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pdf 166272 Aula 03 LIMPAcurso 19494 aula 03 v1

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Aula 03
Direito Processual Civil p/ TRF 1ª Região (Técnico Judiciário - Área Administrativa)
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 120 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRF 1ª REGIÃO 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo IV: Juizado Especial Federal: princípios e competência. Dos órgãos judiciários e dos 
auxiliares da justiça. 
02 
2. Resumo 78 
3. Lista das questões apresentadas 83 
4. Questões comentadas 90 
5. Gabarito 120 
 
 
JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL 
Enquanto a Lei no 9.099/95 (dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais) exclui de sua competência as causas de interesse da Fazenda 
Pública Estadual, a Lei no 12.153/2009 vem tratar delas. 
Obviamente, mantendo a característica dos Juizados Especiais de 
atuar em causas de baixo valor. Mas, nesse ponto, também há diferença entre 
os dois juizados, já que os cíveis são competentes para causas até 40 salários 
mínimos, enquanto os Juizados Especiais da Fazenda Pública Estadual para 
causas até 60 salários mínimos (assim como os Especiais Federais). 
AULA 03: JUIZADO ESPECIAL FEDERAL: PRINCÍPIOS E COMPETÊNCIA. DOS ÓRGÃOS 
JUDICIÁRIOS E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA. 
CAPÍTULO IV: JUIZADO ESPECIAL FEDERAL: PRINCÍPIOS E 
COMPETÊNCIA. DOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS E DOS AUXILIARES DA 
JUSTIÇA. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 120 
 
Enquanto prevalece no Juizado Especial Cível o caráter de 
facultatividade, prevalece no Juizado Especial da Fazenda Pública Estadual, 
como no federal, a obrigatoriedade. 
Não é de competência do juizado em estudo: 1) as ações de mandado 
de segurança, de desapropriação e demarcação, populares, por improbidade 
administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses 
difusos ou coletivos; 2) as causas sobre bens imóveis dos Estados, DF, 
territórios e municípios, bem como das autarquias e fundações públicas a eles 
vinculadas; 3) as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de 
demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares 
aplicadas a militares. 
Sobre a esta Lei é igualmente importante memorizar que ela 
define, como partes possíveis nos Juizados Especiais da Fazenda Pública 
Estadual, autores: as pessoas físicas, as micro e pequenas empresas; réus: os 
estados, DF, territórios e municípios, bem como as autarquias, fundações 
públicas e empresas públicas a eles vinculadas. 
 
PARTES 
Art. 8º da Lei nº 9.099/95: Não poderão ser partes, no processo 
instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito 
público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente 
civil. 
O caput do artigo mencionado enumera aqueles que não poderão ser 
partes perante os juizados especiais estaduais. Essa limitação às pessoas 
jurídicas de figurarem como autoras, perante os juizados especiais, vai além da 
limitação de competência imposta pela Constituição. Importante ressaltar que a 
Lei nº 9.841/99 admitiu que as microempresas e as empresas de pequeno 
porte sejam autoras perante os juizados especiais. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
Prof. Gabriel Borges 
 
 
 
 
Prof. Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 120 
 
O §1º e seus incisos traz a legitimidade ativa. Vejamos: 
§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado 
Especial: (Redação dada pela Lei nº 12.126, de 2009) 
I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de 
pessoas jurídicas; (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009) 
II - as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais, 
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar 
nº 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei Complementar nº 
147, de 2014) 
III - as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade 
Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 
1999; (Incluído pela Lei nº 12.126, de 2009) 
IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos 
do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 
12.126, de 2009) 
 
Outro ponto que deve ser mencionado é a discriminação em relação ao 
incapaz e ao preso. A norma proíbe estes de figurarem como autores perante 
os juizados especiais. Normativa que assusta um pouco, visto que o fato de ser 
incapaz ou preso não cria mais encargo ao acesso à justiça do que àqueles 
impostos a qualquer pessoa. Essa limitação viola o princípio da isonomia. 
Neste ponto o Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais em 
seu Enunciado nº 10 considera TXH� ³o incapaz pode ser parte autora nos 
Juizados Especiais Federais, dando-se-lhe curador especial, se ele não 
tiver representante constituído�´ 
Imperioso mencionar também, que há inconstitucionalidade na 
exclusão das pessoas jurídicas como autoras. Ora, a Constituição Federal 
assegura a estas os mesmos direitos e garantias das pessoas físicas, desde 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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que compatíveis com sua natureza. Além disso, a proibição fere os princípios 
de igualdade das partes e de acesso à justiça. 
Argumenta o legislador que não poderia tornar os juizados especiais 
instrumentos de cobrança de crédito em benefícios de grandes empresas, pois 
se isso o fizesse estariam desvirtuando a finalidade de garantir o acesso à 
justiça àqueles alijados desse acesso. 
O que tranquiliza, é que a Lei n° 10.259/01 em seu art. 6º, inciso II, e a 
Lei nº 12.153/09 em seu art. 5º, inciso II, eliminaram este tratamento não 
isonômico aplicado às pessoas jurídicas. 
Essa legitimidade ativa, também foi ampliada pela Lei nº 12.126/2009. 
Com a referida norma, passaram ater legitimidade ativa as pessoas jurídicas 
classificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público e as 
sociedades de crédito ao microempreendedor. 
E o réu? O réu poderá ser pessoa jurídica. Aliás, isso é o que mais 
ocorre, principalmente no contencioso de massa que envolve o direito do 
consumidor. 
Outro ponto que vamos mencionar aqui é a dispensa de patrocínio 
obrigatório nas causas de valor não superior a 20 (vinte) salários mínimos. 
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes 
comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de 
valor superior, a assistência é obrigatória. 
Atenção! Portanto, nas causas de valor até vinte salários mínimos, as 
partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas 
de valor superior, a assistência é obrigatória. Percebam, desse modo, que a 
parte pode integrar o processo e nele atuar, independentemente de advogado, 
nas causas até 20 salários mínimos. Guardem essa informação para a sua 
prova. Trata-se de exceção à obrigatoriedade de se constituir advogado em 
eventos de administração da justiça. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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É facultativa a assistência! Se uma das partes comparecer assistida 
por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual,terá a outra 
parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao 
Juizado Especial, na forma da lei local. O Juiz alertará as partes da 
conveniência do patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar. 
Observem que a assistência ser facultativa e o dever somente de 
alertar não garantiria efetivamente a paridade de armas, e isso pode ser 
considerado um tipo de afronta ao princípio do contraditório e da ampla defesa. 
Uma questão interessante a ser debatida, sobre a qual não há consenso. 
Vamos seguir em frente e falar um pouco da presença das partes na 
audiência. 
A presença das partes na audiência é de caráter obrigatório, sob pena 
de revelia para o réu ou extinção do processo para o autor. Todavia, 
atenção à faculdade dada pela Lei, às pessoas jurídicas ou à firma individual, 
para a constituição de preposto. 
Art. 9º, § 4º da Lei 9.009/95: O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de 
firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado, munido de 
carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de 
vínculo empregatício. (Redação dada pela Lei nº 12.137, de 2009) 
Mais uma crítica merece ser feita acerca deste artigo. A impossibilidade 
de o autor constituir preposto é outra violação ao acesso à justiça. Não só fere 
as pessoas enfermas, idosas ou com dificuldades especiais, mas para qualquer 
demandante eventual, como é o caso do autor, que tem que abandonar suas 
tarefas diárias para comparecer em juízo. Vale lembra que o réu que não seja 
pessoa jurídica e ou firma individual também está sujeito a esse tratamento não 
isonômico, a dizer discriminatório da norma. 
Outro mandamento legal que exorbita o bom senso é a proibição de 
intervenção de terceiros ou assistência perante os juizados especiais. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção 
de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio. 
Ademais, vale ressaltar que não se admitirá, no processo, qualquer 
forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admite-se, 
entretanto, o litisconsórcio. 
 
