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APOSTILA DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO ATUALIZADO

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1 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS 
 
CONCEITO 
 
São obrigações que a previdência tem para com seus beneficiários. Beneficiários que nós já 
conhecemos que são os segurados de um lado e os dependentes do outro. 
 
ESPÉCIES 
 
 Serviços 
 Benefícios 
 
SERVIÇOS 
 
Os serviços são utilidades prestadas pela previdência aos seus beneficiários. 
Os mais importantes são: 
a) o serviço social, que nós podemos dizer que é aquele serviço de orientação aos 
beneficiários, não basta que o segurado, que o dependente receba seu benefício, um benefício. Ele 
tem que receber o benefício correto com o valor correto. 
Portanto, o serviço social deve orientar os segurados, os dependentes em relação aos seus 
direitos e o caminho, deve orientar o caminho para requerer, para ter acesso a esses direitos. 
b) o serviço de reabilitação profissional, este serviço é regulamentado ao regulamento, e em 
caso de acidente de trabalho, esse serviço de reabilitação é obrigatório. 
A previdência tem todo o interesse em que o segurado trabalhe, e não que o segurado fique 
em gozo do benefício, porque se ficar em gozo do benefício, ele não paga a previdência e a 
previdência ainda tem que pagar para o segurado. Então o serviço de reabilitação profissional. 
c) o convênio, esses convênios são aqueles realizados com clínicas para fazer exames 
complementares. Esses exames complementares não são direcionados a elaborar o diagnóstico, 
mas são exames complementares para efeitos da perícia médica. 
Quem faz o diagnóstico é o médico do SUS, ou então o médico do convênio, ou o médico 
particular. A previdência faz esses convênios com clínicas e com laboratórios para exames 
complementares, exemplo: uma ressonância magnética da coluna, ou então uma audiometria, 
enfim, esses exames complementares muitas vezes necessários para a perícia médica. 
d) o convênio para pagamento de auxílio doença. Existem grandes empresas ou grandes 
entidades sindicais que tem interesse em fazer esse convênio com a previdência, porque os 
médicos da própria empresa ou do próprio sindicato, fazem o exame pericial, concede ou não 
concede o auxílio doença, e pagam esse benefício, depois a previdência reembolsa a empresa. 
e) o convênio para desconto em folha, o chamado empréstimo. Esse empréstimo consignado 
é regulamentado por duas leis, lei 10820/2003 e 10953/2004. Este aqui é uma prestação que nós 
chamamos de serviços, muito rapidamente para termos uma visão deste ponto. 
 
BENEFÍCIOS 
 
Os benefícios para efeitos de estudos, nós dividimos em duas grandes categorias, ou de duas 
naturezas: os benefícios de natureza previdenciária e os benefícios de natureza acidentária. 
Estes previdenciários normalmente são chamados de comuns para se contrapor ao benefício 
de natureza acidentária. 
 
 
 
 2 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
Existe alguma diferença? 
Existe, a grande importância de se saber se são de natureza acidentária ou se são de natureza 
comum, é que os benefícios de natureza acidentária não tem carência, e os benefícios de natureza 
comum geralmente tem carência. 
 
BENEFÍCIOS DE NATUREZA ACIDENTÁRIA 
 
Dentro dos benefícios de natureza acidentária ainda se encontram os de natureza acidentária 
comum, normal, ou seja, de qualquer natureza, acidente de qualquer natureza, ou então benefício 
de natureza acidentária do trabalho. 
 
Existem benefícios de natureza acidentária que são decorrentes do trabalho, e qual é a 
importância de se saber se são de natureza acidentária do trabalho ou se são de natureza de 
qualquer acidente? Três grandes diferenças. 
1ª) tratando-se de benefício de natureza acidentária do trabalho, o segurado em gozo de 
auxílio doença tem direito ao depósito do fundo de garantia por tempo de serviço, o FGTS. 
Fundamento: §5º, do artigo 15 da lei do FGTS, lei 8036/90. 
2ª) o segurado que retorna do auxílio doença de acidente de trabalho, este auxílio doença ao 
qual eu me referi antes, tem direito a estabilidade de doze meses no emprego, após o retorno do 
auxílio doença do acidente do trabalho. 
Esta previsão está no artigo 118 da lei 8213/91, e esse artigo 118 criou muita polêmica 
porque os sindicatos entendiam que qualquer tempo em que o segurado ficasse com auxílio doença 
acidentária do trabalho, já lhe dava o direito a estabilidade. 
Enquanto que as empresas, os empresários entendiam que para ter direito à estabilidade, 
havia a necessidade que após o retorno, após a alta ao auxílio doença acidentário, o segurado 
tivesse que ter direito, ser beneficiário com auxílio acidente. 
Auxílio acidente é um benefício devido ao assegurado que retorna do auxílio doença 
acidentário e permanece com sequelas, algum tipo de incapacidade. 
O artigo 118 diz estabilidade de doze meses após o retorno do auxílio doença acidentário do 
trabalho, independentemente da concessão ou não do auxílio acidente. 
 Ora, se é independentemente da concessão ou não do auxílio acidente, significa que pode ou 
não pode retornar com sequelas. Por outro lado, os sindicatos não têm razão, porque só retorna do 
auxílio doença quem entra em auxílio doença, e para entrar no auxílio doença, precisa ficar mais de 
quinze dias. Então se o segurado ficar dez, doze, cinco, não tem direito a estabilidade. 
3ª) competência jurisdicional. Se o segurado quiser discutir na justiça algum direito 
relacionado ao acidente do trabalho, a justiça competente é a justiça comum estadual, se for outro 
tipo de discussão, acidente de qualquer natureza, benefício de natureza comum ou previdenciário, 
ele tem que recorrer à justiça comum, mas na justiça federal. 
Será dos juizados especiais federais, dependendo do valor da causa, caso contrário, será da 
justiça federal comum, a justiça federal previdenciária, que têm varas especializadas na justiça 
federal. 
 
