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CCJ0019-WL-C-LC-Hermenêutica Constitucional - Bernardo Campinho

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DIREITO CONSTITUCIONAL I
PROFESSOR: BERNARDO CAMPINHO
AULA: HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Como qualquer norma jurídica, a Constituição pode ser interpretada, a partir de certos métodos e princípios, visando a aplicação de suas normas em situações concretas.
Isto se torna significativo quando se considera que a Constituição é fundamento de validade para todas as normas e atos infraconstitucionais.
O processo interpretativo abrange não só o texto da norma em si, mas a história e a realidade social, política, cultural e econômica de um determinado Estado.
Canotilho: a Constituição de um Estado é um sistema aberto de regras e princípios (ambos são normas jurídicas).
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Critérios para diferenciação de princípios e regras:
1) Grau de abstração: os princípios são normas com um grau de abstração relativamente elevado; por sua vez, as regras possuem uma menor abstração . 
2) Grau de determinabilidade na aplicação do caso concreto: princípios por serem vagos carecem de mediações concretizadoras (do juiz, do legislador), enquanto as regras são suscetíveis de aplicação direta.
3) Princípios são fundamentos de regras, estão na base ou constituem a razão de regras jurídicas
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
4) Conteúdo: princípios veiculam decisões políticas fundamentais, valores ou fins públicos, enquanto as regras são comandos objetivos, prescrições que expressam diretamente um preceito, uma proibição, uma permissão, são concretizações dos princípios.
5) Estrutura normativa: princípios – estados ideiais a serem buscados; mandados de otimização; normas finalísticas. Regras – normas descritivas de comportamentos.
6) Modo de aplicação: regras se aplicam na modalidade do tudo ou nada; ocorrendo o fato previsto ela deverá incidir, produzindo o efeito previsto; subsunção; mandado ou comando definitivo. Princípios são aplicados de acordo com a dimensão de peso que assume em situação específica. Mandados de otimização. Ponderação.
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Hermenêutica jurídica é o domínio teórico, especulativo, voltado para a identificação, desenvolvimento e sistematização de princípios de interpretação e aplicação do Direito.
Interpretação jurídica: atividade de revelar ou atribuir sentido a textos ou outros elementos normativos, notadamente a fim de solucionar problemas. A aplicação de uma norma jurídica é o momento final do processo interpretativo, sua incidência sobre os fatos relevantes.
A interpretação constitucional é uma modalidade de interpretação jurídica, mas, ao mesmo tempo, compreende conjunto de particularidades que a singularizam:
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Normas constitucionais desfrutam de superioridade jurídica em relação às demais normas do sistema, ditando o modo de produção e estabelecendo o conteúdo das normas infraconstitucionais
As normas constitucionais se apresentam, com frequência, com a textura aberta e a vagueza dos princípios e dos conceitos jurídicos indeterminados, o que permite a comunicação com a realidade e a evolução do seu sentido.
Caráter político das normas constitucionais e o objeto da Constituição: i) organização do poder político; ii) definição e garantia dos direitos fundamentais
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Métodos de interpretação jurídica aplicados à interpretação constitucional:
Interpretação gramatical, literal ou semântica: funda-se nos conceitos contidos na norma e nas possibilidades semânticas das palavras que integram seu relato, seja como ponto de partida, seja como limite máximo.
Interpretação sistemática: unidade e harmonia do sistema constitucional. Enquanto as incompatibilidades entre as normas infraconstitucionais são solucionadas pelos critérios tradicionais (cronológico, hierárquico e de espescialização), no caso da Constituição deve se buscar a análise a partir do todo, do conjunto das normas constitucionais.
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
3) Interpretação histórica: análise do processo legislativo que levou à elaboração da norma. Tem um caráter secundário, mas pode assumir relevância quando se pretende dar a uma norma sentido diverso daquele que foi pensado quando da sua elaboração.
4) Interpretação teleológica: busca da finalidade da norma constitucional.
