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Resumo Processo do Trabalho 1

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Processo do Trabalho 
Prof. Wanderson Marquiori 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE AULAS 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
 
PROF. Wanderson Marquiori
Processo do Trabalho 
Prof. Wanderson Marquiori 
 
 
 
1ª PARTE: REVISÃO 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JT 
 
A organização da Justiça Do Trabalho apresenta aspectos comuns e peculiares 
em relação aos demais tribunais do Poder Judiciário. Como aspectos peculiares da 
Justiça do Trabalho temos os seguintes (MARTINS, 2014, p. 76): 
• Dá efetividade ao direito do trabalho; 
• Não há divisão em entrâncias nas Varas; 
• Na primeira instância não existem órgãos ou Varas especializadas, como 
ocorre na justiça comum; 
• Os Tribunais são criados por regiões e não por Estados; 
• No primeiro grau existe juiz substituto e não juiz auxiliar; 
• Tribunais são divididos em turmas e não em câmeras; 
 
Órgãos que compõe a JT: art. 111 da CF 
• Tribunal Superior do Trabalho –TST (Brasília): 27 ministros, escolhidos entre 
brasileiros com mais de 35 anos e menores de 65 anos, nomeados pelo 
Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado 
Federal. É composto pelo Tribunal Pleno, Órgão especial, Seção 
Especializadas em Dissídios Coletivos, Seção Especializada em Dissídios 
Individuais e Turmas. 
• Tribunais Regionais do Trabalho – TRTs (região): no mínimo 7 juízes 
recrutados e nomeados pelo Presidente da República, entre brasileiros com 
mais de 30 e menos de 65 anos. 
• Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho). 
 
 
COMPETÊNCIA DA JT – art. 114 CF 
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios; 
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato 
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
Processo do Trabalho 
Prof. Wanderson Marquiori 
 
 
 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da 
relação de trabalho; 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , 
e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
 
Em razão da matéria: definida em razão da lide descrita na petição inicial. 
 
Competência para julgar ações oriundas das relações de trabalho 
(gênero). 
Atenção!!! Diferença entre relação de emprego e relação de trabalho. A 
primeira é espécie, enquanto a segunda é gênero. A segunda inclui qualquer vínculo 
jurídico por meio do qual uma pessoa executa obra ou serviço à outra (trabalho 
autônomo, eventual, avulso, estágio, etc). 
Atenção!!! Justiça do Trabalho é incompetente para: ações acidentárias 
(previdenciárias) decorrentes de acidente do trabalho; e ações envolvendo servidores 
públicos estatutários. E a Justiça do Trabalho é incompetente para processar e julgar 
ações decorrentes de cobrança de honorários advocatícios (Súmula 363 STJ: 
Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por 
profissional liberal contra cliente.) 
É competente para processar e julgar ações que envolvem exercício de direito 
de greve, inclusive ações possessórias, a teor da Súmula Vinculante 23 do STF: 
Súmula Vinculante 23 STF: ―A Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito 
de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.” 
É competente também para processar e julgar ações sobre representação 
sindical. Nessa situação enquadram-se disputas de base territorial de representação 
de categoria. 
Incluem-se ainda os Habeas Corpus, Habeas Datas e Mandado de 
Segurança, quando o ato questionado envolver a matéria sujeita à sua jurisdição. 
Processo do Trabalho 
Prof. Wanderson Marquiori 
 
 
 
Ações de indenização por dano moral ou patrimonial também incluem-se na 
competência da Justiça do Trabalho. 
Súmula nº 392 do TST. DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE 
TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (redação 
alterada em sessão do Tribunal Pleno realizada em 27.10.2015) - Res. 
200/2015, DEJT divulgado em 29.10.2015 e 03 e 04.11.2015. Nos termos 
do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é 
competente para processar e julgar ações de indenização por dano 
moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as 
oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que 
propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido. 
 
Súmula Vinculante 22 do STF. A Justiça do Trabalho é competente para 
processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais 
decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra 
empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito 
em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 
45/04. 
 
Súmula nº 368 do TST. DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. 
COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE 
CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno 
realizada em 16.04.2012) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 
23.04.2012. I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o 
recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do 
Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita- 
se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, 
objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. 
(ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998). II - É do empregador a 
responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e 
fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, 
devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês 
a mês, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação 
dada pela Lei nº 12.350/2010. III - Em se tratando de descontos 
previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, 
§4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e 
determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, 
seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, 
observado o limite máximo do salário de contribuição. (ex-OJs nºs 32 e 228 
da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001) 
 
Súmula nº 454 do TST. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO 
SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, 
“A”, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. (conversão da Orientação 
Jurisprudencial nº 414 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 
21, 22 e 23.05.2014. Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, 
da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem 
natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, ―a‖, 
da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à 
incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 
22 da Leinº 8.212/1991). 
 
OJ 376 SDI-I. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO 
HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA 
SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR 
HOMOLOGADO. (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010). É devida a 
contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado 
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após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a proporcionalidade 
de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na 
decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo. 
 
OJ 398 SDI-I. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ACORDO 
HOMOLOGADO EM JUÍZO SEM RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE 
EMPREGO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO DA 
ALÍQUOTA DE 20% A CARGO DO TOMADOR E 11% A CARGO DO 
PRESTADOR DE SERVIÇOS. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010). 
Nos acordos homologados em juízo em que não haja o reconhecimento de 
vínculo empregatício, é devido o recolhimento da contribuição previdenciária, 
mediante a alíquota de 20% a cargo do tomador de serviços e de 11% por 
parte do prestador de serviços, na qualidade de contribuinte individual, sobre 
o valor total do acordo, respeitado o teto de contribuição. Inteligência do § 4º 
do art. 30 e do inciso III do art. 22, todos da Lei n.º 8.212, de 24.07.1991. 
 
Súmula nº 401 do TST. AÇÃO RESCISÓRIA. DESCONTOS LEGAIS. FASE 
DE EXECUÇÃO. SENTENÇA EXEQÜENDA OMISSA. INEXISTÊNCIA 
DE OFENSA À COISA JULGADA (conversão da Orientação 
Jurisprudencial nº 81 da SBDI-2) - Res. 137/2005 – DJ 22, 23 e 24.08.2005. 
Os descontos previdenciários e fiscais devem ser efetuados pelo juízo 
executório, ainda que a sentença exequenda tenha sido omissa sobre a 
questão, dado o caráter de ordem pública ostentado pela norma que os 
disciplina. A ofensa à coisa julgada somente poderá ser caracterizada na 
hipótese de o título exequendo, expressamente, afastar a dedução dos 
valores a título de imposto de renda e de contribuição previdenciária. (ex-OJ 
nº 81 da SBDI-2 - inserida exeqüendo, expressamente, afastar a dedução dos 
valores a título de imposto de renda e de contribuição previdenciária. (ex-OJ 
nº 81 da SBDI-2 – inserida). 
 
