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01. Introdução à Tradução Técnica

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Tradução Técnica – PROFa. SIMONE VIEIRA RESENDE
 PAGE \* MERGEFORMAT 21
POS-GRADUAÇÃO EM TRADUÇÃO – TRADUÇÃO TÉCNICA I
INTRODUÇÃO À TRADUÇÃO
CONTEÚDO
Aqui você encontra dicas de Tradução Literária que também podem ser usadas na Tradução Técnica.
ALGUMAS NORMAS ADOTADAS EM TRADUÇÃO 
Grifo e aspas 
Nomes próprios 
Uso de maiúsculas e minúsculas 
 IV. Numerais e conversões 
 V. Pontuação de diálogos 
 VI. Miscelânea 
LÉXICO 
SINTAGMAS NOMINAIS 
TEMPOS E ASPECTOS VERBAIS 
MODAIS 
VOZ PASSIVA 
MARCAS DE ORALIDADE NA TRADUÇÃO DE FALAS DE PERSONAGENS
ALGUMAS NORMAS ADOTADAS EM TRADUÇÃO 
I. GRIFO E ASPAS
 O grifo é uma ênfase visual que se dá a uma palavra ou trecho. Pode se realizar de três maneiras, conforme o estilo de letra adotado: itálico, negrito e sublinha. As aspas (“ ”) também são usadas para destacar uma palavra ou trecho.
 Vejamos mais detalhadamente os diferentes casos em que se devem empregar o grifo e as aspas.
Grifo
Em caso de título de obra inteira e periódico:
	Dom Casmurro (romance)
A rosa do povo (livro de poesia)
Várias histórias (livro de contos)
Maricotinha (disco)
	O Globo 
IstoÉ (revista)
Enciclopédia Larousse
2. Para assinalar palavras estrangeiras (exceto nomes próprios) cuja grafia não se conforma às normas ortográficas do português.
 rock
 tour de force
 status
(Algumas publicações, no entanto — principalmente jornais e revistas — optam por não grifar termos estrangeiros recorrentes em certas áreas. Assim, os cadernos culturais dos jornais raramente grifam show, rock e jazz, e os de informática não grifam software, chip etc.) Não se grifam termos estrangeiros já aportuguesados, bem como nomes próprios e palavras deles derivadas, mesmo quando sua ortografia não foi adaptada ao português:
 futebol
 abajur
 New Haven
 shakespeariano
3. Para indicar que a palavra está sendo pronunciada por um personagem em tom de voz mais alto.
Eu já disse mil vezes para você não fazer isso!
Aspas
1. Em caso de título de porção de obra ou obra incluída em outra maior:
“Olhos de ressaca” (capítulo de romance)
“Missa do galo” (conto)
“José” (poema)
“O quereres” (faixa de álbum)
“A crise do PMDB” (artigo de revista)
“Andrade, Mário de” (verbete de enciclopédia)
2. Para assinalar citação:
Segundo o deputado, “estas acusações são infundadas.”
Ontem o candidato elogiava o governador: “Ele fez um excelente governo em seu estado.”
OBS.: Quando se quer colocar entre aspas uma palavra ou trecho dentro de um trecho já aspeado, usam-se aspas simples.
Segundo o ilustre gramático, “a forma ‘pego’ como particípio de ‘pegar’ só é admissível em contextos coloquiais”. 
	Há, porém, diversos casos em que ora se usa o grifo, ora adotam-se as aspas, dependendo dos critérios adotados pela editora ou publicação: nomes de navios, nomes de obras de arte (quadros, filmes etc.), nomes de coleções de livros, termos técnicos que estão aparecendo pela primeira vez no texto, quebra de registro, neologismo, desvio do referente (i.e., quando a palavra é usada para se referir a si própria e não a um conceito extra-lingüístico) e também para expressar uma atitude crítica ou irônica com relação a uma palavra ou trecho:
1. Eram sobreviventes do naufrágio do “Titanic” / Titanic.
“A última ceia” / A última ceia de Leonardo da Vinci é a obra mais conhecida da pintura ocidental.
A obra foi publicada no Brasil como parte da coleção “Os pensadores”/ Os pensadores
Chama-se “isósceles” / isósceles o triângulo que tem dois lados iguais e um diferente.
Não raro, o fruidor “curte” / curte a obra sem que a compreenda em toda a sua complexidade.
O “blogueiro” / blogueiro será livre para dizer o que lhe venha à telha.
“Cavalo” / Cavalo tem três sílabas. 
A platéia era formada por interessados em astrologia, numerologia e outras “ciências” / ciências afins.
II. NOMES PRÓPRIOS
 A regra geral é não traduzir nomes próprios (pessoas, cidades, acidentes geográficos, instituições, publicações etc.). Porém há casos, não raros, em que já existe uma tradução consagrada pelo uso. Nesses casos, o tradutor deve utilizar a forma portuguesa existente.