Métodos específicos de interpretação constitucional:
a) Tópico-problemático: parte-se de um caso concreto para a norma, atribuindo-se à Constituição um caráter prático na busca da solução dos problemas concretizados
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
b) Hemenêutico-concretizador: parte da Constituição para o problema, destacando os seguintes pressupostos interpretativos: i) pré-compreensões do intérprete; ii) intérprete atua como mediador entre a norma e a situação concreta, tendo ao fundo a realidade social; c) movimento de ir e vir (círculo hermenêutico) do primeiro elemento para o segundo até que o intérprete atinja a sua compreensão da norma.
c) Científico-espiritual: a análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto da Constituição
d) Normativo-estruturante: a norma é o ponto de partida, o seu relato deve ser analisado à luz da concretização da norma na realidade social, feita não só pelo legislador, mas pela administração, pelo judiciário, pelo governo, pelos cidadãos, etc.
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Princípios de interpretação constitucional:
Supremacia da Constituição: posição hierárquica sobre as demais normas do sistema. Constituição prevalece sobre o processo político majoritário.
Presunção de constitucionalidade das leis e atos normativos: autolimitação da atuação judicial. Norma é presumida constitucional até que se argumente e se prove o contrário: sua inconstitucionalidade. Enquanto não for declarada inconstitucional, norma é considerada válida e deve ser aplicada. Inconstitucionalidade não se presume, há de ser manifesta.
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
3) Princípio da interpretação conforme a Constitituição: diante do caráter polissêmico das normas constitucionais, trata-se de preservar certas normas suspeitas de inconstitucionalidade, assim como de atribuição de sentido às normas infraconstitucionais, da forma que melhor realizem os mandamentos constitucionais. Critérios: i) deve-se preferir interpretação não contrária à Constituição; ii) deve-se evitar a não-continuidade da aplicação da norma; iii) não se pode contrariar o texto literal e o sentido da norma para obter a sua concordância com a Constituição; iv) se não for possível preservar a norma, deve se declarar a sua inconstitucionalidade; v) não se pode obter regra nova e distinta daquela objetivada pelo legislador
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
4) Princípio da unidade da Constituição: especificação da interpretação sistemática, impondo ao intérprete o dever de harmonizar as tensões e contradições entre normas jurídicas.
5) Princípio da proporcionalidade: decorre das exigências de justiça e se divide em três subprincípios, sendo um critério para a ponderação entre princípios constitucionais em conflito no caso concreto, buscando melhor realizar o fim constitucional:
a) Necessidade ou exigibilidade: adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não houver outra menos gravosa para substituí-la
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HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
b) Adequação: meio escolhido deve atingir o fim procurado
c) Proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Máxima efetividade e mínima restrição.
6) Princípio da MÁXIMA EFETIVIDADE – priorizar a produção dos efeitos da Constituição diante da realidade social, ex: art. 37, CF – direito de greve dos funcionários públicos. Recentemente o STF decidiu sobre a matéria, reconhecendo que o direitonão pode ser sonegado diante da omissão legislativa, prevendo a aplicação do direito de greve dos funcionários utilizando as regras do direito de greve no âmbito privado.
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CADERNO – aula 2
Caso 1 - Tema: Classificação das Constituições
Durante quase dois séculos, ainda que afirmasse a igualdade entre os diversos grupos étnicos, a Suprema Corte dos EUA interpretou a Constituição norte-americana no sentido de admitir políticas discriminatórias. Sob a chancela do Tribunal, tornou-se juridicamente admissível, por exemplo, a criação de estabelecimentos de ensino que não admitiam o ingresso de afro-descendentes. Finalmente, na década de sessenta, após intensas mobilizações sociais, a Suprema Corte declarou inconstitucional qualquer espécie de segregação étnica, sem que tivesse ocorrido qualquer alteração no texto constitucional, enunciando o fenômeno da mutação constitucional. Diante do modelo constitucional brasileiro, seria possível a ocorrência de tal fenômeno na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal?
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CADERNO – aula 3
Caso 1 – Tema: Aplicabilidades das normas constitucionais
Numa audiência no Juizado Especial Cível, em cujo processo o autor pleiteava uma indenização por danos morais no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), o advogado da empresa demandada, com amparo no art. 133 da Constituição da República, pleiteou a extinção do processo sem apreciação de mérito (CPC, art. 267, IV), sob o fundamento de que o advogado é essencial à administração da justiça. O autor, mesmo não tendo formação jurídica, ofereceu defesa alegando que a Lei n.º 9.099/95 lhe garantia a possibilidade de postular em juízo sem assistência de defensor técnico. Diante de tal hipótese, considerando a aplicabilidade do art. 133, CRFB, seria correto afirmar que a Lei n.º 9.099/95 padece de vício de inconstitucionalidade?
