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Do Contarto Social Rousseau Resenha

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21/02/2017 CSO003GV-2016.3-A: Tarefa (2.2): Rousseau
http://www.uab.ufjf.br/mod/assignment/view.php?id=570819 1/5
Fichamento do Livro:
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Edição Ridendo Castigat Mores, Ed.
Eletrônica; Tradução: Rolando Roque da Silva, 2001.
Alguns dados biográficos:
Jean Jacques Rousseau (1712-1778), Nascido na Suíça, na cidade de Genebra no dia 28
de junho; já nasceu sob um trágico acontecimento pois sua mãe veio a falecer dias após
seu nascimento, seu pai Isaac Rousseau era um relojoeiro de
profissão. Rousseau,Considerado um filósofo iluminista sendo um precursor do
romantismo do século XIX. Suas obras abordam variado conteúdo sobre a música, a arte, a
educação, a política e a filosofia, no entanto obteve grande destaque suas ideias que
inspiraram reformas pedagógicas e políticas. O seu legado encontra-se em suas obras que
podemos citar: Dicionário de Música, A nova Heloísa, Confissões, Discurso sobre as
ciências e as artes, Diálogos de Rousseau, juiz de Jean-Jacques, Considerações sobre o
governo da Polônia, Devaneios de um caminhante solitário, Discurso sobre as origens e
fundamentos da desigualdade entre os homens, Emílio e O Contrato social, em 1762.
Este “Contrato Social” será o objeto dessa produção com vistas ao estudo relacionado às
ideias de Rousseau. Trata-se de um livro que aborda ideias de uma moral fundamentada na
liberdade, que aponta a estreita relação entre a sociedade e a natureza, trata da teoria da
bondade natural inerente ao ser humano e a forma de excelência do sentimento sobre a
razão que fundamentam essa ideia. Esta obra foi escrita em pleno século XVIII,
contendoquatro livros subdivididos em vários capítulos e uma parte final, em conclusão. A
presente obra é considerada por muitos como a principal produção do filósofo político Jean
Jacques Rousseau, que em aspectos e em partes continua sendo válida nos dias atuais.
No livro primeiro com nove capítulos, o objetivo principal do autor é determinar o
fundamento legítimo da ordem social, revelando que não se trata de direito natural nem
tampouco de força, mas de uma convenção determinada pelo contrato
social. Rousseau afirma: “Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja de toda
a força comum a pessoa e os bens de cada associado, e ela qual cada um, se unindo a
todos, obedeça apenas, portanto, a si mesmo, e permaneça tão livre quanto antes. Este é o
problema fundamental a que o contrato social dá a solução”.
Já no livro segundo, em doze capítulos, ele trata das questões referentes à soberania em
si, seus limites, bem como da lei que exprime a vontade do soberano. Neste mesmo livro
IIressalta as condições concretas que o legislador considera ao projetar o seu modelo ou
administração política, destacando a importância das leis para a igualdade entre as
pessoas e a manifestação da vontade geral. No livro terceiro, dividido em 18 capítulos;
noscapítulos I e II observamos a definição de governo, acentuando a determinação do
princípio que constitui suas diferentes formas. Ainda neste terceiro livro, do capítulo III até o
VII, ele trata das formas de governo. No capítulo III revela a importância da divisão dos
governos. Nos capítulos subsequentes, IV, V, VI e VII, Rousseau trata especificamente de
cada forma de governo, ou seja, democracia, aristocracia, monarquia e governos mistos.
No capítulo VIII, “Nem toda forma de governo é apropriada a todos os países” Rousseau
trabalha várias questões importantes das quais convém destacar a afirmação: “...Quanto
mais aumenta a distância entre o povo e o governo mais se tornam onerosos os tributos.
[...]”. No livro IV, então, ele aborda os temas que dizem respeito a força popular quando ele
pode expressar sua vontade nas diversas formas oferecidas que devem ser ofertadas pelo
soberano.
