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Classificação da lei penal

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Classificação da lei penal 
 
Antes de falarmos em classificação da lei penal, é necessário entender que lei e 
norma possuem conceitos diferentes. Vejamos: 
Norma: As normas estão relacionadas ao senso de justiça do povo e às regras 
morais de conduta para um bom convívio social. Não precisam ser escritas. É algo que 
todos entendem que é certo ou errado, independentemente de sanção ou de prescrição. A 
norma vai além da lei, abrangendo também os costumes e os princípios gerais do direito. 
EX: Todos sabem que não é moralmente correto matar, roubar, furtar, estuprar, etc. 
 Lei: A lei nada mais é dos que a norma em sua forma prescrita. É o meio pela qual 
a norma toma forma, passando a descrever uma conduta tida como indesejável pela 
sociedade em uma punição para quem a praticar. 
 A lei penal se divide em duas espécies: Incriminadora e Não Incriminadora. 
 
LEI PENAL INCRIMINADORA 
 As leis penais incriminadoras descrevem delitos no Código Penal ou em legislações 
esparsas (ECA, Código Florestal. Etc) e cominam penas para quem vier a praticar estes 
delitos. 
EX: artigo 121, CP – Matar alguém; 
 Artigo 243, ECA - Fornecimento de bebida alcoólica para menores de 18 anos. 
 
LEI PENAL NÃO INCRIMINADORA 
 Não descrevem delitos e nem cominam penas, mas regulamentam a aplicação das 
demais normas. Subdividem-se em três classes: 
1. Lei penal permissiva 
Como o próprio nome diz, elas permitem que algumas condutas ilícitas, sejam 
praticadas de forma lícita em determinadas situações. Em suma, são as 
excludentes de ilicitude e culpabilidade. 
EX: Legítima defesa, ato cometido sob coação moral irresistível, etc. 
 
 
 
 
 
2. Lei penal incompleta ou em branco 
É aquela lei que necessita de outra para complementa-la, pois a descrição da 
conduta ou a pena cominada mostram-se incompletas. 
EX: Art. 237, CP - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento 
que lhe cause a nulidade absoluta: Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Neste caso, a lei descreve a conduta e comina a pena, porém, não elenca as causas 
de impedimento, as quais encontram-se no Código Civil. 
 
EX2: Art. 269, CP - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja 
notificação é compulsória: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 
multa. 
Mais uma vez o artigo descreve a conduta e comina a pena, porém, não indica quais 
são as doenças de notificação compulsória. 
 
 
3. Lei penal explicativa/final/complementar 
Servem para esclarecer o conteúdo de outras normas. 
EX: Art. 327, CP – Explica as hipóteses em que alguém será considerado 
funcionário público. 
 
 
EXTRA 
A lei penal em branco também se subdivide nas seguintes classes: 
 
Norma penal em sentido lato ou homogêneas – segundo Fernando Capez, 
ocorre “quando o complemento provém da mesma fonte formal, ou seja, a lei é 
completada por outra lei. 
EX: art. 237 do Código Penal (completado pela regra do art. 1.521, I a VII, do novo 
Código Civil)” 
 
Norma penal em sentido estrito ou heterogêneas – nestes casos, o 
complemento vem de outro tipo de fonte formal, deferente de lei, como um ato 
normativo, portaria ou decreto. 
EX: art. 33 da lei de drogas (11.343) e a portaria do Ministério da Saúde que possui 
o rol das substâncias consideradas entorpecentes. 
 
Norma penal em branco ao avesso – são aquelas que embora a conduta típica 
esteja escrita de forma detalhada, há omissão quanto a pena a ser aplicada, ficando 
a cargo de lei complementar. Capez ressalta ainda que: “Se o complemento for um 
ato normativo infralegal, referida norma será reputada inconstitucional, pois 
somente a lei pode cominar penas”. 
 
Vídeo aula sobre o tema no canal Isso é um crime (link abaixo): 
Direito Penal - Classificação da lei penal

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