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CADERNO – aula 4
Caso 1- Tema: Interpretação Constitucional
Ronaldo, militar do exército, estava matriculado no Curso de Direito numa Universidade Particular de Pernambuco, quando foi transferido ex officio da Unidade sediada em Boa Viagem para a Unidade localizada no Município do Rio de Janeiro. Por conta do seu deslocamento e da necessidade de dar continuidade aos estudos na Cidade do Rio de Janeiro, o militar solicitou à Sub-reitoria de Graduação da UERJ, transferência do curso de Direito da referida Universidade Particular para o mesmo curso na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com base na Lei n° 9.536/97. O pedido do militar foi indeferido pela Sub-reitora da UERJ, com fulcro no ato normativo interno desta Universidade (Deliberação n° 28/2000), o qual regula esta matéria, uma vez que a Universidade de origem do militar era uma instituição de ensino superior particular. O militar impetra mandado de segurança alegando, em sua defesa, os seguintes argumentos:
I - que o seu direito está amparado pelo parágrafo único do artigo 49 da Lei Federal n° 9536/97 – dispositivo este que regulamenta o parágrafo único da Lei Federal n° 9.394/96 (estabelece as diretrizes e bases da educação nacional);
II - que a norma restritiva do art. 99 da Lei 8.112/90 (entidades congêneres) não se aplica aos militares;
III - que o ato normativo n° 28/2000, no qual o sub-reitor se baseou para indeferir o pedido de transferência, “tem vício de ilegalidade a negativa de matrícula”, pois contraria o conteúdo da Lei nº 9536/97, uma vez que a Lei federal não exige o caráter congênere entre instituições de ensino;
Diante da situação acima descrita, questiona-se: qual a interpretação constitucional mais adequada para a solução deste conflito?
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CADERNO – aula 5
Caso 1- Tema: Princípio da razoabilidade
O Estado do Tocantins publicou edital no Diário Oficial do Estado de concurso público para o preenchimento de vagas para o cargo de policial. Uma das provas é a realização de testes físicos e um dos testes exige que os candidatos façam a seguinte atividade: “Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de braços, deitado em decúbito ventral, em um maior número de repetições dentro de suas possibilidade, no período de um minuto, obedecendo à tabela de pontuação abaixo: ...”. Em função da redação incoerente do texto desse teste, o Estado publicou uma errata do edital no mesmo órgão oficial de imprensa, duas semanas antes de iniciarem as provas, com a seguinte redação: “Flexões abdominais: consiste em o candidato executar exercícios abdominais, por flexão de tronco, em decúbito dorsal em um maior número de repetições tocando os cotovelos nos joelhos ou coxas, no período de um minuto.” Como os candidatos já haviam se inscrito na prova no momento da percepção do equívoco da referida redação, muitos deles se consideraram surpreendidos, no dia da realização desse teste físico, pois não tomaram conhecimento da errata do edital. Alguns desses, que não conseguiram passar na prova de esforço físico, ingressaram com mandado de segurança com a alegação de que esse teste deve ser desconsiderado como critério de aprovação, pois foi incluído após as inscrições, apenas duas semanas antes do começo das provas e porque não foi publicado num jornal de grande circulação para que todos tivessem a chance de tomar conhecimento da modificação. Assim, alegam que houve ofensa ao princípio da razoabilidade. A quem assiste razão no caso? Dê os fundamentos jurídicos cabíveis (fundamentos normativos, jurisprudenciais e doutrinários).
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CADERNO – aula 6
Caso 1 – Tema: Cláusulas Pétreas ou Superconstitucionais
Tramita no Congresso Nacional proposta de Emenda Constitucional convocando uma nova Revisão Constitucional nos moldes do artigo 3º da ADCT. A referida proposta de Emenda Constitucional prevê a realização de Referendo para a entrada em vigor dos dispositivos alterados pela Assembléia Revisora. É legítima tal proposta?

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