 
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA 
 
Constituição Federal: 
 
• Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto 
no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre 
juízes vinculados a tribunais diversos; 
• Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer 
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; 
 
 CLT - Art. 803 - Os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre: 
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a) Juntas de Conciliação e Julgamento e Juízes de Direito investidos na 
administração da Justiça do Trabalho; 
b) Tribunais Regionais do Trabalho; 
c) Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária; 
d) Câmaras do Tribunal Superior do Trabalho 
 
 
CLT: Art. 808 - Os conflitos de jurisdição de que trata o art. 803 serão 
resolvidos: 
a) pelos Tribunais Regionais, os suscitados entre Juntas e entre Juízos de 
Direito, ou entre uma e outras, nas respectivas regiões; 
b) pela Câmara de Justiça do Trabalho, os suscitados entre Tribunais 
Regionais, ou entre Juntas e Juízos de Direito sujeitos à jurisdição de Tribunais 
Regionais diferentes; 
c) pelo Conselho Pleno, os suscitados entre as Câmaras de Justiça do 
Trabalho e de Previdência Social; 
d) pelo Supremo Tribunal Federal, os suscitados entre as autoridades da 
Justiça do Trabalho e as da Justiça Ordinária. 
 
 
Súmula nº 420 do TST. COMPETÊNCIA FUNCIONAL. CONFLITO 
NEGATIVO. TRT E VARA DO TRABALHO DE IDÊNTICA REGIÃO. NÃO 
CONFIGURAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 115 da 
SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005. Não se configura conflito 
de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a 
ele vinculada. (ex-OJ nº 115 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003) 
 
 
Competência Territorial 
 
Art. 651 CLT- A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é 
determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar 
serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no 
estrangeiro. 
§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência 
será da Junta da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o 
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empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em 
que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento, estabelecida 
neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, 
desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo 
em contrário. 
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades 
fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar 
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos 
serviços. 
 
 
Logo: 
 
• REGRA: a competência para a propositura da demanda trabalhista é a da 
localidade da prestação dos serviços, independentemente do local da 
contratação. 
• CASOS EXCEPCIONAIS: agente ou viajante comercial (§1º); agência ou filial 
brasileira (§2º); e empresas que realizam atividades fora do lugar da celebração 
do contrato (§3º); 
 
 
 
PRINCÍPIOS 
 
• JUS POSTULANDI - Significa que, na Justiça do Trabalho, as partes podem 
litigar pessoalmente, sem patrocínio de advogados. O art. 133 da CF/88 não 
revogou a CLT. O TST já se pronunciou sobre o assunto, firmando esse 
entendimento. Localiza-se na CLT, arts. 791, 839, a, 840 e 846. 
 
De acordo com a Súmula n. 425 do TST, o Jus Postulandi se restringe as Varas do 
Trabalho e Tribunais Regionais do Trabalho, não abrangendo as instâncias 
extraordinárias. 
Súmula n. 425 do TST. Jus Postulandi na Justiça do Trabalho. Alcance. 
Processo do Trabalho 
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O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às 
Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando 
a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os 
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
• Ultrapetição da sentença - Em alguns casos, e exatamente porque admite o 
jus postulandi, a sentença trabalhista pode conceder além do pedido. 
 
Caso típico é aquele em que o empregado reclama verbas rescisórias que decorrem 
de uma relação de emprego que não é reconhecida pelo empregador. Nesse caso, 
reconhecida por sentença a relação de emprego, o juiz pode condenar a empresa, de 
ofício, a anotar a CTPS do empregado; ainda que não tenha sido pedida a dobra das 
verbas salariais incontroversas, o juiz poderá determiná-la na sentença, ante o 
comando imperativo do art. 467 da CLT. Ver, também, os arts. 484 e 496 da CLT. 
 
 
 
Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do 
contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria 
devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade. 
 
Art. 496 - Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, 
dado o grau de incompatibilidade resultante dodissídio, especialmente 
quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá 
converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo 
seguinte. 
 
 
• Oralidade - prevalência da palavra como meio de expressão. A oralidade 
pressupõe outro princípio: imediação ou imediatidade, isto é, o contato direto 
do juiz com as partes e com as provas. No direito comum, a aplicação desse 
princípio impõe a identidade física do juiz, isto é, determina que o juiz que haja 
presidido à instrução, isto é, assistido a produção das provas, em contato 
pessoal com as partes, testemunhas, peritos julgue a causa. As impressões 
colhidas pelo juiz no contato direto com as partes, provas e fatos são elementos 
decisivos no julgamento. Localiza-se na CLT, art. 840, § 2º, 846, 848 e 850. 
• Pagamento imediato das parcelas salariais incontroversas - Impõe 
pesados encargos ao empregador que protela pagamento de verbas salariais 
incontroversas. O art. 467 da CLT manda pagar em dobro as verbas salariais 
incontroversas. 
Processo do Trabalho 
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Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia 
sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar 
ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte 
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta 
por cento. 
 
Lembrem-se: não é qualquer verba que se pode dobrar; apenas as de natureza 
jurídica salarial e, mesmo assim, se incontroversas. Aviso prévio, férias, 13º 
salário, FGTS, vale-transporte, seguro-desemprego, horas extras não têm 
natureza salarial, e, portanto, não se dobram. 
• Irrecorribilidade das interlocutórias - visa impedir, tanto quanto possível, 
interrupções da marcha processual; motivadas por recursos opostos pelas 
partes das decisões do juiz. A matéria fica imune à preclusão, sendo 
apreciada depois, pelo Tribunal. Atende ao princípio da celeridade 
processual. Localiza-se na CLT, arts. 799, § 2º e 893, § 1º. 
• Celeridade - Significa que todos os sujeitos processuais (partes, advogado, 
juízes, auxiliares, perito, intérprete, testemunhas etc.) devem agir de modo a 
que se chegue rapidamente ao deslinde da controvérsia com o menor 
dispêndio de atos, energia e custo e com o maior grau de justiça e de segurança 
na entrega da prestação jurisdicional. Localiza-se na CLT, arts. 765, 768 (nos 
casos de falência) e 843 a 852. 
• IGUALDADE/ISONOMIA: não só a formal, necessidade de adaptação. 
 
