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AULA-04-Interceptação das comunicações telefônicas (Lei 9 29696)

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Livro Eletrônico
Aula 04
Direito Processual Penal p/ PC-AL (Agente e Escrivão) Com
videoaulas
Renan Araujo, Time Renan Araujo
84095195851 - Geraldo Pedro Henrique Thomas Fernandes
 
 
 
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D. PROCESSUAL PENAL PARA PC-AL (2018) – AGENTE E ESCRIVÃO 
Teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Renan Araujo 
 
AULA 04: INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES 
TELEFÔNICAS. 
SUMÁRIO 
1 LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS ............................... 2 
1.1 Finalidade e natureza ......................................................................................... 2 
1.2 Requisitos ........................................................................................................ 5 
1.3 Legitimados a requerer a medida ........................................................................ 6 
1.4 Prazo e prorrogação .......................................................................................... 7 
1.5 Condução dos procedimentos .............................................................................. 8 
1.6 Inutilização do material irrelevante ...................................................................... 8 
1.7 Degravação e perícia ......................................................................................... 8 
1.8 Tipo penal específico .......................................................................................... 9 
2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ................................................................. 9 
3 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ........................................................................... 11 
4 RESUMO .............................................................................................................. 12 
5 LISTA DE EXERCÍCIOS ........................................................................................ 14 
6 EXERCÍCIOS COMENTADOS ................................................................................. 24 
7 GABARITO .......................................................................................................... 45 
 
 
Olá, meus amigos! 
 
Hoje vamos estudar a Lei de Interceptação das Comunicações 
Telefônicas (Lei 9.296/96). 
Trata-se de uma lei pequena, com poucos artigos, mas que possui algumas 
polêmicas sobre as quais o STF e o STJ já se manifestaram e que podem cair na 
prova! 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
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Teoria e questões 
Aula 04 – Prof. Renan Araujo 
 
1! LEI DE INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES 
TELEFÔNICAS 
 
1.1!Finalidade e natureza 
A primeira coisa que temos que ter em mente quando iniciamos o estudo 
desta lei é que ela tem por finalidade regulamentar um dispositivo da 
Constituição Federal que é um dos pilares de um Estado verdadeiramente 
Democrático de Direito: O direito à privacidade. 
Vejamos o que diz o artigo 5º, XII da CRFB/88: 
Art. 5º (...) 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados 
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas 
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996) 
 
Por sua vez, o art. 1º da Lei 9.296/96 estabelece que: 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova 
em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta 
Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de 
justiça. 
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de 
comunicações em sistemas de informática e telemática. 
 
No entanto, o que seria “interceptação de comunicações telefônicas”? 
Esse termo significa a captação de conversas realizadas por meio telefônico, 
entre TERCEIROS, e ocorre quando NENHUM DOS INTERLOCUTORES TEM 
CIÊNCIA DA GRAVAÇÃO DA CONVERSA.1 
Não podemos confundir “interceptação de 
comunicações telefônicas” com escuta telefônica e gravação telefônica. 
A primeira é medida de exceção, mas autorizada em alguns casos. As duas 
últimas seguem regramentos distintos. 
Quanto à ESCUTA TELEFÔNICA, é a modalidade na qual um dos interlocutores 
tem ciência da gravação, que é feita por TERCEIRA PESSOA. À semelhança da 
interceptação telefônica, só é admitida mediante autorização judicial. 
 
1 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. 8. ed. Rio de Janeiro: Ed. 
Forense, 2014, p. 478/479 
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Já a GRAVAÇÃO TELEFÔNICA é a modalidade na qual um dos interlocutores 
realiza a gravação da conversa, ou seja, não há a participação de terceiros.2 É 
considerada prova LÍCITA (STJ: RHC 19136/MG 2007, Rel. Min. Félix Fischer). 
 
Não se deve confundir, ainda, interceptação das 
comunicações telefônicas com quebra de sigilo de dados telefônicos. A 
interceptação das comunicações telefônicas tem por finalidade obter acesso ao 
conteúdo das comunicações telefônicas, ao teor das conversas. 
A quebra de sigilo de dados telefônicos tem por finalidade, apenas, obter 
informações a respeito das referidas chamadas (duração da chamada, 
terminal de partida e destino, horário da ligação, etc.). 
⇒! Mas os requisitos para a quebra de sigilo de dados telefônicos são 
os mesmos da interceptação telefônica? Não, pois é possível que seja 
determinada a quebra de tal sigilo sempre que houver justa causa, ou seja, 
indicativos razoáveis de que os dados poderão auxiliar na investigação ou na 
instrução processual. Além disso, a Doutrina majoritária entende que Comissões 
Parlamentares de Inquéritos, o próprio MP e a autoridade policial poderão 
ter acesso a estes dados sem necessidade de autorização judicial, já que estes 
dados, a despeito de protegidos constitucionalmente, não possuem a mesma 
proteção conferida ao conteúdo das conversas telefônicas. 
 
Muito se questiona, ainda, a respeito das chamadas INTERCEPTAÇÕES 
AMBIENTAIS (Que incluem a interceptação ambiental stricto sensu, a gravação 
ambiental e a escuta ambiental). 
Primeiramente, temos que saber o que é uma “comunicação ambiental”. 
Uma comunicação ambiental é aquela realizada pessoalmente, e não 
através de qualquer aparelho de transmissão. 
Assim, uma gravação ambiental, por exemplo, seria uma gravação feita por 
um dos interlocutores da conversa, sem o conhecimento do outro. 
Os Tribunais Superiores aplicam as mesmas regras da interceptação 
telefônica às interceptações ambientais. Vejamos: 
 
2 Também chamada de captação direta. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais 
comentadas. Op. cit., p. 480 
 
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Teoria e questões 
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(...) A gravação ambiental meramente clandestina, realizada por um dos interlocutores, 
não se confunde com a interceptação, objeto cláusula constitucional de reserva de 
jurisdição. 2. É lícita a prova consistente em gravação de conversa telefônica realizada por um 
dos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem 
de reserva da conversação. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido. 
(AI 560223 AgR, Relator(a):Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
12/04/2011, DJe-079 DIVULG 28-04-2011 PUBLIC 29-04-2011 EMENT VOL-02511-01 PP-
00097 LEXSTF v. 33, n. 388, 2011, p. 35-40) 
 
CUIDADO: O STF já decidiu (HC 81154/SP) que interceptações telefônicas 
realizadas antes da vigência da Lei são PROVAS ILÍCITAS, e geram a nulidade 
do processo, se foram a única prova sobre a qual se fundamentou a sentença 
condenatória. 
 