NATUREZA DOS BENEFÍCIOS 
 
A natureza dos benefícios é de natureza alimentar. Os benefícios sucedem o salário. O 
segurado não pode ganhar o salário, então ele vai ganhar o benefício. Então a natureza do benefício 
é de natureza alimentar. 
 
 
 
 3 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
Importante saber a natureza porque dessa natureza, do fato de ser de natureza alimentar, 
decorrem três características muito importantes dos benefícios. 
 
 indisponibilidade, o beneficiário não pode dispor do benefício; 
 insusceptibilidade de gravame, o benefício não pode ser penhorado, o benefício não pode 
ser sequestrado; 
 imprescritibilidade do direito. 
 
Aqui há uma questão divergente, porque os artigos 103 e 104 da lei, eles falam em dez anos 
de decadência, dez anos de prescrição. O que é que existe hoje? O que se pode falar hoje em 
relação a esse tema? 
Nós temos a sumula 19 das turmas recursais dos Juizados Especiais Federais da 3ª região SP e 
a súmula 85 do STJ. Cominando estas duas súmulas, chegamos a seguinte conclusão: o que 
prescreve em relação aos benefícios não é o direito ao benefício, mas sim os cinco anos para trás, a 
famosa prescrição quinquenal das prestações. 
 
CARÊNCIA DOS BENEFÍCIOS 
 
Carência em relação aos benefícios é o número de meses em que o segurado precisa 
contribuir para ter direito a determinados benefícios. 
É a carência que nós conhecemos, como a carência do plano médico, como outro tipo de 
carência. A carência é o tempo que precisa ser cumprido, a carência não se compra, a carência se 
cumpre. 
Falarei por blocos, blocos significam: vou te dar os benefícios que não tem carência, e depois 
os benefícios que tem carência. Quando estudarmos cada benefício, também falaremos da carência 
daquele benefício especificamente. 
 
BENEFÍCIOS SEMCARÊNCIA 
 
1º bloco: Benefícios de natureza acidentária. Nenhum benefício de natureza acidentária tem 
carência. 
2º bloco: Auxílio doença e aposentadoria por invalidez, se tiverem como causa, se forem 
decorrentes de acidente ou de doenças especiais. De acidente já está no item anterior, natureza 
acidentária, e se for de doenças especiais? Que doenças especiais são essas? 
Doenças que tem características previstas no artigo 26, II, da lei 8213. E quais são essas 
características ou esses caracteres? O artigo 26, II, diz o seguinte: doenças e afecções que tenham o 
caráter de estigma, deformação, mutilação e deficiência, ou outro fator que lhe confira 
especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. 
Antigamente o art. 151 da Lei n.8.213/91 trazia a lista dessas doenças, a título de exemplo e 
para facilitar os peritos do INSS. Mas a MP 664/2014 revogou expressamente esse artigo. Contudo 
o mesmo inciso II do art. 26 da lei, determina que essa lista seja elaborada pelos Ministérios da 
Saúde e do Trabalho e da Previdência Social. 
3º bloco: salário-família e auxílio-acidente; 
 E finalmente, o salário maternidade para a empregada, para a avulsa, e para a doméstica, 
então para estas três seguradas não tem carência para efeitos do salário maternidade. 
 
E os benefícios com carência? 
 
 
 
 4 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
a) doze meses para o auxílio doença e aposentadoria por invalidez, estou referindo ao auxílio 
doença e a aposentadoria por invalidez, para esse dois benefícios quando forem decorrentes de 
doenças comuns, porque se forem de doenças especiais, ou decorrentes de acidente de trabalho, 
nós já vimos que não tem carência, visto no bloco anterior. 
b) dez meses o salário maternidade, de quem? Da individual, da facultativa e da especial, 
porque das outras três não tem carência. Então veja, não tem carência o salário maternidade da 
empregada, da avulsa e da doméstica, tem dez meses de carência a individual, a facultativa e a 
especial. 
Esta diferença, este requisito carência para essas três últimas já foi levado ao Supremo e foi 
julgado constitucional, é a lei que vai dizer qual o benefício e que tipo de carência. Então não há 
nenhuma irregularidade, não há nenhuma ilegalidade ou inconstitucionalidade na carência das três 
seguradas e na não carência das outras três. 
c) cento e oitenta meses para as aposentadorias não patológicas, quais são as aposentadorias 
não patológicas? São as aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e a aposentadoria 
especial. 
Então aposentadoria patológica é a aposentadoria por invalidez, as aposentadorias não 
patológicas são por idade, por tempo de contribuição e especial. 
d) 24 meses para a pensão por morte e auxílio reclusão. Este item foi acrescido pela MP 
664/2014 e pode ser julgado inconstitucional pelo STF e for instado a se manifestar e isso pela 
própria natureza do benefício. 
 
INÍCIO DA CARÊNCIA 
 
Importante saber quando começa a contar a carência, qual é o termo inicial da carência. Para 
o empregado e para o avulso, a carência começa a contar da filiação. A filiação presume o início da 
contagem da carência. 
Para o doméstico, o individual e o facultativo, a carência começa a contar do efetivo primeiro 
recolhimento, então não adianta se inscrever pelo NIT se não pagar a primeira contribuição. Então, 
para esses três, doméstico, individual e facultativo do efetivo primeiro recolhimento. 
Para o segurado especial, finalmente, é o início da atividade que lhe garante, que lhe dá essa 
condição de segurado especial. Início da atividade. 
 