Exceções: a) custas dispensadas aos necessitados e carentes; b) duplo grau de 
jurisdição obrigatório pessoas jurídicas de direito público. 
• CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA 
 
• IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
 
• DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
• ACESSO À JUSTIÇA 
 
• IMPULSO OFICIAL (ART. 2º NCPC E ART. 765 CLT) 
 
• IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA (ART. 302 CLT) 
 
• PRECLUSÃO: a nulidade deve ser alegada na primeira oportunidade 
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Preclusão consumativa: uma vez praticado o ato a parte não pode fazê-lo 
novamente 
Preclusão temporal: perda do prazo previsto 
Preclusão lógica: ato incompatível com outro 
Preclusão ordinária: a nulidade validade de um ato depende de um ato anterior 
Preclusão máxima: coisa julgada 
 
 
FONTES 
 
São fontes do Direito Processual do Trabalho: 
 
a) Lei: 
Constituição Federal 
Leis Processuais Trabalhistas 
Código de Processo Civil e Leis Processuais Civis 
b) Regimentos Internos dos Tribunais 
c) Costume 
d) Princípios 
e) Jurisprudência 
f) Equidade 
g) Doutrina 
 
 
NULIDADES 
 
Meras irregularidades sem consequências: Alguns atos processuais podem não se 
revestir de formalidades legais, mas não trazerem consequência alguma para a 
validade do processo, tais como uso de abreviaturas ou termos lavrados com tinta 
clara ou lápis (NCPC, art. 272, §3º). 
Irregularidades com sanções extraprocessuais: Alguns atos praticados sem 
observância de alguns requisitos legais geram apenas sanções fora do processo 
(geralmente, de ordem disciplinar), como é o caso do juiz que retarda, sem justificativa, 
a prática de algum ato (NCPC, art. 143, II). 
Irregularidades que acarretam nulidades processuais: Há, aqui, uma 
consequência processual de acordo com a gravidade da nulidade, que, por isso pode 
ser relativa ou absoluta. 
Processo do Trabalho 
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Irregularidades que acarretam a inexistência do ato processual: A sentença sem 
assinatura do juiz é, segundo entendimento quase unânime, inexistente. A própria lei 
instrumental civil prevê expressamente que os atos processuais não ratificados 
praticados por advogado que atua sem instrumento de mandato são considerados 
inexistentes (NCPC, art. 104, §2º). 
 
 
 
A nulidade absoluta é imposta quando determinado ato fere norma fundamentada 
no interesse público, de ordem pública absoluta. As partes não têm o poder de 
dispor em relação a um interesse público e, se assim o fizerem, restará 
configurada a nulidade absoluta, ou seja, mesmo estando às partes de acordo com 
o ato praticado, versando este sobre norma de interesse público, de ordem pública 
absoluta, estará presente tal nulidade. Esta nulidade compromete todo o processo. 
Como exemplo de fato que acarretaria a nulidade absoluta podemos citar as 
regras de competência funcional. Caso as partes não observem tais regras haverá 
a nulidade absoluta. Desta forma, se o juiz não decretar esta nulidade de ofício, o 
processo estará viciado pela nulidade absoluta e, por isso, não poderá ser apreciado 
pelo juízo incompetente. 
Já a nulidade relativa representa um vício sanável, posto que decorre da ofensa ao 
interesse da parte, isto é, quando a norma desrespeitada tiver por base o interesse da 
parte e não o público. Sendo assim, esta nulidade desaparecerá se a parte 
interessada sanar o vício que a determina. Por exemplo, não estando a parte 
devidamente representada, o juiz designará um prazo para que este vício seja 
sanado e, o sendo, o processo prosseguirá normalmente. 
Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só 
haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo 
às partes litigantes. 
 
Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação 
das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de 
falar em audiência ou nos autos. 
 
§ 1º Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em 
incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos 
decisórios. 
 
§ 2º O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma 
ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade 
competente, fundamentando sua decisão. 
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Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: 
 
a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato; 
 
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa. 
 
Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a 
que ela se estende. 
 
Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele 
dependam ou sejam consequência 
 
Súmula nº 427 do TST. INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS. 
PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVOGADO DIVERSO DAQUELE 
EXPRESSAMENTE INDICADO. NULIDADE (editada em decorrência do 
julgamento do processo TST-IUJERR 5400-31.2004.5.09.0017) - Res. 
174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam 
realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a 
comunicação emnome de outro profissional constituído nos autos é nula, 
salvo se constatada a inexistência de prejuízo. 
 
 
 
DAS PARTES E PROCURADORES 
 
• Capacidade de ser parte: aptidão de ser titular de direitos e deveres 
• Capacidade processual: aptidão para a prática de atos processuais sem a 
necessidade de assistência ou representação. 
• Litisconsórcio – cumulação de lides, com pluralidades de pessoas no polo ativo 
ou passivo. Lembrar do NÃO prazo em dobro!!!! 
 
 
OJ 310. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM 
DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO 
CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada 
em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 
25 e 26.04.2016. Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no 
art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em 
razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente. 
 
 
• Representação: absolutamente incapazes (art. 3º do CC) 
• Assistência: relativamente incapazes (art. 4º do CC) 
 
 
Art. 793 – CLT- A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por 
seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do 
Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador 
nomeado em juízo. 
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• Pessoas jurídicas (NCPC, art. 75, VIII): Representantes designados nos 
estatutos ou, se não designado, por seus diretores 
• Pessoas jurídicas de direito público 
União/Estados/DF – Procuradores 
Municípios – prefeitos e procuradores 
Autarquias e fundações - procuradores 
 
 
OJ 318 SDI1 TST. REPRESENTAÇÃO IRREGULAR. AUTARQUIA. DJ 
11.08.03. Os Estados e os Municípios não têm legitimidade para recorrer em 
nome das autarquias detentoras de personalidade jurídica própria, devendo 
ser representadas pelos procuradores que fazem parte de seus quadros ou 
por advogados constituídos. 
 
Súmula nº 436 do TST. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. 
PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO 
FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE 
INSTRUMENTO DE MANDATO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 
52 da SBDI-I e inserção do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. I - A União, Estados, Municípios e Distrito 
Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em 
juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da 
juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. II 
- Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao 
menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a 
indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
Súmula nº 395 do TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. 
CONDIÇÕES DE VALIDADE (conversão das Orientações Jurisprudenciais 
nºs 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. 
I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém 
cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da 
demanda. (ex-OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003). II - Diante da existência 
de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de 
mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo. 
(ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003). III - São válidos os atos praticados 
pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos 
para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002). (ex-OJ 
nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997). IV - Configura-se a 
irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à 
outorga passada ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ 
09.12.2003) 
 
Súmula nº 436 do TST. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. 
PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO 
FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE 
INSTRUMENTO DE MANDATO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 
52 da SBDI-I e inserção do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. I - A União, Estados, Municípios e Distrito 
Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em 
juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da 
juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de 
nomeação. II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário 
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ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a 
indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
 
 
Lembrar!!! Art. 104 do NCPC: para evitar decadência, prescrição ou ato urgente: ato 
condicional (prazo 15 dias, prorrogável por mais 15). Não se aplica fase recursal (Súm. 
383 do TST) 
HONORÁRIOS – REQUISITOS SÚMULA 219 TST 
 
 
Súmula nº 219 do TST 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (alterada a redação do 
item I e acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno realizada 
em 15.03.2016) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17, 18 e 21.03.2016 
 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários 
advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a 
parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria 
profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário 
mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita 
demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. 
(art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I). 
 
