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Aula04 Pesquisa Científica

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1 
Curso: Engenharia de Produção 
Disciplina: Metodologia Científica 
Autor: Kelly Alonso Costa 
DI: Bruna Canabrava 
Supervisão DI: Renata Vittoretti 
 
Aula 4 – Pesquisa Científica 
 
Meta 
 
Apresentar os conceitos sobre pesquisa e suas características. Distinguir a 
pesquisa científica e seus objetivos. Mostrar o planejamento de uma pesquisa 
científica. 
 
Objetivos 
Após esta aula, você será capaz de: 
1. Identificar os elementos estruturais da pesquisa científica; 
2. Relacionar as características da pesquisa científica e o desenvolvimento 
tecnológico. 
3. Identificar as fases de um planejamento de uma pesquisa científica. 
 
Introdução 
 
Uma pesquisa também pode ser chamada de investigação, pois analisa, 
através de procedimentos adequadamente definidos, fatos ou circunstâncias 
para a construção de uma solução que pode gerar uma novo questionamento. 
Segunda Cartoni (2009), a pesquisa ou a investigação é realizada quando se 
detecta um problema e não se tem informações para solucioná-lo, ou seja, uma 
necessidade de busca de respostas. Portanto, pesquisar é descobrir, 
investigar, buscar, procurar, explorar, e assim sendo, é um fato natural a todos 
os indivíduos que fazem parte de qualquer grupo (SILVA e TAFNER, 2004). 
 
Início boxe multimídia 
2 
O vídeo “Ideias de Pesquisa Científica”, de apenas 4 minutos, mostra como é 
próxima a relação da pesquisa científica com vida cotidiana, como 
investigações científicas que deram novos rumos à ciência foram inspiradas 
por acontecimentos absolutamente mundanos. Para assistí-lo, acesse o link: 
https://www.youtube.com/watch?v=7CsJcwfSIQI. Depois, olhe ao seu redor e 
identifique coisas que acontecem no seu dia-a-dia que você não entende o 
porquê e tente pensar em modos de descobrir os motivos. 
 
 
Fonte: http://bee.cederj.edu.br/popUpVisualizar.php?id=51520 
Crédito: Fabiana Rocha; Manoel Magalhães Moreira 
Fim Box 
 
O processo de construção da pesquisa exige uma elaboração e organização de 
elementos que vão fundamentar o objetivo do estudo e responder às questões 
3 
que estamos investigando. Ao realizar uma pesquisa devemos consultar livros 
e revistas, verificar documentos, procurar as fontes de estudos, entrevistar 
pessoas; tudo isso são formas de pesquisa, 
 
 
1- Pesquisa 
 
De uma forma sintética, a pesquisa é um conjunto de ações, atividades ou 
realizações propostas para encontrar soluções para um problema, que tem por 
base procedimentos sistemáticos e racionais (CARTONI, 2009). Esses 
procedimentos fazem parte da construção da pesquisa e são definidos na 
etapa de planejamento da investigação. Segundo Köche (1997), “o ato de 
pesquisar significa identificar uma dúvida que necessite ser esclarecida, 
construir e executar o processo que apresenta a solução desta, quando não há 
teorias que a expliquem”. Podemos estender a definição de “pesquisa” à busca 
de novas teorias ou reestruturação de conceitos cuja validade esteja sendo 
questionada ou haja uma nova perspectiva do problema ou até mesmo de 
contexto. 
 
 
 
Figura 4.1: Diferentes formas de pesquisar um assunto: através de 
experimentos, consultas bibliográficas, entrevistas, pesquisa com o auxílio da 
internet 
Fotos: Jean Scheijen, A-K Rehse, Muriel M Sawicki, Sanja Gjenero 
4 
Fontes: http://www.rgbstock.com/photo/mWk4VRk/Lab+Work, 
http://www.rgbstock.com/photo/mfmppew/studying+4, 
http://www.rgbstock.com/photo/mUB38Hq/Friends+in+Business, 
http://www.rgbstock.com/photo/mhAOWew/late+homework 
 
Então podemos entender que buscar as respostas através da pesquisa é 
dedicar tempo, de forma consciente e disciplinada, à organização, reflexão e a 
procedimentos sistemáticos para atingir um objetivo. Ao longo do seu curso de 
graduação, você vai se deparar inúmeras vezes com a necessidade de realizar 
pesquisas sobre diversos assuntos para entender melhor certos problemas ou 
desenvolver projetos. É importante ressaltar que a pesquisa, tem sido mal 
compreendida quanto à sua natureza e finalidade por parte de alguns. Muito do 
que se chama de pesquisa não passa de simples compilação de textos ou 
cópia de informações reorganizadas ou várias opiniões sobre determinado 
assunto e, o que é pior, não referencia a fonte da informação, tratando-se de 
um grave erro no meio científico (PINTO, 2010). Não podemos repetir esses 
equívocos! Temos que seguir os fundamentos e caracterizações do processo 
construtivo de uma pesquisa. Temos que buscar fontes com credibilidade, 
referenciar essas mesmas fontes e fazermos a reflexão do quê queremos e 
para onde estamos indo. 
 
