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Previdenciário Atualizado (XVI TRF1)

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Direito Previdenciário
2015
Resumo elaborado conforme o edital do XVI Concurso Público para Provimento de Cargo de Juiz Federal Substituto do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo sido adaptado com informações do edital adotado pelo Tribunal Regional da 3ª Região.
Colaboradores: 
Emília
Lara Vasconcelos
Manoel Pedro
Renato Ribas
Atualizado conforme edital do XVI Concurso Público para Provimento de Cargo de Juiz Federal Substituto do Tribunal Regional Federal da 1ª Região em 12/2015.
Colaboradores
Rafael
Franciele
Leandro
Fabrício
Adriana
Paulo
Lisya
Camila
Helena 
Sumário
1	Ponto 1 - Seguridade. Natureza, fontes e princípios. Eficácia e interpretação das normas de Seguridade.	5
1.1	CONCEITO	5
1.2	COMPETÊNCIA LEGISLATIVA.	6
1.3	NATUREZA JURÍDICA	7
1.4	FONTES.	7
1.5	PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL.	7
1.6	EFICÁCIA DAS NORMAS DE SEGURIDADE SOCIAL.	8
1.7	INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS DE SEGURIDADE SOCIAL.	8
2	Ponto 2 - Regime geral. Segurados e dependentes. Inscrição e filiação. Qualidade de segurado. Manutenção e perda.	9
2.1	REGIME GERAL.	9
2.2	SEGURADOS E DEPENDENTES.	9
2.3	INSCRIÇÃO E FILIAÇÃO.	19
2.4	QUALIDADE DE SEGURADO. MANUTENÇÃO E PERDA.	19
3	Ponto 3 - Seguridade Social. Saúde, Previdência e Assistência. Distinções.	21
3.1	SEGURIDADE SOCIAL.	21
3.2	PREVIDÊNCIA SOCIAL.	21
3.3	ASSISTÊNCIA SOCIAL.	22
3.4	SAÚDE.	28
4	Ponto 4 - Previdência Social Rural e Previdência Social Privada. Regimes especiais. Regime previdenciário do servidor estatutário. Previdência complementar.	31
4.1	PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL.	31
4.2	PREVIDÊNCIA SOCIAL PRIVADA.	44
4.3	PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.	48
4.4	REGIMES ESPECIAIS DE PREVIDÊNCIA. REGIME PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR ESTATUTÁRIO.	51
4.5	DO MATERIAL ADICIONAL SOBRE AS REFORMAS PREVIDENCIÁRIAS (JÁ EXISTENTE E DE LEITURA OPCIONAL).	60
5	Ponto 5 - Custeio. Salário de contribuição. Limites. Reajustes.	63
5.1	CUSTEIO.	63
5.2	SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO.	65
5.3	LIMITES DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO.	69
5.4	REAJUSTES.	69
6	Ponto 6 - Prestação. Carência. Benefícios. Renda Mensal Inicial. Aposentadorias, auxílios e pensões. Prescrição.	69
6.1	PRESTAÇÃO	69
6.2	CARÊNCIA	70
6.3	RENDA MENSAL INICIAL	71
6.4	BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL	73
6.5	PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA.	87
7	Ponto 7 - Cálculo de benefícios. Valores mínimo e máximo. Reajustes, revisões e valor real.	88
7.1	CÁLCULO DE BENEFÍCIOS.	88
7.2	VALORES MÍNIMO E MÁXIMO.	89
7.3	REAJUSTES, REVISÕES E VALOR REAL	91
8	Ponto 8 - Serviços. Habilitação, reabilitação e serviço social.	99
8.1	SERVIÇOS DEVIDOS AOS DEPENDENTES E AOS SEGURADOS.	99
8.2	SERVIÇO SOCIAL	99
8.3	HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL [ART. 89 A 93, LEI 8.213/91].	Erro! Indicador não definido.
9	Ponto 9 - Contribuições sociais. Natureza e espécies.	102
9.1	NATUREZA	102
9.2	ESPÉCIES: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS.	104
10	Ponto 10 - 10. Ação previdenciária. Justificação. Tempo de serviço e tempo de contribuição. Juizado Especial Federal: questões previdenciárias.	124
10.1	AÇÃO PREVIDENCIÁRIA	124.
10.2	TEMPO DE SERVIÇO E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.	132
Ponto 1 - Seguridade. Natureza, fontes e princípios. Eficácia e interpretação das normas de Seguridade.
CONCEITO
De acordo com o art. 194 da CF/88, a seguridade social pode ser conceituada como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Trata-se, em suma, de direito fundamental de segunda geração concebido sob a perspectiva do modelo de Estado de Bem-Estar Social.
A Saúde é direito de todos e dever do Estado a ser assegurada mediante ações que visem a redução dos riscos de doenças e seus agravamentos. O acesso aos programas de Saúde Pública é orientado pelos princípios da igualdade e universalidade do atendimento, independentemente de qualquer contribuição.
Por sua vez, a Assistência Social, conjunto de prestações disponibilizadas a quem delas necessitar, também independe de qualquer contribuição para a seguridade social, tendo como principais objetivos a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo às crianças e adolescentes carentes; a promoção da integração ao mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, na forma estabelecida em lei.
Por fim, a Previdência Social é um sistema protetivo de caráter contributivo e filiação obrigatória, organizado sob a forma de regime geral e critérios que preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial, voltado a atender, na forma da lei, a cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à gestante; proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes.
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA.
União Seguridade Social (atenção – privativa)
União, Estados, DF previdência social, proteção e defesa da saúde, proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência e à infância e à juventude
Municípios complementar a legislação, tendo em vista o permissivo do art. 30, I e II da CF
Há uma aparente antinomia de dispositivos constitucionais, pois a seguridade social foi tema legiferante reservado à União pelo art. 22, XXIII, da CF/88, ao passo que a previdência social, a saúde e temas assistenciais (todos inclusos na seguridade social) foram repartidos entre todos os entes federados. 
Todavia, a partir de uma interpretação sistemática de tais dispositivos, pode-se concluir que apenas a União poderá legislar sobre previdência social, exceto no que concerne ao regime de previdência dos servidores públicos efetivos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que poderão editar normas jurídicas para instituí-los e discipliná-los, observadas as normas editadas pela União e as já postas pela própria Constituição. 
Outrossim, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios também poderão editar normas jurídicas acerca da previdência complementar dos seus servidores públicos, a teor do art. 40, § 14, da Constituição Federal. Contudo, entende-se que apenas a União possui competência para legislar sobre a previdência complementar privada, pois o tema deve ser regulado por lei complementar federal, conforme se interpreta do art. 202 da CF/88.
No tocante à saúde e à assistência social, a competência acaba sendo concorrente, cabendo à União editar normas gerais a serem complementadas pelos demais entes políticos, conforme as suas peculiaridades regionais e locais, tendo em conta que todas as pessoas políticas devem atuar para realizar os direitos fundamentais na área da saúde e da assistência social. 
Segundo a ordem constitucional vigente, cabe ao Poder Público organizar a seguridade social, mediante lei, tendo por base os seguintes objetivos: a) universalidade da cobertura e do atendimento; b) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; c) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; d) irredutibilidade do valor dos benefícios; e) equidade na forma de participação no custeio; f) diversidade da base de financiamento; g) caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo nos órgãos colegiados (art.194, § único, CF/88).
 NATUREZA JURÍDICA
Sendo a seguridade social um conjunto integrado de ações que visa assegurar direitos à saúde, previdência e assistência social,há três tipos de relações jurídicas a considerar: relação jurídica de assistência à saúde; relação jurídica de previdência social; e relação jurídica de assistência social. 
Os sujeitos da relação jurídica de seguridade social são: a) sujeito ativo: quem dela necessitar; b) sujeitos passivos: poderes públicos (União, Estados e Municípios) e a sociedade em geral. 
O objeto da relação jurídica de que se trata merece especial atenção. 