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em 
ação rescisória no processo trabalhista. 
 
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente 
sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da 
relação de emprego. 
 
IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, 
a responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios da 
sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 
86, 87 e 90). 
 
V – Em caso de assistência judiciária sindical, revogado o art. 11 da Lei nº 
1060/50 (CPC de 2015, art. 1072, inc. III), os honorários advocatícios 
assistenciais são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por 
cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não 
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, 
art. 85, § 2º). 
 
VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os 
percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código 
de Processo Civil. 
 
 
Honorários pela mera sucumbência: 
• 1) na ação rescisória; 
 
• 2) quando o ente sindical figure como substituto processual; 
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• 3) nas lides que não derivem da relação de emprego. 
 
 
ASSITÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUÍTA 
• Assistência Judiciária Gratuita – direito da parte de ter um advogado do 
Estado gratuitamente, bem como estar isenta das despesas e taxas. 
• Assistência Gratuita – direito à gratuidade de taxas, custas, emolumentos, 
honorários de perito, etc. 
 
No Processo do Trabalho, a Assistência Judiciária Gratuita está disciplinada no 
art. 14, § 1º, da Lei n. 5.584/70 
Art 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei 
nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria 
profissional a que pertencer o trabalhador. 
 
§ 1º A assistência é devida a todo aquêle que perceber salário igual ou 
inferior ao dôbro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício 
aotrabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação 
econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio 
ou da família. 
 
§ 2º A situação econômica do trabalhador será comprovada em atestado 
fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho e Previdência 
Social, mediante diligência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta 
e oito) horas. 
 
§ 3º Não havendo no local a autoridade referida no parágrafo anterior, o 
atestado deverá ser expedido pelo Delegado de Polícia da circunscrição onde 
resida o empregado. 
 
 
Requisitos: declaração de miserabilidade, ou percepção de salário não superior a 
dois mínimos. 
• OJ n. 331 da SDI-I do C. TST: ―Desnecessária a outorga de poderes 
especiais ao patrono da causa para firmar declaração de insuficiência 
econômica, destinada à concessão dos benefícios da Justiça Gratuita‖. 
 
CLT, no art. 790, § 3 º: 
 
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do 
trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o 
benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, 
àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, 
ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as 
custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. 
 
• O benefício da Justiça gratuita deve ser requerido na inicial ou na 
defesa, mas é importante lembrar da OJ 269 da SDI-I do TST: 
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JUSTIÇA GRATUITA. REQUERIMENTO DE ISENÇÃO DE DESPESAS 
PROCESSUAIS. MOMENTO OPORTUNO (inserida em 27.09.2002). O 
benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau 
de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no 
prazo alusivo ao recurso. 
 
 
 
PRAZOS 
 
CONTAGEM DOS PRAZOS PROCESSUAIS 
COMO REGRA GERAL: os prazos processuais são contados excluindo-se o dia do 
começo e incluindo-se o dia do vencimento. 
Se o vencimento for em feriado ou dia não útil, o término prorroga-se para o primeiro 
dia útil. 
Se o inicio se der em dia não útil ou ferido, o prazo se inicia somente no dia útil 
subsequente. 
Art. 774 a 776 da CLT 
 
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título 
contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita 
pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado 
o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do 
Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da 
Junta, Juízo ou Tribunal. 
 
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser 
encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio 
ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê- 
la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. 
 
Art. 775 - Os prazos estabelecidos neste Título contam-se com exclusão 
do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e 
irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo 
estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força 
maior, devidamente comprovada. 
 
Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou 
dia feriado, terminarão no primeiro dia útil seguinte. 
 
Art. 776 - O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos 
escrivães ou secretários. 
 
 
Súmula nº 1 do TST- PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 
20 e 21.11.2003 
 
Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de 
intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira 
imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia 
útil que se seguir. 
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Súmula nº 385 do TST FERIADO LOCAL. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE 
FORENSE. PRAZO RECURSAL. PRORROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. 
NECESSIDADE ATO ADMINISTRATIVO DO JUÍZO ―A QUO‖ (redação 
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 
185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a 
existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal. 
II – Na hipótese de feriado forense, incumbirá à autoridade que proferir a 
decisão de admissibilidade certificar o expediente nos autos. 
III – Na hipótese do inciso II, admite-se a reconsideração da análise da 
tempestividade do recurso, mediante prova documental superveniente, em 
Agravo Regimental, Agravo de Instrumento ou Embargos de Declaração. 
 
 
SUSPENSÃO: a contagem é paralisada e retoma de onde parou. 
Ex: férias forenses 
INTERRUPÇÃO: a contagem é inutilizada e recomeça-se a contagem do início. 
Ex: Embargos de Declaração 
 
 
RITO SUMARÍSSIMO 
 
O procedimento sumaríssimo foi introduzido no processo do trabalho pelo 
advento da Lei n. 9.957, de 12-1-2000, que incluiu os arts. 852-A a 852-I na CLT. 
Segundo o diploma consolidado alterado, os dissídios individuais cujo valor não 
exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da ação 
serão processados pelo rito sumaríssimo (CLT, art. 852-A). 
Estarão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que seja 
parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: 
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor 
correspondente; 
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor à correta indicação do 
nome e endereço do reclamado; 
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze 
dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, 
de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. 
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AUDIÊNCIA 
 
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste 
artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao 
pagamento de custas sobre o valor da causa. 
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço 
ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações 
enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. 
 
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e 
julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, 
que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. 
 
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas 
a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, 
podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou 
protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de 
experiência comum ou técnica. 
 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as 
vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a 
solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência. 
 
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos 
essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à 
solução da causa trazidas pela prova testemunhal. 
 
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que 
possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais 
questões serão decididas na sentença. 
 
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidasna audiência de instrução e 
julgamento, ainda que não requeridas previamente. 
 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se- 
á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo 
absoluta impossibilidade, a critério do juiz. 
 
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão 
à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. 
 
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente 
convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha 
intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. 
 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será 
deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto 
da perícia e nomear perito. 
 
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo 
comum de cinco dias. 
 
 
 
 
SENTENÇA 
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo 
dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado 
nos autos pelo juiz da causa. 
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Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com 
resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. 
 
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e 
equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum. 
 