(MPE AL/Adaptada) No que concerne aos aspectos processuais dos Juizados Especiais 
Cíveis previstos na Lei no 9.099/95, é correto afirmar que 
a) os incapazes podem ser partes no processo se estiverem representados pelos pais ou 
tutores. 
b) admitir-se-á nomeação à autoria, chamamento ao processo e assistência. 
c) tratando-se de pedidos cumulativos, a soma poderá ultrapassar o limite de quarenta 
salários mínimos. 
d) não se fará citação por edital, ainda que o réu se encontre em local incerto e não 
sabido. 
COMENTÁRIOS: 
Está correta, por previsão do art. 18 da Lei n° 9.099/95, a letra D. 
Art. 18. A citação far-se-á: 
I - por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria; 
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega 
ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado; 
III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de 
mandado ou carta precatória. 
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para 
comparecimento do citando e advertência de que, não comparecendo este, 
considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido 
julgamento, de plano. 
§ 2º Não se fará citação por edital. 
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da 
citação. 
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou 
por qualquer outro meio idôneo de comunicação. 
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§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo 
cientes as partes. 
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço 
ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas 
ao local anteriormente indicado, na ausência da comunicação. 
Gabarito: D 
 
DO JUIZ E DOS AUXILIARES 
 O juizado especial é dirigido por juiz togado, que será auxiliado por 
conciliadores e Juízes leigos, recrutados, os primeiros (conciliadores), 
preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos (Juízes leigos), 
entre advogados com mais de cinco anos de experiência. 
Os conciliadores têm sua atividade limitada ao esforço da 
conciliação que se inicia na abertura da primeira audiência. O juiz leigo, 
por sua vez, é um auxiliar que pode atuar como arbitro nos casos de 
arbitragem. Também poderá colher as provas orais em audiência. Neste caso, 
ele elaborará a sentença para homologação do juiz togado. 
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão 
e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir 
outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de 
atos probatórios indispensáveis. 
A figura o juiz leigo está consagrada na Lei nº 9.099/95 e está 
relacionada à ideia de um magistrado temporário, não profissional. O que isto 
quer dizer? Quer dizer que ele não é investido em cargo da carreira de 
magistratura por concurso público. 
 
POSTULAÇÃO INICIAL E A CONCILIAÇÃO 
O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou 
oral, à Secretaria do Juizado. Ou seja, a petição inicial pode ser admitida tanto 
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escrita como oralmente. Nos casos de pedido oral, este será reduzido a escrito 
pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou 
formulários impressos. 
Vale destacar que a norma permite a formulação do pedido genérico 
quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação. 
Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível: 
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes; 
II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta; 
III - o objeto e seu valor. 
A citação, regra geral, é realizada por correspondência, com aviso de 
recebimento em mão própria. Tratando-se de pessoa jurídica ou firma 
individual, a citação será considerada realizada mediante a entrega de 
correspondência na empresa, devendo a pessoa que recebeu ser 
obrigatoriamente identificado. 
Sendo necessário, a citação será realizada por oficial de justiça, 
independentemente de mandado ou carta precatória. Fundamental lembrar 
que aqui não é admitida a citação por edital. 
A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para 
comparecimento do citando e advertência de que, não comparecendo este, 
serão consideradas verdadeiras as alegações iniciais, e proferido julgamento, 
de plano. 
Como nos demais casos (inclusive do procedimento comum), o 
comparecimento espontâneo do réu suprirá a falta ou nulidade da citação. 
No caso das intimações, não há segredos. Elas serão feitas na forma 
prevista para a citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação. 
 Dos atos praticados na audiência, serão, desde logo, consideradas 
cientes as partes. Incumbe a elas (às partes) o dever de comunicar ao juízo as 
mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se 
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eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na 
ausência da comunicação. 
Nos juizados especiais, a noção de revelia é diferente daquela 
vinculada à ausência de contestação, dependendo do não comparecimento do 
réu à audiência de conciliação ou da não representação do preposto com 
poderes para transigir. 
Nos juizados, não comparecendo o demandado à sessão de 
conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão 
verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial (efeitos da revelia), salvo 
se o contrário resultar da convicção do Juiz. 
Iniciada a audiência, serão esclarecidas às partes presentes as 
vantagens da conciliação. A conciliação é realizada por conciliadores, que, em 
muitos casos, não têm formação específica, o que prejudica o processo. O 
conciliador deve ter habilidades de influenciar suficientes a trazer uma solução 
à causa de forma amigável de modo que as partes sintam confiança e não 
constrangimento. 
Caso não seja obtida a conciliação, a norma prevê a possibilidade de 
as partes optarem por um juízo arbitral. 
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum 
acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei. 
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de 
termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não 
estiver presente, o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a 
audiência de instrução. 
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos. 
 
