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CCJ0051-WL-A-RA-01-TP Argumentação Jurídica -Tipologia Textual-01

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Teoria e Prática da Argumentação Jurídica
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques�Disciplina:
CCJ0051��Aula:
001�Assunto:
Apresentação – Tipologia Textual�Folha:
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07/02/2013��
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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Teoria e Prática da Argumentação Jurídica
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques�Disciplina:
CCJ0051��Aula:
001�Assunto:
Apresentação – Tipologia Textual�Folha:
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07/02/2013��
	Plano de Aula: Teoria e prática da Argumentação Jurídica
TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Título
Teoria e prática da Argumentação Jurídica.
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
1.
Tema
A distinção entre o texto argumentativo e o texto narrativo.
Objetivos
● Contextualizar a disciplina Teoria e Prática da Argumentação Jurídica como continuidade do trabalho de produção das peças processuais iniciado na disciplina de segundo período.
● Reconhecer as diferenças entre texto narrativo e texto argumentativo.
● Compreender a relevância da narração para a produção da argumentação.
● Identificar que a parte argumentativa da peça inicial refere-se ao - Do Direito?
Estrutura do Conteúdo
1. Tipologia Textual:
1.1. Texto narrativo.
1.2. Texto descritivo.
1.3. Texto dissertativo.
1.4. Texto injuntivo.
2. Características de semelhança e de diferenciação entre cada um dos tipos de texto.
3. Tipologia textual e macro-estrutura das peças processuais.
4. Narrativa jurídica a serviço da argumentação de teses.
Aplicação Prática Teórica
Todo profissional do Direito, quando descreve o tipo de atuação profissional que escolheu, associa essa atividade à tarefa argumentativa. Os exemplos de advogados, promotores e defensores bem sucedidos baseiam-se em uma atuação – Argumentativa - Brilhante que convença o magistrado da necessidade de conceder a tutela jurisdicional dos direitos daqueles que representam em juízo.
Inicialmente, é fundamental ressaltar a ideia de que essa atuação profissional deve ser marcada pela eficiência técnica e persuasiva, mas nunca pode perder de vista a ética e a moral. Lembremos que antes mesmo dos sistemas jurídicos positivados, o homem deveria pautar sua conduta pelos valores universais do que é certo e justo.
Diante desse cenário geral, precisamos lembrar, ainda, que o papel principal do direito é compor conflitos e que a atividade processual é marcada pelo contraditório e pela ampla defesa.
Em outras palavras, quando um advogado atuar no Judiciário para defender os interesses de seu cliente, terá a certeza de que está ali para ajudar na solução de um conflito social cuja composição não foi conseguida pelas partes sem o auxílio de terceiros.
Cada um dos envolvidos na demanda enxerga os fatos de uma maneira, ou seja, cada qual atribui aos fatos do caso concreto uma interpretação distinta (a que mais lhe interessa).
A argumentação jurídica caracteriza-se, especialmente, por servir de instrumento para expressar a interpretação sobre uma questão do Direito, que se desenvolve em um determinado contexto espacial e temporal. Ao operar a interpretação, impõe-se considerar esses contextos, ater-se aos fatos, às provas e aos indícios extraídos do caso concreto e sustentá-la nos limites impostos pelas fontes do Direito.
Parece claro que nenhum juiz pode apreciar um pedido sem conhecer os fatos que lhe servem de fundamento. Conforme ressalta Fetzner (CAVALIERI FETZNER, Néli Luiza (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson; VALVERDE, Alda. Lições de argumentação jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2009, capítulo 2), a narração ganha status de maior relevância, porque serve de requisito essencial à produção de uma argumentação eficiente. É por essa razão que se costuma dizer que a narração está a serviço da argumentação.
Resumidamente, um profissional do Direito deve recorrer ao texto argumentativo para defender seu ponto de vista, mas para o sucesso dessa tarefa, precisa ter, antes, uma boa narração, na qual foram expostos os fatos de maior relevância sobre o conflito debatido.
Para melhor compreender as características que distinguem narração e argumentação, observe a tabela.
NARRAÇÃO
Qual o Objetivo? Expor os fatos importantes do caso concreto a ser solucionado no Judiciário.