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que 
prolatada 
 
 
 
Possui algumas peculiaridades ENTÃO: 
 
• Audiência Una; 
• Sentença não precisa de relatório; 
• São ouvidas apenas 2 testemunha por parte; 
• Petição inicial deve indicar obrigatoriamente o valor de cada pedido na ação; 
• Não se admite a citação por edital; 
• Audiência deve ser marcada em no máximo 45 dias; 
 
 
RITO ORDINÁRIO 
 
O procedimento ordinário dos dissídios individuais, no processo trabalhista, 
está regulado, de forma esparsa entre o art. 763 e o art. 852 da CLT. As reclamatórias 
trabalhistas que se submetem ao rito ordinário são as de valores que ultrapassem 40 
(quarenta) salários mínimos, na data de seu ajuizamento. 
No rito ordinário deve ocorrer obrigatoriamente 2 audiências: de conciliação e 
de instrução. 
INICIAL 
 
Art. 283 CPC - A petição inicial será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação. 
 
Art. 396 CPC- Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283) ou a 
resposta (art. 297) com os documentos destinados a provar-lhe as alegações. 
 
Art. 787 CLT- A reclamação escrita deverá ser formulada em duas vias e 
desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar. 
 
Art. 830 CLT- O documento oferecido para prova só será aceito se estiver no 
original ou em certidão autêntica, ou quando conferida a respectiva pública- 
forma ou cópia perante o juiz ou tribunal 
 
Art. 840 CLT- A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
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§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do presidente 
da Junta, ou do juiz de Direito, a quem for dirigida, a qualificação do 
reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o 
dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu 
representante legal". 
 
§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas 
e assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, observado, no que couber, 
o disposto no parágrafo anterior. 
 
As partes, conforme dispõe o art. 840 da CLT, poderão realizar a petição 
inicial na forma oral, observando o seguinte: 
 
Art. 731 CLT - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação 
verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 
786, à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de 
perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça 
do Trabalho. 
 
Art. 732 CLT - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, 
por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 
844. 
 
 
 
Antecipação de Tutela 
 
Perigo de dano grave e de difícil reparação 
Ex: reintegração, transferência, FGTS, seguro desemprego 
Art. 769 da CLT e Art. 300 do NCPC 
Art. 769, CLT- aplicação subsidiária do NCPC nas demandas trabalhistas nos casos 
omissos, naquilo que não for incompatível com o processo do trabalho. 
 
 
RESPOSTA DO RÉU: 
 
A CLT disciplina somente a contestação e exceção, mas também é aplicável a 
reconvenção, pela aplicabilidade subsidiária do CPC. 
EXCEÇÕES 
 
A partir de uma interpretação sistemática do art. 799 da CLT, nas causas 
sujeitas à jurisdição da justiça do trabalho, poderão ser opostas exceções de 
incompetência, suspeição ou impedimento. Somente suspenderão o feito, toda via, as 
de incompetência territorial, suspeição ou impedimento, razão pelo qual deverá o 
excipiente oferece-las em petição autônoma. 
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INCOMPETÊNCIA RELATIVA OU ABSOLUTA 
A incompetência territorial, considerada relativa, será oposta necessariamente 
por meio de exceção. No entanto, prorrogar-se-á a competência dela o juiz que não 
declinar ou o reclamado não opuser exceção declinatória, nos casos e prazos legais. 
Em contrapartida, as incompetências materiais ou funcionais, consideradas 
absolutas, serão declaradas ex officio, podendo ser alegadas em qualquer tempo e 
grau de jurisdição. 
 
 
SUSPEIÇÃO 
 
Consoante dispõe o art. 801 da CLT, o juiz é obrigado a dar-se por suspeito, e 
pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos 
litigantes: 
 inimizade pessoal; 
 amizade íntima; 
 parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; 
 interesse particular na causa 
 
O mesmo artigo legal destaca, em seu parágrafo único, que se o recusante 
houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais 
poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. E ainda que a 
suspeição não será também admitida, se do processo constar que o recusante deixou 
de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou 
o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se 
originou. 
Por fim, temos que o magistrado pode se declarar suspeito por motivo íntimo. 
 
 
IMPEDIMENTO 
 
A doutrina consagra a aplicação subsidiária e adaptada do Código de Processo 
Civil ao processo do Trabalho, no que tange às causas de impedimento do magistrado. 
Assim, fica defeso ao juiz exercer as suas funções no processo (NCPC, art. 
144): 
 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou 
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como 
testemunha; 
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II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, 
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer 
das partes; 
VII - em que figure como parte instituiçãode ensino com a qual tenha relação 
de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado 
de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
 
CONTESTAÇÃO 
 
Apesar da CLT, no artigo 847, prever que a contestação deve ser apresentada 
oralmente em audiência, no prazo de 20 minutos, a praxe é que a contestação seja 
apresentada por escrito, o que facilita o desenvolvimento e tempo nas audiências. 
Está dividida em questões preliminares e de mérito. 
 
 
 QUESTÕES PRELIMINARES: São defesas indiretas aquelas que não adentram no 
mérito das alegações a serem impugnadas na defesa, nestas o reclamado alega fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 337, NCPC). Essas 
questões devem ser analisadas pelo juiz do trabalho antes de analisar o mérito. 
São exemplos de questões preliminares: Inépcia da Inicial; ausência de citação; 
Litispendência; Coisa julgada; Conexão ou Contingência; Carência da ação; 
Incapacidade da parte 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta e relativa; 
III - incorreção do valor da causa; 
IV - inépcia da petição inicial; 
V - perempção; 
VI - litispendência; 
VII - coisa julgada; 
VIII - conexão; 
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
X - convenção de arbitragem; 
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. 
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DE MÉRITO: A contestação deve reportar-se a cada um dos pedidos. Não se admite 
a chamada contestação genérica, sendo, portanto, a negativa geral ineficaz. 
É admitida a compensação e retenção. 
 
Art. 767 CLT - A compensação, ou retenção, só poderá ser arguida como 
matéria de defesa. 
 
 
Súmula 48 do TST. COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 
e 21.11.2003. A compensação só poderá ser arguida com a contestação. 
 
Súmula nº 18 do TST. COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 
20 e 21.11.2003. A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a 
dívidas de natureza trabalhista. 
 
 
RECONVENÇÃO 
 
Reconvenção é ação do réu contra o autor, no mesmo processo. 
É admissível no processo do trabalho, porque a CLT não a veda 
expressamente. O art. 767 da CLT considera a compensação e a retenção matérias 
de defesa. Se o crédito que o réu julga deter em face do autor for maior do que o que 
se pode pedir na contestação a título de compensação ou de retenção, o réu deve 
arguir a compensação e reconvir pelo que sobejar. 
É cabível no mesmo prazo da defesa (NCPC, art. 343). Não há nenhuma 
exigência de que a reconvenção se faça em peça separada. Deve ser trazida, sempre, 
em audiência. 
Não será possível ao reclamado, toda via, reconvir quando o reclamante estiver 
demandando em nome de outrem. 
A desistência da ação, ou a existência de qualquer causa que a extinga, não 
obsta ao prosseguimento da reconvenção (NCPC, art. 343, § 2º). 
Julgar-se-ão na mesma sentença a ação e a reconvenção. 
 
