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Teoria Keynesiana

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UNIVERSIDADE PAULISTA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÕES - ICSC
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
TRABALHO DE CURSO
TEORIA KEYNESIANA
John Maynard Keynes
“O Gênio de um artista rebelde”
Grupo
Obj100
Fernanda Silvia de Oliveira RA – A98695-2
Felipe Thiago Moreno RA – A4822G-9
Mariane Bruzon Debertis RA – A78637-6
André Luiz Nalin RA – A776GH-3
Marcio Ferreira Florencio RA – B079DC-1
Sumário
• Biografia de John Maynard Keynes................................................................4
• Economia Keynesiana – Aspectos mais Importantes.................................5
2 | P á g i n a
• Comparação com Economia Clássica......................................................6
• Relação com a Grande Depressão....................................................................8
• Incentivo ao Investimento...........................................................................10
• Objetivo da Associação Keynesiana......................................................12
• Teoria Keynesiana a Procura da Moeda 13
• Consequências Econômicas 20
• Conclusão 24
BIOGRAFIA
Nasceu em Cambidge a cinco de Junho de 1883, no seio de uma família da elite intelectual da 
época. O seu pai, Dr.John Neville Keynes, professor de economia política e lógica da Universidade 
de Cambridge, que também veio a ocupar um alto cargo administrativo na mesma instituição. A sua 
mãe, filha de um ministro e foi uma das primeiras mulheres a cursar nessa universidade.
Graças à sua inteligência e aos conhecimentos dos pais, foi aceite no Eton College, onde mostrou, 
entre outros, o seu talento para as matemáticas. De Eton passou para o King’s College da 
Universidade de Cambridge, onde obteve o seu diploma em 1905. Foi considerado o mais brilhante 
estudante de Alfred Marshall e A.C. Pigou, os dois mais notáveis economistas de Cambridge. 
Influenciado por Alfred Marshall o seu interesse pelas matemáticas diminuiu e pela política e 
economia aumentou.
3 | P á g i n a
Em 1906, ficou em segundo lugar num concurso de recrutamento dos Civis Servants (corpo de altos 
funcionários do império), apesar e ironicamente, de uma nota medíocre em ciências econômicas. 
Foi então colocado no Indian Office (Ministério dos Negócios das Índias), em Whitehall. Embora 
tivesse preferido ir para o Treasury Department, exerceu funções até 1908.
O tédio e a oportunidade proporcionada por uma reestruturação do departamento econômico de 
Cambridge levou-o à demissão do seu cargo e o regresso a Cambridge para ser professor até 1915. 
Fez parte do King’s College até ao fim da sua vida. Como jornalista, para além dos seus artigos em 
diversas publicações, foi diretor do Economic Jornal, em 1911, uma conceituada revista teórica de 
ciências econômicas. Foi também secretário da Royal Economic Society. Fruto da sua experiência 
no Indian Office publicou, em 1913, Indian Currency and Finance (A moeda e as Finanças nas 
Índias), no qual crítica entre outras coisas o sistema monetário internacional com o padrão ouro 
como base.
Em 1915, é-lhe por fim oferecido um lugar no Brites Treasury (Tesouro Britânico). Dada a sua 
importância, fez parte dos delegados britânicos à Conferência de Paz de Paris, em 1919, o que o 
levaria, no seu regresso a Inglaterra, a demitir-se do cargo que ocupava por discordar do acordo 
feito com a Alemanha. Neste acordo os países vencidos eram obrigados a pagar reparações de 
guerra, o que Keynes considerava vindicativo, imoral e impraticável. Este acordo iria na sua opinião 
criar gravíssimos problemas à economia alemã, o que provocaria o repúdio do mesmo por parte da
Alemanha e o consequente rearmamento de toda a Europa. A história vir-lhe-ia a dar razão. No 
Outono desse mesmo ano foi publicado The Economic Consequences of the Peace (As 
Consequências econômicas da Paz), um livro onde Keynes desenvolve as suas opiniões sobre o 
acordo alcançado e o tornou internacionalmente conhecido. As suas posições obrigaram ao seu 
afastamento dos círculos oficiais britânicos. 
Aspectos mais Importantes (Grandes Obras)
Voltou a Cambridge onde leccionou, administrou as finanças da universidade, "preocupado em 
adquirir a independência que a fortuna dá" enriqueceu a custa de especulação com divisas, militou 
no partido liberal, escreveu diversos artigos e livros entre os quais A Treatise on Probability 
(Tratado de Probabilidades), em 1921, Tract on Monetary Reforme (Ensaio sobre a Reforma 
Monetária), em 1923 e A Treatise on Money (Tratado sobre a Moeda), em 1930.
4 | P á g i n a
Em 1936 é publicada a sua mais importante obra teórica The General Theory of Employment, 
Interest and Money (A Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda), que veio a iniciar a 
chamada "Revolução Keynesiana".
Em 1937 sofre um severo ataque cardíaco. Ainda não totalmente recuperado regressa aos meios 
oficiais agora como um dos administradores do Banco de Inglaterra, sendo considerado por muitos 
como o "economista oficial da Grã-Bretanha".
Em 1942 recebe o título de Barão de Tilton. Durante a Segunda Grande Guerra John Maynard 
Keynes foi o principal arquiteto da política econômica da Grã-Bretanha, depois teve um importante 
papel como representante do Reino Unido na Conferência de Bretton Woods (Abril-Junho de 1944) 
onde viria a ser criado um novo sistema monetário internacional. Embora o Plano White, 
americano, se sobrepusesse ao Plano Keynes na conferência, as suas idéias tiveram uma 
importância relevante para novo sistema criado.