É bom lembrar que a interceptação de comunicação telefônica é 
medida excepcional, por representar enorme invasão na esfera de privacidade 
das pessoas, de forma que todo processo em que haja esse tipo de prova deverá 
tramitar em SEGREDO DE JUSTIÇA. Os Tribunais, contudo, entendem que é 
possível a divulgação das conversas em alguns casos, notadamente quando 
houver “justa causa” (Que ninguém sabe precisar exatamente o que é). 
O art. 1º da Lei fala, ainda, em “Juiz Competente”. Juiz competente seria 
aquele que teria atribuição para, em tese, processar e julgar a ação penal futura 
ou em curso. 
Mas e se for autorizada por Juiz incompetente? Neste caso, teremos 
uma prova ilícita e, portanto, não poderá ser utilizada no processo. 
CUIDADO MASTER! O STF entende que se a incompetência do Juízo que 
decretou a medida somente foi reconhecida em razão de fatos cujo 
conhecimento é posterior à decisão judicial, aplica-se a TEORIA DO JUÍZO 
APARENTE, ou seja, o Juízo que decretou a medida não era, de fato, 
competente, mas considerando-se apenas os fatos conhecidos à época da 
decisão, ele era o Juízo aparentemente competente.3 
 
3 (...) 7. Quanto à celeuma acerca da determinação da quebra de sigilo pelo Juízo Federal de 
Itaperuna/RJ, que foi posteriormente declarado incompetente em razão de ter sido identificada 
atuação de organização criminosa (art. 1º da Resolução Conjunta n. 5/2006 do TRF da 2ª 
Região), há de se aplicar a teoria do juízo aparente (STF, HC 81.260/ES, Tribunal Pleno, rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, DJ de 19.4.2002). 8. Ordem denegada, cassando a liminar deferida. 
(HC 110496, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 09/04/2013, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-238 DIVULG 03-12-2013 PUBLIC 04-12-2013) 
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1.2!Requisitos 
O art. 2º da Lei estabelece algumas restrições à autorização de 
interceptações telefônicas. Vejamos: 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer 
qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de 
detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto 
da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo 
impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
 
Assim, presente qualquer das situações acima narradas, não se poderá 
admitir a interceptação telefônica. A contrario sensu, podemos dizer que as 
condições para a autorização de interceptações telefônicas são as seguintes 
(CUMULATIVAS): 
•! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal 
•! A prova não puder ser feita por outros meios 
•! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão 
•! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com a 
qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL 
 
Também não se admite a chamada “autorização genérica”, ou “carta 
branca”. Assim, não é possível, por exemplo, que o Judiciário autorize a 
interceptação telefônica de todos os moradores de uma favela, pois há suspeitas 
de que alguém esteja praticando tráfico de entorpecentes. Ora, essa autorização 
é genérica demais, não especifica exatamente qual é o fato, quem são os 
suspeitos, etc. 
 
 
Embora as interceptações telefônicas só possam ser autorizadas nestes casos 
expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida através de uma 
interceptação lícita (que obedeceu aos requisitos legais) possa ser 
utilizada como “prova emprestada” em outros processos criminais ou até 
mesmo procedimentos administrativos disciplinares instaurados em face 
dos mesmos investigados OU DE OUTROS, desde que haja conexão entre os 
fatos. Vejamos a seguinte decisão do STF: 
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(...) 1. Não é ilícita a prova obtida mediante interceptação telefônica autorizada por 
Juízo competente. O posterior reconhecimento da incompetência do Juízo que deferiu 
a diligência não implica, necessariamente, a invalidação da prova legalmente 
produzida. A não ser que “o motivo da incompetência declarada [fosse] 
contemporâneo da decisão judicial de que se cuida” (HC 81.260, da relatoria do 
ministro Sepúlveda Pertence). 2. Não há por que impedir que o resultado das 
diligências encetadas por autoridade judiciária até então competente seja utilizado 
para auxiliar nas apurações que se destinam a cumprir um poder-dever que decola 
diretamente da Constituição Federal (incisos XXXIX, LIII e LIV do art. 5º, inciso I do 
art. 129 e art. 144 da CF). Isso, é claro, com as ressalvas da jurisprudência do STF 
quanto aos limites da chamada prova emprestada 3. Os elementos informativos 
de uma investigação criminal, ou as provas colhidas no bojo de instrução 
processual penal, desde que obtidos mediante interceptação telefônica 
devidamente autorizada por Juízo competente, admitem compartilhamento 
para fins de instruir procedimento criminal ou mesmo procedimento 
administrativo disciplinar contra os investigados. Possibilidade 
jurisprudencial que foi ampliada, na Segunda Questão de Ordem no Inquérito 
2.424 (da relatoria do ministro Cezar Peluso), para também autorizar o uso 
dessas mesmas informações contra outros agentes. 4. Habeas corpus denegado. 
(HC 102293, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 
24/05/2011, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG 16-12-2011 PUBLIC 19-12-
2011) 
 
1.3!Legitimados a requerer a medida 
Mas, quem pode requerer a autorização para realização de 
interceptação telefônica? A lei nos diz, em seu art. 3º: 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo 
juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução 
processual penal. 
 
Assim, temos três hipóteses: 
⇒! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém) 
⇒! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação 
criminal 
⇒! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a 
instrução processual penal 
 
Mas, e no caso de crimes de ação penal privada? A Doutrina entende 
que a vítima tem legitimidade para requerer autorização para realização 
de interceptação telefônica. 
O art. 4º determina, ainda, que o pedido deverá cumprir determinadas 
formalidades (simples): 
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração 
de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos 
meios a serem empregados. 
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§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedidoseja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a 
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. 
 
1.4!Prazo e prorrogação 
O art. 5º, por sua vez, estabelece que a decisão (que deferir ou indeferir o 
pedido) deverá ser fundamentada (em respeito ao art. 93, IX da Constituição 
Federal): 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a 
forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, 
renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de 
prova. 
 
A parte final do artigo trouxe muitas polêmicas. Poderia ou não a 
interceptação ser renovada mais de uma vez? A redação legal é clara ao 
dizer apenas uma vez. No entanto, o STF firmou entendimento no sentido 
contrário, adotando a tese de que é possível a renovação por sucessivas 
vezes, desde que isso se mostre indispensável às investigações. Vejamos: 
 
 
(...) 2. A renovação da medida ou a prorrogação do prazo das interceptações 
telefônicas pressupõem a complexidade dos fatos sob investigação e o número de 
pessoas envolvidas, por isso que nesses casos maior é a necessidade da quebra do 
sigilo telefônico, com vista à apuração da verdade que interessa ao processo penal, 
sendo, a fortiori, “lícita a prorrogação do prazo legal de autorização para 
interceptação telefônica, ainda que de modo sucessivo, quando o fato seja complexo 
e exija investigação diferenciada e contínua” (Inq. Nº 2424/RJ, relator Ministro Cezar 
Peluso, Dje de 25.03.2010). 3(...) 
(HC 106225, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX, Primeira 
Turma, julgado em 07/02/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-059 DIVULG 21-03-2012 PUBLIC 
22-03-2012) 
 
Vejam que o STF, portanto, contraria o que está expressamente 
previsto na Lei. 
CUIDADO! O termo inicial para contagem do prazo de 15 dias é a data em 
que se efetiva a diligência, e não a data da decisão judicial: STJ, HC 
135771: 
“(...) 2. Em relação às interceptações telefônicas, o prazo de 15 (quinze) dias, 
previsto na Lei nº 9.296⁄96, é contado a partir da efetivação da medida constritiva, 
ou seja, do dia em que se iniciou a escuta telefônica e não da data da decisão judicial. 
(...)” 
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1.5!Condução dos procedimentos 
Quem conduz o procedimento para a realização da interceptação é a 
autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP, nos termos do art. 6º: 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de 
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua 
realização. 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade 
policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de 
serviço público. 
 