No campo civilista, o risco acontecido configura o sinistro, e o dano decorrente é coberto pela indenização; o direito à cobertura pelo seguro só existe se o segurado tiver pago o prêmio. O risco é de livre definição pelas partes, assim como a extensão da indenização. A relação jurídica nasce da celebração do contrato. 
No campo da seguridade, a questão se coloca de maneira diferente. O seguro, na sua acepção civilística, não se mostrou suficiente para configurar o objeto da proteção social dada pela seguridade porque: a) a noção de risco está sempre ligada a dano, prejuízo que deve ser recomposto pela indenização. Porém, em termos de seguridade social, a proteção nem sempre se origina de dano. Exemplifiquemos: a invalidez, causa de incapacidade para o trabalho, é evento danoso que tem cobertura previdenciária ou assistencial, conforme a hipótese. Porém, a maternidade, que conceitualmente não é dano, também tem cobertura pela seguridade social porque a segurada mãe fica impossibilitada de trabalhar e prover seu sustento e de sua família; b) o seguro impõe o pagamento do prêmio para que, configurado o sinistro, seja paga a indenização; não é o que ocorre na seguridade social, em que nem todos contribuem para o custeio, mas todos têm direito a algum tipo de proteção social; quem pode contribuir é segurado da previdência social; quem não pode contribuir tem direito à assistência social, desde que preenchidos os requisitos legais; mas todos têm direito à assistência à saúde. 
A relação jurídica de seguridade social é diversa da relação jurídica do seguro do Direito Civil, embora se possa afirmar que somente a relação jurídica previdenciária se aproxima de uma relação de seguro, porque a cobertura dependerá sempre de contribuição do seguro. Os riscos cobertos, porém, serão sempre enumerados pelo legislador. 
Insatisfatória a noção de risco, a seguridade adota a de contingência que gera a consequência-necessidade objeto da proteção. A relação jurídica de seguridade social se forma após a ocorrência do evento, ou contingência, para, então, reparar a consequência-necessidade dela decorrente. Para a seguridade social, o que interessa é a consequência que o fato produz. A CF define as contingências básicas produtoras de necessidades, que têm cobertura por prestações de duas modalidades: benefícios e serviços.
FONTES. 
Material – Variáveis econômicas, sociais e políticas 
Formal CF, leis, atos normativos regulamentares
PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL.
Conforme doutrina de João Batista Lazzari
 
UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO. 
Universalidade da cobertura a proteção social deve alcançar todos os eventos cuja reparação seja premente, a fim de manter a subsistência de quem dela necessite. 
Universalidade do atendimento significa a entrega das ações, prestações e serviços de seguridade social a todos os que necessitem, tanto em termos de previdência social – obedecido o princípio contributivo – como no caso da saúde e da assistência social.
 UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS ÀS POPULAÇÕES URBANAS RURAIS. 
O mesmo princípio já contemplado no art. 7º da Carta trata de conferir tratamento uniforme a trabalhadores
urbanos e rurais, havendo assim idênticos benefícios e serviços (uniformidade), para os mesmos eventos cobertos pelo sistema (equivalência). Tal princípio não significa, contudo, que haverá idêntico valor para os benefícios, já que equivalência não significa igualdade. Os critérios para concessão das prestações de seguridade social serão os mesmos; porém, tratando-se de previdência social, o valor de um benefício pode ser diferenciado – caso do salário-maternidade da trabalhadora rural enquadrada como segurada especial.
SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS.
A seletividade é princípio voltado para o legislador, e, dificilmente, propiciará análise no caso concreto. 
O objetivo do sistema de proteção social não é a eliminação, mas sim a redução das desigualdades sociais e regionais, por meio da garantia dos mínimos vitais à sobrevivência com dignidade. Cabe ao legislador selecionar as contingências geradoras das necessidades que a seguridade deve cobrir. É opção política que deve levar em conta a prestação que propicie maior proteção social e, por consequência, maior bem-estar. 
A distributividade impõe que a escolha recaia sobre as prestações que, por sua natureza, tenham maior potencial distributivo. A distributividade nada mais é do que a justiça social, redutora das desigualdades. Deve-se distribuir para os que mais necessitam de proteção, com a finalidade, sempre, de reduzir desigualdades. 
Seletividade e distributividade impedem que a interpretação da legislação conceda ou estenda prestações de forma diversa da prevista expressamente pela legislação. 
IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS. 
Concedida a prestação, que, por definição, deve suprir os mínimos necessários à sobrevivência com dignidade, conforme demonstrado por todo o período contributivo do segurado, a renda mensal do benefício não pode ser reduzida. A irredutibilidade encontra previsão no art. 201, § 4º, da CF, que assegura o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. A jurisprudência tem entendido que a irredutibilidade é apenas nominal.
DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO. 
O art. 195 da Lei Maior prevê que a seguridade seja financiada por toda a sociedade. O custeio é feito por meio de recursos orçamentários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de contribuições pagas pelo empregador, pela empresa ou entidade a ela equiparada, pelo trabalhador, pelas contribuições incidentes sobre as receitas dos concursos de prognósticos e pelas contribuições pagas pelo importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Há ainda a possibilidade de instituição de outas fontes de custeio destinadas a garantir a expansão da seguridade social mediante lei complementar, nos termos do § 4º do art. 195 da CF. 
CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA GESTÃO ADMINISTRATIVA, COM A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE. 
A gestão da seguridade social é quadripartite, com a participação de representantes dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Poder Público nos órgãos colegiados. 
O caráter democrático está situado apenas na formulação de políticas públicas de seguridade e no controle das ações de execução. 
A descentralização significa que a seguridade social tem um corpo distinto da estrutura institucional do Estado. No campo previdenciário, essa característica sobressai com a existência do Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, autarquia federal encarregada da execução da legislação previdenciária. 
PRECEDENCIA DA FONTE DE CUSTEIO 
 É o princípio segundo o qual não pode ser criado benefício ou serviço, nem majorado ou estendido a categorias de segurados, sem que haja a correspondente fonte de custeio total.
Intima relação com o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema. 
EFICÁCIA DAS NORMAS DE SEGURIDADE SOCIAL. 
EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO.
Refere-se à entrada da lei em vigor. Quanto às regras de custeio, o § 6º do artigo 195 da Constituição estabelece que as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social somente poderão ser exigidas após o transcurso de 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou majorado, não lhes sendo aplicável o disposto do art. 150, III, b, da CF (princípio da anterioridade). As demais regras entrarão em vigor na datada publicação da lei.
EFICÁCIA DA LEI NO ESPAÇO. 
Diz respeito aos limites territoriais dentro dos quais as regras de seguridade social produzirão seus efeitos. 
Como regra, as leis de benefícios e de custeio se aplicam aos nacionais e estrangeiros residentes no território nacional.
Excepcionalmente, contudo, a ordem jurídica brasileira admite a aplicação das regras de seguridade social a nacionais e estrangeiros que não se encontram no território nacional. Nesse sentido, pode-se citar o art. 11, I, alíneas c, e, da Lei 8.213/1991, que define como segurado obrigatório empregado o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior, bem como o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio.
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS DE SEGURIDADE SOCIAL. 
As formas de interpretação são aquelas utilizadas em outros ramos do direito: gramatical, histórica, autêntica, sistemática e teleológica.
Deve-se apenas ter em mente a natureza do direito da seguridade social, tendo em vista a proteção do indivíduo em situação de contingência, de maneira a adotar interpretação consentânea o bem estar e justiça social. 
Ex: in dubio pro misero, flexibilização de critérios rígidos de aferição econômica para fins de concessão de benefício (LOAS – superação do critério objetivo de ¼ do salário mínimo pelo STF).
Ponto 2 - Regime geral. Segurados e dependentes. Inscrição e filiação. Qualidade de segurado. Manutenção e perda.
REGIME GERAL. 
