dia mais presente nos procedimentos do Judiciário. 
Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir 
que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na 
forma da lei. A forma eletrônica também se aplica, no que for cabível, à prática de atos 
notariais e de registro. 
Os sistemas de automação processual devem respeitar a publicidade dos atos, o 
acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e 
sessões de julgamento, observadas as garantias da disponibilidade, independência da 
plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, 
dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções. 
 
REGISTRO 
O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, que 
atendam aos requisitos de autenticidade, integridade, temporalidade, não repúdio, 
conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justiça, confidencialidade, 
observada a infraestrutura de chaves públicas unificadas nacionalmente, nos termos da 
lei. 
Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas que neles 
intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão ou 
o chefe de secretaria certificará a ocorrência. 
Também é importante destacar que, ao se tratar de processo total ou 
parcialmente documentado em autos eletrônicos, os atos processuais praticados na 
presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital 
em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo, que será 
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assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos 
advogados das partes. 
 
Eventuais contradições na transcrição devem ser suscitadas oralmente no 
momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e 
ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão. 
 
COMPETÊNCIA PARA REGULAMENTAR 
Compete ao Conselho Nacional de Justiça ± CNJ ± e, supletivamente, aos 
tribunais, regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio 
eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação 
progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para esse fim, os atos que forem 
necessários, conforme art. 196 do CPC/2015. 
Atos processuais praticados na 
presença do juiz poderão ser 
produzidos e armazenados de 
modo integralmente digital em 
arquivo eletrônico inviolável. 
Mediante: registro de termo e 
assinaturas 
Termos do processo: assinados 
pelas pessoas que neles 
intervierem. 
 Não puderem ou não quiserem 
firmá-los, o escrivão ou o chefe de 
secretaria certificará a ocorrência. 
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Muito se comentou sobre a timidez do novo código com relação à prática 
eletrônica, já que pouco o diploma dispôs sobre a questão; mas o art. 196 evidencia a 
opção do legislador pelo detalhamento por normas infralegais, a serem expedidas pelo 
CNJ e tribunais, desse modo a atualização e adequação a novas tecnologias não ficariam 
subordinadas à rigidez de aprovação de uma nova lei. 
Compete aos tribunais, ainda, a divulgação de informações constantes de seu 
sistema de automação em página própria na rede mundial de computadores, gozando a 
divulgação de presunção de veracidade e confiabilidade. Nos casos de problema técnico 
do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos 
andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º do 
CPC/2015, a saber: 
³Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o ato 
processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à 
parte provar que não o realizou por justa causa. 
§ 1o Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu 
de praticar o ato por si ou por mandatário. >���@´ 
Por determinação do art. 198 as unidades do Poder Judiciário devem manter 
gratuitamente, à disposição dos interessados, equipamentos necessários à prática de 
atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes, 
sendo admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde não estiverem 
disponibilizados esses equipamentos. 
Ademais, os órgãos judiciários assegurarão às pessoas com deficiência 
possibilidade de acesso a seus sítios (sites) na rede mundial de computadores, ao meio 
eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à 
assinatura eletrônica. 
Os documentos produzidos por meio eletrônico são considerados originais. 
Do mesmo modo, os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos 
pelos órgãos da Justiça, Ministério Público, procuradorias, autoridades policiais, 
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repartições públicas em geral e por advogados públicos e privados têm a mesma força 
probante dos originais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração 
antes ou durante o processo de digitalização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENUNCIADOS DO FÓRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS CIVIS 
263. (art. 194) A mera juntada de decisão aos autos eletrônicos não necessariamente lhe 
confere publicidade em relação a terceiros. (Grupo: Advogado e Sociedade de 
Advogados. Prazos). 
264. (art. 194) Salvo hipóteses de segredo de justiça, nos processos em que se realizam 
intimações exclusivamente por portal eletrônico, deve ser garantida ampla publicidade aos 
(TRF 1ª Região) Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais 
praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em 
arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo que será assinado digitalmente 
pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes. Eventuais 
contradições na transcrição deverão ser suscitadas 
a) oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, devendo o juiz decidir no 
prazo de cinco dias, sendo as partes intimadas desta decisão. 
b) oralmente no momento da realização do ato, registrando-se a alegação, devendo o juiz decidir no 
prazo de quarenta e oito horas, sendo as partes intimadasdesta decisão. 
c) oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano, 
registrando-se a alegação e a decisão no termo. 
d) oralmente no momento da realização do ato, devendo ser as razões da contradição feitas por escrito 
no prazo de cinco dias e o juiz decidir no prazo de quarenta e oito horas, sendo as partes intimadas 
desta decisão. 
e) por escrito no prazo de vinte e quatro horas, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir no prazo 
de cinco dias, sendo as partes intimadas desta decisão. 
Gabarito: C 
 
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autos eletrônicos, assegurado o acesso a qualquer um. (Grupo: Advogado e Sociedade 
de Advogados. Prazos). 
265. (art. 194) É possível haver documentos transitoriamente confidenciais no processo 
eletrônico. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos). 
PUBLICIDADE 
Nosso código contempla o princípio da publicidade, ao determinar que os atos 
processuais são públicos (art. 189, CPC/2015). Todavia, prevê que correrão em 
segredo de justiça (art. 189), os processos: 
1. quando o interesse público o exigir; 
2. que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união 
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
3. em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
4. que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, 
desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo; 
O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de 
justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. 
Pode, contudo, o terceiro que demonstrar interesse jurídico requerer ao juiz certidão do 
dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de 
divórcio ou separação. 
 
