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CCJ0019-WL-A-PP-Ponto 03 – Direitos e Garantias Fundamentais - Sabrina Rocha

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Curso completo de Direito Constitucional
Profª. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
Atualizada até a EC n° 71 de 29/11/12
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos pessoais.
PONTO 3 – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
3.1 Natureza e eficácia das normas sobre Direitos Fundamentais – os Direitos Fundamentais do homem são situações jurídicas, objetivas e subjetivas, definidas no direito positivo, em prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana. São direitos Constitucionais amparados pela supralegalidade.
Têm aplicabilidade imediata, mas algumas regrasmencionam uma lei integradora, são de eficácia limitada, de princípios programáticos e de aplicação indireta (contida). Como já estudado.
3.2 Características dos Direitos Fundamentais – 
Historicidade – são históricos como qualquer direito.
Inalienabilidade – intransferíveis, inegociáveis, pois não têm conteúdo econômico-patrimonial. Não podem ser vendidos ou permutados.
Imprescritibilidade – nunca deixam de ser exigíveis, não prescrevem.
Irrenunciabilidade – nenhuma pessoa pode abrir mão dos Direitos e Garantias de forma definitiva, sendo admitido, em alguns casos, a pura desistência.Podem até não serem exercidos, mas não se admite sejam renunciados.
Inviolabilidade – não são passíveis de violações, pois o direito de um nasce quando o direito do outro termina;
Universalidade – podem ser opostos contra todos, efeito “erga omnes”;
Efetividade – podem ser, a qualquer momento, invocados, usufruídos, independentemente da vontade alheia;
Interdependência – são independentes, porém formam um conjunto de direitos e deveres;
Complementariedade – uns completam os outros devido às garantias constitucionais. 
3.3 Classificação dos Direitos Fundamentais – temos 5 (cinco) espécies do gênero direitos e garantias fundamentais:
1º Direitos individuais e coletivos (Art. 5º);
2º Direitos sociais (Art. 6º e 193 e ss);
3º Direitos à nacionalidade (Art. 12);
4º Direitos políticos (Art. 14 a 17)
5º Direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos (Art. 17)
Os direitos e garantias fundamentais, objeto do Título II, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, compreendem os direitos e deveres individuais e coletivos (capítulo I), os direitos sociais (capítulo II), os direitos de nacionalidade (capítulo III), os direitos políticos (capítulo IV) e os partidos políticos (capítulo V).
	Na evolução dos direitos fundamentais, resultado de longo processo de construção histórica,a partir, aproximadamente, da Revolução Francesa de 1789, o qual resultou em sua inclusão nas Constituições de diversos países, entre eles o Brasil, consolidou-se a classificação deles em diferentes gerações (direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira gerações), atendendo a uma finalidade didática, devendo-se, contudo, ressaltar que uma geração de direitos não exclui a anterior. Ao contrário, os direitos de 2ª e de 3ª geração não vieram para substituir os de 1ª geração, mas sim para se somar a eles, ampliando o rol de direitos atribuídos ao indivíduo. Portanto, as gerações de direitos não se sucederam e nem se substituíram ao longo do tempo. São as seguintes as gerações de direitos fundamentais:
1ª geração – foram concebidos por volta do final do século XVIII, após a Revolução Francesa. Nessa geração incluem-se os chamados direitos civis e políticos. Correspondem ao período do Estado Liberal puro, ou seja, aquele a quem cabia apenas a prestação dos serviços tipicamente públicos, como por exemplo, os serviços de segurança pública. São direitos oponíveis ao Estado e que impõem a este uma postura de abstenção e de não-intervenção na esfera privada do cidadão. Costumam ser qualificados como direitos de liberdade. São direitos de não-intervenção estatal.
2ª geração – historicamente, foram concebidos entre o final do século XIX e o início do século XX, sob a influência da Revolução Soviética de 1917. Nessa geração incluem-se os chamados direitos sociais. Correspondem ao período do chamado Estado do Bem-Estar Social, ou seja, aquele a quem cabia, além de uma postura de não-intervenção na esfera dos direitos individuais do cidadão, a adoção de políticas públicas como instrumento de efetivação desses direitos. São direitos que impõem ao Estado um dever de prestação de serviços públicos, tais como educação e saúde. Costumam ser qualificados como direitos de igualdade. São direitos de prestação estatal.
3º geração – é aconcepção mais recente de direitos fundamentais, que surgiu com a falência do modelo de Estado do Bem-Estar Social. Nessa geração estão incluídos os chamados direitos difusos, que se caracterizam por possuírem uma titularidade indeterminada ou indeterminável. Noutras palavras, são direitos que pertencem a todos, sem que seja possível quantificar a quantidade de direitos atribuída a cada indivíduo, exatamente por não se ter como identificar com precisão seus titulares. Correspondem ao período do Estado Neoliberal. Como exemplos, têm-se o direito à paz mundial, a uma saudável qualidade de vida, ao progresso e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Costumam ser qualificados como direitos de solidariedade ou de fraternidade. 