DA RESPOSTA E DA INSTRUÇÃO 
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Caso não seja obtida a conciliação na própria audiência, será oferecida 
ao réu a oportunidade para apresentar contestação, seguindo a produção de 
provas e a prolação da sentença, em que ocasião da prolação imediata da 
audiência de instrução e julgamento não resulte prejuízo para a defesa. 
No entanto, não é isso que ocorre no dia a dia dos juizados. Os juízes 
não costumam realizar uma única audiência, de modo que não obtida a 
conciliação, é designado o dia e hora para o recebimento da contestação, 
produção de prova e prolação da sentença. Essa pratica gera um desequilíbrio 
entre as partes, já que o autor comparecerá, na segunda audiência, sem ter o 
conhecimento das razões de defesa do réu que já terá conhecimento das 
alegações do autor na inicial. 
É somente na segunda audiência que o réu apresentará a contestação, 
que poderá ser escrita ou oral. 
Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência 
designada para um dos quinze dias subsequentes, cientes, desde logo, as 
partes e testemunhas eventualmente presentes. 
 
 
SENTENÇA 
Em relação à sentença nos juizados especiais, ela segue um 
procedimento bem mais simples que em um processo de trâmite normal, já que 
se dispensa o relatório. Nela será necessário somente um resumo dos fatos 
acorridos em audiência. 
Nos juizados especiais, a cognição do juiz possui um caráter 
superficial. Aqui os depoimentos orais não são reduzidos a termo, relatando-se 
na sentença somente os fatos principais. O reexame realizado pela turma 
recursal restringe-se a reanálise dos pronunciamentos do próprio juiz de 
primeiro grau, não se analisando os depoimentos. 
Direito Processual Civil 
Teoria e Exercícios comentados 
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O juiz togado homologará a sentença proferida pelo juiz leigo, 
podendo, ainda, proferir outra ou determinar a realização de atos probatórios 
indispensáveis. 
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão 
e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir 
outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de 
atos probatórios indispensáveis. 
O julgamento em segunda instância (turma recursal) constará apenas 
da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte 
dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a 
súmula do julgamento servirá de acórdão. 
Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que 
genérico o pedido. Assim, a sentença deve ser líquida. Ressalte-se que em 
casos de condenações pecuniárias o valor fica restrito a 40 (quarenta) salários 
mínimos. 
 
 
JULGAMENTO POR EQUIDADE 
 Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa 
e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum. 
O artigo citado permite que o juiz decida por equidade. Por causa deste 
dispositivo, há vários doutrinadores que sustentam terem os juizados especiais 
maior liberdade nos julgamentos por equidade. 
No entanto, há aqueles que digam o contrário. Alegam ser a jurisdição 
por equidade compatível com o estado democrático de direito, desde que 
decorram das seguintes situações, que nos juizados especiais brasileiros não 
se observa: a livre adesão das partes, como nos casos da arbitragem por 
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equidade; ou a justiça da comunidade, exercida contra seus próprios pares, por 
juízes leigos com investidura democrática. 
 
RECURSOS 
Nos juizados especiais, somente cabe recurso contra sentença, que 
será impugnada como assevera o artigo 41 da Lei nº 9.099/95: Da sentença, 
excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso 
para o próprio Juizado. 
Assim, nos juizados especiais não há que se falar em recursos contra 
decisão interlocutória. No entanto, em casos de decisão interlocutória que 
possa causar à parte dano de difícil reparação, como a antecipação de tutela, 
tem-se admitido mandado de segurança como sucedâneo recursal. A 
impetração do mandado de segurança contra este tipo de decisões respalda-se 
nos mandamentos constitucionais e em leis ordinárias, como a Lei nº 
12.016/2009. 
O recurso contra sentença não possui efeito suspensivo, salvo se o juiz 
de primeiro grau o receber com este efeito. Aqui, importante destacar que, 
neste ponto, difere-se da apelação, recurso a ser interposto da sentença do 
procedimento comum (conforme previsão do CPC/2015), pois a apelação tem 
como regra o efeito suspensivo (art. 1.012, caput). 
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-
lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte. 
Às turmas recursais (colegiados compostos por juízes de 1º grau) 
caberá o julgamento dos recursos inominados. A decisão da turma não será 
transformada em um acordão ou um documento que contenha minuciosamente 
todos os fatos apreciados. 
O art. 46 dispõe que o julgamento em segunda instância constará 
apenas da ata, com a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta 
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e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a 
súmula do julgamento servirá de acórdão. 
Conclui-se da leitura do referido artigo que há uma limitação às 
fundamentações das decisões das turmas recursais. 
Dúvida: E contra as decisões das turmas recursais, caberá algum 
recurso? Boa pergunta! De acordocom o CPC, contra as decisões das turmas 
recursais não caberá qualquer recurso, salvo os embargos de declaração e o 
recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. 
 
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS FEDERAIS 
Vamos mencionar as principais disposições em relação aos Juizados 
especiais federais, regulados pela Lei nº 10.259/2001, aplicando 
subsidiariamente a Lei nº 9.099/95. 
De acordo com Lei nº 10.259/01, podem figurar como réus, a União, 
autarquias, fundações e empresas públicas federais e como autores as 
pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte. 
Em relação ao procedimento que tramita perante os juizados federais, 
ele é idêntico ao que se tramita perante os juizados especiais cíveis estaduais, 
salvo o valor pecuniário estabelecido, que para os casos dos juizados federais 
pode atingir até 60 (sessenta) salários mínimos. 
Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar 
e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta 
salários mínimos, bem como executar as suas sentenças. 
Cumpre ressaltar que os juizados federais, nas causas contra a 
Fazenda Pública, executam de forma específica as condenações de caráter 
pecuniário. Regra geral, o pagamento da condenação contra a Fazenda 
Direito Processual Civil 
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Pública é realizado por meio de precatórios. No entanto, a regra do art. 100 da 
Constituição determina que não se submetem ao pagamento de precatórios as 
condenações, definidas em lei, de pequeno valor, devidas em virtude de 
sentença transitada em julgado. 
E o que seriam as condenações de pequeno valor? Pois bem, a Lei nº 
10.259/01 determinou em seu art. 17, § 1º o que são consideradas 
condenações de pequeno valor. Vejamos: 
Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em 
julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, 
contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para 
a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco 
do Brasil, independentemente de precatório. 
§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as 
obrigações ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas 
independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor 
estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado Especial Federal Cível 
(art. 3º, caput). 
Se o valor da execução ultrapassar a margem de pequeno valor, o 
pagamento será feito, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte 
exequente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo 
pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 1º do art. 17 que 
acabamos de citar. 
No que tange aos recursos, determina a norma que são irrecorríveis as 
sentenças terminativas. Este regramento é muito criticado pelos doutrinadores, 
visto que, muitas vezes, o processo poderá ter um lapso temporal maior que 
um ano para que se chegue a uma sentença terminativa ou de mérito. 
Ademais, há casos em que os juízes classificam como carência de ação ou 
falta de pressuposto processual questões de mérito, prolatando de maneira 
indevida a sentença terminativa. 
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Outra idiossincrasia (peculiaridade) dos juizados especiais federais, é a 
previsão de uniformização de jurisprudência, quanto à interpretação de lei 
federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito 
material proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei. 
O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de 
diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência 
dominante do STJ será julgado por Turma de Uniformização, integrada por 
juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do Coordenador da Justiça 
Federal. 
Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em 
questões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no 
Superior Tribunal de Justiça-STJ, a parte interessada poderá provocar a 
manifestação deste, que dirimirá a divergência. Neste caso, presente a 
plausibilidade do direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil 
reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a requerimento do 
interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos 
quais a controvérsia esteja estabelecida. 
Pedidos de uniformização idênticos, recebidos subsequentemente em 
quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se 
pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça. Se necessário, o relator 
pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da 
Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cinco dias. 
Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se 
manifestar, no prazo de trinta dias. 
Decorridos os prazos do MP (5 dias) e de eventuais interessados (30 
dias), o relator incluirá o pedido em pauta na Seção, com preferência sobre 
todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os habeas 
corpus e os mandados de segurança. 
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Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos de uniformização 
idênticos serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo 
de retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo 
Superior Tribunal de Justiça. 
Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo 
Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas 
regulamentando a composição dos órgãos e os procedimentos a serem 
adotados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e 
do recurso extraordinário. 
Por fim, vale ressaltar que os juizados federais, hoje em dia, trabalham 
por meio eletrônico ou virtual, ou seja, todos os atos e documentação do 
processo são feitos via Internet. 
 