No entanto, “o sentido amplo e informal de pesquisa opõe-se ao conceito de 
pesquisa como tratamento de investigação científica que tem por objetivo 
comprovar uma hipótese levantada, através do uso de processos científicos” 
(ALMEIDA JÚNIOR, 1988). “A pesquisa com ênfase científica é a realização 
concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo 
com as normas da metodologia consagradas pela ciência” (CARTONI, 2009). 
 
Início boxe multimídia 
O Brasil tem investido e avançado no campo da pesquisa científica. Você 
fazendo esse curso a distância através da tecnologia é parte desse 
desenvolvimento e progresso! Mas, ainda temos muito para alcançar em 
comparação ao nível mundial. Também é sua responsabilidade o crescimento 
e difusão da pesquisa científica no nosso país! Eu te convido a assistir o vídeo 
5 
“Pesquisa Científica no Brasil”, produzido por Yasmine Saboya, sobre a atual 
situação da pesquisa científica em nosso país e os desafios do futuro. O vídeo 
está no link: https://www.youtube.com/watch?v=uQxDNoEoTMA. 
 
Fim Box 
 
Então, vamos estudar sobre os tipos de pesquisas, suas finalidades e seus 
elementos. 
 
1.1 – A pesquisa científica e a tecnologia 
 
A pesquisa científica tem dado suporte à tecnologia em muitas descobertas ao 
longo do tempo, principalmente nas últimas décadas. Mas é importante 
entender que a ciência e a tecnologia não são a mesma coisa. 
 
Enquanto a pesquisa sempre visa gerar conhecimento através da investigação 
de dados e fatos com a adoção de um método, a tecnologia implementa o 
conhecimento científico (resultado da pesquisa) no desenvolvimento de um 
processo ou produto que facilite algum aspecto do nosso dia-a-dia ou contribua 
para a melhoria da qualidade de vida. 
 
O termo tecnologia deriva do grego, sendo tecno (tekhne) a habilidade de 
saber fazer, ou seja, podemos dizer que é a técnica que envolve as habilidades 
práticas de saber e fazer, (HERSCHBACH, 1995). E logia indica estudo. A 
tecnologia também é citada como um tipo de ciência aplicada devido a sua 
utilização nos séculos passados como processos para fabricação. Mas 
podemos observar que o desenvolvimento da tecnologia exige um elevado 
grau intelectual e não consiste em apenas “fazer”. 
 
Então, de uma forma sintética, “o termo tecnologia está fortemente associado 
com a ciência aplicada, principalmente quando emerge a necessidade de 
solução de problemas técnicos” (SILVA, 2010). Há todo um universo para 
exemplificar isso como as ferramentas e as máquinas utilizadas numa 
fabricação ou as fontes de energia utilizadas pela sociedade ou ainda a 
6 
combinação de recursos com o conhecimento científico praticado através da 
pesquisa para encontrar respostas através de métodos. Entretanto, Silva 
(2010) afirma que “é importante ressaltar que o conhecimento científico pode 
dar suporte teórico para o conhecimento tecnológico, mas a ciência aplicada 
não pode ser vista como sinônimo de conhecimento tecnológico”. Apesarde 
essas fronteiras estarem próximas ou parecem que vão ultrapassar em certos 
casos, existe uma necessidade de delimitá-las no que diz respeito ao objetivo, 
a precisão e a consistência da solução. “A eficiência é o objetivo final da 
tecnologia, já a ciência é baseada na observação e presume em seu fim a 
confirmação da teoria” (SILVA, 2010). 
 
Segundo Saénz e Capote (2002), “a tecnologia é definida como um conjunto de 
habilidades, experiências, conhecimentos científicos e empíricos para produzir 
e distribuir bens de serviços”. Lembrando que é através da pesquisa científica 
que os elementos do conhecimento são fornecidos e utilizados pela tecnologia. 
“Todo o conhecimento produzido e validado na ciência é resultado de 
pesquisas, e ao colocar esses conhecimentos científicos em prática é 
produzida a tecnologia que se insere em um processo de inovação” (WESTIN 
et al, 2012). 
 