Após a realização dos trabalhos, a autoridade policial encaminhará o 
resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operações realizadas. Neste 
momento o Juiz determinará que os documentos relativos à interceptação sejam 
autuados em apartado, apensados aos autos principais, tramitando em segredo 
de justiça. Após, dará ciência ao MP: 
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da 
interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o 
resumo das operações realizadas. 
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente 
o Ministério Público. 
(...) 
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em 
autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, 
preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. 
 
1.6!Inutilização do material irrelevante 
É claro que durante este procedimento muitas das gravações obtidas serão 
completamente inúteis às investigações, motivo pelo qual deverão ser 
descartadas, mediante requerimento da parte interessada ou do MP, naquilo que 
se chama de “incidente de inutilização”: 
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, 
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento 
do Ministério Público ou da parte interessada. 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, 
sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. 
 
1.7!Degravação e perícia 
Até mesmo em razão da existência de muito material irrelevante para as 
investigações, os Tribunais Superiores firmaram entendimento no sentido de que 
não é necessária a transcrição (degravação) de todo o conteúdo 
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interceptado, mas apenas daquelas partes que sejam importantes à 
investigação.4 
Embora não seja necessária a transcrição integral do áudio captado, é 
necessário que seja disponibilizado à defesa o conteúdo integral do áudio 
(através de CDs, etc.).5 
Mas, professor, me surgiu uma dúvida: é necessária a realização de 
perícia para analisar se o material (conversas) é verdadeiro ou 
montagem? Em regra, não, mas nada impede que alguém, desconfiando da 
veracidade da prova, requeira a realização de perícia. Este é o entendimento do 
STJ.6 
 
1.8!Tipo penal específico 
A Lei, lá no final, ainda nos traz um tipo penal, que é o de realizar 
interceptação telefônica, de informática ou telemática, ou quebrar segredo de 
Justiça, SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL OU COM OBJETIVOS NÃO 
AUTORIZADOS EM LEI: 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de 
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou 
com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 
Vejam que a parte grifada é o que se chama de elemento normativo do tipo 
penal, pois estabelece uma situação que, se presente, torna a conduta prevista 
anteriormente em legal. Assim, se há autorização judicial, a quebra de segredo 
de Justiça, por exemplo, será um indiferente penal. 
Esse crime é de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, vez que a lei 
nada fala a respeito do tipo de ação penal. 
 
2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 
 
LEI 9.296/96 
Ä Arts. 1º a 10 do CPP – Regulamentam a interceptação das comunicações 
telefônicas: 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova 
em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta 
 
4 (HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014, 
DJe 02/05/2014) 
5 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais comentadas. Op. cit., p. 491 
6 (HC 245.108/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014, 
DJe 02/05/2014) 
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Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de 
justiça. 
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de 
comunicações em sistemas de informática e telemática. 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrerqualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena 
de detenção. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto 
da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo 
impossibilidade manifesta, devidamente justificada. 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo 
juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução 
processual penal. 
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração 
de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos 
meios a serem empregados. 
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a 
interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a 
forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, 
renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio 
de prova. 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de 
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua 
realização. 
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será 
determinada a sua transcrição. 
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da 
interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o 
resumo das operações realizadas. 
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente 
o Ministério Público. 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade 
policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de 
serviço público. 
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em 
autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, 
preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. 
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do 
relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo 
Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente 
do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal. 
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Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, 
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento 
do Ministério Público ou da parte interessada. 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, 
sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de 
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou 
com objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 
3! JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
Ä STJ - HC 161.053/SP: O STJ entendeu que a posterior autorização de um 
dos locutores não convalida a interceptação realizada ilegalmente: 
“(...) 1. A interceptação telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, sem 
o conhecimento dos interlocutores, que depende de ordem judicial, nos termos do 
inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal. 
2. A escuta é a captação de conversa telefônica feita por um terceiro, com o 
conhecimento de apenas um dos interlocutores, ao passo que a gravação telefônica é 
feita por um dos interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou a ciência do outro. 
3. Na hipótese, embora as gravações tenham sido implementadas pelo esposo da 
cliente do paciente com a intenção de provar a sua inocência, é certo que não obteve 
a indispensável prévia autorização judicial, razão pela qual se tem como configurada 
a interceptação de comunicação telefônica ilegal. 
4. O fato da esposa do autor das interceptações - que era uma interlocutora 
dos diálogos gravados de forma clandestina - ter consentido posteriormente 
com a divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o ato, 
pois no momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi 
implementado pelo seu marido, não se podendo afirmar, portanto, que, caso 
soubesse, manteria tais conversas com o seu advogado pelo telefone 
interceptado. 
(...) 
(HC 161.053/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
27/11/2012, DJe 03/12/2012) 
 
Ä STJ - EDcl no MS 13.099/DF - Se a decisão que determinou a interceptação 
foi legal, a prova produzida na diligência pode ser utilizada para instruir PAD, 
ainda que em relação a fatos diversos ou outras pessoas. Esse foi o 
entendimento firmado pelo STF (Inq. 2424) e pelo STJ: 
“(...) 3. É de ser reconhecida a legalidade da utilização da interceptação telefônica 
produzida na ação penal nos autos do processo administrativo disciplinar, ainda que 
instaurado (a) para apuração de ilícitos administrativos diversos dos delitos objeto do 
processo criminal; e (b) contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às quais 
a prova foi colhida, ou contra outros servidores cujo suposto ilícito tenha vindo à tona 
em face da interceptação telefônica. 
4. Embargos de declaração rejeitados.” 
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(EDcl no MS 13.099/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 
25/04/2012, DJe 09/05/2012) 
 
Ä STF - HC 96156- O STF decidiu que se houve criação interna de terminal para 
efetuar desvios de chamada (desvio duplo), esse terminal criado, ainda que não 
expressamente abrangido pela decisão, é alcançado pela interceptação 
telefônica: 
“(...) O terminal telefônico criado internamente por operadora de telefonia, com o 
simples fim de efetuar desvio de chamadas de um terminal objeto de interceptação 
judicial, é alcançado pela medida constritiva incidente sobre este último. Ordem 
denegada. (HC 96156, STF) 
 
Ä STJ - HC 43.234/SP – O STJ decidiu que é possível realizar interceptação 
telefônica mesmo antes da instauração do IP: 
“(...) I. A interceptação telefônica para fins de investigação criminal pode se efetivar 
antes mesmo da instauração do inquérito policial, pois nada impede que as 
investigações precedam esse procedimento. “A providência pode ser determinada para 
a investigação criminal (até antes, portanto, de formalmente instaurado o inquérito) 
e para a instrução criminal, depois de instaurada a ação penal.” (...) 
(HC 43.234/SP, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 03/11/2005, 
DJ 21/11/2005, p. 265) 
 