OS JUIZADOS DA FAZENDA PÚBLICA 
A Lei nº 12.153/2009 dispôs sobre a criação de juizados especiais para 
o julgamento de pessoas jurídicas de direito público estaduais, distritais e 
municipais, no âmbito da Justiça dos Estados, do Distrito Federal e Territórios. 
Essa criação sanou a lacuna de dificuldade, até então existente, de 
acesso à justiça dos cidadãos que tivessem causas de menor complexidade 
em face desses entes públicos. 
Essa nova modalidade de juizados guarda simetria com as medidas 
adotadas na Lei n° 10.259/01. A competência do valor da causa também se 
restringe ao valor de sessenta salários mínimos, excetuando vários tipos de 
causa, como mandado de segurança e desapropriação. 
A competência dos juizados tem caráter absoluto. Vejamos o que 
determinou o § 4º do art. 2º da Lei. 
É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública 
processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito 
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Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários 
mínimos. 
§ 4º No foro onde estiver instalado Juizado Especialda Fazenda 
Pública, a sua competência é absoluta. 
Em relação ao cumprimento de sentença, este também segue os 
parâmetros dos juizados federais. Acertado aos débitos de pequeno valor dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, não sujeitos ao regime de 
precatórios, e normatizados por leis locais, e enquanto isto não sobrevier, são 
fixados ao valor de 40 (quarenta) salários mínimos. 
Cabe ao conciliador, sob a supervisão do juiz, conduzir a audiência de 
conciliação. Poderá o conciliador, para fins de encaminhamento da composição 
amigável, ouvir as partes e testemunhas sobre os contornos fáticos da 
controvérsia. 
Não obtida a conciliação, caberá ao juiz presidir a instrução do 
processo, podendo dispensar novos depoimentos, se entender suficientes para 
o julgamento da causa os esclarecimentos já constantes dos autos, e não 
houver impugnação das partes. 
 As Turmas Recursais do Sistema dos Juizados Especiais são 
compostas por juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, na forma da 
legislação dos Estados e do Distrito Federal, com mandato de 2 (dois) anos, e 
integradas, preferencialmente, por juízes do Sistema dos Juizados Especiais. A 
designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios de 
antiguidade e merecimento. Não é permitida a recondução, salvo quando não 
houver outro juiz na sede da Turma Recursal. 
Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei quando houver 
divergência entre decisões proferidas por Turmas Recursais sobre questões de 
direito material. O pedido fundado em divergência entre Turmas do mesmo 
Estado será julgado em reunião conjunta (a reunião de juízes domiciliados em 
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cidades diversas poderá ser feita por meio eletrônico) das Turmas em conflito, 
sob a presidência de desembargador indicado pelo Tribunal de Justiça. 
Quando as Turmas de diferentes Estados derem a lei federal 
interpretações divergentes, ou quando a decisão proferida estiver em 
contrariedade com súmula do Superior Tribunal de Justiça, o pedido será por 
este julgado. 
Eventuais pedidos de uniformização fundados em questões idênticas e 
recebidos subsequentemente em quaisquer das Turmas Recursais ficarão 
retidos nos autos, aguardando pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça. 
Quando a decisão proferida estiver em contrariedade com súmula do 
Superior Tribunal de Justiça, presente a plausibilidade do direito invocado e 
havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator 
conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar 
determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja 
estabelecida. 
Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma 
Recursal ou Presidente da Turma de Uniformização e, nos casos previstos em 
lei, ouvirá o Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias. 
Os Tribunais de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo 
Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas 
regulamentando os procedimentos a serem adotados para o processamento e 
o julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário. 
 
DOS ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA. 
 
Primeiro, devemos saber que onde houver órgão jurisdicional haverá 
jurisdição, sendo ela limitada pela competência Opa! Percebam que a 
competência é que determina o escopo de atuação do magistrado. Desse 
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modo, todos os juízes estão investidos de jurisdição, mas não quer isso dizer 
que todos poderão julgar todo tipo de litígio em qualquer lugar. O que define o 
litígio e o lugar em que cada um deles irá atuar é a competência. 
Para saber se o juiz é detentor de determinada competência, deve-se 
analisar a Constituição, as leis processuais e leis de ordem judiciária. A Carta 
Magna determina a estrutura do Poder Judiciário e, de modo geral, distribui as 
competências ± matéria regulada por legislação ordinária. 
No sistema brasileiro, os órgãos judicantes são divididos em 
singulares e coletivos. Nos dois casos, quem exerce o poder jurisdicional, 
atuando em nome do Estado, são os juízes. Há uma personificação da figura 
do Estado. 
a) No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, 
esses juízes recebem o nome de Ministros; 
b) Nos Tribunais de Justiça, de Desembargadores; 
c) Nos Tribunais Regionais Federais, de juízes mesmo, sendo que o 
regimento interno de vários tribunais regionais federais fala em 
desembargadores. Uso que tem sido fortalecido pela prática. 
 