 
 
 
 
 
 
Atos processuais são públicos (regra geral). Todavia 
correm em segredo de justiça: 
Quando o interesse 
público o exigir. 
 
Constem dados 
protegidos pelo 
direito constitucional 
à intimidade. 
Versem sobre casamento, separação de 
corpos, divórcio, separação, união 
estável, filiação, alimentos e guarda de 
crianças e adolescentes. 
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QUEM PRATICA ATOS PROCESSUAIS 
 
ATOS DAS PARTES 
São praticados por: autor, réu, terceiros intervenientes, Ministério Público, 
Defensoria Pública, Advocacia Pública. 
x Esses atos, em regra, produzem efeitos imediatos (vejam o art. 200, 
CPC/2015). 
Devido ao princípio dispositivo, os atos praticados pelas partes são 
fundamentais na dinâmica dos processos. São eles que estimulam os atos judiciais e 
os atos dos auxiliares. 
A petição inicial constitui o ato de maior relevância praticado pelo autor, pois, 
além de expor o objeto, a causa de pedir e o réu, ela limita a atuação do magistrado 
em respeito ao princípio da congruência. 
Da parte do réu, a contestação é o ato de maior importância, pois questiona os 
argumentos apresentados na petição inicial. A contestação assumiu no novo código 
uma abrangência que praticamente à equipara à resposta do réu, abrangendo, inclusive, 
a reconvenção, entre outras defesas que não eram antes consideradas contestação. 
As partes praticam uma série de outros atos no curso do processo. A grande 
maioria deles exercida por seus advogados. 
Todavia, a parte poderá postular em causa própria (art. 103 CPC/2015), quando 
tiver habilitação legal ou, não a tendo, nos casos em que a lei autorizar. 
Há também aqueles atos que devem ser praticados pela própria pessoa e não por 
seu procurador. São os de caráter personalíssimo, cujo exemplo seria o do depoimento 
pessoal. Porém, também nesse caso, há exceção. Quando se tratar, por exemplo, de 
Versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade 
estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
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depoimento pessoal de pessoa jurídica, será realizado por representante legal ou por 
mandatário com poderes especiais. 
Ainda sobre atos das partes, devemos ter em mente que: 
± se não houver disposição em contrário, os atos das partes produzem de modo 
imediato a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais. Mas, a 
desistência da ação somente produzirá efeito depois da homologação judicial. 
± para a restauração do processo é possível que sejam utilizados os autos 
suplementares (§ 1º, art. 712). 
 
ATOS DO JUIZ 
O juiz praticará atos decisórios e não-decisórios. Enquanto naqueles 
(decisórios) há conteúdo de comando, nestes (não-decisórios) há função administrativa 
somente. 
Os atos decisórios, por sua vez, são subdivididos em propriamente ditos e 
executivos, de acordo com a natureza do processo ± cognição ou execução. 
Com os atos decisórios propriamente ditos, pretende-se declarar a vontade da 
lei para o caso em questão. Nos atos executivos, pretende-se também aplicar a vontade 
da lei, só que para satisfazer direito do credor, por meio de providências concretas sobre 
o patrimônio do devedor. Exemplos do último: atos que determinam a penhora, 
adjudicação, arrematação. 
De modo não exaustivo, o CPC nomeou no art. 203 os atos do juiz. 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, 
sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 
487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
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§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória 
que não se enquadre no § 1o. 
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no 
processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
[...] 
As decisões interlocutórias resolvem questão pendente no processo, sem que 
ele (o processo) venha a acabar. 
São exemplos da decisão interlocutória: antecipação de tutela, deferimento de 
liminar, deferimento ou não da oitiva de testemunhas, entre muitos outros. 
Cabe agravo para questionar a decisão interlocutória. E ela deve ser 
fundamentada. 
O artigo 93 da CF, em seu inciso IX, dispõe, entre outras coisas, que serão 
fundamentadas todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário, sob pena de 
nulidade. 
Os despachos não causam gravame a uma das partes, somente dão andamento 
ao processo. Podem ser proferidos ex officio ou por requerimento das partes. 
Em regra, não cabe recurso aos despachos (art. 1.001, CPC/2015). Contudo, se 
causam algum dano ou afetam direito, não são de mero expediente (ordinatórios), e 
poderão ser recorridos. 
 
