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Textos de Stuart Mill.docx

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
CIÊNCIA POLÍTICA II - 2016-2
DISCENTE: GISELY SOUSA
FICHAMENTO: TEXTOS DE STUART MILL: SOBRE A LIBERDADE
UBERLÂNDIA
		2016	
“Textos de Stuart Mill” (pp. 200-223). In: WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política (cit).
Neste primeiro capítulo Stuart Mill fala sobre a liberdade civil ou liberdade social, na qual era entendida como a natureza e os limites do poder que pode ser exercido legitimamente pela sociedade pelos indivíduos. A característica mais notável nas histórias com as quais nos familiarizamos mais primitivamente era a luta entre a liberdade e a autoridade. Sendo entendida como liberdade a proteção contra a tirania dos governantes, esses estando numa posição necessariamente oposta ao povo ao qual governam. Onde o governo era constituído por um único representante, que derivava sua autoridade da herança ou conquista e não pela vontade dos governados.
De acordo com Mill, os patriotas tinham como objetivo impor limites ao poder do governante sobre a comunidade, e esta limitação era entendida como liberdade, e era feita de duas maneiras. A primeira pela obtenção das liberdades ou direitos políticos. A segunda era o estabelecimento de obstáculos institucionais, onde o consentimento da sociedade tornava-se uma condição necessária a alguns atos mais importantes do poder dirigente. E para ser efetivado de forma completa, se tornou a principal meta dos adoradores da liberdade, porém, a humanidade sob condição de se opor contra a tirania, não levava suas aspirações para, além disso.
Contudo, com o passar do tempo, os homens passaram a contestar o fato que seus governantes devessem ser um poder independente e oposto aos seus interesses. Surgindo uma nova demanda por governantes eletivos e temporários, como objetivo dominante estava à vontade de que o poder do governante emanasse da escolha periódica dos governados.
Entendia-se por limitação do poder, um recurso contra governantes cujos interesses eram contrários aos do povo. O que se desejava era que os governantes estivessem identificados com o povo, com interesses e vontades similares. Contudo, a república democrática passou a ocupar uma parcela ampla da terra, sendo um dos membros mais poderosos das nações. Percebia-se, então, que expressões como “autogoverno” e “o poder do povo para si mesmo” não expressavam a condição real da questão. Notava-se que o “povo” que exercia o poder nem sempre é o mesmo povo sobre o qual o poder é exercido; e o “autogoverno” era o governo de cada um por todo o resto. Além disso, a vontade do povo significava a vontade da maioria, e essa maioria pode desejar oprimir uma parcela do povo. 
Para Mill “a tirania da maioria” se enquadra num modelo onde a própria sociedade é o tirano, sendo essa prática de tirania social uma das mais terríveis formas de opressão política, pois penetrava muito mais profundamente na vida social. Defende que a proteção contra a tirania, a essa altura, já não é suficiente, seria necessária a proteção contra a tirania da opinião e sentimentos dominantes, contra a tendência da sociedade a impor suas próprias ideias e práticas como regras de conduta, a acorrentar o desenvolvimento e a obrigar a sociedade a se confeccionar no seu próprio modelo. Stuart relata a existência de um limite para a interferência legítima da opinião coletiva sobre a independência individual e afirma que encontrar esse limite e protegê-lo é tão indispensável quanto à proteção contra o despotismo político.
O autor descreve como as pessoas são acostumadas a acreditar que suas crenças, práticas, opiniões e julgamentos são construídos internamente. Entretanto, os homens acreditam que sua própria referência, não é somente uma razão satisfatória, mas a única que ele tem para qualquer uma de suas noções de moralidade, gosto ou propriedade. Conseqüentemente, suas opiniões sobre o que é louvável ou condenável são afetadas todas as causas que influenciam os seus desejos. Aponta que esse homem alguma vez é guiado por sua razão e outras vezes por seus preconceitos, superstições, preferências sociais, inveja, ciúme, arrogância, desdém e seu legítimo ou ilegítimo auto-interesse. Afirma que onde quer que haja uma ascendência classista, boa parte da moralidade do país emana de seus interesses de classe e de seus sentimentos de superioridade. E as opiniões, por sua vez, são geradas e reagem sobre o sentimento moral dos membros da classe ascendente e suas inter-relações.
