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1 Universidade Federal de Pelotas - UFPel Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade Eng Agr. MSc. Marcos André Nohatto Orientador: Dr. Dirceu Agostinetto HERBICIDAS INIBIDORES DA EPSPs 2 ROTEIRO Introdução; Herbicida Global; Formulações; Características físico-químicas; Modo de ação; Absorção e translocação; Plantas controladas e sintomas; Seletividade; Resistência de plantas daninhas; Associação de produtos; Efeitos secundários; Considerações finais; 3 Fonte: HRAC, 2010. 4 INTRODUÇÃO Fonte: HRAC, 2010. Figura 1 – Herbicidas inibidores de EPSPs. Grupo químico: Glicinas; Pós-emergentes; Sistêmicos; Não seletivos; Controle de plantas liliopsidas e magnoliopsidas, anuais e perenes; Não apresentam ação residual; Não penetram em caules lenhosos; Inibição da 5-enolpirovilchiquimato- 3-fosfato sintase; 5 HERBICIDA GLOBAL Introdução comercial em 1974 (Dr. Henri Martin); Mais de 150 marcas comerciais; Aproximadamente 90% de todos os culturas transgênicas cultivadas no mundo são resistentes ao glyphosate; 6 HERBICIDA GLOBAL Aplicações em pré-plantio (dessecação); Aplicações em pós-emergência em culturas geneticamente modificadas; Destruição de soqueiras de cana-de-açúcar; Maturador fisiológico na cultura da cana-de-açúcar; Renovação de pastagens; Controle de plantas daninhas em ambientes aquáticos; Aplicações dirigidas em pós-emergência em culturas perenes; 7 HERBICIDA GLOBAL O Brasil responde por aproximadamente 16% do mercado mundial; HERBICIDAS 2.428 INSETICIDAS 2.365 FUNGICIDAS 2.128 ACARICIDAS 91 OUTROS 292 Fonte: SINDAG, 2011. Figura 2 – Mercado de agrotóxicos no Brasil em 2010 (milhões US$). 8 Fonte: AGROFIT, 2011. Figura 3 – Distribuição das empresas que apresentam produtos formulados a base de glyphosate. 9 FORMULAÇÕES Tabela 1 – Inibidores de EPSPs e concentrações usadas em produtos comerciais registrados no Brasil. Fonte: AGROFIT, 2011. Preferência pelo uso de formulações mais concentradas, maior velocidade de absorção e não tóxicas para culturas transgênicas; 10 Figura 4 – Evolução mundial das espécies resistentes ao herbicida glyphosate. Fonte: DUKE & POWLES, 2008. ES P ÉC IE S R ES IS TE N TE S A O G LY P H O SA TE Culturas resistentes Plantas daninhas resistentes ANO 11 Figura 5 – Estrutura química do glyphosate. Fonte: YAMADA & CASTRO, 2007. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS 12 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS Solubilidade Sw (Glyphosate): 900,000 mg/L; Sw (Sulfosate): 4,300,000 mg/L; Adsorção no solo Kd = 61 g/cm3 e Kow = 0.00033; Pressão de vapor 7.5x10-8 mm Hg; Comportamento zwiteriônico 13 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS Figura 6 – Distribuição de espécies de glyphosate em função do pH. Fonte: BORGGAARD & GIMSING, 2008. 