Essa discussão é interessante principalmente para você, futuro engenheiro, 
pois a engenharia é vista como a aplicação de conhecimentos científicos e 
conhecimentos técnicos para resolver um problema prático ou para 
desempenhar uma função. Ao longo da sua carreira, você precisará utilizar a 
pesquisa científica para adquirir todas as possíveis soluções validades 
cientificamente para obter sucesso em sua jornada, assim como adquirir 
conhecimento técnico direcionado para a sua área. Um exemplo básico para o 
engenheiro de produção é a avaliação de dados estatísticos para identificar 
problemas nos processos. São situações em que ele enfrenta um problema, 
precisa de uma solução e principalmente validar essa resposta para alcançar o 
resultado desejado. Esse engenheiro vai procurar métodos direcionados a 
análise estatística. Agora, imagine um engenheiro numa indústria de aço. Com 
o crescimento da empresa, houve uma expansão de espaço e novos 
maquinários foram adquiridos. O engenheiro responsável pelo arranjo físico do 
7 
setor produtivo precisa fazer uma pesquisa para atualizar seus conhecimentos 
em layout e a simulação da produção (através de cálculos e softwares) para 
projetar o novo ambiente produtivo. Podemos observar nesse simples exemplo 
outra informação importante para você: percebeu que seu processo de 
aprendizagem é contínuo? Ou seja, assim como a ciência e a tecnologia 
evoluem, você também precisa se atualizar, mesmo após seu término de curso. 
Desta forma, ressaltamos o porquê do estudo de todo os elementos da 
pesquisa científica. 
 
 
1.2 – O processo da pesquisa 
 
O processo de pesquisa precisa ser estruturado de forma sistemática a partir 
dos questionamentos colocados na proposta da investigação e também de 
forma pertinente ao campo de estudo em que ele se insere. Segundo Ander-
Egg (1978), a pesquisa é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e 
crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, novas soluções ou 
resultados, novos conceitos ou elementos, relações ou leis, associações ou 
analogias, em qualquer campo do conhecimento. 
 
Verbete 
Analogia é um processo cognitivo de transferência de informação, em que há 
relação de correspondência ou semelhança entre coisas e/ou pessoas 
distintas. 
fim do verbete 
 
O objetivo da pesquisa é a produção de novos conhecimentos por meio da 
utilização de procedimentos científicos. Contribui para soluções de problemas e 
melhorias nas mais diversas atividades humanas: no ambiente do trabalho, nas 
ações comunitárias, no processo de formação e outros. A pesquisa contribui 
ativamente para mudanças que ocorrem nas mais diversas áreas da nossa 
sociedade. Inclusive é interessante observar que muitas empresas possuem 
um setor dedicado a investigação em seus ramos de atividades para inovação. 
8 
“O conhecimento torna-se uma premissa para o desenvolvimento do ser 
humano e a pesquisa como a consolidação da ciência” (SILVA, 2008). 
 
Na aula 3 falamos sobre as etapas principais do método científico. Agora 
estamos falando sobre pesquisa, que é um processo com mais etapas e 
abordagens: vai desde a escolha e a justificativa do tema até as conclusões, 
descobrindo relações ou leis ou novos fatos, e possíveis continuidades para 
outra pesquisa. O método é um instrumento colocado a disposição do cientista 
para buscar a verdade de fatos e fenômenos ou também para validar os 
resultados de uma pesquisa. 
 
De acordo com Moroz e Giandolfini (2006), o processo de pesquisa envolve as 
seguintes atividades elementares que fazem parte da elaboração de uma 
investigação: a formulação do problema, o planejamento de pesquisa, a coleta 
dos dados e a interpretação dos dados e a comunicação da pesquisa. 
 
Já segundo Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa “é um procedimento formal, 
com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se 
constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades 
parciais”. Ainda conforme Lakatos e Marconi (2003) o desenvolvimento e o 
processo de um projeto de pesquisa compreende seis passos estruturais. 
 
1. Seleção do tópico ou problema para a investigação. 
2. Definição e diferenciação do problema. 
3. Levantamento de hipóteses de trabalho. 
4. Coleta, sistematização e classificação dos dados. 
5. Análise e interpretação dos dados. 
6. Relatório do resultado da pesquisa. 
 
Vamos falar mais sobre projeto de pesquisa futuramente quando você já tiver 
todos os elementos necessários. 
 
É interessante ressaltar que o ponto de partida de um modelo para ciências 
sociais ou para as ciências exatas tem a teoria como elemento fomentador do 
9 
desenvolvimento da pesquisa. Ou seja, a formulação de uma explicação que 
precisa ser demonstrada com argumentos científicos. 
 
Verbete 
Fomentador é o que fomenta, promove ou causa. 
fim do verbete 
 
O processo, que possui várias fases, finaliza com a conclusão que pode ser o 
entendimento de todo o problema, ou mesmo o aperfeiçoamento de uma teoria. 
A partir daí, se necessário, o ciclo recomeça com os parâmetros encontrados 
alimentando novas investigações. 
 