Como o fato é tratado? Cada fato representa uma informação que compõe a história da lide a ser conhecida no processo.
Qual o tempo verbal utilizado? Pretérito - é o mais utilizado, porque todos os fatos narrados já ocorreram. (Ex.: o empregado sofreu um acidente);
Presente - fatos que se iniciaram no passado e que perduram até o momento da narração. (Ex.: o empregado está sem capacidade laborativa);
Futuro - não é utilizado porque fatos futuros são incertos.
Qual a pessoa do discurso? Utiliza-se a 3ª pessoa, por traduzir a imparcialidade necessária à atividade jurídica.
Como os fatos são organizados? Os fatos são dispostos em ordem cronológica, ou seja, na mesma ordem em que aconteceram no mundo natural.
Quais seus elementos constitutivos? Uma narrativa bem redigida deve responder, sempre que possível, às seguintes perguntas: a) O quê? (fato gerador); b) quem? (partes); c) onde? (local do fato); d) quando? (momento do fato); e) como? (maneira como os fatos ocorreram); f) por quê? (motivações da lide).
Qual a natureza do texto? O texto narrativo tem natureza predominantemente informativa. Sua função persuasiva está atrelada à fundamentação.
Quanto à parcialidade: Uma narrativa pode ser simples (imparcial) ou valorada, dependendo da peça a produzir.
ARGUMENTAÇÃO
Qual o Objetivo? Defender uma tese (ponto de vista) compatível com o interesse da parte que o advogado representa.
Como o fato é tratado? O fato (informação) narrado é aqui retomado com o status de elemento de persuasão; é um elemento de prova com o qual defende a tese.
Qual o tempo verbal utilizado? Presente - tempo verbal mais adequado para sustentar o ponto de vista. (Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador);
Pretérito - deve ser usado para retomar os fatos (provas / indícios) relevantes da narração, com os quais defenderá a tese. (Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador porque sofreu um acidente no local de trabalho);
Futuro - deve ser usado ao desenvolver as hipóteses argumentativas. (Ex.: o trabalhador deve receber o benefício do INSS, pois, caso contrário, não terá como se sustentar).
Qual a pessoa do discurso? Também se utiliza a 3ª pessoa, pela mesma razão.
Como os fatos são organizados? Os fatos e as ideias são organizados em ordem lógica, ou seja, da maneira mais adequada para alcançar a persuasão do auditório.
Quais seus elementos constitutivos? Antes de redigir uma argumentação consistente, tente refletir sobre, pelo menos, as seguintes questões: a) Qual o fato gerador do conflito? b) qual a tese que será defendida? C) com que fatos sustentará essa tese? d) Que tipos de argumento deverá utilizar?
Qual a natureza do texto? O texto argumentativo tem função persuasiva por excelência.
Quanto à parcialidade: Não há como defender uma tese sem adotar um posicionamento. Toda argumentação é valorada.
QUESTÃO
São apresentados dois textos adiante. Em primeiro lugar, identifique se esses textos são narrativos ou argumentativos. Em seguida, procure justificar sua resposta por meio da cópia de alguns fragmentos pontuais.Você pode usar como parâmetro a tabela explicativa anterior.
Texto 1
Não é de hoje que eu defendo que o advogado e qualquer cidadão podem gravar as conversas travadas em mesa de audiência, sem a necessidade de avisar aos presentes, entre eles a pessoa do Magistrado que a preside.
Antigamente, isso era impossível de ocorrer por conta do tamanho dos gravadores e da necessidade de estarem próximos de quem falava para obtenção nítida da voz. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, são inúmeras as “traquitanas” que gravam voz a distância e com excelente resultado em termos de qualidade de audição.
Não vejo e nem nunca vi nenhuma ilicitude nisso. As audiências são públicas, quem as grava busca o registro de tudo para sua posterior orientação e também, em eventuais casos, para o exercício pleno da sua defesa (art.5, LV da CRFB). Filmar recai na mesmíssima hipótese.
