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CCJ0051-WL-B-RA-07-TP Argumentação Jurídica -Texto Argumentativo-03

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Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
1 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
Plano de Aula: Teoria e prática da Argumentação Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA 
Título 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
7. 
Tema 
Tipos de argumento: seleção e combinação (continuação). 
Objetivos 
● - Reconhecer estrutura e aspectos persuasivos dos argumentos de oposição, de causa e efeito e de analogia. 
● - Compreender que a quebra de expectativas como estratégia discursiva do argumento de oposição, apoiada no 
uso dos operadores argumentativos de concessão e adversidade. 
● - Identificar o uso da jurisprudência como importante fonte argumentativa. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Relação entre fontes do Direito e tipos de argumento 
 
2. Argumento de oposição: 
2.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
 
3. Argumento de causa e efeito: 
3.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
 
4. Argumento de senso comum: 
4.1. Estrutura, características e informações lingüísticas relevantes 
Aplicação Prática Teórica 
 
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do Direito como uma estratégia discursiva eficiente 
para a redação de uma boa fundamentação. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de 
vista defendido pelo argumentador, admitindo-o como uma possibilidade de conclusão, para depois apresentar, 
como argumento decisivo, a perspectiva contrária. 
Apoiada no uso dos conectores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia permite 
antecipar as possíveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de 
solução jurisdicional para o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta. 
Para ficar clara essa estrutura, desenvolvemos adiante esses parágrafos. Compreenda que as estruturas 
sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a liberdade redacional do argumentador; ao 
contrário, a partir delas novas informações podem ser acrescidas - sem descaracterizar a estratégia. 
 
Argumento de oposição concessiva 
 
Embora haja quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois não existe lei 
que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação 
André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do 
pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o 
sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente. 
 
Também podemos redigir o argumento desta maneira: 
 
Argumento de oposição restritiva 
 
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que não existe lei que 
obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação 
André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do 
pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
2 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente. 
 
Além do argumento de oposição, outro que também se mostra de grande eficiência na prática 
argumentativa é o ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de causalidade, ou seja, 
são apresentadas as causas e as consequências jurídicas de um ato praticado. 
 
Com relação ao ARGUMENTO DE ANALOGIA, a obra principal adotada para esta disciplina - Lições de 
Gramática aplicadas ao Texto Jurídico - menciona que é importante discutir se é possível usar a jurisprudência 
com fonte. Antes de enfrentar qualquer questão, tomemos como conceito de jurisprudência, em sentido estrito, o 
conjunto de decisões uniformes, sobre uma determinada questão jurídica, prolatadas pelos órgãos do Poder 
Judiciário. 
O próprio conceito atribuído à fonte aqui discutida sugere que sua autoridade advém do órgão que a profere 
(jurisdição). Isso é inegável. O que se questiona é que, independentemente da autoridade que a reveste, o que 
faculta verdadeiramente seu uso - e a torna eficiente - é a proximidade do caso analisado com os outros cujas 
decisões são tomadas como referência. 
Isso implica dizer que, em última instância, o que faz do uso da jurisprudência uma estratégia interessante 
para a argumentação é o raciocínio de que casos semelhantes devem receber tratamentos análogos por parte do 
Judiciário, para que não sejam observadas injustiças ou discrepâncias. É a semelhança entre o caso concreto 
analisado e o processo já transitado em julgado que autoriza o uso da jurisprudência. 
Tanto é assim que se ambos os conflitos versarem sobre direito possessório, por exemplo, mas as 
circunstâncias em que cada um deles ocorreu não forem as mesmas, a simples proximidade temática não autoriza 
o uso da jurisprudência pela autoridade de que é revestida. Por essa razão, preferimos elencar as decisões 
judiciais reiteradas como motivadoras de argumentos por analogia. 
Uma observação se faz necessária, neste ponto: para o acadêmico de Direito importa, muitas vezes, mais o 
domínio das estratégias argumentativas e dos tipos de argumento, do ponto de vista prático, que a própria 
classificação desses elementos, pois esta é uma preocupação prioritariamente didática. 
 