Então podemos dizer que a pesquisa com cunho científico engloba elementos 
fundamentais para o desenvolvimento de muitas descobertas e informações 
que indicam através do método específico soluções para as necessidades e 
avanço da ciência e da sociedade. 
 
Segundo Oliveira (2002), “a pesquisa, tanto para efeito científico como 
profissional, e também para desenvolvimento, envolve a abertura de horizontes 
e a apresentação de diretrizes fundamentais, que podem contribuir para o 
crescimento do conhecimento”. 
 
A pesquisa também precisa medir os graus de variação dos resultados e isso é 
realizado através da precisão. A precisão como conceito está relacionada à 
dispersão entre medidas repetidas sob as mesmas condições, ou seja, indica o 
quanto as medidas repetidas estão próximas umas das outras. 
 
É importante ressaltar a necessidade de precisão nos processos que envolvem 
a pesquisa, pois faz parte da credibilidade científica do estudo. “Os 
pesquisadores necessitam de métodos e procedimentos precisos, 
planejamento eficaz, critérios e instrumentos adequados que passem confiança 
e credibilidade, tanto aos envolvidos quanto no resultado do trabalho” 
(MENEZES e VILLELA, 2004). 
 
10 
Dessa forma, podemos entender a pesquisa como uma fonte produtora de 
inovação e aperfeiçoamento. A pesquisa viabiliza inclusive crescimento em 
diversos setores como econômico, social, entre outros. Ela também serve para 
aumentar a produtividade e competitividade, explorar o desconhecido, entender 
os sistemas, etc. Atualmente, vivemos na sociedade da informação e apesquisa é vista como fonte geradora de riquezas num mundo globalizado e 
muito competitivo. 
 
 
1.3 – Planejamento e elaboração da pesquisa 
Uma pesquisa precisa ser planejada já prevendo todas as fases para completo 
aproveitamento e controle em sua execução. Quando elaboramos uma 
pesquisa precisamos esclarecer alguns pontos no documento de projeto dessa 
pesquisa. Esses pontos incluem a natureza, a abrangência e a precisão da 
pesquisa, além de apontar possíveis desdobramentos. Explicando de uma 
forma mais objetiva, não existe um modelo único de itens para a pesquisa, na 
verdade existem elementos estruturais que podem ser decompostos em outros 
elementos ou itens. 
 
Na seção anterior vimos os 6 passos estruturais de um projeto de pesquisa e 
agora vamos desdobrar esses passos em etapas mais específicas para um 
correto planejamento com base em autores importantes da área como Lakatos 
e Marconi (2003) e Cervo e Bervian (2002). A pesquisa pode, portanto, ser 
entendida como um processo que envolve as etapas: 
 
 
1. Preparação da pesquisa; 
 
2. Escolha do tema; 
11 
 
3. Levantamento de informações e estudos; 
 
4. Formulação do problema; 
 
5. Definição dos objetivos; 
 
6. Construção de hipóteses e a indicação de variáveis; 
 
7. Metodologia; 
 
8. Coleta e análise dos dados; 
 
9. Interpretação e discussão de dados; 
 
 
10. Considerações finais; 
 
11. Redação e apresentação da pesquisa. 
Figura 4.2: Resumo do processo de pesquisa, desde o planejamento até a 
apresentação 
 
12 
 
1.3.1 – Preparação da pesquisa 
Esta fase da pesquisa é de suma importância para o seu desenvolvimento, pois 
funciona como uma preparação para as necessidades que estarão por vir. É 
nessa fase que o pesquisador, geralmente, identifica com clareza uma lacuna 
de conhecimento sobre determinado assunto e toma a decisão de buscar 
respostas. O pesquisador também avalia inicialmente o potencial do assunto e 
sua acessibilidade para o alcance das respostas. Com algumas dessas 
informações, o pesquisador já poderá prever a necessidade de tempo, 
dedicação e esforço exigidos para a realização do trabalho. 
 
O pesquisador costuma identificar os passos da realização da pesquisa de 
forma lógica e estruturada, prevendo também possíveis obstáculos e 
dificuldades. A partir dessas informações e de um plano sistemático, o 
pesquisador já pode presumir a quantidade de recursos materiais, humanos e 
de tempo. 
 
Com relação a recursos materiais, identificamos a preocupação com a previsão 
de gastos. Dessa forma, o pesquisador busca meios financeiros como um 
possível patrocínio ou alguma fonte em potencial. O controle desses recursos 
durante a realização da pesquisa é de suma importância para o andamento, e 
indispensável para o caso de prestação de contas. Os recursos humanos são 
determinados conforme a abrangência da pesquisa. Recrutar e treinar a futura 
equipe são atividades muito importantes na realização da pesquisa, 
principalmente com utilização de equipamentos ou softwares que serão 
necessários ao longo da investigação. Já o tempo está associado ao esboço de 
um cronograma contendo as atividades distribuídas numa previsão de tempo 
clara e realista. 
 