Vamos lá! Não dispersem a atenção! 
Deixamosde ler acima o § 4º do art. 203, para lê-lo agora: 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, 
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo 
juiz quando necessário. 
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Vamos combinar esse parágrafo com o inciso XIV do art. 93 da CF: 
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e 
atos de mero expediente sem caráter decisório. 
Legal! Não é mesmo? Para diminuir a carga de trabalho do juiz, o CPC e a CF 
permitem que o escrivão ou o secretário, de ofício, pratiquem os atos ordinatórios, 
podendo ser revistos pelo juiz. 
O legislador quis que todos os atos do juiz, não classificados como sentença ou 
decisão interlocutória, fossem considerados despacho. Mas, o conceito de despacho não 
alcança todos os atos possíveis de serem praticados pelo juiz, há também os atos 
administrativos do processo, sem caráter decisório. 
A exemplo do inciso VII do art.139: 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
[...] 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, 
além da segurança interna dos fóruns e tribunais. 
Sobre a forma dos atos do juiz, façam a leitura do seguinte artigo: 
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão 
redigidos, datados e assinados pelos juízes. 
§ 1o Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, 
o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. 
§ 2o A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita 
eletronicamente, na forma da lei. 
§ 3o Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a 
ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico. 
 
 
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ATOS DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA 
Além do escrivão ou chefe de secretaria, são auxiliares da Justiça outros cujas 
atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o oficial de 
justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o 
CONCEITOS 
Sentença: O conceito legal de sentença é restritivo, ou seja, nos termos do § 1º do art. 203 do CPC/15 
VHQWHQoD�p��FXPXODWLYDPHQWH��XPD�GHFLVmR�TXH�³S}H�ILP´�DR�SURFHVVR�RX�D�XPa de suas fases; bem como é 
uma decisão definitiva que resolve o mérito, ou terminativa que, não resolve o mérito. Já o conceito legal de 
decisão interlocutória é extensivo, todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre 
no conceito de sentença, previsto no § 1º do art. 203 do CPC/15. 
Acórdão: é o julgamento proferido por câmara, grupo de câmara, turma, órgão especial, seção, plenário, 
ou seja, pelos órgãos colegiados dos tribunais. É o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. (art. 204, 
CPC/2015). 
Decisão Interlocutória: é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não seja sentença. (§2° 
do art. 203, CPC/2015). 
Despachos: são todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a 
requerimento da parte. (§3° do art. 203, CPC/2015). 
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conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias. (art. 
149). 
Assim, o CPC assegura ao sistema o impulso oficial, de modo que, mesmo as 
partes estando inertes, os agentes do órgão judicial dão andamento ao processo. 
Para cumprir esse objetivo, há o principal órgão auxiliar do juiz: o escrivão ou o 
chefe de secretaria. Suas funções estão definidas no CPC/2015: 
Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria: 
I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os 
demais atos que pertençam ao seu ofício; 
II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar 
todos os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária; 
III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para 
substituí-lo; 
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo que 
saiam do cartório, exceto: 
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz; 
b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à 
Fazenda Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor; 
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da 
competência; 
V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente 
de despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de justiça; 
VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios. 
§ 1o O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista no inciso 
VI. 
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§ 2o No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará 
substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. 
Exemplo de ato a ser praticado de ofício pelo escrivão: 
O ato de juntada de petições aos autos, que independe de despacho, 
devendo ser praticado de ofício por servidor e revisto pelo juiz quando necessário. 
 
(TRF) O ato de juntada de petições aos autos 
a) depende de decisão interlocutória do juiz, resolvendo pedido da parte no curso do processo. 
b) depende de prévio despacho do juiz, ordenando que o servidor assim o proceda. 
c) pode ser feito pelos advogados de quaisquer das partes, independentemente de ordem judicial. 
d) independe de despacho, devendo ser praticado de ofício por servidor e revisto pelo juiz quando 
necessário. 
e) só pode ser feito em decorrência de sentença pelo juiz, ao apreciar requerimento formulado pela 
parte. 
Gabarito: D 
 
Em regra, os atos praticados pelo escrivão serão de documentação ou de 
comunicação. 
 
 
Atos de documentação representam por escrito à vontade das 
partes, terceiros que participam do processo e membros do órgão 
jurisdicional. 
Os atos ocorrem e depois são documentados. A sentença do 
juiz, por exemplo, somente terá existência jurídica depois de ter sido 
publicada e documentada nos autos. 
A autuação é o primeiro ato de documentação do processo. 
Consiste em lavrar um termo à PI (petição inicial), indicando a natureza 
do feito, o número de registro, assentos do cartório, nome das partes e 
a data de início (art. 206, CPC/2015). 
No curso do procedimento, o escrivão irá realizar: 
² Juntada (certifica ingresso de documento nos autos), vista 
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(dá à parte acesso aos autos), 
² Conclusão: certifica encaminhamento dos autos para 
deliberação do juiz e 
² Recebimento: documenta retorno dos autos, que voltam a 
cartório, após vista ou conclusão. 
O escrivão ou chefe de secretaria pratica, além dos atos de 
documentação, atos de comunicação ² os principais: citação e 
intimação. 
 
CONCEITOS 
- ESCRIVÃO: é o auxiliar do juiz de maior relevância. 
- OFICIAL DE JUSTIÇA: cumpre mandados de diligências fora do cartório. Exemplo: citações, 
intimações, notificações, imissão de posse. 
- PERITO: auxiliar ocasional do juízo e atua quando a produção da prova depende de conhecimento 
técnico ou cientifico. 
- DEPOSITÁRIO: é o auxiliar de justiça que tem como função a guarda e conservação dos bens 
colocados às ordens do juízo. 
- ADMINISTRADOR: é o depositário com funções de gestor. 
- INTÉRPRETE: é a pessoa encarregada de traduzir para a língua portuguesa os atos expressos em 
língua estrangeira ou em linguagem mímica dos surdos-mudos. É um auxiliar da justiça por 
necessidades técnicas, assim como o perito. 
 