4! RESUMO 
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos 
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa 
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre 
previamente ao início da aula seguinte, como forma de 
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização 
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental 
retomar esses resumos.Caso encontrem dificuldade em 
compreender alguma informação, não deixem de retornar à 
aula. 
Finalidade - Regulamentar o artigo 5º, XII da CRFB/88, que estabelece a 
inviolabilidade das comunicações telefônicas, permitindo a interceptação de tais 
comunicações apenas em casos excepcionais, por decisão judicial. 
Conceitos 
Interceptação de comunicações telefônicas - Esse termo significa a 
captação de conversas realizadas por meio telefônico, entre TERCEIROS, e ocorre 
quando NENHUM DOS INTERLOCUTORES TEM CIÊNCIA DA GRAVAÇÃO DA 
CONVERSA. 
Escuta telefônica - É a modalidade na qual um dos interlocutores tem ciência 
da gravação, que é feita por TERCEIRA PESSOA. À semelhança da interceptação 
telefônica, só é admitida mediante autorização judicial. 
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Gravação telefônica – É a modalidade na qual um dos interlocutores realiza a 
gravação da conversa, ou seja, não há a participação de terceiros. É considerada 
prova LÍCITA 
Interceptações ambientais - Incluem a interceptação ambiental stricto sensu, 
a gravação ambiental e a escuta ambiental. Uma comunicação ambiental é aquela 
realizada pessoalmente, e não através de qualquer aparelho de transmissão. 
OBS. Os Tribunais Superiores aplicam as mesmas regras da 
interceptação telefônica às interceptações ambientais. 
 
Cláusula de reserva de jurisdição – Trata-se de medida excepcional, e que só 
pode ser decretada pelo Juiz competente. 
Mas e se for autorizada por Juiz incompetente? Neste caso, teremos uma 
prova ilícita e, portanto, não poderá ser utilizada no processo. 
OBS.: Teoria do Juízo aparente - O STF entende que se a incompetência do Juízo 
que decretou a medida somente foi reconhecida em razão de fatos cujo 
conhecimento é posterior à decisão judicial, aplica-se a TEORIA DO JUÍZO 
APARENTE, ou seja, o Juízo que decretou a medida não era, de fato, 
competente, mas considerando-se apenas os fatos conhecidos à época da 
decisão, ele era o Juízo aparentemente competente. 
 
Requisitos 
§! Haver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal 
§! A prova não puder ser feita por outros meios 
§! O fato investigado deve ser punido com pena de reclusão 
§! A situação objeto da investigação deve ser descrita com clareza, com a 
qualificação dos suspeitos, SALVO SE ISSO FOR IMPOSSÍVEL 
 
Prova emprestada 
Embora as interceptações telefônicas só possam ser autorizadas nestes casos 
expressamente previstos, o STF admite que a prova obtida através de uma 
interceptação lícita (que obedeceu aos requisitos legais) possa ser utilizada como 
“prova emprestada” em outros processos criminais ou até mesmo procedimentos 
administrativos disciplinares instaurados em face dos mesmos investigados OU 
DE OUTROS, desde que haja conexão entre os fatos. 
 
Quem pode requerer a autorização para realização de interceptação 
telefônica? 
§! De ofício, pelo Juiz (Sem pedido de ninguém) 
§! A requerimento da autoridade policial, durante a investigação criminal 
§! A requerimento do MP, durante a investigação ou durante a instrução 
processual penal 
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Mas, e no caso de crimes de ação penal privada? A Doutrina entende que a 
vítima tem legitimidade para requerer autorização para realização de 
interceptação telefônica. 
 
Prazo e prorrogação 
O prazo é de até 15 dias, renovável uma vez por igual período. 
STF – Pode haver diversas prorrogações, desde que isso seja necessário. 
Início da contagem do prazo – Data em que se efetiva a diligência. 
 
Procedimentos 
Quem conduz? A autoridade policial, dando ciência de tudo ao MP. 
Conclusão - Após a realização dos trabalhos, a autoridade policial encaminhará 
o resultado ao Juiz, acompanhado de resumo das operações realizadas. Neste 
momento o Juiz determinará que os documentos relativos à interceptação sejam 
autuados em apartado, apensados aos autos principais, tramitando em segredo 
de justiça. Após, dará ciência ao MP. 
Material irrelevante - Deverão ser descartados, mediante requerimento da 
parte interessada ou do MP, naquilo que se chama de “incidente de 
inutilização”. 
 
Degravação e perícia 
§! Não é necessária a transcrição de todo o conteúdo interceptado, somente 
das partes relevantes 
§! A integralidade do áudio interceptado deve ser disponibilizada à defesa 
§! Não é necessária a perícia para atestar a legitimidade do material. 
Entretanto, se alguma das partes tiver dúvida, pode requerer a perícia. 
_______________ 
Bons estudos! 
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5! LISTA DE EXERCÍCIOS 
 
01.! (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Com relação às questões e aos processos incidentes, à interceptação telefônica e 
à prisão temporária, julgue o item subsequente. 
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A interceptação de comunicações telefônicas é admitida quando há indícios 
razoáveis de autoria ou participação em infração penal e não poderá exceder o 
prazo máximo de quinze dias, prorrogável uma única vez pelo mesmo período. 
 
02.! (CESPE – 2017 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) 
Situação hipotética: Arnaldo, empresário, gravou, com seu telefone celular, uma 
ligação recebida de fiscal ligado a uma autarquia a respeito da liberação de 
empreendimento da sociedade empresária da qual Arnaldo era sócio. Na conversa 
gravada, o fiscal exigiu para si vantagem financeira como condição para a 
liberação do empreendimento. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o STF, 
o referido meio de prova é ilícito por violar o direito à privacidade, não servindo, 
portanto, para embasar ação penal contra o fiscal. 
 
03.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) 
Fábio, delegado, tendo recebido denúncia anônima na qual seus subordinados 
eram acusados de participar de esquema criminoso relacionado ao tráfico ilícito 
de substâncias entorpecentes, instaurou, de imediato, inquérito policial e 
requereu a interceptação das comunicações telefônicas dos envolvidos, que, 
devidamente autorizada pela justiça estadual, foi executada pela polícia militar. 
No decorrer das investigações, conduzidas a partir da interceptação das 
comunicações telefônicas, verificou-se que os indiciados contavam com a ajuda 
de integrantes das Forças Armadas para praticar os delitos, utilizando aviões da 
Aeronáutica para o envio da substância entorpecente para o exterior. 
O inquérito passou a tramitar na justiça federal, que prorrogou, por diversas 
vezes, o período de interceptação. Com a denúncia na justiça federal, as 
informações colhidas na intercepção foram reproduzidas em CD-ROM, tendo sido 
apenas as conversas diretamente relacionadas aos fatos investigados transcritas 
nos autos. 
Acerca dessa situação hipotética e do procedimento relativo às interceptações 
telefônicas, julgue os itens a seguir: 
Autorizadas por juízo absolutamente incompetente, as interceptações telefônicas 
conduzidas pela autoridade policial são ilegais, por violação ao princípio 
constitucional do devido processo legal. 
 