1.3.2 – Escolha do tema 
A escolha do tema é um momento decisivo e ao mesmo tempo preocupante 
para o pesquisador. Se o escopo da pesquisa não foi bem definido, existe o 
risco de ser amplo demais, sem que haja tempo hábil para sua plena 
investigação, ou o contrário, demasiadamente limitado, e portanto, de pouca 
13 
relevância. Contudo, existem algumas diretrizes para a orientação quanto a 
escolha do tema. 
 
É interessante observar que a definição do tema deverá ser orientada por 
fatores intelectuais e também por perspectivas intuitivas É importante avaliar: 
1. a sua familiaridade com a área de estudo; 
2. a adequação da pesquisa às suas aspirações profissionais; e 
3. o seu conhecimento sobre estudos que já foram realizados para identificar 
possíveis desdobramentos e caminhos a percorrer. 
Não é uma tarefa das mais fáceis, porém essa decisão pode ser delineada de 
forma a construir um caminho que você tenha visão do objetivo a ser 
alcançado. 
 
Para Lakatos e Marconi (2003), Silva (2008) e Gil (2006) escolher o tema deve 
ter alguns critérios como: 
 
a) selecionar um assunto de acordo com as possibilidades, as habilidades e as 
tendências que condizem com o pesquisador e sua trajetória científica; 
b) encontrar um assunto que mereça ser investigado cientificamente e também 
que tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa; 
c) obter conhecimento prévio de autores proeminentes da área, material 
bibliográfico informações de fontes confiáveis; 
d) mensurar a quantidade de tempo e de recursos necessários para a 
realização da pesquisa; 
e) buscar um profissional experiente na área que tenha disponibilidade para 
orientá-lo na sua pesquisa; 
f) avaliar a relevância da pesquisa no que diz respeito a contribuição para a 
área de estudo e possibilidade de desenvolvimento para trabalhos futuros. 
 
Podemos notar através dos critérios adotados pelos autores, que a delimitação 
do tema deve ser um momento de profunda reflexão por parte do pesquisador 
para a decisão mais acertada. É importante ressaltar que não basta o assunto 
ser interessante e conveniente. O pesquisador precisa se adequar ao tema e 
buscar um aprimoramento do conhecimento da área para a tomada de decisão 
14 
ser consistente. Geralmente, o papel do orientador ajuda nessa condução, pois 
já possui experiências com pesquisa científica. Então, informe-se muito, antes 
da escolha do tema! 
 
1.3.3 – Levantamento de informações e estudos 
Nessa fase, o objetivo é levantar os dados e as informações pertinentes ao 
tema eleito. Segundo Lakatos e Marconi (2003), “podem ser utilizados três 
procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e contatos 
diretos”. 
 
A pesquisa documental trata do estudo de documentos com relevância 
científica e são de fontes confiáveis. Esses documentos podem ser relatórios 
técnicos, fotografias, mapas, tabelas estatísticas, projetos de leis, documentos 
arquivados em repartições públicas, hospitais, entre tantos. Esses documentos 
podem oferecer tanto uma visão da trajetória histórica quando um panorama 
atual do tema a ser estudado. 
 
A pesquisa bibliográfica se refere à literatura científica, os autores e seus 
trabalhos publicados sobre o tema. O ideal é procurar os trabalhos mais 
relevantes da área publicados recentemente, preferencialmente nos últimos 
dez anos, para construir ao que é chamado “estado da arte”. A pesquisa 
bibliográfica também é uma forma de validar o estudo do pesquisador, pois 
demonstra que o mesmo investigou todas as questões expressivas dos autores 
especialistas, e também uma forma de duplicar estudos. Você já aprendeu 
sobre pesquisa bibliográfica na Aula 1, lembra? 
 
VERBETE 
Estado da arte – Esta expressão é usada para designar o que há de mais 
recente e moderno em termos de técnicas, tecnologia, conhecimento. 
FIM VERBETE 
 
O terceiro procedimento mencionado anteriormente é o contato direto, que 
pode ser realizado por meio de uma entrevista ou de uma visita a um local 
15 
pertinente ao tema. O ambiente do laboratório também é um possível contato 
direto para o levantamento das informações. 
 
1.3.4 – Formulação do problema 
É nesta fase que são definidos os parâmetros da investigação e também são 
verificadas as possibilidades de solução. Geralmente o problema é escrito em 
forma de uma perguntapara ser respondida na conclusão da pesquisa. Ao 
delimitar o problema, devemos levar em conta as informações que foram 
levantadas sobre assunto a fim de identificar, com precisão, as questões que 
ainda não foram resolvidas. A formulação do problema “pode ser uma 
oportunidade percebida pelo aluno sobre uma temática a ser pesquisada” 
(SILVA, 2008). 
 
