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Aula 08

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Aula 08
Direito Processual Penal p/ TRE-PE (Analista Judiciário - Área Judiciária) - Com
videoaulas
Professor: Renan Araujo
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AULA 08: LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES 
TELEFÔNICAS (LEI 9.296/96). 
SUMÁRIO 
!
1. LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS ..................... 2 
1.1. Finalidade e natureza .................................................................................. 2 
1.2. Requisitos ................................................................................................. 5 
1.3. Legitimados a requerer a medida .................................................................. 6 
1.4. Prazo e prorrogação .................................................................................... 7 
1.5. Condução dos procedimentos ....................................................................... 8 
1.6. Inutilização do material irrelevante ............................................................... 9 
1.7. Degravação e perícia ................................................................................... 9 
1.8. Tipo penal específico ................................................................................... 9 
1.9. Tópicos jurisprudenciais relevantes ............................................................. 10 
2. RESUMO .................................................................................................... 11 
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 14 
4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 19 
5. GABARITO ................................................................................................ 32 
 
Olá, meus amigos! 
 
Hoje vamos estudar a Lei de Interceptação das Comunicações 
Telefônicas (Lei 9.296/96). 
Trata-se de uma lei pequena, com poucos artigos, mas que possui 
algumas polêmicas sobre as quais o STF e o STJ já se manifestaram e que 
podem cair na prova! 
 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
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!!
1.!LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES 
TELEFÔNICAS 
 
1.1.! Finalidade e natureza 
A primeira coisa que temos que ter em mente quando iniciamos o 
estudo desta lei é que ela tem por finalidade regulamentar um 
dispositivo da Constituição Federal que é um dos pilares de um Estado 
verdadeiramente Democrático de Direito: O direito à privacidade. 
Vejamos o que diz o artigo 5º, XII da CRFB/88: 
Art. 5º (...) 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, 
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem 
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 
1996) 
 
Por sua vez, o art. 1º da Lei 9.296/96 estabelece que: 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, 
para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, 
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da 
ação principal, sob segredo de justiça. 
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de 
comunicações em sistemas de informática e telemática. 
 
No entanto, o que seria “interceptação de comunicações 
telefônicas”? Esse termo significa a captação de conversas realizadas por 
meio telefônico, entre TERCEIROS, e ocorre quando NENHUM DOS 
INTERLOCUTORES TEM CIÊNCIA DA GRAVAÇÃO DA CONVERSA.1 
Não podemos confundir “interceptação de 
comunicações telefônicas” com escuta telefônica e gravação 
telefônica. A primeira é medida de exceção, mas autorizada em alguns 
casos. As duas últimas seguem regramentos distintos. 
Quanto à ESCUTA TELEFÔNICA, é a modalidade na qual um dos 
interlocutores tem ciência da gravação, que é feita por TERCEIRA 
PESSOA. À semelhança da interceptação telefônica, só é admitida 
mediante autorização judicial. 
Já a GRAVAÇÃO TELEFÔNICA é a modalidade na qual um dos 
interlocutores realiza a gravação da conversa, ou seja, não há a 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Ed. Forense, 2014, p. 478/479 
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!!
participação de terceiros.2 É considerada prova LÍCITA (STJ: RHC 
19136/MG 2007, Rel. Min. Félix Fischer). 
 
Não se deve confundir, ainda, interceptação das 
comunicações telefônicas com quebra de sigilo de dados telefônicos. A 
interceptação das comunicações telefônicas tem por finalidade obter acesso 
ao conteúdo das comunicações telefônicas, ao teor das conversas. 
A quebra de sigilo de dados telefônicos tem por finalidade, apenas, obter 
informações a respeito das referidas chamadas (duração da chamada, 
terminal de partida e destino, horário da ligação, etc.). 
⇒! Mas os requisitos para a quebra de sigilo de dados telefônicos 
são os mesmos da interceptação telefônica? Não, pois é possível que 
seja determinada a quebra de tal sigilo sempre que houver justa causa, ou 
seja, indicativos razoáveis de que os dados poderão auxiliar na investigação 
ou na instrução processual. Além disso, a Doutrina majoritária entende que 
Comissões Parlamentares de Inquéritos, o próprio MP e a 
autoridade policial poderão ter acesso a estes dados sem necessidade de 
autorização judicial, já que estes dados, a despeito de protegidos 
constitucionalmente, não possuem a mesma proteção conferida ao 
conteúdo das conversas telefônicas. 
 
Muito se questiona, ainda, a respeito das chamadas 
INTERCEPTAÇÕES AMBIENTAIS (Que incluem a interceptação 
ambiental stricto sensu, a gravação ambiental e a escuta ambiental). 
Primeiramente, temos que saber o que é uma “comunicação 
ambiental”. Uma comunicação ambiental é aquela realizada 
pessoalmente, e não através de qualquer aparelho de transmissão. 
Assim, uma gravação ambiental, por exemplo, seria uma gravação 
feita por um dos interlocutores da conversa, sem o conhecimento do outro. 
Os Tribunais Superiores aplicam as mesmas regras da 
interceptação telefônica às interceptações ambientais. Vejamos: 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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(...) A gravação ambiental meramente clandestina, realizada por um dos 
interlocutores, não se confunde com a interceptação, objeto cláusula 
constitucional de reserva de jurisdição. 2. É lícita a prova consistente em gravação 
de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, 
se não há causa legal específicade sigilo nem de reserva da conversação. Precedentes. 
3. Agravo regimental desprovido. 
(AI 560223 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
12/04/2011, DJe-079 DIVULG 28-04-2011 PUBLIC 29-04-2011 EMENT VOL-02511-01 
PP-00097 LEXSTF v. 33, n. 388, 2011, p. 35-40) 
 
CUIDADO: O STF já decidiu (HC 81154/SP) que interceptações 
telefônicas realizadas antes da vigência da Lei são PROVAS ILÍCITAS, 
e geram a nulidade do processo, se foram a única prova sobre a qual se 
fundamentou a sentença condenatória. 
 