1. Topônimos
Liechtenstein
Washington
Potomac
Central Park
New Zealand 	Nova Zelândia
London 	Londres
Seine 	Sena
2. Antropônimos
 No caso de nomes de personagens da história, da literatura clássica e da mitologia, quase sempre existe uma forma portuguesa consagrada. Nomes de monarcas e nobres de até o século XIX, inclusive, costumam-se traduzir.
Plato 		Platão
Livy 		Tito Lívio
John Calvin 	João Calvino
Agamemnon 	Agamênon
Othello 	Otelo
King Henry VIII 	rei Henrique VIII
 Quando se trata de personagens de ficção ou figuras históricas para as quais não há uma forma portuguesa consagrada, não se deve utilizar o nome português correspondente, e sim manter a forma original. O mesmo se dá com monarcas e nobres do século XX.
 Oliver Twist (e não Olivério)
Leopold Bloom (e não Leopoldo)
Richard Nixon (e não Ricardo)
príncipe Charles (e não Carlos) 
3. Instituições
 Esses nomes devem ser traduzidos quando houver forma portuguesa consagrada. Quando existirem instituições semelhantes na nossa cultura, às vezes o nome é traduzido (por exemplo, em obras de ficção) e às vezes o mais indicado é mantê-lo no original (por exemplo, em textos técnicos ou acadêmicos). Quando se tratar de instituições sem similar, deve-se manter o nome original e explicar, entre parênteses ou entre vírgulas, o que é a instituição em questão. 
House of Lords 		Câmara dos Lordes
New York Stock Exchange 	Bolsa de Valores de Nova Iorque 
Columbia University		Universidade de Columbia ou Columbia University
Food and Drug Administration Food and Drug Administration (órgão que fiscaliza alimentos e produtos farmacêuticos)
4. Títulos de livros e periódicos
 Aqui, além dos dois casos já previstos pela regra geral — manter no original ou usar tradução já publicada — temos uma terceira possibilidade: por vezes, um título de obra que não tem tradução em português deve ser traduzido porque é importante para a compreensão do texto saber o que ele significa. Nesse caso, o título traduzido deve aparecer entre parênteses e entre aspas. Ou seja: a utilização do título em português em itálico implica que a obra foi publicada em português com esse título; a tradução entre parênteses e entre aspas, sem grifo, deixa claro que não se trata de obra publicada em português.
The Blithedale Romance 	The Blithedale romance
New York Times 		New York Times
Romeo and Juliet 		Romeu e Julieta
A Grammar of Contemporary 	A grammar of contemporary English 
 English 			(“Gramática do inglês contemporâneo”)
5. Siglas
	Algumas siglas tradicionalmente são mantidas no original, enquanto outras têm tradução consagrada. De modo geral, as siglas que se referem a instituições inglesas ou norte-americanas não se traduzem, enquanto que as referentes a instituições internacionais possuem forma em português.
 FBI
 BBC
 UN 	ONU
 IMF 	FMI
 OPEC 	OPEP
Observações
1. O tradutor deve sempre pesquisar os nomes próprios encontrados no original para saber se existem traduções consagradas. 
2. Os nomes comerciais (de produtos, empresas etc.) não se traduzem — exceto, naturalmente, nos casos em que o produto foi lançado no Brasil com nome traduzido.
 Land Rover 	Land Rover
 Bank of America 	Bank of America
 Ovaltine 	Ovomaltine
III. USO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
 O tradutor deve atentar para o fato de que as regras referentes ao emprego de inicial maiúscula são diferentes em inglês e em português. Destaquemos algumas diferenças importantes:
1. Em inglês, toda palavra derivada de um nome próprio é grafada com inicial maiúscula. Em português,apenas o nome próprio se escreve com maiúscula.
 America 	 América
 American 	americano
 un-American 	 antiamericano
 Americanize 	 americanizar
 Americanization americanização
2. Nos países de língua inglesa, em títulos de livros, publicações, artigos etc., a regra é colocar-se inicial maiúscula em todas as palavras do título, menos artigos e conectivos. No Brasil, essa regra em geral só se aplica a nomes de periódicos e enciclopédias; nos outros casos, coloca-se maiúscula apenas na primeira palavra do título e em eventuais nomes próprios que apareçam nele. Isto independe de o título em questão estar em português ou em qualquer outro idioma.
 New York Times 		New York Times
 The Blithedale Romance The Blithedale romance
 The Merry Wives of Windsor 	As alegres comadres de Windsor
3. Em inglês, mas não em português, os nomes dos dias da semana e dos meses vêm com inicial maiúscula.
4. Em inglês, os títulos e formas de tratamento, abreviados ou não, aparecem sempre com inicial maiúscula. Em português, a tendência atual é usar minúscula, mesmo quando o título é mantido no idioma original.