Podemos entender que a formação do problema determina o foco da pesquisa 
e não sendo necessariamente uma barreira para o desenvolvimento da 
mesma. E se for necessário um retorno a delimitação do tema para alcance 
dos resultados da pesquisa. 
 
Os autores da área sempre recomendam pensar na importância do problema e 
identificar a contribuição da resposta para o meio científico. 
 
Conforme Lakatos e Marconi (2003), o problema, antes de ser considerado 
adequado ou definido, deve ser analisado sob os seguintes aspectos: 
 
16 
 
Figura 4.4: Aspectos que devemos considerar ao formular o problema. 
Autor: Bruna Canabrava 
 
Podemos utilizar um exemplo simples para esta fase, sabendo-se que houve 
todo um trabalho reflexivo crítico anterior. Inicie selecionando o assunto, após 
escolha o tema e então formule o problema: 
 
Tabela 4.1: Estrutura da pesquisa: definição de assunto, tema e problema 
Assunto Engenharia de Produção 
Tema 
 
Controle de qualidade dos processos produtivos 
Problema Qual é a relação das variáveis detectadas nos processos 
produtivos de carros e nos processos produtivos de aviões? 
 
A formulação do problema pode produzir mais questionamentos sobre o estudo 
e isso costuma ser construtivo para o desenrolar da pesquisa e suas direções. 
 
1.3.5 – Definição dos objetivos 
A definição dos objetivos da pesquisa estabelece metas e resultados a serem 
alcançados. Os objetivos devem ser antes de tudo claros, precisos, adequados 
17 
e compreensíveis. Os objetivos definem o propósito de uma pesquisa científica. 
Eles também norteiam a escolha dos procedimentos usados na investigação. 
 
Segundo Silva (2008), “do ponto de vista técnico, o objetivo deve sempre iniciar 
no infinitivo, representando a ação que se quer atingir e concluir com o projeto, 
como: compreender, constatar, analisar, desenvolver, capacitar, entre outros”. 
 
Podemos diferenciar dois tipos de objetivos em uma pesquisa: objetivo geral e 
objetivos específicos. O objetivo geral oferece uma perspectiva ampla sobre o 
que se quer atingir com a pesquisa. Enquanto os objetivos específicos são 
subdivisões que, ao serem somadas, garantem a integridade do objetivo geral. 
Eles são etapas intermediárias e essenciais para se atingir o objetivo geral. 
Apenas quando todos os objetivos intermediários são atingidos que o objetivo 
geral pode ser alcançado. 
 
Os dois tipos de objetivos devem ser escritos com verbos no infinitivo. Por 
exemplo: 
Tabela 4.2: Estrutura da pesquisa: definição dos objetivos geral e específicos 
objetivo geral 
 
Identificar o melhor controle de estoque de uma empresa. 
objetivos 
específicos 
 Descrever os tipos de controle conhecidos, 
 Comparar os tipos de controle de estoque, 
 Associar os tipos ao contexto do ambiente do setor 
estudado 
 
1.3.6 – Construção de hipóteses e indicação de variáveis 
Segundo Lakatos e Marconi (2003), a hipótese “é uma suposição que antecede 
a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória: 
deve ser testada para determinar sua validade”. A hipótese é sempre uma 
afirmação, uma resposta temporária ao problema da pesquisa. Ela pode ser 
entendida como um exercício de método indutivo ou dedutivo, pois partimos de 
um conhecimento prévio e usamos a lógica para prever um resultado esperado. 
Com o desenrolar da pesquisa, a hipótese deve ser confirmada ou rejeitada, 
18 
com base nos dados coletados. É esta fundamentação teórica que guiará a 
formulação de hipóteses admissíveis e consistentes com o problema a ser 
investigado. 
 
Não há obrigatoriedade de formulação de hipóteses em pesquisas 
descritivas, pois não há interferência do pesquisador, já que ele deverá 
apenas descobrir a frequência com que o fenômeno acontece ou como se 
estrutura e funciona um sistema, método, processo ou realidade operacional. 
Nos outros tipos de pesquisas exige-se maior investimento em teorização e 
reflexão. Vamos conhecer mais sobre os tipos de pesquisas na próxima aula. 
 
verbete 
Pesquisa descritiva A finalidade de uma pesquisa descritiva é observar, 
registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos, sem, contudo, entrar 
no mérito dos conteúdos. 
fim de verbete 
 
Vamos retomar o exemplo da formulação do problema apresentado 
anteriormente: 
 
Tabela 4.3: A estrutura da pesquisa agora já inclui a hipótese, que será 
confirmada ou rejeitada após a análise dos dados coletados. 
Assunto Engenharia de Produção 
Tema 
 
Controle de qualidade dos processos produtivos 
Problema Qual é a relação das variáveis detectadas nos processos 
produtivos de carros e nos processos produtivos de aviões? 
Hipótese Não há relação, pois os sistemas produtivos dos carros e dos 
aviões diferem em sua maior parte. 
 