 
DAS PROVAS 
• ÔNUS DA PROVA 
Segundo o art. 818 da CLT, a prova das alegações incumbe (ônus) à parte que 
as fizer. 
Entretanto, o citado dispositivo legal nos conduziria à incorreta conclusão de 
que todos os fatos alegados deveriam ser provados, inclusive os negativos. 
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NCPC: Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo 
do direito do autor. 
 
 
 
 
 
• FATOS CONSTITUTIVOS: Identificam a ocorrência das hipóteses; o implemento 
das condições ou o preenchimento dos requisitos previstos legalmente para a 
aquisição de um direito. São exemplos de fatos constitutivos a existência da relação 
trabalhista e o trabalho em jornada extra, dentre outros. 
• FATOS IMPEDITIVOS: Impossibilitam a constituição do direito do autor em razão 
de ausência de fundamento legal para aquele caso concreto. São exemplos de fatos 
impeditivos as férias proporcionais na justa causa e as horas extras para domésticos 
e gerentes, dentre outros. 
• FATOS MODIFICATIVOS: Contrariam a narrativa fática exposta pelo reclamante, 
acarretando a constituição de direito diverso daquele pretendido pelo trabalhador. São 
exemplos de fatos modificativos a prestação de serviços autônomos e a utilização de 
EPI, dentre outros. 
• FATOS EXTINTIVOS: Reconhecem o direito do autor, mas opõem motivo que 
encerra sua exigência. São exemplos de fatos extintivos o pagamento, o término do 
contrato de trabalho e a prescrição, dentre outros. 
 
DAS PROVAS DOCUMENTAIS, TESTEMUNHAIS E PERICIAIS. 
 
 
Documentais: Devem ser produzidas no primeiro momento em que a parte se 
manifesta no processo, sob pena de preclusão do direito de produzir essa prova, salvo 
se comprovar que não tinha acesso à prova no momento da petição inicial ou 
contestação. 
Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado 
autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. 
Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu 
será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, 
cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a 
conformidade entre esses documentos. 
 
 
Testemunhal: Pode variar de acordo com o rito ou processo utilizado: 
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Ordinário: 3 testemunhas 
Sumaríssimo: 2 testemunhas 
Inquérito para apuração de falta grave: 6 testemunhas 
 
 
Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas 
faltas ao serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando 
devidamente arroladas ou convocadas. 
 
Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em 
hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer 
à audiência marcada. 
 
Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de 
uma testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no 
processo. 
 
Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente 
de notificação ou intimação. 
Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a 
requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das 
penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à 
intimação. 
 
Art. 828 - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será 
qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e, 
quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando 
sujeita, em caso de falsidade, às leis penais. 
Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por 
ocasião da audiência, pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim 
designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e 
pelos depoentes. 
 
Art. 829 - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo 
íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e 
seu depoimento valerá como simples informação. 
 
Art. 447 NCPC. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto 
as incapazes, impedidas ou suspeitas. 
§ 1o São incapazes:I - o interdito por demência; 
II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em 
que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve 
depor, não está habilitado a transmitir as percepções; 
III - o menor de 16 (dezesseis) anos; 
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que 
Ihes faltam. 
§ 2o São impedidos: 
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer 
grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por 
consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, 
tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de 
outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
II - o que é parte na causa; 
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III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante 
legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou 
tenham assistido as partes. 
§ 3o São suspeitos: 
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
II - o que tiver interesse no litígio. 
§ 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas 
menores, impedidas ou suspeitas. 
 
 
 
Súmula 357 TST. TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA 
RECLAMADA. SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003. Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando 
ou de ter litigado contra o mesmo empregador. 
 
 
Pericial: Estas serão determinadas sempre que houver necessidade para sua 
realização, sendo assinalado prazo de cinco dias para as partes apresentarem seus 
quesitos. Quem paga o perito é quem perde no objeto da perícia, salvo se for 
beneficiário da assistência judiciária gratuita. O perito somente vai receber após o 
término do seu serviço. 
Sempre que houver pedido de insalubridade deverá ocorrer perícia, mesmo que o réu 
seja revel no processo. 
 
• Art. 195, § 2º CLT 
Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja 
por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na 
forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do 
Ministério do Trabalho 
OJ 165 SDI-I. PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT 
(inserida em 26.03.1999). O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre 
o médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da 
insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o 
profissional devidamente qualificado. 
 
Súmula nº 457 do TST 
HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. 
RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PELO PAGAMENTO. RESOLUÇÃO Nº 
66/2010 DO CSJT. OBSERVÂNCIA. (conversão da Orientação 
Jurisprudencial nº 387 da SBDI-1 com nova redação) – Res. 194/2014, 
DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014. A União é responsável pelo 
pagamento dos honorários de perito quando a parte sucumbente no objeto 
da perícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita, observado o 
procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º 66/2010 do 
Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT. 
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Súmula nº 212 do TST. DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - 
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O ônus de provar o término do 
contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o 
despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação 
de emprego constitui presunção favorável ao empregado. 
 
Súmula nº 338 do TST. JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA 
PROVA (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da 
SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. 
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o 
registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não- 
apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção 
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por 
prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 
21.11.2003) 
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em 
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 
da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001) 
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída 
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, 
relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a 
jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 
11.08.2003) 
 
 
OJ 233 SDI –I. HORAS EXTRAS. COMPROVAÇÃO DE PARTE DO 
PERÍODO ALEGADO (nova redação) - DJ 20.04.2005 
A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou documental 
não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde que o julgador fique 
convencido de que o procedimento questionado superou aquele período. 
 
 
DAS ALEGAÇÕES FINAIS, ACORDO E SENTENÇA 
RAZÕES FINAIS 
 
oral. 
As razões finais deverão ser apresentadas na audiência judicial e de forma 
 
 
Terminada a instrução processual, as partes podem aduzir razões finais no 
prazo de 10 minutos para cada uma (Art. 850 da CLT). Se as partes não apresentarem 
as razões finais, não haverá nulidade, pois é uma faculdade das partes: podem 
apresenta-las ou não. Não há uma obrigação. (MARTINS, 2015, p. 370). 
Após as razões finais o juiz renova a proposta de conciliação. 
 
 
Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em 
prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz 
ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, 
será proferida a decisão. 
 
 
COISA JULGADA 
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Coisa julgada formal: tanto as sentenças terminativas quanto as definitivas 
atingem o estado de coisa julgada formal, quando há como consequência a preclusão 
recursal. 
Coisa julgada material: resulta da sentença que julga total ou parcialmente a 
lide. Abrange a coisa julgada formal. 
 