14 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS Produto estável à degradação por hidrólise e fotólise; A principal forma de degradação é através de microorganismos (t1/2 = 32 dias – Giesy et al., 2000); Figura 7 – Degradação do glyphosate por bactérias do solo. Fonte: DICK & QUINN, 1995. SARCOSINA ÁCIDO AMINOMETIL FOSFÓRICO (AMPA) C-P liases (Agrobacterium radiobacter e Enterobacter aerogenes) 15 ROTA CHIQUIMATO AIA PRODUTOS SECUNDÁRIOS TRIPTOFANO PROTEÍNA FENILALANINA E TIROSINA FITOALEXINAS LIGNINA AC. ANTRANÍLICO CORISMATO AROGENATO CHIQUIMATO-3-FOSFATO (S3P) FOSFOENOLPIRUVATO (PEP) + ERITROSE-4-FOSFATO Figura 8 – Ação do glyphosate na rota do ácido chiquímico. Fonte: adaptado DUKE & POWLES, 2008. CHIQUIMATO 16 ABSORÇÃO E TRANSLOCAÇÃO Absorção pelas folhas e translocação para os tecidos meristemáticos da planta, preferencialmente pelo floema. Absorção pelas raízes é mínima, principalmente ao seu alto potencial de sorção as partículas do solo; A absorção pela cutícula é lenta – ideal 6 horas; Baixa UR induz a formação de maior quantidade de cera epicuticular na superfície das folhas; Maior intensidade luminosa nos dias após a aplicação favorece a translocação. 17 PLANTAS DANINHAS CONTROLADAS E SINTOMAS Controle de plantas liliopsidas e magnoliopsidas, anuais e perenes; Paralisação do crescimento; Murchamento; Plantas ficam cloróticas e necrosadas; As folhas podem tornar-se roxo-avermelhadas em algumas espécies; 18 Figura 9 – Sintomas em diferentes plantas após aplicação do glyphosate. A (testemunha), B (plantas pós-aplicação) e C (detalhe milho). Fonte: NOHATTO (arquivo pessoal) A B C Figura 10 – Sintomas da aplicação em pré (A) e pós emergência (B) de plantas. A - pré B - pós Fonte: CEHERB 20 Figura 11 – Efeito de glyphosate em Zea mays (milho). Fonte: ASU, 2011. 21 Figura 12 – Efeito de glyphosate em Cynodon dactylon (grama bermuda). Fonte: ASU, 2011. 22 Figura 13 – Efeito de glyphosate em Cucurbitaceae. Fonte: ASU, 2011. 23 Figura 14 – Efeito de glyphosate em Arachis hypogaea (amendoim). Fonte: ASU, 2011. 24 Fonte: FERRELL, 2011. Figura 15 – Efeito de glyphosate em Arachis hypogaea (amendoim). 25 Figura 16 – Efeito de glyphosate em Capsicum annuum (pimentão). Fonte: ASU, 2011. 26 Figura 17 – Efeito de glyphosate em Fragaria vesca (morango). Fonte: ASU, 2011. 27 Figura 18 – Efeito de glyphosate em Ipomoea batatas (batata doce). Fonte: ASU, 2011. 28 Figura 19 – Efeito de glyphosate em Lycopersicun esculentum (tomate). Fonte: ASU, 2011. 29 Figura 20 – Efeito de glyphosate em Rubus spp (amora-preta). Fonte: ASU, 2011. 30 SELETIVIDADE Não existem plantas cultivadas naturalmente tolerantes aos inibidores de EPSPs; Primeira cultura resistente foi a soja pela introdução do gene CP4 de Agrobacterium que confere insensibilidade á enzima EPSPs; 31 Tabela 2 – Espécies de plantas daninhas resistentes ao herbicida glyphosate. Fonte: HEAP, 2011. Fonte: VARGAS (arquivo pessoal) 33 Figura 21 – Rebrote da buva após aplicação de 2160 g e.a. ha-1 de glyphosate. Fonte: NOHATTO (arquivo pessoal) 34 Figura 22 – Localização geográfica dos Municípios que apresentaram a ocorrência de biótipos de Conyza spp. resistentes ao herbicida glyphosate no Estado do Rio Grande do Sul. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2009. Fonte: VARGAS et al., 2010. 35 PREVENÇÃO E MANEJO DA RESISTÊNCIA Fonte: PAULA et al., 2011. Figura 23 – Número de plantas (m-2) de Conyza bonariensis nos diferentes manejos em pré-semeadura da soja. Cruz Alta, 2007/08. 