O seu último grande feito foi à negociação de um empréstimo dos Estados Unidos à Inglaterra de 
vários bilhões de dólares. Também a sua vida social e mundana foi muito ativa. Cambridge 
introduziu-o às elites dos círculos culturais. Esteve ligado ao Bloomsburry, grupo onde se reuniam 
escritores, pintores e intelectuais da época. Foi mecenas de vários eventos e foi decisiva a sua 
intervenção para a criação do Arts Council. Apesar da sua homossexualidade, casou em 1925 com 
Lydia Lopokova, uma bailarina do ballet Diaghilev. Morreu a 20 de Abril de 1946 vítima de um 
novo ataque cardíaco em Firle, Sussex, um condado inglês junto ao canal da Mancha. Baron John 
Maynard Keynes foi uma figura da economia do século XX; para além do seu papel ativo na 
economia mundial, as suas idéias influenciaram as políticas econômicas de muitos governos desde a 
Segunda Guerra Mundial até aos dias de hoje.
A Economia Keynesiana (keynesianismo) é uma teoria da despesa total da economia (designada por 
procura agregada) e dos seus efeitos na produção e na inflação. Em primeiro lugar, e quanto aos 
objetivos, tratava-se de dar primazia ao crescimento e ao pleno emprego, e não à estabilidade 
monetária e à competitividade externa.
Em segundo lugar, e quanto aos instrumentos, as politicas monetária e orçamental deveriam 
estimular a procura agregada (consumo e investimento à escala nacional) e o próprio investimento 
público teria um papel importante a desempenhar. Além do mais, poderiam justificar-se finanças 
5 | P á g i n a
públicas desequilibradas em curto prazo, para estímulo da atividade económica e maior capacidade 
de criação de empregos.
Em terceiro lugar, se o consumo era o grande estímulo e motor do crescimento, a redução das 
grandes desigualdades sociais aumentaria a propensão média ao consumo da população, e isso seria 
vantajoso do ponto de vista económico e também social.
O Estado assumia assim um papel ativo e decisivo na atividade económica mesmo em sistema 
capitalista. Não se tratava apenas de regular a conjunturado curto prazo, evitando ou minimizando 
ciclos de inflação ou desemprego, mas também, e principalmente, de assegurar um crescimento 
equilibrado da economia nacional.
Comparação com a Economia Clássica 
A economia clássica parte do pressuposto onde o mundo econômico é governado por ‘’leis 
naturais’’, onde deixando funcionar livremente produzirão sempre melhores resultados possíveis. 
Isso é fruto do racionalismo do século XVIII e XIX.
A economia clássica também parte de dois pressupostos importantes: o de que os preços e salários 
eram sempre flexíveis e o de que a moeda não era feita para poupança.com isso formava dois 
modelos centrais de economia clássica: a lei de mercado, de Say, segundo a qual a oferta cria sua 
própria procura; a teoria quantitativa da moeda, que, partindo da equação de trocas concluía que, 
sendo a velocidade da moeda constante, e dada uma determinada quantidade de moeda, a produção 
variava em relação inversa e proporcional aos preços.
Preço flexível permite a garantia do pleno emprego sem qualquer intervenção do governo. No 
momento em que uma queda momentânea na procura agregada levasse a redução da atividade 
econômica e ao desemprego, os salários seriam reduzidos, os preços das mercadorias produzidas 
com o respectivo trabalho cairiam, a procura aumentaria, a produção voltaria a aumentar, e o pleno 
emprego seria restabelecido.
A moeda para os clássicos era uma unidade de conta e um meio de troca. Os homens só mantinham 
em s poder para efetuar transações.
 Lei de Say
Jean Batiste Say foi o mais importante discípulo de Adam Smith. Quando a produção aumenta, ou 
seja, quando a oferta aumenta, a procura também aumenta. Em outras palavras, a oferta cria sua 
própria procura.
 Pleno Emprego
6 | P á g i n a
A expressão pleno emprego refere-se, em Economia, à utilização de todos os fatores disponíveis, 
a preços de equilíbrio. Uma economia em pleno emprego se encontra em equilíbrio. Em pleno 
emprego, a quantidade ofertada e demandada de qualquer bem (entre os quais se encontram os 
fatores de produção) é a mesma. No mercado de trabalho, por exemplo, onde a oferta de trabalho é 
definida a partir da disposição do empregado de receber certo salário, o pleno emprego significa que 
todos os trabalhadores que aceitem receber os salários de equilíbrio são empregados. A noção de 
pleno emprego é compatível com a existência de desemprego, já que a definição tradicional de 
desemprego é mais ampla, e inclui trabalhadores que só aceitam trabalhar por um salário mais alto 
que o de equilíbrio.
Os clássicos consideravam que todo o rendimento seria dispendido, uma parte em consumo e outra 
partem em investimento. Toda a poupança seria investida. Na teoria Clássica a taxa de juro era o 
mecanismo que garantia a igualdade entre a poupança e o investimento. As pessoas preferem 
consumir a poupar, pois só o consumo satisfaz as necessidades. Quanto maior for à taxa de juro, 
maior é a poupança e inversamente. Portanto, se as taxas de juros estiverem muito altas, não 
encontrarão investidores e devido à concorrência deverão descer, provocando por sua vez uma 
diminuição da poupança e um aumento do investimento, até se igualarem, restabelecendo assim o 
equilíbrio do pleno emprego.
Relação com a Grande Depressão
CAUSAS DA CRISE
A situação começou a mudar no final da década de 1920. A economia européia posteriormente se 
restabeleceu e passou a importar cada vez menos dos Estados Unidos. Reconstruídas, as nações 
européias diminuíram drasticamente a importação de produtos industrializados e agrícolas dos 
Estados Unidos.
Com a retração do consumo na Europa, as indústrias norte-americanas não tinham mais para quem 
vender. Havia mais mercadorias que consumidores, ou seja, a oferta era maior que a procura; 
consequentemente os preços caíram, a produção diminuiu e logo o desemprego aumentou. A queda 
dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultaram na queda 
das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa. Portanto, a crise de 1929 foi uma 
crise de superprodução.
Grande parte destas empresas possuía ações na Bolsa de Valores de Nova York e milhões de norte-
americanos tinham investimentos nestas ações.
 Em outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas, houve uma 
correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito foi devastador, pois as ações se 
desvalorizaram fortemente em poucos dias. Pessoas muito ricas passaram, da noite para o dia, para 
7 | P á g i n a
a classe pobre. O número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% 
dos trabalhadores. 