É bom lembrar que a interceptação de comunicação telefônica é 
medida excepcional, por representar enorme invasão na esfera de 
privacidade das pessoas, de forma que todo processo em que haja esse 
tipo de prova deverá tramitar em SEGREDO DE JUSTIÇA. Os Tribunais, 
contudo, entendem que é possível a divulgação das conversas em alguns 
casos, notadamente quando houver “justa causa” (Que ninguém sabe 
precisar exatamente o que é). 
O art. 1º da Lei fala, ainda, em “Juiz Competente”. Juiz competente 
seria aquele que teria atribuição para, em tese, processar e julgar a ação 
penal futura ou em curso. 
Mas e se for autorizada por Juiz incompetente? Neste caso, 
teremos uma prova ilícita e, portanto, não poderá ser utilizada no processo. 
CUIDADO MASTER! O STF entende que se a incompetência do Juízo que 
decretou a medida somente foi reconhecida em razão de fatos cujo 
conhecimento é posterior à decisão judicial, aplica-se a TEORIA DO 
JUÍZO APARENTE, ou seja, o Juízo que decretou a medida não era, de 
fato, competente, mas considerando-se apenas os fatos conhecidos à 
época da decisão, ele era o Juízo aparentemente competente.3 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
3 (...) 7. Quanto à celeuma acerca da determinação da quebra de sigilo pelo Juízo Federal 
de Itaperuna/RJ, que foi posteriormente declarado incompetente em razão de ter sido 
identificada atuação de organização criminosa (art. 1º da Resolução Conjunta n. 5/2006 
do TRF da 2ª Região), há de se aplicar a teoria do juízo aparente (STF, HC 81.260/ES, 
Tribunal Pleno, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 19.4.2002). 8. Ordem denegada, 
cassando a liminar deferida. 
(HC 110496, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 09/04/2013, 
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-238 DIVULG 03-12-2013 PUBLIC 04-12-2013) 
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1.2.! Requisitos 
O art. 2º da Lei estabelece algumas restrições à autorização de 
interceptações telefônicas. Vejamos: 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando 
ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena 
de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação 
objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se poderá 
admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos dizer que as 
condições para a autorização de interceptações telefônicas são as seguintes 
(CUMULATIVAS): 
•! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal 
•! A prova não puder ser feita por outros meios 
•! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão 
•! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com 
a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL 
 
Também não se admite a chamada “autorização genérica”, ou “carta 
branca”. Assim, não é possível, por exemplo, que o Judiciário autorize a 
interceptação telefônica de todos os moradores de uma favela, pois há 
suspeitas de que alguém esteja praticando tráfico de entorpecentes. Ora, 
essa autorização é genérica demais, não especifica exatamente qual é o 
fato, quem são os suspeitos, etc. 
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Embora as interceptações telefônicas só possam ser autorizadas nestes 
casos expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida 
através de uma interceptação lícita (que obedeceu aos requisitos 
legais) possa ser utilizada como “prova emprestada” em outros 
processos criminais ou até mesmo procedimentos administrativos 
disciplinares instaurados em face dos mesmos investigados OU DE 
OUTROS, desde que haja conexão entre os fatos. Vejamos a 
seguinte decisão do STF: 
(...) 1. Não é ilícita a prova obtida mediante interceptação telefônica autorizada por 
Juízo competente. O posterior reconhecimento da incompetência do Juízo que deferiu a 
diligência não implica, necessariamente, a invalidação da prova legalmente produzida. 
A não ser que “o motivo da incompetência declarada [fosse] contemporâneo da decisão 
judicial de que se cuida” (HC 81.260, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence). 2. 
Não há por que impedir que o resultado das diligências encetadas por autoridade 
judiciária até então competente seja utilizado para auxiliar nas apurações que se 
destinam a cumprir um poder-dever que decola diretamente da Constituição Federal 
(incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º, inciso I do art. 129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, 
com as ressalvas da jurisprudência do STF quanto aos limites da chamada prova 
emprestada 3. Os elementos informativos de uma investigação criminal, ou as 
provas colhidas no bojo de instrução processual penal, desde que obtidos 
mediante interceptação telefônica devidamente autorizada por Juízo 
competente, admitem compartilhamento para fins de instruir procedimento 
criminal ou mesmo procedimento administrativo disciplinar contra os 
investigados. Possibilidade jurisprudencial que foi ampliada, na Segunda 
Questão de Ordem no Inquérito 2.424 (da relatoria do ministro Cezar Peluso), 
para também autorizar o uso dessas mesmas informações contra outros 
agentes. 4. Habeas corpus denegado. 
(HC 102293, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 24/05/2011, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG 16-12-2011 PUBLIC 19-12-2011) 
 
1.3.! Legitimados a requerer a medida 
Mas, quem pode requerer a autorização para realização de 
interceptação telefônica? A lei nos diz, em seu art. 3º: 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada 
pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal. 
 
Assim, temos três hipóteses: 
•! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém) 
•! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação 
criminal 
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•! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a 
instrução processual penal 
 
Mas, e no caso de crimes de ação penal privada? A Doutrina 
entende que a vítima tem legitimidade para requerer autorização 
para realização de interceptação telefônica. 
O art. 4ºdetermina, ainda, que o pedido deverá cumprir determinadas 
formalidades (simples): 
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a 
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração 
penal, com indicação dos meios a serem empregados. 
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a 
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a 
termo. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. 
 
 
1.4.! Prazo e prorrogação 
O art. 5º, por sua vez, estabelece que a decisão (que deferir ou 
indeferir o pedido) deverá ser fundamentada (em respeito ao art. 93, IX da 
Constituição Federal): 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também 
a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze 
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do 
meio de prova. 
 
A parte final do artigo trouxe muitas polêmicas. Poderia ou não 
a interceptação ser renovada mais de uma vez? A redação legal é clara 
ao dizer apenas uma vez. No entanto, o STF firmou entendimento no 
sentido contrário, adotando a tese de que é possível a renovação 
por sucessivas vezes, desde que isso se mostre indispensável às 
investigações. Vejamos: 
 
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(...) 2. A renovação da medida ou a prorrogação do prazo das interceptações 
telefônicas pressupõem a complexidade dos fatos sob investigação e o número 
de pessoas envolvidas, por isso que nesses casos maior é a necessidade da 
quebra do sigilo telefônico, com vista à apuração da verdade que interessa ao 
processo penal, sendo, a fortiori, “lícita a prorrogação do prazo legal de 
autorização para interceptação telefônica, ainda que de modo sucessivo, 
quando o fato seja complexo e exija investigação diferenciada e contínua” (Inq. 
Nº 2424/RJ, relator Ministro Cezar Peluso, Dje de 25.03.2010). 3(...) 
(HC 106225, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX, 
Primeira Turma, julgado em 07/02/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-059 DIVULG 21-
03-2012 PUBLIC 22-03-2012) 
 
Vejam que o STF, portanto, contraria o que está expressamente 
previsto na Lei. 
CUIDADO! O termo inicial para contagem do prazo de 15 dias é a data 
em que se efetiva a diligência, e não a data da decisão judicial: STJ, 
HC 135771: “(...) 2. Em relação às interceptações telefônicas, o prazo de 15 
(quinze) dias, previsto na Lei nº 9.296⁄96, é contado a partir da efetivação da 
medida constritiva, ou seja, do dia em que se iniciou a escuta telefônica e não 
da data da decisão judicial. (...)” 
 
