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Direito Constitucional - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - art 5 - parte I - Introdução Direitos e Garantias; Direitos Fundamentais e Dir Human

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Direito Constitucional
Teoria geral dos direitos e garantias fundamentais 
Conceito
Os direitos e garantias fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no decorrer da humanidade se constituem de normas protetivas que formam um núcleo mínimo de prerrogativas inerentes à condição humana. 
Possuem como objetivo principal a proteção do indivíduo diante do poder do Estado. Todavia. Essa proteção não se dá apenas em referência ao Estado. Os direitos e garantias fundamentais também constituem normas de proteção do indivíduo em relação a outros indivíduos da sociedade. 
O título II da Constituição Federal, que estabelece os Direitos e as Garantias Fundamentais, foi assim dividido (ART. 5º ao 17º
 CF/88):
· Capitulo I – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; (Art. 5º)
· Capitulo II – Direitos Sociais; (Arts. 6º ao 11º)
· Capitulo III – Direitos de Nacionalidade; (Arts. 12º e 13)
· Capitulo IV – Direitos Políticos – Cidadania; (Arts. 14º ao 16º)
· Capitulo V – Partidos Políticos. (Art. 17º)
Direitos e Garantias 
Outro tema relevante para a sua prova é a diferença entre direitos e garantias. Podemos dizer que DIREITOS são bens, vantagens prescritas na norma constitucional, são normas de conteúdo declaratório (por exemplo: direito à honra, à liberdade de locomoção).
As GARANTIAS, por sua vez, são os instrumentos mediante os quais se assegura o exercício dos direitos fundamentais. São normas de conteúdo assecuratório, preservando o direito declarando (por exemplo: indenizado por dano à honra, Habeas Corpus para garantir a liberdade de locomoção).
Podemos dizer que os remédios constitucionais são espécies de garantias, isso porque as garantias não se limitam aos remédios constitucionais. 
A CF estabelece formas de garantia diferentes dos remédios constitucionais. Vejamos dois exemplos:
Ex. 1: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos – Art. 5º VI (direito) -, garantindo-se na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas liturgias (garantias); 
Ex. 2: direito ao juízo natural (direito) – o Art. 5º, XXXVIII, veda a instituição de juízo ou tribunal (garantia).
ATENÇÃO: As garantias também são direitos, porém nem todo direito é uma garantia!!! 
Características 
Na Historicidade – essa característica revela que os Direitos Fundamentais são fruto da evolução histórica da humanidade. Significa que eles evoluem com o passar do tempo, e se desenvolvem conforme o momento histórico. 
· DIREITOS DE 1º DIMENSÃO – Foram os primeiros direitos conquistados pela humanidade. São direitos relacionados à liberdade, em todas as suas formas. Nasceram das evoluções liberais ocorridas no final do século XVIII, com a burguesia, que exigia a limitação de Poder do Estado, à época absolutista, e o respeito as liberdades individuais. Possuem caráter negativo diante do Estado, tendo em vista ser utilizado como vuma verdadeira limitação ao poder estatal, ou seja, o Estado, diante dos direitos de primeira dimensão, fica impedido de agir ou interferir na sociedade. São verdadeiros direitos de defesa com caráter individual. Estão entre estes os direitos as liberdades públicas, civis e políticas. São ligados ao valor LIBERDADE. São os direitos CIVIS e POLÍTICOS. NÃO FAZER DO ESTADO.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos: 
· Magna Carta de 1215 – João sem Terra; 
· Paz de Westfália (1648);
· Habeas Corpus Act (1679);
· Bill of Rights (1688);
· Declaração Americana – 1776 (Revolução Americana);
· Declaração Francesa – 1789 (Revolução Francesa).
· DIREITOS DE 2º DIMENÇÃO – Diante das péssimas condições de trabalho decorrentes da Revolução Industrial (século XIX), aliadas à Primeira Guerra Mundial, tivemos o surgimento dos direitos de segunda geração. Por isso são conhecidos como direitos de igualdade. Agora, para reduzir as diferenças sociais, o Estado precisa interferir na sociedade. E esta interferência reflete a conduta positiva adotada por meio de prestações sociais. São direitos de segunda dimensão DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E CULTURAIS.
Ligados ao valor de IGUALDADE. Implicam um FAZER DO ESTADO – prestação em favor dos menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da sociedade.
Documentos históricos que marcaram o surgimento desses direitos: 
· Constituição Mexicana – 1917;
· Constituição de Weimar – 1919;
· Tratado de Versalhes – 1919 (criação da OIT);
· Constituição Brasileira – 1934.
· DIREITOS DE 3º DIMENSÃO – Ligados ao valor FRATERNIDADE OU SOLIDARIEDADE. Direitos da sociedade de massa, que atingem a todos. São direitos difusos: invisibilidade ausência de individualização. 
Alguns direitos de 3º geração:
· Direito ao meio ambiente;
· Direito a defesa do consumidor;
· Direito ao desenvolvimento ao progresso;
· Direito da comunicação;
· Direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade;
· Autodeterminação dos povos;
· Direito à Paz (Karel Vazak) para alguns doutrinadores é direito de 5º Geração – (divergência!).