 A crise, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi à maior de toda a história dos Estados 
Unidos. Como nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA, 
a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.
 A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café 
brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os preços do café brasileiro 
caíram. Para que não houvesse uma desvalorização excessiva, o governo brasileiro comprou e 
queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do 
principal produto brasileiro da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia 
brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, 
alavancando a indústria brasileira
A “Mão Invisível” de Adam Smith começou a ser posta em questão, junto à teoria de Jean Baptiste-
Say, em que “a oferta cria a sua procura”.
Um ciclo vicioso começava:
- As produções excessivas, eram estocadas;
- Estocando, caem os preços dos produtos;
- Caindo o preço, ocorrem demissões;
- Com os desempregos, perde-se o poder de compra, e assim sucessivamente.
Muitos buscam então, vender as ações que possuem para se recuperarem, porém já era tarde: 12 
milhões de ações são postas à venda, sem nenhum comprador. Esse é o então chamado “Crash na 
Bolsa”.
8 | P á g i n a
 O QUE SÃO RECESSÕES E DEPRESSÕES?
São, basicamente, a mesma coisa. Em ambas, as pessoas compram menos, a produção industrial cai, 
o desemprego aumenta e a renda diminui e as ações perdem valor/enfraquecem.
De forma resumida, é quando a economia de um país deixa de crescer, e esses dados assim ficam 
por no mínimo, seis meses. Mantendo esse curso e a gravidade da economia, onde todos, inclusive 
nós mesmos sofremos as consequências, temos uma depressão.
O NewDeal: UMA PROPOSTA PARA AMENIZAR A CRISE
Nos anos 30, assume a presidência da república do EUA, Franklyn Delano Roosevelt. Sua principal 
realização no período da depressão é um plano econômico elaborado de conformidade com o 
economista britânico John Maynard Keynes, denominado New Deal (Novo Acordo), visando 
reduzir os efeitos da crise. Muitas das propostas do novo plano, expostas a seguir, são adotadas em 
várias potências afetadas:
• O Estado assume a responsabilidade de salvar a Nação, regulamentando a sua economia, o 
New Deal propõe, portanto, o intervencionismo, uma vez que a superprodução originária da crise 
também se deveu ao liberalismo excessivo do governo norte americano em sua economia; 
• Concessão, por parte do Estado, de empréstimos aos falidos, mediante emissões controladas;
• Redução da jornada de trabalho para dar oportunidade a mais pessoas de trabalharem, 
reduzindo o desemprego;
• Ampliação do salário do operariado para ampliar o mercado consumidor interno;
• Aumento dos benefíciosda Previdência Social, como a criação do seguro-desemprego;
• O Estado promove a geração de empregos públicos nos setores urbanos não produtivos 
(arborização das cidades, coleta de lixo, restauração de prédios e ruas, etc), uma vez que atividades 
como a industrial ou agrícola não devem absorver mão-de-obra em razão da superprodução. 
Estimula-se, assim, o consumo, em aumentar a produção;
• Ampliação da autonomia sindical e de sua capacidade de negociação;
Incentivo ao Investimento
Há muitos anos é notada, com alguma surpresa, a forte influência do pensamento de Keynes e seus 
seguidores sobre o pensamento econômico brasileiro. Mesmo nos tenebrosos anos 1980, quando, 
especialmente no mundo acadêmico norte-americano, emergiu com força tão intensa quanto efêmera 
a chamada escolas dos Novos Clássicos, a comunidade acadêmica de economia no Brasil continuou 
cultivando a herança de grandes economistas como, mas não apenas, Keynes, Kalecki e Schumpeter, 
apenas para citar uns poucos.
Não cabe aqui ir muito longe especulando sobre as razões da permanência deste interesse, que se 
renova com a mesma força a cada nova geração de estudantes. É possível que economistas brasileiros 
9 | P á g i n a
se sintam naturalmente atraídos por correntes de pensamento que enfatizam as incertezas que cercam 
o futuro, a instabilidade da vida econômica, e a importância do papel do Estado na escolha dos 
caminhos que esta sociedade deverá trilhar no futuro, em contraste com o mundo encantado da 
sucessão de equilíbrios paretianos concebido pela ortodoxia. É também possível que a força das 
heterodoxias, em especial a keynesiana, se deva à existência no país de uma massa crítica de 
instrutores e pesquisadores praticantes dessas tradições que supere a impressão de isolamento e o 
desânimo que novos ingressantes no mundo acadêmico interessados nestas tradições enfrentam em 
outros países. É possível ainda que a existência de uma comunidade ativa e produtiva de economistas 
keynesianos simplesmente impeça que grupos ortodoxos mais dogmáticos consigam controlar como 
gostariam a alocação de verbas de pesquisa, discriminando formas diversas de pensamento, como 
ocorre especialmente, mas não exclusivamente, nos Estados Unidos. Sem negar a aceitação do 
pluralismo acadêmico por vários economistas ortodoxos, é difícil negar que a preservação da 
liberdade de reflexão acadêmica do Brasil sempre dependeu muito mais da força dos praticantes de 
tradições independentes do que da abertura intelectual da ortodoxia.
Por isso mesmo, isto é, pelo fato de que a abertura da comunidade acadêmica brasileira a idéias que 
fujam ao conformismo estreito do chamado mainstream é garantida não apenas pela capacidade 
intelectual dos pesquisadores heterodoxos, mas também pela percepção de que o preço da liberdade é 
a eterna vigilância, é que se coloca a necessidade, mais do que apenas a oportunidade da criação da 
Associação Keynesiana Brasileira (AKB). Seguindo o caminho aberto por outras associações de 
natureza semelhante, uma associação como essa deve ter dois objetivos centrais: congregar os 
praticantes de uma mesma tradição teórica de modo a permitir o surgimento de parcerias e 
colaborações que reforçam o seu potencial criativo; dar às visões mais importantes alimentadas por 
essa tradição a força dos números, aumentando continuamente sua capacidade de influenciar 
opiniões, dentro e fora do mundo acadêmico.