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE 
 
Como se calculam, como se gozam, como se conseguem esses benefícios. Vamos estudar o 
cálculo do benefício e o fator previdenciário. 
Qual é o caminho percorrido para que um segurado que contribua sobre um valor X vá 
receber um valor Y, sempre inferior aquele sobre o qual contribuía? 
Bom, para entendermos essa questão, precisamos entender alguns conceitos, precisamos 
saber qual é o procedimento de cálculo deste valor do benefício. E para isso, existem algumas 
regras muito simples. 
O valor do benefício, que é chamado na previdência de RMI – renda mensal inicial, ele é 
calculado sobre um valor, um valor indefinido, que se chama valor salário de benefício. O salário de 
benefício é um valor sobre o qual eu vou calcular o valor da minha renda mensal inicial. O valor 
inicial do benefício. 
Este salário de benefício, por sua vez, tem como base, é calculado sobre os salários de 
contribuição. Então vejam, nós temos o salário do benefício e temos o salário de contribuição. 
 
 
 
 5 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
O salário de contribuição, eu conheço o meu salário de contribuição. Salário de contribuição 
nada mais é do que o valor sobre o qual contribui o segurado, eu tenho o meu salário de 
contribuição, cada um de nós, cada segurado tem o seu salário de contribuição. 
Então, eu conhecendo os meus salários de contribuição, eu calculo o meu salário de 
benefício, e sobre este salário de benefício, eu vou calcular o valor do benefício, a renda mensal 
inicial. 
Cada benefício tem um valor, porque ele é um percentual do salário de benefício. Por 
exemplo: auxílio doença, é 91% do salário de benefício. Então eu calculo o meu salário de benefício, 
aplico 91% sobre esse valor e eu sei o meu valor de benefício, a minha renda mensal inicial. 
Bom, e como é que se encontra este tal de salário de benefício, já que ele é que é a base de 
cálculo? Até a lei 9876/99, o salário de benefício era calculado sobre as trinta e seis últimas 
contribuições. Claro que essas trinta e seis ultimas contribuições eram atualizadas monetariamente. 
Esta forma de cálculo estava prevista no artigo 202 da CF, vejam que a Constituição tinha a 
forma de cálculo do salário de benefício, isso era um absurdo. Bom, a emenda 20/98, que como já 
vimos, foi a grande reforma da previdência social do Brasil. 
Ela mudou tudo, por quê? Porque em 94, como nós sabemos, houve um plano real que 
estabilizou a economia brasileira, e portanto, a previdência deveria atualizar a essa nova realidade 
econômica. Então o que a previdência fez? Tirou a forma de cálculo do artigo 202 da Constituição. 
Hoje o artigo 202, não trata disso, ele trata da previdência privada complementar. Em 98 
tivemos a reforma da previdência, a emenda 20, em 99 tivemos essa lei 9876/99, que nessa linha 
de raciocínio nova, economia estabilizada, alterou a forma de cálculo do salário do benefício. 
 
Como é que se calcula hoje? 
Depende. Para a aposentadoria por idade, e por tempo de contribuição, o salário de benefício 
corresponde à média aritmética simples. Dos 80% maior salário de contribuição corrigidos 
monetariamente do período contributivo. 
Nós temos o período contributivo, pegamos os 80% maior salário da contribuição, só que aqui 
temos uma diferença, para os segurados antigos, ou seja, para os segurados anteriores, para os 
filiados à previdência social antes da lei 9876, vamos pegar o período contributivo de julho de 94, 
lembra-se do plano cruzado? Julho de 94 para cá. 
Agora, se o segurado se filiou a previdência social a partir da lei 9876/99, você pega todo o 
período contributivo, 80% de todo o período contributivo. Sempre os maiores salários de 
contribuição, sempre corrigidos monetariamente. 
A esta média que eu encontrei, eu vou aplicar o chamado fator previdenciário. Para as 
aposentadorias, tempo de contribuição, e por idade esta é a forma de cálculo do salário de 
benefício. Calculo aquela média, dependendo se o segurado é antes da lei 9876/99, eu pego o 
período de julho de 94 até hoje, e se o segurado é filiado depois dessa lei9876/99, todo o período 
contributivo, pega os 80% maiores corrigidos monetariamente. 
Para os demais benefícios, é a mesma forma de cálculo, só que eu não aplico o chamado fator 
previdenciário. É um cálculo que o computador, que os computadores da dataprev fazem, não 
precisa ninguém se preocupar. Com isso, o que eu quero transmitir é que existe esta forma de 
cálculo que explica porque o segurado recolhe sobre um valor e vai receber um outro valor bem 
diferente. 
Fator previdenciário é uma “briga”, o Congresso já acabou com o fator previdenciário, mas 
depois o Presidente não promulgou, enfim, a verdade é que o fator previdenciário continua 
existindo. 
O que é este fator previdenciário? Eu digo o seguinte, fator previdenciário é um índice, é um 
 
 
 
