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Teoria Geral do Estado


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Teoria Geral do Estado. Ciência Política. 
Introdução, Conceituação e Aspectos.
- O que é Política?
-O que é o Direito?
-O que é Justiça?
“A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta”. 
- Teoria Tridimensional do Direito x Teoria Pura do Direito Fundamentais
Uma sociedade não funciona organizadamente sem que regras e princípios, previamente conhecidos, sejam aplicados de maneira estável e duradora por autoridades legítimas. A vida em sociedade exige segurança e previsibilidade e isso somente pode ser conseguido pelo Direito.
Direito?
Etimologia ou significado do direito
O direito, etimologicamente, é o fato incidindo em uma norma estática, nada mais é que um
Juízo de concreção.
Jus ou juris = vínculo jurídico, relação de causalidade estabelecida entre fato e norma.
Fato / Valor / Norma - Acepções ou significados do direto
Directum = direito, enquanto uma noção geométrica em linha reta, busca do justo, seu valor
Fundamental. Deriva do latim Justus, valor objetivo e hierarquizado, baseado na integração de fatos
e valores.
O direito seria a subsunção do fato à norma, na busca do justo.
Acepção axiológica - noção de justiça
Themis - grega - justiça - simbologia:
 Um dos olhos estão abertos - simboliza cognição, conhecimento, autoridade
 Duas mãos na balança - preocupação na cognição do justo
 Espada guardada
 Pronuncia as justiças - ambas
 Balança comum - não tem fiel (marcador).
Iustitia - romana – Justiça:
 Olhos fechados - simboliza a questão da objetividade da justiça - equidade análise fria da norma
 Uma mão na balança – maior preocupação com a aplicação do direto do que com a cognição. 
 Espada na mão direita: Pronuncia a justiça - ambas - titular do poder
 Balança comum com fiel.
Ciências Políticas
Ciência Política é o estudo da política — dos sistemas políticos, das organizações políticas e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. 
Os cientistas políticos podem estudar instituições como corporações (ou empresas, no Brasil), uniões (ou sindicatos, no Brasil), igrejas, ou outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e interconexão.
Existe no interior da Ciência Política uma discussão acerca do objeto de estudo desta ciência, que, para alguns, é o ESTADO e, para outros, o PODER. A primeira posição restringe o objeto de estudo da ciência política; a segunda amplia.
Discussões conceituais
Ainda que haja mudanças de ênfase em relação às diversas escolas, pode-se dizer que o poder é o foco dos estudos dessa área do conhecimento humano. 
Em seu sentido mais geral, “poder” significa a capacidade de agir ou de produzir efeitos. É interessante destacar, no entanto, que a Ciência Política tem seu foco no poder em seu sentido especificamente social. Na análise dos fenômenos políticos, é interessante notarmos que o homem é ao mesmo tempo sujeito (causador) e objeto (destinatário) do poder social. 
É esse poder social o que explica a capacidade de uma mãe dar ordens a seus filhos e de um governo dar ordens a seus cidadãos. Segundo essa lógica, pode-se dizer que, para que se verifique a existência de poder, são necessários dois elementos fundamentais: um indivíduo ou grupo que o exerce e, do outro lado, um indivíduo ou grupo que é induzido a se comportar como desejado por aquele. A Ciência Política busca organizar-se de acordo com métodos ditos científicos e concentrar-se na análise empírica dos fenômenos políticos. A Ciência Política busca compreender, portanto, os fatos políticos e seus mecanismos de ação. 
Grandes esforços foram empreendidos por muitos cientistas políticos para diferenciar sua área de estudo da chamada Filosofia Política, a qual se ocuparia do chamado dever-ser (proposições normativas), enquanto a Ciência Política estaria preocupada com o ser (a análise dos fatos). Isso se deve ao fato de que, entre os temas mais controversos das primeiras teorias políticas, a análise da natureza humana sempre foi um ponto central. Enquanto Aristóteles via o homem como um animal político, que tende ao convívio social; Rousseau o veria como um ser naturalmente bom, porém corrompido pela sociedade; Maquiavel vê a natureza humana como perversa. De qualquer modo, as distinções nem sempre são bastante claras, haja vista as várias obras clássicas de outros autores como Montesquieu e Tocqueville, que inspiraram, também, os estudos da ciência política. Os pensadores mencionados foram fundamentais ao estudo científico da política ao formular teorias gerais para explicação dos fenômenos políticos, principalmente com base no estudo histórico. 
Política e Direito:
Outro ponto para o qual devemos chamar atenção é que a Ciência Política é muitas vezes vista como a “Ciência do Estado”. Muitos dos cientistas políticos têm buscado estudar os fenômenos do poder dentro dos mecanismos de organização estatal. Nesse esforço de compreensão do poder, não se exclui a análise do ordenamento jurídico vigente. Por essa razão, vocês notarão que há interseções claras entre o estudo da Política e o Direito.