Ambos os objetivos são da maior importância no momento presente. A produção bibliográfica em 
intensidade acima da média no país de autores keynesianos permitiu que suas idéias se 
disseminassem amplamente no país. Um fator de enorme importância para a divulgação não apenas 
do pensamento keynesiano, mas de outras correntes heterodoxas igualmente, foi a existência, nas 
últimas décadas, de um periódico científico cuja sólida reputação é reconhecida mesmo por 
economistas ortodoxos, a Revista de Economia Política. Por outro lado, a intensa produção de livros, 
de autoria individual ou coletiva, veiculando debates sobre aspectos e aplicações da teoria keynesiana 
também contribuiu para espalhar essas idéias pelo país. Um dos resultados deste esforço foi o 
aparecimento de muitos pesquisadores individuais ou a formação de numerosos grupos de pesquisa 
sobre temas keynesianos em todo o país. Por esta razão, assim se definiu uma primeira demanda de 
criação de uma associação: pela possibilidade, ou, mais, pela necessidade de congregar pesquisadores 
10 | P á g i n a
individuais e grupos de pesquisa espalhados pelo Brasil, permitindo que esses grupos não apenas 
recebam informações, mas, e com muito maior importância, possam contribuir para o debate e para o 
avanço dos programas de pesquisa keynesianos.
Já a segunda função consiste em dar uma identidade pública para o keynesianismo, especialmente 
como doutrina de política econômica. Não se quer minimizar aqui a existência de divergências 
teóricas entre correntes keynesianas, nem se sugerir, implicitamente, que exista uma interpretação 
keynesiana privilegiada, da qual as outras sejam tributárias. Mas, para além de divergências teóricas 
ou conceituais, existem de fato alguns pressupostos comuns a praticamente todas as variantes do 
pensamento keynesiano, especialmente no que se refere à importância e a natureza da política 
econômica. Pode-se afirmar, com pouca, se alguma, hesitação, que qualquer pesquisador de afiliação 
keynesiana, qualquer que seja sua vertente teórica, compartilha um diagnóstico básico a respeito da 
inabilidade de economias empresariais em gerar e, principalmente, manter o pleno emprego dos 
recursos disponíveis e da força de trabalho. Mas a doutrina keynesiana não se esgota no diagnóstico, 
ela se estende à priorização do pleno emprego como objetivo de política econômica. Ela se estende 
também à identificação de quais são os instrumentos eficazes para que esse objetivo seja alcançado: a 
manutenção de níveis de demanda agregada elevados, que mantenham o produto efetivo da economia 
o mais próximo possível do potencial. Talvez mesmo um pouco acima do potencial para, com isso, 
estimular a realização de investimentos.
O keynesianismo é uma doutrina ativista, que preconiza a ação do Estado na promoção e sustentação 
do pleno emprego em economias empresariais. Ele dialoga, mas não se confunde com outras 
doutrinas, que se apóiam em princípios teóricos e prioridades políticas diferentes. Por outro lado, a 
teoria keynesiana, em parte como herança do seu próprio criador, tem como objeto o mundo real, de 
modo a ter bem claro que a construção de conceitos e modelos não é, de modo algum, um fim em si 
mesmo, mas um instrumento de pesquisa empírica e derivação de políticas de ação. Como todo 
instrumento, conceitos e modelos tendem a tornar-se obsoletos com o tempo, e têm de ser 
modernizados para que sua eficiência deva ser mantida. O keynesianismo, nos termos propostos por 
Schumpeter, em sua monumental história do pensamento econômico, é principalmente uma visão, 
mais do que um instrumento de análise.
Nesse sentido, dada a importância da participação ativa e permanente no debate público de política 
econômica, define-se a segunda função central de uma associação keynesiana: a construção da 
identidade política keynesiana, definindo seus princípios e dando-lhe, ao mesmo tempo, a força dos 
números, isto é, mostrando que tais idéias e proposições não se devem à fértil imaginação de 
acadêmicos isolados em torres de marfim, mas são, ao contrário, elementos de uma doutrina 
compartilhada por um amplo número de pesquisadores.
Objetivo da Associação Keynesiana Brasileira
11 | P á g i n a
A AssociaçãoKeynesiana Brasileira (AKB) é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, aberta a 
filiações individuais e institucionais, que tem como objetivo desenvolver o conhecimento da teoria e 
da economia Keynesiana, entendida como ciência social, mediante: (i) a criação de um fórum 
científico em nível nacional para o debate das questões de economia Keynesiana; (ii) a promoção, 
ampliação e fortalecimento do intercâmbio entre os estudiosos da teoria e da economia keynesiana e 
das disciplinas correlatas, tais como Filosofia, Política, História e Sociologia; (iii) a promoção de 
encontros, congressos, conferências, cursos e atividades de atualização; e (iv) a divulgação de livros 
e periódicos relacionados à temática Keynesiana.
Como teoria e economia keynesiana entende-se a compreensão da dinâmica de economias 
monetárias contemporâneas em que falhas sistêmicas intrínsecas ao funcionamento destas levam 
freqüentemente a situações de concentração de renda e de desemprego. Nesse sentido, tomando 
como base a teoria keynesiana e afins, a "mão invisível" do mercado não funciona adequadamente 
sem o complemento da mão visível do Estado. Em outras palavras, a intervenção do Estado, no 
sentido complementar aos mercados privados, é imprescindível para criar um ambiente institucional 
favorável às decisões de gastos privados (consumo e investimento), impactando, assim, a demanda 
efetiva.
A AKB, em suma, propõe-se a ser um fórum de fomento ao debate sobre a teoria e economia 
keynesiana, agregando profissionais de várias áreas das ciências sociais, com especial atenção a 
discussão sobre os rumos da economia e sociedade brasileira.
Teoria Keynesiana da Procura da Moeda
- O MODELO DE KEYNES (1936)
A teoria keynesiana da demanda por moeda se ocupa de qual porção da riqueza se manterá em 
forma de dinheiro.
As formas alterna disposição do indivíduo são apenas duas dinheiro ou bônus
O dinheiro é definido como um ativo que tem aceitação geral, utilizado como meio de troca e que 
não rende juros. 
