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Aula 01 Direito Processual Civil p/ TRF 1ª Região (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 88 DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF 1ª REGIÃO AULA 01: DAS PARTES E DOS PROCURADORES. SUMÁRIO PÁGINA 1. Capítulo II: Das Partes e Dos Procuradores. 02 2. Resumo 46 3. Lista das questões apresentadas 50 4. Questões comentadas 57 5. Gabarito 88 CAPÍTULO II: DAS PARTES E DOS PROCURADORES. PARTES A partir da identificação das partes do processo, será possível definir as pessoas que podem ser alcançadas pelo pronunciamento judicial ± quem poderá exigir o cumprimento da obrigação imposta na sentença e perante quem ela se dirigirá. A definição das partes no processo vai delimitar os limites subjetivos da coisa julgada. As partes do processo são, em regra, o autor, que solicita o término do conflito que originou o processo; o réu, perante quem a providência jurisdicional foi demandada. A relação jurídica é formada, ao menos, com dois sujeitos: demandante e demandado. As partes devem agir com lealdade e boa-fé, em respeito à dignidade da justiça, estando sujeitos, na ausência da observância dos deveres legais, à multa conforme o art. 77 do NCPC: em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa. As condutas de: não cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final ou criar embaraços à sua efetivação; praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso são puníveis como ato atentatório à dignidade da justiça. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 88 Essa aplicação deriva do princípio da boa-fé expresso no artigo 5ºdo NCPC. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar- se de acordo com a boa-fé. Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: [...] IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. [...] § 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. A definição apresentada até agora se refere ao conceito clássico de partes, no entanto, podem envolver-se no processo, além do autor e réu, outras pessoas que queiram defender interesse jurídico de sua titularidade. Deve-se salientar que há distinção entre o sujeito da lide ou do negócio jurídico material deduzido em juízo e o sujeito do processo. Um exemplo que nem sempre os sujeitos da lide coincidem com as partes do processo ocorre quando, após a investigação das circunstâncias fáticas da controvérsia de um acidente de trânsito entre Alberto e Balzac ± os condutores dos veículos e responsáveis pela materialização do conflito de interesses, Alberto decide demandar contra Carlos, ao invés de dirigir sua pretensão contra Balzac, mero condutor do veículo, sendo o carro de propriedade de Carlos. Percebe-se que Alberto e Balzac são sujeitos da lide, sendo que Alberto e Carlos são sujeitos do processo. Desse modo, pode-se definir parte de dois modos: parte como sujeito da lide, em sentido material, e parte como sujeito do processo, em sentido Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 88 processual. Parte, para o direito processual, é a pessoa que pede ou perante a qual se pede, em nome próprio, a tutela jurisdicional. O conceito de parte pode ser dado de modo mais abrangente, como coloca /LHEPDQ�� ³VmR� SDUWHV� GR� SURFHVVR� RV� VXMHLWRV� Go contraditório instituído perante o MXL]´��RV�VXMHLWRV�GR�SURFHVVR�GLYHUVRV�GR�MXL]��SDUD�DV�TXDLV�HVWH�GHYH�SURIHULU�R�VHX� provimento). Formação clássica do processo O processo envolve apenas o autor, o réu (como partes) e o juiz. Extensão das partes no processo Ingresso de terceiros: para apoiar uma das partes principais ou defender interesse próprio: autor, réu e terceiros. De acordo com o tipo de ação, fase processual ou procedimento, as terminologias das partes mudam. 1. Processo de conhecimento geral: a) Autor e réu. 2. Processo de conhecimento: b) Nas exceções: o promovente é excipiente e o promovido, exceto. c) Nos recursos em geral: recorrente e recorrido. d) Na apelação: apelante e apelado. e) No agravo: agravante e agravado. f) Nos embargos de terceiros: embargante e embargado. g) Nas intervenções de terceiros: denunciado, chamado, assistente ou interveniente. 3. Processo de execução: a) As partes da execução forçada: credor e devedor. b) Nos embargos do devedor ou de terceiros: embargante ou embargado. 4. Procedimentos Cautelares: a) As partes no CPC: requerente e requerido. 5. Nos procedimentos de jurisdição voluntária: a) Não há partes, mas apenas interessados. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 88 CAPACIDADE DE SER PARTE A capacidade de ser parte é um direito (art. 70, do NCPC); diz respeito à personalidade tanto da pessoa física quanto da pessoa jurídica. Essa capacidade é estendida para os entes despersonalizados ± a massa falida, o condomínio. Dessarte, a capacidade de ser parte é a possibilidade de o indivíduo apresentar-se em juízo como autor ou réu no processo. Para a validade da capacidade de ser parte, é necessária a personalidade civil. Para as pessoas físicas, a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro (art. 2o do CC). Para as pessoas jurídicas, a personalidade civil é obtida a partir da inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, como Junta Comercial, Órgão de Classe. Após adquirir a capacidade de ser parte, verifica-se se o autor e o réu podem realizar os atos do processo sem a necessidade de acompanhamento ou apoio de outrem, ou seja, deve-se verificar se as partes detêm todas as condições de se manterem na relação processual sem serem amparadas por outra pessoa. CAPACIDADE PROCESSUAL A capacidade processual é pressuposto de validade do processo. As partes precisam dela para a prática dos atos processuais. A parte que não tem capacidade processual deverá ser representada ou assistidaem juízo. Quando representada não participará dos atos, quando assistida participará de sua realização em conjunto com quem assiste. Não tem capacidade processual quem não tem capacidade civil para a prática plena dos atos jurídicos materiais, como o exemplo dos menores de idade (na forma dos artigos, artigos 1º a 10 do Código Civil). A incapacidade processual pode ser superada por meio da figura jurídica da representação. Por conseguinte, quando os incapazes fizerem parte da lide, serão representados por seus pais, tutor ou curador, de acordo com a lei. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 88 Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Quando uma das partes ou as partes são absolutamente incapazes, deverão ser representadas; quando a incapacidade for relativa, deverão ser assistidas. Ocorrendo qualquer das duas hipóteses, haverá a necessidade da intervenção do Ministério Público. Os incapazes detêm a capacidade de ser parte, mas não possuem a capacidade de estar em juízo nem a capacidade postulatória, uma vez que não possuem capacidade para a prática dos atos civis. O advogado, em regra, de modo exclusivo, tem capacidade postulatória. Exceto nos casos previstos em lei, por exemplo, nos Juizados Especiais, Justiça Trabalhista, ADIN e ADECON ± situações em que a outros sujeitos poderá ser conferida a capacidade postulatória. Código Civil (Lei Nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002): Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 88 CAPACIDADE PROCESSUAL DOS CÔNJUGES NAS AÇÕES REAIS IMOBILIÁRIAS Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. Não há dependência entre os cônjuges para estar em juízo nas ações em geral; a exceção diz respeito às ações que tratem sobre os direitos reais imobiliários, pois nesse caso o cônjuge (marido ou mulher) dependerá da anuência do consorte para ingressar em juízo. Essa restrição visa a proteger o patrimônio imobiliário familiar, ressalva-se desse consentimento, contudo, a ação proposta por cônjuge casado sob o regime de separação absoluta de bens. O artigo 1.647, CC, trata da capacidade processual das pessoas casadas, no polo ativo, e da exigência de litisconsórcio passivo, nas causas que versam sobre direitos reais imobiliários. Nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; prestar fiança ou aval; fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns ou dos que possam integrar futura meação. Mas são válidas as doações nupciais feitas aos filhos, quando casarem ou estabelecerem economia separada (art. 1.647, CC). 'H�DFRUGR�FRP�R�GLVSRVWR�QR�³FDSXW´�GR�DUW��������GR�&&��QmR�VH�DSOLFD�D� exigência de participação do consorte quando o casamento ocorrer em regime de separação absoluta de bens. A participação do consorte é necessária nos regimes de bens de comunhão parcial, universal e de participação final de aquestos. Nesse último, caso não haja acordo pré-nupcial estabelecido. Contudo, o art. 1.648 do CC determina: cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 88 CURATELA ESPECIAL Em algumas hipóteses, o magistrado dará à parte um representante especial para atuar em seu nome no curso do processo. A esse representante dá-se o nome de curador especial ou curador à lide. O NCPC traz em seu art. 72 a determinação de que o juiz nomeará curador especial ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade; ao réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. A função de curador especial será exercida pela Defensoria Pública porque se trata de uma de suas funções institucionais, conforme artigo 4º da Lei Complementar nº 80/94, com redação dada pela LCP nº 132/2009. O curador especial terá o dever de proteger o interesse da parte tutelada, tendo ampla defesa dos direitos da parte representada, podendo produzir a contestação. No entanto, o curador não pode transacionar, uma vez que a representação é somente da tutela e não de disposição. A curatela à lide é um múnus (dever) processual que não permite a exigência de honorários da parte representada, mas os serviços do advogado podem ser reclamados da parte contrária, quando ocorrer sucumbência. REPRESENTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS E DAS PESSOAS FORMAIS Serão representadas em juízo, ativa e passivamente, as seguintes pessoas jurídicas publicas e privadas, bem como as pessoas formais (art. 75 do NCPC): a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; o Município, por seu prefeito ou procurador; a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 88 federado designar; a massa falida, pelo administrador judicial; a herança jacente ou vacante, por seu curador; o espólio, pelo inventariante; a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; o condomínio, pelo administrador ou síndico. Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. (§ 1º) A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. (§ 2°) O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. (§ 3°) Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. (§ 4°) Para pessoa jurídica que mantenha filiais, é importante distinguir duas circunstâncias: a) Regra geral, a citação do gerente dependerá de poderes especiais, ou seja, quando os atos não forem praticados pelo citando, não basta ter a qualidade de gerente, é necessário que se tenha poderes adequados para o ato. b) Quando os atos forem praticados pelo gerente da filial, a citação do gerente terá eficácia, mesmo que o gerente não tenha poderes especiais para recebê-la. Essa circunstância só terá validade caso não haja no foro competente outro representante com poderes especiais. INCAPACIDADE PROCESSUAL E IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO A capacidade das partes e a regularidade de sua representação, por serem requisitos de validade da relação processual, devem ser verificadas, ex officio, pelo Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 88 magistrado. Uma vez verificada a incapacidade processual ou irregularidade, o juiz suspende o processo e determina um prazo para que seja sanado o defeito. Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. Se descumprida essa determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. (TRF 5ª Região) Com relação à capacidade processual é correto afirmar: a) No atual sistema jurídico pátrio, os cônjuges não necessitam do consentimento do outro para a propositura de ação de qualquer natureza. b) Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, em nenhuma hipótese. c) A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes e pelos integrantes do Ministério Público, nos termos da lei. d) O juiz dará curador especial ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa. e) Ambos os cônjuges serão citados, necessariamente, para as ações que versem sobre direitos pessoais mobiliários. COMENTÁRIOS: a) Acabamos de ver que o cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. Lembrem-se que não há dependência entre os cônjuges para estar em juízo nas ações em geral; a exceção Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 88 diz respeito às ações que tratem sobre os direitos reais imobiliários. Essa restrição visa a proteger o patrimônio imobiliário familiar. E��0XLWR�FXLGDGR�FRP�DV�JHQHUDOL]Do}HV��$R�GL]HU�³HP�QHQKXPD�KLSyWHVH´�D�EDQFD� invalidou a questão, pois nos casos em que o ordenamento jurídico autorizar será possível pleitear, em nome próprio direito alheio (art. 18 NCPC). c) O erro da questão está em incluir o Ministério Público. De acordo com o art. 16 do NCPC: A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições que o Código [CPC] estabelece. d) É a opção correta. O juiz determinará curador especial ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; ao réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa. e) Atenção à leitura, o correto seria dizer que o cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ações que versem sobre direitos reais imobiliários. Gabarito: D CAPACIDADE PROCESSUAL VERSUS CAPACIDADE DE SER PARTE VERSUS CAPACIDADE POSTULATÓRIA A capacidade processual relaciona-se com a capacidade de fato ou de exercício; é a qualidade legal para participar da relação processual, em nome próprio ou alheio. Por seu turno, a capacidade de ser parte, relaciona-se com a capacidade de exercer o direito. As pessoas físicas, jurídicas, de direito público ou privado, e as pessoas formais possuem capacidade de ser parte. Regra geral, têm capacidade postulatória os advogados inscritos na OAB e o Ministério Público. Existem casos em que não se faz necessária a capacidade postulatória para atuar em juízo, como nos Juizados Especiais Cíveis, quando o valor da causa não ultrapassar 20 salários mínimos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 88 O nascituro tem capacidade de ser parte. Será representado pela mãe ou pelo Ministério Público. Assim, a mãe, como representante do nascituro, poderá oferecer a ação e, caso venha a nascer com vida, poderá ser investido da titularidade do direito material. COMENTÁRIOS: Percebam que Roberval é técnico em computação, não se mencionou na questão se ele era advogado inscrito nos quadros da OAB, de maneira que não tem, em regra, capacidade postulatória. Gabarito: C DOS DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES Não se justificaria a intervenção estatal se não houvesse um conflito de interesses. Uma vez existente o conflito, busca-se uma decisão pacificadora que só será alcançada por meio da cooperação das partes, devendo ser respeitadas as normas e regras processuais e as determinações do juiz. Desse modo, são deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo (arts. 77 e 78 do NCPC): a) expor os fatos em juízo conforme a verdade; (TRF 2ª Região) Roberval é maior, capaz, técnico em computação, reside da cidade do Rio de Janeiro, se acha em pleno exercício de seus direitos e habilitado a todos os atos da vida civil. Nesse caso, Roberval a) tem capacidade postulatória e capacidade para estar em juízo. b) tem capacidade postulatória, mas não tem capacidade para estar em juízo. c) tem capacidade para estar em juízo, mas não tem capacidade postulatória. d) não tem capacidade postulatória, nem capacidade para estar em juízo. e) só tem capacidade para estar em juízo e capacidade postulatória se estiver assistidopor curador especial. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 88 b) não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; c) não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; d) cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; e) declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; f) não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. Nas hipóteses das letras d e f, o juiz advertirá as partes, seus procuradores e todos aqueles que de qualquer forma participem do processo de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. A violação ao disposto nas letras d e f constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto essa multa, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta, será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97. A multa estabelecida de até vinte por cento do valor da causa poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1°, e 536, § 1°. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 88 Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa de até vinte por cento do valor da causa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário- mínimo. Quando houver inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação da multa de até vinte por cento do valor da causa. Também é relevante mencionar que o representante judicial da parte não poderá ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. Por último, de ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada. No processo civil, as partes estão livres para escolher os meios necessários à consecução dos objetivos, desde que esses sejam idôneos, respeitando a celeridade do processo. As partes devem respeitar os princípios da lealdade, da probidade e da dignidade da justiça. Reforça-se que, além das partes, os deveres elencados nos arts. 77 e 78 do CPC [acima] devem ser respeitados pelos terceiros intervenientes e pelos advogados que representam as partes. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 88 COMENTÁRIOS: $FDEDPRV�GH�YHU�QD�OHWUD�³c´�TXH�VmR�GHYHUHV�GDV�SDUWHV�H�GH�WRGRV�DTXHOHV� que de qualquer forma participam do processo não formular pretensões nem alegar defesa cientes de que são destituídas de fundamento. Gabarito: Errado Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria: a) declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações; b) comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. Se o advogado descumprir o disposto na letra a, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição. Se o advogado infringir o previsto na letra b, serão consideradas válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos autos. RESPONSABILIDADE DAS PARTES POR DANO PROCESSUAL Caso uma das partes aja com má-fé, deverá indenizar as perdas e danos causados à parte prejudicada (art. 79 do NCPC). Essa responsabilidade alcança tanto o autor e o réu como os intervenientes no processo. (TRE ES) A respeito dos auxiliares da justiça e das partes do processo, julgue o item abaixo. No exercício do direito à ampla defesa e ao contraditório, o réu pode alegar, em contestação, defesa destituída de fundamento. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 88 É litigante de má-fé aquele que: deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistência injustificada ao andamento do processo; proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; provocar incidente manifestamente infundado; interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. Caso seja classificado como litigante de má-fé, a indenização compreenderá: os prejuízos das partes; os honorários advocatícios, as despesas efetuadas pelo lesado, sendo que a reparação do ato ilícito será devida qualquer que seja o resultado da lide, mesmo que a decisão seja favorável ao litigante de má- fé. Há a possibilidade de aplicar a penalidade de quantia pecuniária de um por cento até dez por cento do valor corrigido da causa. Art. 81 do NCPC: Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.¾ Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. ¾ Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. A multa pode ser acompanhada do arbitramento de indenização pelos danos suportados pela parte prejudicada. O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 88 RESPONSABILIDADE E DIREITOS DO PROCURADOR A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. No entanto, ela poderá postular em causa própria em duas situações: a) Quando tiver habilitação legal; ou seja, ser advogado; b) Quando não tiver habilitação e o ordenamento jurídico a autorizar (Art. 9º da Lei 9.099/1995). O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. Nestes casos, o advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. A procuração para o foro mencionada, anteriormente, é outorgada por instrumento público ou particular, assinado pela parte, e habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo: receber citação inicial, confessar, (TRE SP/Adaptada) Beatriz está sendo executada judicialmente pelo descumprimento de obrigação contratual, cujo valor da causa é R$ 62.000,00. Na referida execução, Beatriz foi considerada litigante de má-fé porque interpôs recurso com o intuito manifestamente protelatório. De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, a multa pela litigância de má-fé NÃO excederá: a) R$ 620,00. b) R$ 1.240,00. c) R$ 3.100,00. d) R$ 6.200,00 e) R$ 9.300,00. Gabarito: D Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 88 reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. Essas competências, portanto, não são conferidas ao advogado por procuração geral para o foro. Percebam que há uma lógica para não se conferir ao advogado algum desses poderes. Seria irracional permitir ao advogado dispor de direitos da parte ou negociar o bem da vida (o objeto em discussão). É possível que o procurador recorra de decisão do juiz, isso é razoável, já que o faz perseguindo o que é de desejo da parte, mas não é razoável que, por exemplo, possa firmar compromissos em nome da parte ou transija em nome dela. Sobre a procuração é importante mencionar que: a) pode ser assinada digitalmente, na forma da lei; b) deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. c) Apontar-se o outorgado integra sociedade de advogados. A procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo. Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença. (TRF 2ª Região) A procuração geral para o foro conferida por instrumento público ou particular, assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, inclusive a) transigir. b) receber e dar quitação. c) firmar compromissos. d) recorrer. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 88 e) desistir. COMENTÁRIOS: Relembrando: entre os poderes conferidos por procuração geral por foro não se encontram: 1) receber citação, 2) confessar, 3) reconhecer a procedência do pedido, 4) transigir, 5) desistir, 6) renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, 7) receber, 8) dar quitação, 9) firmar compromisso e 10) assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. (disposição do art. 105 do CPC). Percebam que a possibilidade de recorrer não está no rol de exceções à SURFXUDomR�JHUDO�GH�IRUR��GH�PDQHLUD�TXH�D�UHVSRVWD�FRUUHWD�HVWi�QD�OHWUD�³G´� Gabarito: D Uma vez outorgada ao advogado procuração especial com poder de ser citado em nome da parte, o advogado poderá ser citado na forma legal, artigos 238 e seguintes do CPC. O artigo 242 discorre sobre a citação de quem detém procuração para tanto: a citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. § 1o Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados. § 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo. § 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 88 (TJDFT) Mauro, advogado, tem domicílio em Brasília e exerce suas atividades de advocacia em seu único escritório, situado em Taguatinga. Trata-se de causídico que ostenta procuração por instrumento público com poderes especiais para receber citações em nome de François, seu cliente estrangeiro domiciliado em Paris. A partir da situação hipotética acima, julgue os seguintes itens. Eventual citação de François feita na pessoa de Mauro no seu domicílio em Brasília seria nula, pois, por se tratar de relações concernentes à sua profissão, deveria ser realizada em Taguatinga. Gabarito: Errado São direitos do advogado no curso do processo: 1) Examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal,mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; conforme o disposto no art. 189 ± que elenca as situações em que os processos correm em segredo de justiça. São elas: a - em que o exija o interesse público ou social; b - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; c - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; d - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 