· DIREITO DE 4º DIMENSÃO – de acordo com Paulo Bonavides, são direitos de 4º geração:
· Patrimônio genético; biotecnologia (engenharia genética);
· Decorrentes da globalização dos direitos fundamentais: inerentes à democracia, à informação, ao pluralismo político. (Globalização política).
· DIREITOS DE 5º DIMENSÃO - Direito à paz, de acordo com Paulo Bonavides. Alguns doutrinadores colocam ainda a evolução cibernética e de tecnologias, no mundo virtual e da internet. 
Universalidade – os direitos fundamentais pertencem a todas as pessoas, independentemente da sua condição. A existência de um núcleo mínimo de proteção à dignidade deve estar presente em qualquer sociedade. 
Quem são os destinatários dos direitos fundamentais?
A própria Constituição Federal responde a esta pergunta quando diz, no caput do Art. 5º, que são destinatários “os brasileiros e estrangeiros residentes no pais”. Mas será que é necessário residir no pais para que o estrangeiro tenha direitos fundamentais?
Imaginemos um avião cheio de alemães que está fazendo escala no aeroporto internacional de Cascavel-PR. Nenhum dos alemães reside no pais. Seria possível entrar no avião e matar todas aquelas pessoas, haja vista que não serem titulares de direitos fundamentais por não residirem no pais? É claro que não. 
Para melhor se compreender o termo “residente”, o STF o tem interpretado de forma mais ampla no sentido de abarcar todos aqueles que estão no pais. Ou seja, todos os que estão no território brasileiro, independentemente de residirem no pais, são titulares de direitos fundamentais.
Mas será que para ser titular de direitos fundamentais é necessário ter a condição humana? Ao contrário do que parece, não é necessário. São reconhecidas titularidades de direitos fundamentais as pessoas jurídicas.
Ressalta-se que isso não se refere apenas às pessoas jurídicas de direito privado, mas também às pessoas jurídicas de direito público. 
· BRASILEIROS NATOS OU NATURALIZADOS (Art. 5º, caput) 
· ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAIS (Art. 5º, caput)
· ESTRANGEIROS EM TRANSITO NO PAIS (STF) – não todos. 
· PESSOAS JURIDICAS, quando o direito for compatível com a sua personalidade. 
Limitabilidade – não existe direito fundamental absoluto. São direitos relativos. Não existe direito fundamental absoluto. Os direitos fundamentais são relativos. Estes direitos podem ser limitados: 
I- Pela própria constituição Federal;
II- Por meio de Emenda Constitucional;
III- Por meio das leis (reserva legal simples e reserva legal qualificada);
IV- Juiz, por meio de um juízo de ponderação aplicando a regra da máxima observância dos direitos fundamentais conjugando com a mínima restrição. 
Importa destacar que a limitação dos direitos fundamentais não pode implicar a abolição desses direitos, uma vez que são cláusulas pétreas e, portanto, a limitação/relativização de um direito fundamental não pode descaracterizar o seu núcleo essencial ao ponto de abolir o direito. Isso porque no nosso Estado nós adotamos a teoria RELATIVA dos direitos fundamentais,e não a teoria absoluta.
TEORIA RELAVIA: pela teoria relativa, a relativização de um direito fundamental seria possível, sendo que o seu núcleo essencial só poderia ser determinado em um caso concreto, pois só em um caso específico se poderá verificar se eventual restrição ao direito seria capaz de violar a essência do direito fundamental restringido o seu núcleo. 
TEORIA ABSOLUTA: de acordo com essa teoria, o núcleo essencial do direito fundamental é determinado pelo próprio direito, sendo insuscetível de qualquer restrição, independentemente das peculiaridades que o caso concreto possa fornecer.
Inalienabilidade – os direitos fundamentais não podem ser alienados, não podem ser negociados e não podem ser transigidos. 
Irrenunciabilidade – os direitos fundamentais não podem ser renunciados.
 Imprescritibilidade – os direitos fundamentais não se sujeitam a prazos prescricionais. Não se perde um direito fundamental pelo decorrer do tempo. Essa é a regra. É possível encontrar uma exceção a tal regra quando se fala do direito à propriedade. Esse direito, se não houver cuidado, está sujeito a ser perdido por meio da chamada Ação de Usucapião. 
Proibição do retrocesso – essa característica proíbe que os direitos já conquistados sejam perdidos. 
Máxima efetividade – essa característica é mais uma imposição ao Estado, que está coagido a garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais. Tais direitos não podem ser ofertados de qualquer maneira. É necessário que eles sejam garantidos da melhor forma possível. 
Concorrência – os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjunto com outros direitos. Não é necessário abandonar um para usufruir outro direito. 
Complementariedade – um direito fundamental não pode ser interpretado sozinho. Cada direito deve ser analisado juntamente com outros direitos fundamentais, bem como com outros institutos jurídicos. 
Não taxatividade – essa característica diz que o rol de direitos fundamentais é apenas exemplificativo, tendo em vista a possibilidade de inserção de novos direitos. É o que se extrai do Art. 5º § 2º da CF/88.

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