Atuação do Cientista Político
Atuação do Cientista Político
Cientistas políticos estudam a distribuição e transferência de poder em processos sociais. Por causa da mistura de interesses contraditórios, a política é um exemplo aplicado da Teoria dos Jogos. Os cientistas políticos olham os ganhos (como o lucro privado de pessoas ou das empresas ou da sociedade), e as perdas (como o empobrecimento de pessoas ou da sociedade) como resultados de um jogo em que existem regras não explícitas que a pesquisa deve explicitar.
Cientistas políticos medem o sucesso de um governo e de políticas específicas examinando muitos fatores como estabilidade, justiça, riqueza material, e paz. Desenvolvem tanto teses positivas, analisando as políticas, quanto teses normativas, fazendo recomendações específicas. 
Suas teorias frequentemente servem de base para ação, opção e prática de outros profissionais, como jornalistas, grupos de interesse especiais, políticos, e o eleitorado. Podem trabalhar como assessores de políticos, ou até mesmo se candidatarem a cargos políticos.
Aristóteles, Platão e a Democracia Grega
Na Grécia Antiga, para Aristóteles a política deveria estudar a pólis e as suas estruturas e instituições (a sua constituição e conduta). É considerado o pai da Ciência Política, porque considerou a política a ciência “maior”, ou mais importante do seu tempo. Criou, ainda, um método de observação que permitiu uma sistematização e explicação dos fenómenos sociais. Preocupava-se com um governo capaz de garantir o bem-estar geral (o bom governo);
Antes de Aristóteles, seu mestre, Platão, relata à teoria política de Sócrates no livro A República, em que se posiciona criticamente frente à democracia direta grega, e propõe um regime no qual “os reis fossem sábios e os sábios fossem reis”.
Maquiavel
No século XVI, Maquiavel e a sua obra dão origem à modernidade política. A sua preocupação era a criação de um governo eficaz que unificasse e secularizasse a Itália.
Defende um príncipe ou dirigente de governo sem preocupações morais ou éticas, um dirigente que não olha a sensibilidades para atingir os seus fins. A política, era assim a arte de governar, ou seja, uma técnica que permitisse ao dirigente ou governante alcançar os fins independentemente dos meios, não visa a realização geral mas sim pessoal. 
Introduziu, ainda, um método comparativo-histórico, fazendo comparação entre dirigentes da sua época e de épocas anteriores através de exemplos. Introduziu, também, e reforçou a importância do Estado e da Instituição Estatal.
Montesquieu
No século XVIII, Montesquieu, em pleno iluminismo, difunde idéias políticas que têm por base a ação humana. A geografia dos Estados ou a geopolítica se torna um elemento importante na análise política.Introduz o método comparativo de base geográfica;
Faz a distinção entre república, monarquia e despotismo, afirmando que este último deveria ser erradicado. Na república o poder pertence ao povo ou a uma parte esclarecida deste; na monarquia o poder pertence ao monarca; no despotismo, o poder pertence a um indivíduo, o déspota. que governa sem honra e que utiliza o terror e a violência como métodos do poder; 
Montesquieu apresenta a teoria da separação de poderes, de forma que o poder seja descentralizado das mãos de uma só pessoa para que não o use em proveito próprio. Resolvia-se então o perigo do despotismo com a institucionalização da separação de poderes.
Pensadores Políticos do Séc. XIX
Augusto Comte alertou para a necessidade de analisar com objetividade os fenomenos ou fatos políticos; propôs a teoria positivista, que está expressa na bandeira brasileira, nos dizeres “ordem e progresso”;
Alexis de Tocqueville chama a atenção para o estudo do sistema democrático norte-americano. Na sua análise introduziu um conjunto de entrevistas, o que lhe permitiu realizar análises comparativas;
Karl Marx introduz uma nova perspectiva de abordagem dos fenomenos políticos e de poder, uma vez que faz uma análise do ponto de vista econômico e social, considerando o fenômeno político como consequência das relações de produção, e o regime político como reflexo da organização das forças produtivas).
Século XX
A Ciência Política é reconhecida nas universidades, como forma de combater o caciquismo no poder local e a corrupção nos partidos políticos;
Após a Segunda Guerra Mundial, a Ciência Política ganha relevo e se torna uma disciplina autônoma nas universidades. Além disso ganha força a análise de sistemas eleitorais, e também do comportamento do eleitorado;
Os fenômenos que contribuíram para o reforço da ciência política foram a proliferação dos sistemas democráticos, dos partidos políticos, dos mas media, de organizações internacionais. Estes fatos levaram ao aumento de estudos, o que suscitou também uma maior proliferação da ciência política.