Para Castro e Lazzari: “entende-se por regime previdenciário aquele que abarca, mediante normas disciplinadoras da relação jurídica previdenciária, uma coletividade de indivíduos que tem vinculação entre si em virtude da relação de trabalho ou categoria profissional a que está submetida, garantindo a esta coletividade, no mínimo, os benefícios essencialmente observados em todo sistema de seguro social – aposentadoria e pensão por falecimento do segurado”.
O regime geral de Previdência Social é o principal regime previdenciário na ordem interna e abrange obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa privada. Pertencem ainda a tal regime os funcionários públicos não abrangidos por regime próprio, a saber, a) os ocupantes de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com o Poder Público (artigo 37, inciso V, da Constituição Federal), b) os ocupantes de cargos temporários; e c) os empregados públicos “celetistas”. 
É regime de repartição simples e benefício definido, regido pelas Leis nº 8.212/91 e 8.213/91 e regulamentado pelo Decreto nº 3.048/99, sendo sistema de repartição público, de filiação compulsória e automática para os segurados obrigatórios, tendo caráter contributivo, permitindo ainda a inscrição de segurados facultativos (princípio da universalidade do atendimento – art. 195, I, da CF/88). Sua gestão é atualmente realizada pelo INSS (administração dos benefícios previdenciários) e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (após a edição da Lei n° 11.457, de 16/03/2007 – arrecadação, fiscalização e cobrança).
A reforma constitucional realizada pela EC 47/2005 teve como principal objetivo ampliar a inclusão previdenciária no RGPS. Para tanto, acrescentou-se ao art. 201 os §§ 12 e 13, facultando-se a aplicação de alíquota diferenciada de contribuição e carências inferiores, em se tratando de “trabalhadores de baixa renda e aqueles, que, sem renda própria, se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência”.
O servidor que exercer atividade também na iniciativa privada será obrigatório dos dois regimes e, considerando a vedação constitucional de acumulação de cargos públicos (art. 37, XVI), só é possível a acumulação de três aposentadorias de regimes públicos: duas nos regimes próprios e uma no RGPS.
Por fim, o RGPS é financiado por três entidades mantenedoras: Governo, empresas e segurados.
SEGURADOS E DEPENDENTES. 
Beneficiários da previdência social são todas as pessoas naturais titulares de direitos subjetivos perante o Sistema Previdenciário. Dividem-se em segurados e dependentes, com as seguintes subclassificações:
			Facultativos.
a) Segurados.
						Empregado.
						Empregado doméstico.
			Obrigatórios		Avulso.
Segurado especial.				
Contribuinte individual.
1ª classe – cônjuge, companheiro, filho menor de 21 anos não emancipado ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Lei 12.470/11).
b) Dependentes.			2ª classe – pais.
3ª classe – irmão menor de 21 anos não emancipado ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; (Lei 12.470/11).
Ver mudanças quanto aos dependentes abaixo
SEGURADOS
Para Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior, “Segurados são as pessoas físicas que, em razão de exercício de atividade ou mediante o recolhimento de contribuições, vinculam-se diretamente ao Regime Geral”, ao passo que “dependentes são as pessoas cujo liame jurídico existente entre elas e o segurado permite que a proteção previdenciária lhes seja estendida de forma reflexa”.
Os segurados podem ser obrigatórios, se exercem atividade vinculada ao RGPS – sem possibilidade de exclusão voluntária -, ou facultativos, quando se filiam ao sistema voluntariamente. Nem toda atividade remunerada implica filiação obrigatória ao RGPS, sendo exemplo dessa situação o caso dos presos, qualificados, por força do art. 11, § 1º, XI do Decreto nº 3048/1999, como segurados facultativos.
Desde o advento da EC nº 20/98, para ser segurado, é preciso ter a idade mínima de 16 anos (art. 7º, XXXIII, da Constituição). A exceção diz respeito ao aprendiz, que pode trabalhar a partir dos 14 anos. Antes da referida Emenda, a idade mínima era de 14 anos.
Inicialmente, vale destacar que todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas, bem como o aposentado que voltar à atividade deverá pagar as contribuições (art. 11, § 2º e 3º, da LBPS)
Empregado – art. 12, I, Lei 8.212/91 e art. 9º, I, Decreto 3.048/99. É o segurado que presta pessoalmente serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração. 
Empregado rural é a pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços com continuidade a empregador rural, mediante subordinação e pagamento de salário (art. 2º da Lei n.º 5.889/73).
O estagiário não é segurado obrigatório do RGPS, desde que o estágio respeite as diretrizes fixadas pela Lei nº 11.788/08.
Segundo o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.213/91, é segurado obrigatório, como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
Devido à relevância do enquadramento correto do trabalhador para o custeio e benefício previdenciário, a fiscalização poderá reconhecer a existência de vínculo empregatício, sempre que observar a existência dos requisitos legais (STJ, Resp 236.279/RJ, 08.02.00), sem necessidade de demandar o reconhecimento do vínculo da Justiça do Trabalho.
A Lei n° 11.457/07 permite que o Auditor Fiscal da Receita Federal possa enquadrar qualquer segurado como empregado para fins previdenciários, desde que verificada a presença dos pressupostos característicos da relação de emprego. Ainda, pode desconsiderar a existência de sociedade fictícia de prestação de serviços, enquadrando seus sócios como empregados da empresa contratante.
Especial atenção merece a situação dos trabalhadores rurais denominados “boias-frias”, até hoje excluídos do emprego formal. Parafins previdenciários, a jurisprudência os tem qualificado como “segurados empregados”.
Também se inclui nessa classe (segurado empregado) o aprendiz, maior de 14 e menor de 24 anos, ressalvado o portador de deficiência, ao qual não se aplica o limite máximo de idade.
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas - É o trabalhador temporário, cuja contratação tem prazo máximo de três meses (Lei 6.019/74), admitida a prorrogação mediante autorização do órgão local do MTPS. O trabalhador eventual, por sua vez, é contribuinte individual.
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; (Essa alínea, bem como a alínea “f”, constituem hipóteses de extraterritorialidade da lei brasileira).
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular – Os trabalhadores excluídos da norma que vierem a exercer outra atividade poderão ser, em relação a esta, segurados obrigatórios do RGPS.
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; - brasileiro que representa os interesses da União, se for contratado por organismo internacional fora do Brasil é contribuinte individual. 
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional;
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. (Alínea incluída pela Lei nº 8.647, de 13.4.93) - O § 5º do art. 11 dispõe: § 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que em regime especial, e fundações. Se já forem servidores públicos, continuarão vinculados ao regime próprio. Caso os servidores sejam requisitadas para outro órgão ou entidade e não possam ser filiadas ao regime desse órgão ou entidade, permanecerão vinculadas ao regime de origem (art. 12, da Lei 8.213/91).
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social;
O STF declarou inconstitucional a alínea “h”, inserida pela Lei nº 9.506/97, pois a inclusão dos exercentes de mandato eletivo dentre os segurados obrigatórios do RGPS implicou na criação, por meio de lei ordinária, de nova fonte de custeio. É que não se podia considerar que o subsídio pago aos agentes políticos se enquadrava no conceito de “folha de salários, faturamento e/ou lucro”, tampouco de nova contribuição social sobre o subsídio de agente político (Informativo STF nº 324 (RE-351717). Assim, o Senado Federal suspendeu a executoriedade da alínea “h” acima transcrita, com efeitos ex nunc e erga omnes (Resolução nº 26, de 21 de junho de 2005). Contudo, com a EC nº 20/98, a redação do art. 195 da CF passou a permitir a exigência de contribuições incidentes sobre a remuneração dos agentes políticos (“...II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social...”), tendo sido editada lei nesse sentido (Lei nº 10.887/2004), que incluiu novamente o exercente de mandato eletivo dentre os segurados obrigatórios da Previdência Social (alínea “j”, infra).
i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; 
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social;
Empregado Doméstico - “é aquele que presta serviços de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos”, mediante remuneração, (art. 11, II da Lei nº 8.213/91). Ex. motorista particular, piloto de helicóptero ou jato particular, a cozinheira, a lavadeira, o jardineiro, a babá, a copeira, o empregado de sítio de veraneio e de casa de praia, a governanta, a acompanhante, a passadeira, o mordomo, etc. A faxineira semanal que labore até duas ou três vezes por semana, segundo jurisprudência majoritária, não é considerada empregada doméstica, mas prestadora de serviços.