Os bônus são definidos como dívidas cuja taxa de rendimento está fixada.
Na versão keynesiana, contrariando a versão clássica, a moeda deixou de ser vista apenas como um 
instrumento de intermediação de trocas,que não afetava significativamente outras variáveis 
econômicas como a taxa de juros e nível de emprego, mas enfocando-a também
como uma reserva de valor, mantida não apenas para fins transacionais, mas também para atendera 
oportunidades de especulação. Keynes deixou de ver a moeda como sendo um componente neutro.
A teoria da preferência pela liquidez
A definição e moeda utilizada por Keynes, inclui dinheiro e contas bancárias que não rendem juros, 
12 | P á g i n a
isto é, a moeda têm uma taxa de juros igual a zero.
Já os bônus, o único ativo alternativo amoeda, têm um retorno esperado igual á taxa de juros.
Por que as pessoas desejariam guardar dinheiro na forma de saldos inativos ou tesouros?
A resposta de Keynes era que o medo e a incerteza em relação ao futuro.
Nosso desejo de conservar uma parte de nossos recursos na forma de dinheiro representa um 
barômetro do grau de nossa desconfiança em nossos próprios cálculos e convenções referentes ao 
futuro.
A posse de dinheiro vivo acalma nossas inquietações e a taxa de juros que exigimos antes de nos 
dispormos a trocar dinheiro por títulos de rendimentos constitui uma medida do grau de nossa 
inquietação.
A demanda por moeda em Keynes surge como uma reação à incerteza com relação as nossas 
previsões, a “toda sorte de dúvidas vagas e estados flutuantes de confiança e coragem”.
A análise da preferência pela liquidez funda-se no pressuposto de que não podemos supor um futura 
definido e calculado.
Os motivos da demanda por moeda em Keynes 
 a) motivo renda
 1) Transação b) motivo giro de negócios
Demanda 2) Precaução
por Moeda 3) Especulação negócios
O motivo transação
Segundo Keynes o motivo transação relaciona-se à necessidade de moeda para as transações 
correntes de trocas pessoais e comerciais. Este motivo representa o dinheiro ou a moeda em 
circulação ativa.
Keynes dividiu o motivo transação em dois:
a) o motivo renda;
b) motivo giro dos negócios.
O motivo renda refere-se à necessidade de demandar moeda para garantir a transição entre 
recebimentos e desembolsos.
13 | P á g i n a
A principal justificativa deste motivo para conservar (demandar moeda) depende
principalmente do montante de renda que os indivíduos regularmente recebem e da duração normal 
do intervalo entre o seu recebimento e os gastos que realizam.
Assim, quanto maior for à renda que os indivíduos ganham e maior o intervalo entre o recebimento 
e os gastos, maior será a demanda por moeda (saldos reais).
O motivo giro dos negócios refere-se à quantidade de moeda retida pelas empresas para garantir os 
pagamentos que se efetuam no intervalo entre as compras de insumos e a remuneração dos fatores e 
as entradas de receitas resultantes da realização de vendas.
A relevância deste motivo depende sobretudo do volume de produção corrente das empresas.
A falta de sincronismo entre os pagamentos e recebimentos é que em síntese, levaria á
retenção de saldos monetários para fins transacionais.
Aqui se sustenta também que os saldos monetários nominais que os indivíduos desejam
para satisfazer a motivação de transação é uma proporção constante da renda monetária,
numa proporção kPY, onde k é uma constante.
Para os keynesianos, k se refere somente à velocidade dos saldos monetários totais.
Outro pressuposto implícito no motivo transação é que o intervalo existente entre as rendas 
recebidas e os pagamentos efetuados são estáveis e não variam com o nível de renda ou da taxa de 
juros.
O motivo transação
 
 Montante de renda
 a) renda Intervalo de tempo entre
 gastos e recebimentos
 
motivo
transação
 Volume de produção corrente
 
 b) Giro dos 
 negócios Intervalo entre aprodução e as vendas
14 | P á g i n a
No que se refere ao motivo transação Keynes parece ser um discípulo fiel de Marshall.
O motivo precaução decorre da necessidade de manter moeda para fazer frente a despesas 
extraordinárias e incertas (imprevistas).
A principal justificativa deste motivo depende do custo e da segurança e dos métodos para obter 
moeda em caso de necessidades imprevistas por meio de alguma forma de empréstimo temporário.
Assim, quanto mais difícil e caro for obter moeda rapidamente quando necessário, maior será a 
demanda por precaução.
Keynes acreditava que os saldos precaucionais de moeda mantidos pelas pessoas eram 
determinados pelo nível de transações que elas esperavam realizar no futuro e que estas transações 
são proporcionais ao seu nível de renda.
No Brasil,atualmente, a concessão de limites para movimentação de contas correntes, em aberto 
nos bancos comerciais, franqueada aos detentores de “cheques especiais” tende a reduzir a 
demanda de moeda por precaução para níveis próximos de zero.
Somem-se a isto os caixasrápidos disponibilizados pela maioria dos bancos comerciais, na qual 
podemos sacar dinheiro dentro de um determinado limite pré-estabelecido.
O motivo especulação está relacionado ao desejo de conservar (demandar moeda) na forma líquida 
a fim de tirar proveito das oscilações do mercado de títulos.
É essa motivação que envolve a propensão a entesourar.
Com o motivo especulação Keynes procura mostrar que não é irracional manter ativos monetários 
para satisfazer a oportunidades especulativas, desde que os agentes econômicos tenham razões para 
acreditar em mudanças na taxa de juros de mercado.
Assim, a expectativa sobre as mudanças na taxa de juros situa-se como razão fundamental para 
demandar moeda para especulação.
A motivação especulativa dos indivíduos para demandar saldos monetários é derivada do desejo de 
manter os recursos em forma líquida a fim de obter um ganho resultante de uma mudança no 
mercado de títulos e/ou evitar um possível prejuízo decorrente de se possuir títulos quando o 
“mercado está em baixa”.
A demanda de moeda por especulação varia inversamente às expectativas sobre o comportamento 
futuro da taxa de juros,isto é quanto maior for à alta esperada
é, da taxa de juros, menor será a demanda por moeda para especulação.