 Mr. Jones 		sr. Jones
 President Kennedy 	presidente Kennedy
 Gen. MacArthur 	gal. MacArthur
 Father Brown 	padre Brown
 Queen Elizabeth 	rainha Elizabeth
 Sir Lawrence Olivier 	sir Lawrence Olivier
IV. NUMERAIS E CONVERSÕES
1. Nas expressões numéricas não redondas e representadas exclusivamente através de algarismos, ao ponto do inglês corresponde a vírgula do português, e vice-versa.
 US$ 35,561.27 	US$ 35.561,27
 4.5 km 		4,5 km
2. Em início de frase, qualquer número — data, quantia, quantidade, percentagem etc. — deverá ser grafado por extenso.
 Mil novecentos e oitenta e um, ao contrário de 1980, foi um ano difícil.
3. Quando encontramos num texto em inglês alguma medida expressa no sistema anglo-americano de pesos e medidas, é necessário fazer certas considerações a respeito da natureza do texto antes de realizar (ou não) a conversão para o sistema métrico. 
 No caso do texto literário, duas coisas devem se observar. 
 (a) Em que época é situada a narrativa? No caso, por exemplo, de um romance passado no século dezoito, seria anacronismo converter libras em quilos, pois o sistema métrico só foi inventado no tempo da Revolução Francesa, e sua adoção generalizada só se deu muito depois.
 (b) Normalmente, numa obra de ficção, as medidas que aparecem são aproximadas e não exatas. Assim, se um personagem caminhou “two miles”, não teria sentido dizer, em português, que ele andou “3,219 quilômetros”; a solução sensata é arredondar para “três quilômetros”.
 No caso do texto técnico, o principal é saber se a medida que aparece no original é exata ou aproximada. Se um manual diz que o diâmetro de uma peça é de “5/8 of an inch”, na tradução deve aparecer “1,58 cm”. Por outro lado, se o texto fala numa distância de “about two yards”, na tradução deve-se falar em “aproximadamente dois metros”, e não “aproximadamente 1,828 m”.
4. Com relação à unidade ton, deve-se levar em conta que existem várias toneladas diferentes: a long ton, inglesa, a short ton, americana, e a metric ton, ou tonelada métrica, que é a utilizada no Brasil.
Observação
 Quanto a outras questões — por exemplo, a utilização de algarismos ou abreviações de unidades (horas, metros etc.) em oposição ao uso de formas por extenso — não há generalizações que possam ser feitas sem ressalvas. Cabe ao tradutor observar as práticas usadas em obras técnicas, jornalísticas, ficcionais etc., bem como as convenções adotadas por publicações e editoras específicas.
V. PONTUAÇÃO DE DIÁLOGOS
 Em inglês, em obras de ficção, normalmente usam-se aspas para indicar falas de personagens. No português, a prática habitual é, neste caso, utilizar o travessão, usando-se as aspas apenas para indicar pensamento de personagem. Embora algumas editoras estejam adotando o método usado nos países de língua inglesa, o sistema explicitado abaixo ainda é o mais utilizado no Brasil.
 Veja-se o seguinte exemplo:
1 	— Que horas são? — perguntou Maria.
2 	— Quase dez horas. — A voz de Antônio traía preocupa-
3 ção. — A que horas chega o trem?
4 	— Às dez e quinze — respondeu Maria — se não houver
5 atraso.
6 	“Será que chegaremos a tempo?” pensou Antônio.
— Vamos logo — disse Maria. — Já estamos atrasados. — 
Consultou o relógio e comentou: — A gente sempre acaba se 
atrasando.
Aqui temos travessão assinalando início e final de fala.
 Depois do segundo travessão, temos letra minúscula, porque o verbo da intervenção do narrador (“perguntou”) é dicendi e, portanto, a fala anterior é seu objeto direto.
(2) Houve mudança de parágrafo para indicar mudança de interlocutor.
 Temos ponto após fala porque o verbo que se segue ao travessão (“traía”) não é dicendi, e portanto constitui uma sentença separada da fala do personagem.
 Temos inicial maiúscula depois do segundo travessão, porque, como já vimos, o verbo que se segue não é dicendi, e portanto faz parte de uma outra sentença.
(3) Não se coloca travessão no término da fala quando o final desta coincide com o final do parágrafo.
(4) Não se usa ponto antes do segundo travessão quando o verbo que se segue é dicendi e tem como objeto direto a fala anterior (nesses casos, só deve aparecer ponto de interrogação — como vimos em (1) —, exclamação ou reticências).
 Não se coloca ponto após a intervenção do narrador quando esta vem seguida da continuação de uma frase pertencente à fala de personagem por ela interrompida (cf. (7), onde a fala que se segue à intervenção do narrador constitui uma outra frase).
(6) Usam-se aspas para indicar pensamento de personagem.
 Caso se queira, é possível usar uma vírgula entre o pensamento do personagem e as palavras do narrador.