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA 
O sistema constitucional brasileiro divide os órgãos jurisdicionais em: 
órgão federal, com jurisdição nacional, e órgãos estaduais, com 
jurisdição em cada Estado. 
Em matéria constitucional, são chefiados pelo Supremo Tribunal 
Federal e em se tratando de matéria comum, são liderados pelo Superior 
Tribunal de Justiça. Tanto o STF como o STJ exercem jurisdição em todo o 
território nacional e têm sede na Capital Federal. 
Além da justiça civil, o aparelho federal compreende os órgãos da 
justiça especial, como justiça militar, eleitoral e trabalhista. 
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São órgãos do Poder Judiciário: 
1 ± Supremo Tribunal Federal 
2 ± Conselho Nacional de Justiça (órgão administrativo e disciplinar). 
Importante ressaltar que a Emenda Constitucional nº 45/2004 instituiu o 
Conselho Nacional de Justiça ± que não é órgão jurisdicional, mas sim, órgão 
de caráter administrativo e disciplinar. 
 3 ± Superior Tribunal de Justiça 
4 ± Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais 
5 ± Tribunais e Juízes do Trabalho 
6 ± Tribunais e Juízes Eleitorais 
7 ± Tribunais e Juízes Militares 
8 ± Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
- O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os 
Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. 
- O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição 
em todo o território nacional. 
Os Órgãos judiciários são representados em uma cadeia hierárquica 
que tem como ápice o STF. Seguindo o STF na escala hierárquica, encontra-se 
o STJ e na base estão os juízes estaduais e federais de 1º grau de jurisdição. 
Assim, a matéria de jurisdição civil é administrada pelos órgãos 
federais ± Tribunais Regionais Federais e juízes federais ± e pelos órgãos 
estaduais ± Tribunais e juízes estaduais. 
Em cada aparelho, federal e estadual, os juízes são situados em dois 
planos: 1º grau de jurisdição e 2º grau de jurisdição. 
a) 1º grau de jurisdição: Juízes de direito e federais. 
b) 2º grau de jurisdição: TRF e Tribunais de Justiça 
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Primeiro grau de jurisdição Órgãos judiciários civis: singulares ou monocráticos; 
apenas um juiz. 
Graus superiores ² instâncias 
recursais 
Juízes: coletivos ou colegiados; tribunais com vários 
juízes. 
 
TRIBUNAIS 
Os Tribunais são órgãos de competência recursal que se colocam 
acima dos juízes. Entre eles existe uma hierarquia orgânicae funcional, pois 
os Tribunais exercem o poder de reexame e disciplina. Já entre os órgãos 
federais e estaduais e o STF e STJ existe somente hierarquia funcional, pois 
só é exercido o poder de reexame. 
Além disso, são dotados de autonomia administrativa e funcional, 
podendo elaborar suas propostas orçamentárias. 
Aos Tribunais compete privativamente: 
a) Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, 
com observância das normas de processo e das garantias processuais das 
partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos 
órgãos jurisdicionais e administrativos; 
b) Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos 
que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional 
respectiva; 
c) Prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
d) Propor a criação de novas varas judiciárias; 
e) Prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os 
cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim 
definidos em lei; 
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f) Conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e 
aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados. 
Ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos 
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo compete: 
a) Alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) Criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus 
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação 
do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, 
onde houver; 
c) Criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) Alteração da organização e da divisão judiciárias; 
Aos Tribunais de Justiça compete julgar os juízes estaduais e do 
Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos 
crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral. 
 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
Consiste no reexame da decisão da causa, ou seja, é a possibilidade 
de revisão da solução da causa. É imprescindível a diferença hierárquica entre 
os órgãos jurisdicionais que, respectivamente, profere a primeira decisão e que 
reexamina para que ocorra o duplo grau de jurisdição. 
Vejamos as vantagens e desvantagens em relação ao princípio do 
duplo grau de jurisdição. 
A ± Vantagens: 
a) O ser humano, não satisfeito com a decisão, poderá ter uma 
segunda opinião acerca do caso. 
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b) O magistrado está sujeito ao erro, assim é necessário manter um 
mecanismo de revisão das decisões. 
c) Evita a arbitrariedade do magistrado. 
d) Decisão proferida por órgão colegiado pressupõe melhor 
qualidade na prestação da jurisdição, pois os magistrados são mais 
experientes. 
B ± Desvantagens 
a) Prejudica a ideia de jurisdição una, uma vez que se pode obter 
uma decisão contrária à primeira proferida. 
b) Afasta o princípio da oralidade, pois o duplo grau de jurisdição, 
em regra, é interposto por meio da apelação, que exige a forma escrita. 
c) Prejudica a identidade física do magistrado, uma vez que o juiz 
que produziu a prova oral não será mais quem irá prolatar a sentença. 
d) Prejudica a celeridade processual, já que, havendo recurso, a 
prestação jurisdicional se torna, por óbvio, mais lenta. 
 
JURISDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA 
 Regra geral, a jurisdição é exercida em dois graus: o originário e o 
recursal. Há uma subordinação de toda justiça nacional ao STF e ao STJ e, 
por isso, existe a possibilidade de interposição de recurso contra decisões dos 
Tribunais de Justiça de 2º grau a uma dessas duas Cortes. 
Contudo, o STF e o STJ apenas julgam questões de direito federal e 
não questões de direito de fato ou local. Assim, a parte recorrente, para obter a 
prestação jurisdicional de uma das Cortes, deverá enquadrar sua pretensão em 
algum dos casos extraordinários elencados na Constituição Federal. 
Os apelos endereçados ao STF e ao STJ são, respectivamente, 
denominados recursos extraordinários e especiais. 
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São estes permissivos constitucionais extraordinários (arts. 102, inciso 
III e 105, inciso III da CF): 
A ± Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda 
da Constituição, cabendo-lhe julgar, mediante recurso extraordinário, as causas 
decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) Contrariar dispositivo da Constituição; 
b) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da 
Constituição. 
d) Julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
e) Sendo que a arguição de descumprimento de preceito 
fundamental, decorrente da Constituição, será apreciada pelo Supremo 
Tribunal Federal, na forma da lei. 
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal 
Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias 
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, 
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
No recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a 
repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos 
da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente 
podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. 
B ± Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso 
especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
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b) Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei 
federal; 
c) Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
Há disposição constitucional para que junto ao Superior Tribunal de 
Justiça funcione: 
a) A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de 
Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos 
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
b) O Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da 
lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e 
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, 
cujas decisões terão caráter vinculante. 
Outra peculiaridade que merece nossa atenção é a função conferida ao 
STF de expedir súmulas de sua jurisprudência constitucional com efeitos 
vinculantes para toda a estrutura judiciária nacional. 
A vinculação às súmulas tem caráter geral e não apenas recursal, ou 
seja, a sujeição a súmulas não ocorre apenas no âmbito dos recursos 
extraordinários. 
Assim, Tribunais e juízes ao proferirem suas decisões e sentençasficam vinculados à aplicação dos enunciados das súmulas vinculantes. 
 