Contribuinte Individual - Os segurados anteriormente denominados "empresário", "trabalhador autônomo" e "equiparado a trabalhador autônomo", a partir de 29 de novembro de 1999, com a Lei 9.876, foram considerados uma única categoria e passaram a ser chamados de " contribuinte individual". Nos termos do art. 11, V, da Lei nº 8.213/91, são segurados obrigatórios, na qualidade de contribuinte individual:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9º e 10 deste artigo - É o produtor rural pessoa física. A referência ao módulo rural é novidade trazida pela Lei n. 11.718/2008, não havendo mais que considerar a existência de auxiliares, para esse enquadramento. É irrelevante a condição de proprietário da terra, pode ser possuidor, meeiro ou arrendatário, sem qualquer efeito para seu enquadramento previdenciário. O cônjuge, se participar da exploração da terra, também será considerado contribuinte individual.
Hoje, portanto, considera-se contribuinte individual: 1) Quem explora atividade rural em área superior a 04 módulos fiscais, independentemente do auxílio de empregados; 2) Quem explora atividade rural – em qualquer área – ou atividade pesqueira, com o auxílio permanente de empregados ou por intermédio de prepostos ou nas hipóteses dos §§ 9.º e 10 do art. 11 da LBPS.
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; - O garimpeiro foi excluído da categoria segurado especial com a edição da MP nº 1523-9/97, convertida na Lei nº 9.528/97. Entretanto, como a referência foi mantida na Constituição até o advento da EC nº 20/98, é discutível a constitucionalidade da exclusão determinada pela lei, pelo menos até a alteração constitucional. O garimpeiro é contribuinte individual, independente de ter ou não empregados.
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; - padres, pastores, rabinos, e demais líderes religiosos (mesmo que exerçam outra atividade ou aposentados). Pode haver o desvirtuamento da relação religiosa, com a filiação em outra espécie e a entidade religiosa pode ser enquadrada como verdadeira empresa, com as devidas consequências previdenciárias.
d) revogado
e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; - Situação semelhante à prevista no artigo 11,I, e, da LBP, diferenciando-se apenas no contratante do serviço: sendo a União, o trabalhador será empregado, sendo organismo oficial internacional, será ele contribuinte individual. Salvo, em ambos, o acolhimento por regime próprio de previdência social.
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; - Em período anterior à Lei nº 9.876/99 eram os segurados empresários. É necessário que o sócio receba remuneração pelo trabalho – pró-labore – não recebendo, não será segurado obrigatório. Presume-se a remuneração do sócio-gerente da limitada, do titular da firma individual, o diretor não-empregado da sociedade anônima, o sócio solidário e o sócio de indústria.
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; - são os autônomos que prestam serviços a pessoas jurídicas: pintores, pedreiros, etc.
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; - são os autônomos que prestam serviços a pessoas físicas e jurídicas, ex. psicanalista, dentistas com consultório próprio, taxista, representante comercial, corretor de imóveis. Lembrando que aqui também pode haver o desvirtuamento da relação. 
São também contribuintes individuais: o cooperado de cooperativa de produção ou de trabalho, o médico-residente e o residente em área profissional da saúde; árbitro de jogos e seus auxiliares; condutor autônomo de veículo rodoviário; notário, tabelião e o oficial de registro (os escreventes e auxiliares são empregados); micro empreendedor individual; etc.
Trabalhadores Avulsos - é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato (trabalhadores avulsos terrestres) ou órgão gestor de mão-de-obra (avulsos portuários), nos termos da Lei 8630/93. Exemplos: a) aquele que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco; b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério; c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); d) o amarrador de embarcação; e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; f) o trabalhador na indústria de extração de sal; g) o carregador de bagagem em porto; h) o prático de barra em porto; i) o guindasteiro; j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos. 
Segurado especial – único segurado definido no texto constitucional: 
é o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, e contribuam para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção, o que lhes permitirão fazer jus aos benefícios nos termos da Lei 8.213/91 (art. 195, § 8º, CF).
O trabalho precisa ser realizado individualmente ou em conjunto com a família, mas, a partir da Lei 12.873/2013, o grupo familiar pode utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou de trabalhadores considerados contribuintes individuais, à razão de no máximo 120 pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, também, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em decorrência da percepção de auxílio-doença. Ainda, o trabalhador rural não pode exercer outra atividade que o enquadre como segurado obrigatório no regime geral (§10, I, “b”) ou em outro regime previdenciário (§10, I, “c”), excepcionadas as seguintes hipóteses: 
a) outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar; 
 b) exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano; 
 c) participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; e 
d) ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo; 
e) utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
f) associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
g) incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do § 12 (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013), de seguinte teor: “A participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma do inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica componha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.  (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)”.
Considera-se regime de economia familiar “a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados” (art. 11, § 1º da LBPS). 
Todos os membros da família (cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 16 anos de idade – a partir da EC nº 20/98; antes desta, desde os 14 anos – ou a eles equiparados) que trabalham na atividade rural, no próprio grupo familiar, são considerados segurados especiais. E o membro do grupo familiar que possua outra fonte de rendimento não se enquadrará como segurado especial, salvo se decorrente de: (§9.º do art. 11 da LBPS)
a) benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
b) benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
c) exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;  (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
d) exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
e) exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
f) parceria ou meaçãooutorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
g) atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
h) atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
O fato de algum dos membros da família possuir outra fonte de renda por si só não descaracteriza o regime de economia familiar se a atividade rural permanecer como indispensável para a subsistência familiar. Já o exercício concomitante de atividade urbana pelo próprio segurado, durante o período de carência do benefício, descaracteriza a condição de segurado especial.
Exclui a qualidade de segurado especial a aposentação, ainda que o trabalhador continue a exercer atividade produtiva. Tal fato constitui verdadeira exceção, pois, como regra geral, o aposentado que retorna ou continua a trabalhar recupera seu vínculo como segurado obrigatório do RGPS.
“A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei nº 8.213/91, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários” (Súmula nº 05 da TNU).
Quanto ao tamanho da propriedade, a LBPS, com a reforma promovida lei n.º 11.718/08, estabeleceu um limite rígido: a área não poderá ultrapassar o limite de 04 módulos fiscais. Do contrário, o segurado especial desqualifica-se como tal, passando a contribuinte individual. Entretanto, a lei é contrária ao entendimento sumulado da TNU, que lhe é anterior:
Tratando-se de demanda previdenciária, o fato de o imóvel ser superior ao módulo rural não afasta, por si só, a qualificação de seu proprietário como segurado especial, desde que comprovada, nos autos, a sua exploração em regime de economia familiar. (Súmula nº 30 da TNU).
Quanto aos segurados especiais, se não quiserem que seu benefício seja calculado no valor mínimo ou, ainda, se quiserem ter direito a todos os benefícios devidos aos outros segurados do RGPS, podem contribuir facultativamente para a Previdência Social (art. 25, §1º, da Lei de Custeio e art. 39, inciso II, Lei nº 8.213/91). 
Súmula nº 272 do STJ: “O trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à contribuição obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por tempo de serviço, se recolher contribuições facultativas”.
O pescador artesanal é também considerado segurado especial, desde que execute suas atividades sem a contratação de empregados, ou seja, é aquele que, individualmente ou em regime de economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou meio principal de vida.
Atenção: o garimpeiro não é segurado especial, mas, sim, contribuinte individual.