 
A
ux
ili
ar
es
 d
a 
Ju
st
iç
a 
 
 
São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de 
organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o 
intérprete. 
 
x Do Serventuário e do Oficial de Justiça 
 Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições são determinadas pelas 
normas de organização judiciária. 
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1) Incumbe ao escrivão ou chefe de secretaria: 
I - redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais atos que 
pertençam ao seu ofício; 
II - efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar todos os 
demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária; 
III - comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para substituí-lo; 
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo que saiam do 
cartório, exceto: 
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz; 
b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à Fazenda Pública; 
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor; 
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da competência; 
V - fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de despacho, 
observadas as disposições referentes ao segredo de justiça; 
VI - praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios. 
a) O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a prática, de ofício, dos atos meramente 
ordinatórios. 
b) No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará substituto e, não o 
havendo, nomeará pessoa idônea para o ato. 
O escrivão ou chefe de secretaria deverá obedecer à ordem cronológica de recebimento 
para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais. Sendo que a lista de processos 
recebidos deverá ser disponibilizada, de forma permanente, para consulta pública. Ficam excluídos 
dessa regra, os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser 
efetivado; bem como as preferências legais. 
Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica de recebimento entre os 
atos urgentes e as preferências legais. O novo CPC dá muito relevo à ordem cronológica dos 
processos, prevendo, inclusive, que a parte que se considerar preterida na ordem cronológica 
poderá reclamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações ao servidor, a 
serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias. Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato 
cumprimento do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor. 
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2) Incumbe ao oficial de justiça: 
I - fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais diligências próprias do 
seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas) testemunhas, certificando no mandado o 
ocorrido, com menção ao lugar, ao dia e à hora; 
II - executar as ordens do juiz a que estiver subordinado; 
III - entregar o mandado em cartório após seu cumprimento; 
IV - auxiliar o juiz na manutenção da ordem; 
V - efetuar avaliações, quando for o caso; 
VI - certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por qualquer das 
partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe couber. 
Certificada a proposta de autocomposição prevista no inciso VI, o juiz ordenará a intimação da 
parte contrária para manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do 
processo, entendendo-se o silêncio como recusa. 
O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e 
regressivamente, quando: 
I - sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a 
que estão subordinados; 
II - praticarem ato nulo com dolo ou culpa. 
 
 
x Do Perito 
Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será 
assistido por perito. 
Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados nos órgãos 
técnicos ou científicos respectivos. Devidamente escolhidos em cadastro mantido pelo tribunal ao 
qual o juiz está vinculado. 
Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio 
de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de 
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e 
à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos 
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interessados. 
Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do 
cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos 
peritos interessados. 
Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, o órgão técnico 
ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de 
qualificação dos profissionais que participarão da atividade. 
Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a 
nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou 
científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. 
Pode escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. A escusa será apresentada 
no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento 
supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. 
x Informações inverídicas (dolo ou culpa): 
1) Responderá pelos prejuízos que causar à parte; 
2) Inabilitado, por 2 a 5 anos, a funcionar em outras perícias; 
3) Sanção que a lei penal estabelecer. 
 
x Do Depositário e do Administrador 
A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadadosserão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro modo. 
x Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá remuneração que o juiz fixará 
levando em conta a situação dos bens, o tempo do serviço e as dificuldades de sua 
execução. 
x O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indicação do depositário ou do 
administrador. 
x O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à 
parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que 
legitimamente despendeu no exercício do encargo. 
x O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua 
responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade da justiça. 
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x Do Intérprete e do Tradutor 
O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para: 
I - traduzir documento redigido em língua estrangeira; 
II - verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não 
conhecerem o idioma nacional; 
III - realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e testemunhas com 
deficiência auditiva que se comuniquem por meio da Língua Brasileira de Sinais, ou equivalente, 
quando assim for solicitado. 
Não pode ser intérprete ou tradutor quem: 
I - não tiver a livre administração de seus bens; 
II - for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo; 
III - estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal condenatória, 
enquanto durarem seus efeitos. 
O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempenhar seu ofício, O perito tem o 
dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo 
escusar-se do encargo alegando motivo legítimo. 
A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, da suspeição 
ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. 
Será organizada lista de intérpretes e tradutores na vara ou na secretaria, com 
disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a 
nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área de 
conhecimento. 
O intérprete ou tradutor que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá 
pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras demandas no prazo de 2 
(dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz 
comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis. 
 
x Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais 
Modalidade de auxiliares que não estava prevista no CPC/1973. Trata-se, portanto, de 
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inovação do código de 2015 em consonância com sua tendência de estímulo a autocomposição em 
grau mais elevado que o CPC anterior. Neste código de 2015 admite-se a aplicação de técnicas 
negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. Destaque-se, 
ainda, que a mediação e a conciliação são regidas, no novo diploma, conforme a livre autonomia dos 
interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais. 
Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela 
realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de 
programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, 
observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. 
O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo 
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de 
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. 
O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior 
entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, 
de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, 
soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. 
A conciliação e a mediação observarão os princípios da independência, da 
imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da 
informalidade e da decisão informada. 
Importante ressaltar que a confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no 
curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por 
expressa deliberação das partes. 
Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim 
como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos 
oriundos da conciliação ou da mediação. 
O artigo 167 do CPC/2015 dispõe que os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas 
de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça 
ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de 
sua área profissional. 
Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade 
credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto 
com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá 
requerer sua inscrição nos mencionados cadastros, nacional e do tribunal de justiça ou do tribunal 
regional federal. 
Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao 
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diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os 
dados necessários para que seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na 
distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma área de 
atuação profissional. Perceba que a instituição de concurso é uma possibilidade, a lei não prevê sua 
obrigatoriedade para o cadastramento de conciliadores e mediadores nos tribunais. O tribunal 
poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por 
concurso público de provas e títulos. 
Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão 
todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, 
o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros 
dados que o tribunal julgar relevantes. 
Os dados colhidos serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao 
menos anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da 
conciliação, da mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e 
dos mediadores. 
Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados, se advogados, estarão impedidos de 
exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. Além disso, as partespodem 
escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de 
mediação, sendo que o conciliador ou mediador que vier a ser escolhido pelas partes poderá ou não 
estar cadastrado no tribunal. 
Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, a lei prevê que haverá 
distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva formação. 
Sempre que recomendável deverão ser designados mais de um mediador ou conciliador. 
Ressalvada a hipótese de servidor dos quadros próprios do tribunal, o conciliador e o 
mediador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal 
respectivo, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 
A mediação e a conciliação podem, ainda, ser realizadas como trabalho voluntário, observada 
a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. Os tribunais determinarão o percentual de 
audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e 
mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como 
contrapartida de seu credenciamento. 
Impedimento 
No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de 
preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do 
centro judiciário de solução de conflitos, devendo este realizar nova distribuição. 
Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será 
interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo 
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conciliador ou mediador. 
No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador 
informará o fato ao centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o período em 
que perdurar a impossibilidade, não haja novas distribuições 
Há também restrições posteriores à atividade prestada. Assim, o conciliador e o mediador 
ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, 
de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. Com isso, quis o legislador garantir 
isenção dos auxiliares da justiça, restringindo a possibilidade de promessa de contrato entre a parte 
e o conciliador/mediador, após término da questão (pelo tempo de um ano). 
Exclusão do cadastro 
Após apuração em processo administrativo, será excluído do cadastro de conciliadores e 
mediadores aquele que: 
I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua 
responsabilidade ou violar qualquer dos deveres previstos em lei; 
II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. 
O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, 
verificando atuação inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por 
até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao 
tribunal para instauração do respectivo processo administrativo. 
O CPC/2015 prevê que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criem câmaras 
de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no 
âmbito administrativo, tais como: 
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no 
âmbito da administração pública; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
Essas câmaras não excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais 
vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que 
poderão ser regulamentadas por lei específica. Ademais, os dispositivos do NCPC aplicam-se, no 
que couber, às câmaras privadas de conciliação e mediação. 
 
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ENUNCIADO DO FÓRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS CIVIS: 
187. (arts. 649, 165, § 2º, 166) No emprego de esforços para a solução 
consensual do litígio familiar, são vedadas iniciativas de constrangimento ou intimidação 
para que as partes conciliem, assim como as de aconselhamento sobre o objeto da 
causa. (Grupo: Procedimentos Especiais) 
 
COMUNICAÇÃO DOS ATOS 
INTIMAÇÃO 
Na definição do código: ³p�R�DWR�SHOR�TXDO�VH�Gi�FLrQFLD�D�DOJXpP�GRV�DWRV�H�
GRV� WHUPRV� GR� SURFHVVR�´ (art. 269). Quando não realizadas por meio eletrônico, 
consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial. 
Salvo disposição em contrário, o juiz determinará a intimação de ofício, não 
precisando de provocação (art. 271). Pode ser realizada pelo escrivão ou pelo oficial de 
justiça, ou pode ser publicada na imprensa. 
A arguição de vício da intimação será realizada na parte preliminar do ato que 
caiba à parte praticar. Assim, se o vício for reconhecido, o ato será tido por tempestivo. 
De outro modo, se o ato for praticado dentro do prazo determinado pelo juiz, não há que 
se alegar vício da intimação. Não sendo possível a prática imediata do ato diante da 
necessidade de acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da 
intimação, caso em que o prazo será contado da intimação da decisão que a 
reconheça. 
Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o 
nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos 
Advogados do Brasil. Desse modo, sob pena de nulidade, é indispensável que da 
publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número 
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade 
de advogados. 
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A grafia, sem abreviaturas, dos nomes dos advogados deve corresponder ao 
nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na 
Ordem dos Advogados do Brasil. 
Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos 
processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento 
implicará nulidade. 
A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado, 
por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela 
Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implica 
intimação de qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de 
publicação. 
Para a retirada de autos por preposto, o advogado e a sociedade de advogados 
deverão requerer o respectivo credenciamento. 
 