CASO CONCRETO 
 
Cliente baleado diz que vigia disparou após discussão em porta giratória: 
 
O cabeleireiro João Adriano Santos, de 29 anos, foi baleado por um vigia de uma agência bancária em São 
Mateus, na Zona Leste de São Paulo, após ser parado na porta giratória e discutir com o funcionário. O tiro atingiu 
João nas costas, mas não causou ferimentos graves. Ele está consciente e foi liberado após receber tratamento no 
Hospital São Mateus. 
A Polícia Militar foi acionada pouco depois das 14h para ir até o banco, na Avenida Mateo Bei. O vigia, de 
37 anos, está detido. João Adriano relatou que havia ido ao banco pagar uma conta e foi parado na entrada. O 
segurança teria pedido que ele retirasse todos os objetos de metal do bolso, mas João disse que não carregava 
nenhum objeto desse tipo. Houve uma discussão e João conta ter sido insultado pelo vigia. 
Após entrar, João Adriano ficou ao lado do segurança, esperando que o amigo que o acompanhava 
passasse pela porta giratória. Nesse momento, afirma ter levado uma rasteira e, em seguida, o tiro. Ele foi levado 
para o hospital e, às 19h, estava no 49º Distrito Policial, em São Mateus, prestando depoimento. “Acho que todas 
as portas giratórias de banco tinham que ser retiradas porque não há funcionários preparados para trabalhar com 
elas”, afirmou. A agência bancária foi fechada logo após o incidente. 
O Banco disse estar acompanhando a recuperação do cliente e lamentou o ocorrido. Em nota oficial, a 
instituição afirmou que "colabora com as investigações sobre o incidente até o total esclarecimento dos fatos". 
(Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2012/03/cliente-baleado-diz-que-vigia-disparou-apos-discussao-em-porta-giratoria.html>. Acesso em: 12 fev. 2012. 
 
QUESTÃO DISCURSIVA 
 
Leia o caso concreto indicado para esta aula e recorra, se desejar, às fontes indicadas. Redija um texto 
argumentativo que contenha, além dos argumentos já trabalhados este semestre, três parágrafos: um argumento 
de oposição, um argumento de causa e efeito e um argumento de analogia. O caso concreto desta aula tem 
repercussão civil e criminal. Escolha apenas uma dessas linhas para teu texto. 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
3 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
Se julgar adequado, recorra às polifonias adiante: 
 
Lesão corporal 
Art. 129 do CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V - aborto: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de 
produzi-lo: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
Art. 14 do CP: Diz-se o crime: 
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa 
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. 
 
Homicídio simples 
Art. 121 do CP: Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a 
defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Art. 6º do CDC: São direitos básicos do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e 
serviços considerados perigosos ou nocivos; 
 
Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação 
dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações 
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
 
RESPOSTA: É bem verdade que é dever obrigacional de um vigia tomar as medidas necessárias a fim de manter 
a segurança no estabelecimento no qual mantém vínculo empregatício. E, embora o segurança, a princípio, tenha 
agido dentro do que a sua função lhe exige, qual seja: solicitar a retirada de todos os objetos de metal que se porte 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
4 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
após ser parado diante de uma porta giratória, sua atitude fora desproporcional frente a uma mera discussão, 
situação que exigia do funcionário enquanto profissional devidamente treinado e, principalmente pelo fato de 
portar arma de fogo, um autocontrole condizente a sua função. 
Ocorreu que João Adriano Santos, 29 anos, cabeleireiro, após ser parado na porta giratória de uma agência 
bancaria e ter discutido com o vigilante da referida agência tomou do mesmo uma rasteira que o levou ao chão, e 
em seguida foi baleado covardemente pelas costas após ter sido insultado pelo vigilante. Fato que lhe ocasionou 
felizmente apenas uma lesão corporal de natureza leve. 
É certo que a sociedade diante de tanta violência espera daqueles que tem o dever de zelar pela segurança 
uma conduta responsável, fato claramente não evidenciado e que, portanto, não pode ser aceito como uma 
atitude aceitável diante de um conflito tão banal. Do mesmo modo como não foi no caso decidido pela Suprema 
Corte quando do policial militar a paisana que incidiu no crime de lesão corporal de natureza grave contra dono de 
estabelecimento noturno por motivo fútil. 
 