Hoje já existe projeto em curso de implantação - nas Varas que contam com processos eletrônicos - de se gravar a voz e filmar a imagem de todos, criando um melhor registro ao processo e alcance de uma maior transparência e publicidade. O saldo positivo de se gravar é proporcionar a todos os que participam daquele momento de embate jurídico o respeito, a cordialidade, o tratamento polido, evitar ironias, críticas pessoais, assédio processual/judicial, etc. Enfim, não faz mal algum gravar tudo, pois quem não deve não teme. (...)
RESPOSTA: Argumentativo. Há opinião – Fragmentos do texto: “Não vejo e nem nunca vi nenhuma ilicitude nisso”; “Filmar recai na mesmíssima hipótese”, “Enfim, não faz mal algum gravar tudo, pois quem não deve não teme”.
Texto 2
Disponível em:
http://jus.com.br/revista/texto/16842/indenizacao-em-relacao-de-consumo-juizado-especial
Acesso em: 20 jun. 2012).
O autor, de reputação ilibada, dirigiu-se à empresa-ré a fim de adquirir automóvel novo, para comemorar o dia dos pais vindouro, com sua esposa e filha, assinando declaração como instrumento comprobatório do termo de responsabilidade assumido (documento nº 137/12).
Nestes termos, as partes combinaram, de comum acordo, que o automóvel novo estaria disponível para o autor cinco dias depois. No entanto, para absoluta surpresa do autor, no dia combinado o automóvel sequer havia chegado à concessionária. Ressalta-se que o autor já havia, nesta data, entregue seu veículo à empresa-ré, encontrando-se em situação de completo desamparo.
A esposa do autor, neste ínterim, foi acometida de mal súbito, tendo sido o seu atendimento prejudicado devido à demora para chegar ao hospital, já que teve de ir de táxi. A entrada na seção do pronto-socorro do hospital foi registrada às 21 horas do dia17 de junho de 2012, conforme documento em anexo (documento nº ___) e, até a consumação do atendimento e respectiva medicação, suportou intensas dores, não podendo sequer se locomover sem auxílio de terceiros.
RESPOSTA: Narrativo. Há cronologia dos fatos no texto – Fragmentos do texto “dirigiu-se à empresa-ré a fim de adquirir automóvel novo”, “no dia combinado o automóvel sequer havia chegado à concessionária”, “A esposa do autor, neste ínterim, foi acometida de mal súbito”, “demora para chegar ao hospital, já que teve de ir de táxi”
==XXX==
E-mail:
renandireito@gmail.com
FACEBOOK: renan marques
Livros Recomendados:
01-VER – Nély Luiza Cavalieri – Lições de Argumentação Jurídica: da Teoria à Pratica
02-VER – Nély Luiza Cavalieri – Lições de Gramática Aplicadas ao Texto Jurídico
03-VER – Nély Luiza Cavalieri – Argumentação Jurídica
04-VER – Chain Perelman – Tratado da Argumentação: a Nova Retória
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	1ª AULA – Tipologia Textual
	
	Tipologia Textual
1-Considerações Iniciais
Como se classificam os textos:
Texto Narrativo
Texto Dissertativo
Texto Descritivo
Texto Injutivo
Obs.: Apesar de a classificação quanto a tipologia textual ser didaticamente útil raramente são produzidos textos puramente narrativos, descritivos ou dissertativos. O que ocorre na verdade é um a classificação que considera a preponderância das características de um tipo de produção textual em detrimento dos demais. Ou seja, a ideia de 
“Texto Puro” quanto a tipologia textual é difícil configuração.
Obs.: Vale a pena se ater a algumas informações que influenciam a produção e compreensão de um texto, seja ele de qual tipo for:
A finalidade daquele que escreve.
O Tipo de publicação.
O Público-alvo.
O Lugar que o texto é veiculado.
O Momento que o texto é veiculado.
2.1-Texto Narrativo
-Conceito: A Narração é a modalidade de texto que se caracteriza pelo seqüenciamento de fatos ao longo do tempo, obedecendo-se uma ordem cronológica na exposição destes fatos (Progressão Temporal).
-Características:
a) A Narração poderá ser feita em 1ª ou 3ª pessoa (Obs.: a respeito do uso da pessoa gramatical nas formas verbais do Texto Jurídico: recomenda-se a utilização da 3ª pessoa, marcada pela impessoalidade).
b) O Narrador contará um fato que se passou em determinado tempo e lugar e que foi praticado por determinados personagens. (Obs.:Os elementos do texto narrativo Tradicional: a) Fato, b) Personagem, c) Lugar, d) Tempo, e) Enredo, f) Causa, g) Consequência e h) Modo.