REQUISITOS DE ATUAÇÃO DO JUIZ 
Para que os atos do juiz sejam legitimados, devem ser observados 
determinados requisitos. São eles: 
a) Ser investido de jurisdição (jurisdicionalidade); 
b) Ter competência atribuída por lei (competência); 
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c) Ser imparcial (imparcialidade); 
d) Estar desvinculado dos poderes Legislativo ou Executivo e não se 
subordinar juridicamente aos tribunais (independência); 
e) Ter obediência à ordem processual (processualidade). 
É importante ressaltar os poderes, deveres e responsabilidades elencados no CPC/2015 para o 
magistrado. 
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ. 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente 
protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias 
para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação 
pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e 
mediadores judiciais; 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-
os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança 
interna dos fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os 
fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios 
processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a 
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 
24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a 
propositura da ação coletiva respectiva. 
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Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de 
encerrado o prazo regular. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do 
ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer 
de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. 
Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para 
praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das 
partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé. 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a 
requerimento da parte. 
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a 
parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 
(dez) dias. 
E ainda... 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias 
ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente 
protelatórias. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver 
promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. 
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor 
que considerar adequado, observado o contraditório. 
 
(TJ RJ ² Adaptada) O juiz, no processo civil, 
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a) aprecia a prova de acordo com uma determinada hierarquia legal, sendo a confissão a mais 
importante, e a prova testemunhal a menos importante. 
b) decidirá o processo nos limites do pedido formulado, sendo-lhe proibido conhecer de questões não 
suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. 
c) não pode determinar ele próprio as provas que entender necessárias, pois depende sempre do 
pedido expresso da parte nesse sentido. 
d) se tiver sua sentença reformada, poderá responder por perdas e danos, independente de dolo ou 
fraude. 
e) não é obrigado a julgar o processo se não existirem normas legais para o caso concreto que está 
sendo examinado. 
COMENTÁRIOS: 
Destacamos na leitura dos artigos da página anterior as respostas às letras desta questão. 
9DOH� FRPHQWDU� D� OHWUD� ³D´� GHVWD� TXHVWmR�� SHUFHEDP� TXH� HOD� p� V~WLO� DR� FRQVLGHUDU� D� H[LVWrQFLD� GH�
hierarquia entre as provas, enquanto o CPC assegura ao juiz a possibilidade de valorar as provas e formar 
seu convencimento, devendo motivar adequadamente sua decisão. 
3RUWDQWR��D�OHWUD�³D´�QmR�GHYH�VHU�PDUFDGD��$�RSomR�FRUUHWD�p�D�GD�OHWUD�³E´� 
6REUH� D� OHWUD� ³G´� YDOH� UHVVDOWDU� TXH� a reforma da sentença não implica qualquer tipo de 
responsabilização por perdas e danos do juiz. As hipóteses em que ele responde por perdas e danos estão 
previstas no artigo 143. 
Gabarito: B 
(TJ RJ) O juiz responderá por perdas e danos quando 
a) recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício, ou a 
requerimento da parte. 
b) sua sentença for alterada pelos tribunais. 
c) exceder o prazo de noventa dias para término de qualquer processo. 
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d) determinar provas que os tribunais entendam desnecessárias. 
e) retardar, em qualquer situação, providência inerente ao exercício de suas funções. 
COMENTÁRIOS: 
Vamos citar novamente o artigo 143, o qual tem resposta à questão. 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: 
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; 
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a 
requerimento da parte. >9DOLGD�D�OHWUD�´Dµ��5HVSRVWD�j�TXHVWmR@ 
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a 
parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 
(dez) dias. 
Gabarito: A 
 
GARANTIAS DA MAGISTRATURA 
A todos os membros da magistratura ± juízos singulares e coletivos ± 
foram outorgadas garantias especiais, pela Carta Magna: 
1 ± Vitaliciedade: só perdem o cargo em razão de sentença judicial 
com trânsito em julgado. 
2 ± Inamovibilidade: somente poderá ser removido por interessepúblico, reconhecido pela maioria absoluta dos votos do tribunal respectivo ou 
do Conselho Nacional de Justiça ± CNJ. Isso quer dizer que não podem ser 
removidos compulsoriamente. 
3 ± Irredutibilidade de subsídio. 
Aos juízes é vedado: exercer, ainda que em disponibilidade, outro 
cargo ou função, salvo uma de magistério; receber, a qualquer título ou 
pretexto, custas ou participação em processo; dedicar-se à atividade político-
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partidária; receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de 
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções 
previstas em lei; exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, 
antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração. 
Para completar a lisura da função judicante, o CPC prevê normas a 
serem seguidas por aqueles que exercem a competência jurisdicional. O juiz 
dirigirá o processo conforme as disposições do CPC, competindo-lhe: 
assegurar às partes igualdade de tratamento; velar pela rápida solução do 
litígio; prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça; tentar, 
a qualquer tempo, conciliar as partes. 
Desse modo, os juízes devem assegurar o tratamento isonômico, 
celeridade ao processo e garantir a dignidade da justiça. É obrigatório, no 
entanto, que o juiz observe os casos necessários de aplicação de regimes 
especiais a favor da parte ou partes que careçam de cuidados diferenciados, 
como os menores de idade ou incapazes por qualquer motivo. 
Além disso, cabem também ao juiz os deveres de despachar e 
sentenciar, quando provocado, ainda que não haja previsão legal ou haja 
obscuridade na lei. Em outras palavras, o juiz não pode deixar de prestar tutela 
jurisdicional, mas deve buscar sempre conciliação entre as partes. 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. 
O juiz pode recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios gerais 
de direito; contudo, essas hipóteses somente se aplicam quando não há 
previsão legal sobre a causa em questão. 
O magistrado não pode deixar de analisar um caso e decidir sobre ele, 
mesmo que não encontre norma que lhe seja aplicável por um defeito do 
sistema. O defeito pode decorrer, por exemplo, da ausência de norma, da 
presença de disposição legal injusta ou em desuso ± constituindo espécie de 
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lacuna do ordenamento jurídico, que deve ser solucionada pela integração de 
normas. Para realizá-la, o juiz age indutivamente; utiliza sua experiência; 
procede à observação de fatos particulares, extraindo uma regra, de 
conformidade com aquilo que mais comumente acontece. 
São, desse modo, juízos de valores que, apesar de individuais, têm 
autoridade, porque contêm a ideia de consenso geral, ou da cultura de certo 
grupamento social. O órgão judicante pode aplicá-la ao exercer sua função 
integrativa de analisar a situação a partir da analogia, do costume e dos 
princípios gerais de direito. 
A analogia é a aplicação de uma norma à situação semelhante não 
regulada por norma alguma. No direito público, o uso da analogia não é 
constante, visto que o Poder Público só pode fazer aquilo que a lei permite. O 
costume consiste em agrupamento de normas de comportamento que as 
pessoas obedecem de maneira uniforme e constante pela convicção de sua 
obrigatoriedade jurídica. Por sua vez, os princípios gerais do direito são 
derivados das ideias políticas e sociais vigentes, ou seja, devem corresponder 
ao subconjunto axiológico e ao fático, que norteiam o sistema jurídico, sendo, 
assim, um ponto de união entre consenso social, valores predominantes, 
aspirações de uma sociedade com o sistema de direito. 
Quando o magistrado se apoiar em algum dos três elementos citados, 
ele, ainda assim, seguirá o princípio da legalidade. O magistrado tenta, em 
verdade, adequar os critérios a uma interpretação atual da lei. Contudo, como 
já mencionado, o juiz só decide por equidade nos casos previstos em lei 
(parágrafo único, artigo 140); decide a lide nos limites em que foi proposta, 
sendo-lhe defeso conhecer de questões não suscitadas. Ele aprecia a prova, 
atendendo aos fatos e circunstâncias presentes nos autos, ainda que não 
alegados pelas partes. Mas deve indicar, na sentença, os motivos do 
convencimento. 
 