Argumento de oposição concessiva e restritiva em favor do vigia na área criminal fazendo uso do artigo 25 
do Código Penal: 
 
Argumento de Oposição Concessiva 
RESPOSTA: Embora a primeira vista possa parecer que o vigia tenha atingido o cabeleireiro João Adriano 
Santos com um tiro pelas costas. Na verdade o ocorrido foi que o vigia agiu em legítima defesa 
(PUTATIVA). de todos os presentes no estabelecimento bancário, ao impedir que um sujeito que poderia 
estar armado, após ter sido parado na porta giratória e ter discutido com o mesmo, invadi-se o local sem 
saber quais eram as suas intenções. O vigia agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele a injusta agressão, atual e iminente, a direito de outros, ao imobilizar o suspeito, 
efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de 
natureza leve. 
Ainda que há quem argumente que o vigilante tenha efetuado covardemente um tiro pelas costas do 
cabeleireiro João Adriano Santos. Vale salientar que um tiro nas costas não é o mesmo que um tiro pelas 
costas, um tiro pelas costas é um ato de covardia, já o que ocorreu na realidade é que o vigilante no intuito 
de manter a segurança dos presentes no estabelecimento bancário, agindo de forma hábil, usando 
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que apenas 
ocasionou uma lesão corporal de natureza leve. 
Conector sintático que põe em 
foco a evidência contrária. 
Evidência que apóia a argumentação 
contrária à tese em defesa. 
Argumento decisivo, contrário 
à perspectiva anterior. 
 
Argumento de Oposição Restritiva 
RESPOSTA: A primeira vista pode parecer que o vigia tenha atingido o cabeleireiro João Adriano Santos 
com um tiro pelas costas, mas na verdade o ocorrido foi que o vigia agiu em legítima defesa (PUTATIVA) 
de todos os presentes no estabelecimento bancário, ao impedir que um sujeito que poderia estar armado, 
após ter sido parado na porta giratória e ter discutido com o mesmo, invadi-se o local sem saber quais eram 
as suas intenções. O vigia agindo de forma hábil, usando moderadamente dos meios necessários, repele a 
injusta agressão, atual e iminente, a direito de outros, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, 
em uma área não vital, fato que apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve. 
Há quem argumente que o vigilante tenha efetuado covardemente um tiro pelas costas do 
cabeleireiro João Adriano Santos, por outro lado, vale salientar que um tiro nas costas não é o mesmo que 
um tiro pelas costas, um tiro pelas costas é um ato de covardia, já o que ocorreu na realidade é que o 
vigilante no intuito de manter a segurança dos presentes no estabelecimento bancário, agindo de forma 
hábil, usando moderadamentedos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito 
seu ou de outrem, ao imobilizar o suspeito, efetuando um tiro nas costas, em uma área não vital, fato que 
apenas ocasionou uma lesão corporal de natureza leve. 
Evidência que apóia a 
argumentação contrária à 
tese em defesa 
Conector sintático que permite uma 
manobra discursiva, que desarticula 
o argumento introdutório 
Argumento que anula a proposição 
inicial do parágrafo, gerando uma 
quebra de expectativa 
 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
5 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
Argumento de causa e efeito em favor do cliente baleado 
RESPOSTA: Em virtude de João Adriano Santos, ter sido agredido moralmente e fisicamente pelo vigilante do 
estabelecimento bancário, fato que ocasionou uma lesão corporal ao ser atingido injustamente com um tiro nas 
costas. É certa e pacífica a tese de que quando alguém viola um interesse de outrem, juridicamente protegido, fica 
obrigado a reparar o dano daí decorrente. Daí que, o fato de um cliente ao tentar adentrar agência bancaria e ter 
seu direito podado em virtude de uma falha no sistema de segurança e, por esse motivo vir a ser constrangido por 
meio de insultos e lesionado fisicamente lhe é assegurado o direito de pleitear uma indenização por danos morais 
e pessoais uma vez que veio a sofrer uma lesão injusta, além de uma lesão corporal. 
Pois bem, adentrando na análise legal do tema, inicialmente é oportuno fazer referência à Constituição 
Federal de 1988, que foi muito clara ao dispor, no seu art. 5º, inciso X, "in verbis": 
"X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação". 
No mesmo sentido, o legislador não deixou de pronunciar esta garantia no Código de Defesa do 
Consumidor que em seu artigo 6º deixa claro que são direitos básicos do consumidor: 
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento 
de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 
difusos; 
E em seu artigo 14 (CDC), que: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, 
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 
Além de incansáveis decisões as quais asseguraram o direito líquido e certo de quem se encontrava lesado 
por fato alheio a sua vontade. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
7ª AULA – Texto Argumentativo - Continuação 
 