A partir do problema e da hipótese podemos identificar as variáveis que 
influenciam o objeto de estudo. Conforme Lakatos e Marconi (2003), as 
variáveis podem ser independentes (quando influencia ou afeta outra variável; 
é o fator determinante) e dependentes (quando são influenciadas ou afetadas 
19 
por uma variável independente; é o fator determinado por outro). Por exemplo, 
você está interessado em saber como o estresse afeta a frequência cardíaca 
em humanos. Sua variável independente seria o estresse e a variável 
dependente seria a freqüência cardíaca. Você pode manipular diretamente os 
níveis de estresse em seus seres humanos e medir as mudanças na frequência 
cardíaca (http://www.ncsu.edu/labwrite/po/independentvar.htm). 
 
Todas as variáveis do estudo devem ser identificadas, consideradas e 
controladas para validar o resultado da pesquisa. 
 
verbete 
variável independente: influencia ou afeta outra variável; é o fator 
determinante 
fim de verbete 
 
verbete 
variável dependente: influenciada ou afetada por uma variável independente; 
é o fator determinado por outro 
fim de verbete 
 
1.3.7 – Metodologia 
Os procedimentos metodológicos devem ser definidos em qualquer pesquisa 
científica, pois eles demonstram a construção do trabalho científico e as fontes 
que contribuíram para o desenvolvimento da pesquisa. 
 
“Assim, o pesquisador deve citar e explicar os tipos de pesquisa que o estudo 
trata, justificando cada item de classificação e a relação com o tema e objetivos 
da pesquisa” (SILVA, 2008). Entendemos então que toda a forma de buscar 
informação, a fonte, o meio e a organização dos dados devem ser relatados 
como processo metodológico. A escolha por um determinado método de 
pesquisa deve estar justificada no trabalho de acordo com o problema e os 
objetivos estabelecidos. 
 
20 
Segundo Lakatos e Marconi (2003), “nas investigações, em geral, nunca se 
utiliza apenas um método ou uma técnica, e nem somente aqueles que se 
conhece, mas todos os que forem necessários ou apropriados para 
determinado caso”. E eles ainda acrescentam uma situação muito comum nas 
pesquisas científicas relacionadas a engenharia: “na maioria das vezes, há 
uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente” 
(LAKATOS; MARCONI; 2003). 
 
1.3.8 – Coleta e análise dos dados 
A coleta deve ser feita de modo meticuloso e consistente para que haja certeza 
da completude dos dados dentro do escopodefinido na formulação do 
problema Já falamos sobre a importância de prever os recursos necessários no 
planejamento inicial da pesquisa, e esta é a etapa onde ocorre a maior parte 
dos imprevistos. Para evitar problemas de atraso na entrega de resultados ou 
estouro do orçamento é recomendável sempre alocar recursos extras para esta 
etapa. 
 
Nessa fase os métodos, e técnicas são implementados de forma sistematizada 
e coordenada. É uma fase muito importante, principalmente com o cuidado na 
manipulação dos dados brutos (sem tratamento e organização). Dependendo 
da área e tema da pesquisa, há necessidade do pesquisador ou a equipe 
passar por um treinamento para estarem seguros nas atividades da coleta. O 
rigor científico na coleta se justifica para que não haja distorções e nem 
insuficiência de dados. 
 
As formas da coleta devem ser apresentadas no trabalho e especificar seus 
objetivos. As técnicas mais comuns de coleta são: levantamento bibliográfico, 
observação, análise documental, entrevistas, questionários, tabelas, entre 
outros procedimentos. Faz-se necessária também a especificação da 
conformidade dos dados quanto a população e amostra da pesquisa. 
 
Após a coleta de dados, é necessária análise dos mesmos. Dependendo da 
pesquisa, as análises dos dados podem ocorrer de forma simultânea para que 
o pesquisador possa observar o desenvolvimento da atividade e verificar sua 
21 
direção. Em muitas pesquisas, a análise estatística é imprescindível para o 
prosseguimento da pesquisa. Inclusive, na engenharia a análise estatística é 
pertinente a muitas áreas e tipos de pesquisas.. 
 
Para analisar os dados, Lakatos e Marconi (2003), recomenda uma elaboração 
prévia dos dados através da seleção desses dados (verificação crítica; um filtro 
pertinente ao assunto), a codificação (agrupamento dos dados e criação de 
códigos para os mesmos) e a tabulação (organização dos dados em tabelas). 
 
