Aula 07 - Como Elaborar um Projeto de Pesquisa

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Prof.MSc. Plínio José Cavalcante Monteiro
COMO ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS 
FACULDADE DE MEDICINA
Departamento de Patologia e Medicina Legal (DPML)
Disciplina METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
1
FASES DO PLANEJAMENTO DA PESQUISA CIENTÍFICA
DEFINIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
B) DECISÃO METODOLÓGICA
C) PRODUÇÃO DO TEXTO ESCRITO
Como elaborar um projeto de pesquisa
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A) DEFINIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
	Deve-se definir a área de interesse da pesquisa, buscando-se aquela cujas possibilidades de sucesso parecem ser mais promissoras.
	A área de interesse pode ser definida pela maior facilidade que o pesquisador demonstra em determinado ramo do conhecimento, pela facilidade de acesso às informações pertinentes à pesquisa, pelas atividades desempenhadas anteriormente ou em andamento, pela empatia com determinada matéria ou pelo bom desempenho acadêmico em uma disciplina cursada ou em curso.
	
	A definição do objeto da pesquisa pode ser dividida nas seguintes etapas:
1. DELIMITAÇÃO DO TEMA
2. REVISÃO DA LITERATURA
3. ESCOLHA DO(s) PROBLEMA(s)
4. FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES
5. FORMULAÇÃO DO OBJETIVO GERAL
6. FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS
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A.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA
	O tema está diretamente vinculado com a área de interesse do pesquisador; refere-se a um assunto que o mesmo deseja compreender, investigar ou desenvolver.
	
	Assim, a escolha de um tema está relacionada com o desejo do pesquisador em conhecer mais sobre uma questão vivenciada em seu cotidiano: na vida acadêmica ou profissional, no curso ou programa ao qual está vinculado, em leituras prévias ou experiências pessoais.
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A.2. REVISÃO DA LITERATURA
	A produção científica anterior ao estudo pretendido deve ser valorizada, em particular as pesquisas semelhantes ou que tratam de aspectos complementares ao assunto da pesquisa que se pretende realizar.
	A revisão da literatura deverá proporcionar mais informações sobre o assunto e fornecer subsídios para o desenho da pesquisa. Com a delimitação do tema surgem os questionamentos sobre o assunto; as lacunas encontradas pelo pesquisador servirão para a delimitação do(s) problema(s) relacionado(s) ao tema.
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A.3. ESCOLHA DO(s) PROBLEMA(s)
	O problema está relacionado a uma lacuna no conhecimento com a qual o pesquisador se defronta e que pretende resolver com a pesquisa.
	
	Para que um problema seja considerado cientificamente válido deve atender, segundo Schrader (1974) citado por Marconi e Lakatos (2010:108), as seguintes indagações:
 O problema pode ser enunciado em forma de pergunta?
 O problema corresponde a interesses pessoais, científicos e sociais, isto é, interesses de conteúdo e metodológicos? Esses interesses estão harmonizados?
 Constitui-se o problema uma questão científica?
 O problema pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica?
 O problema pode ser empiricamente verificado em suas conseqüências?
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A.4. FORMULAÇÃO DE HIPÓTESE(s)
	O problema de pesquisa necessita de uma resposta, ainda que “provável, suposta e provisória”, isto é, uma hipótese.
	
	A principal resposta é denominada de hipótese principal (ou primária), podendo ser complementada por outras, denominadas de hipóteses acessórias (ou secundárias). 
	Há diferentes formas de hipóteses, entre elas:
 as que afirmam, em dada situação, a presença ou ausência de certos fenômenos;
 as que se referem à natureza de dados fenômenos, em uma situação específica;
 as que apontam a existência ou não de determinadas relações entre fenômenos;
 as que prevêem variação concomitante, direta ou inversa, entre certos fenômenos.
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A.5. FORMULAÇÃO DO OBJETIVO GERAL
	O objetivo geral de um projeto de pesquisa científica é sua espinha dorsal. Deve expressar claramente aquilo que o pesquisador pretende conseguir com seu estudo; o que pretende conseguir como resultado intelectual de sua investigação.
	O objetivo geral é composto de duas partes: uma ação (verbo) a ser aplicada sobre um conteúdo (predicado).
	