 6 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
parâmetro de cálculo, ele é um redutor, por quê? O que é que entram? Quais são as variáveis? 
Quais são os fatores que entram? As parcelas que entram nessa composição do fator 
previdenciário? 
A base do fator previdenciário é o tempo de contribuição, a idade do segurado, expectativa 
de sobrevida e alíquota. O tempo de contribuição de segurado, a idade do segurado e o tempo de 
sobrevida do segurado são calculados na data em que o segurado requer a aposentadoria por 
tempo de contribuição ou aposentadoria por idade. 
A alíquota é sempre 0,31. Pegam-se todas estas variáveis, aplica-se a fórmula que está na lei, 
e a conclusão desta formula é o fator previdenciário. Este fator previdenciário, ele varia entre 0,67 
e 1,4. Duas regrinhas para você saber se o fator previdenciário é pequeno ou grande, ou como se 
pode vislumbrar, como se pode saber, mais ou menos de plano, o fator previdenciário. 
O fator previdenciário ele será tanto maior, quanto maior for o tempo de contribuição, 
quanto mais velho for o segurado, por quê? Porque se o segurado tem um grande tempo de 
contribuição, se o segurado é velho e tem uma idade elevada, a sobrevida dele vai ser pequena. 
Então, quanto maior for o tempo de contribuição, quanto maior for a idade, quanto mais velho for 
o segurado, menor será o tempo, o período de sobrevida do segurado, então o fator previdenciário 
será maior. A tendência é de chegar a 1,2, 1,3 ou até a 1,4. 
E o contrário. Quanto menor for o tempo de contribuição, quanto mais jovem for o segurado, 
portanto, quanto menor for a idade do segurado, maior será o tempo de sobrevida. 
Se o tempo de sobrevida do segurado for maior, o que é que vai acontecer com ele? Ele vai 
receber durante um período mais longo, mais prolongado, então o fator previdenciário será menor. 
Vejam que é a regra do jogo. Se eu sou velho com maior tempo de contribuição, eu vou viver 
menos aposentado e, portanto, o valor será maior. O contrário. Se eu for jovem o tempo de 
contribuição será menor, vou viver mais tempo gozando da minha aposentadoria, e, portanto, o 
valor será menor. 
Este é o objetivo, a finalidade do fator previdenciário, ou seja, o segurado deve aposentar-se 
o mais tarde possível, ele deve morrer trabalhando, ou então se aposentar quando estiver lá no 
finalzinho. Porque ele se aposenta com um valor maior, um valor grande, mas durante pouco 
tempo. 
Claro que eu estou exagerando para vocês poderem entender porque até hoje não foi 
revogado o fator previdenciário, não foi extinto, embora o Congresso esteja sempre criando 
projetos para extinguir o fator previdenciário. 
Algumas observações a respeito do fator previdenciário. Aquela expectativa de sobrevida que 
eu falei, ela é dada pelas tábuas de mortalidade do IBGE. Então o IBGE, a cada dois anos, imita as 
tábuas de mortalidade. 
Então num mês em que o segurado vai pleitear a sua aposentadoria por idade ou por tempo 
de contribuição, está lá a tábua de mortalidade. Por isso que se aplica aquele fator de sobrevida. 
Para a aposentadoria por tempo de contribuição, a aplicação do fator previdenciário, naquela 
média que nós encontramos lá atrás, é obrigatória. A aposentadoria por tempo de contribuição, 
aplicação de fator previdenciário obrigatório. 
Aposentadoria por idade. Aplicação do fator previdenciário facultativa, por quê? Porque 
vejam, na aposentadoria por idade o segurado já tem que ter sessenta anos se for mulher e 
sessenta e cinco se for homem. Então a expectativa de sobrevida já está mais ou menos fixa. 
O que a previdência não quer é que alguém com cinquenta anos, com quarenta anos de idade 
se aposente por tempo de contribuição. Pode se aposentar? Claro. Se tiver trinta anos de 
contribuição se for mulher, e trinta e cinco se for homem, pode se aposentar. 
Alguém começou a trabalhar aos quinze anos, mulher mais trinta, pode se aposentar aos 
 
 
 
 7 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
quarenta e cinco. Vejam que seria um absurdo para o sistema. O fator previdenciário quer 
preservar o sistema. Não quer que as pessoas se aposentem muito cedo. Por isso reduz o valor do 
salário do benefício, portanto, reduz o valor da aposentadoria. 
Mais duas regrinhas. A segurada na hora em que for calcular o seu tempo de contribuição 
para efeito do fator previdenciário, já tem cinco anos de contribuição, então, acrescenta no seu 
tempo de contribuição cinco anos. 
O professor de nível universitário e ensino médio também acrescentam em seu tempo de 
contribuição cinco anos. E a professora de ensino fundamental e médio, acrescenta dez anos no seu 
tempo de contribuição na hora de calcular o fator previdenciário. Por quê? 
Por uma razão muito simples. Aquela fórmula enorme que tem lá na lei, para calcular o fator 
previdenciário, tem como base o tempo de contribuição de trinta e cinco anos. Se o professor pode 
se aposentar aos trinta, ele sairia perdendo cinco anos. E a professora que pode se aposentar aos 
vinte e cinco, sairia perdendo dez anos. 
Importante saber. Segurada acrescenta cinco anos ao seu tempo de contribuição, professor 
de ensino fundamental e médio, não universitário, cinco anos. Professora dez anos. 
 
AUXÍLIO DOENÇA 
 
É um benefício devido ao segurado em razão da incapacidade temporária para o trabalho, ou 
para as ocupações habituais. 
Ocupações habituais, pois o segurado facultativo pode não trabalhar, o estudante vai ficar 
incapacitado para as suas ocupações habituais que é estudar; a dona de casa, para o trabalho de 
dona de casa. Portanto, é a incapacidade temporária para o trabalho ou para as ocupações 
habituais. 
 
REQUISITOS DO AUXÍLIO DOENÇA 
 
1º) carência de doze meses, se for de doença comum. Vejam que o auxílio doença pode ser 
decorrente de uma doença comum, de uma doença especial ou de acidente. 
2º) incapacidade temporária para o trabalho ou para as ocupações habituais. Esta capacidade 
deve ser aferida por laudo pericial do perito do próprio INSS. 
 