Segurados Facultativos - pessoa maior de dezesseis anos de idade que não exerça atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório da previdência social e que não esteja vinculada a qualquer outro regime de previdência (exceto na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio – art. 11, §2º do RPS). Exemplos: a dona-de-casa; o síndico de condomínio quando não remunerado; o estudante; o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; o membro de conselho tutelar de que trata o artigo. 132 da Lei 8.069/90, quando não estiver vinculado a qualquer regime de previdência social; o bolsista e o estagiário que prestam serviço à empresa de acordo com a Lei 6.494/77; o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional. O preso, conforme o Decreto nº 7.054/09, passou a ser considerado facultativo (art. 11, § 1º, XI), ainda que preste serviço a uma ou mais empresas, dentro ou fora do estabelecimento carcerário.
Como o facultativo se torna segurado do INSS? O segurado facultativo pode filiar-se à Previdência Social por sua própria vontade, o que só gerará efeitos a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo este retroagir e não sendo permitido o pagamento de contribuições relativas a meses anteriores a data da inscrição. Somente pode recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado. Caso venha a exercer alguma atividade remunerada, automaticamente se converterá em segurado obrigatório, devendo passar a efetuar recolhimentos nesta condição.
DEPENDENTES
Dependentes - Os dependentes do segurado são os enumerados nos incs. I a III do art. 16 do PBPS. Cada inciso corresponde a uma classe de dependentes. Predomina entendimento na jurisprudência de que o rol é taxativo. Os benefícios devidos são pensão por morte e auxílio reclusão e o serviço social e habilitação ou reabilitação profissional. 1ª Classe - o cônjuge, a companheira, o companheiro - o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente; 2ª Classe - os pais; 3ª Classe - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;
Atenção: Alterações sucessivas da lei quanto ao tema dependentes 
Lei 13135/15 incluía o elemento doença grave, não mais exigia declaração judicial para os dependentes de 3° Classe e teria vigência dois anos depois da publicação, ou seja, em 18/06/2017.
Esta seria a redação: III - o irmão de qualquer condição menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento; 
Lei 13.146/15 altera o inciso que trata dos dependentes de 1° e 3° Classe para incluir o critério deficiência grave e excluir a necessidade de declaração judicial – entrará em vigor em 180 da publicação que foi em 07/07/2015, ou seja, antes da prova oral. 
Comparem a redação que entrará em vigor com o quadro acima:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
Em síntese 1) não há mais necessidade de declaração judicial de incapacidade; 2) deficiência grave enseja dependência para fins previdenciários.
Havendo dependentes de uma classe, os dependentes da classe seguinte perdem o direito a receber pensão por morte. Também perde o direito ao benefício o dependente que passar à condição de emancipado por sentença do Juiz ou por concessão do seu representante legal. Após o falecimento de dependente superior, o benefício só se transfere para os dependentes mesma hierarquia (transferência da quota). Não havendo, o benefício se extingue.
Merece destaque a situação de alguns tipos de dependentes: 
1. Menor tutelado e enteado. Apesar de equiparados aos dependentes da classe I, ambos devem comprovar a dependência econômica como os demais (classes II e III). 
2. União homoafetiva. A Ação Civil Pública n.° 2000.71.00.009347-0, da 3.ª Vara FederalPrevidenciária de Porto Alegre-RS, fez o INSS editar Instrução Normativa garantindo o direito à pensão por morte ao companheiro ou companheira homossexual, para óbitos ocorridos a partir de 05.04.91, observado o disposto no art. 105 do RPS. Exige-se demonstração da vida em comum e da dependência econômica. ]
Todavia, o STJ vem entendendo ser presumida a dependência econômica daquele que vive em união homoafetiva com o segurado do INSS, estendendo-lhe os mesmos direitos do cônjuge ou companheiro, inclusive nos regimes de previdência privada (REsp 1.026.981-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/2/2010. (Informativo 421)
3. Cônjuge separado ou divorciado. Como há o rompimento do vínculo previdenciário, só fica assegurada a qualidade de dependente se houver direito a alimentos (nesta hipótese, continua de 1ª classe e a pensão é dividida por igual entre todos os beneficiários da mesma classe). 
“A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.” STJ súmula 336 da sua Súmula. Idêntico enunciado 64 da Súmula do extinto TFR.
4. Uniões estáveis simultâneas. A 1ª Turma do STF decidiu que a concubina não tem direito a dividir a pensão com a viúva, em face de a Constituição proteger somente o núcleo familiar passível de se converter em casamento. No caso, a segunda união desestabiliza a primeira (RE n. 397762, Relator Min. Marco Aurélio Mello, DJe de 13.8.2008). Também nesse mesmo sentido, mantendo o entendimento, o Min. Gilmar Mendes (Agravo em RE 645762-RS, DJE 27.6.2011). O STJ também não tem admitido a simultaneidade de uniões estáveis. 
FAMÍLIA. UNIÕES ESTÁVEIS SIMULTÂNEAS. PENSÃO.
[...] ...uma sociedade que apresenta como elemento estrutural a monogamia não pode atenuar o dever de fidelidade, que integra o conceito de lealdade, para o fim de inserir, no âmbito do Direito de Família, relações afetivas paralelas e, por consequência, desleais, .... Assinalou-se que, na espécie, a relação mantida entre o falecido e a recorrida (ex-esposa), despida dos requisitos caracterizadores da união estável, poderá ser reconhecida como sociedade de fato... Assentou-se, também, que ignorar os desdobramentos familiares em suas infinitas incursões, em que núcleos afetivos justapõem-se, em relações paralelas, concomitantes e simultâneas, seria o mesmo que deixar de julgar com base na ausência de lei específica. [...]REsp 1.157.273-RN, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/5/2010. (Informativo n.º 435) 
Há decisões no TRF 1 pela possibilidade de uniões simultâneas:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL CONCOMITANTE AO CASAMENTO. COMPROVAÇÃO. RATEIO DO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE. Hipótese em que havida manutenção simultânea de duas famílias pelo de cujus; uma, em razão de casamento; outra, decorrente de união estável comprovada nos autos. 1. O benefício de pensão por morte nada mais é do que a substituição do segurado falecido, até então provedor das necessidades de seus dependentes, pelo Estado. Assim sendo, no caso concreto, vislumbra-se situação em que restam configuradas a condição de esposa e a de "companheira" simultaneamente, sendo imperativo o reconhecimento do direito das duas ao benefício em questão. (AC n. 00132599120154039999, Des. Fed. SERGIO NASCIMENTO, TRF3 - DÉCIMA TURMA, e-DJF3 Judicial 1, 01/07/2015). 2. A Constituição Federal de 1988 não estipulou hierarquia entre o casamento e a união estável; ao revés, determinou especial proteção do Estado a essa, erigindo-a como legítima forma de constituição de família. Assim, para fim de deferimento de pensão por morte, não há como prestigiar a esposa em detrimento da companheira quando efetivamente provada a simultaneidade de relações. Forçoso, desse modo, o rateio do benefício. 3. Apelação desprovida. (AC 0024308-08.2008.4.01.9199 / GO, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI, Rel.Conv. JUIZ FEDERAL CLEBERSON JOSÉ ROCHA (CONV.), SEGUNDA TURMA, e-DJF1 p.5177 de 06/11/2015)
5. Menor designado. A L 9032/95 retirou do rol de dependentes o menor designado, mas há situações de direito adquirido em caso do óbito ser anterior a vigência da lei:
Súmula nº 04 da TUN dos JEFs: “Não há direito adquirido, na condição de dependente, de pessoa designada, quando o falecimento do segurado deu-se após o advento da Lei 9.032/95”.
6. Menor sob guarda. Da mesma forma ocorre em relação ao menor sob guarda, excluído do rol de dependentes pela medida provisória 1.523, de 11.10.1996, convertida na Lei 9.528/97. O tema é controverso. 
TNU – PODE SER DEPENDENTE
6. O menor sob guarda também deve ser equiparado a filho, devendo-se conceder o benefício, desde que comprovada a sua dependência econômica, nos mesmos termos assegurados ao menor sob tutela. 7. Pedido de Uniformização conhecido e improvido.