1.5.! Condução dos procedimentos 
Quem conduz o procedimento para a realização da interceptação é a 
autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP, nos termos do art. 6º: 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de 
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a 
sua realização. 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a 
autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às 
concessionárias de serviço público. 
Após a realização dos trabalhos, a autoridade policial encaminhará o 
resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operações realizadas. Neste 
momento o Juiz determinará que os documentos relativos à interceptação 
sejam autuados em apartado, apensados aos autos principais, tramitando 
em segredo de justiça. Após, dará ciência ao MP: 
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da 
interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá 
conter o resumo das operações realizadas. 
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , 
ciente o Ministério Público. 
(...) 
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Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, 
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do 
processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e 
transcrições respectivas. 
 
1.6.! Inutilização do material irrelevante 
É claro que durante este procedimento muitas das gravações obtidas 
serão completamente inúteis às investigações, motivo pelo qual deverão 
ser descartadas, mediante requerimento da parte interessada ou do MP, 
naquilo que se chama de “incidente de inutilização”: 
 Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão 
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude 
de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério 
Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. 
 
1.7.! Degravação e perícia 
Até mesmo em razão da existência de muito material irrelevante para 
as investigações, os Tribunais Superiores firmaram entendimento no 
sentido de que não é necessária a transcrição (degravação) de todo 
o conteúdo interceptado, mas apenas daquelas partes que sejam 
importantes à investigação.4 
Embora não seja necessária a transcrição integral do áudio captado, é 
necessário que seja disponibilizado à defesa o conteúdo integral do 
áudio (através de CDs, etc.).5 
Mas, professor, me surgiu uma dúvida: é necessária a 
realização de perícia para analisar se o material (conversas) é 
verdadeiro ou montagem? Em regra, não, mas nada impede que 
alguém, desconfiando da veracidade da prova, requeira a realização de 
perícia. Este é o entendimento do STJ.6 
 
1.8.! Tipo penal específico 
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4 (...)É pacífico o entendimento nos tribunais superiores no sentido de que não é 
necessária a transcrição in totum do conteúdo da quebra do sigilo das comunicações 
telefônicas, visto que a Lei n.º 9.269/96 não traz qualquer exigência nesse sentido. 
(...) 
(HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 
22/04/2014, DJe 02/05/2014) 
5 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Op. cit., p. 491 
6 (...) não há no referido diploma legal qualquer orientação no sentido de que devem ser 
periciadas as gravações realizadas, com a finalidade de demonstrar sua genuinidade e 
intangibilidade, pois a regra é que sejam idôneas, tratando-se, portanto, de providência 
não tingida de imprescindibilidade. (...) 
(HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 
22/04/2014, DJe 02/05/2014) 
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A Lei, lá no final, ainda nos traz um tipo penal, que é o de realizar 
interceptação telefônica, de informática ou telemática, ou quebrar segredo 
de Justiça, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL OU COM OBJETIVOS NÃO 
AUTORIZADOS EM LEI: 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de 
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça,sem autorização 
judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
Vejam que a parte grifada é o que se chama de elemento normativo 
do tipo penal, pois estabelece uma situação que, se presente, torna a 
conduta prevista anteriormente em legal. Assim, se há autorização judicial, 
a quebra de segredo de Justiça, por exemplo, será um indiferente penal. 
Esse crime é de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, vez 
que a lei nada fala a respeito do tipo de ação penal. 
 
1.9.! Tópicos jurisprudenciais relevantes 
•! INTERCEPTAÇÃO ILEGAL – POSTERIOR AUTORIZAÇÃO DE 
UM DOS INTERLOCUTORES – IMPOSSIBILIDADE DE “VALIDAÇÃO 
DA PROVA: Esse foi o entendimento firmado pelo STJ no julgamento do 
HC 161053: 
“(...) 1. A interceptação telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, 
sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos 
termos do inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal. 
2. A escuta é a captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o 
conhecimento de apenas um dos interlocutores, ao passo que a gravação 
telefônica é feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou 
a ciência do outro. 
3. Na hipótese, embora as gravações tenham sido implementadas pelo esposo 
da cliente do paciente com a intenção de provar a sua inocência, é certo que não 
obteve a indispensável prévia autorização judicial, razão pela qual se tem como 
configurada a interceptação de comunicação telefônica ilegal. 
4. O fato da esposa do autor das interceptações - que era uma 
interlocutora dos diálogos gravados de forma clandestina - ter 
consentido posteriormente com a divulgação dos seus conteúdos não 
tem o condão de legitimar o ato, pois no momento da gravação não tinha 
ciência do artifício que foi implementado pelo seu marido, não se 
podendo afirmar, portanto, que, caso soubesse, manteria tais conversas 
com o seu advogado pelo telefone interceptado. 
(...) 
(HC 161.053/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
27/11/2012, DJe 03/12/2012) 
•! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – PROVA EMPRESTADA EM 
PROCESSO ADMINISTRARIVO DISCIPLINAR – UTILIZAÇÃO COMO 
PROVA EM RELAÇÃO A OUTRAS PESSOAS – POSSIBILIDADE: Se a 
decisão que determinou a interceptação foi legal, a prova produzida na 
diligência pode ser utilizada para instruir PAD, ainda que em relação a 
fatos diversos ou outras pessoas. Esse foi o entendimento firmado 
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pelo STF (Inq. 2424) e pelo STJ: “(...) 3. É de ser reconhecida a legalidade 
da utilização da interceptação telefônica produzida na ação penal nos autos do 
processo administrativo disciplinar, ainda que instaurado (a) para apuração de 
ilícitos administrativos diversos dos delitos objeto do processo criminal; e (b) 
contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais a prova foi colhida, 
ou contra outros servidores cujo suposto ilícito tenha vindo à tona em face da 
interceptação telefônica. 
4. Embargos de declaração rejeitados.” 
(EDcl no MS 13.099/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado 
em 25/04/2012, DJe 09/05/2012) 
•! DESVIO DUPLO – TERMINAL INTERNO DE DESVIO DE 
CHAMADAS – TERMINAL TAMBÉM ABRANGIDO PELA DILIGÊNCIA 
- “(...) O terminal telefônico criado internamente por operadora de telefonia, 
com o simples fim de efetuar desvio de chamadas de um terminal objeto de 
interceptação judicial, é alcançado pela medida constritiva incidente sobre este 
último. Ordem denegada. (HC 96156, STF) 
•! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – REALIZAÇÃO ANTES DA 
INSTAURAÇÃO DO IP – POSSIBILIDADE: “(...) I. A interceptação 
telefônica para fins de investigação criminal pode se efetivar antes mesmo 
da instauração do inquérito policial, pois nada impede que as investigações 
precedam esse procedimento. “A providência pode ser determinada para a 
investigação criminal (até antes, portanto, de formalmente instaurado o 
inquérito) e para a instrução criminal, depois de instaurada a ação penal.” (...) 
(HC 43.234/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 
03/11/2005, DJ 21/11/2005, p. 265) 
•! INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – DETERMINAÇÃO COM BASE 
EXCLUSIVAMENTE EM DENÚNCIA ANÔNIMA – IMPOSSIBILIDADE 
– NECESSIDADE DE AVERIGUAÇÃO PRELIMINAR DA 
PROCEDÊNCIA DA DELAÇÃO: “(...) Elementos dos autos que evidenciam 
não ter havido investigação preliminar para corroborar o que exposto 
em denúncia anônima. O Supremo Tribunal Federal assentou ser 
possível a deflagração da persecução penal pela chamada denúncia 
anônima, desde que esta seja seguida de diligências realizadas para 
averiguar os fatos nela noticiados antes da instauração do inquérito 
policial. Precedente. 2. A interceptação telefônica é subsidiária e excepcional, 
só podendo ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os 
fatos tidos por criminosos, nos termos do art. 2º, inc. II, da Lei n. 9.296/1996. 
((HC 108147, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 
11/12/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-022 DIVULG 31-01-2013 PUBLIC 01-
02-2013) 
 