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IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 
Nos dois casos, o juiz deve declarar parcialidade. O impedimento 
tem caráter objetivo e absoluto, enquanto a suspeição é subjetiva e relativa. 
Isso quer dizer que, no caso do impedimento, por ser absoluto, não há 
preclusão (pode ser questionado, pela parte, a qualquer tempo). São casos de 
impedimento aqueles elencados no art. 144 do CPC/2015: 
Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento 
como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido 
decisão; 
O STF decidiu que não se configura impedimento se o 
julgador da primeira instância atuar em matéria civil como 
criminal de uma mesma causa. Se o julgamento fosse diferente 
as comarcas pequenas, em que há acúmulo de temas cíveis e 
penais pelo mesmo juiz, teriam que ser ampliadas. (HC 97544 
SP, Relator: Min. EROS GRAU, Data de Jugamento: 
21/09/2010, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-234 
DIVULG 02-12-2010 PUBLIC 03-12-2010 EMENT VOL-02444-
01 PP-00005) 
III ± quando seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive nele [no processo] estiver postulando como defensor público, 
advogado ou membro do Ministério Público; 
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IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou 
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração 
de pessoa jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de 
qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual 
tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de 
serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia 
de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado 
por advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando 
o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já 
integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
Em observância ao princípio do juiz natural, ao inserir a exceção 
desse parágrafo, quis o legislador impedir a modificação do julgadorpela 
participação de um seu parente na causa já em curso. Infere-se do 
parágrafo que não haverá impedimento se a parte convocar advogado que 
tenha ligação com o juiz depois que a causa já estiver em curso. Quis, com 
isso, o legislador evitar que a parte mudasse de advogado com a intenção de 
tornar o juiz impedido. Evita-se, assim, que qualquer das partes possa tornar o 
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juiz impedido ao contratar um advogado que seja dele parente, por exemplo. 
No mesmo sentido do parágrafo segundo, abaixo: 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no 
caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que 
tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a 
condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no 
processo. 
Por seu turno, o art. 145 enumera os casos de suspeição do juiz: 
Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus 
advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa 
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das 
partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender 
às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o 
terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões. 
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§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta 
aceitação do arguido. 
 
(FGV) Com relação aos poderes, deveres e reponsabilidades das partes, 
dos procuradores e dos juízes, assinale a afirmativa correta. 
a) O Juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe defeso conhecer, em 
qualquer hipótese, questões conhecíveis de ofício. 
b) Os motivos de impedimento e suspeição são aplicáveis aos juízes, não cabendo o 
mesmo contra os serventuários de justiça ou órgão do Ministério Público, quando não for 
parte. 
c) O Juiz deve declarar-se suspeito de parcialidade, mas deverá demonstrar claramente 
sua motivação, não se admitindo mera arguição de motivo íntimo. 
d) O Juiz, caso as partes e seus advogados empreguem expressões injuriosas nos 
escritos apresentados no processo, poderá mandar riscá-las, podendo assim agir, 
inclusive, de ofício. 
COMENTÁRIOS: 
Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos 
membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa 
que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos 
apresentados. 
§ 1º Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas 
oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou 
repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. 
§ 2º De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as 
expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, 
determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas 
e a colocará à disposição da parte interessada. 
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Gabarito: D 
 
ATOS JUDICIAIS 
Os atos processuais são praticados por diversos sujeitos do processo. 
Quanto à pessoa, classificam-se em: 
a) Atos dos órgãos judiciários ± praticados pelo juiz ou auxiliares. 
b) Atos das partes 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, 
sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos 
arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como 
extingue a execução. 
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de 
natureza decisória que não se enquadre no § 1o. 
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados 
no processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, 
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e 
revistos pelo juiz quando necessário. 
 