SENTENÇA 
 
 
• Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo 
do pedido e da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da 
decisão e a respectiva conclusão. 
• § 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, 
determinará o prazo e as condições para o seu cumprimento. 
• § 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas 
pela parte vencida. 
• § 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar 
a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo 
homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo 
recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso. 
• § 4o A União será intimada das decisões homologatórias de acordos 
que contenham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, 
de 21 de dezembro de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aos 
tributos que lhe forem devido. 
• § 5o Intimada da sentença, a União poderá interpor recurso relativo à 
discriminação de que trata o § 3o deste artigo. 
• § 6o O acordo celebrado após o trânsito em julgado da sentença ou a 
pós a elaboração dos cálculos de liquidação de sentença não prejudicará os 
créditos da União. 
• § 7o O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundame 
ntado, dispensar a manifestação da União nas decisões homologatórias de 
acordos em que o montante da parcela indenizatória envolvida ocasionar pe 
rda e escala decorrente da atuação do órgão jurídico. 
 
 
ACORDO 
A qualquer momento, poderão as partes realizar acordo najustiça do trabalho, 
inclusive quando o processo estiver já na fase de execução. 
 
Art. 764 - Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da 
Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. 
§ 1º Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho 
empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma 
solução conciliatória dos conflitos. 
§ 2º Não havendo acordo, o juízo conciliatório converter-se-á 
obrigatoriamente em arbitral, proferindo decisão na forma prescrita neste 
Título. 
§ 3º É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda 
mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório. 
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É possível que o acordo seja parcial, como por exemplo, quanto ao pagamento 
de adicional de insalubridade, visando evitar-se gastos desnecessários com perícia. 
Pode o acordo ser realizado com um dos reclamantes, ou entre o reclamante e uma 
ou algumas empresas do polo passivo da ação. Nestes casos prossegue o processo 
quanto à parte restante, pela diferença. (MARTINS, 2015, p. 322) 
 
Art. 846 - Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação. 
§ 1º Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo presidente e pelos 
litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para seu 
cumprimento. 
§ 2º Entre as condições a que se refere o parágrafo anterior, poderá ser 
estabelecida a de ficar a parte que não cumprir o acordo obrigada a satisfazer 
integralmente o pedido ou pagar uma indenização convencionada, sem 
prejuízo do cumprimento do acordo. 
 
 
• De acordo com a lei o juiz não está obrigado a homologar o acordo celebrado 
entre as partes, principalmente se entender que o acordo é prejudicial a uma 
das partes ou é contrário a lei. 
• Havendo acordo, o mesmo será lavrado como decisão irrecorrível, só podendo 
ser atacado por ação rescisória, conforme dispõem a Súmula 259 do TST. 
 
Súmula n. 259 do TST - Termo de conciliação. Ação rescisória. Só por 
ação rescisória é impugnável o termo de conciliação previsto no parágrafo 
único do art. 831 da CLT. 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
INQUÉRITO PARA APIRAÇÃO DE FALTA GRAVE 
 
Natureza jurídica: ação judicial proposta pelo empregador em face do 
empregado (artigo 652, ―b‖, da CLT). Previsão legal: artigos 853 a 855 da 
Consolidação das Leis do Trabalho 
Conceito: ―Ação constitutiva (negativa) necessária para apuração de falta 
grave que autoriza a resolução do contrato de trabalho do empregado estável por 
iniciativa do empregador‖. 
Prazo para interposição da ação: Trinta dias, contados a partir do primeiro 
dia da suspensão do empregado. 
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 Suspensão do empregado para ajuizamento do inquérito: 
A suspensão do empregado acusado de fatal grave é faculdade do 
empregador, pois o artigo 494 da CLT utiliza a expressão ―poderá‖: 
 
Art. 494 - O empregado acusado de falta grave poderá ser suspenso de suas 
funções, mas a sua despedida só se tornará efetiva após o inquérito e que se 
verifique a procedência da acusação. 
Parágrafo único - A suspensão, no caso deste artigo, perdurará até a decisão 
final do processo. 
 
Estrategicamente, já que se trata de faculdade, a suspensão do empregado 
deve ser avaliada com parcimônia pelo empregador, pois, se julgado improcedente o 
inquérito, os efeitos da sentença podem lhe resultar onerosos, a teor do que dispõe o 
artigo 495 da CLT: 
 
Art. 495 - Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo 
empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar- 
lhe os salários a que teria direito no período da suspensão 
 
Efeitos da sentença: 
a) Se procedente o inquérito: a ação tem natureza constitutiva, 
autorizando a dispensa por justa causa. Se houver suspensão prévia do obreiro, a 
extinção do contrato é considerada a partir da data da interposição do inquérito. 
b) Se improcedente o inquérito: inexistindo suspensão, o contrato 
permanece íntegro, como se nada tivesse ocorrido. Se houver suspensão, deverá o 
obreiro ser reintegrado, pagando-se os salários do período e demais direitos 
trabalhistas, como já asseveramos acima. Se desaconselhável a reintegração, a 
obrigação poderá ser convertida em indenização, nos termos do artigo 496 da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
Forma: a petição inicial de inquérito deve ser escrita, obrigação prevista para 
o empregador, no artigo 853 da CLT; entretanto, a defesa do empregado pode ser 
oral (art. 847, da CLT). 
Os procedimentos em audiência são praticamente os mesmos da ação 
trabalhista comum, apenas invertendo-se algumas situações, como, por exemplo, 
quanto ao arquivamento da demanda, que, no caso, opera-se pelo não 
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comparecimento do empregador. Ausentando-se, o empregado é considerado revel e 
confesso com relação à matéria de fato. 
***Será permitido a cada parte trazer para audiência 6 testemunhas. 
 
 
AÇÃO RESCISÓRIA 
 
A ação rescisória cabe nas hipóteses previstas pelo artigo 966 do Novo Código 
de Processo Civil, ao dispor: 
 
Art. 966 - CPC. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser 
rescindida quando: 
 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte 
vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar 
a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo 
criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja 
existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe 
assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 
Já a legitimidade para propor a ação rescisória está definida no artigo 967 do 
NCPC que dispõem o seguinte: 
 
Art. 967. Tem legitimidade para propor a ação: 
I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou 
singular; 
II - o terceiro juridicamente interessado; 
III - o Ministério Público: 
 
Por fim, o artigo 968 do CPC dispõe sobre a petição inicial da ação rescisória: 
 