2.! RESUMO 
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 
Finalidade - Regulamentar o artigo 5º, XII da CRFB/88, que estabelece 
a inviolabilidade das comunicações telefônicas, permitindo a interceptação 
de tais comunicações apenas em casos excepcionais, por decisão judicial. 
Conceitos 
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Interceptação de comunicações telefônicas - Esse termo significa a 
captação de conversas realizadas por meio telefônico, entre TERCEIROS, e 
ocorre quando NENHUM DOS INTERLOCUTORES TEM CIÊNCIA DA 
GRAVAÇÃO DA CONVERSA. 
Escuta telefônica - É a modalidade na qual um dos interlocutores tem 
ciência da gravação, que é feita por TERCEIRA PESSOA. À semelhança da 
interceptação telefônica, só é admitida mediante autorização judicial. 
Gravação telefônica – É a modalidade na qual um dos interlocutores 
realiza a gravação da conversa, ou seja, não há a participação de terceiros. 
É considerada prova LÍCITA!
Interceptações ambientais - Incluem a interceptação ambiental stricto 
sensu, a gravação ambiental e a escuta ambiental. Uma comunicação 
ambiental é aquela realizada pessoalmente, e não através de qualquer 
aparelho de transmissão. 
OBS. Os Tribunais Superiores aplicam as mesmas regras da 
interceptação telefônica às interceptações ambientais. 
 
Cláusula de reserva de jurisdição – Trata-se de medida excepcional, e 
que só pode ser decretada pelo Juiz competente. 
Mas e se for autorizada por Juiz incompetente? Neste caso, teremos 
uma prova ilícita e, portanto, não poderá ser utilizada no processo. 
OBS.: Teoria do Juízo aparente - O STF entende que se a incompetência 
do Juízo que decretou a medida somente foi reconhecida em razão de fatos 
cujo conhecimento é posterior à decisão judicial, aplica-se a TEORIA DO 
JUÍZO APARENTE, ou seja, o Juízo que decretou a medida não era, de 
fato, competente, mas considerando-se apenas os fatos conhecidos à época 
da decisão, ele era o Juízo aparentemente competente. 
 
Requisitos 
!! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal 
!! A prova não puder ser feita por outros meios 
!! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão 
!! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com 
a qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVELProva emprestada 
Embora as interceptações telefônicas só possam ser autorizadas nestes 
casos expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida através 
de uma interceptação lícita (que obedeceu aos requisitos legais) possa ser 
utilizada como “prova emprestada” em outros processos criminais ou até 
mesmo procedimentos administrativos disciplinares instaurados em face 
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dos mesmos investigados OU DE OUTROS, desde que haja conexão 
entre os fatos. 
 
Quem pode requerer a autorização para realização de interceptação 
telefônica? 
!! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém) 
!! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação 
criminal 
!! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a instrução 
processual penal 
Mas, e no caso de crimes de ação penal privada? A Doutrina entende 
que a vítima tem legitimidade para requerer autorização para 
realização de interceptação telefônica. 
 
Prazo e prorrogação 
O prazo é de até 15 dias, renovável uma vez por igual período. 
STF – Pode haver diversas prorrogações, desde que isso seja necessário. 
Início da contagem do prazo – Data em que se efetiva a diligência. 
 
Procedimentos 
Quem conduz? A autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP. 
Conclusão - Após a realização dos trabalhos, a autoridade policial 
encaminhará o resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operações 
realizadas. Neste momento o Juiz determinará que os documentos relativos 
à interceptação sejam autuados em apartado, apensados aos autos 
principais, tramitando em segredo de justiça. Após, dará ciência ao MP. 
Material irrelevante - Deverão ser descartados, mediante requerimento 
da parte interessada ou do MP, naquilo que se chama de “incidente de 
inutilização”. 
 
Degravação e perícia 
!! Não é necessária a transcrição de todo o conteúdo interceptado, 
somente das partes relevantes 
!! A integralidade do áudio interceptado deve ser disponibilizada à 
defesa 
!! Não é necessária a perícia para atestar a legitimidade do material. 
Entretanto, se alguma das partes tiver dúvida, pode requerer a 
perícia. 
_________ 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
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3.!EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01.! (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) 
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das comunicações 
telefônicas poderá ser determinada a requerimento da autoridade policial, 
na fase de investigação criminal, ou a requerimento do MP, somente na 
fase de instrução criminal. 
 