(7) Aqui coloca-se ponto após a intervenção do narrador porque a continuação da fala do personagem constitui uma frase separada da frase do início (cf. (4), onde a fala do personagem, embora interrompida pela intervenção do narrador, formava uma única frase).
VI. MISCELÂNEA
1. O tradutor iniciante tende a traduzir automaticamente todas as formas inglesas terminadas em -ing por formas portuguesas com a desinência -ndo. É importante ter em mente que a forma em -ing pode corresponder a diversas estruturas em português:
(a) substantivo: This is the beginning of the computer age. (“início”)
(b) gerúndio: Robots are beginning to replace human workers. (“começando”)
(c) adjetivo: The beginning teacher has to learn how to do his job. (“iniciante”)
(d) infinitivo: Beginning a new career is always difficult. (“começar”)
(e) que + verbo flexionado (formando oração adjetiva): Words beginning with p are aspirated in English. (“que começam”) 
OBS.: Em alguns casos, pode-se usar em português um adjetivo derivado de particípio:
Words beginning with a vowel... (“começadas”) 
2. As orações introduzidas por if que contêm be to são subordinadas adverbiais finais; nelas, be to não tem o sentido de obrigação que tem em outros contextos sintáticos.
If you are to pass, you must study harder.
Para que você seja aprovado, você tem que estudar mais.
Something must be done about the plight of the landless peasants if the civil war is ever to end.
Alguma coisa terá de ser feita em relação ao drama dos sem-terra para que um dia a guerra civil termine. 
3. As estruturas que contêm os chamados verbos causativos (have, make, let e get) merecem atenção especial, pois sua leitura é problemática, principalmente quando coexistem com alguma complexidade sintática adicional (como a passivização). Os causativos permitem que se trace uma distinção entre o iniciador de uma ação e o agente propriamente dito. Assim, em Jane had John wash the car, Jane é a iniciadora da ação, aquela quetomou a iniciativa de lavar o carro, e John é o agente, aquele que efetivamente lavou o carro. Dos quatro verbos citados, have é o de sentido mais neutro, não especificando de que modo o iniciador (I) interagiu com o agente (A). Make implica que I obrigou A; get dá a entender que I persuadiu A, enquanto let significa “permitir”, “deixar”.
Students were made to memorize whole passages from Virgil.
Os estudantes eram obrigados a decorar longos trechos de Virgílio.
Getting children to behave themselves in an unfamiliar environment is difficult.
É difícil fazer com que as crianças se comportem bem num ambiente estranho.
4. O português, ao contrário do inglês, não admite o uso repetido de pronomes pessoais retos e pronomes possessivos:
 He felt he was going to sneeze. He put his hand in his pocket and took out his handkerchief.
 Sentiu que ia espirrar. Pôs a mão no bolso e tirou o lenço.
5. O tradutor deve respeitar a paragrafação do original e, de modo geral, a divisão em frases. Quanto à pontuação, as práticas do inglês e do português diferem sob aspectos importantes, o que implica que o tradutor deve se pautar pelas normas de pontuação do português e não se ater rigorosamente à pontuação do original.
6. O tradutor iniciante muitas vezes preocupa-se apenas com o sentido do original e descuida das normas de redação, ortografia e acentuação do português. É importante fazer ao menos duas revisões cuidadosas do texto traduzido. A primeira, em que se cotejam tradução e original de modo sistemático, garante a qualidade tradutória do texto traduzido; a segunda, em que a tradução é lida como texto redigido em português, sem cotejo, tem o objetivo de verificar a sua qualidade textual. Lembramos alguns erros freqüentes: concordância; regência; crase; uso de “por que”, “por quê”, “porque” e “porquê”; uso impessoal de “haver”.
2) LÉXICO 
 No nível lexical, o tradutor deve tomar cuidado especial com determinadas formas que muito freqüentemente constituem fontes de erros graves. 
1. Falsos cognatos: palavras que se assemelham em sua forma a palavras do português, mas delas diferem quanto ao significado:
 actually “na verdade” (e não “atualmente”)
 exquisite “belo, delicado” (e não “esquisito”)
 journal “revista”, “periódico” ou então “diário” (e não “jornal”)
2. Formas que implicam uma estruturação sintática diferente no português (ou seja, que equivalem a falsos cognatos no nível sintático):
 They substituted oil for water.
 Substituíram a água por óleo (e não “óleo por água”). 
 He failed to win the prize.
 Ele não ganhou o prêmio (e não “falhou em ganhar” nem “fracassou em ganhar”).
3. Palavras ou expressões que equivalem a diversos itens lexicais diferentes do português, dependendo do contexto:
 editor
 - the editor in chief of the Washington Post
 - o redator-chefe do Washington Post
 - the sports editor
 - o editor de esportes
 - the editor of an anthology
 - o organizador de uma antologia
 take for granted
 - Children take their parents’ love for granted.
 - As crianças nunca param para pensar no amor que os pais lhes dão. ou:
 - As crianças não dão valor ao amor que os pais lhes dão.