INÍCIO 
 
Primeira hipótese: 
Para o segurado empregado a partir do trigésimo primeiro (31º) dia do afastamento da 
atividade (incapacidade). Os trinta primeiros dias são pagos pela empresa e a este período de trinta 
dias, antes de o segurado entrar em gozo do auxílio-doença, dá-se o nome de “tempo de espera”. 
Ele está esperando se entra ou se não entra em gozo de auxílio doença. 
Os demais segurados entram em gozo de auxílio doença a partir do primeiro dia da 
incapacidade. 
 Então, o empregado a partir do trigésimo primeiro dia, e os demais segurados a partir de 
incapacidade. 
Segunda hipótese: 
 Data do requerimento: 
 Para o empregado se entre o afastamento e a data do requerimento decorrerem mais de 
quarenta e cinco (45) dias. 
 
 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
PROF. ANTÔNIO LOPES MONTEIRO 
 Para os demais segurados se entre o afastamentoe a data do requerimento deorrerem mais 
de trinta (30) dias. 
 Lembrem-se que o benefício tem natureza alimentar, se o segurado não comeu durante 
quarenta e cinco ou trinta dias, para que está precisando do auxílio doença? Então ele vai ganhar o 
auxílio doença a partir da data do requerimento. 
 
VALOR 
 
É de 91% do salário-de-benefício. Calculamos o salário do benefício, agora vamos aplicar 91% 
sobre aquele valor. Contudo o valor encontrado não pode exceder a média aritmética simples dps 
últimos doze salários-de-contribuição, inclusive no caso de remuneração variável. Se o segurado 
não tiver o número de doze, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes 
(parte final com a redação dada pela MP 664/2014). 
 
DURAÇÃO 
 
A duração do auxílio doença, tecnicamente, é enquanto estiver incapacitado para o trabalho. 
Por definição não dissemos que é uma incapacidade temporária? Então durante todo o tempo em 
que estiver incapacitado para o trabalho, ele receberá o benefício, o auxílio doença. 
Cuidado: Se por definição é temporária essa incapacidade, não vai ficar a vida toda em auxílio 
doença. 
 
TÉRMINO 
 
a) alta médica. A incapacidade é temporária e a alta médica é a primeira forma de término da 
cessação do auxílio doença. 
b) conversão do auxílio doença em aposentadoria por invalidez. Então ele fica dois, três 
meses, meio ano, um ano, não se cura para ter alta, nem morre. O que fazemos? A perícia concede 
a aposentadoria por invalidez. 
c) o retorno espontâneo ao trabalho, o segurado, sem que o perito dê alta, ele volta a 
trabalhar. É muito perigoso e não pode, caso ele ache que está bom, deve ir até o perito e pedir 
alta. 
A previdência não quer ninguém em gozo do auxílio doença. A previdência quer que o 
segurado trabalhe, pois mantém o auxílio doença estritamente às pessoas que estão incapacitadas. 
d) abandono da reabilitação quando for obrigatória. Já vimos que o segurado acidentado de 
trabalho, se a perícia, se o médico exigir, ele é obrigado a fazer a reabilitação. Se ele a abandonar, 
ele perde. É cassado o auxílio doença. 
e) a morte. Se ele morrer em gozo do auxílio doença, é claro que se extingue o auxílio doença. 
 
Observações: Aplicam-se apenas ao segurado empregado e não aos demais 
Se o empregado teve alta do auxílio doença, voltou a trabalhar e houve um agravamento 
daquela mesma doença pela qual ele entrou em gozo do auxílio doença, ou seja, a mesma causa 
que o levou ao auxílio doença, ela volta e se for num prazo de sessenta dias, ele não tem mais 
aquele período de espera. Aquele tempo de espera de trinta dias para entrar no gozo do auxílio 
doença, ele entra direto. A empresa não paga mais aqueles trinta primeiros dias, porque houve um 
agravamento, foi a mesma causa, ele ficou incapacitado para trabalhar. Nestes casos, a mesma 
causa, agravamento e num período de até sessenta dias após a alta, ele entra imediatamente no 
 
 
 
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
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auxílio doença. Não há aquele período de espera. 
Os trinta primeiros dias de incapacidade são considerados interrupção do contrato de 
trabalho. A partir do trigésimo primeiro dia, portanto, a partir do momento em que o segurado 
entra em gozo de auxílio doença, o contrato de trabalho fica suspenso. Com o contrato de trabalho 
suspenso, a empresa não pode fazer nada, não pode mandar embora. 
 
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
 
A aposentadoria por invalidez é um benefício devido ao segurado em razão da incapacidade 
total e permanente para o trabalho ou para as ocupações habituais. 
Quando se fala “para o trabalho”, não me refiro ao termo que a lei fala, porque a lei fala 
incapacidade para qualquer atividade que lhe garanta a subsistência. Falar qualquer atividade que 
lhe garanta a subsistência é muito forte. 
Imaginem. Eu sou professor, vivo de dar aulas, peguei um câncer na minha laringe, não posso 
dar mais aula, eu vou me aposentar por invalidez? Eu não posso fazer outra atividade que me 
garanta a subsistência? Claro que posso, posso ser porteiro, posso ser qualquer outra coisa. Não é 
bem assim, precisa ter muito cuidado ao interpretar a lei. Então eu digo, para ocupações eventuais 
ou para aquela atividade que ele exercia normalmente, por quê? Vai depender muito de cada 
segurado, se ele é jovem, velho, vai depender da sua capacidade econômica, das suas habilidades, 
enfim, dependerá de uma série de circunstâncias. 
A incapacidade para o trabalho que exercia normalmente, para o trabalho que ele possa ser 
reabilitado e ter sua dignidade de trabalho. Quais são os requisitos? A carência que é igual a do 
auxílio doença, ou seja, doze meses se for decorrente de doença comum, e não haverá carência se 
for decorrente de doenças especiais ou acidente, e incapacidade permanente. Sempre, com 
atenção, que é aferida pelo perito do INSS. 
 