O ponto fundamental em que se apoia a versão keynesiana está em admitir não ser de modo 
15 | P á g i n a
irracional que os agentes econômicos retenham ativos monetários ociosos, esperando que os preços 
dos títulos se alterem ou que as taxa de juros mudem.
A expectativa de mudança da taxa de juros possibilitam ganhos especulativos que podem contribuir 
positivamente para o aumento da riqueza dos indivíduos que tenham tido a oportunidade de ter 
adquirido títulos.
A relação entre a taxa de juros e o preço dos títulos
VT = RT/i (consols)
Uma elevação dos preços dos títulos é equivalente a falar em queda nas taxas de juros. 
Inversamente, quando ocorrem quedas nos preços dos títulos, há equivalentemente, elevações nas 
taxas de juros efetivamente pagas.
a relação entre a taxa de juros e o preço dos títulos
A linha de argumentação de Keynes fundamenta-se naquela relação entre os preços
de mercado dos títulos de renda fixa e as taxas de juros auferidas.
Mudanças nas taxas de juros provocam mudanças nos preços dos títulos porque mudanças nas taxas 
de juros geram ganhos ou perdas paras os detentores de títulos.
Quando se espera que a taxa de juros futura caísse, a demanda por moeda é baixa porque as pessoas 
manterão títulos em antecipação aos ganhos de capital.
Quando se espera que a taxas de juros aumente, a demanda por moeda é grande porque os 
indivíduos irão tratar de evitar perdas com a posse de títulos com menor valor vendendo títulos e 
demandando moeda.
A atenção de Keynes concentrou-se nas expectativas sobre o comportamento futuro das taxas de 
juros e de seus correspondentes taxas, correlacionando-as com a demanda de moeda por 
especulação.
Keynes observou que quando os preços dos títulos estavam altos e as taxas de juros baixas, os 
agentes econômicos revelavam de uma forma geral uma forte propensão a manter aqueles 
excedentes sob a forma de ativos monetários nas expectativas de que os preços caíssem e 
propiciassem ganhos especulativos.
Seja:
PT = preço do título;
i* taxa de juros esperada;
= i = taxa de juros correntes;
RTT = retorno total do título;
PT = preço do título [PT = R/i];
PV* = preço esperado de venda do título
16 | P á g i n a
Como PT = (RT/i) ⇒ i = RT/PT
Ganhos de capital [g] ⇒
g = [(PV* - PT)/ PT]
assim, se PV* > PT ⇒ g > 0
⇒ RTT = i + g
g = [(PV* - PT)/ PT]
= [(RT/i*) – (RT/i)] / (RT/i)
= [(RT/i*) / (RT/i)] - [(RT/i) / (RT/i)]
[(RT/i*) / (RT/i)] 1
= -g = (i/i*) – 1
⇒ RTT = i + g
RTT = i + [(i/i*) – 1]
RTT = i + [(i/i*) – 1]
i* > i ⇒ RTT < 0 ⇒ retêm moeda
i* < i ⇒ RTT > 0 ⇒ retêm títulos
i* = i ⇒ RTT = 0 ⇒ o indivíduo é
indiferente entre reter títulos e moeda
RTT = 0 ⇒ a taxa de juros que iguala RTT =
0 é chamada de taxa de juros crítica (ic).
uma análise formal
Demanda zero por moeda e somente
demanda títulos [RTT > 0]
i
Taxa de juros crítica
W=Moeda
ic
0 M*
Demanda de moeda por especulação [RTT < 0]
uma análise formal ic é a taxa de juros crítica na qual o agente econômico é indiferente entre reter 
moeda ou títulos. Em ic ele é indiferente entre reter título sou moeda.
Para taxas superiores a ic, ele prefere reter títulos se desfazendo totalmente da moeda para 
especulação.
17 | P á g i n a
Para taxas inferiores a ice ele prefere reter moeda e nada de títulos.
Uma análise formal
Quando é que se espera que as taxas de
juros mudem? Isto é, quando é que se espera que elas sejam diferentes das atuais? E em que 
direção?
Para responder aquelas questões, Keynes assume que, em qualquer momento, há um
valor da taxa de juros que pode ser considerado normal.
Se a taxa de juros atual (i) estiver acima da taxa normal (in), há uma tendência para que as pessoas 
esperem que ela vá cair.
Se a taxa de juros atual estiver abaixo da taxa normal, há uma expectativa de que ela suba no futuro.
Assim, em qualquer momento, um indivíduo espera que:
(i) a taxa de juros caia – e neste caso, ele antecipa os ganhos de capital e a renda advinda do título e 
manterá títulos; ou (ii) a taxa de juros suba - e neste caso, ele espera ter uma perda de capital com o 
título, o que o leva a se desfazer dele e manter sua riqueza sob a forma de moeda para evitar perdas.
Portanto, temos que, para um indivíduo tomado isoladamente, a demanda por moeda pode ser vista 
como uma função descontínua como visto acima.
Se a taxa de juros estiver acima da taxa normal toda a riqueza será mantida soba forma de títulos.
Se a taxa de juros estiver abaixo do normal, toda a riqueza será mantida sob a forma de moeda
Distribuição de frequências taxas
Como cada indivíduo tem sua taxa de juros crítica, explicada por vários fatores, a distribuição da 
taxa de juros crítica de uma economia tende para uma curva normal, se concentrando em torno do 
valor médio.
O motivo especulação e as expectativas
No modelo keynesiano, as diferenças existentes entre as expectativas dos indivíduos são 
fundamentais para a análise do mercado monetário. Keynes observou que:
Resulta interessante o fato de que a sensibilidade (do sistema) a mudanças na quantidade de 
moeda dependa em tão grande medida da existência de uma diversidade de opiniões... 
Esta diversidade de opiniões é a base da análise da demanda especulativa da demanda por moeda de 
Keynes e a demanda especulativa é à base de sua hipótese de que a demanda por moeda é elástica 
com relação à taxa de juros - a teoria da preferência pela liquidez.