Art. 488. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos 
essenciais do art. 282, devendo o autor: 
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da 
causa; 
II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a 
título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada 
inadmissível, ou improcedente. (No processo do trabalho é de 20%) 
Não se aplica o disposto no no II à União, ao Estado, ao Município e ao 
Ministério Público. 
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Súmula n. 402 do TST - Ação rescisória. Documento novo. Dissídio 
coletivo. Sentença normativa. 
Documento novo é o cronologicamente velho, já existente ao tempo da 
decisão rescindenda, mas ignorado pelo interessado ou de impossível 
utilização, à época, no processo. Não é documento novo apto a viabilizar a 
desconstituição de julgado: 
a) sentença normativa proferida ou transitada em julgado posteriormente à 
sentença rescindenda; 
b) sentença normativa preexistente à sentença rescindenda, mas não exibida 
no processo principal, em virtude de negligência da parte, quando podia e 
deveria louvar-se de documentojá existente e não ignorado quando emitida 
 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Segundo Amauri Mascaro Nascimento mandado de segurança é o meio 
impugnativo constitucional para a proteção de direito individual, próprio, líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. 
Pode se impetrado tanto por pessoa física quanto jurídica. 
Quando ataca ato de juiz de primeiro grau, a competência originária é do 
respectivo TRT, se o ato é do desembargador do TRT, ao colegiado desta caberá a 
apreciação e ser interposto contra ato de Ministro do TST, ao colegiado deste caberá 
a sua apreciação. 
No que se refere à legitimidade para agir, exige-se a identidade do réu, como 
pessoa obrigada e identidade da pessoa do autor como pessoa favorecida pela Lei. 
Para a impetração do Mandado de Segurança há um prazo de cento e vinte 
dias, contados da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato 
arbitrário. 
O vencido do Mandado de Segurança pode recorrer através do Agravo 
Regimental. 
 
Súmula nº 33 do TST - MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO JUDICIAL 
TRANSITADA EM JULGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003. Não cabe mandado de segurança de decisão judicial transitada 
em julgado. 
 
Súmula n. 414 do TST - Mandado de segurança. Antecipação de tutela 
(ou liminar) concedida antes ou na sentença. 
I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação 
pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso 
ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a 
recurso. 
II – No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da 
sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da 
inexistência de recurso próprio. 
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III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto 
do mandado de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada 
(ou liminar). 
 
 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
Havendo recursa do trabalhador em receber o importe de suas verbas 
rescisórias ou dúvida sobre quem deva legitimamente receber pagamento de crédito 
ou indenização trabalhista ou contribuição sindical, poderá o empregador requerer o 
depósito da quantia correspondente, com a consequente extinção da obrigação, 
mediante ação de consignação em pagamento. 
A petição inicial deve ser instruída com os documentos comprobatórios da 
existência da obrigação e, conforme o caso, da recusa do empregado em receber seu 
crédito, requerendo, ainda: 
I. o depósito da quantia devida, a ser efetivado no prazo de 5 dias, 
contados do deferimento; 
II. A notificação do consignado (ou dos consignados, no caso de dúvida 
acerca da titularidade do direito) para comparecer à audiência trabalhista (não se 
conferindo simples prazo para resposta, tal como ocorre no processo civil). 
 
Quando forem prestações periódicas, uma vez deferida a primeira parcela, 
deverá o autor continuar efetuando o pagamento das demais. 
Diante da discordância em receber quantia depositada e dar quitação, o credor 
poderá oferecer contestação, sob os fundamentos de que: 
a) Não houve recusa em receber a quantia; 
b) Foi justa a recusa; 
c) O depósito não se efetuou no prazo; 
d) O depósito não é integral; 
 
 
A alegação de depósito insuficiente (não integral) somente será admissível se 
o consignante indicar o montante que entende devido. Será lícito ao consignante, 
por sua vez, completá-lo em dez dias. 
Não sendo realizado o complemento indicado, será autorizado, desde logo, o 
levantamento pelo consignado da quantia depositada, com a consequente liberação 
parcial do consignante, prosseguindo o processo quanto à parte controvertida. 
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Caso existam outras verbas trabalhistas a serem saldadas, o consignado 
poderá propor reconvenção que, após regular instrução, será decidida 
conjuntamente com a ação consignatória. 
Não oferecida a contestação, e ocorrendo os efeitos da revelia, o juiz julgará 
procedente o pedido, declarará extinta a obrigação e condenará o demandado as 
custas. 
Quando a consignação se fundar em dívida sobre quem deva legitimamente 
receber, teremos as seguintes implicações: 
a) Não comparecendo nenhum dos indicados, converter-se-á o depósito 
em arrecadação de bens ausentes; 
b) Comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; 
c) Comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e 
julgará extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os 
credores; 
Processo do Trabalho 
Prof. Wanderson Marquiori 
 
 
 
 
RECURSOS 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DOS RECURSOS TRABALHISTAS 
 
a) Unirrecorribilidade: só é possível um recurso de cada vez. 
b) Fungibilidade: dúvida sobre o recurso cabível; inexistência de erro 
grosseiro; apresentado no prazo do recurso cabível. 
c) Variabilidade: possibilidade de substituição de um recurso por outro 
dentro do prazo legal. 
d) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: apenas em recurso 
definitivo (art. 893, parágrafo 1º, CLT) ou cabe apenas: da decisão de incompetência 
em razão da matéria (799, parágrafo 2º, CLT); decisão do TRT que contrarie súmula 
ou OJ do TST; das decisões suscetíveis de recurso para o próprio tribunal; que acolhe 
exceção de incompetência territorial com remessa a TRT diverso. Súmula 214 TST. 
e) Proibição da reformatio in pejus - não se pode agravar a situação do 
recorrente. Constituem exceção ao princípio da vedação da reformatio in pejus as 
matérias que o Tribunal pode conhecer de ofício, como as mencionadas no art. 337 
do NCPC (matérias de ordem pública). 
f) Da remessa necessária ou recurso de ofício- Quando houver 
condenação em face da Fazenda Pública, nos termos do Decreto-lei n. 779/69 e art. 
496 do NCPC, o processo estará sujeito ao duplo grau de jurisdição obrigatório, ou à 
remessa de ofício. 
 
Súmula n. 303, in verbis: 
―FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. 
I — Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo 
na vigência da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo: a) 
quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 
(sessenta) salários mínimos; b) quando a decisão estiver em consonância 
com decisão plenária do Supremo Tribunal Federal ou com súmula ou 
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; II — Em ação 
rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita ao 
duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, 
exceto nas hipóteses das alíneas a e b do inciso anterior; III — Em mandado 
de segurança, somente cabe remessa ex officio se, na relação processual, 
figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela 
concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito 
como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada 
a hipótese de matéria administrativa‖. 
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Prof. Wanderson Marquiori 
 
 
 
Art. 893 CLT - Das decisões são admissíveis os seguintes 
recursos: 
I - embargos; 
II - recurso ordinário; 
III - recurso de revista; 
IV - agravo. 
 
 
Nas decisões, no âmbito da justiça do trabalho, são admissíveis os seguintes 
recursos: 
a) Recurso Ordinário 
b) Embargos de Declaração 
c) Recurso de Revisa 
d) Embargos ao TST 
e) Agravo de Petição (fase de execução) 
f) Agravo de instrumento 
g) Agravo regimental 
h) Agravo inominado 
i) Pedido de revisão 
 
 
 
EFEITO: os recursos no processo do trabalho têm efeito devolutivo, conforme 
estabelece o art. 899 da CLT.

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