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Resenha e Crítica Freud, além da alma

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Freud, além da alma
Resenha:
O filme tem como diretor John Marcellus Huston, abordando o surgimento de alguns conceitos formulados por Freud, hoje muito conhecidos por serem à base da psicanálise. John ambientou o filme no século XIX, e desenrolou a história a partir dos primeiros anos da trajetória de Freud, onde ele se deparou com estranhos distúrbios que desafiavam o conhecimento médico da época.
Freud formou-se em medicina e trabalhava em uma clínica com vários casos de histeria, que na época era vista como um fingimento das pessoas que a apresentavam para apenas fugir de suas responsabilidades. Ele, ainda como um estagiário, fica instigado com essas pessoas, apesar de seu chefe na clínica ser bem mente fechada.
Freud então resolve ir a procura de estudos para entender melhor aquilo que viu durante seu estágio na clínica com o Prof. Meynert. Viajou até a França para estudar com Charcot, que era o maior estudioso sobre a histeria, da época. Charcot utilizava a ciência da hipnose para penetrar na mente das pessoas, e junto com seus discípulos ele conseguiu provar algumas teses. 
Após uma fase de estudos, Freud volta então a Viena e junto com outro médico chamado Breuer começa a utilizar a ciência da hipnose para tratar as pessoas, descobrindo então, que para realmente tratá-las era preciso descobrir seus traumas passados. Freud começa então a fazer algumas analises que foram rejeitadas até mesmo pelo seu parceiro de pesquisa, onde, através dos casos que ele estudava, chegou a conclusão que a sexualidade começava na infância, onde a menina se apaixonava pelo pai e o menino pela mãe e ambos viam sua mãe e seu pai como concorrentes. Essa conclusão fez com que ele fosse muito criticado na sua época.
É um filme muito interessante e nos mostra quanto o psicológico das pessoas é tão importante para a saúde das mesmas quanto o físico, que ate então antes de Freud nos mostrar tal importância do psicológico era o físico bastante valorado. 
Pode-se dizer que o filme se manteve direcionado principalmente nas ideias freudianas e em seu surgimento, evitando de certo modo a vida pessoal do psicanalista. Mas ainda assim, o filme mostra os conflitos internos que Freud viveu tentando penetrar o inconsciente dos pacientes, onde ele temia encontrar coisas obscuras, e quem sabe, sua própria essência. Mas o filme não deixa de lado os problemas encontrados por Freud na caminhada profissional, onde ele mesmo diz: “Fui, antes, levado por uma espécie de curiosidade que era, contudo, dirigida mais para as preocupações humanas do que era para os objetos naturais; eu nem tinha aprendido a importância da observação como um dos melhores meios de justificá-la (...) deveria seguir somente minha inclinação própria, sentir qualquer predileção particular pela carreira de médico (...)”
Crítica:
O homem desde o princípio se colocava como o centro do mundo em todos os aspectos, levando em consideração sua habitação no planeta Terra, que segundo ele era o centro do universo. Nota-se também, seu ar de superioridade ao se supervalorizar em detrimento dos demais animais, sendo que as semelhanças são imensas. Isso também é percebido no filme a partir do momento em que o primeiro professor de Sigmund, Meyriet, desvaloriza a opinião de seu aluno, considerando sua própria verdade como única e absoluta. À época retratada no filme é um período conturbado, em que a medicina era baseada somente pelo que podia ser visível e mensurável, levando em conta somente os pontos de vista anatômicos e fisiológicos. Essa venda sobreposta sobre a mente social impedia que os estudiosos avançassem nas pesquisas. Trazendo à tona um processo de negação da realidade que poderia ser evitado através da aceitação de outras verdades e ideologias existentes.
Pode-se classificar o filme como atual, apesar de não ser tão atual, e ser retratado em uma época diferente. Mas é possível afirmar que ainda hoje existem preconceitos diante daquilo que é desconhecido, assim como era com a medicina no filme. No filme, Freud vai além dos “limites” estabelecidos e busca além do conhecido, mais profundo! E é onde ele baseia suas ideias, e as tão conhecidas psicanálises freudianas. 
A ideia central do filme acredita-se que seja a que as pessoas podem se conhecer, mas que todos tem uma parte inconsciente que não conhece e que é diferente daquilo que as “partes conhecidas” são. E é possível entender também que não basta ter a saúde física para estar bem, mas é preciso também que se tenha a saúde psicológica, que até então não era valorada.

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