A função descontínua desaparece quando consideramos o agregado.
Para a economia como um todo, dada à taxa de juros normal, cada indivíduo terá expectativas 
18 | P á g i n a
diferentes sobre a taxa de juros futura.
Quanto mais baixa for à taxa de juros atual, mais rapidamente as pessoas irão esperar que ela 
subisse e, portanto, maior o número de pessoas desejará manter seus recursos alocados em moeda.
Já quanto maior for à taxa de juros atual, menor será a demanda por moeda, já que as pessoas 
esperam que ela caísse.
Portanto, no agregado obtemos uma função contínua e decrescente, que descreve a relação entre 
taxa de juros e demanda por moeda.
Especulação e a armadilha da liquidez
A taxa de juros muito baixa, todos esperarão que ela suba rapidamente, preferindo moeda. Neste 
ponto a moeda se torna completamente elástica.
Embora tenhamos uma relação inversa entre a taxa dejuros e a demanda de moeda para
Especulação, a função DME apresenta um segmento perfeitamente elástico com relação a Taxa de 
juros.
Este segmento é conhecido na literatura por armadilha da liquidez.
A razão da existência deste segmento elástico deve-se a expectativa por parte dos agentes e 
econômicos de que a taxa de juros já se encontra tão baixa que não seria possível baixa-la ainda 
mais – isto é, ninguém mais iria esperar que o preço dos bônus se elevasse.
Estando a função no segmento elástico da armadilha da liquidez, as autoridades monetárias.
Se vêem numa verdadeira armadilha, no sentido de que elas não irão obter êxito em reduzir a Taxa 
de juros via expansão da oferta monetária Para evidências empíricas sobre a armadilha da liquidez.
A partir dos três motivos que levam a demanda por moeda, Keynes, construiu uma.
Função de demanda composta de dois motivos distintos: (i) o motivo transação e precaução
Que varia grosso modo proporcionalmente a varia, modo, renda monetária [PY] e (ii) o motivo.
Especulação, que varia inversamente com a taxa de juros, isto é, quando a taxa de juros sobe, a 
demanda de moeda cai (isto ocorre porque o preço dos títulos cai).
Md = [kY + L(i)W]P
O primeiro termo entre parênteses representa a demanda
Por saldos transacionais e precaucionais [kY].
O segundo termo representa a demanda por saldos especulativos [L(i)].
O fato de que toda a expressão entre parênteses estar multiplicada por P [nível de preços] indica que 
esta é uma teoria de demanda por moeda em termos reais. 
19 | P á g i n a
Portanto, ceteris paribus, a demanda por moeda é proporcional aonível de preços.
A determinação da taxa de juros de equilíbrio pode ser obtida equaciona dose a oferta e a demanda 
por bônus 
A definição e moeda utilizada por Keynes (1936) incluem dinheiro e contas bancárias que não 
rendem juros, isto é, a moeda tem uma taxa de retorno igual à zero.
Já os bônus (consols), o único ativo alternativo a moeda, têm um retorno esperado igual á taxa de 
juros.
A medida em que a taxa de juros aumenta, ceteris paribus, o retorno esperado da moeda cai em 
relação ao retorno esperado de bônus, o que, como indica a teoria do portfólio, ocasiona a queda da 
demanda por moeda.
Derivação da curva de demanda
Keynes (1936) assumiu que a moeda não rende juros, isto é, i = 0,
Se i ↑, o retorno relativo RETe sobre a moeda ↓ (equivalentemente, os custo de oportunidade 
monetária ↑) ⇒ Md ↓
A curva de demanda por moeda tem o formato usual, negativamente inclinada.
Derivação da curva de oferta de moeda
- Assuma que o Banco central controla a oferta de moeda Ms e que ela é dada;
moeda e a - Ms é uma curva vertical.
Análise da preferência pela liquidez
Equilíbrio de mercado
Ocorre quando Md = Ms, em i* = 15%;
Se i = 25%, Ms > Md (excesso de oferta):
Preço dos bônus ↑, i ↓ para i* = 15%;
Se i =5%, Md > Ms (excesso de demanda):
Preço dos bônus ↓, i ↑ para i* = 15%.
Equilíbrio no mercado monetário - Os deslocamentos na demanda por moeda
Na análise da preferência pela liquidez de Keynes (1936), dois fatores fazem com que a
curva de demanda por moeda se desloque:
 (i) a renda;
(ii) o nível de preços.
Os deslocamentos na demanda por moeda – o efeito-renda
Á medida em que uma economia cresce a renda aumenta, a riqueza aumenta, e os indivíduos irão 
desejar manter mais moeda como reserva de valor.
20 | P á g i n a
A media em que a economia se expande e a renda aumenta, as pessoas vão querer fazer
mais transações usando moeda, o que implica que ela ira demandar ainda mais moeda.
 Um aumento da renda eleva a demanda por moeda e desloca a curva de demanda para a
direita.
Para Keynes as pessoas demandam moeda em termos reais, isto é, em termos de bens e serviço que 
podem comprar com a moeda que possuem.
Md = f(Y, Pe, i)
Demanda por saldos reais
Keynes tomou o cuidado de fazer uma distinção entre quantidades nominais e reais de
moeda demandada.
A moeda é demandada em termos de seu poder de compra. Assim, se os preços duplicarem, a 
mesma quantidade nominal de moeda poderá comprar apenas a metade dos produtos. Ele 
argumentou que os indivíduos demandam uma determinada quantia 
[quantidade de moeda em termos reais –de saldos reais de moeda isto é, de poder de compra], que 
estaria relacionada a taxa de juros e a renda.
A demanda por moeda e a velocidade de circulação da moeda
Uma das principais diferenças entre a teoria da preferência pela liquidez de Keynes e a dos 
economistas clássicos [TQM (Irving Fisher) ou de Cambridge (Pigou e Marshall)], é que a 
velocidade de circulação da moeda não é mais constante no curto prazo. Isto pode ser visto da 
seguinte maneira:
V = PY/M ; em equilíbrio Md = Ms
V = Y / f (Y, i)
Cambridge Approach
A velocidade de circulação da moeda era constante?