75 % 60 % 36 PREVENÇÃO E MANEJO DA RESISTÊNCIA Monitoramento; Rotação de culturas; Método cultural; Método mecânico; Culturas com resistência ao dicamba (futuro); Método químico - não usar mais que duas vezes herbicidas com o mesmo mecanismo de ação na mesma área; - rotação de herbicidas com mecanismos de ação diferenciados; - associação de herbicidas; 37 PREVENÇÃO E MANEJO DA RESISTÊNCIA Fonte: PAULA, 2011. Tabela 3 – Controle (%) de Conyza bonariensis com herbicidas em pré- semeadura da cultura da soja aos 12 e 30 dias após a aplicação dos tratamentos.Cruz Alta-RS, 2007/08. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 38 Figura 24 – Influência da época de dessecação sobre a cultura da soja RR semeada sobre a cobertura de azevém - Região Sul). DBP (dias antes da semeadura da soja) e DAP (dias após a semeadura). Fonte: MONSANTO, 2011. Dessecação (2,4-D, diclosulam e cloransulam); 0 20 40 60 80 100 Br ac hia ria pl an tag ine a Dig ita ria sp p. Ele us ine in dic a Ca rdi os pe rm um ha lica ca bu m Am ara nth us sp p. Eu ph orb ia he ter op hy lla Bid en s s pp . Ipo mo ea sp p. Ric ha rdi a b ras ilie ns is Co ny za sp p. Co mm eli na sp p. Fr eq uê nc ia (% ) 39 ASSOCIAÇÃO DE PRODUTOS Fonte: NOHATTO, 2010. Figura 25 – Graus de dificuldade de controle das plantas daninhas com o uso do herbicida glyphosate em lavouras de soja Roundup Ready® no Rio Grande do Sul. FAEM/UFPel, Capão do Leão/RS, 2008. Metsulfuron e imazapyr Sinergismo no controle de Sinapsis arvensis e S. alba (KUDSK & MATHIASSEN, 2003); Carfentrazone e Flumioxazin Sinergismo no controle de Ipomoea grandifolia, Commelina spp., Alternanthera tenella, Richardia brasiliensis, Tridax procumbens e Spermacoce latifolia (RONCHI et al., 2002; MATALLO et al., 2002; SOUZA et al., 2002); Antagonismo na associação com alachlor e paraquat; Gillanex® (atrazina e glyphosate)???; 40 ASSOCIAÇÃO DE PRODUTOS Sinergismo entre glyphosate e fluroxypyr 41 ASSOCIAÇÃO DE PRODUTOS TESTEMUNHA FLUROXYPYR GLYPHOSATE GLYPHOSATE + FLUROXYPYR Fonte: UFSM 42 ASSOCIAÇÃO DE PRODUTOS Tabela 4 – Percentagem de fitotoxicidade dos tratamentos sobre a cultivar de soja P98Y40. Fundação Rio Verde, safra 2008/2009. Lucas do Rio Verde-MT. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10% de probabilidade. Fonte: NEVES et al., 2010. 43 ASSOCIAÇÃO DE PRODUTOS Tabela 5 – Produtividade de grãos na cultura da soja submetidos à aplicação de herbicidas em pós -emergência. Fundação Rio Verde, safra 2008/2009. Lucas do Rio Verde-MT. Médias seguidas por letras iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10% de probabilidade. Fonte: NEVES et al., 2010. 44 ASSOCIAÇÃO DE PRODUTOS Manganês (antagonismo) - Espécie; - Fonte (Mn-EDTA e Sulfato de Mn); - Dose; A adição de ácido bórico à calda de pulverização não prejudica o glyphosate, mas pode afetar negativamente o controle do paraquat+diuron (BRIGHENTI et al., 2006); Íons metálicos presentes na água antagonizam a absorção; - Fe > Zn > Ca = Mg > Na > K A adição de sulfato de amônio na calda protege a molécula do herbicida a interação com íons metálicos (Na e Ca); 45 EFEITOS SECUNDÁRIOS Efeito na nodulação? Banco de sementes do solo? Nutrição de plantas? Etileno? Polinização? Doenças? Insetos? 