(PEDILEF 200770950142990, JUIZ FEDERAL OTAVIO HENRIQUE MARTINS PORT, TNU - Turma Nacional de Uniformização, DJ 25/03/2009.)
STJ 
O precedente de Seção foi proferido pela 3ª Seção à época em que era competente para julgamento da matéria no sentido da impossibilidade.
Terceira Seção do STJ pacificou: "não existe direito do menor sob guarda à pensão por morte quando o falecimento do instituidor do benefício ocorre na vigência da Lei n. 9.528/97. Não se aplica aos benefícios mantidos pelo RGPS o ECA, norma de cunho genérico. Há lei específica sobre a matéria, o que faz com que prevaleça, nessa hipótese, o estatuído pelo art. 16, § 2º, da Lei n. 8.213/91, alterado pela Lei n. 9.528/97." (EREsp 801.214-BA, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 28.5.2008). A mesma orientação foi adotada pela TNU (v.g. Processo n° 2006.70.95.005711-7/PR - 13.3.2008).
Atualmente o STJ tem entendido pela qualidade de dependente do menor sob guarda.
1. Não se conhece de recurso especial quando o acórdão recorrido está alinhado com a jurisprudência do STJ. É conferida ao menor sob guarda a condição de dependente para fins previdenciários (AgRg no REsp 1.476.567/MG, Rel Ministro Mauro Campbell Marques - DJe 08/10/2014) 2. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 59.461/MG, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA, julgado em 10/11/2015, DJe 20/11/2015)
Acompanhar o Embargos de Divergência EREsp nº 1482391 / PR (2014/0238628-3) autuado em 04/08/2015 – Relator Olindo Menezes – 1ª Seção vai uniformizar o entendimento. As duas Turmas de direito público tem adotado o entendimento do STF, ao menos quanto aos regimes próprios. Neste EDiv a questão versa sobre o RGPS.
STF em 2014 para pensão de servidor público: DPREV - TCU: MENOR SOB GUARDA E PENSÃO Com base nos princípios constitucionais da proteção à criança e ao adolescente (CF, art. 227), a 1ª Turma negou provimento a agravo regimental e confirmou medida liminar que concedera, em parte, a segurança para garantir, a menor de vinte e um anos sob guarda de servidor, o direito à pensão por morte.
Os TRF 1 – declarou a inconstitucionalidade do § 2º do art. 16 da Lei 8.213/91, na parte em que excluiu o menor sob guarda judicial do rol dos beneficiários, de modo que entende ser dependente o menor sob guarda. É a posição atual do nosso Tribunal, inclusive da presidente da banca.
 Neste mesmo sentido:
REO 0003588-04.2006.4.01.3504 / GO, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL NEUZA MARIA ALVES DA SILVA, SEGUNDA TURMA, e-DJF1 p.251 de 17/03/2014)
7. Maioridade civil. Enunciado nº 3 aprovado pelo Centro de Estudos Judiciários do CJF: “Art. 5º: a redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial.” 
8. Emancipação civil. A emancipação exclui a dependência. Contudo, se for em razão de colação de grau não afasta a condição de dependente. 
9. Maior de 21 anos estudante. O filho maior de 21 anos que estiver cursando estabelecimento de EnsinoSuperior ou escola técnica de Ensino Médio, até os 24 anos, não mantém a qualidade de dependente junto ao RGPS. A previsão somente é válida para efeitos do imposto de renda (art. 77 do §2º da Decreto nº 3.000/99) e alguns regimes próprios. Esse é entendimento jurisprudencial dominante e pacificado no STJ ((STJ, RESP 718471, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 06.12.2005, DJ 01.02.2006 p. 598), TNU ((TNU, PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL, Rel. JUIZ FEDERAL RENATO TONIASSO, julgado em 27.03.2006, DJ 05.05.2006) e TRF1 (AC 2003.38.00.015421-0/MG, Rel. Juíza Federal Rogéria Maria Castro Debelli, 2ª Turma Suplementar,e-DJF1 p.167 de 07/05/2012).
10. Concubinato. Não há direito previdenciário. Súmula 382 do STF: “a vida em comum sob o mesmo teto, more uxório, não é indispensável à caracterização do concubinato”.
INSCRIÇÃO E FILIAÇÃO. 
Inscrição é o ato formal que identifica o segurado perante o INSS. A filiação ao regime é o marco da relação jurídica entre segurado e INSS. A inscrição de todos os segurados se dá através da comprovação no INSS da atividade desenvolvida (CTPS, contrato de trabalho, atividade profissional). O facultativo preenche declaração de que não exerce atividade remunerada.
Para os segurados obrigatórios a filiação dá-se com o exercício da atividade remunerada, independentemente de inscrição. O que permite o recolhimento de contribuições em atraso. Já para os facultativos, como a filiação é ato volitivo, somente se concretiza com a primeira contribuição e recolher em atraso somente se não perdida a qualidade de segurado.
A idade mínima de inscrição é aos 16 anos, salvo o aprendiz de 14 anos. 
QUALIDADE DE SEGURADO. MANUTENÇÃO E PERDA.
A regra geral é a de que a qualidade de segurado se mantém enquanto forem pagas as contribuições previdenciárias para o custeio do RGPS (doutrinariamente chamado de período de graça). 
No entanto, o art. 15 da Lei 8213/91 prevê situações em que, mesmo sem o pagamento de contribuições previdenciárias, é mantida a qualidade de segurado (fundamento no princípio da solidariedade): 
I - Sem limite de prazo: quem está em gozo de benefício (art. 15, I): Estar em gozo de benefício significa estar em período de recebimento de cobertura previdenciária, durante o qual o segurado não paga contribuições para o custeio do sistema. É ilimitado, somente se encerra com a cessação do benefício.
II - Até 12 meses após a cessação das contribuições: o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação: o segurado acometido de doença de segregação compulsória.
IV - até 12 (doze) meses após o livramento: o segurado retido ou recluso.
V - até 3 (três) meses após o licenciamento: o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar.
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições: o segurado facultativo.
§ 1º - O período de graça será prorrogado para até 24 meses se o segurado (obrigatório) já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. 
Obs. o período de graça de até 24 meses poderá beneficiar o segurado especial, se tiver mais de 120 contribuições pagas sobre a receita decorrente da comercialização de sua produção ou se optou pelo recolhimento como contribuinte individual.
Poderão ainda ser acrescentados mais 12 meses, no caso de segurado cuja situação de desemprego seja provada por registro no órgão do MTE ou no SINE – Sistema Nacional de Emprego. Segundo a IN 77/2015, o desemprego pode ser comprovado também através de:
a) declaração das Superintendências Regionais do MTE ou outro órgão do MTE; 
b) comprovação de recebimento de seguro-desemprego; 
c) inscrição no SINE. 
TNU: “SÚMULA 27: A ausência de registro em órgão do Ministério do Trabalho não impede a comprovação de desemprego por outros meios admitidos em Direito” 
Em 10.03.2010, a 3ª Seção do STJ aderiu ao entendimento da TNU ao admitir que a comprovação do desemprego seja feita por outros meios de prova além do registro em órgão do MTE.
Também é entendimento da 3ª Seção que a ausência de anotação laboral na CTPS do segurado não é suficiente para comprovar a situação de desemprego, devendo ser complementada a instrução.
Ou seja, no total o segurado poderá ter um período de graça de até 36 meses, desde que conjugado os dois requisitos do § 1º e § 2º do art. 15, o que se aplica, também, ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência (art. 13, § 4º, do RPS). 
Ressalte-se também a situação do preso, pois havendo fuga, deverá ser descontado o período de graça já usufruído antes da prisão (IN 77/2015, art. 139). Diferente do caso do livramento condicional, cujo período de graça é de 12 meses.