02.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a interceptação 
telefônica, renovável por mais quinze, não há qualquer restrição ao número 
de prorrogações, desde que haja decisão fundamentando a dilatação do 
período. 
 
03.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter excepcional, à 
polícia militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, 
executar interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita de 
envolvimento de autoridades policiais civis nos delitos investigados, não 
sendo a execução dessa medida exclusiva da autoridade policial, visto que 
são autorizados, por lei, o emprego de serviços e a atuação de técnicos das 
concessionárias de serviços públicos de telefonia nas interceptações. 
 
04.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo 
de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal 
competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo 
prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e 
cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o 
inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, 
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, 
as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às 
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de 
influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela 
concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao 
que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
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conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal 
iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e autorizada 
judicialmente é nula, haja vista ter sido sucessivamente prorrogada pelo 
magistrado por prazo superior a trinta dias, o que contraria a previsão legal 
de que o prazo da interceptação telefônica não pode exceder quinze dias, 
renovável uma vez por igual período. 
 
05.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo 
de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal 
competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo 
prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e 
cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o 
inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, 
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, 
as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às 
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de 
influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela 
concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao 
que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal 
iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– ter 
consentido posteriormente com a divulgação do conteúdo das gravações 
não legitima o ato nem justifica sua utilização como prova. 
 
06.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo 
de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal 
competente a interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo 
prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os quarenta e 
cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o 
inquérito policial instaurado. Mílton, então, aindano curso da investigação, 
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, 
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as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às 
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de 
influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela 
concordasse com a divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao 
que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal 
iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica realizada por Mílton é ilegal, porquanto 
desprovida da necessária autorização judicial. 
 
07.! (CESPE – 2013 – CNJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
Admite-se que o juiz determine interceptação telefônica quando houver 
indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida com 
detenção e a prova não puder ser feita por outros meios. 
 
08.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – TITULAR NOTARIAL) 
Assinale a opção correta acerca de interceptação telefônica, segundo o STF, 
o STJ e a doutrina majoritária. 
a) Segundo o entendimento do STF, é impossível a prorrogação do prazo 
de autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos. 
b) O juiz competente para determinar a interceptação é o competente para 
processar e julgar o crime de cuja prática se suspeita. No entanto, a 
verificação posterior de que se trata de crime para o qual o juiz seria 
incompetente não deve acarretar a nulidade absoluta da prova colhida. 
c) É válido o deferimento de interceptação telefônica promovido em razão 
de denúncia anônima desacompanhada de outras diligências. 
d) É indispensável prévia instauração de inquérito para a autorização de 
interceptação telefônica 
e) Consoante entendimento predominante nos tribunais superiores, faz-se 
necessária a transcrição integral do conteúdo da quebra do sigilo das 
comunicações telefônicas 
 
09.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
Segundo entendimento do STJ, é inadmissível a utilização de prova 
produzida em feito criminal diverso, obtida por meio de interceptação 
telefônica e relacionada com os fatos do processo-crime, ainda que seja 
oferecida à defesa oportunidade de proceder ao contraditório. 
 
10.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
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A Lei n.º 9.296/1996, que trata da interceptação das comunicações 
telefônicas, estipula o prazo de quinze dias para a interceptação de 
comunicações telefônicas, renovável uma vez por igual período, vedadas, 
de acordo com o entendimento jurisprudencial do STF e do STJ, as 
prorrogações por período superior a esse prazo. 
 
11.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
O contraditório das provas obtidas por meio de interceptação telefônica é 
postergado para os autos da ação penal deflagrada, quando as partes terão 
acesso ao seu conteúdo e, diante desses elementos, poderão impugnar e 
contraditar as provas obtidas por meio da medida cautelar. 
 
12.! (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 
ADAPTADA) 
De acordo com a lei que rege as interceptações telefônicas, a competência 
para deferir esse procedimento no curso do inquérito policial é do promotor 
de justiça com atribuição para atuar na ação principal. 
 
13.! (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 
ADAPTADA) 
A ação penal padecerá de nulidade absoluta, por cerceamento de defesa, 
caso a defesa não tenha acesso à integralidade do teor das escutas 
telefônicas antes da colheita da prova oral. 
 
14.! (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) 
A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, 
julgue os itens que se seguem. 
A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao 
processo deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, 
necessariamente, à conclusão da instrução processual. 
 
15.! (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violação do sigilo do voto, 
que é um crime eleitoral punível com detenção de até dois anos. 
Seria ilícita decisão judicial que autorizasse a interceptação de 
comunicações telefônicas no curso de investigação relativa à prática desse 
crime. 
 
16.! (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
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Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de 
comunicação telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, o ato de 
Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, não constitui crime hediondo. 
 
17.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a 
seguir, com base no entendimento do STF. 
Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente 
autorizada para apurar crime contra a administração pública imputado ao 
servidor público Mário, a autoridade policial tenha identificado, na fase de 
inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados por outros 
servidores. Nessa situação hipotética, considerando-se que a interceptação 
telefônica tenha sido autorizada judicialmente apenas em relação ao 
servidor Mário, as provas obtidas contra os outros servidores não poderão 
ser usadas em procedimento administrativo disciplinar. 
 
18.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a 
seguir, com base no entendimento do STF. 
É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação 
telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato 
complexo que exija investigação diferenciada e contínua. 
 
19.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a 
seguir, com base no entendimento do STF. 
Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal 
e legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem 
subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, 
desde que estes sejam conexos aos primeiros tipos penais que justificaram 
a interceptação. 
 
20.! (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) 
Com base nos delitos em espécie, julgue o próximo item. 
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas 
telefônicas, informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da 
justiça sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
 
21.! (CESPE – 2002 – DPF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) 
No âmbito da jurisdição constitucional das liberdades, a proscrição da prova 
ilícita no processo é tema recorrente, seja porque o aparelho policial 
brasileiro ainda se entremostra arbitrário, seja porque há dificuldades, em 
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certos casos, de avaliar-se a extensão dos efeitos que a inadmissão da 
prova tida por ilícita acarreta para a investigação e persecução criminal. Na 
esteira da doutrina dominante e das decisões do Supremo Tribunal Federal 
(STF), julgue o item abaixo, relativo a esse assunto. 
Por não se tratar de hipótese de interceptação telefônica sem autorização 
judicial, a conversa informal mantida pelo indiciado com policiais, na 
delegacia, pode ser gravada por estes, e a eventual confissão de prática 
delituosa constante na gravação é tida por prova válida para sustentar 
pedido de prisão temporária do confesso. 
 