2.2-Texto Narrativo Jurídico a Serviço da Argumentação de Teses:
A Narrativa Jurídica tem a finalidade de vir a sustentar uma Tese Jurídica (É uma defesa através argumentos, visando demonstrar o Direito da Parte, e convencer o Juiz.
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	1ª AULA – As condições de produção do texto argumentativo
	
	Teoria e Prática da Argumentação Jurídica
Professor Nelson Tavares
Aula 01
AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DO TEXTO ARGUMENTATIVO
OBJETIVOS DA AULA
● Contextualizar a disciplina Teoria e Prática da Argumentação Jurídica como continuidade do trabalho de produção das peças processuais iniciado na disciplina de segundo período.
● Reconhecer as diferenças entre texto narrativo e texto argumentativo.
● Compreender a relevância da narração para a produção da argumentação.
● Identificar que a parte argumentativa da peça inicial refere-se ao “Do Direito”.
Todo profissional do Direito, quando descreve o tipo de atuação profissional que escolheu, associa essa atividade à tarefa argumentativa. Os exemplos de advogados, promotores e defensores bem sucedidos baseiam-se em uma atuação – argumentativa – brilhante que convença o magistrado da necessidade de conceder a tutela jurisdicional dos direitos daqueles que representam em juízo.
Inicialmente, é fundamental ressaltar a idéia de que essa atuação profissional deve ser marcada pela eficiência técnica e persuasiva, mas nunca pode perder de vista a ética e a moral. Lembremos que antes mesmo dos sistemas jurídicos positivados, o homem deveria pautar sua conduta pelos valores universais do que é certo e justo.
Diante desse cenário geral, precisamos lembrar, ainda, que o papel principal do direito é compor conflitos e que a atividade processual é marcada pelo contraditório e pela ampla defesa.
Em outras palavras, quando um advogado atuar no Judiciário para defender os interesses de seu cliente, terá a certeza de que está ali para ajudar na solução de um conflito social cuja composição não foi conseguida pelas partes sem o auxílio de terceiros.
Cada um dos envolvidos na demanda enxerga os fatos de uma maneira, ou seja, cada qual atribui aos fatos do caso concreto uma interpretação distinta (a que mais lhe interessa), conforme se verifica no gráfico adiante:
A argumentação jurídica caracteriza-se, especialmente, por servir de instrumento para expressar a interpretação sobre uma questão do Direito, que se desenvolve em um determinado contexto espacial e temporal. Ao operar a interpretação, impõe-se considerar esses contextos, ater-se aos fatos, às provas e aos indícios extraídos do caso concreto e sustentá-la nos limites impostos pelas fontes do Direito.
Parece claro quenenhum juiz pode apreciar um pedido sem conhecer os fatos que lhe servem de fundamento. Conforme ressalta Fetzner (CAVALIERI FETZNER, Néli Luiza (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson; VALVERDE, Alda. Lições de argumentação jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2009, capítulo 2.), a narração ganha status de maior relevância, porque serve de requisito essencial à produção de uma argumentação eficiente. É por essa razão que se costuma dizer que a narração está a serviço da argumentação.
Resumidamente, um profissional do Direito deve recorrer ao texto argumentativo para defender seu ponto de vista, mas para o sucesso dessa tarefa, precisa ter, antes, uma boa narração, na qual foram expostos os fatos de maior relevância sobre o conflito debatido.
Para melhor compreender as características que distinguem narração e argumentação, observe a tabela.
NARRAÇÃO
Qual o Objetivo? Expor os fatos importantes do caso concreto a ser solucionado no Judiciário.
Como o fato é tratado? Cada fato representa uma informação que compõe a história da lide a ser conhecida no processo.
Qual o tempo verbal utilizado? Pretérito - é o mais utilizado, porque todos os fatos narrados já ocorreram. (Ex.: o empregado sofreu um acidente);
Presente - fatos que se iniciaram no passado e que perduram até o momento da narração. (Ex.: o empregado está sem capacidade laborativa);
Futuro - não é utilizado porque fatos futuros são incertos.