1- Os economistas clássicos pensavam que
V fosse constante porque não possuíam bons dados;
2- Após da Grande Depressão de 1929 os economistas deram-se conta de que a
velocidade de circulação da moeda estava longe de ser uma constante.
A demanda por moeda e a velocidade de circulação da moeda
Implicação: velocidade não é constante no curto prazo.
(P/Md) = [1/f(i, Y)]
Multiplicando ambos os lados por Y e M = Md
V = (PY/M) = [Y/f (i, Y)]
21 | P á g i n a
i ↑, f(ivy) ↓, V ↑
Mudanças nas expectativas das taxa de juros i, modificam f(i,Y) e, por conseguinte, V também 
muda.
A demanda por moeda e a velocidade de circulação da moeda
Uma elevação na taxa de juros estimula as pessoas a manterem saldos reais mais baixos
para um dado nível de renda.
Deste modo, a velocidade de circulação da moeda deve se elevar. Isto implica, então, que como as 
taxas de juros têm flutuações significativas, a teoria da preferência pela liquidez da demanda por 
moeda indica que a velocidade de circulação da moeda também apresenta flutuações substanciais 
no curto prazo.
A demanda por moeda e a velocidade de circulação da moeda
A teoria da preferência pela liquidez indica que uma elevação nas taxas de juros fará com que a 
velocidade também aumente e os movimentos pró-cíclicos das taxa de juros deveriam induzir a 
movimentos pró-cíclicos na velocidade.
Mudanças na Velocidade de Circulação da Moeda de ano para ano: 1915-2000
Avaliação crítica da teoria keynesiana
(i) a hipótese da rigidez das expectativas épouco convincente; [cf. Cysne & Simonsen]
(ii) Keynes (1936) presume que o mercado financeiro somente opere com títulos de renda fixa de 
longo prazo; [cf. Cysne & Simonsen] (iii) Não fica claro porque as reservas para precauções são 
mantidas em moeda e não em títulos com boa liquidez; [cf. Cysne & Simonsen]
(iv) a principal contribuição de Keynes à análise da demanda por moeda foi à introdução de uma 
variável que representasse os custos de manter moeda – a taxa de juros na função demanda por 
moeda.
Tal inovação permitiu o exame dos efeitos substituição sobre a demanda por moeda tendo em vista 
as mudanças nas taxa relativas de retorno.
Considerando explicitamente os ativos que competem com a moeda, Keynes tornou-se
um dos fundadores da abordagem de portfólio – isto é a abordagem que interpreta a demanda por 
moeda como parte da escolha de um portfólio ótimo de ativos.
Contudo, igual reconhecimento deve ser atribuído a John Hicks (1935) que foi o primeiro a sugerir 
que a demanda por moeda fosse tratada como um problema de equilíbrio ou de escolha de ativos, 
sendo analisada do mesmo modo que um bem qualquer como na teoria da demanda. o trabalho de 
Keynes enfatizou a importância da análise macroeconômica da taxa de juros da demanda por moeda 
a preferência pela liquidez – terminologia keynesiana – foi muitoinfluente na formulação de 
políticas econômicas nas décadas de 1950-1960.
22 | P á g i n a
A análise da teoria keynesiana da demanda por moeda (teoria da preferência pela liquidez) que 
apresentamos acima não é somente útil para entendermos a teoria do próprio Keynes e de suas 
contribuições, mas constitui-se também numa base fundamental para o entendimento e origem da 
importância das contribuições keynesinanas modernas da teoria da demanda por moeda 
[Baumol,Tobin, Whalen e Orr] onde são desenvolvidos os seus fundamentos microeconômicos.
Avaliação crítica da teoria keynesiana a conclusão de Keynes de que a demanda por
moeda está relacionada não somente à renda como também às taxas de juros representa um desvio 
da visão clássica de Irving Fisher (1911) de que a demanda por moeda na qual os juros não moeda, 
produzem efeitos sobre a demanda por moeda.
Contudo, ela representa um menor afastamento da visão de Cambridge [Alfred Marshall e 
ArthurCecil Pigou] que não desacatavam a existência de possíveis efeitos das taxas de juros, mas 
que não chegaram a explorar os seus efeitos explícitos.
Avaliação crítica da teoria keynesiana é uma extensão da
abordagem clássica da Cambridge, porém é muito mais precisa em relação às razões pelas quais as 
pessoas possuem moeda.
Avaliação crítica da teoria segundo o modelo de Keynes da demanda por moeda, temos que a 
velocidade de circulação da moeda não é constante como assumiam os clássicos, mas estaria 
diretamente relacionada às taxas de juros, as quais flutuam significativamente, bem como ao fato de 
que há mudanças nas expectativas das pessoas com relação ao nível normal de taxa de juros.
Portanto, a teoria de Keynes coloca em dúvida a teoria quantitativa da moeda (teoria clássica) em 
que a renda nominal é determinada principalmente por movimentos na quantidade de moeda.
A análise da demanda de moeda de Keynes está dividida em duas partes: uma enfoca
a moeda como meio de pagamento; a outra enfoca a moeda como um ativo.
As pessoas demandam moeda para transações é como reserva de valor. A inovação significativa na 
análise keynesiana é que a demanda por moeda depende da taxa de juros.
A demanda de moeda por especulação depende das expectativas de curtoprazo sobre a taxa de juros 
futura.Contudo, sempre deve haver uma taxa de juros normal (in), já que a demanda especulativa 
depende da taxa de juros corrente (i). Se a taxa de juros normais mudarem, também irá mudar a 
quantidade demandada de moeda. Entretanto, nada garante que a taxa normal seja por si só 
constante.
Portanto, temos que a relação entre a demanda por moeda e a taxa de juros será instável ao longo do 
tempo, oscilando em torno da taxa normal de juros.
Conclusão
23 | P á g i n a
 John Maynard Keynes foi uma figura da economia do século XX; para além do seu papel activo na 
economia mundial, as suas ideias influenciaram as políticas económicas de muitos governos desde a 
Segunda Guerra Mundial até aos dias de hoje.
24 | P á g i n a
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