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Resenha. O que é a Epistemologia

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Disciplina: Bases Epistemológicas da Psicologia 
 Docente: Magali Milene Silva 
 Discente: Gabriel Martins Marques 
 Data: 24/02/2017 
 1º / PSI / 2017 -1 - 
 
Resenha: O que é a epistemologia 
Definir qual o lugar, objetivo e validade da Epistemologia como disciplina, esse é o 
principal foco do texto “O que é a Epistemologia” de Hilton Ferreira Japiassu. Pouco se sabe 
sobre o que é a Epistemologia, por ser uma disciplina recente e seu estatuto estar longe de ser 
definido. Com o desejo de se destacar como disciplina autônoma, a tendência de distanciar-se 
da Filosofia ainda é grande, mesmo que seja notório que, além da Epistemologia utilizar-se dos 
recursos da filosofia para criticar o seu objeto de estudo - a ciência – ela também surgiu como 
uma disciplina dentro da área do conhecimento que deseja distanciar-se. 
De acordo com o autor, epistemologia quer dizer – Discurso sobre a ciência -, e, mesmo 
sendo um conceito recente (século XIX), seu a disciplina é relatado desde a antiga Grécia, onde 
os filósofos utilizavam-na em seus discursos para refletir sobre a ciência, seus princípios e seu 
objeto. A função da epistemologia seria resolver o problema da relação entre a filosofia e as 
ciências utilizando desta para refletir sobre aquela. A questão aflorada, é sobre como a 
epistemologia deveria criticar a ciência: questionar o seu lugar? Qual o discurso do cientista? 
Questionar a validade da verdade científica? 
A concepção de epistemologia pelo Vocabulário de Lalande, define a epistemologia 
como a Filosofia das ciências; aquela que estuda os princípios, hipóteses e resultados da ciência: 
o seu valor, alcance e objeto. Desta definição, Japiassu elabora uma crítica à mesma, onde diz 
que a característica da epistemologia seria então utilizar-se da ciência para filosofar, com uma 
relação interesseira, manifesta através do questionamento sobre o lugar do conhecimento 
científico dentro do saber; estabelecendo os limites do conhecimento científico, já que a ciência 
não pode tudo conhecer; e buscando uma natureza, um em si ideal sobre a ciência e não mais 
um postulado onde existem várias estruturas específicas que formam o alicerce da ciência, cada 
conhecimento específico. A epistemologia quer descobrir onde está A ciência, como é possível 
seu conhecimento. 
Atualmente, afirma o autor, o conhecimento é definido como um devir, onde ele se 
constrói, e não mais como algo adquirido e sólido, o conhecimento agora é processo, não mais 
estado. A tarefa da epistemologia é analisar tal devir, suas etapas desde o “conhecimento menor 
ao maior”, procurar uma ciência verdadeira, suas vias e os meios existentes entre o Sujeito e o 
Objeto estudado, se tal interação é progressiva, como acreditam as epistemologias genéticas, 
ou se ele é feito desde a origem, sem a perspectiva temporal, como acreditam os ramos da 
epistemologias não-genéticas. 
Hodiernamente, continua o autor, as epistemologias mais recentes abordam sobre uma 
relação entre Sujeito e Objeto, como a epistemologia fenomenológica de Husserl, a 
estruturalista de Piaget, a histórica de Bachelard e a arqueológica de Foucault. Sendo assim, 
definido o que é a epistemologia, o autor conduz agora a uma interessante análise das diferentes 
abordagens da mesma dentro das ciências, das suas ramificações, e como ela toma uma 
vestidura diferente, uma visão específica, uma inteligibilidade própria. 
A começar pela filosofia, Hilton traz à tona a tradição filosófica ao explanar as 
características epistemológicas dos filósofos que construíam sua teoria, seu sistema filosófico, 
e se perguntavam sobre suas conclusões, como também sobre como a ciência é possível. Ao 
investigarem as ciências, pretendiam ultrapassá-las ou oporem-se a elas, procuravam as 
condições e princípios para uma ciência possível, ou seja, uma epistemologia “metacientífica”. 
Mas seria a epistemologia necessária à ciência? Não seria a própria ciência capaz de se 
questionar sobre sua epistemologia, seus conhecimentos e sua validade? O método científico já 
não é um meio de “filtrar” esse conhecimento? Japiassu, respondendo à tais perguntas diz que 
os cientistas já fazem verdadeiramente epistemologia, utilizando da filosofia, da razão, para 
fazer seus próprios questionamentos. 
Na História da ciência, a epistemologia tem por função elucidar se os conhecimentos 
“atualizados” são um ultrapassamento, e se o conhecimento “desatualizado” ou ultrapassado 
não seria, verdadeiramente, um ultrapassamento na época em que se tornou vigente. As razões 
para se fazer uma história da ciência, epistemologicamente é de caráter histórico, científico e 
filosófico. Epistemólogos, entretanto lançam uma crítica bastante construtiva e pertinente à essa 
disciplina, eles questionam sobre o estudo dos fatos sólidos da história, o que tornaria a 
epistemologia um estudo empírico, mas não descartam a possibilidade do aproveitamento e 
comunhão entre a epistemologia e a história das ciências. Japiassu então retoma o texto 
afirmando que a Epistemologia tem a tarefa de discernir os conhecimentos superados e os 
conhecimentos sancionados, tomando assim, os fatos como ideias. 
No campo Psicológico, a epistemologia pode ser abordada com questões referentes ao 
do conhecimento como por exemplo, qual seria a influência dos processos simbólicos 
inconscientes existentes no cientista que podem interferir no pensamento lógico da pesquisa 
científica? O campo de pesquisa e análise da psicologia se faz sobre o processo e a construção 
do conhecimento, desde a infância até a parte adulta do indivíduo, trabalhando não somente 
com características e fatores de ineidade – endógeno – ou de caráter endógeno, mas por um 
contínuo ultrapassamento. A pergunta da psicologia pela epistemologia é “Como crescem os 
conhecimentos?”. 
Por último, mas não menos importante, a Sociologia, onde sempre existiu uma 
preocupação em relação com o “conhecimento verdadeiro”, sendo que os cientistas sociais se 
preocupam com o pano de fundo, influências e a cultura presente no cientista que produz o 
conhecimento. Para os sociólogos, o simples fato de conceber a ciência já emerge vários fatores 
e ideias sociais, ideológicas e filosóficas. Na sociologia do conhecimento, o papel da 
epistemologia é levantar e analisar as condições de trabalho, as condições sociais reais dos 
cientistas e não mais o conhecimento científico em si. 
Conclui-se então que o verdadeiro papel da epistemologia em sua natureza, mesmo que 
ainda procure o seu lugar no meio das ciência é uma posição de questionamento, de estudo da 
gênese e estrutura dos conhecimentos. Estuda a produção dos mesmos, em cada uma de suas 
abordagens, de diferentes pontos de vista. Por isso a epistemologia tem dificuldade de encontrar 
o seu lugar, por ser bastante interdisciplinar e caminhar junto às ciências. Cabe então à ela o 
questionamento das relações, entre a ciência e a sociedade, as instituições e até mesmo entre as 
ciências para então, uma análise do conhecimento científico. 
 Bibliografia: 
JAPIASSU, Hilton Ferreira. Introdução ao Pensamento Epistemológico. Rio de Janeiro, F. 
Alves, 1975. Páginas 18 a 27.

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