Resumindo:
Direitos de 1ª Geração – direitos civis e políticos = individuais e políticos, as liberdades clássicas, negativas e formais.
Direitos de 2ª Geração – direitos econômicos e culturais – liberdades positivas, reais e concretas.
Direitos de 3ª Geração – direitos ligados ao princípio da solidariedade – direito de solidariedade ou fraternidade.
Manoel Gonçalves Filho : 1ª Ger. Liberdade; 2ª Ger. Igualdade; 3ª Ger. Fraternidade = lema da Revolução Francesa.
Há autores que admitem ainda a existência de uma 4ª geração, representada pela solidariedade e pelo direito a participação e à democracia.
Celso Lafer traz os Direitos de 4ª Geração, calcados nos interesses transindividuais. 
	INTERESSE
	GRUPO
	DIVISIBILIDADE
	ORIGEM
	EXEMPLO
	DIFUSO
	Indeterminável
	indivisíveis
	Situação de fato
	Propagando enganosa na TV; degradação ambiental...
	COLETIVO
	determinável
	indivisíveis
	Situação jurídica
	Aumento de prestação de consórcio
	INDIVIDUAL COLETIVO
	determinável
	divisíveis
	Origem comum
	Defeito de produto fabricado em série.
Como vimos, na concepção liberal-burguesa, os direitos fundamentais são oponíveis apenas contra o Estado, uma vez que eles existem essencialmente para assegurar aos indivíduos um espaço de liberdade e autonomia contra a ingerência indevida do poder público. 
No sistema constitucional brasileiro, os direitos fundamentais podem ser argüidos não apenas em face dos poderes públicos, mas também podem ser invocados em qualquer relação jurídica em que os mesmos estiverem sendo violados ou ameaçados de lesão, a exemplo dos direitos a liberdade de consciência e de crença, a inviolabilidade da honra e da imagem.
Direitos e garantias fundamentais diferem. As garantias consistem em disposições assecuratórias de direitos e limitadoras do poder do Estado. 
Segundo o STF “não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas,desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros”. (MS 23.452 Rel. Min. Celso de Mello). 
3.4 Relatividade dos Direitos e Garantias Individuais e coletivos
	Estes direitos não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas; não são ilimitados, pois encontram seu limite na própria Constituição e devem respeitar o princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas.
	Os Direitos Fundamentais nascem para reduzir a ação do Estado aos limites impostos pelo Constituição Federal.
	Todas as pessoas estão sujeitas às limitações estabelecidas pela Lei, com a única finalidade de assegurar o respeito dos Direitos e Liberdades dos demais.
DIREITOS x GARANTIAS
Direitos – disposições meramente declaratórias; são princípios.
Garantias – Disposições assecuratórias em defesa dos direitos. Limitam o poder. São acessórias. Poderão vir juntos no mesmo preceito – Ex: art. 5º. LXVIII – habeas corpus.
3.5 Destinatários da proteção dos Direitos fundamentais
O regime jurídico das liberdades públicas protege tanto as pessoas naturais, brasileiros (natos e naturalizados) ou estrangeiros no território nacional, como as pessoas jurídicas, pois têm direito à existência, à segurança, à propriedade, à proteção tributária e aos remédios constitucionais.
Direito à VIDA
	É o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos.
	Cabe ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção:
1ª) o direito de continuar vivo;
2ª) o de ter vida digna quanto à subsistência.
	A vida viável começa com a nidação, ou seja, com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide.
	O feto representa um ser individualizado, com uma carga genética própria, que não se confunde com os seus pais, sendo inexato afirmar que a vida do embrião ou do feto está englobada pela vida da mãe.
	A Constituição protege a vida de forma geral, inclusive uterina.
Direito à LIBERDADE
Liberdade interna (livre arbítrio), liberdade subjetiva = querer
Liberdade externa (objetiva), liberdade de fazer, poder fazer tudo o quiser. Esta cabe ao Direito.
Conceito: consiste na possibilidade de coordenação consciente dos meios necessários à realização da felicidade pessoal. (José Afonso)
Liberdade x Democracia – liberdade de ação e legalidade, protegendo a autodeterminação, sujeita apenas às limitações legais.
	O Direito Constitucional positivo distingue em 5 (cinco) grandes grupos:
Liberdade às pessoa física
Liberdade de pensamento
Liberdade de expressão coletiva
Liberdade de ação profissional
Liberdade de conteúdo econômico e social.
Direito à IGUALDADE
	É um princípio constitucional através do qual todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei. O que se veda são as diferença arbitrárias, as discriminações absurdas. Somente se tendo por lesado o princípio quando o elemento discriminador não se encontre a serviço de uma finalidade acolhida pelo Direito.
	Cabe ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção:
1ª) não permitindo tratamento diferenciado, por parte dos poderes estatais, para pessoas que se encontrem em situações idênticas;
2ª) obrigando o intérprete a aplicar a lei e atos normativos de maneira igualitária.
	Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, os tratamentos normativos diferenciados são compatíveis com a Constituição Federal quando verificada a existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado.

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