88 O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação. 2) Requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; 3) Retirar os autos do cartório ou secretaria, pelo prazo legal, sempre que lhe competir falar neles por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio. Relevante, igualmente, mencionar que sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. É lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. Se não devolver os autos tempestivamente, o procurador perderá no mesmo processo o direito de retirá-los novamente. Quanto à responsabilidade do procurador, o STJ tem entendido que se ele (o procurador) é responsável por eventuais ofensas à outra parte, não é o procurado responsável. Eventuais ofensas feitas no processo pelo advogado, ainda que tenha relação de emprego com quem representa em juízo, é de sua inteira responsabilidade. Assim, o STJ garantiu a independência do advogado, ainda que ele seja funcionário de quem representa. Em contrapartida, é ele que tem de arcar com abusos que cometer em juízo. (Recurso Especial N° 1.048.970-MA (2008/0084652-9), Relator: Min. FERNANDO GONÇALVES, Data de Julgamento: 15/4/2010) Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 88 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Esse tema, além de constar no NCPC, está no estatuto da OAB. Existem 3 tipos de honorários advocatícios: convencionados, arbitrados judicialmente e de sucumbência. Art. 22 da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da OAB): a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. a) Convencional: acordado entre advogado e cliente. Poderá ser o fixado na tabela de honorários ou maior. b) Arbitrados judicialmente: por meio de ação própria do advogado, direcionada ao juiz da causa, que, por sua vez, não fixará valor menor ao definido na tabela de honorários. c) De sucumbência: o que a parte vencida deve pagar a outra parte. O § 2º do art. 82, o artigo 84 (caput) e o artigo 85 do NCPC determinam que: a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios. Essa verba honorária será devida, também, nos casos em que o advogado funcionar em causa própria. Dúvida: O art. 98 do CPC/2015 prescreve que a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. No entanto, se o autor da ação tiver legalmente insuficiência de recursos e ao mesmo tempo ganhar a ação, o réu pagará os honorários advocatícios? Sim. Como vimos, o art. 85, caput, do NCPC, dispõe que a sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. Desse modo, o vencido é quem arcará com os honorários advocatícios. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 88 1) Primeira hipótese: Se o réu vencer a causa, o autor manterá seu benefício da gratuidade. 2) Segunda: Se o réu (não favorecido pela gratuidade) for vencido, deverá arcar com as despesas e honorários advocatícios, ainda que o autor (vencedor) seja beneficiário da gratuidade. Atenção! A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência. A parte beneficiada pela isenção do pagamento das custas ficará obrigada a pagá-las, desde que o possa fazer, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. Se dentro de cinco anos, a contar do trânsito em julgado da decisão que as reconheceu, o assistido não puder satisfazer tal pagamento, a obrigação ficará prescrita. Assim, vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. A gratuidade da justiça compreende: I - as taxas ou as custas judiciais; II - os selos postais; III - as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios; IV - a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse; V - as despesas com a realização de exame de código genético - DNA e de outros exames considerados essenciais; Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 88 VI - os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de documento redigido em língua estrangeira; VII - o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida para instauração da execução; VIII - os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outrosatos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório; IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido concedido. A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas. Além disso, vale mencionar que a gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. Pedido O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso. O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 88 devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos. ¾ Vejamos os seguintes enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis: 8. (arts. 85, § 18, 1.026, § 3º, III) Fica superado o enunciado 453 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC �³2V�KRQRUiULRV�VXFXPEHQFLDLV��TXDQGR�RPLWLGRV� em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em DomR� SUySULD´�� (Grupo: Ordem dos Processos no Tribunal, Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo) 239. (arts. 85, caput, 334, 335) Fica superado o enunciado n. 472 da súmula do STF �³$�FRQGHQDomR�GR�DXWRU�HP�KRQRUiULRV�GH�DGYRJDGR��FRP�IXQGDPHQWR�Qo art. 64 do &yGLJR�GH�3URFHVVR�&LYLO��GHSHQGH�GH�UHFRQYHQomR´�, pela extinção da nomeação à autoria (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos). 240. (arts. 85, § 3º, e 910) São devidos honorários nas execuções fundadas em título executivo extrajudicial contra a Fazenda Pública, a serem arbitrados na forma do § 3º do art. 85. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos). 241. (art. 85, caput e § 11). Os honorários de sucumbência recursal serão somados aos honorários pela sucumbência em primeiro grau, observados os limites legais. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos). 242. (art. 85, § 11). Os honorários de sucumbência recursal são devidos em decisão unipessoal ou colegiada. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos). 243. (art. 85, § 11). No caso de provimento do recurso de apelação, o tribunal redistribuirá os honorários fixados em primeiro grau e arbitrará os honorários de sucumbência recursal. (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos). 