Estrutura e Linguagem do Texto Argumentativo 
 
2-Elementos Estruturais da Argumentação 
 
2.3 – Contextualização do Real 
-A Argumentação Jurídica difere especialmente de outros tipos de argumentação por algumas razões, 
dentre elas destacam-se: 
1-Está limitada por Sistema Normativo. 
2-Embora limitada por esse sistema normativo, admite a assunção do critério da razoabilidade. 
3-Baseia-se em fatos, provas e indícios. 
a) Fatos 
-Conceito => O Fato é uma ocorrência baseada em uma realidade objetiva que deve 
ser aferida no caso concreto. 
-Tipos => O fato pode ser um acontecimento natural, não volitivo, que pode trazer 
consequências jurídicas a depender. Fato pode ser um acontecimento resultante da 
vontade humano, sendo considerado um Ato jurídico, que é um comportamento em que 
a norma confere consequências de Direito. 
b) Provas 
-Conceito => A prova consiste na demonstração de existência ou de veracidade daquilo 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
6 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
que se alega como fundamento de direito, que se defende ou se contesta. E no sentido 
processual designa também os meios indicados pela lei para realização desta 
demonstração. A prova pode fundar-se na afirmação ou na negação dos fatos. 
-Tipos 
1-Prova Testemunhal 
-Conceito => A Prova Testemunhal é aquela formulada mediantes depoimentos 
ou declarações de pessoas que tiveram conhecimento direto ou indireto dos fatos 
apresentados na Causa. 
-Eficácia > A eficácia da prova testemunhal se restringe a dois aspectos; a) O 
grau de idoneidade da testemunha, de envolvimento com as parte e de firmeza de 
sua declaração acerca do gato apresentado. B) número de testemunhas, via de 
regra uma testemunha é insuficiente para a produção de uma Prova Perfeita e 
Plena. 
-Obs.: A prova Testemunhal somente é admitida, como meio de prova de acordo 
com a regra legal, quando for produzida diante do Juiz e com o conhecimento da 
parte contraria, ela representa em fim, a reconstituição do fato tal qual existiu no 
processo (passado). Art. 202 ao 225 do CC. 
2-Prova Documental 
-Conceito => A Prova Documental é representada por documentos, ou pela 
demonstração do fato alegado por meio de documentos, isto é um papel escrito 
onde o mesmo se mostra materializado. 
-Art. 383 CPC. 
-Art. 232 CPP. 
-Finalidade => representar o fato, e surtirá o efeito pretendido de acordo com a 
sua autenticidade, legitimidade e conteúdo. 
3-Prova Pericial 
-Considerações Iniciais => A Prova Pericial se concretiza mediante o trabalho 
de um perito, por meio de exames, vistorias ou arbitramentos. Esta prova 
descreve a forma atual dos fatos e exige a presença de pessoas com 
incontestável indoneidade e com formação técnica referente a especificidade de 
cada caso. 
-Objetivos: 
1 - Cumprir uma inspeção determinada judicialmente para verificação de qualquer 
circunstância ou fato alegado por uma parte, cuja veracidade não pode ser 
comprovada sem ser por esse meio. 
2 – Apreciar o valor de determinados fatos ou coisas de que não se tem elementos 
certos de avaliação. 
-Importância => Representa um instrumento persuasivo, uma vez que se utiliza 
de conhecimento científico 
-Obs.-01: Art. 158 e 159 CPP. 
-Obs.-02: O Código de Processo Penal adota o Sistema do Livre Convencimento. 
(Persuasão Racional). 
-Art. 155, CPP 
-Consequências da Adoção do Sistema do CPP: 
1-Ausência de limitação quanto aos meios de prova. 
2-Ausência de Hierarquia. 
-A liberdade valorativa do juiz não é absoluta, havendo as seguintes restrições: 
- Necessidade de motivação das decisões judiciais. (Art. 93, IC, da C.F). 
- A provas deverão constar nos autos do processo judicial. 
- Produção sob o crivo do contraditório. 
c) Indícios 
-Conceito => São considerados uma prova indireta, e é compreendido como um sinal, 
um vestígio, um rastro extraído de um fato que proporciona a criação de provas 
circunstanciais conciliáveis ou conexas, para que se torne evidente o fato que se quer 
demonstrar. 
-Valor Probante; é o mesmo das provas testemunhais, documentais e periciais. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
7 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
-Art. 289 CPP. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
7ª AULA – Tipos de Argumento (continuação) 
 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
ProfessorNelson Tavares 
Aula 07 
 