PROCEDIMENTO 
Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade publicação 
em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do 
processo os advogados das partes: 
I - pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo; 
II - por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem domiciliados 
fora do juízo. 
Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aosseus 
representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou, 
se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria. 
Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, 
ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou 
definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da 
juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço. 
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A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio 
eletrônico ou pelo correio. 
A certidão de intimação deve conter: 
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando 
possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o expediu; 
II - a declaração de entrega da contrafé; 
III - a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado. 
Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou por edital. 
Há também a possibilidade de a intimação ser realizada na própria audiência. 
Consideram-se intimados os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia 
Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público em audiência quando nesta for 
proferida a decisão (art. 1.003, § 1º). 
A intimação do Ministério Público, da Advocacia Pública e da Defensoria Pública 
será feita pessoalmente. 
 
CITAÇÃO 
É o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para 
integrar a relação processual. (art. 238). Sem a citação a relação processual não se 
completará e a sentença será inútil. Uma vez que o Novo CPC extinguiu o Processo 
Cautelar (em ação autônoma), não há citação relativa a medidas cautelares, mas 
somente intimação. Veja bem, o processo cautelar se extinguiu, mas não as medidas 
cautelares incidentes ao processo. 
Em qualquer momento, o réu poderá alegar independentemente de ação 
rescisória, nulidade da decisão do juiz pela falta de citação. 
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do 
executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de 
improcedência liminar do pedido. 
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A citação é instituto tão indispensável ao princípio do contraditório no 
processo, que seu vício (se existir) o contamina por inteiro, sendo, inclusive, causa 
de nulidade irreparável. Assim, além de ser necessária, a citação tem que ser válida. 
Mas, imaginemos uma situação em que a citação eivada de vícios produza seus 
efeitos ± ocorrerá nulidade? 
Resposta: não! 
O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a 
nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação 
ou de embargos à execução (§1º, art. 239). 
Nesse parágrafo o legislador foi como Neymar, Ronaldo ± nos bons tempos ± 
marcou um golaço! Se o objetivo da citação é estabelecer o contraditório mediante 
comparecimento do réu e, apesar de ela ter sido viciada ou mesmo ausente, o objetivo foi 
alcançado, bola pra frente! 
 
Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: 
I - conhecimento, o réu será considerado revel; 
II - execução, o feito terá seguimento. 
 
A quem se dirige a Citação? 
A citação será pessoal, dirigida à parte (réu), podendo, no entanto, ser feita na pessoa 
do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. Na 
ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, 
preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados. 
O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na 
localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação 
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será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos 
aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo. 
A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de 
Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. 
 
Qual o lugar da Citação? 
A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o 
interessado. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver servindo, se 
não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado. 
Mas, reparem que há situações em que o legislador quis preservar a intimidade 
do réu, ao determinar que (salvo para evitar perecimento de direito) não se fará a citação 
(art. 244): 
I - de quem estiver participando de ato de culto religioso; 
II - de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo 
ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 
7 (sete) dias seguintes; 
III - de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; 
IV - de doente, enquanto grave o seu estado. 
 
 
A citação poderá ser classificada como pessoal ou ficta. A primeira, de 
regra, é realizada na própria pessoa do réu, como a citação por correio. A segunda, 
ficta, ocorre quando o réu não é encontrado pessoalmente, como a citação por 
edital. 
x Há casos em que a citação não é entregue ao réu ou ao seu 
representante pessoalmente e, ainda sim, será considerada uma citação 
pessoal. Exemplo clássico é a citação da pessoa jurídica. 
 
Modos de realizar a Citação 
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Pelo Correio 
1- É, atualmente, a mais utilizada. Carta do escrivão ou chefe de 
secretaria enviada ao réu pelo Correio. Há faculdade do autor em afastá-la. 
 
2- Estará frustrada se o destinatário recusar-se a assinar o recibo, uma 
vez que o carteiro não tem fé pública. 
 
 
 
 
 
 
Por Oficial de 
Justiça 
1- Prevalecem nos casos do art. 247 (em que não se aceita citação por 
Correio): a) nas ações de estado; b) quando o citando for incapaz; c) quando o 
citando for pessoa de direito público; d) quando o citando residir em local não 
atendido pela entrega domiciliar de correspondência; e) quando o autor, 
justificadamente, a requerer de outra forma. O CPC/2015 excluiu deste rol a 
citação em processo de execução. 
 
2- Quando frustrada a citação pelo correio (art. 249) 
3- Citação com hora certa: Quando por 2 (duas) vezes, o oficial de 
justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência, sem o 
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa 
da família, ou em sua falta a qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará, 
a fim de efetuar a citação, na hora que designar (Art. 252). Trata-se de citação 
ficta, presumida. 
Nos condomínios edilíciosou nos loteamentos com controle de acesso, 
será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria 
responsável pelo recebimento de correspondência. 
 