INÍCIO DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 
 
É da data que constar no laudo pericial. Então o perito vai colocar no laudo a data em que o 
segurado deve entrar em gozo da aposentadoria por invalidez. 
Ou ele transforma o auxílio doença por invalidez, ou ele concede de cara no primeiro laudo a 
aposentadoria por invalidez. Se o segurado está tão doente e logo de cara, ou sofreu um acidente 
tão grave que o perito entenda que é caso de invalidez imediata, ele dá a aposentadoria por 
invalidez. 
Cuidado: se for empregado, e a aposentadoria for concedida no primeiro laudo pericial, 
aqueles primeiros 30 dias são pagos pela empresa. O benefício se inicia a partir do 31º dia de 
incapacidade. 
Então aquele período, aquele tempo de graça, se aplica ao empregado se ele entrar 
imediatamente em aposentadoria por invalidez. 
O início dar-se-á a partir do requerimento se entre a data do afastamento e do requerimento, 
decorrerem mais de 45 dias (MP 664/2014). 
Qual é o prazo? Qual é a duração da aposentadoria por invalidez? 
Existem algumas aposentadorias por invalidez que podem ser revertidas. Imaginem que sai 
uma droga, um remédio novo ou se o segurado se submete a uma cirurgia, não é obrigado, mas 
suponha que ele quer se submeter a uma cirurgia, ele cansou, se aposentou por invalidez muito 
novo. Então ele quer voltar a trabalhar, enfim, ele está apto para trabalhar. 
O que acontece nestes casos? Duas regras muito simples. Em casos de recuperação do 
 
 
 
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segurado, se o segurado estiver em gozo da aposentadoria por invalidez, incluindo-se aquele prazo 
que precede ou pode preceder a aposentadoria por invalidez, chamado auxílio doença, então, 
auxílio doença seguido por aposentadoria por invalidez, se o segurado ficar cinco ou mais anos em 
gozo de benefício, incluindo-se eventual período de auxílio doença. 
Nesses casos, são três situações. Do primeiro ao sexto mês, o segurado vai continuar 
recebendo 100% do valor da aposentadoria. Do sétimo ao décimo segundo, ele vai receber 50% do 
valor da aposentadoria, e do décimo terceiro ao décimo oitavo ele vai receber 25% do valor do 
benefício, do valor que ele recebia. 
A previdência entendendo que o segurado está muito desatualizado no que diz respeito às 
atividades laborais, o que ele vai fazer? Ela vai dar esses dezoito meses, ela vai dizer assim: 
segurado, você terá dezoito meses para se adaptar à nova realidade de trabalho. Durante seis 
meses eu te pago o mesmo valor que te pagava quando estava aposentado, depois mais seis meses, 
metade, depois mais seis meses 25%. De maneira que você, segurado, terá dezoito meses para se 
adaptar. 
Outra situação. Eu falei que essa situação era para quem fica cinco ou mais anos em gozo de 
benefício. E se ficar menos de cinco anos? Se o segurado for empregado elevolta imediatamente 
ao trabalho. 
Lembre-se que o segurado em gozo de auxílio doença, ou em gozo da aposentadoria por 
invalidez terá seu contrato de trabalho suspenso. Se está suspenso, ele poderá cair a qualquer 
momento, pode ser retomado a qualquer momento. 
Então o empregado que esta a menos de cinco anos aposentado por invalidez, incluindo-se 
eventual tempo de auxílio doença, ele volta para a empresa. A empresa por mandar embora, mas 
paga tudo. Então o empregado volta imediatamente ao serviço. 
Para os demais segurados, a situação é outra. Eles receberão um valor do benefício integral, 
por tantos meses quantos tenham sido os anos de gozo de auxílio doença e aposentadoria por 
invalidez. 
Claro que no máximo quatro, porque se for cinco, entra na tabela que eu falei antes. Então 
imaginem o facultativo, ficou quatro anos em aposentadoria por invalidez incluindo-se o auxílio 
doença, ele vai receber quatro meses o valor integral do benefício que estava recebendo. 
Se ficar três anos, são três meses, dois anos, são dois meses. Cinco anos vai para a tabela. 
100%, seis meses, 50%, o segundo seis meses, e 25%, o terceiro seis meses. Então em caso de 
recuperação se aplica esta regra. 
 
Qual é o valor da aposentadoria por invalidez? 
100% do salário do benefício. Não pode ficar muito tempo em gozo do auxílio doença, porque 
esta perdendo 9%. Vejam que a cada ano, já perde muito, 9% ao mês. Vejam quanto o segurado 
perde. 
 
Então o auxílio doença é temporário, lembre-se da definição. Se ficar mais meio ano, alguma 
coisa não esta bom, ou tem alta ou aposenta, porque mais meio ano hoje em dia, a medicina está 
muito evoluída, não dá para ficar muito tempo em auxílio doença. 
Até porque, se for aposentado por invalidez, pode se recuperar e voltar, então não tem 
nenhum problema. Esse negócio de dizer que ficou cinco anos aposentado por invalidez já é eterno, 
não é verdade. 
A previdência pode a qualquer momento chamar o segurado aposentado por invalidez para 
fazer perícia, para ver se ele já está bom, então não existe mais aquele pensamento de que se ficou 
muito tempo em auxílio doença, aposenta. Ficou muito tempo aposentado já é definitivo. 
 