Se o segurado obrigatório perder a sua qualidade, com direito a prazo de 24 ou 36 meses de período de graça e passar a contribuir como facultativo, ao deixar de contribuir nessa última classe, terá o direito de usufruir o período da condição anterior (IN 77/2015, art. 137, §9º).
Quanto ao salário-maternidade, o RPS (art. 97, §único) prevê que em caso de demissão antes da gravidez ou durante, nas dispensas com justa causa ou a pedido, há o direito ao benefício a ser pago pelo INSS (na dispensa sem justa causa, como há estabilidade e direito a reintegração a responsabilidade é do empregador). Mas o STJ já entendeu que mesmo sem justa causa o INSS que deve pagar o benefício (Resp 1.309.251-RS de 21/05/2013).
O auxílio-acidente também é devido desde o Dec. 6.722/2008, antes havia vedação no RPS.
Perda de qualidade de segurado: Ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo do recolhimento da competência do mês anterior. O RPS fixou uma data única para todos os segurados: o dia seguinte à data final de recolhimento do contribuinte individual (dia 15 do mês seguinte ao da competência). 
Aposentadorias por idade, especial e por tempo de contribuição. Para estas, há o direito adquirido, conforme disposto no art. 102 da Lei 8.213/91. Se o segurado já atingiu a carência (180 contribuições mensais, art. 25, II, da lei), tendo, portanto, o direito ao benefício, a perda da qualidade de segurado não impede a concessão do benefício. E ainda, por ocasião da morte, fica garantida a pensão por morte aos dependentes.
Súmula do STJ n.º 416: “É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito”.
O período de graça não conta para carência, nem como tempo de contribuição, exceto em relação ao salário-maternidade, já que neste caso o benefício é salário-de-contribuição. 
Incapacidade no período de graça. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que não há perda da qualidade de segurado, se a suspensão do recolhimento das contribuições é involuntária, por exemplo, em caso de doença, ainda que não tenha o segurado requerido o benefício respectivo (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez). Confira-se:
 A Egrégia 3ª Seção desta Corte Superior de Justiça firmou já entendimento no sentido de que o trabalhador que deixa de contribuir para a Previdência Social por período superior a doze meses, em razão de estar incapacitado para o trabalho, não perde a qualidade de segurado. (STJ-RESP 543629/SP, DJ: 24/05/2004). 
No mesmo sentido a súmula 26 (de 09/06/2008) da AGU: “para a concessão de benefício por incapacidade, não será considerada a perda da qualidade de segurado decorrente da própria moléstia incapacitante”. 
Logo, importante a fixação da DII para saber se nesta data pessoa era segurada ou não.
Vale destacar também o entendimento do STJ de 2014 de que a regra de transição prevista no art. 142 da Lei de Benefícios deve ser assegurada ao segurado que implementou a idade (requisito etário), podendo o preenchimento da carência ocorrer em momentos diversos (sem simultaneidade). Isto é, atingida a idade,o prazo de carência será consolidado, de modo que ele poderá cumpri-la posteriormente à implementação do requisito etário. É a intitulada “Tese da Carência Congelada”.
Ponto 3 - Seguridade Social. Saúde, Previdência e Assistência. Distinções. 
SEGURIDADE SOCIAL.
Seguridade: conjunto de medidas, providências, normas e leis que visam a proporcionar ao corpo social e a cada indivíduo o maior grau possível de garantia, sob os aspectos econômico, social, cultural, moral e recreativo. Tem como fundamento a solidariedade social. É direito de Segunda Dimensão.
Art. 194. A SEGURIDADE SOCIAL compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à SAÚDE, à PREVIDÊNCIA e à ASSISTÊNCIA SOCIAL.
	SEGURIDADE SOCIAL
	SAÚDE
	PREVIDÊNCIA SOCIAL
	ASSISTÊNCIA SOCIAL
	-arts. 196 a 200, CF
	-arts. 201 e 202, CF
	-arts. 203 a 204, CF
	-direito de todos e dever do Estado.
	-direito de quem contribui.
	-prestada a quem dela necessite.
	-sistema não contributivo.
	-sistema contributivo.
	-sistema não contributivo.
No Brasil, somente a saúde é um sistema universal [direito de todos]. No caso da previdência somente os contribuintes terão direito, no caso da assistência, somente os que dela necessitarem.
PREVIDÊNCIA SOCIAL.
Regimes previdenciários previstos na CF:
1) REGIMES PRINCIPAIS: a) REGIME DO SETOR PÚBLICO [art. 40, CF] REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA – RPPS i) CIVIL; ii) MILITAR; b) REGIME DO SETOR PRIVADO [art.201, CF] REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – RGPS 
Regimes principais: - filiação OBRIGATÓRIA. a) REGIME DO SETOR PÚBLICO [art. 40, CF] - denominado de Regime Próprio de Previdência - sistema de repartição simples. i) CIVIL; ii) MILITAR. b) REGIME DO SETOR PRIVADO [art.201, CF] - denominado de Regime Geral de Previdência Social – RGPS - sistema de repartição simples. 
2) REGIMES COMPLEMENTARES: a) REGIME COMPLEMENTAR OFICIAL; b) REGIME COMPLEMENTAR PRIVADO, i) FECHADO; ii) ABERTO. 
Regimes Complementares: - participação FACULTATIVA. a) REGIME COMPLEMENTAR OFICIAL - sistema de capitalização. b) REGIME COMPLEMENTAR PRIVADO - sistema de capitalização. i) FECHADO; [só pode participar determinado grupo de pessoas]. ii) ABERTO. [qualquer um pode participar].
Sistemas de financiamento/custeio - o financiamento, ou custeio, da seguridade social é técnica financeira adotada para sustentar o sistema, permitindo o cumprimento de suas ações. Pode se dar através de: 1) sistema contributivo: i) sistemas contributivos puro: a) SISTEMA DE REPARTIÇÃO SIMPLES; b) SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO: - capitalização individual; - capitalização coletiva; - capitalização escritural; i) sistema contributivo combinado: (envolve características dos dois sistemas puros); 2) sistema não-contributivo: - SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO VIRTUAL
Sistema contributivo: decorre de tributos que se destinam exclusivamente a manter a seguridade social, sendo, portanto, vinculados. 
i) sistemas contributivos puro:
a) SISTEMA DE REPARTIÇÃO SIMPLES (pay as you go) - as contribuições dos atuais segurados servirão para financiar os benefícios dos inativos, o que acaba por caracterizar um pacto intergeracional. Todas as contribuições vão para um único fundo responsável pelo pagamento dos benefícios. Todos contribuem em favor de todos. [PRINCÍPIO DA SOLIDARIDADE]
- CONTRIBUIÇÃO DE REPARTIÇÃO; [CARÁTER SOLIDÁRIO] - é o que mais se coaduna com o princípio da solidariedade, objetivo fundamental da Republica Federativa do Brasil (art. 3, da CF).
b) SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO (funding) - as contribuições dos segurados financiam seus próprios benefícios. O valor arrecadado por cada segurado não se comunica com os demais. estabelece-se a equação entre o esforço contributivo e o beneficio assegurado. Note-se que, aqui, não há a solidariedade própria do outro regime, afinal cada indivíduo contribui somente para si mesmo, e não para toda a coletividade.
ASSISTÊNCIA SOCIAL.
Características: 
a) assistência social é prestada a quem dela necessite [economicamente hipossuficientes]; 
b) SISTEMA NÃO-CONTRIBUTIVO [“independentemente de contribuição à seguridade social].
Princípios informativos: a gratuidade da prestação e basicamente a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; crianças e adolescentes carentes; promoção da integração no mercado de trabalho; habilitação/reabilitação dos deficientes e integração na comunidade; amparo social (art. 203 da CF); Trata-se de direito fundamental – da espécie direito social – consagrado no art. 6o da Carta Política. 
De acordo com art. 1o da Lei 8742/93 - Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS:
“Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.”
Caracteriza-se como dever social do Estado no sentido da prestação de ajuda aos necessitados que não tenham condições próprias de subsistência. 