46 Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05). Tabela 6 – Número de nódulos em plantas de soja resistente ao glyphosate por ocasião do florescimento, intoxicação das plantas (15 dias após a aplicação dos herbicidas) e produtividade de grãos. Fonte: SANTOS et al., 2007. EFEITOS SECUNDÁRIOS - Nodulação 47 Tabela 7 – Número de sementes não-dormentes (milhões ha-1), ou seja, que emergiram das amostras coletadas 20 meses após a instalação do ensaio, nos diferentes tratamentos com glyphosate. Colunas seguidas por letras iguais não diferem entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05). Fonte: MONQUERO & CHRISTOFFOLETI, 2003. EFEITOS SECUNDÁRIOS - banco de sementes 48 EFEITOS SECUNDÁRIOS - Nutrição Figura 26 – Efeito da pulverização de glyphosate na absorção e translocação de ferro e manganês em Helianthus annuus. ABSORÇÃO PELA RAIZ TRANSLOCAÇÃO PARA PARTE AÉREA TESTEMUNHA GLYPHOSATE Ta xa d e ab so rç ão ( n m o l g -1 ) Ta xa d e tr an sl o ca çã o ( n m o l g -1 ) TESTEMUNHA GLYPHOSATE Fonte: EKER et al., 2006. 49 Figura 27 – Produção de etileno por frutos maduros de Citrus sinensis L. atingidos por glyphosate na dose de 720 g e.a.ha-1, aos 5 dias após a aplicação. Letras diferentes diferem entre si (teste de Tukey a 5%). Fonte: GRAVENA, 2006. EFEITOS SECUNDÁRIOS - Etileno 50 EFEITOS SECUNDÁRIOS - Pólen Fonte: THOMAS et al., 2004. Tabela 8 – Efeito do glyphosate sobre a viabilidade de pólen em cultivares de milho resistentes ao herbicida. Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si, pelo teste de Fisher (p<0,05). 51 Tabela 9 – Efeito do glyphosate, difenoconazole e tebuconazole sobre a germinação de esporos de Phakopsora pachyrhizi, em laboratório. Médias seguidas por letras iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a 10% de probabilidade. Fonte: SOARES et al., 2008. EFEITOS SECUNDÁRIOS - Doenças 52 EFEITOS SECUNDÁRIOS - INSETOS Tabela 10 – Efeito de formulações de glyphosate sobre o número médio (±EP) de ovos parasitados por fêmea, redução (%) na capacidade de parasitismo de Trichogramma pretiosum e classificação de toxicidade desses produtos. Médias acompanhadas pela mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Scott & Knott (p ≤ 0,05); Classes da IOBC para teste de toxicidade inicial sobre adultos: 1 = inócuo (<30%); 2 = levemente nocivo (30-79%); 3 = moderadamente nocivo (80-99%); 4 = nocivo (>99%). Fonte: GIOLO et al., 2005. 53 CONSIDERAÇÕES FINAIS Herbicidas de pós-emergência, sistêmicos, não seletivos, capazes de controlar efetivamente plantas liliopsidas e magnoliopsidas, anuais e perenes; No solo, pode ser adsorvido, dessorvido e degradado; Afeta a disponibilidade de nutrientes para as plantas, dinâmica do banco de sementes, microorganismos na rizosfera, fitopatógenos, insetos e selecionar plantas daninhas resistentes; A utilização desses herbicidas só pode ser sustentável a longo prazo, se ocorrer manejo integrado de plantas daninhas; 54 Obrigado marcosnohatto@hotmail.com
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