	São diversos os graus de complexidade da atividade intelectual que podem ser transformados em objetivos de uma pesquisa: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação. Cada um desses estágios cognitivos (domínios) possibilita atividades intelectuais expressas por verbos específicos.
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RELAÇÃO DE VERBOS MAIS USADOS EM OBJETIVOS DE PESQUISA
Domínio 1 – Conhecimento: apontar, conhecer, definir, enunciar, inscrever, marcar, nomear, recortar, registrar, relacionar, relatar;
Domínio 2 – Compreensão: compreender, descrever, discutir, explicar, expressar, identificar, localizar, narrar, reafirmar, revisar, traduzir, transcrever;
Domínio 3 – Aplicação: aplicar, demonstrar, dramatizar, empregar, esboçar, ilustrar, interferir, inventariar, operar, praticar, traçar;
Domínio 4 – Análise: analisar, averiguar, categorizar, comparar, contrastar, criticar, debater, diferenciar, distinguir, examinar, experimentar, investigar, provar, verificar;
Domínio 5 – Síntese: compor, conjugar, coordenar, criar, erigir, esquematizar, formular, organizar, planejar, prestar, propor, sintetizar; 
Domínio 6 – Avaliação: avaliar, escolher, estimar, julgar, medir, selecionar, taxar, validar, valorizar.
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A.6. FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS
	Como regra, os problemas intelectuais podem (e devem) ser divididos em tantas partes quantas possíveis ou necessárias para bem resolvê-los. Assim, o problema expresso como objetivo geral será subdividido em tantos objetivos específicos quantos necessários para o estudo e solução satisfatória do problema proposto no objetivo geral.
	Na prática, os objetivos podem ser construídos em quatro momentos interdependentes:
Levantamento dos componentes importantes do problema;
Transformação de cada um dos aspectos escolhidos em um objetivo;
Verificação da suficiência dos objetivos específicos propostos; e
Escolha da melhor seqüência lógica para apresentar os objetivos específicos.
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B) DECISÃO METODOLÓGICA
	A escolha da metodologia mais adequada ao estudo estará intimamente relacionada às etapas anteriores, devendo manter estreita relação e coerência com as mesmas.
	Em linhas gerais, a decisão metodológica pode ser dividida nas seguintes etapas:
1. TIPO DE ESTUDO
2. FORMA DE ABORDAGEM
3. PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS
4. TÉCNICAS DE PESQUISA
5. ANÁLISE DOS DADOS
6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
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B.1. TIPOS DE ESTUDO
	Dependendo do grau de aproximação e do nível conceitual do pesquisador em relação ao fenômeno estudado (objeto do estudo), as pesquisas podem ser classificadas como exploratórias, descritivas ou analíticas.
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Pesquisas Exploratórias: são aquelas que buscam uma aproximação inicial com o tema (fato, fenômeno ou processo), visando criar maior familiaridade com o mesmo. 
Pesquisas Descritivas: são aquelas em que o fato, fenômeno ou processo é conhecido,
mas precisa ser mais bem estudado, visando conhecer melhor suas características.
Pesquisas Analíticas:são aquelas que se ocupam com o porquê dos fatos, fenômenos ou processos, buscam identificar e compreender os fatores que contribuem para sua ocorrência ou a determinam, ou com o modo como o objeto de estudo se apresenta na realidade.
B.2. FORMAS DE ABORDAGEM
	Quanto à FORMA DE ABORDAGEM as pesquisas podem ser: 
QUANTITATIVAS
QUALITATIVAS
MISTAS
(quantitativo-qualitativa)
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PESQUISA QUANTITATIVA
É a forma de abordagem usada quando o desenho da pesquisa está direcionado para quantificar os fatos/fenômenos/processos a serem abordados, por meio de dados numéricos e análises estatísticas.
Nesta abordagem, o uso da linguagem matemática ou estatística confere segurança para capturar uma dada realidade frente às hipóteses formuladas.
O objetivo é revelar dados, indicadores e observações que promovam medidas confiáveis e generalizáveis.
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PESQUISA QUALITATIVA
É a forma de abordagem usada quando o desenho da pesquisa está direcionado para que o pesquisador, por meios descritivos oriundos de observações e coleta de dados subjetivos não numérico, possa apreender e compreender o pensamento do(s) sujeitos(s) e as características do fenômeno, enquanto objeto do estudo.
Esta abordagem busca entender o contexto onde o fato/fenômeno/processo ocorre, delimita a quantidade de sujeitos pesquisados e intensifica o estudo sobre os mesmos.
Deste modo, o objetivo é compreender, em níveis aprofundados, tudo que se refere ao homem, enquanto indivíduo ou membro de um grupo ou sociedade.