244. (art. 85, § 14) Ficam superados o enunciado 306 da súmula do STJ �³2V� honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo sem Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 88 H[FOXLU� D� OHJLWLPLGDGH� GD� SUySULD� SDUWH´� e a tese firmada no REsp Repetitivo n. 963.528/PR, após a entrada em vigor do CPC, pela expressa impossibilidade de compensação (Grupo: Advogado e Sociedade de Advogados. Prazos). 384. (art. 85, §19) A lei regulamentadora não poderá suprimir a titularidade e o direito à percepção dos honorários de sucumbência dos advogados públicos. (Grupo: Impacto do novo CPC e os processos da Fazenda Pública) ATENÇÃO! Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. Dessa maneira, as pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que demonstrem sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais terão direito ao benefício da justiça gratuita ± assistência jurídica. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL A parte é dividida, doutrinariamente, em duas espécies: a parte principal, que ingressa no processo para pleitear em nome e direito próprio; e a parte acessória, que intervém no processo em direito de terceiros. Na substituição processual, a parte recebe autorização para pleitear em nome próprio direito alheio. Esse fenômeno é frequente nas ações do Ministério Público, quando tutela direito difuso, coletivo ou individual homogêneo. Nesse caso, (DPU /Adaptada) O benefício da assistência judiciária pode ser concedido às pessoas jurídicas com ou sem finalidade lucrativa. Gabarito: Certo Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 88 o Ministério Público atua de modo amplo, instaurando a relação jurídico-processual e exercendo o direito de ação. A substituição processual, vale mencionar, não é uma prerrogativa exclusiva do Ministério Público, podendo ser atribuída, por exemplo, aos sindicatos e às associações civis. Além disso, ressalte-se que o substituto tem o direito de praticar todos os atos processuais, não lhe sendo facultado, contudo, o direito de transigir, de renunciar ou de reconhecer a procedência do pedido. Isso porque o direito material pertence aos substituídos. x Na substituição processual, a parte reivindica em seu nome direito do outro (de terceiro); enquanto na representação processual, a parte reivindica em nome do outro, direito também do outro, uma vez que o titular do direito material não pode postular. Mas o representante não é parte do processo. ¾ Vejamos o seguinte enunciado do Fórum Permanente de Processualistas Civis: 110. (art. 18, parágrafo único) Havendo substituição processual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve determinar a intimação deste último para, querendo, integrar o processo. (Grupo: Litisconsórcio e Intervenção de Terceiros). LITISCONSÓRCIO E ASSISTÊNCIA. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS LITISCONSÓRCIO Quando se têm várias pessoas em um polo do processo, configura-se o litisconsórcio (lide+consórcio) ± que é litigar em consórcio. O litisconsórcio é fenômeno processual em que mais de um sujeito atua em um dos polos da causa. Quanto ao polo em que ocorre, o litisconsorte classifica-se em ativo, que ocorre no polo ativo (autoria); passivo, que ocorre no polo passivo (réu), e misto, em que há várias pessoas no polo passivo e no ativo. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentadosProf. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 88 Em relação ao momento, o litisconsórcio pode ser dividido em inicial, ocorre no momento da propositura da ação, e incidental, acontece durante o processo, no curso do processo. Igualmente importantes são outras duas classificações que se referem à relação do litisconsórcio com o próprio processo. A classificação quanto ao relacionamento do litisconsórcio com o processo necessário (obrigatório) ou facultativo. O primeiro impõe-se pela lei, não pode ser dispensado, nem por vontade das partes; ou em decorrência da unitariedade da decisão; ou seja, quando a decisão tiver de ser idêntica a cada um dos litisconsortes. O segundo, facultativo, dá-se por vontade das partes. Em regra, portanto, o litisconsórcio é facultativo. O necessário ocorrerá por força de lei ou em decorrência da unitariedade da decisão (decisão ter de ser idêntica para cada um dos litisconsortes). (MPE PI) Julgue os itens a seguir, referentes ao litisconsórcio. A formação do litisconsórcio decorre estritamente da lei e o seu princípio básico é o da não facultatividade, ou seja, no caso de litisconsórcio ativo, há um verdadeiro dever de demandar que recai sobre todos os litisconsortes. Gabarito: Errado Na classificação quanto à igualdade da decisão, o litisconsórcio pode ser unitário, em que a decisão da causa deve ser idêntica para todos os litisconsortes, e o não unitário (simples), em que a decisão da causa pode ser diferente para cada litisconsorte. O Novo CPC trabalha com as classificações de litisconsórcio necessário e facultativo; e corrige o equívoco do CPC/1973. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 88 O litisconsórcio necessário do CPC/1973 recebia o conceito que caberia, na verdade, ao litisconsórcio necessário. Unitário é o litisconsórcio no qual a sentença deve ser idêntica a todos os litigantes, mas o artigo 47 do código anterior descrevia o litisconsórcio necessário como aquele que, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo. Percebam que é o exato conceito do litisconsórcio unitário! O CPC/2015, por sua vez, corrigiu a inadequação ao inserir a seguinte previsão: Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. Em regra, o litisconsórcio é facultativo. O necessário ocorrerá por força de lei ou em decorrência da unitariedade da decisão. Por que a lei determinaria que pode e, até mesmo, que deve haver litisconsórcio? Dois importantes objetivos do litisconsórcio são a economia processual e o combate à contradição no julgamento (que pode ocorrer se causas iguais ou afins são julgadas de modo diferente). Isso não quer dizer que no litisconsórcio (necessário ou facultativo) a sentença deva ser idêntica para todas as pessoas da mesma parte. Aliás, essa obrigação configura o litisconsórcio unitário, como visto. É possível a formação do litisconsórcio tanto no caso de os pedidos serem iguais ou semelhantes quanto nos casos em que as causas de pedir são iguais ou