 
 
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O que é aposentadoria por grande invalidez? 
É aquela situação em que o segurado que foi aposentado por invalidez, não o segurado 
aposentado por qualquer tipo de aposentadoria, ele tem a necessidade de uma terceira pessoa 
para a sua vida habitual, para suas ocupações, para sua vida normal. 
 
É a hipótese: o segurado se aposenta por invalidez porque não pode trabalhar, aos poucos, no 
decorrer do tempo, essa invalidez se torna mais acentuada, sobretudo se for uma doença 
neurológica. 
Chega uma hora em que o segurado aposentado por invalidez precisa de uma terceira pessoa 
para sua vida normal, sua vida habitual, e nesses casos a previdência paga 125% do salário de 
benefício. 
Aposentadoria por invalidez normal é 100%, a aposentadoria de grande invalidez, é de 125%, 
estes 25% a mais são para exatamente para cobrir os gastos com essa terceira pessoa. 
Claro, tudo depende do perito da previdência social, é o perito que vai dizer quais as 
situações que o segurado deve ganhar deve receber o benefício de grande invalidez. 
Aliás, no regulamento, que é o decreto 3048/99, o regulamento tem no quadro o anexo I, de 
situações em que o segurado tem direito a grande invalidez, mas são apenas situações 
exemplificativas, quem vai dizer sim ou não é o perito. 
 
Então nós vimos aposentadoria por invalidez e o auxílio doença. Vamos estudar agora mais 
dois benefícios que são a pensão por morte e o auxílio reclusão. Esse dois benefício são devidos aos 
dependentes. 
 
PENSÃO POR MORTE 
 
Conceito 
 
Benefício devido aos dependentes pela morte do segurado. 
 
Requisitos 
Carência (24 meses (MP 664 – constitucional?) 
Existência de dependentes (ver aula de dependentes) 
Morte do segurado (morte material – legal (morte presumida) 
Dois anos de casamento ou de união estável (caso da viúva). 
 
 OBS. Exceção: 1. caso de morte por acidente posterior ao casamento. 
 2. viúva incapaz ou insuscetível de reabilitação para atividade 
que lhe garanta a subsistência (perito de carreira do INSS) por doença ou acidente 
após o casamento antes da morte (art. 74, § 2º, I e II). 
 OBS.: o dependente condenado por crime doloso do qual tenha resultado a 
morte do segurado não terá direito à pensão ( 664) 
 
Início da pensão 
 
 
 
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Data do óbito do Segurado 
Data da sentença no caso de decisão judicial (ausência – 6 meses). 
Data do requerimento quando requerida após 30 dias das datas anteriores. 
 
OBS.: Em caso de morte presumida por tragédia, acidente, desastre ou 
catástrofe o INSS pagará pensão provisória mediante apresentação de prova do 
desaparecimento. Com o reaparecimento cessará. Não haverá cobrança dos valores 
pagos, salvo má fé. Neste caso estará carcaterizado ainda o estelionato qualificado 
(agravado – causa de aumento) – art. 171, § 3º do CP – Súmula 24 do STJ. 
 
Duração 
Enquanto houver dependentes na classe que estiver recebendo o benefício. O 
benefício não se transfere para eventuais dependentes de outra classe. 
 
OBS. A condição da viúva como dependente para efeitos do recebimento da 
pensão depende da expectativa de sobrevida (MP 664) no momento da morte do 
segurado, conforme tabela do § 5º, art. 77. 
 Igual ou superior à 55 anos 3 anos de recebimento; 
 Entre 50 e 55 anos 6 anos de recebimento; 
 Entre 45 e 50 anos 9 anos de recebimento; 
 Entre 40 e 45 anos 12 anos de recebimento; 
 Entre 35 e 40 anos 15 anos de recebimento; 
 Inferior à 35 anos recebimento vitalício. 
Término 
Com a inexistência de dependentes na classe que estava recebendo o benefício. 
 
No caso de cônjuge, vencido o prazo da tabela anterior. 
Neste caso haverá uma exceção prevista no § 7º do art.77 (MP 664) - viúva 
incapaz ou insuscetível de reabilitação para atividade que lhe garanta a subsistência 
(perito de carreira do INSS) por doença ou acidente ou doença ocorrido entre a data 
do casamento (união estável) e a cessação do pagamento da pensão. 
 
Valor 
 Composta de duas parcelas: 
a) 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia se já aposentado; 
ou do valor a que teria direito se aposentado por invalidez ; 
b) Acrescido de 10% desse mesmo valor por dependente até ao máximo de 5 
(cinco). 
 
 
 
 
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OBS. Mínimo 60% (claro). 
 Cessada a condição de dependente cessa a cota dos 10%. 
 
O valor total da pensão é dividido em tantas partes iguais quantos forem os 
dependentes da classe que vai receber o benefício. 
 
Com o término da qualidade de dependente extingue-se a cota individual dos 
10% da parcela b. 
 
O restante divide-se pelos dependentes que restaram: 
 
 Ex. Pensão de 1.000,00: 
 
 parcela 1: 500,00 (50%) 
 parcela 2: 100,00 - viúva (10%) 
 100,00 – A (10%) 
 100,00 - B (10%) 
 100,00 – C (10%) 
 100,00 – D (10%) 
 
 Cada um recebe 200,00 reais. 
 
 O filho A torna-se maior. A pensão cai para 90%: e os R$ 900,00 divide 
pelos 4 restantes: Assim cada um passa a receber 225,00. Se cessar outra cota: os 
800,00 serão divididos por 3= 266,66 e assim sucessivamente até se extinguir. 
 
 ATENÇÃO: não confundir cota dos 10% da parcela 2, com o valor que cada 
dependente recebe, chamada de parte individual. 
 