04.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) 
Fábio, delegado, tendo recebido denúncia anônima na qual seus subordinados 
eram acusados de participar de esquema criminoso relacionado ao tráfico ilícito 
de substâncias entorpecentes, instaurou, de imediato,inquérito policial e 
requereu a interceptação das comunicações telefônicas dos envolvidos, que, 
devidamente autorizada pela justiça estadual, foi executada pela polícia militar. 
No decorrer das investigações, conduzidas a partir da interceptação das 
comunicações telefônicas, verificou-se que os indiciados contavam com a ajuda 
de integrantes das Forças Armadas para praticar os delitos, utilizando aviões da 
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Aeronáutica para o envio da substância entorpecente para o exterior. 
O inquérito passou a tramitar na justiça federal, que prorrogou, por diversas 
vezes, o período de interceptação. Com a denúncia na justiça federal, as 
informações colhidas na intercepção foram reproduzidas em CD-ROM, tendo sido 
apenas as conversas diretamente relacionadas aos fatos investigados transcritas 
nos autos. 
Acerca dessa situação hipotética e do procedimento relativo às interceptações 
telefônicas, julgue os itens a seguir: 
Na situação considerada, ainda que o CD-ROM com o conteúdo das conversas 
telefônicas tenha sido juntado aos autos da ação penal, houve violação aos 
princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, dada a ausência de 
transcrição integral do conteúdo interceptado. 
 
05.! (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) 
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das comunicações telefônicas 
poderá ser determinada a requerimento da autoridade policial, na fase de 
investigação criminal, ou a requerimento do MP, somente na fase de instrução 
criminal. 
 
06.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a interceptação 
telefônica, renovável por mais quinze, não há qualquer restrição ao número de 
prorrogações, desde que haja decisão fundamentando a dilatação do período. 
 
07.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter excepcional, à polícia 
militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, executar 
interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita de envolvimento 
de autoridades policiais civis nos delitos investigados, não sendo a execução 
dessa medida exclusiva da autoridade policial, visto que são autorizados, por lei, 
o emprego de serviços e a atuação de técnicos das concessionárias de serviços 
públicos de telefonia nas interceptações. 
 
08.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria 
abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher 
provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a 
interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o 
inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, 
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as 
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ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às 
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em 
razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu 
expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das 
gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra 
Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das 
interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e autorizada 
judicialmente é nula, haja vista ter sido sucessivamente prorrogada pelo 
magistrado por prazo superior a trinta dias, o que contraria a previsão legal de 
que o prazo da interceptação telefônica não pode exceder quinze dias, renovável 
uma vez por igual período. 
 
09.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria 
abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher 
provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a 
interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o 
inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, 
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as 
ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às 
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em 
razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu 
expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das 
gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra 
Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das 
interceptações telefônicas. 
O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– ter consentido 
posteriormente com a divulgação do conteúdo das gravações não legitima o ato 
nem justifica sua utilização como prova. 
 
10.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria 
abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher 
provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a 
interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias, 
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação. 
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Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o 
inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação, 
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as 
ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às 
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência. Em 
razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a 
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu 
expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das 
gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra 
Caio, pela prática do crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito das 
interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica realizada por Mílton é ilegal, porquanto desprovida da 
necessária autorização judicial. 
 
11.! (CESPE – 2013 – CNJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
Admite-se que o juiz determine interceptação telefônica quando houver indícios 
razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida com detenção e a 
prova não puder ser feita por outros meios. 
 
12.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – TITULAR NOTARIAL) 
Assinale a opção correta acerca de interceptaçãotelefônica, segundo o STF, o 
STJ e a doutrina majoritária. 
a) Segundo o entendimento do STF, é impossível a prorrogação do prazo de 
autorização para a interceptação telefônica por períodos sucessivos. 
b) O juiz competente para determinar a interceptação é o competente para 
processar e julgar o crime de cuja prática se suspeita. No entanto, a verificação 
posterior de que se trata de crime para o qual o juiz seria incompetente não deve 
acarretar a nulidade absoluta da prova colhida. 
c) É válido o deferimento de interceptação telefônica promovido em razão de 
denúncia anônima desacompanhada de outras diligências. 
d) É indispensável prévia instauração de inquérito para a autorização de 
interceptação telefônica 
e) Consoante entendimento predominante nos tribunais superiores, faz-se 
necessária a transcrição integral do conteúdo da quebra do sigilo das 
comunicações telefônicas 
 
13.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
Segundo entendimento do STJ, é inadmissível a utilização de prova produzida em 
feito criminal diverso, obtida por meio de interceptação telefônica e relacionada 
com os fatos do processo-crime, ainda que seja oferecida à defesa oportunidade 
de proceder ao contraditório. 
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14.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
A Lei n.º 9.296/1996, que trata da interceptação das comunicações telefônicas, 
estipula o prazo de quinze dias para a interceptação de comunicações telefônicas, 
renovável uma vez por igual período, vedadas, de acordo com o entendimento 
jurisprudencial do STF e do STJ, as prorrogações por período superior a esse 
prazo. 
 
15.! (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ – ADAPTADA) 
O contraditório das provas obtidas por meio de interceptação telefônica é 
postergado para os autos da ação penal deflagrada, quando as partes terão 
acesso ao seu conteúdo e, diante desses elementos, poderão impugnar e 
contraditar as provas obtidas por meio da medida cautelar. 
 
16.! (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – ADAPTADA) 
De acordo com a lei que rege as interceptações telefônicas, a competência para 
deferir esse procedimento no curso do inquérito policial é do promotor de justiça 
com atribuição para atuar na ação principal. 
 
17.! (CESPE – 2014 – MPE-AC – PROMOTOR DE JUSTIÇA – ADAPTADA) 
A ação penal padecerá de nulidade absoluta, por cerceamento de defesa, caso a 
defesa não tenha acesso à integralidade do teor das escutas telefônicas antes da 
colheita da prova oral. 
 
18.! (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTIÇA) 
A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, julgue 
os itens que se seguem. 
A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao processo 
deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, necessariamente, à conclusão 
da instrução processual. 
 
19.! (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
Julgue o item a seguir, acerca da tentativa de violação do sigilo do voto, que é 
um crime eleitoral punível com detenção de até dois anos. 
Seria ilícita decisão judicial que autorizasse a interceptação de comunicações 
telefônicas no curso de investigação relativa à prática desse crime. 
 
20.! (CESPE – 2004 – DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL) 
No item a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada. 
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Hugo é um agente de polícia civil que realizou interceptação de comunicação 
telefônica sem autorização judicial. Nessa situação, o ato de Hugo, apesar de 
violar direitos fundamentais, não constitui crime hediondo. 
 