semelhantes. Exemplo de litisconsórcio necessário é o disposto no artigo 73 do CPC/2015: Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 88 Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. § 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente, quando: [...] § 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. A hipótese mencionada no dispositivo é possível para a modalidade de litisconsórcio facultativo, e inova o CPC/2015 ao incluir as previsões de que sejam também limitados os litigantes no momento de liquidação da sentença ou da execução da sentença. Fala-se, nessas circunstâncias, do famoso litisconsórcio multitudinário, que pode ser descrito como o litisconsórcio que, em virtude do número excessivo de litisconsortes, para evitar prejuízos à defesa processual e à Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 88 agilidade do processo, pode ser dividido em outros processos. Na modalidade de litisconsórcio necessário, o juiz não poderá prolatar decisão sem que tenham sido citados todos os litisconsortes. Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será: I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo; II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. Assim, a sentença será nula se litisconsorte necessário não tiver sido provocado para atuar no processo, e será ineficaz quando proferida em contexto de litisconsórcio necessário simples, em relação àqueles litisconsortes que não foram citados. Se houver requerimento para que o número de litisconsortes seja limitado, haverá interrupção do prazo de resposta, que será, portanto, reiniciado. Importante destacar que a interrupção é do requerimento, não da admissibilidade. Ainda, relativamente aos prazos, vale menção ao art. 229 do CPC/2015, no qual se prevê a contagem de prazos em dobro, no litisconsórcio, quando houver diferentesprocuradores para contestar, recorrer e falar nos autos: os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. DICA Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. DICA Não se aplica a contagem em dobro aos processos em autos eletrônicos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 88 (TJ RR) De acordo com o CPC, quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, os prazos para contestar e recorrer serão contados em dobro, prerrogativa esta que não se estende às demais manifestações nos autos. COMENTÁRIOS: Percebam que o erro da questão está em restringir a prerrogativa de contagem dos prazos em dobro às situações de recursos e contestação, quando a regra se estende para manifestações nos autos em geral. Gabarito: Errado INTERVENÇÃO DE TERCEIROS É a legitimação de um sujeito que não pertence ao processo em andamento, mas que participará dele. Para tanto, essa permissão deve, necessariamente, estar prevista em lei, pois, uma vez parte do processo, o terceiro passa a integrá-lo. Terceiro é considerado aquele que, por meio de um fato jurídico processual, e sendo autorizado por lei, ingressa em processo em curso, vindo a se constituir em parte. Sua participação no processo não implicará a criação de um novo. A intervenção de terceiros baseia-se nos pressupostos da economia processual e na harmonização das decisões, assim como o litisconsórcio. Importante destacar uma novidade do CPC/2015: o anterior (CPC/1973) não previa o instituto do amicus curiae, mas este instituto passou a figurar como forma típica (prevista no código: art. 138) de intervenção de terceiros. Mas, o que é amicus curiae (amigo da corte)? De caráter democrático, consiste naquele terceiro neutro que integra o processo para dar contribuição intelectual sobre fato de interesse social e que seja inédito ou de difícil solução. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 88 Em relação ao CPC/1973, importante mencionar que a nomeação à autoria passou a figurar no art. 339 do CPC/2015, sendo, portanto, deslocado do capítulo de ³,QWHUYHQomR�GH�7HUFHLURV´�SDUD�DTXHOH�TXH�WUDWD�GD�FRQWHVWDomR� Igualmente, deixou de constar como Intervenção de Terceiros no NCPC a ³2SRVLomR´��TXH��SRU�VXD�QDWXUH]D��DR�HVWDEHOHFHU�XPD�QRYD�UHODomR�MXUtGLFD�HQWUH�R� opoente e os opostos (autor e réu), agora, situa-se no CPC/2015 como procedimento especial. ASSISTÊNCIA O legislador do CPC/2015 acolheu as críticas dos doutrinadores e incluiu a assistência QD� SDUWH� GR� FyGLJR� TXH� WUDWD� GH� ³LQWHUYHQomR� GH� 7HUFHLURV´� �/LYUR� ,,,�� Título III), tem a mesma natureza jurídica das outras modalidades de intervenção, mas, no código anterior, era tratada à parte. A assistência justifica-se pela perspectiva de que decisões proferidas no processo venham a atingir um terceiro, por isso este terceiro, o assistente, procura ingressar no feito para influir no resultado do julgamento. Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. A assistência, em suma, consiste no ingresso de terceiro no processo para auxiliar uma das partes litigantes a obter decisão judicial favorável. Independentemente de o terceiro ingressar de maneira voluntária ou haver a existência da demanda, a assistência será sempre voluntária. Logo, o terceiro só participará do processo por livre e espontânea vontade. O assistente não é parte relevante do processo como o são autor e réu, pois a lide não diz respeito ao seu direito, a lei o trata por parte auxiliar da principal (art. 121 do CPC/2015). Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 88 O único pressuposto de validade da assistência é o interesse jurídico do sujeito alheio ao processo. Também aqui há um ponto importante: para ser assistente, o terceiro deve demonstrar a possibilidade de ser afetado, juridicamente, pela decisão judicial. Grifou-se a expressão interesse jurídico, porque o interesse tem de ser nesse campo, ainda que tenha efeito em outras áreas. Não se justifica, portanto, o interesse exclusivamente econômico ou de fato. De modo que, a alegação de que o interessado poderá sofrer grande prejuízo financeiro não é suficiente para recorrer- se à assistência. A ocorrência do interesse jurídico é analisada pela influência que a sentença exerceria sobre a esfera de direitos de quem pretende ser assistente. Ou seja, há interesse jurídico quando a sentença pode alterar direito do assistente. Como se disse, o interesse para o cabimento da assistência deve ser jurídico. No entanto, o art. 5o, parágrafo único, da Lei Federal no 9.469/1997, admite a assistência em caso de interesse econômico de pessoas jurídicas de direito público: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas. Nesse caso, ocorrerá a assistência atípica. Art. 5o: A União poderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 88 PROCEDIMENTO DA ASSISTÊNCIA O terceiro solicita participação no processo por petição fundamentada, não havendo necessidade de preencher os requisitos para petição inicial, do art. 319 do CPC/2015. No parágrafo único do art. 119 do CPC/2015, observa-se a amplitude da assistência quando autoriza o terceiro a ingressar, a qualquer momento, no processo (desde a petição inicial até o trânsito em julgado). Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado emque se encontre. Na segunda parte do parágrafo único, ocorre o fenômeno processual da preclusão. Isso significa que os atos já praticados estarão protegidos e não se admite sua repetição. De modo que o assistente ingressa no processo como ele está naquele momento, sem poder repetir o que já foi feito ou alegado. Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. O juiz decidirá previamente sobre a possibilidade da assistência ou não. Se a assistência for indeferida por falta de interesse jurídico, não se instalará o incidente do mencionado artigo. Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido. Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 88 Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL A assistência pode ser simples (adesiva) ou litisconsorcial. Na assistência simples o interesse do assistente não se liga diretamente ao litígio, o assistente (aquele que assiste) é mero coadjuvante do assistido, exercendo função complementar, assim, não pode ir contra a opção processual do assistido. A assistência litisconsorcial, por seu turno, tem como característica a defesa pelo assistente de direito próprio, ele exerce sua defesa de modo independente, não ficando sujeito à atuação do assistido, caracteriza-se por essa defesa um litisconsórcio facultativo. Espécie tradicional Assistência simples ou adesiva Assiste uma das partes, para que ela obtenha sentença favorável. Relação jurídica com o assistido. Espécie excepcional Assistência litisconsorcial ou qualificada O assistente defende interesse próprio. Relação jurídica com o assistido e com a parte contrária A assistência litisconsorcial seria o equivalente a litisconsórcio facultativo ulterior e unitário, pois ocorre somente em situações de litisconsórcio facultativo e de modo unitário, já que a decisão deve ser a mesma para assistido e assistente. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 88 O artigo 124 prevê a assistência litisconsorcial, considerando-se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentença houver de influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido: Seção III Da Assistência Litisconsorcial Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. (MPE PI) Julgue os itens a seguir, referentes ao litisconsórcio. A figura do litisconsórcio assistencial se caracteriza pelo fato de o terceiro assistente ingressar no processo somente para auxiliar uma das partes, não adquirindo, assim, o status de litisconsorte, pois não há nesse caso relação jurídica que lhe diga respeito. COMENTÁRIOS: Ainda que seja tratada em sessão própria, distinta da sessão do litisconsórcio, a assistência litisconsorcial assume características que a aproximam do litisconsórcio, como dissemos linhas atrás a assistência litisconsorcial seria o equivalente a litisconsórcio facultativo ulterior e unitário. Gabarito: Errado Exemplo da assistência litisconsorcial está no condômino que ingressa de modo ulterior no feito. No momento do ajuizamento da ação, os condôminos presentes formam litisconsórcio facultativo unitário, uma vez que cada condômino tem legitimidade para atuar em relação ao bem comum, independentemente da vontade dos demais. De outro modo, aquele condômino que, nesse exemplo, ingressar posteriormente no processo, entrará como assistente litisconsorcial. Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 88 DENUNCIAÇÃO À LIDE Antes, no código anterior, de caráter obrigatório, a Denunciação da Lide passou a ser admissível. Esse instituto serve para que um terceiro seja responsabilizado pelo ressarcimento de eventuais danos causados pelo resultado do processo. Assim, o fator que legitima a denúncia à lide é o direito de regresso ± parte/terceiro ou, de modo excepcional, autor/réu. (DPE DF) A modalidade de intervenção de terceiros que se presta a assegurar a efetivação do direito de regresso em favor da parte eventualmente sucumbente no processo é: a) a nomeação à autoria. b) a assistência. c) a denunciação da lide. d) o chamamento ao processo. e) a oposição. Gabarito: C CARACTERÍSTICAS Uma das mais importantes vantagens proporcionadas pelo instituto da denunciação da lide é a economia processual, de maneira a se evitar que os fatos já decididos em uma ação sejam postos novamente em discussão durante a ação de regresso. Incidente Instaurada em processo existente Regressiva Existência de direito de regresso da parte contra o terceiro Eventual Relação de prejudicialidade com a demanda originária Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG Direito Processual Civil Teoria e Exercícios comentados Prof. Gabriel Borges Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 88 Antecipada Confronto: interesse de agir e economia processual, prevalecendo, a primeira hipótese; nenhum dano a ser ressarcido no momento da denúncia da lide. CABIMENTO 1 ± Garantia da evicção (evicção é a perda da coisa por força de sentença, que atribui a terceiro direito anterior ao contrato aquisitivo). Sobre a evicção, importante destacar que o inciso II do art. 1.072 do CPC/2015 revoga expressamente o artigo 456 do Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002). Desse modo, não é mais obrigatória D�³'HQXQFLDomR�GD�/LGH´� nos casos de evicção. 2 ± Posse indireta. 3 ± Direito regressivo de indenização A denunciação da lide é possível: ¾
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