 - Double-digit inflation is now taken for granted.
 - Já se tem como certa uma inflação de dois dígitos. ou:
 - A inflação de dois dígitos já não causa mais espanto.
4. Expressões compostas de um verbo seguido de uma ou duas partículas (phrasal verbs, prepositional verbs, e phrasal-prepositional verbs). Em muitos deles, o significado do todo não pode ser construído a partir do significado atribuído ao verbo isolado e à(s) partícula(s) que o acompanha(m). Por vezes, a tradução mais apropriada é um verbo seguido de preposição, mas em muitos casos toda a expressão vai corresponder a um único verbo ou a toda uma expressão idiomática em português.
He insisted on coming.
Ele insistiu em vir.
He put off the wedding.
Ele adiou o casamento.
I can’t put up with George.
Não aturo o George.
I saw right through his lies.
Percebi que ele estava mentindo. ou Ele não me enganou nem um pouco.
5. Expressões idiomáticas, em que o significado do todo não resulta necessariamente da soma dos significados das partes. Algumas encontram em português traduções formalmente idênticas ou semelhantes; outras podem ser traduzidas por expressões formalmente diferentes, mas semanticamente equivalentes; para outras não há expressão idiomática correspondente.
 to give a hand 		dar uma mão
 by and large 		de modo geral
 to do something on a shoestring 	fazer algo gastando um mínimo de dinheiro
6. Provérbios. Para alguns há correspondentes iguais ou semelhantes; para outros, há equivalentes semânticos formalmente diferentes; para outros, não há equivalente em português.
Better late than never.
The early bird catches the worm.
An apple a day keeps the doctor away.
Antes tarde que nunca.
Deus ajuda a quem cedo madruga.
Comer uma maçã todo dia evita doenças. (não é provérbio)
SINTAGMAS NOMINAIS
 A estrutura do sintagma nominal ocorre tanto no inglês quanto no português, mas apresenta características bastante diferentes numa e noutra língua. As peculiaridades da estruturação do SN na língua inglesa representam uma das maiores dificuldades — tanto na sua interpretação quanto na redação do texto em português.
 Para superar essas dificuldades, é necessário saber que diferem a distribuição e interrelação dos constituintes do SN nas duas línguas. O tradutor precisa estar atento para a utilização de modificadores múltiplos antes do núcleo no inglês e levar em conta que o português não permite muita premodificação. Assim, em muitos casos será necessário alterar toda a estrutura sintática do sintagma nominal ao traduzi-lo, não esquecendo que em português alguns adjetivos mudam de significado conforme apareçam antes ou depois do substantivo que modificam. 
 Mais importante ainda é atentar para as estruturas inglesas com nominalização, que muitas vezes são de um grau de complexidade impossível de se reproduzir em português. Em tais casos, podemos utilizar no texto traduzido uma estrutura sintática radicalmente diferente da que se encontra no original, usando orações subordinadas onde em inglês havia um SN complexo.
Exemplos para discussão:
The crying child had broken her brand-new life-size Japanese doll.
A criança que chorava tinha quebrado sua boneca japonesa de tamanho natural, novinha em folha.
When the enemy officers and soldiers entered the town, they found only old men, women and children.
Quando os oficiais e soldados inimigos entraram na cidade, só encontraram velhos, mulheres e crianças.
He works for a well-known state-owned South American canned goods company.
Ele trabalha para uma conhecida empresa estatal sul-americana que fabrica produtos enlatados.
John’s refusal of the offer was unexpected.
John recusou a oferta inesperadamente. ou: Ninguém esperava que John recusasse a oferta.
We were all shocked at Henry’s seeming approval of his daughter’s heavy drinking.
Todos ficamos chocados ao ver que Henry parecia aprovar o hábito de sua filha de beber imoderadamente.
ou: Chocava-nos que Henry aparentemente não reprovasse sua filha por beber imoderadamente.
ou ainda: A filha de Henry bebia muito e ele parecia não se incomodar com isso, o que nos chocava a todos.
É também importante atentar para as diferenças de utilização dos artigos. Para entender essas diferenças, devemos levar em conta se o sintagma nominal em questão envolve referência genérica (a toda uma classe) ou específica (a um subconjunto apenas). Veja o quadro a seguir:
	INGLÊS
	PORTUGUÊS
	REFERÊNCIA GENÉRICA
	CONTÁVEIS
	Lions are fierce animals.
	Os leões são animais ferozes. / 
(?) Leões são animais ferozes
	The lion is a fierce animal.
	O leão é um animal feroz
	A lion is a fierce animal
	Leão é um bicho feroz. (informal)[exceções: Man is mortal. / Woman is fickle. ]
	
	NÃO CONTÁVEIS
	Water is a liquid.
	A água é um líquido.
	Water is good.
	Água é gostoso. (informal)
	REFERÊNCIA ESPECÍFICA
	CONTÁVEIS
	Determinada
	The lion is hungry.