Qual a pessoa do discurso? Utiliza-se a 3ª pessoa, por traduzir a imparcialidade necessária à atividade jurídica.
Como os fatos são organizados? Os fatos são dispostos em ordem cronológica, ou seja, na mesma ordem em que aconteceram no mundo natural.
Quais seus elementos constitutivos? Uma narrativa bem redigida deve responder, sempre que possível, às seguintes perguntas: a) O quê? (fato gerador); b) quem? (partes); c) onde? (local do fato); d) quando? (momento do fato); e) como? (maneira como os fatos ocorreram); f) por quê? (motivações da lide).
Qual a natureza do texto? O texto narrativo tem natureza predominantemente informativa. Sua função persuasiva está atrelada à fundamentação.
Quanto à parcialidade: Uma narrativa pode ser simples (imparcial) ou valorada, dependendo da peça a produzir.
ARGUMENTAÇÃO
Qual o Objetivo? Defender uma tese (ponto de vista) compatível com o interesse da parte que o advogado representa.
Como o fato é tratado? O fato (informação) narrado é aqui retomado com o status de elemento de persuasão; é um elemento de prova com o qual defende a tese.
Qual o tempo verbal utilizado? Presente - tempo verbal mais adequado para sustentar o ponto de vista. (Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador);
Pretérito - deve ser usado para retomar os fatos (provas / indícios) relevantes da narração, com os quais defenderá a tese. (Ex.: o autor deve ser indenizado por seu empregador porque sofreu um acidente no local de trabalho);
Futuro - deve ser usado ao desenvolver as hipóteses argumentativas. (Ex.: o trabalhador deve receber o benefício do INSS, pois, caso contrário, não terá como se sustentar).
Qual a pessoa do discurso? Também se utiliza a 3ª pessoa, pela mesma razão.
Como os fatos são organizados? Os fatos e as ideias são organizados em ordem lógica, ou seja, da maneira mais adequada para alcançar a persuasão do auditório.
Quais seus elementos constitutivos? Antes de redigir uma argumentação consistente, tente refletir sobre, pelo menos, as seguintes questões: a) Qual o fato gerador do conflito? b) qual a tese que será defendida? C) com que fatos sustentará essa tese? d) Que tipos de argumento deverá utilizar?
Qual a natureza do texto? O texto argumentativo tem função persuasiva por excelência.
Quanto à parcialidade: Não há como defender uma tese sem adotar um posicionamento. Toda argumentação é valorada.
QUESTÃO
São apresentados dois textos adiante. Ambos foram adaptados a partir de produções da Desembargadora Maria Berenice Dias. Em primeiro lugar, identifique se esses textos são narrativos ou argumentativos. Em seguida, procure justificar sua resposta por meio da cópia de alguns fragmentos. Você pode usar como parâmetro a tabela explicativa anterior.
Texto 1
Reconhecida como entidade familiar, merecedora da proteção estatal, a união formada por pessoas do mesmo sexo, com características de duração, publicidade, continuidade e intenção de constituir família, decorrência inafastável é a possibilidade de que seus componentes possam adotar. Os estudos não apontam qualquer inconveniente em que crianças sejam adotadas por casais homoafetivos, mais importando a qualidade do vínculo e do afeto que permeia o meio familiar em que serão inseridas e que as liga aos seus cuidadores. É hora de abandonar de vez preconceitos e atitudes hipócritas desprovidas de base científica, adotando-se uma postura de firme defesa da absoluta prioridade que constitucionalmente é assegurada aos direitos das crianças e dos adolescentes (art. 227 da CRFB/88). No presente caso, o laudo especializado comprova o saudável vínculo existente entre as crianças e as adotantes.