22.! (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) 
Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. 
A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada 
se outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do 
fato criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação 
em crime punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez 
realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e 
legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem 
subsidiar denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, 
desde que conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a 
interceptação. 
 
 
4.!EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01.! (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) 
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das 
comunicações telefônicas poderá ser determinada a requerimento 
da autoridade policial, na fase de investigação criminal, ou a 
requerimento do MP, somente na fase de instrução criminal. 
COMENTÁRIOS: O item está errado, porque o MP possui legitimidade para 
requerer a determinação da interceptação das comunicações telefônicas a 
qualquer momento, seja durante as investigações, seja durante a instrução 
processual. Vejamos: 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada 
pelo juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na 
instrução processual penal. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
02.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
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Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a 
interceptação telefônica, renovável por mais quinze, não há 
qualquer restrição ao número de prorrogações, desde que haja 
decisão fundamentando a dilatação do período. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. Embora haja tal previsão legal, o 
STF entende que é possível a prorrogação sucessiva da medida, desde que 
indispensável ao sucesso das investigações e devidamente fundamentada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
03.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter 
excepcional, à polícia militar, mediante autorização judicial e sob 
supervisão do MP, executar interceptações telefônicas, sobretudo 
quando houver suspeita de envolvimento de autoridades policiais 
civis nos delitos investigados, não sendo a execução dessa medida 
exclusiva da autoridade policial, visto que são autorizados, por lei, 
o emprego de serviços e a atuação de técnicos das concessionárias 
de serviços públicos de telefonia nas interceptações. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. O STF possui entendimento no 
sentido de que não há “reserva de atuação” à Polícia “Judiciária” (Polícias 
Civil e Federal). 
Assim, o STF entende que é possível a execução da medida pela Polícia 
Militar (desde que previamente autorizada pelo Juiz, é claro). Vejamos: 
(...)Reconheceu-se a possibilidade excepcional de a polícia militar, 
mediante autorização judicial, sob supervisão do parquet, efetuar a 
mera execução das interceptações, na circunstância de haver 
singularidades que justificassem esse deslocamento, especialmente 
quando, como no caso, houvesse suspeita de envolvimento de 
autoridades policias da delegacia local. Consignou-se não haver ilicitude, 
já que a execução da medida não seria exclusiva de autoridade policial, pois a 
própria lei autorizaria o uso de serviços e técnicos das concessionárias (Lei 
9.296/96, art. 7º) e que, além de sujeitar-se a ao controle judicial durante a 
execução, tratar-se-ia apenas de meio de obtenção da prova (instrumento), 
com ela não se confundindo. 
(HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15.5.2012. (HC-96986) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
04.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que 
Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, 
requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação 
recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das 
comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de 
investigação. 
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Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para 
acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no 
curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o 
conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, 
tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o 
advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, 
Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia 
anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação 
penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico 
de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a 
respeito das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e 
autorizada judicialmente é nula, haja vista ter sido sucessivamente 
prorrogada pelo magistrado por prazo superior a trinta dias, o que 
contraria a previsão legal de que o prazo da interceptação 
telefônica não pode exceder quinze dias, renovável uma vez por 
igual período. 
COMENTÁRIOS: O item está ERRADO. Embora haja tal previsão legal, o 
STF entende que é possível a prorrogação sucessiva da medida, desde que 
indispensável ao sucesso das investigações e devidamente fundamentada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
05.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que 
Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, 
requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação 
recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das 
comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de 
investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para 
acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no 
curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o 
conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, 
tendo tomado conhecimento,devido às interceptações, de que o 
advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, 
Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia 
anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação 
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penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico 
de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a 
respeito das interceptações telefônicas. 
O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– 
ter consentido posteriormente com a divulgação do conteúdo das 
gravações não legitima o ato nem justifica sua utilização como 
prova. 
COMENTÁRIOS: No caso em tela temos um exemplo clássico de 
interceptação telefônica obtida de forma ilegal, sendo considerada, 
portanto, prova ilícita. 
Os Tribunais Superiores entendem que o posterior consentimento de um 
dos interlocutores não convalida a prova (Ver HC 161.053-SP – STJ) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
06.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que 
Mílton estaria abusando sexualmente de sua própria filha, 
requereu, antes mesmo de colher provas acerca da informação 
recebida, a juiz da vara criminal competente a interceptação das 
comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de 
investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para 
acompanhar o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no 
curso da investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o 
conhecimento de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, 
tendo tomado conhecimento, devido às interceptações, de que o 
advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em razão disso, 
Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia 
anuiu expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o 
conteúdo das gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação 
penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do crime de tráfico 
de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a 
respeito das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica realizada por Mílton é ilegal, porquanto 
desprovida da necessária autorização judicial. 
COMENTÁRIOS: O item está perfeito. A interceptação realizada por Milton 
é absolutamente ilegal, eis que realizada à revelia da lei, por pessoa sem 
atribuição para tal, bem como sem autorização judicial. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
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07.! (CESPE – 2013 – CNJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
Admite-se que o juiz determine interceptação telefônica quando 
houver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração 
penal punida com detenção e a prova não puder ser feita por outros 
meios. 
COMENTÁRIOS: Item errado. Isto porque não se admite a determinação 
da interceptação das comunicações telefônicas para apuração de fato 
punível meramente com pena de detenção, nos termos do art. 2º, III da 
Lei. Vejamos: 
Art. 2º. Não será admitida a interceptação de comunicação telefônicas quando 
ocorrer qualquer das seguintes hipótese: 
(...) 
III: o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena 
de detenção. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
 
