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Apostila de Reprodução

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BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
 
 
1 
 
 
REPRODUÇÃO EM EMBRIÓFITAS 
 
Desde que a vida surgiu no planeta, muitas das potencialidades dos seres vivos modificaram-se, exceto 
a sua capacidade de reprodução. A vida de cada individuo é finita, podendo durar até cerca de 12.000 
anos como certos arbustos de creosoto (Larrea sp. – Zygophyllaceae). Assim, a reprodução nos seres 
vivos é primordial para a perpetuação da espécie, e, com a conquista do ambiente terrestre, os 
processos reprodutivos das plantas se tornaram cada vez mais independentes da água para a sua 
concretização. As plantas apresentam dois tipos de reprodução: assexuada ou agâmica e sexuada ou 
gâmica. Na reprodução assexuada, as unidades reprodutivas variam desde uma célula (esporo) até 
porções consideráveis do organismo, sendo que cada unidade reprodutiva origina diretamente um novo 
indivíduo. Na reprodução sexuada, as unidades reprodutivas (gametas ou células sexuais) são sempre 
unicelulares e a união (singamia) de duas unidades produz um novo indivíduo. 
 
 
TERMINOLOGIA PARA AS ESTRUTURAS REPRODUTIVAS 
Microstróbilo: eixo caulinar modificado portando 
esporófilos (=estróbilo) que produz micrósporos. 
Microsporófilo: estrutura de natureza foliar 
(=esporofilo) que sustenta um ou mais 
microsporângios. 
Microsporângio ou saco polínico: esporângio 
produtor de esporos. 
Microsporócito: célula diplóide que sofre meiose e a 
partir da qual se desenvolvem os micrósporos. 
Micrósporo ou grão de pólen (em estado unicelular): 
esporo a partir do qual se originará um 
microgametófito. 
Microgametófito ou gametófito masculino ou 
microprótalo ou grão de pólen (a partir do estado 
bicelular): planta sexuada masculina, originada a 
partir de um micrósporo. Representa a geração 
sexuada masculina (haplonte masculino) que produz 
os gametas masculinos – anterozóides (providos de 
flagelos) ou células espermáticas (desprovidas de 
flagelos). 
Anterídios: gametângio masculino. É a estrutura 
inserida no microgametófito e que produz os 
anterozóides. 
 
Megastróbilo ou macrostróbilo: estróbilo que produz 
megásporos. 
Megasporofilo ou macrosporofilo: esporofilo que 
sustenta um ou mais megasporângios. 
Megasporângio: esporângio produtor de 
megásporos. Nas espermatófitas, o megasporângio 
é um tecido parenquimático mais ou menos 
desenvolvido, chamado nucelo, no interior do qual 
uma célula sofre meiose e dá origem aos 
megásporos. O megasporângio é envolto por um ou 
dois tegumentos e então é chamado óvulo. 
Megasporócito ou célula mãe de megásporo: célula 
diplóide que sofre meiose e dá origem aos 
megásporos. 
Megásporo ou macrósporo: esporo a partir do qual 
se originará um megagametófito. 
Megagametófito ou macrogametófito ou gametófito 
feminino ou megaprotalo: planta originada a partir de 
um megásporo. Representa a geração sexuada 
feminina (haplonte feminino). 
Arquegônio: gametângio feminino. É a estrutura que 
porta a célula germinativa (oosfera) no 
megagametófito. 
 
 
REPRODUÇÃO NAS BRIÓFITAS 
As briófitas possuem um ciclo de vida heteromórfico, sendo o gametófito a fase haplóide e dominante, e 
o esporófito, a fase diplóide e de curta duração. Durante a fase reprodutiva, o gametófito produz os 
órgãos sexuais masculinos (anterídios) e/ou femininos (arquegônios). Os gametas masculinos ou 
anterozóides são biflagelados e, portanto necessitam de água para locomoção. Os anterozóides e a 
oosfera (gameta feminino) são produzidos por mitoses, pois se formam em gametófitos haplóides. Ao 
ocorrer a fecundação, a célula diplóide, ou zigoto, derivada da união dos gametas, se transforma em um 
embrião multicelular por divisões mitóticas sucessivas. Mais tarde, uma vez diferenciado o pé inserido 
no gametófito e a seta ou pedicelo que sustenta uma cápsula (esporângio), o embrião se transforma em 
um esporófito, no qual a divisão meiótica do tecido esporógeno da cápsula permite a formação de 
esporos unicelulares haplóides. Os esporos maduros são liberados e ao dispersar-se, germinam e 
formam filamentos ou massas celulares denominadas protonema. A partir do protonema se formam 
novos gametófitos. 
 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
 