Tipos de Argumento (continuação) 
 
Para a semana 6, sugerimos a leitura dos capítulos 4.3.4 e 4.3.5 de FETZNER, Néli Luiza Cavalieri; 
TAVARES Jr., Nelson Carlos; VALVERDE, Alda da Graça Marques. Lições de Argumentação Jurídica. Rio de 
Janeiro: Forense, 2011. 
 
OBJETIVOS DA AULA 
 
●- Reconhecer estrutura e aspectos persuasivos dos argumentos de oposição, de causa e efeito e de 
analogia. 
●- Compreender que a quebra de expectativas como estratégia discursiva do argumento de oposição, 
apoiada no uso dos operadores argumentativos de concessão e adversidade. 
●- Identificar o uso da jurisprudência como importante fonte argumentativa. 
 
CASO CONCRETO 
 
Trata-se de ação de ressarcimento proposta por Marta Gomes em face de Supermercados Zona Norte, na 
qual pretende a autora obter a reparação de danos morais e materiais sofridos em virtude de ter escorregado no 
piso molhado de um dos supermercados da ré, fato esse que lhe provocou lesões em seu pé direito e acarretou a 
sua inatividade por cerca de vinte dias. 
Alega a demandante ter tropeçado em uma funcionária da empresa requerida, a qual se encontrava 
abaixada lavando o piso do estabelecimento em que a primeira, no dia 14 de junho de 2010, fazia compras. 
Afirma a autora não ter visto a referida trabalhadora do supermercado e, pelo fato de estar o piso molhado 
e com sabão, não foi possível se equilibrar. Em razão da queda, sustenta que foi levada por empregados da ré a 
uma clínica conveniada ao plano de saúde oferecido pela empresa a seus funcionários, onde lhe foi recomendado 
que se dirigisse a um ortopedista, pois não havia na clínica profissional especializado naquele momento. 
A autora, então, foi encaminhada ao Centro de Reumatologia e Ortopedia, no qual foi diagnosticada 
tendinite na face dorsal de seu pé direito; o que ensejou a imobilização de seu pé direito por 21 (vinte e um) dias; 
tendo ficado afastada de seu trabalho e de suas atividades esportivas por todo esse tempo. 
Pretendeu a autora, de forma subsequente, obter ante a requerida o reembolso das despesas efetuadas 
com sua recuperação; o que foi negado pela ré, ante a fundamentação de que a autora havia declarado que, 
alguns anos antes do fato em referência, sofrera uma lesão no tornozelo direito, pelo que o diagnóstico realizado 
no Centro de Reumatologia e Ortopedia referir-se-ia a esse evento. 
Requer judicialmente a autora, portanto, a condenação da ré ao pagamento de R$ 865,99 (oitocentos e 
sessenta e cinco reais e noventa e nove centavos) a título de danos materiais, bem como de compensação 
pecuniária pelos alegados danos morais sofridos em virtude do mesmo fato. Acompanham a inicial os documentos 
comprobatórios das despesas médicas realizadas pela autora. 
 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
8 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
Argumento de Oposição 
 