 
 
 
Por Edital 
 
1- Citação presumida. A citação por edital será feita: I - quando 
desconhecido ou incerto o citando; II - quando ignorado, incerto ou inacessível o 
lugar em que se encontra o citando; III - nos casos expressos em lei. (art. 256) 
2- Considera-se inacessível, o país que recusar o cumprimento de carta 
rogatória. No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia 
de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver 
emissora de radiodifusão. 
 3- O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas 
as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de 
informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de 
concessionárias de serviços públicos. 
 
 Depende de: 
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Meio Eletrônico 1 - O tribunal estar adequadamente aparelhado e 
2- prévio cadastro do réu para receber esse tipo de citação. 
O CPC/2015 prevê que (art. 246, §§ 1º a 3º): 
Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as 
empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de 
processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e 
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio. O mesmo 
se aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades 
da administração indireta. 
Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados 
pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em 
condomínio, caso em que tal citação é dispensada. 
 
O prazo começa a fluir 1) da data de juntada aos autos do aviso de recebimento, 
quando a citação ou a intimação for pelo correio; 2) da data de juntada aos autos do 
mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça; 3) da data 
de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do 
chefe de secretaria; 4) no dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a 
citação ou a intimação for por edital; 5) no dia útil seguinte à consulta ao teor da citação 
ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a 
intimação for eletrônica; 6) da data de juntada do comunicado de realização da diligência 
(por carta precatória, rogatória ou de ordem) ou, não havendo esse, da data de juntada da 
carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se 
realizar em cumprimento de carta; 7) da data de publicação, quando a intimação se der 
pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; 8) do dia da carga, quando a intimação se 
der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria. 
A fluência dos prazos ocorre quando: 
A citação ou a intimação for por correio Da data de juntada aos autos do aviso de recebimento 
A citação ou a intimação for por oficial de 
justiça 
Da data de juntada aos autos do mandado cumprido 
Por ato do escrivão ou do chefe de 
secretaria 
Da data de ocorrência da citação ou da intimação 
A citação ou a intimação for por edital No dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz 
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A citação ou a intimação for eletrônica No dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da 
intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê 
A citação ou a intimação se realizar em 
cumprimento de carta 
Da data de juntada do comunicado de realização da diligência 
(por carta precatória, rogatória ou de ordem) ou, não havendo 
esse, da data de juntada da carta aos autos de origem 
devidamente cumprida 
A intimação for pelo Diário da Justiça 
impresso ou eletrônico 
Da data de publicação 
A intimação for por meio da retirada dos 
autos, em carga, do cartório ou da 
secretaria. 
Do dia da carga 
 
 
Efeitos da citação válida 
 
 
No CPC/73 a citação válida tinha o condão de tornar o juízo prevento, contudo de acordo com o CPC/15 art. 
240 a citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa 
e constitui em mora o devedor (...). Sendo que o art. 59 prevê que o registro ou a distribuição da petição inicial 
torna prevento o juízo. 
Contudo, há uma problemática quanto aos efeitos da citação válida referente à litispendência e a 
competência para julgamento da ação pelo juiz prevento. A prevenção visa fixar a competência objetivando 
evitar decisões divergentes quando mais de um juiz, de mesma competência, recebe demandas 
semelhantes. A ação deverá ser julgada por aquele que for considerado prevento excluindo-se qualquer outro 
que venha a ter contato com a demanda. Sendo que o CPC/15 determinou que a distribuição ou registro da 
petição inicial tornam prevento o juízo - Art. 59 o registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o 
juízo. 
Tendo em vista o art. 240 do CPC/15 se houver litispendência ± ação em curso repetida - o juiz prevento 
deverá proceder ao julgamento do mérito da demanda excluindo a competência do juízo que também 
recebeu a ação repetida. Este (o juiz que está com a ação repetida), reconhecendo a litispendência, proferirá 
sentença sem resolução de mérito, conforme o art. 485, inciso V do CPC/15. Mas, qual juiz reconhecerá a 
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litispendência? Aquele recebeu a primeira ação ou o que recebeu a segunda? Nos termos art. 59 do CPC/15 
a competência é do juiz que primeiro recebeu a ação, contudo, conforme o art. 240 - a citação válida, ainda 
quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o 
devedor. 
Exemplo: Juliana e Geraldo, em acidente no lago Paranoá em Brasília chocam seus jet-skis. Segundo o 
art. 53, inciso V do CPC/15, a competência pode ser do juízo do local do fato ou do domicílio do 
autor, portanto, dois são os juízos competentes para processar e julgar a demanda. Juliana propõe ação em 
face de Geraldo no foro de seu domicílio no dia 10/05/2016, ação distribuída sob o nº 123. Sendo que 
Geraldo propõe ação em face de Juliana no foro do local onde ocorreu o fato em 18/05/2016, ação distribuída 
sob o nº 789. Nos termos do art. 59 do CPC/15, a ação nº 123 terá o mérito julgado, uma vez que foi a 
primeira a ser distribuída ensejando a prevenção do juízo e a ação nº 789 será extinta sem resolução do 
mérito uma vez que quando foi distribuída já havia ação idêntica em curso. 
Se, entretanto, o juízo da ação nº 789 - distribuída posteriormente - realizou a citação antes do juiz da 
ação nº 123. A ação nº 123 previne o juízo por lei, mas a ação nº 789 formou a relação jurídica-processual 
envolvendo as partes ± autor, réu e juiz ± e, conforme prevê o art. 240 do CPC/15, a citação válida induz 
litispendência. Diante dessa hipótese, questiona-se o juiz competente para extinguir o processo sem 
resolução do mérito por reconhecera litispendência é aquele que não realizou a citação ou o que já formou a 
relação processual e está apto a receber a contestação e dar prosseguimento no processo? 
Tendo em vista que o CPC/15 passou a viger recentemente a resposta a essas particularidades ficarão a 
cargo da jurisprudência, sendo assim aquilo que está expressamente previsto na legislação é cabível, 
portanto, o magistrado competente e prevento é aquele que primeiro conheceu da demanda pela distribuição 
ou registro. 
 