 
2 
 
 
 
 
Anterídio 
Fertilização 
Peristômio 
Columena 
Esporos 
Cápsula do Esporófito 
Meiose! 
Anterozóide 
(n) 
Gametófito 
Masculino (n) 
Gametófito Feminino (n) 
Esporófito (2n) 
sob o gametófito 
feminino 
Arquegônio 
Protonema 
Oosfera (n) 
Arquegônio 
Filídios 
Seta 
Cápsula 
Rizóides 
Zigoto 
(2n) 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
 
 
3 
 
REPRODUÇÃO NAS PTERIDÓFITAS 
As Pteridófitas têm uma alternância de gerações envolvendo uma fase gametofítica haplóide e outra 
esporofítica diplóide. Ao contrário das briófitas, a fase dominante (maior e mais aparente) é a 
esporofítica, a qual inclui o caule, folhas e raízes. A geração gametofítica começa com a produção de 
esporos haplóides no esporângio. No esporângio jovem, a célula mãe diplóide (célula esporogênica) 
sofre meiose e produz quatro células haplóides que se dividem mitoticamente para formar os esporos 
maduros. O esporângio maduro tem células especiais espessadas ao longo um lado chamado ânulus 
ou anel, que reagem às mudanças de umidade. Os esporos são dispersos pelo movimento rápido do 
esporângio que se abre através da fissura entre as células do ânulus. Quando os esporos encontram 
um substrato adequado (úmido), germinam para formar um protonema filiforme. Este gametófito jovem 
tem cloroplastos e continua a crescer através de divisões mitóticas de uma célula apical. 
Eventualmente, um protalo grande em forma de coração é formado. O protalo pode ser bissexual ou 
exclusivamente masculino. As células espermáticas são formadas em um anterídio. Na parte inferior do 
protalo (ventral), os arquegônios são freqüentemente agrupados em torno do entalhe apical. Cada 
arquegônio contém uma única oosfera que é embutida no protalo. A água é necessária para permitir a 
mobilidade da célula espermática para a abertura do arquegônio (guiadas por atração química). No 
momento da fertilização, os núcleos da célula espermática e a oosfera se fundem e um zigoto diplóide é 
formado. A partir deste momento, inicia a geração esporofítica novamente. O zigoto se divide 
mitoticamente e forma o embrião. Estes, muitas vezes, podem ser vistos ainda anexo à área do entalhe 
do protalo. 
 
 
REPRODUÇÃO NAS GIMNOSPERMAS 
Um passo importante no processo evolutivo das plantas terrestres foi a permanência dos megásporos 
nos megasporângios da planta-mãe. A diferença entre os tamanhos dos esporos provavelmente teria 
um maior significado em relação à nutrição. O megásporo, que dá origem ao gametófito feminino, deve 
ter uma quantidade de reservas suficiente para nutrir o esporófito em desenvolvimento, enquanto o 
micrósporo necessita de quantidade de reserva muito menor, pois sua atividade é encerrada com a 
liberação dos gametas masculinos. Forma-se também no megasporângio (nucelo) uma tétrade de 
megásporos, três perecem e apenas um permanece funcional, que passa pela fase de núcleos livres 
antes de ocorrer celularização para formar o megagametófito. Este número de núcleos livres forma mais 
de mil núcleos em Cycadales (gimnospermas), enquanto que em angiospermas forma apenas oito 
núcleos que, após celularização, forma um megagametófito com sete células. 
Em todas as gimnospermas e angiospermas a fecundação da oosfera se dá sobre a planta mãe e aí 
ocorre o desenvolvimento parcial do esporófito jovem (embrião) dentro da semente. Nas gimnospermas 
os microsporângios e megasporângios são geralmente reunidos em estróbilos separados, 
freqüentemente em indivíduos distintos(plantas dióicas). O megasporângio apresenta-se envolvido por 
um tecido novo, o tegumento, formando, em conjunto, o óvulo que é precursor ontogenético da 
semente. No ápice do óvulo, o tegumento deixa uma abertura (micrópila) onde pousarão ou penetrarão 
os micrósporos, tipicamente dispersos pelo vento neste grupo de plantas. Nas gimnospermas os óvulos 
estão diretamente expostos ao ar, derivando desse caráter o seu nome, ou seja, sementes nuas. 
 