1.3.9 – Interpretação e discussão de dados 
Com os resultados organizados em mãos, o pesquisador pode analisar as 
informações encontradas e identificar correlações que ajudem a encontrar 
soluções para o problema da pesquisa. É nessa fase também que 
identificamos os resultados mais relevantes e discutimos as suas possíveis 
causas ou seus efeitos. 
 
A análise dos resultados pode dispor de ser apresentada em forma de tabelas, 
gráficos, e figuras, entre outros, para evidenciar a relação dos dados e suas 
indicações. 
 
Em geral, através da discussão, interpreta-se os resultados, avalia-se seu 
verdadeiro significado, em relação aos objetivos propostos no estudo e 
examina-se as inferências que podem ter ocorrido. A discussão geralmente 
parte de pontos específicos e chega à perspectiva geral. 
 
A discussão dos resultados pode também indicar novos caminhos para os 
próximos estudos, ou novas áreas de conhecimento a serem exploradasNa 
discussão de resultados é necessário tratar das implicações teóricas, assim 
como as possíveis aplicações. 
 
É interessante também comparar também os resultados obtidos com os 
resultados de trabalhos já publicados. Portanto, através da discussão dos 
resultados podemos chegar a uma proposição e assim passamos paras 
considerações finais. 
22 
 
1.3.10 – Considerações finais 
Neste momento, escrevemos uma síntese da análise realizada. Observamos 
se os objetivos foram alcançados e se as hipóteses foram confirmadas ou 
rejeitadas. Nas considerações finais relatamos os questionamentos ou 
aspectos não respondidos indicando uma futura continuação do estudo para 
atingir essas metas. Por último, resgatamos as contribuições que o estudo 
trouxe confirmando assim a relevância do tema que havia sido estabelecida no 
início da pesquisa. 
 
Uma observação importante é nessa fase não aparecem novos assuntos e 
conceitos. Podemos dizer que é um balanço final da pesquisa, incluindo 
acertos, erros e caminhos futuros. 
 
1.3.11 – Redação e apresentação da pesquisa 
Em geral, a pesquisa gera um relatório que deve seguir algumas regras. A 
redação deve ter uma linguagem simples, clara e objetiva ao longo de todas as 
fases da pesquisa. O texto é formal, chamado também de técnico-científico, e 
deve ser organizado. O texto deve evidenciar coerência em suas informações. 
 
O relatório deve seguir os modelos sugeridos pela instituição em que a 
pesquisa está sendo desenvolvida e apresentar uma estrutura organizada e 
clara para apresentação do estudo. “Esta última etapa da pesquisa não é 
elaborada no término do estudo ou possui uma sequência de outras etapas, 
mas é uma preocupação geral que o pesquisador precisa ter quando da 
produção científica” (SILVA, 2008). 
 
Vale a pena salientar que uma boa apresentação ressalta os resultados, a 
importância da pesquisa e reflete, geralmente, cuidados com o planejamento 
das fases e dos procedimentos técnico-científicos. 
 
Veremos mais sobre apresentação de textos técnico-científicos nas aulas 6 e 7 
em que estudaremos inclusive as normas da ABNT. 
 
23 
Verbete 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
É o órgão responsável pela criação de regras técnicas no Brasil visando melhor 
comunicação e segurança nos processos e produtos produzidos no país. 
fim do verbete 
 
 
Conclusão 
A pesquisa científica tem como objetivo testar uma hipótese através de 
métodos científicos. E com o avanço das descobertas, a pesquisa científica 
forneceu informações importantes para o desenvolvimento da tecnologia. A 
fusão dessas duas vertentes fica clara na prática de um engenheiro. Mas um 
pesquisador pode planejar uma pesquisa em qualquer área, só precisa 
estabelecer as fases elementares e seus respectivos propósitos. Você, futuro 
engenheiro, comece agora a investigar o cotidiano de um engenheiro de 
produção e tente visualizar a prática da pesquisa científica nessa profissão! 
 
Resumo 
Na aula 4, vimos que a inspiração para uma investigação pode vir de eventos 
do cotidiano, mas que a investigação em si deve seguir critérios bem definidos 
para ser validada como conhecimento científico. A pesquisa se refere ao 
estudo de dados e fatos, em busca de conhecimento e que tecnologia é a 
aplicação deste conhecimento em soluções práticas: novos processos ou 
produtos. Por último, analisamos as etapas da pesquisa científica: desde a 
definição do problema até as considerações finais, ressaltando os pontos a 
serem considerados a cada etapa e os cuidados a serem tomados para 
garantir a integridade dos resultados. 
 
Informações sobre a próxima aula 
Na Aula 5, você conhecerá a classificação dos diferentes tipos de pesquisa e 
suas características. Você também aprenderá como usá-las no exercício da 
engenharia. Até lá! 
 
 
24 
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