	O leão está com fome.
	The lions are hungry.
	Os leões estão com fome.
	Indeterminada
	There is a lion in this zoo.
	Há um leão neste jardim zoológico.
	There are lions in this zoo.
	Há leões neste jardim zoológico.
	There are some/a few lions in this zoo.
	Há alguns leões neste jardim zoológico.
	NÃO CONTÁVEIS
	Determinada
	The water is cold
	A água está fria
	Indeterminada
	There is water in this bottle.
	Há água nesta garrafa.
	There is some water in this bottle.
	Há um pouco d’água nessa garrafa. 
	O quadro acima só trata dos casos de sintagmas nominais em posição de sujeito ou em sentenças existenciais. Há mais um caso interessante a examinar: o do predicativo do sujeito com referência genérica. Em inglês sempre se utiliza o artigo indefinido; no português a tendência é usar o artigo apenas quando há qualificação adjetival. 
He is a teacher. 		Ele é professor.
He is a good teacher. 		Ele é um bom professor. 
TEMPOS E ASPECTOS VERBAIS
 O sistema tempo-aspectual do inglês apresenta profundas diferenças em relação ao do português. Duas, em particular, são de especial relevância para o tradutor: a oposição entre perfeito e imperfeito, que caracteriza o pretérito no português e é quase sempre não-marcada em inglês; e o aspecto perfect do inglês (que nada tem a ver com o nosso “perfeito”), principalmente no presente, que exprime uma estrutura temporal sem equivalente no português.
 No simple past, fica neutralizada a oposição semântica que diferencia o perfeito do imperfeito; assim sendo, ao se traduzir uma estrutura em que aparece um verbo no simple past, é às vezes necessário analisar detidamente o sentido da passagem para saber se a tradução correta se faz com o perfeito ou com o imperfeito. Ocasionalmente, porém, ocorrem no inglês estruturas com marca explícita de habitualidade, que implicam o uso do imperfeito na tradução: são as formas used to e would (num de seus empregos).
 O present perfect designa uma estrutura semântica sem equivalente no português, que a rigor é intraduzível. Dependendo do contexto, porém, levando-se em conta fatores como presença e natureza de adjuntos adverbiais de tempo e categoria semântica do verbo, entre outros, é sempre possível encontrar-se uma solução adequada em português.
 Exemplos para discussão:
Each morning he awoke in the same room, and was always surprised at the sameness of the cracks on the wall. He would dress, boil an egg and heat last evening’s coffee. But that morning he did not get up when the alarm sounded.
Todos os dias ele acordava no mesmo quarto, e sempre se surpreendia com a mesmice das rachaduras da parede. Vestia-se, preparava um ovo quente e requentava o café da véspera. Mas naquela manhã não se levantou quando o despertador tocou.
 
I’ve read this book.
 Já li esse livro.
Ann has broken her leg.
 Ann quebrou a perna. ou: Ann está de perna quebrada.
 
I’ve lived here for ten years, but I’ve never gone into this shop.
Moro aqui há dez anos, mas nunca entrei nessa loja.
We have quarreled a lot lately. Temos brigado muito ultimamente.
He has just left. Ele acaba de sair.
 
5) MODAIS
 Os auxiliares modais do inglês constituem uma família de verbos anômalos cuja função básica é exprimir categorias de modalidades lógicas. Em alguns casos, encontramos em português um verbo que corresponde a uma determinada utilização de um modal; em outros, emprega-se uma expressão adverbial na tradução; em ainda outros, basta uma desinência verbal para expressar o sentido desejado. 
 De modo geral, pode-se dizer que cada modal exprime dois ou mais significados diferentes, dependendo do contexto em que se encontre. Assim, o par can/could ora expressa uma idéia de capacidade, ora de permissão. May/might exprimem basicamente permissão e possibilidade. Must, should e ought aparecem ora em contextos em que seu significado está no campo da possibilidade e probabilidade, ora em outros onde exprimem idéias ligadas a obrigação e necessidade.
 Podemos situar as diferentes acepções dos modais (bem como de algumas outras estruturas morfologicamente diferentes, mas que semanticamente deles se aproximam, como had better) em três campos semânticos diversos, situando-os em pontos diferentes de escalas graduadas:
o primeiro campo semântico é o que contém noções como (im)possibilidade, (im)probabilidade, expectativa forte e certeza. Numa extremidade, temos formas como may/might, que exprimem possibilidade. Para exprimir probabilidade, recorre-se normalmente a estruturas contendo as palavras probably ou likely. Em seguida, temos should e ought, que indicam uma expectativa forte (assumption); must tem significado semelhante, só que é mais enfático ainda. Por fim, podemos considerar o uso de will para expressar o futuro como o caso extremo dessa gradação, que é a certeza; 
o segundo campo tem a ver com noções tais como permissão e proibição, recomendações e advertências, obrigação e necessidade. Numa extremidade, temos a permissão, expressa geralmente por may, e também por can. Em seguida, temos a recomendação, expressa por should, ought e outras formas, não-modais, como had better. A modalidade mais forte desse campo semântico é a idéia de obrigação e necessidade, expressa por modais como must, need e will, bem como por expressões não modais como have to e be to;
o terceiro campo é o da noção de ability, que corresponde mais ou menos à idéia de capacidade: trata-se da idéia de possibilidade em função das características de um ser. Aqui as formas em questão são can/could, will/would e expressões não-modais como be able to.