No caso de pensionistajudicial ele concorre com os demais dependentes da 
classe nos termos acima. 
 
Atenção às Súmula 340 do STJ: “A lei aplicável à concessão da pensão 
previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado” 
 
 E 336: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem 
direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade 
econômica superveniente”. 
 
 Atenção à expectativa de sobrevida na data do óbito do segurado 
 
 
 
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dada pela tábuas do IBGE utilizada também para o Fator previdenciário. 
 
 
AUXÍLIO-RECLUSÃO 
 
O motivo deste benefício é a prisão do segurado, então esse benefício é devido aos 
dependentes pela prisão do segurado. 
 
REQUISITOS 
 
Aqui nós vamos encontrar um requisito diferente, vamos encontrar uma situação diferente 
que até agora nós não vimos, é o chamado segurado de baixa renda. Requisitos: 
1) É ser segurado de baixa renda. Este conceito de segurado de baixa renda foi criado pela 
emenda 20/99, no artigo 13, e hoje é considerado segurado de baixa renda aquele segurado, cujo 
salário de contribuição é R$ 1.089,72, conforme Portaria Interministerial MPS/MF nº 13, de 
09/01/2015. 
2) Existência de dependentes. Se é devido aos dependentes, devem existir dependentes. 
3) Prisão do segurado. Quando eu falo em prisão do segurado, eu falo de todas as espécies de 
prisão de natureza penal: prisão temporária, prisão em flagrante, prisão por pronúncia, prisão por 
sentença recorrível, e prisão por sentença transitada em julgado, todas essas prisões. Regimes 
fechado e semi-aberto. 
4) Carência de 24 meses (MP 664/2014). Isso porque o art. 80 da Lei n. 8213/91 que cuida 
desse benefício refere-se expressamente que será concedido “nas mesmas condições da pensão 
por morte”. 
 
INÍCIO DO BENEFÍCIO 
 
Data da prisão ou data do requerimento, se for feito após trinta dias. Sempre aquelas duas 
hipóteses, data do fato gerador, no caso aqui, é a prisão, se não for feito em trinta dias, data do 
requerimento. 
 
DURAÇÃO DO BENEFÍCIO 
 
Enquanto o segurado estiver preso, só que durante todo o tempo em que o segurado estiver 
preso, os dependentes que estão recebendo o benefício devem apresentar uma certidão do 
estabelecimento prisional, de que de fato ele continua preso. Isto porque ele pode fugir. 
 
E se o segurado foge da prisão? 
Suspende-se o benefício. 
 
E se ele for recapturado? 
Ai depende, se o segurado for recapturado ainda durante aquele período de graça, lembra do 
período de graça que nós já estudamos no artigo 15, ou seja, até doze meses após o livramento, é o 
período de graça. Então se capturado ainda no período de graça, restabelece o benefício. Agora, se 
ele for capturado após o término do período de graça, o benefício se extingue, porque ele não tem 
mais direito, os beneficiários não tem mais direito. 
 
 
 
 
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TÉRMINO 
 
O término do benefício ocorre com o livramento do segurado, então ele sai, tem alta do 
presídio, liberdade, ou então, vai para o regime semi-aberto, por exemplo, ou vai para o livramento 
condicional, os dependentes perdem o direito do auxílio reclusão. 
E também pela morte do segurado. Morre, não tem mais direito ao auxílio reclusão. 
E também com a inexistência de dependentes. Ele continua preso, mas os dependentes 
acabam, terminam os dependentes daquela classe que estava recebendo o benefício, também se 
extingue o benefício. 
 
VALOR DO BENEFÍCIO 
 
Existem três situações: 
1ª) Segurado aposentado. O valor do auxílio reclusão será o mesmo, transforma 
simplesmente o valor da aposentadoria em auxílio reclusão. 
2ª) Segurado não aposentado. Calcula-se o valor da aposentadoria por invalidez a que teria 
direito, e transforma em auxílio reclusão, a mesma regra da pensão. E se o segurado estiver em 
gozo do auxílio doença? Podem existir duas situações, se o segurado concordar com os 
dependentes, será esse valor do auxílio doença. 
Vejam, o auxílio reclusão não é devido aos dependentes? Não é devido ao segurado? Então 
tem que haver um acordo entre os dependentes e o segurado. Se houver acordo, o valor do auxílio 
doença transforma em valor do auxílio reclusão. 
Se não houver acordo, vamos para a hipótese anterior, ou seja, segurado normal, como se 
estivesse trabalhando. Então calcula-se aposentadoria por invalidez a que teria direito, e 
transforma em auxílio reclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERGUNTAS: 
 
1) Quais os mais importantes serviços da previdência social? 
2) O que são benefícios acidentários e como se distinguem dos benefícios previdenciários? 
 
 
 
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3) Qual a natureza e característica dos benefícios? 
4) O que é carência? 
5) Quais os benefícios que não tem carência? 
6) Qual o termo inicial da carência? 
7) Como se calculam os benefícios? 
8) Qual a diferença entre salário de contribuição e salário de benefício? 
9) O que é fato previdenciário? 
10) Sobre o auxílio doença, quais os requisitos, início, valor, duração e término? 
11) Sobre a aposentadoria por invalidez, quais os seus requisitos, início, duração, valor, 
adicional? 
12) Sobre a pensão por morte, quem recebe, qual a carência, quais os requisitos, quando se 
inicia, qual a duração, qual o valor? É cumulável com outros benefícios? 
13) Sobre o auxílio reclusão, quando é cabível, quais os requisitos, quando se inicia, qual a 
duração, quando termina e qual o valor?

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