O ARGUMENTO DE OPOSIÇÃO serve ao profissional do Direito como uma estratégia discursiva eficiente 
para a redação de uma boa fundamentação e de uma boa argumentação sobre temas polêmicos, controvertidos. 
Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, admitindo-o 
como uma possibilidade de conclusão, para depois apresentar, como argumento decisivo, a perspectiva contrária. 
Apóia-se no uso de conectores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia permite 
antecipar as possíveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de 
solução jurisdicional para o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta. 
 
Observe os quadros abaixo: 
 
Estrutura do Argumento de Oposição Concessiva 
Operador 
Argumentativo 
Concessivo 
Ponto de vista contrário 
à tese defendida 
Ponto de vista favorável 
à tese defendida 
Embora ... ...não exista lei que obrigue alguém a 
ser pai, nem que garanta 
reaproximações indesejadas, ... 
... a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos 
cuidados paternais, por meio de uma 
reparação afetiva. 
Conector sintático que 
põe em foco a 
evidência contrária 
Evidência que apóia a argumentação 
contrária à tese em defesa 
Argumento decisivo, contrário à 
perspectiva anterior 
 
Estrutura do Argumento de Oposição Restritiva 
Ponto de vista contrário 
à tese defendida 
Operador Argumentativo 
Adversatiivo 
Ponto de vista favorável 
à tese defendida 
Não existe lei que obrigue alguém a 
ser pai, nem que garanta 
reaproximações indesejadas, ... 
... mas ... ... a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos 
cuidados paternais, por meio de uma 
reparação afetiva. 
Evidência que apóia a argumentação 
contrária à tese em defesa 
Conector sintático que 
permite uma manobra 
discursiva, que desarticula 
o argumento introdutório 
Argumento que anula a proposição 
inicial do parágrafo, gerando uma 
quebra de expectativa 
 
Para ficar ainda mais clara essa estrutura, os parágrafos anteriores foram desenvolvidos. Compreenda que 
as estruturas sugeridas não são, de forma alguma, instrumentos que impedem a liberdade redacional do 
argumentador; ao contrário, a partir delas novas informações podem ser acrescidas – sem descaracterizar a 
estratégia. 
 
Argumento de oposição concessiva 
 
Embora haja quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, pois não existe lei 
que obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação 
André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do 
pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o 
sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente. 
 
Também podemos redigir o argumento desta maneira: 
 
Argumento de oposição restritiva 
 
Há quem argumente ser impossível pensar a afetividade como valor jurídico, ou seja, que não existe lei que 
 
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Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
9 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
obrigue alguém a ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, mas a Justiça pode, sim, fazer valer o 
direito de um filho em relação aos cuidados paternais, por meio de uma reparação afetiva. Essa reparação 
André Júlio deve a Alexandre, por sua luta inglória desde quase os sete anos de idade, a fim de reaver o afeto do 
pai. Falta de carinho, de atenção e de presença não se quantifica, mas pode ser compensada para amenizar o 
sofrimento de Alexandre, por ter tido um pai ausente. 
 
Outro Exemplo de Oposição Concessiva 
Ainda que eventualmente venha a fomentar a indústria do dano moral, não se pode deixar de indenizar 
com altos valores as vítimas de empresas poderosas em flagrante desrespeito aos consumidores, porque essa 
providência estimularia ainda mais a sistemática violação dos direitos básicos dos consumidores. 
 