CARTAS 
Visam a produzir atos fora da sede do juízo. Podem ser: de ordem, rogatória ou 
precatória. 
Será expedida: 
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- carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela originar; 
- carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; 
- carta precatória, quando dirigida a órgão jurisdicional de competência 
territorial diversa do juízo deprecante; 
- carta arbitral, serve para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o 
cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de 
cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de 
tutela provisória. 
Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal 
superior houver de ser praticado em local onde não haja vara federal, a carta poderá ser 
dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca. 
São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória: 
1- A indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato; 
2- O inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato 
conferido ao advogado; 
3- A menção ao ato processual, a que pretende cumprir; 
4- O encerramento com assinatura do juiz. 
- O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí-
la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examinados, 
na diligência, pelas partes, pelos peritos ou pelas testemunhas. 
- Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será 
remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica. 
- A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos elencados e será 
instruída com a convenção de arbitragem e com as provas da nomeação do árbitro e de 
sua aceitação da função. 
Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, devolvendo-a 
com decisão motivada quando: 
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I - a carta não estiver revestida dos requisitos legais; 
II - faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia; 
III - o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade. 
Parágrafo único. No caso de incompetência em razão da matéria ou da 
hierarquia, o juiz deprecado, conforme o ato a ser praticado, poderá remeter a carta ao 
juiz ou ao tribunal competente. 
Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no prazo de 10 
(dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte. 
 
(TRE AP) Quando a carta precatória for enviada para Juiz que carecer de competência em razão da 
hierarquia, este 
a) a cumprirá, cabendo às partes a arguição da nulidade do ato. 
b) recusará cumprimento, enviando-a para a Corregedoria-Geral do Tribunal competente. 
c) a cumprirá e posteriormente enviará para a autoridade hierarquicamente competente para 
ratificação dos atos. 
d) recusará cumprimento, devolvendo-a com despacho motivado. 
e) recusará cumprimento, enviando-a para o Tribunal Superior competente para apreciação da 
irregularidade através de processo administrativo. 
COMENTÁRIOS: 
Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, devolvendo-a 
com decisão motivada quando: 
II - faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia 
Gabarito: D 
 
PRAZOS 
Prazo é o lapso temporal para que o ato seja validamente constituído. Delimita-se 
pelo termo inicial (dies quo) e pelo final (dies ad quem). Os atos processuais são 
realizados nos prazos prescritos em lei. Quando a lei é omissa, o juiz determina os 
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prazos, levando em conta a complexidade da causa (art. 218). Os prazos se classificam 
quanto às consequências processuais, à origem e à natureza. 
Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão 
a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas e será de 5 (cinco) 
dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte. Além disso, é 
considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. 
Em relação às consequências processuais, os prazos se dividem em: próprios, 
aqueles fixados às partes, gerando a sua inobservância a perda da possibilidade de 
praticar determinado ato ± preclusão temporal; impróprios, que são fixados aos órgãos 
judiciários, ou seja, são os atos praticados pelos juízes. Esses, uma vez não observados, 
não geram qualquer consequência no processo. 
Quanto à origem, os prazos podem ser classificados em: legais, judiciais e 
convencionais. Os legais são definidos em lei e não podem ser, regra geral, modificados 
pelo juiz nem pelas partes do processo. Os judiciais são fixados pelo juiz como a escolha 
da data da audiência. Já os convencionais são definidos de comum acordo entre as 
partes. 
Por sua natureza, os prazos processuais podem ser: dilatórios e peremptórios. 
São dilatórios quando, embora fixados em lei, puderem ser ampliados ou reduzidos pelo 
juiz ou por convenção entre as partes. São exemplos de prazos dilatórios o art. 45 do 
CPC e o art. 313, inciso II, CPC/2015. 
Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando, 
na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que 
este nomeie sucessor. 
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar o 
mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo. 
Art. 313. Suspende-se o processo: [...] II - pela convenção das partes. 
O inciso IV do artigo 139 merece menção porque parece permitir que todos os 
prazos processuais sejam tidos como dilatórios. 
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Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: [...] 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de 
prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à 
tutela do direito. 
Pretende-se, assim, conferir maior efetividade à tutela do direito. 
Peremptórios são, por sua vez, aqueles que não podem ser alterados, nem pelas 
partes nem pelo juiz. O art. 182 do CPC/73 foi reproduzido e ampliado no CPC/15 nos 
termos do art. 222 que passou a prever que, na comarca, seção ou subseção judiciária 
onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses. 
§ 1º Ao

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