21.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, 
com base no entendimento do STF. 
Considere que, após realização de interceptação telefônica judicialmente 
autorizada para apurar crime contra a administração pública imputado ao 
servidor público Mário, a autoridade policial tenha identificado, na fase de 
inquérito, provas de ilícitos administrativos praticados por outros servidores. 
Nessa situação hipotética, considerando-se que a interceptação telefônica tenha 
sido autorizada judicialmente apenas em relação ao servidor Mário, as provas 
obtidas contra os outros servidores não poderão ser usadas em procedimento 
administrativo disciplinar. 
 
22.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, 
com base no entendimento do STF. 
É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, 
mesmo que sucessiva, especialmente quando se tratar de fato complexo que 
exija investigação diferenciada e contínua. 
 
23.! (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) 
A respeito da interceptação das comunicações telefônicas, julgue o item a seguir, 
com base no entendimento do STF. 
Uma vez realizada a interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e 
legítima, as informações e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar 
denúncia com base em crimes puníveis com pena de detenção, desde que estes 
sejam conexos aos primeiros tipos penais que justificaram a interceptação. 
 
24.! (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) 
Com base nos delitos em espécie, julgue o próximo item. 
Constitui crime realizar interceptação de comunicações, sejam elas telefônicas, 
informáticas, ou telemáticas, ou, ainda, quebrar segredo da justiça sem 
autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
 
25.! (CESPE – 2002 – DPF - DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) 
No âmbito da jurisdição constitucional das liberdades, a proscrição da prova ilícita 
no processo é tema recorrente, seja porque o aparelho policial brasileiro ainda se 
entremostra arbitrário, seja porque há dificuldades, em certos casos, de avaliar-
se a extensão dos efeitos que a inadmissão da prova tida por ilícita acarreta para 
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a investigação e persecução criminal. Na esteira da doutrina dominante e das 
decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), julgue o item abaixo, relativo a esse 
assunto. 
Por não se tratar de hipótese de interceptação telefônica sem autorização judicial, 
a conversa informal mantida pelo indiciado com policiais, na delegacia, pode ser 
gravada por estes, e a eventual confissão de prática delituosa constante na 
gravação é tida por prova válida para sustentar pedido de prisão temporária do 
confesso. 
 
26.! (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) 
Julgue o item abaixo de acordo com as leis penais especiais. 
A interceptação das comunicações telefônicas somente pode ser autorizada se 
outros meios de prova mostrarem-se insuficientes para a elucidação do fato 
criminoso e se existirem indícios razoáveis de autoria ou participação em crime 
punido com reclusão. Entende o STF, todavia, que, uma vez realizada a 
interceptação telefônica de forma fundamentada, legal e legítima, as informações 
e provas coletadas dessa diligência podem subsidiar denúncia com base em 
crimes puníveis com pena de detenção, desde que conexos aos primeiros tipos 
penais que justificaram a interceptação. 
 
27.! (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) 
A interceptação telefônica (prevista na Lei no 9.296/96) será considerada ilegal 
quando(A) determinada de ofício pela Autoridade Judiciária. 
(B) o fato investigado for punido com pena de reclusão de até dois anos. 
(C) para executá-la, a Autoridade Policial requisitar serviços e técnicos 
especializados às concessionárias de serviço público. 
(D) a interceptação de comunicação telefônica ocorrer em autos apartados. 
(E) a prova puder ser feita por outros meios disponíveis. 
 
28.! (VUNESP – 2013 – TJ-RJ – JUIZ) 
Relativamente à interceptação de comunicações telefônicas, assinale a 
alternativa correta de acordo com a Lei n.º 9.296/96. 
a) Não poderá exceder o prazo de cinco dias, renovável por igual tempo uma vez 
comprovada a indispensabilidade do meio de prova. 
b) A autoridade policial, na investigação criminal, poderá verbalmente solicitar 
sua realização ao juiz. 
c) O juiz não poderá determinar de ofício sua realização. 
d) Poderá ser realizada durante a investigação criminal e em instrução processual 
penal de qualquer crime, mas nunca de contravenções. 
 
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29.! (VUNESP – 2014 – TJ-PA – JUIZ) 
No que concerne à interceptação telefônica, regulada pela Lei n.º 9.296/96, 
a) é admitida para investigação de infrações penais punidas com reclusão ou 
detenção, sendo vedada para aquelas que admitem apenas prisão simples e 
multa. 
b) a representação pela sua decretação deve ser feita por escrito, não se 
admitindo a forma oral. 
c) os trechos de conversas interceptadas que não interessarem à prova do crime 
deverão ser imediatamente destruídas pela autoridade policial 
d) não pode ser prorrogada por mais de um período de 15 (quinze) dias, de 
acordo com jurisprudência atual e dominante dos tribunais superiores. 
e) só será admitida se a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis. 
 
30.! (FGV - 2015 - OAB - XVIII EXAME DE ORDEM) 
Determinada autoridade policial recebeu informac!ões de vizinhos de Lucas dando 
conta de que ele possuía arma de fogo calibre .38 em sua casa, razão pela qual 
resolveu indiciá- lo pela prática de crime de posse de arma de fogo de uso 
permitido, infrac!ão de médio potencial ofensivo, punida com pena de detenção 
de 01 a 03 anos e multa. No curso das investigac!ões, requereu ao Judiciário 
interceptac!ão telefônica da linha do aparelho celular de Lucas para melhor 
investigar a prática do crime mencionado, tendo sido o pedido deferido. 
De acordo com a situac!ão narrada, a prova oriunda da interceptac!ão deve ser 
considerada 
A) ilícita, pois somente o Ministério Público tem legitimidade para representar 
pela medida. 
B) válida, desde que tenha sido deferida por ordem do juiz competente para ac!ão 
principal. 
C) ilícita, pois o crime investigado é punido com detenc!ão. 
D) ilícita, assim como as dela derivadas, ainda que estas pudessem ser obtidas 
por fonte independente da primeira. 
 
31.! (FGV - 2015 - TJ-BA - ANALISTA JUDICIÁRIO - DIREITO) 
Durante a instrução de caso penal versando sobre crime doloso contra a vida, em 
desfavor de Bruno, além da prova oral e pericial, foram juntados aos autos, por 
meio de compartilhamento de provas judicialmente autorizado, áudios e 
transcrições de interceptação telefônica implementada em processo distinto, que 
investigava tráfico de drogas, e que indiciavam a conduta criminosa do réu. A 
decisão interlocutória de pronúncia foi fundamentada nos indícios oriundos dessa 
interceptação telefônica, deferida por Juiz de Direito diverso daquele competente 
para o crime doloso contra a vida. Nessa situação, a decisão de pronúncia: 
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(A) deve ser anulada por usar elementos de prova coligidos fora da instrução 
processual própria; 
(B) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos, de forma fortuita, 
durante a investigação de outros crimes; 
(C) deve ser anulada pela violação do princípio da imediação processual penal; 
(D) pode ser fundamentada em indícios de autoria surgidos durante investigação 
de outros crimes, se corroborada pela prova plena do processo principal; 
(E) deve ser anulada pela violação do princípio da identidade física do juiz na 
colheita da prova da interceptação. 
 