Outro Exemplo de Oposição Restritiva 
É recorrente a polêmica sobre a constitucionalidade da realização de provas de concursos públicos em dia 
de sábado. A controvérsia existe porque certas pessoas, por princípio religioso, não realizam atividades seculares 
entre o pôr-do-sol de sexta-feira e o pôr-do-sol de sábado.Para esses, o art. 5º, VIII da CRFB garante a não 
realização de provas nesse dia. Por outro lado, há quem entenda que oferecer condições especiais de prova aos 
sabatistas feriria a isonomia, porque colocaria esse grupo em vantagem frente aos demais concorrentes. Nessa 
linha, argumenta-se que o Estado seria laico e, portanto, indiferente a qualquer opção religiosa. 
 
Além do argumento de oposição, outro que também se mostra de grande eficiência na prática 
argumentativa é o ARGUMENTO DE CAUSA E EFEITO, que estabelece uma relação de causalidade, ou 
seja, são apresentadas as causas e as conseqüências jurídicas de um ato praticado. 
 
Argumento de causa e efeito 
 
Argumento que estabelece uma relação de causalidade, ou seja, apresenta as causas e as consequências 
jurídicas de um ato praticado. 
É importante para promover a busca de soluções para problemas sociais relevantes. 
 
Em uma prova de concurso, a banca perguntava sobre a possibilidade de redução da maioridade penal 
para imputar responsabilidade aos adolescentes. Quando se fala em aumento no número de atos infracionais 
cometidos por crianças e adolescentes na cidade do Rio de Janeiro, pode-se estar querendo discutir quais as 
causas de tal fenômeno. Qual seria a relação entre a prática desses “delitos” e a pobreza, por exemplo, ou o grau 
de escolaridade desses menores, ou o tráfico ilícito de entorpecentes? Somente será possível avaliar 
adequadamente como coibir as consequências desse fenômeno, ao localizar a sua causa. 
Antes de mais nada, entretanto, é necessário distinguir causa de fator, coisas diferentes, mas que por 
muitos são confundidas. Por causa entende-se aquilo que determina a experiência de uma coisa: a circunstância 
sem a qual o fenômeno não existe. É, pois, o agente causador do fenômeno social, sua origem, princípio, motivo 
ou razão de ser. Eliminada a causa, o fenômeno haverá de desaparecer. 
Já o fator, embora não dê causa ao fenômeno, concorre para a sua maior ou menor incidência. É a 
circunstância que, de qualquer forma, concorre para o resultado. Pode-se dizer, por exemplo, que a pobreza, a 
miséria, é um fator de criminalidade, porque, segundo as estatísticas, 90% ou mais da população carcerária são 
constituídas de pessoas provenientes de classes sociais mais humildes. Mas não é certamente a causa do crime, 
porque há um número muito grande de pobres que não delinquem. [...] (Desembargador Sérgio Cavalieri Filho). 
 
Perelman assinala que “essa argumentação, para ser eficaz, requer um acordo entre os interlocutores sobre 
os motivos de ação e sua hierarquização”. Exemplifica que se um jogador ganha sucessivas vezes no jogo de 
azar, torna-se menos verossímil que a causa de seu sucesso seja a sorte; a tendência é julgar que ele está 
trapaceando. Da mesma maneira, se não há contradição entre a fala de testemunhas, supõe-se que a causa de tal 
coincidência de explicações seja a veracidade de suas falas. 
 
 
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Turma A – Manhã - 2012.1 
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica 
Prof.: Renan Gonçalves Pinto Marques 
Disciplina: 
CCJ0051 
Aula: 
007 
Assunto: 
Texto Argumentativo - Continuação 
Folha: 
10 de 10 
Data: 
21/03/2013 
 
MD/Direito/Estácio/Período-03/CCJ0051/Aula-007/WLAJ/DP 
 
 
 
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