SUGESTÃO DE RESPOSTA
Predomina uma produção argumentativa, entre outras razões, porque:
a) o texto defende uma tese: “Reconhecida como entidade familiar (...) a união formada por pessoas do mesmo sexo(...) inafastável é a possibilidade de que seus componentes possam adotar”;
b) não estão presentes todas as informações do caso concreto para que esteja caracterizada a narrativa; as idéias organizadas, de maneira lógica, apenas visam a persuadir o auditório da validade da tese;
Texto 2
Trata-se de recurso de apelação interposto por L.L.F. contra a sentença das fls. 481-91, que, nos autos da ação de investigação de paternidade que lhe move B.C.S., representado por sua mãe, V.C.S., julgou procedente o pedido para declarar a paternidade do réu em relação ao autor e condenar aquele ao pagamento de alimentos no valor de dois salários mínimos mensais, devidos desde a concepção do demandante (agosto de 1989). Condenou, ainda, o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no valor de 20% sobre o valor da causa.
O apelante alega, em preliminar, que a sentença é nula por ser extra petita, porquanto há ausência de pedido de fixação alimentar na petição inicial, e que o recurso deve ser recebido no efeito suspensivo, sob pena de gerar dano de difícil reparação.
No mérito, alega ser improcedente o pedido de declaração de paternidade, uma vez que a perícia concluiu pela evidência contrária à paternidade. Refuta a desconsideração do exame de HLA e a presunção da paternidade em virtude da sua recusa em se submeter a exame de DNA. Sustenta que o depoimento da representante legal do apelado corrobora o resultado negativo do exame pericial, sendo a decisão contrária à prova dos autos. No tocante ao dever de pagar alimentos, diz que, da forma como fixados, extrapola a prova dos autos e sua condição financeira. Requer o provimento do recurso para declarar-se a nulidade da sentença, ou a improcedência dos pedidos, com a inversão dos ônus da sucumbência (f. 495-507).
O apelo foi recebido no seu duplo efeito quanto ao pedido investigatório e apenas no efeito devolutivo quanto aos alimentos (f. 512).
O apelado apresentou contra-razões, pugnando pelo desprovimento do recurso (fls. 514-23).
Contra a decisão da fl. 512, o apelante interpôs agravo de instrumento (processo nº 70012345021), ao qual foi negado efeito suspensivo (fls. 525-42).
O Ministério Público em primeiro grau opinou pelo conhecimento do recurso, rejeição da preliminar de nulidade e, no mérito, pelo desprovimento (fls. 545-9).
Os autos vieram a esta Corte (fls. 550-1).
Com vista, a Procuradora de Justiça manifestou-se pelo parcial provimento do apelo, aos efeitos de que o termo inicial da obrigação alimentar seja a partir da citação do recorrente (fls. 561-70).
SUGESTÃO DE RESPOSTA
O texto é narrativo. Trata-se, na verdade, do relatório de um acórdão. Importante frisar que existem opiniõese pontos de vista na narrativa, mas todos eles são atribuídos às partes, por meio de polifonias, as quais, juntas, compõem os fatos juridicamente importantes do processo, motivadores da decisão apresentada.
QUESTÕES OBJETIVAS
01-(ENADE)- A urbanização no Brasil registrou marco histórico na década de 1970, quando o número de pessoas que viviam nas cidades ultrapassou o número daquelas que viviam no campo. No início deste século, em 2000, segundo dados do IBGE, mais de 80% da população brasileira já era urbana.
Considerando essas informações, estabeleça a relação entre as charges:
 PORQUE 
Com base nas informações dadas e na relação proposta entre essas charges, é CORRETO afirmar que:
A) a primeira charge é falsa, e a segunda é verdadeira.
B) a primeira charge é verdadeira, e a segunda é falsa.
C) as duas charges são falsas.
D) as duas charges são verdadeiras, e a segunda explica a primeira.
E) as duas charges são verdadeiras, mas a segunda não explica a primeira.
RESPOSTA: E. As duas charges são verdadeiras, mas a segunda não explica a primeira.
02-(Enade) Os ingredientes principais dos fertilizantes agrícolas são nitrogênio, fósforo e potássio (os dois últimos sob a forma dos óxidos P2O5 e K2O, respectivamente). As percentagens das três substâncias estão geralmente presentes nos rótulos dos fertilizantes, sempre na ordem acima. Assim, um fertilizante que tem em seu rótulo a indicação 10−20−20 possui, em sua composição, 10% de nitrogênio, 20% de óxido de fósforo e 20% de óxido de potássio. Misturando-se 50 kg de um fertilizante 10−20−10 com 50 kg de um fertilizante 20−10−10, obtém-se um fertilizante cuja composição é:
(A) 7,5 − 7,5 − 5.