FORMA DOS ATOS JUDICIAIS 
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O juiz (órgão jurisdicional singular) pratica I) atos decisórios e II) não 
decisórios. Enquanto naqueles [atos decisórios] há conteúdo de comando, 
nestes [não decisórios] há função administrativa somente. 
Os atos decisórios são subdivididos em: 1) propriamente ditos e 2) 
executivos, de acordo com a natureza do processo ± cognição ou execução. 
Com os atos decisórios propriamente ditos (1), pretende-se declarar a 
vontade da lei para o caso em questão. 
Nos atos executivos (2), pretende-se aplicar a vontade da lei, só que 
para satisfazer direito do credor, por meio de providências concretas sobre o 
patrimônio do devedor. Exemplos do último: atos que determinam a penhora, 
adjudicação, arrematação. 
E a definição legal para os atos do juiz? De modo não exaustivo, o CPC 
nomeou no art. 203 os atos do juiz: os atos do juiz consistirão em sentenças, 
decisões interlocutórias e despachos. 
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos 
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento 
comum, bem como extingue a execução. 
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não se enquadre no § 1º. 
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados 
no processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo 
servidor e revistos pelo juiz quando necessário. 
Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos 
tribunais. Seria como a sentença dos tribunais. 
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As decisões interlocutórias resolvem questão pendente no processo, 
sem que ele (o processo) venha a acabar ± exemplos: antecipação de tutela, 
deferimento de liminar, deferimento ou não da oitiva de testemunhas, entre 
muitos outros. Para questionar as decisões interlocutórias, utiliza-se, em regra, 
o agravo. Ademais, a decisão interlocutória deve ser fundamentada. 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS: 
O enunciado está correto. É o conceito legal de decisão interlocutória. 
Reparem que há o emprego do termo incidentalmente, que se relaciona ao 
modo incidental, ou seja, que ocorre durante o processo, sem que essa 
decisão determine seu fim.Gabarito: Certo 
Qualquer decisão judicial, inclusive as de cunho interlocutório, deve ser 
devidamente fundamentada, sob pena de nulidade, por violação ao artigo 93, 
inciso IX, da Constituição Federal (Decisão unânime, Processo: AG 20016085 
PI. Relator: Des. Brandão de Carvalho. Julgamento em 24/08/2005. Órgão 
Julgador: 2a Câmara Especializada Cível, TJPI). 
Conforme o CPC/2015: 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão 
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada 
a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos 
ou do Ministério Público. 
(TCU) Julgue o item que se seguem, acerca dos atos do juiz. Ao longo do processo, é natural surgirem 
questões que exijam decisões a serem tomadas pelo magistrado. Essas decisões, quando resolvem 
incidentalmente questões relevantes, denominam-se decisões interlocutórias. 
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O artigo 93 da CF, em seu inciso IX, dispõe, entre outras coisas, que 
serão fundamentadas todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário, sob 
pena de nulidade. Os despachos não causam gravame a uma das partes, 
somente dão andamento ao processo. Podem ser proferidos ex officio ou por 
requerimento das partes, em regra, estão no grupo dos atos do juiz que não 
têm cunho decisório. 
Não cabe, salvo casos excepcionais, recurso aos despachos (art. 1.001, 
CPC/2015). Contudo, se causam algum dano ou afetam direito, não são de 
mero expediente (ordinatórios) e poderão ser recorridos. 
Deixou-se de citar antes o § 4° do art. 203, para citá-lo agora: 
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo 
servidor e revistos pelo juiz quando necessário. 
Combinando esse parágrafo com o inciso XIV do art. 93 da CF: 
XIV ± os servidores receberão delegação para a prática de atos de 
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. 
Desse modo, para diminuir a carga de trabalho do juiz, o CPC e a CF/88 
permitem que o escrivão ou o secretário, de ofício, pratiquem os atos 
ordinatórios, podendo ser revistos pelo juiz. 
O legislador quis que todos os atos do juiz, não classificados como 
sentença ou decisão interlocutória, fossem considerados despacho. Mas, o 
conceito de despacho não alcança todos os atos possíveis de serem praticados 
pelo juiz, há também os atos administrativos do processo, sem caráter 
decisório. Exemplo: Art. 139 - VII - exercer o poder de polícia, requisitando, 
quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e 
tribunais. 
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e 
assinados pelos juízes. 
§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o servidor os 
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documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. 
§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma 
da lei. 
§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos 
serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico. 
 
E como se relacionam os atos judiciais com os demais atos do processo? 
Vale destacar que os atos judiciais são parte de um conjunto mais amplo que 
são os atos processuais. Os atos processuais são praticados por diversos 
sujeitos do processo. Relativamente à pessoa, classificam-se em: 
1) Atos dos órgãos judiciários ± praticados pelo juiz ou auxiliares; 
2) Atos das partes. 
Interessam-nos, aqui, os atos processuais do juiz ± atos judiciais. 
 Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, 
decisões interlocutórias e despachos. 
x Forma dos atos judiciais 
Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão 
redigidos, datados e assinados pelos juízes. 
Os atos do juiz exigem a forma escrita, com redação em português, 
manuscrita ou grafada mecanicamente, com data e assinatura. Mesmo que 
sejam expressos na forma verbal, devem, posteriormente, ser documentados. 
Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos 
oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão 
e assinatura. 
A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita 
eletronicamente, na forma da lei. 
Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças 
e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico. 
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SENTENÇA 
Sentença era amplamente conhecida como sinônimo de decisão 
judicial que dava fim ao processo. A despeito de que havendo apelação outro 
seria o pronunciamento que encerraria o processo. O conceito mencionado 
acima é anterior ao da reforma de 2005. Agora, o conceito aplicado ao novo 
CPC tem bastante semelhança com o válido desde então. 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, 
decisões interlocutórias e despachos. 
 § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos 
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento 
comum, bem como extingue a execução. 
Ela pode ser terminativa, quando encerra o processo (por isso, não se 
confundindo com a decisão interlocutória) sem julgamento do mérito (art. 
485). E pode ser de mérito (definitiva), nos casos do art. 487. 
O conceito original do CPC (anterior a 2005) não era muito preciso, 
uma vez que, o módulo processual de conhecimento somente alcança o seu 
fim com o trânsito em julgado da sentença, o que ocorre depois de esgotados 
os recursos cabíveis. 
Em regra, o recurso cabível para questionar sentença proferida pelo 
juiz é a apelação. Contudo, o Fórum Permanente de Processualistas Civis 
manifestou entendimento de que ao inciso I do artigo 487 seria cabível agravo 
de instrumento. 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção. 
 
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¾ ENUNCIADO DO FÓRUM PERMANENTE DE PROCESSUALISTAS 
CIVIS 
103. (arts. 1.015, II, 203, § 2º, 354, parágrafo único, 356, § 5º) A 
decisão parcial proferida no curso do processo com fundamento no art. 487, I, 
sujeita-se a recurso de agravo de instrumento. (Grupo: Sentença, Coisa 
Julgada e Ação Rescisória; redação revista no III FPPC-Rio) 
 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, 
decisões interlocutórias e despachos. [...] 
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não se enquadre no § 1º [que não seja sentença]. 
O parágrafo 2º atribui a decisão interlocutória um conceito por 
exclusão. 
O objeto da decisão interlocutória é a questão incidente, que ocorre 
durante o trâmite processual. Trata-se de questões a serem resolvidas no 
curso

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