Stuart Mill tem como objetivo afirmar, em seu texto, um princípio simples capaz de governar as relações da sociedade com o indivíduo no sentido da compulsão e do controle, seja pela força física ou pela coerção moral da opinião pública. Este princípio é o de que a humanidade só estará autorizada, individual ou coletivamente, a interferir na liberdade para o fim da autoproteção. E termina o primeiro capítulo reforçando a crescente tendência da sociedade em impor seus poderes sobre o indivíduo, tanto pela força da opinião quanto pela legislação, relata essa imposição como sendo uma regra de conduta bastante enérgica e passiva de injúria.
No segundo capítulo Stuart fala sobre a liberdade do pensamento e discussão. Descreve a permissão de que um legislativo ou um executivo, não identificado com os interesses do povo, prescreve opiniões e determina as doutrinas ou argumentos que lhes eram permitidos ouvir. Sendo esse dano de silenciar a expressão de uma opinião considerado um roubo a raça humana, tanto para a geração atual quanto para a posteridade e ainda mais para os que discordam da opinião do que para os que a sustentam.
Mill considera duas hipóteses, a primeira de que a opinião que se tenta suprimir pela autoridade possivelmente é verdadeira. Pois, para cada indivíduo significa a parte com a qual ele entra em contato, por exemplo, seu partido, sua igreja, sua classe social. Já que cada época sustentou opiniões que em épocas futuras foram refutadas, rejeitadas, consideradas falsas ou absurdas. A segunda hipótese seria assumir uma opinião como verdadeira considerando a suposição de que ela possa ser falsa. Levantando assim a ideia da discussão, e de que a verdade pode existir de um lado da história, porém incompleta.
O autor afirma que aquele que sabe apenas um lado da questão, pouco sabe sobre ela. E traz como vantajosa a diversidade de opiniões. Se existe uma parte da verdade, ela pode ser exagerada, distorcida ou limitada. Porém, o confronto com a opinião oposta acrescenta para aquela meia verdade a reconciliação com a verdade inteira. Mostra que através da consideração de múltiplos exemplos, a universalidade de um fato pode se dar apenas por meio da diversidade de opinião, a qual expõe todos os lados da verdade.
No terceiro capítulo, Mill começa negando a monarquia como melhor forma de governo, e a forma como o déspota interfere, com sua autoridade, na liberdade de imprensa e discussão. Ressalta também que o déspota pode educar seu povo à sua maneira, e se o objetivo dessa educação fosse tornar os homens diferentes de máquinas, em algum momento eles clamariam pelo controle de suas ações.
Demonstra em seu texto que a forma ideal de governo é aquela em que a soberania ou o poder supremo de controle cabe a toda a comunidade, todos os cidadãos têm voz, e participa ativamente da vida pública. Devendo se levar em conta duas proposições para aferir o método de um governo: o quanto ele promove a boa administração dos negócios da sociedade, através de aparatos morais, intelectuais e ativos; e qual é o seu efeito nesses aparatos. Afirma que cada pessoa é guardiã de seus próprios direitos e interesses, e capaz de conduzir seus próprios afazeres. Porém, são instrumentos nas mãos de seus governantes. Levando em conta todas as considerações, Stuart chega a conclusão de que o único governo que pode satisfazer plenamente todas as exigências do Estado social é aquele em que todo o povo participa, que toda participação é útil e ampla, porém, como é impossível a participaçãopessoal de todas na vida pública, o tipo de governo perfeito era o governo representativo.

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