32.! (FGV - 2013 - TJ-AM – JUIZ) 
A interceptação de comunicações telefônicas observará o disposto na Lei n. 
9.296/96. 
A esse respeito, assinale a afirmativa incorreta. 
a) A interceptação dependerá de ordem do Juiz competente da ação principal, 
podendo ser determinada de ofício, ou a requerimento da autoridade policial ou 
do representante do Ministério Público 
b) A interceptação deve concretizar-se em segredo de justiça, podendo ser 
determinada durante as investigações ou durante o processo penal. 
c) Não será permitida a interceptação para se apurar crime apenado com 
detenção. 
d) Quando for possível ser a prova feita por outros meios disponíveis, a 
interceptação não pode ser deferida 
e) Segundo a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, o prazo da 
interceptação não poderá exceder de 15 dias, sendo permitida uma única 
renovação por igual prazo. 
 
33.! (FGV – 2014 – DPE-RJ – TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO) 
Após demonstrar a inviabilidade de outros meios de prova em investigação 
criminal sobre tráfico de drogas, Delegado de Polícia Civil obteve, com parecer 
positivo do Ministério Público, no período compreendido entre outubro e 
dezembro de 2013, o deferimento e a prorrogação sucessiva de interceptações 
telefônicas contra desviante conhecido como “Fabio Aspira”, decorrente de juízo 
positivo do Magistrado competente. No curso da investigação, foram captados 
diálogos incriminadores de um terceiro agente, identificado como “Paulão B. 
Vulcão”, em conversa com “Fabio Aspira”, sem que seu terminal telefônico fosse 
interceptado. Posteriormente, em atividade de jornalismo investigativo, 
determinado repórter consegue gravar conversa com “Paulão B. Vulcão”, na qual 
este admite ser o líder da facção criminosa “Movimento Estratégico Independente 
de Entorpecentes Rústicos”, o que é posteriormente usado na persecução penal 
contra os desviantes. Por fim, quando finalizada a investigação, constata-se que 
“Fabio Aspira” ocupa cargo, por aprovação em concurso público, de Guarda 
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Municipal, há seis anos. A prova angariada no Inquérito Policial, incluindo a 
interceptação telefônica, é, posteriormente, utilizada pela Administração Pública 
Municipal, em Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD). 
À luz da hipótese formulada e dos conceitos e limites legais, é correto afirmar 
que: 
a) dados obtidos em interceptação telefônica, judicialmente autorizada para 
produção de prova em investigação criminal, podem ser usados em Procedimento 
Administrativo Disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas em relação às 
quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam 
despontado à colheita dessa prova. 
b) o terminal telefônico criado internamente por operadora de telefonia, com o 
fim de efetuar desvio de chamadas de um terminal objeto de interceptação 
judicial (chamado de “desvio duplo”), não é alcançado pela medida constritiva 
incidente sobre este último, contaminando a prova produzida. 
c) a interceptação realizada na linha telefônica do corréu “Fabio Aspira”, que 
captou diálogo com “Paulão B.Vulcão”, mediante autorização judicial, constitui 
prova ilícita em relação a este último, não podendo ser utilizada para subsidiar 
ação penal, pois dependeria de ordem judicial específica. 
d) não é lícita a prorrogação do prazo legal de autorização para interceptação 
telefônica, ainda que de modo sucessivo (períodos sucessivos de quinze dias), 
mesmo quando o fato seja complexo e, como tal, exija investigação diferenciada 
e contínua. 
e) para ser utilizada como prova judicial válida, a gravação de conversa presencial 
entre uma pessoa e seu interlocutor depende de autorização judicial prévia, 
enquadrando-se nas mesmas regras da interceptação telefônica. 
 
34.! (FCC – 2008 – MPE-PE – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
A interceptação telefônica, nos termos da lei, será admitida 
a) mesmo que a prova possa ser feita por outros meios disponíveis. 
b) quando houver indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal. 
c) em infração penal punida com qualquer tipo de pena. 
d) a pedido de qualquer pessoa que tenha interesse no fato a ser investigado. 
e) pelo prazo máximo de trinta dias, prorrogável por mais trinta. 
 