 
REPRODUÇÃO NAS ANGIOSPERMAS 
Nas angiospermas houve várias mudanças evolutivas tanto vegetativas quanto reprodutivas, 
destacando-se: 
a) óvulos e sementes incluídos num ovário (ou urna, daí derivando o nome do grupo), o qual 
evoluiu provavelmente do dobramento e soldadura das bordas do megasporofilo ou carpelo; 
b) o grão de pólen pousa numa região receptiva especializada do ovário, o estigma; 
c) o óvulo tem geralmente dois tegumentos; 
d) os órgãos de reprodução encontram-se reunidos em flores, as quais são interpretadas 
basicamente como um eixo caulinar curto, portando folhas modificadas em sépalas e pétalas, 
dispostas em torno de microsporófilos (estames) e megasporófilos (ovários); 
e) redução extraordinária do gametófito feminino - saco embrionário com sinérgides (2), oosfera, 
antípodas (3) e núcleos polares (2); 
f) dupla fecundação (zigoto+endosperma). 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
 
 
4 
 
 
Grão de pólen 
Bráctea 
Inflorescências 
femininas e 
pinhas 
Inflorescência 
Masculina 
Flor masculina 
Flor feminina 
Célula nutritiva 
Óvulo 
Abertura 
Saco 
polínico 
Óvulo 
Escama bracteal Flor feminina 
em corte 
longitudinal 
Eixo 
Flor masculina 
em corte 
longitudinal 
Semente 
(pinhão) 
Eixo 
Microsporofilo 
Microsporofilo 
Flutuador Célula germinativa 
Escama 
ovulífera 
Escama bracteal 
GIMNOSPERMA 
ANGIOSPERMA 
megásporos 
mitose 
pólen 
micrósporos 
mitose 
Gametófito ♀ n Óvulo é 
uma das 8 células no 
ovário 
Polinização: 
Quando o pólen é 
transferido e adere ao 
estigma 
semente 
pistilo 
meiose 
estame 
Esporófito 2n 
meiose 
Gametófito ♂ n = pólen 
Tubo polínico 
Núcleo 
espermático 
Dupla fertilização: 
1 núcleo espermático fertiliza o óvulo, 
1 núcleo espermático une a 2 núcleos 
para formar o endosperma triplóide 
BIO247 – MORFOLOGIA VEGETAL - EMBRIÓFITAS 
Profa. Dra. Cláudia Elena Carneiro 
 
 
5 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Bates, J.W., N.W. Ashton & J.G. Duckett (eds.) 1998. Bryology for the twenty-first century. Leeds, United 
Kingdom: Maney Publ. and British Bryol. Soc. Pp.382. 
 
Clarke, G.C.S. & J.G. Duckett (eds.) 1979. Bryophyte Systematics. London: Academic Press. Pp.582. 
 
De Luna, Efrain, Newton, Angela E., and Mishler, Brent D. 2003. Bryophyta. Mosses. Version 25 March 
2003. http://tolweb.org/Bryophyta/20599/2003.03.25 in The Tree of Life Web Project, 
http://tolweb.org 
 
Delgadillo M., C. & A. Cárdenas S. 1990. Manual de Briofitas. Cuadernos 8. México, D.F.: Instituto de 
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Delgadillo, M. C. 2002. Bryophyte Systematics. EOLSS (versão eletrônica disponível em 
www.eolss.co.uk). 
 
Raven, P.H.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. Biologia vegetal. 7ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 
2007. 
 
Richardson, D.H.S. 1981. The biology of mosses. Oxford: Blackwell Sci. Publ. Pp. 220. 
 
Schofield, W.B. 1985. Introduction to Bryology. New York: Macmillan Publ. Co. Pp. 431. 
 
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Sem autor, disponível em: http://www.science.siu.edu/landplants/fernLC.html 
 
Shaw, A.J. & B. Goffinet (eds.) 2000. Bryophyte Biology. Cambridge: Cambridge Univ. Press. Pp. 476. 
 
Tryon, R.M. & Tryon, A.F. Ferns and allied plants with special reference to Tropical America. New York: 
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Watson, E.V. 1971. The structure and life of bryophytes. London: Hutchinson & Co. Ltd. Pp. 211.

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