Entretanto, outras ações assistenciais, não-pecuniárias, direcionadas a providenciar um melhor convívio do beneficiário em sociedade, podem ser extensíveis a pessoas dotadas de recursos, pois neste ponto o conceito de pessoa necessitada é mais elástico. 
A AS é instrumento de transformação social, atendendo da melhor forma os preceitos da igualdade, da redução das desigualdades sociais e da solidariedade, porquanto se destina a combater a pobreza, a criar melhores condições para atender as contingências sociais e à universalização dos direitos sociais. 
A diretriz constitucional da assistência social é a descentralização político-administrativa, com a participação da população. À União (por meio do INSS) ficou a responsabilidade da concessão e manutenção dos benefícios de prestação continuada, i.e, o amparo ao idoso e ao deficiente.
A EC n° 42/2003 trouxe a faculdade aos Estados e ao Distrito Federal de vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento 0,5% de sua receita tributária líquida (proibida a aplicação destes com despesas com pessoal e encargos sociais, serviço da dívida ou qualquer outra despesa corrente não-vinculada diretamente aos investimentos ou ações sociais apoiadas).
Princípios básicos da AS. 
Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.
Prestações. As prestações da Assistência podem ser pecuniárias ou de serviços. O art. 22 da Lei 8.742/93, modificado em 2011, passou a prever que se entendem por benefícios eventuais “as provisões suplementares e provisórias que integram organicamente as garantias do SUAS e são prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública”. Quando ainda integravam o sistema previdenciário, eram conhecidos pelos nomes de auxílio-natalidade e auxílio-funeral. A concessão e o valor dos benefícios de que trata o art. 22 da LOAS serão definidos pelos Estados, Distrito Federal e Municípios e previstos nas respectivas leis orçamentárias anuais, com base em critérios e prazos definidos pelos respectivos Conselhosde Assistência Social.
Já o art. 23 da Lei 8.742/92, também alterado em 2011, dispõe que se entendem por serviços socioassistenciais “as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas”. Há ainda os programas de Assistência Social, destinados a complementar os benefícios e serviços assistenciais (art. 24).
Outros benefícios da assistência social são os previstos na Lei nº 10.836/2004. Essa Lei, que sofreu alterações em 2011, 2012 e 2013, unificou a “gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação – Bolsa Escola, instituído pela Lei nº 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n o 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à Saúde - Bolsa Alimentação, instituído pela Medida Provisória n o 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto nº 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto nº 3.877, de 24 de julho de 2001” (art. 1º da referida Lei). 
A Lei nº 10.836/2004 prevê três benefícios financeiros (art. 2º):
I -  o benefício básico, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de extrema pobreza;
II - o benefício variável, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza e extrema pobreza e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças entre 0 (zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes até 15 (quinze) anos, sendo pago até o limite de 5 (cinco) benefícios por família; 
III - o benefício variável, vinculado ao adolescente, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza ou extrema pobreza e que tenham em sua composição adolescentes com idade entre 16 (dezesseis) e 17 (dezessete) anos, sendo pago até o limite de 2 (dois) benefícios por família. 
IV - o benefício para superação da extrema pobreza, no limite de um por família, destinado às unidades familiares beneficiárias do Programa Bolsa Família e que, cumulativamente: 
a) tenham em sua composição crianças e adolescentes de 0 (zero) a 15 (quinze) anos de idade; e 
b) apresentem soma da renda familiar mensal e dos benefícios financeiros previstos nos incisos I a III igual ou inferior a R$ 70,00 (setenta reais) per capita. 
A mesma Lei estabelece que são consideradas famílias em situação de extrema pobreza aquelas cuja renda mensal per capita é de até R$ 60,00. A situação de pobreza caracteriza-se quando a renda per capita familiar é superior a R$ 50,00, mas não excede R$ 120,00.
Além disso, nada impede que estes benefícios sejam recebidos cumulativamente com o benefício de prestação continuada, pois não há vedação legal expressa neste sentido. Ao contrário, o diploma legal acima aludido exclui da renda familiar mensal, para efeito de obtenção da renda per capita, os rendimentos concedidos por programas oficiais de transferência de renda.
Outro programa de interesse social foi criado pela Lei nº 10.835/04, que institui a renda básica da cidadania a partir de 2005. Tal lei prevê uma prestação a ser paga a todos os brasileiros residentes no País e estrangeiros residentes há pelo menos 5 anos no Brasil, não importando sua condição socioeconômica.
Ainda, com a Lei nº 11.258/05, o art. 23 da LOAS foi alterado para prever a criação, nos serviços da Assistência Social, de programas de amparo às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, e às pessoas que vivem em situação de rua. 
Por fim, merece menção o programa “Farmácia Popular do Brasil’, que visa à disponibilização de medicamentos em farmácias populares, por intermédio de convênios firmados com Estados, Distrito Federal, Municípios e hospitais filantrópicos, bem como em rede privada de farmácias e drogarias. O programa consta da Lei nº 10.858/2004, que autoriza a Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz a disponibilizar medicamentos, mediante ressarcimento. A Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ – é a executora das ações inerentes à aquisição, estocagem e comercialização dos medicamentos, podendo também firmar convênios com a União, Estados, DF e Municípios, sob a supervisão direta e imediata do Ministério da Saúde.
Benefício de amparo assistencial. A mais autêntica forma de assistência social é a prevista no art. 203, V, da Constituição Federal, em que se garante o valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso (65 anos ou mais) que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Em 2011, a Lei do LOAS (Lei n. 8.742/93) sofreu diversas modificações pela Lei n. 12.435/11. Nesse sentido, o conceito de família, que era o conjunto de dependentes que vivessem no mesmo teto, passou entendido como a unidade ser composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. 
Renda per capta do grupo familiar. De acordo com a Lei do LOAS, “considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 . do salário-mínimo”.
Inicialmente, tal critério foi considerado constitucional pelo STF (ADIN 1.232-DF - Informativo STF 120). Entretanto, em 2013, o STF no RE 580.963 pronunciou a inconstitucionalidade material incidental do critério do art. 20, § 3º, da LOAS (Lei n. 8.742/93), sob o fundamento de que este estava defasado para caracterizar a situação de miserabilidade, em face dos outros benefícios assistenciais que previam como critérios mais benéficos para aferir a miserabilidade (a exemplo do Bolsa Família) (inconstitucionalidade sem nulidade). 
Observação: decisão proferida em controle incidental, portanto, não vinculante. O INSS continua a adotar o critério legal e objetivo para aferir a miserabilidade.
Nesse sentido, cabe destacar o precedente do STJ, julgado em sede de recurso repetitivo:
1. [...]
4. Entretanto, diante do compromisso constitucional com a dignidade da pessoa humana, especialmente no que se refere à garantia das condições básicas de subsistência física, esse dispositivo deve ser interpretado de modo a amparar irrestritamente a o cidadão social e economicamente vulnerável.
5. A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo.
6. Além disso, em âmbito judicial vige o princípio do livre convencimento motivado do Juiz (art. 131 do CPC) e não o sistema de tarifação legal de provas, motivo pelo qual essa delimitação do valor da renda familiar per capita não deve ser tida como único meio de prova da condição de miserabilidade do beneficiado. De fato, não se pode admitir a vinculação do Magistrado a determinado elemento probatório, sob pena de cercear o seu direito de julgar.(REsp 1112557 MG, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 20/11/2009)
No mesmo sentido o TRF1 (AC 0014095-79.2004.4.01.9199/GO, Rel. Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, Conv. Juiz Federal Francisco Neves Da Cunha (conv.), Primeira Turma,e-DJF1 p.24 de 03/08/2010).
Também no julgamento do RE 567985 e RE 580.963, o Plenário STF declarou a inconstitucionalidade por omissão parcial do art. 34, parágrafo único, da Lei n. 10.471/03 (Estatuto do Idoso). Referido dispositivo estabelece que o benefício do LOAS já concedido a qualquer membro da família não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita.
Com base na isonomia,

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