 Dentro de cada modalidade específica, temos formas que exprimem negação. Há aqui algumas irregularidades importantes. Por exemplo, a forma must not só aparece no sentido de obrigação negativa, ou seja, proibição, e não no sentido de assumption negativa. Assim, temos You must not come (“Não venha”) como negação de You must come (“Você deve vir”); mas não há forma negativa de must equivalente a He must be Mr. Jones (“Ele deve ser o sr. Jones”). 
 Exemplos para discussão:
He might be home around eight.
Talvez ele esteja em casa por volta das oito.
It may rain tomorrow.
Talvez chova amanhã. ou: Pode ser que chova amanhã.
The train should be here any minute now.
O trem deve estar chegando a qualquer momento.
He must be a millionaire.
Ele deve ser milionário.
However stubborn one may be, one cannot dismiss a fact.
Por mais teimoso que se seja, não se pode negar um fato.
You may leave now. / You can leave now.
Pode sair agora.
Students should do more outside reading.
Os alunos devem fazer mais leituras extracurriculares.
You are to be here by seven.
Esteja aqui às sete.
John must leave the country immediately.
John tem que sair do país imediatamente.
You will do as I tell you!
Faça o que eu estou mandando!
He can speak French.
Ele sabe falar francês. ou: Ele fala francês.
 I can do that. 
Eu posso fazer isso. ou: Eu consigo fazer isso.
This bottle will hold two liters.
Essa garrafa tem capacidade de dois litros.
It may not be a good idea.
Talvez não seja uma boa idéia.
You may not smoke in here.
Vocês não podem fumar aqui.
They may not like the party.
Eles podem não gostar da festa. ou: Talvez eles não gostem da festa.
He can’t be fifty.
Ele não pode ter cinqüenta anos. ou: Não é possível que ele já tenha cinqüenta anos.
 This equipment must not be operated by unauthorized personnel.
 É proibida a utilização deste equipamento por pessoal não autorizado.
	VOZ PASSIVA
 Podemos distinguir quatro casos de voz passiva em inglês, do ponto de vista da tradução para o português:
 (1) O caso padrão,em que o sujeito da passiva corresponde ao objeto direto da estrutura ativa correspondente.
Hamlet was written by Shakespeare.
Hamlet foi escrito por Shakespeare.
 Quando o agente da passiva é suprimido, por ser óbvio ou desconhecido, pode-se às vezes utilizar na tradução a passiva sintética do português:
The problem has been solved.
O problema foi resolvido. ou: Resolveu-se o problema.
 (2) Estruturas passivas cujo sujeito corresponde ao objeto indireto na estrutura ativa correspondente. Nesse caso, não há forma equivalente em português, e o tradutor deve mudar a estrutura para uma passiva do tipo (1) ou para a voz ativa — caso em que em geral é necessário modificar o verbo:
He was given a present.
 	Um presente lhe foi dado. ou: Deram-lhe um presente. ou ainda: Ele ganhou um presente.
 (3) Passivas com verbos frasais ou preposicionais. Novamente, o tradutor por vezes é obrigado a alterar a estrutura sintática, podendo mesmo utilizar um item lexical diferente.
A solution was finally arrived at.
Finalmente chegou-se a uma solução. ou: Finalmente foi encontrada uma solução. 
She was looked at by everyone.
 Todos olharam para ela. ou: Ela foi alvo de todos os olhares.
 (4) Passivização com alçamento. Nesse tipo de estrutura, que também não tem equivalente em português, o sujeito de uma oração subordinada é tratado, para fins de passivização, como objeto do verbo da oração principal, tornando-se sujeito na estrutura passivizada. Veja-se o exemplo abaixo:
They believe he is guilty. → He is believed to be guilty.
 Mais uma vez, o tradutor pode recorrer a uma estrutura ativa ou passiva diferente da original:
He is believed to be guilty. → Ele é considerado culpado. ou: Acredita-se que ele seja culpado.
He cannot be said to have been dishonest.
Não se pode dizer que ele tenha sido desonesto. ou: Ele não pode ser acusado de desonestidade.
