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Maquiavel: vida e obras

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA- UNIPÊ
 
 
 MAQUIAVEL: VIDA E OBRAS
 João Pessoa- PB 
 2017
 
 
Trabalho Acadêmico para a disciplina de Ciência Política sobre Nicolau Maquiavel.
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli, mais conhecido no Brasil como Nicolau Maquiavel, foi um importante historiador, diplomata, filósofo, estadista e político italiano, ficou também conhecido como o fundador do pensamento e da ciência política moderna, pois revolucionou o modo de pensarmos sobre a política, para enxergarmos o que está errado naquele sistema.
 Sobre sua infância e juventude pouco se sabe: era de família humilde, que vivia na Itália. Iniciou seus estudos de latim aos sete anos, também estudou o ábaco e os fundamentos da língua grega antiga. Fazendo uma comparação com outros humanistas, sua educação foi fraca em decorrência dos poucos recursos pertencentes a sua família. 
 No ano de 1498 escolheu pertencer à chancelaria iniciando sua vida pública e política; aos 29 anos tornou-se o secretário da Segunda Chancelaria de Florença, entre funções exercidas por ele estavam tarefas burocráticas, de diplomacia, de assessoria política, e de comando no Conselho dos Dez. 
 Em 1512 foi demitido, acusado de ser um dos responsáveis por uma política contra os Médici e grande colaborador do governo anterior, assim foi preso e torturado, passou 22 anos na prisão; foi liberado com a ascensão do Papa Leão X, que deu a anistia aos presos. Quando libertado, foi viver na cidade de San Casciano dei Bagni, província de Florença. Escreveu sua obra mais conhecida entre 1513 e 1516 durante o seu exílio de Florença. ‘‘O Príncipe’’ apesar de escrito em 1513 só foi publicado em 1532, o pensamento Maquiavélico começou assim a influenciar os valores individualistas que estavam ganhando espaço no imaginário europeu, porem recentes estudos do autor e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal interpretado historicamente. Prova disso é que, tornou-se muito comum ouvirmos o adjetivo “maquiavélico” e associarmos a uma pessoa sem escrúpulos, que não mede as consequências para conseguir seus objetivos e continua buscando aquilo que quer, acima de qualquer coisa. Uma pessoa maquiavélica é esperta, astuciosa, podendo até ser maldosa. Esse adjetivo foi originado do sobrenome de Nicolau, fazendo apologia à suas qualidades e características, muitas vezes interpretadas de forma errônea. 
 Acerca da obra “10 Lições sobre Maquiavel”, de autoria do Dr. Vinicius Soares de Campos Barros percebe-se que: A princípio constata-se que todo o texto é acerca do pensamento de Maquiavel em relação à política e suas formas de governo. Ao decorrer da segunda lição, percebemos que Maquiavel, não era somente um filósofo, era um pensador, que passou 14 anos sendo chefe da Segunda Chancelaria; cuja obra lançou os fundamentos de uma nova modalidade de ciência política, no qual todas foram provadas por ele com suas análises empíricas por excelência. Assim surgiu então como o fundador da nova ciência política remanescente. Tendo como base os acontecimentos e experiências que o cercam o secretário Florentino realça que a necessidade política é a verdadeira ramificação que sustenta os Estados, e os fenômenos políticos obedecem as suas próprias leis, Maquiavel será assim o ‘Cristóvão Colombo’ – assim descrito no livro – da política, pois descobre um mundo novo, o mundo da política, tal como ela é, e não como deveria ser.
Na quarta lição Maquiavel captou minha atenção especialmente, pois, ele expõe um fato que já sabemos: o homem é ambicioso, deseja tudo, contudo é impossível conseguir tudo o que se quer, desse modo, se deseja tudo, mas não se pode tudo. A corrupção sempre estará presente, infelizmente.
A quinta lição, mostra a relação entre fortuna e vitu. Fortuna era vista como uma deusa, que distribuía presentes baseados nos méritos de cada homem, presenteava os “audaciosos’’ com honra glória e poder, e, punia os “covardes”. Já segundo o cristianismo, a fortuna é como uma força designada a desviar os homens dos caminhos de Deus. Maquiavel servindo-se de seu cinismo faz a seguinte colocação: já que a fortuna é mulher, é necessário domina-la, batendo-a e contrariando-a. E virtù para Maquiavel, significa homem, ‘viril’, e assim, ele faz a associação de virtù a valor, determinação, capacidade, energia, engenhosidade e proeza. Se o mundo é imperfeito não é necessário portar-se como um cordeiro no âmbito político, muito pelo contrario, para ele, a sobrevivência do governante conta mais que a salvação da alma. Sendo assim há um conflito entre: Cristão versus Pagão e Moral versus Política. Para Maquiavel resistir e dominar a fortuna é uma tarefa tão difícil e rara que cabe apenas aos homens extraordinários. Ele foi e continua sendo um verdadeiro patriota, e para ele a ação do governante se adéqua a necessidade do momento visando um fim maior: assegurar as liberdades dos cidadãos e a independência do Estado.
Já na sétima lição uma pergunta paira pelo ar: Maquiavel era ateu? Não, porém ele era contrario ao clero, onde via a principal causa da decadência italiana, e não aceitava o poder da igreja. Sendo assim, não era ateu nem cristão (apesar de conferir à importância a religião por sua eficácia social). Maquiavel vê pouca eficiência no cristianismo, uma religião que não colabora para o enaltecimento das virtudes cívicas. Uma atitude governamental ou militar, camuflada pe la religiosidade sempre será bem vista, assim a religião era usada para futuras conquistas militares.
A oitava lição expõe a concepção de Maquiavel sobre a arte da guerra, que é um verdadeiro instrumento político, e não somente um ato politico. A virtù guerreira necessita da virtù política, ambas se complementam e conduzem ao mesmo fim. A religião civil, por exemplo, era facilmente manipulada pelos generais, assim, os romanos também eram manipulados em prol de um interesse maior. Porém, mesmo integralmente devotados ao oficio das armas esses homens e mulheres são, antes de tudo, cidadãos canalizados para a defesa dos altos interesses nacionais.
 Constata-se assim, que a politica constitui-se “como o lugar em que o interesse coletivo encarnado na noção de pátria, deve ser alcançado”. (MAQUIAVEL; BARROS; 2014; p.65). E que, a salvação da pátria para Maquiavel, não pode se privar de nenhum tipo de atitude: “E tal coisa é digna de nota e observância por qualquer cidadão a quem cumpra aconselhar sua pátria: porque, quando se delibera sobre a salvação da pátria, não se deve fazer consideração alguma sobre o que é justo ou injusto piedoso ou cruel, louvável ou ignominioso; ao contrário, desprezando-se qualquer outra consideração, deve ser adotar plenamente à medida que lhe salve a vida e mantenha a liberdade”. (MAQUIAVEL; BARROS; 2014; p. 65). Infelizmente Maquiavel faleceu sem ver seu sonho realizado, foi muito odiado por conta de sua obra ‘O Príncipe’, já que, as pessoas não conseguiam assimilar a magnitude de sua obra com o realismo politico da época em questão. 
 
Bibliografia
Barros; Vinicius Soares de Campos, 2010; 10 Lições sobre Maquiavel; ed. Vozes 
http://www.infoescola.com/biografias/nicolau-maquiavel/ 
http://www.nicolaumaquiavel.com.br/

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