 
6! EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01.! (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Com relação às questões e aos processos incidentes, à interceptação 
telefônica e à prisão temporária, julgue o item subsequente. 
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A interceptação de comunicações telefônicas é admitida quando há 
indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal e não 
poderá exceder o prazo máximo de quinze dias, prorrogável uma única 
vez pelo mesmo período. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o STF possui entendimento pacífico no 
sentido de que são admitidas sucessivas prorrogações, desde a medida seja 
necessária, contrariando a própria literalidade do art. 5º da Lei 9.296/96, que 
admite apenas uma prorrogação. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
02.! (CESPE – 2017 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) 
Situação hipotética: Arnaldo, empresário, gravou, com seu telefone 
celular, uma ligação recebida de fiscal ligado a uma autarquia a respeito 
da liberação de empreendimento da sociedade empresária da qual 
Arnaldo era sócio. Na conversa gravada, o fiscal exigiu para si vantagem 
financeira como condição para a liberação do empreendimento. 
Assertiva: Nessa situação, de acordo com o STF, o referido meio de prova 
é ilícito por violar o direito à privacidade, não servindo, portanto, para 
embasar ação penal contra o fiscal. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois neste caso não houve interceptação 
telefônica, o que configuraria prova ilícita, já que realizada sem autorização 
judicial. Neste caso houve gravação telefônica, que é aquela realizada por um 
dos interlocutores, sem o consentimento do outro. Tal gravação é VÁLIDA, de 
acordo com o STF, não se exigindo autorização judicial para tanto, eis que não 
se confunde com a interceptação telefônica (realizada por terceira pessoa sem o 
consentimento de qualquer dos interlocutores). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
03.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) 
Fábio, delegado, tendo recebido denúncia anônima na qual seus 
subordinados eram acusados de participar de esquema criminoso 
relacionado ao tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, instaurou, de 
imediato, inquérito policial e requereu a interceptação das comunicações 
telefônicas dos envolvidos, que, devidamente autorizada pela justiça 
estadual, foi executada pela polícia militar. 
No decorrer das investigações, conduzidas a partir da interceptação das 
comunicações telefônicas, verificou-se que os indiciados contavam com 
a ajuda de integrantes das Forças Armadas para praticar os delitos, 
utilizando aviões da Aeronáutica para o envio da substância 
entorpecente para o exterior. 
O inquérito passou a tramitar na justiça federal, que prorrogou, por 
diversas vezes, o período de interceptação. Com a denúncia na justiça 
federal, as informações colhidas na intercepção foram reproduzidas em 
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CD-ROM, tendo sido apenas as conversas diretamente relacionadas aos 
fatos investigados transcritas nos autos. 
Acerca dessa situação hipotética e do procedimento relativo às 
interceptações telefônicas, julgue os itens a seguir: 
Autorizadas por juízo absolutamente incompetente, as interceptações 
telefônicas conduzidas pela autoridade policial são ilegais, por violação 
ao princípio constitucional do devido processo legal. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a violação seria ao princípio do Juiz natural. 
Ademais, adota-se a chamada “teoria do juízo aparente”, ou seja, se o juízo que 
determinou a interceptação era o juízo aparentemente competente naquele 
momento, eventual reconhecimento posterior da incompetência, ainda que 
absoluta, não invalida a diligência realizada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
04.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA) 
Fábio, delegado, tendo recebido denúncia anônima na qual seus 
subordinados eram acusados de participar de esquema criminoso 
relacionado ao tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, instaurou, de 
imediato, inquérito policial e requereu a interceptação das comunicações 
telefônicas dos envolvidos, que, devidamente autorizada pela justiça 
estadual, foi executada pela polícia militar. 
No decorrer das investigações, conduzidas a partir da interceptação das 
comunicações telefônicas, verificou-se que os indiciados contavam com 
a ajuda de integrantes das Forças Armadas para praticar os delitos, 
utilizando aviões da Aeronáutica para o envio da substância 
entorpecente para o exterior. 
O inquérito passou a tramitar na justiça federal, que prorrogou, por 
diversas vezes, o período de interceptação. Com a denúncia na justiça 
federal, as informações colhidas na intercepção foram reproduzidas em 
CD-ROM, tendo sido apenas as conversas diretamente relacionadas aos 
fatos investigados transcritas nos autos. 
Acerca dessa situação hipotética e do procedimento relativo às 
interceptações telefônicas, julgue os itens a seguir: 
Na situação considerada, ainda que o CD-ROM com o conteúdo das 
conversas telefônicas tenha sido juntado aos autos da ação penal, houve 
violação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla 
defesa, dada a ausência de transcrição integral do conteúdo 
interceptado. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o STF entende que, até mesmo em razão da 
existência de muito material irrelevante para as investigações, não é necessária 
a transcrição (degravação) de todo o conteúdo interceptado, mas apenas 
daquelas partes que sejam importantes à investigação (HC 245.108/SP, Rel. 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 
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22/04/2014, DJe 02/05/2014). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
05.! (CESPE – 2013 – PGDF – PROCURADOR) 
De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a intercepção das comunicações 
telefônicas poderá ser determinada a requerimento da autoridade 
policial, na fase de investigação criminal, ou a requerimento do MP, 
somente na fase de instrução criminal. 
COMENTÁRIOS: O item está errado, porque o MP possui legitimidade para 
requerer a determinação da interceptação das comunicações telefônicasa 
qualquer momento, seja durante as investigações, seja durante a instrução 
processual. Vejamos: 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo 
juiz, de ofício ou a requerimento: 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução 
processual penal. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
06.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Apesar de a lei prever o prazo máximo de quinze dias para a 
interceptação telefônica, renovável por mais quinze, não há qualquer 
restrição ao número de prorrogações, desde que haja decisão 
fundamentando a dilatação do período. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. Embora haja tal previsão legal, o STF 
entende que é possível a prorrogação sucessiva da medida, desde que 
indispensável ao sucesso das investigações e devidamente fundamentada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
07.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
Segundo o entendimento do STF, é permitido, em caráter excepcional, à 
polícia militar, mediante autorização judicial e sob supervisão do MP, 
executar interceptações telefônicas, sobretudo quando houver suspeita 
de envolvimento de autoridades policiais civis nos delitos investigados, 
não sendo a execução dessa medida exclusiva da autoridade policial, 
visto que são autorizados, por lei, o emprego de serviços e a atuação de 
técnicos das concessionárias de serviços públicos de telefonia nas 
interceptações. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. O STF possui entendimento no sentido de 
que não há “reserva de atuação” à Polícia “Judiciária” (Polícias Civil e Federal). 
Assim, o STF entende que é possível a execução da medida pela Polícia Militar 
(desde que previamente autorizada pelo Juiz, é claro). Vejamos: 
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(...)Reconheceu-se a possibilidade excepcional de a polícia militar, mediante 
autorização judicial, sob supervisão do parquet, efetuar a mera execução das 
interceptações, na circunstância de haver singularidades que justificassem 
esse deslocamento, especialmente quando, como no caso, houvesse suspeita 
de envolvimento de autoridades policias da delegacia local. Consignou-se não 
haver ilicitude, já que a execução da medida não seria exclusiva de autoridade policial, 
pois a própria lei autorizaria o uso de serviços e técnicos das concessionárias (Lei 
9.296/96, art. 7º) e que, além de sujeitar-se a ao controle judicial durante a execução, 
tratar-se-ia apenas de meio de obtenção da prova (instrumento), com ela não se 
confundindo. 
(HC 96986/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 15.5.2012. (HC-96986) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
08.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes 
mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara 
criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de 
Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os 
quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar 
o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da 
investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento 
de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado 
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o 
crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e 
solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das 
gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, 
apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas 
para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do 
crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
A interceptação telefônica solicitada pelo delegado de polícia e 
autorizada judicialmente é nula, haja vista ter sido sucessivamente 
prorrogada pelo magistrado por prazo superior a trinta dias, o que 
contraria a previsão legal de que o prazo da interceptação telefônica não 
pode exceder quinze dias, renovável uma vez por igual período. 
COMENTÁRIOS: O item está ERRADO. Embora haja tal previsão legal, o STF 
entende que é possível a prorrogação sucessiva da medida, desde que 
indispensável ao sucesso das investigações e devidamente fundamentada. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
09.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
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==114199==
 
 
 
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Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes 
mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara 
criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de 
Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os 
quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar 
o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da 
investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento 
de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado 
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o 
crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e 
solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das 
gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, 
apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas 
para subsidiar ação penal iniciada pelo MP contra Caio, pela prática do 
crime de tráfico de influência. 
Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, a respeito 
das interceptações telefônicas. 
O fato de Kátia –– que era interlocutora dos diálogos gravados –– ter 
consentido posteriormente com a divulgação do conteúdo das gravações 
não legitima o ato nem justifica sua utilização como prova. 
COMENTÁRIOS: No caso em tela temos um exemplo clássico de interceptação 
telefônica obtida de forma ilegal, sendo considerada, portanto, prova ilícita. 
Os Tribunais Superiores entendem que o posterior consentimento de um dos 
interlocutores não convalida a prova (Ver HC 161.053-SP – STJ) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
10.! (CESPE – 2013 – PC-BA – DELEGADO) 
Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton 
estaria abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes 
mesmo de colher provas acerca da informação recebida, a juiz da vara 
criminal competente a interceptação das comunicações telefônicas de 
Mílton pelo prazo de quinze dias, sucessivamente prorrogado durante os 
quarenta e cinco dias de investigação. 
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar 
o inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da 
investigação, resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento 
de Caio e Kátia, as ligações telefônicas entre eles, tendo tomado 
conhecimento, devido às interceptações, de que o advogado cometera o 
crime de tráfico de influência. Em razão disso, Mílton procurou Kátia e 
solicitou que ela concordasse com a divulgação do conteúdo das 
gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu expressamente. Mílton, então, 
apresentou ao delegado o conteúdo das gravações, que foram utilizadas 
84095195851 - Geraldo Pedro Henrique Thomas Fernandes

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