08.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – TITULAR NOTARIAL) 
Assinale a opção correta acerca de interceptação telefônica, 
segundo o STF, o STJ e a doutrina majoritária. 
a) Segundo o entendimento do STF, é impossível a prorrogação do 
prazo de autorização para a interceptação telefônica por períodos 
sucessivos. 
b) O juiz competente para determinar a interceptação é o 
competente para processar e julgar o crime de cuja prática se 
suspeita. No entanto, a verificação posterior de que se trata de 
crime para o qual o juiz seria incompetente não deve acarretar a 
nulidade absoluta da prova colhida. 
c) É válido o deferimento de interceptação telefônica promovido em 
razão de denúncia anônima desacompanhada de outras diligências. 
d) É indispensável prévia instauração de inquérito para a 
autorização de interceptação telefônica 
e) Consoante entendimento predominante nos tribunais 
superiores, faz-se necessária a transcrição integral do conteúdo da 
quebra do sigilo das comunicações telefônicas 
COMENTÁRIOS: 
A) ERRADA: O STF e o STJ possuem entendimento sólido no sentido de que 
a diligência pode ser prorrogada por sucessivas vezes, desde que o fato 
seja complexo e ainda haja necessidade de realização da medida. 
B) CORRETA: Neste caso, o STJ entende que deve ser aplicada a teoria do 
Juízo aparente, ou seja, se no momento da decretação da medida não se 
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tinha conhecimento do fato que torna o Juízo incompetente, a diligência 
determinada não será considerada inválida. 
C) ERRADA: Da mesma forma que a jurisprudência não admite a 
instauração de IP exclusivamente com base em denúncia anônima, 
naturalmente, a decretação de interceptação telefônica, medida 
extremamente invasiva, não pode estar baseada apenas em denúncia 
anônima (Ver, por oportuno: HC 108147, STF). 
D) ERRADA: O IP é uma peça dispensável. É possível que a ação penal 
tenha sido ajuizada sem a instauração de IP. Nesse caso, nada impede que 
seja decretada a medida durante o processo criminal (não tendo havido 
instauração anterior de IP). Além disso, o STJ possui decisões entendendo 
que mesmo no caso de não haver processo criminal em curso, ou seja, 
mesmo durante a investigação, é possível a decretação da medida mesmo 
sem que tenha sido instaurado o IP, desde que haja indícios razoáveis da 
prática da infração penal (HC 43.234/SP, STJ). 
E) ERRADA: A transcrição somente abrangerá os pontos relevantes das 
conversas, não sendo necessária a degravação total (Ver, por todos: HC 
245.108/SP, STJ). 
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B. 
 