Marcas (fonéticas, lexicais, sintáticas) de oralidade na tradução de falas de personagens
Na língua portuguesa há um conservadorismo no que tange à assimilação, na linguagem escrita, de certas expressões da fala; há, portanto, uma distância muito marcante entre as duas modalidades (ao contrário do que ocorre no inglês, língua em que expressões coloquiais como as gírias rapidamente passam a constar de textos, gramáticas, dicionários). Nesse conservadorismo está implicada uma tendência a confundir-se oralidade com pouca instrução. Por esse motivo, as editoras tendem a aceitar com mais facilidade o uso de marcas de oralidade apenas quando se trata de personagens de nível social mais baixo.
pra, tá, cê, né: com exceção de “pra”, que já está sendo regularmente utilizado em diálogos, evitar essas formas, a menos que se queira caracterizar a fala do personagem como subpadrão;
gíria: evitar, por serem formas em geral efêmeras, de uso muito recente e/ou restrito a determinados grupos; dê preferência a formas coloquiais de uso bem amplo, ou seja, já consagradas, integradas ao vocabulário geral da língua, inclusive na escrita — exs.: legal, sacana, cara etc.;
pronome reto em função de sujeito: deve ser usado mesmo em casos em que, estritamente falando, sua presença é redundante, ao contrário do que se recomenda na linguagem escrita – ex.: Eu falei com ele, Nós saímos ontem;
a gente: deve ser alternado com nós;
pronome oblíquo: evitar frases como Eu o vi; entretanto, evitar também formas como Eu vi ele, em geral rejeitadas pelos revisores das editoras, com o argumento (que aliás procede) de que causam rejeição por parte do leitor. Dar preferência a Eu vi fulano.
No caso da forma lhe, usá-la somente em 2a pessoa — Eu lhe disse (a você) para ajudar a Maria – evitando o uso em 3a pessoa, caso em que é preferível utilizar a ele, a ela — Eu disse a ela para ajudar a Maria;
mistura de tu e você: na fala, em lugar do lhe em 2a pessoa – como no exemplo dado acima, Eu lhe disse (a você) para ajudar a Maria –, temos o uso mais freqüente do te, muitas vezes misturado com você – Eu te disse para ajudar a Maria, mas você não ajudou. Essa mistura vem sendo cada vez mais aceita pelos revisores e clientes. 
Como possessivo, pode-se alternar teu e seu na 2a pessoa. 
Na posição de sujeito, use sempre você. 
formas do imperativo: existem dois códigos: um, canônico, utilizado para dar mais força à ordem, para criar distanciamento, formalidade, etc.; o outro, mais descontraído, em situações comuns, usa as formas do presente do indicativo no lugar das formas canônicas do imperativo afirmativo e do negativo. O código informal só não opera com três verbos: ser, estar e ter, que só são usados nas formas canônicas. Exs: Saia daqui imediatamente vs. Sai daqui, filhinho, Não faça isso vs. Não faz isso não, Seja homem, Não tenha medo;
pronome possessivo: evitar o uso de seu, sua em 3a. pessoa, dando preferência a dele, dela – ex.: Fui conhecer o apartamento dele;
uso do artigo definido antes de nome próprio: recomenda-se esse uso, que é o mais comum no mundo lusófono, exceto na região que vai de Niterói até a fronteira entre o Norte e o Nordeste;
estruturas interrogativas: sugere-se a interpolação do verbo ser flexionado, seguido de que – exs.: Quem é que veio?, O que foi que aconteceu?;
formas verbais analíticas: devem ser usadas em lugar de formas sintéticas, sobretudo no caso do futuro do presente – ex.: Eu vou te visitar amanhã sem falta –, e no do mais-que-perfeito – ex: Eu tinha ido lá. No caso do futuro do pretérito, temos a possibilidade de usar a forma sintética, a analítica e mesmo de subsitutir o fut. do pret. pelo imperfeito. Exs.: Eu te visitaria amanhã se você não fosse sair; Eu ia te visitar amanhã, mas já que você vai sair...; Eu bem que preferia ir à festa em vez de ficar tomando conta do neném. 
uso do ter no lugar de haver tanto em formas verbais compostas como no sentido de “existir” – exs: Eu tinha falado com ele, Tem muita gente na fila.
uso do singular no caso de referência genérica — Mulher é um bicho complicado (na linguagem escrita usa-se o plural — As mulheres são seres complexos);
uso do singular em expressões do tipo lavar a mão, escovar o dente;
reforço de negação — Não fui não;
apagamento eventual da preposição antes de oração introduzida por que, seja como conjunção integrante – Estou convencida (de) que ele vem -- seja como pronome relativo – A garota (com) que ele casou...;
apagamento eventual do pronome reflexivo, como em Vou (me) casar na semana que vem;
repetição do verbo em respostas em lugar de sim;
uso do pronome oblíquo em início de oração — ex.: Me diz aqui uma coisa, Jake.
20) pronomes demonstrativos: dar preferência a esse, isso, etc., em oposição a este, isto, etc., que tendem a ser usadas apenas como formas enfáticas, ex: Mas o que é isto!!

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