(B) 10 − 10 − 10.
(C) 15 − 15 − 10.
(D) 20 − 20 − 15.
(E) 30 − 30 − 20.
RESPOSTA: C. 15 − 15 − 10.
QUADRO COMPARATIVO
QUADRO COMPARATIVO
Qual o Objetivo?
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
Expor os fatos importantes do caso concreto a ser solucionado no Judiciário.
Defender uma tese (ponto de vista) compatível com o interesse da parte que o advogado representa.
Como o fato é tratado?
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
Cada fato representa uma informação que compõe a história da lide a ser conhecida no processo.
O fato (informação) narrado é aqui retomado com o status de elemento de persuasão; é um elemento de prova com o qual defende a tese.
QUADRO COMPARATIVO
Qual o tempo verbal utilizado?
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
Pretérito – é o mais utilizado, porque todos os fatos narrados já ocorreram.
Presente – fatos que se iniciaram no passado e que perduram até o momento da narração.
Futuro – não é utilizado porque fatos futuros são incertos.
Presente – tempo verbal mais adequado para sustentar o ponto de vista.
Pretérito – deve ser usado para retomar os fatos (provas / indícios) relevantes da narração, com os quais defenderá a tese.
Futuro – deve ser usado ao desenvolver as hipóteses argumentativas
Qual a pessoa do discurso?
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
Utiliza-se a 3ª pessoa, por traduzir a imparcialidade necessária à atividade jurídica.
Também se utiliza a 3ª pessoa, pela mesma razão. 
Como os fatos são organizados?
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
Os fatos são dispostos em ordem cronológica, ou seja, na mesma ordem em que aconteceram no mundo natural.
Os fatos e as idéias são organizados em ordem lógica, ou seja, da maneira mais adequada para alcançar a persuasão do auditório.
Quais seus elementos constitutivos?
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
Uma narrativa bem redigida deve responder, sempre que possível, às seguintes perguntas:
a) O quê? (fato gerador);
b) quem? (partes);
c) onde?(local do fato);
d) quando? (momento do fato);
e) como? (maneira como os fatos ocorreram);
f) por quê? (motivações da lide). 
Antes de redigir uma argumentação consistente, tente refletir sobre, pelo menos, as seguintes questões:
a) Qual o fato gerador do conflito?
b) qual a tese que será defendida?
c) com que fatos sustentará essa tese?
d) Que tipos de argumento deverá utilizar?
Qual a natureza do texto?
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
O texto narrativo tem natureza predominantemente informativa. Sua função persuasiva está atrelada à fundamentação.
O texto argumentativo tem função persuasiva por excelência.
Quanto à parcialidade
NARRAÇÃO
ARGUMENTAÇÃO
Uma narrativa pode ser simples (imparcial) ou valorada, dependendo da peça a produzir. 
Não há como defender uma tese sem adotar um posicionamento. Toda argumentação é valorada.
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-001/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-001/WLAJ/DP
2
LIÇÕES DE
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Néli Cavalieri
Nelson Tavares
Alda Valverde
LIÇÕES DE GRAMÁTICA APLICADAS AO TEXTO JURÍDICO
Néli Cavalieri
Nelson Tavares
Iraélcio Macedo
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Néli Cavalieri
Valquíria Paladino
Outros autores
BIBLIOGRAFIA PARA A DISCIPLINA
5
5
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA ___ DA COMARCA ___ (art. 282, I do CPC)
Qualificação das partes (art. 282, II do CPC)
Dos fatos (art. 282, III do CPC)
____________________________________________________________________________________________________________________
Do direito (art. 282, III do CPC)
____________________________________________________________________________________________________________________
Do pedido (art. 282, IV do CPC)
__________________________;
__________________________.
Das provas (art. 282, VI do CPC)
Do valor da causa (art. 282, V do CPC)
Nesses termos,
Pede deferimento.
Local, data e assinatura.
Parte injuntiva 
Parte argumentativa 
Parte descritiva 
Parte narrativa

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