09.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
Segundo entendimento do STJ, é inadmissível a utilização de prova 
produzida em feito criminal diverso, obtida por meio de 
interceptação telefônica e relacionada com os fatos do processo-
crime, ainda que seja oferecida à defesa oportunidade de proceder 
ao contraditório. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o STF e o STJ admitem, de forma 
pacífica, a utilização da prova obtida em interceptação telefônica em outro 
processo criminal, devendo ser oferecido à defesa o direito de contraditar 
a prova. Vejamos: 
4. A alegação de nulidade da decisão que determinou a utilização de prova 
emprestada já foi analisada por esta Corte quando do julgamento do Habeas 
Corpus n.° 259.617/RJ, Rel. Min. LAURITA VAZ, no qual se reconheceu que é 
lícita a utilização de prova produzida em feito criminal diverso, obtida 
por meio de interceptação telefônica - de forma a ensejar, inclusive, a 
correta instrução do feito-, desde que relacionada com os fatos do 
processo-crime, e, após sua juntada aos autos, seja oportunizado à 
Defesa proceder ao contraditório e à ampla defesa. 
5. Ausência de ilegalidade flagrante que, eventualmente, ensejasse a 
concessão da ordem de ofício. 
6. Ordem de habeas corpus não conhecida. 
(HC 252.244/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
11/03/2014, DJe 26/03/2014) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
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10.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
A Lei n.º 9.296/1996, que trata da interceptação das comunicações 
telefônicas, estipula o prazo de quinze dias para a interceptação de 
comunicações telefônicas, renovável uma vez por igual período, 
vedadas, de acordo com o entendimento jurisprudencial do STF e 
do STJ, as prorrogações por período superior a esse prazo. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a despeito de a Lei permitir apenas 
uma renovação, o STF e o STJ possuem entendimento solidificado no 
sentido de que é possível a renovação da medida por sucessivas vezes, 
desde que comprovada a necessidade e haja complexidade no caso. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
11.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
O contraditório das provas obtidas por meio de interceptação 
telefônica é postergado para os autos da ação penal deflagrada, 
quando as partes terão acesso ao seu conteúdo e, diante desses 
elementos, poderão impugnar e contraditar as provas obtidas por 
meio da medida cautelar. 
COMENTÁRIOS: Item correto. O contraditório em relação a tais provas 
será realizado no bojo do processo penal eventualmente instaurado em face 
do acusado, oportunidade na qual terá acesso às transcrições que serviram 
de base para a denúncia. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
12.! (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 
ADAPTADA) 
De acordo com a lei que rege as interceptações telefônicas, a 
competência para deferir esse procedimento no curso do inquérito 
policial é do promotor de justiça com atribuição para atuar na ação 
principal. 
COMENTÁRIOS: Item absolutamente errado. O MP jamais poderá decretar 
a interceptação das comunicações telefônicas, pois se trata de competência 
exclusiva do Poder Judiciário, cabendo ao Juiz, portanto, sua decretação, 
nos termos do art. 1º da Lei: 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, 
para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, 
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da 
ação principal, sob segredo de justiça. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
13.! (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – 
ADAPTADA) 
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A ação penal padecerá de nulidade absoluta, por cerceamento de 
defesa, caso a defesa não tenha acesso à integralidade do teor das 
escutas telefônicas antes da colheita da prova oral. 
COMENTÁRIOS: Cuidado! O STJ entende que é obrigatório que a defesa 
tenha direito de acesso às transcrições que serviram de base à denúncia 
(somente os trechos dos áudios que foram transcritos e serviram para 
fundamentar a denúncia) antes da audiência, sob pena de cerceamento de 
defesa. Contudo, o acesso à integralidade do ÁUDIO captado, quando 
franqueado à defesa apenas após a audiência, será causa de nulidade 
relativa, ou seja, dependerá de prova da ocorrência de algum prejuízo à 
defesa (Ver, por todos: RHC 27.997/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE 
ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 05/09/2013, DJe 19/09/2013). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
14.! (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) 
A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão 
processual, julgue os itens que se seguem. 
A gravação decorrente de interceptação telefônica que não 
interessar ao processo deverá ser inutilizada por decisão judicial 
posterior, necessariamente, à conclusão da instrução processual. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a inutilização pode ocorrer mesmo 
antes da instauração do processo, ou seja, na fase pré-processual, nos 
termos do que dispõe o art. 9º da Lei 9.296/96. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
15.! (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violação do sigilo do 
voto, que é um crime eleitoral punível com detenção de até dois 
anos. 
Seria ilícita decisão judicial que autorizasse a interceptação de 
comunicações telefônicas no curso de investigação relativa à 
prática desse crime. 
COMENTÁRIOS: A afirmativa está correta, eis que não se admite a 
autorização para realização de interceptações telefônicas para investigar 
fatos criminosos punidos com pena de detenção. Vejamos o que nos diz a 
Lei 9.296/96: 
 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando 
ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena 
de detenção. 
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Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação 
objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
Assim, vejam que o art. 2º, III é claro ao estabelecer que o crime 
investigado deve ser punido com reclusão. 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
16.! (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida 
de uma assertiva a ser julgada. 
Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de 
comunicação telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, o 
ato de Hugo, apesar de violar direitos fundamentais, não constitui 
crime hediondo. 
COMENTÁRIOS: A realização de interceptação telefônica é crime, previsto 
no art. 10 da Lei 9.296/96. Vejamos: 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de 
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização 
judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 
Entretanto, este crime não é considerado hediondo, pois não se enquadra 
no rol do art. 1º da Lei 8.072/90, que é um rol taxativo, ou seja, somente 
aqueles crimes são considerados hediondos, não havendo possibilidade de 
interpretação ampliativa. São eles: 
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: 
(Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) 
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 
121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
III - extorsão qualificada pela morte (art.158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº 
8.930, de 1994) 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ 
lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação 
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 
8.930, de 1994) 
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado 
a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com 
a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, 
de 1998) 
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Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto 
nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. 
(Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
17.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o 
item a seguir, com base no entendimento do STF. 
Considere que, após realização de interceptação telefônica 
judicialmente autorizada para apurar crime contra a administração 
pública imputado ao servidor público Mário, a autoridade policial 
tenha identificado, na fase de inquérito, provas de ilícitos 
administrativos praticados por outros servidores. Nessa situação 
hipotética, considerandose que a interceptação telefônica tenha 
sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, 
as provas obtidas contra os outros servidores não poderão ser 
usadas em procedimento administrativo disciplinar. 
COMENTÁRIOS: O STF entende que se determinada prova foi colhida de 
maneira válida (No caso, mediante autorização judicial), não há óbice 
algum à sua utilização para incriminar outras pessoas que não sejam 
aquelas previamente previstas no pedido de autorização de interceptação 
telefônica. 
Mais: O STF admite a utilização destas provas para embasar pedido de 
punição administrativa de servidores públicos, vez que a prova, como dito, 
é legítima. 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
18.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o 
item a seguir, com base no entendimento do STF. 
É possível a prorrogação do prazo de autorização para a 
interceptação telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente 
quando se tratar de fato complexo que exija investigação 
diferenciada e contínua. 
COMENTÁRIOS: O STF permite a prorrogação sucessiva de autorizações 
judiciais para interceptações telefônicas, quando extremamente 
necessário, notadamente em casos complexos. 
A título ilustrativo, segue julgado recente do STF: 
EMENTA Habeas corpus. Constitucional. Processual Penal. Interceptação 
telefônica. Crimes de tortura, corrupção passiva, extorsão, peculato, formação 
de quadrilha e receptação. Eventual ilegalidade da decisão que autorizou a 
interceptação telefônica e suas prorrogações por 30 (trinta) dias consecutivos. 
Não ocorrência. Possibilidade de se prorrogar o prazo de autorização 
para a interceptação telefônica por períodos sucessivos quando a 
intensidade e a complexidade das condutas delitivas investigadas 
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assim o demandarem. Precedentes. Decisão proferida com a observância das 
exigências previstas na lei de regência (Lei nº 9.296/96, art. 5º). Alegada falta 
de fundamentação da decisão que determinou e interceptação telefônica do 
paciente. Questão não submetida à apreciação do Superior Tribunal de Justiça. 
Supressão de instância não admitida. Precedentes. Ordem parcialmente 
conhecida e denegada. 1. É da jurisprudência desta Corte o entendimento de 
ser possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação 
telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quando o fato é complexo, a 
exigir investigação diferenciada e contínua (HC nº 83.515/RS, Tribunal Pleno, 
Relator o Ministro Nelson Jobim, DJ de 4/3/05). 2. Cabe registrar que a 
autorização da interceptação por 30 (dias) dias consecutivos nada mais é do 
que a soma dos períodos, ou seja, 15 (quinze) dias prorrogáveis por mais 15 
(quinze) dias, em função da quantidade de investigados e da complexidade da 
organização criminosa. 3. Nesse contexto, considerando o entendimento 
jurisprudencial e doutrinário acerca da possibilidade de se prorrogar o prazo de 
autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos quando a 
intensidade e a complexidade das condutas delitivas investigadas assim o 
demandarem, não há que se falar, na espécie, em nulidade da referida escuta 
e de suas prorrogações, uma vez que autorizada pelo Juízo de piso, com a 
observância das exigências previstas na lei de regência (Lei nº 9.296/96, art. 
5º). 4. A sustentada falta de fundamentação da decisão que determinou a 
interceptação telefônica do paciente não foi submetida ao crivo do Superior 
Tribunal de Justiça. Com efeito, sua análise, de forma originária, neste ensejo, 
na linha de julgados da Corte, configuraria verdadeira supressão de instância, 
o que não se admite. 5. Habeas corpus parcialmente conhecido e, nessa parte, 
denegado. 
(HC 106129, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 
06/03/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-061 DIVULG 23-03-2012 PUBLIC 
26-03-2012) 
 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
19.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o 
item a seguir, com base no entendimento do STF. 
Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma 
fundamentada, legal e legítima, as informações e provas coletadas 
dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em crimes 
puníveis com pena de detenção, desde que estes sejam conexos aos 
primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. 
COMENTÁRIOS: Esta questão também foi baseada em julgamento do 
STF, que permitiu a utilização de prova colhida de forma legítima 
(interceptação telefônica) em outros crimes, punidos apenas com detenção, 
quando conexos com aqueles que ensejaram a decretação da quebra do 
sigilo telefônico. 
Vejamos: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. PRAZO DE 
VALIDADE. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO DE INVESTIGAÇÃO. 
FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE CONVERSAS INTERCEPTADAS NOS RELATÓRIOS 
APRESENTADOS AO JUIZ. AUSÊNCIA DE CIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
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ACERCA DOS PEDIDOS DE PRORROGAÇÃO. APURAÇÃO DE CRIME PUNIDO 
COM PENA DE DETENÇÃO. 1.(...) 5. Uma vez realizada a interceptação 
telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações e 
provas coletas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base 
em crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos 
primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. Do contrário, 
a interpretação do art. 2º, III,

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