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PESQUISA QUANTITATIVO-QUALITATIVA (MISTA)
É a forma de abordagem usada quando o desenho da pesquisa está direcionado para que o pesquisador, em diferentes momentos (etapas) possa coletar dados numéricos e dados não numéricos.
O objetivo do estudo é apreender os diferentes tipos de variáveis (objetivas e subjetivas) relacionadas ao objeto de estudo.
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B.3. PROCEDIMENTOS PARA COLETAS DE DADOS 
	De acordo com os PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS, a pesquisa pode ser classificada como:
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA (ou documental)
PESQUISA EXPERIMENTAL (ou laboratorial)
PESQUISA DE LEVANTAMENTO (ou de campo)
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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Pesquisa que utiliza referências da bibliografia como exclusiva fonte de dados. Entende-se por bibliografia o conjunto de materiais escritos, gráfica ou eletronicamente, a respeito de um determinado assunto.
Não se deve confundir a pesquisa bibliográfica com a fase preliminar de certos estudos que realizam uma revisão da literatura e procedem na pesquisa com a utilização de outra fonte para coleta dos dados.
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PESQUISA EXPERIMENTAL
Pesquisa que procura reproduzir um fato, fenômeno ou processo a realidade de forma artificial e controlada, a fim de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele sejam produzidos.
O laboratório é o local privilegiado para a realização da pesquisa experimental, também denominada pesquisa laboratorial. 
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PESQUISA DE LEVANTAMENTO
Pesquisa que busca levantar informações (perguntar) diretamente a um grupo de interesse a respeito dos dados que se pretende obter.
Logo, o campo é o local privilegiado para a realização deste tipo de pesquisa.
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B.4. TÉCNICAS DE PESQUISA
	As TÉCNICAS DE PESQUISA podem ser divididas em observação direta intensiva, na qual a coleta de dados pode ser feita por meio de observação ou de entrevista, e observação direta extensiva, utilizando para a coleta de dados os questionários, os formulários ou os testes.
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PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS
	São vários os procedimentos (técnicas) para a realização da coleta de dados, que variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo pesquisa.
	Em linhas gerais, as técnicas de pesquisa são:
Pesquisa documental;
Observação;
Entrevista;
 Questionário;
Formulário;
Testes;
Medidas de opiniões e atitudes;
Pesquisas mercadológicas;
Sociometria;
Análise de conteúdos;
História de vida.
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B.5. ANÁLISE DOS DADOS
	Para ANÁLISE DOS DADOS, em pesquisas quantitativas, tratando-se de dados numéricos e/ou medidas, são adotadas as análises estatísticas para mensuração e correlação de variáveis; em pesquisas qualitativas, tratando-se de dados não-numéricos, registros e notas, podem ser adotadas a análise do discurso e a análise de conteúdo, bem como a interpretação da realidade.
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B.6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
	Para APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, em pesquisas quantitativas busca-se um formato conciso e integrador, como no uso de tabelas, gráficos e mapas; em pesquisas qualitativas, adota-se um formato discursivo e individualizante, por meio de relatos, trechos de falas, fotos e figuras.
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C. PRODUÇÃO DE TEXTO ESCRITO
	Esta é uma fase de extrema importância! É o momento da montagem do texto escrito a partir das informações obtidas, organizadas segundo os objetivos do estudo.
	Redigir consiste essencialmente em escrever um texto pensado, já produzido em redor de um objetivo, enriquecido com detalhes anotados. É neste momento que os objetivos do pesquisador se tornam acessíveis ao leitor.
	Considerada por muitos a etapa mais difícil de uma pesquisa, cabe lembrar que para escrever segue-se a mesma regra da leitura – quem lê procura ideias, quem escreve deve apresentá-las!
	Para a redação de um texto científico algumas regras facilitadoras devem ser observadas: 1 – Seleção e organização das informações; 2 – Redação inicial do texto científico (primeira versão); 3 – Utilização de citações e notas explicativas no texto; 4 – Adequação a estilos e propriedades da redação técnica; 5 – Revisão, correção e redação final do texto científico (versão final).
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