Livro I
Cap. I – Assunto deste primeiro livro
O primeiro capítulo serve como forma de elucidar qual o tema abordado no primeiro livro, e
de uma maneira geral diz respeito à perda da liberdade humana e ao direito de retomá-la;
abordando também sobre o surgimento ou da fundação de convenções. Portanto, nesta
obra, Rousseau pretende investigar a possibilidade de haver, na ordem civil, alguma regra
de administração, legítima e segura, que contemple os homens tais como eles são e as leis
tais como podem ser. “O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros. De tal
modo acredita-se senhor dos outros, que não deixa de ser mais escravo que
eles.”(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.10).
Segundo Rousseau, a ordem social, apesar de tratar-se de um direito sagrado do qual
decorrem todos os demais, não vem da Natureza, pois surgiu e está fundamenta sobre
convenções ou instituições criadas por homens.
Cap. II – Das primeiras Sociedades
Rousseau considera como a mais antiga de todas as sociedades, e a única natural, a
família. Os laços naturais que ligam os pais e os filhos só permanecem enquanto estes
ainda precisam dos cuidados necessários à sua conservação e, quando as famílias
continuam unidas mesmo após o término de tais necessidades, já não pode ser
considerada uma união natural, mas sim voluntária e que se mantém por convenção. A
família é ainda o primeiro modelo das sociedades políticas, no qual o chefe é a imagem do
pai, o povo, os filhos, havendo nascido todos livres e iguais (portanto, não alienam a
liberdade a não ser em troca da sua utilidade).
Cap. III – Do direito do mais forte
Sendo que a força é uma potência física, então aquele que é o mais forte nunca será forte o
bastante para ser eternamente o senhor, ou seja, para conseguir tal feito será necessário
transformar sua força em direito e a obediência em dever. A moralidade não poderá resultar
da força e seus efeitos, pois quem cede à força, só o faz por prudência e da necessidade de
sobreviver, nunca por sua livre e espontânea vontade. A palavra direito nada acrescenta ou
significa quando relacionada ao substantivo força. Não há sentido em se pensar a respeito
do direito do mais forte, pois se a força de um é o que obriga a obediência dos outros, no
momento em que esta é cessada ninguém mais seria forçado a nada; a força não é direito
porque gera obediência por obrigação e não por dever. A força não faz o direito porque não
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gera dever; assim, ninguém é obrigado a obedecer ao mais forte, mas somente às
autoridades legítimas.
Cap. IV- Da escravidão
Nenhum homem possui autoridade natural sobre o seu semelhante. E, porque a força não
produz direito, toda autoridade legítima entre os homens provém de suas convenções.
Assim, “Dizer que um homem se dá gratuitamente é dizer coisa absurda e inconcebível; um
tal ato é ilegítimo e nulo, pelo simples fato de não se achar de posse de seu juízo quem isto
comete. Dizer a mesma coisa de todo um povo é supor um povo de loucos: a loucura não faz
direito.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.16).
Dessa forma, pode-seinferir que o escravo não tem direitos, pois “...qual direito tem meu
escravo contra mim, uma vez que tudo que tem me pertence e, sendo seu direito o meu,
esse direito meu contra mim mesmo é uma palavra sem nenhum sentido?” (pág. 17). Da
mesma forma que Rousseau não admite que um homem possa dar-se gratuitamente,
também um povo não pode escravizar-se por livre e espontânea vontade. E mesmo que cada
qual pudesse alienar-se a si mesmo, não poderia alienar seus filhos, que nascem homens
livres, cuja liberdade tão somente a eles pertence. Renunciar à própria liberdade é
considerado pelo autor o mesmo que renunciar à qualidade de homem, aos direitos e
deveres da humanidade, é arrebatar toda a moralidade de suas ações, um ato incompatível
com a natureza humana. Seria uma contradição se uma convenção tentasse estipular de um
lado toda autoridade absoluta e, de outro lado, a obediência sem limites. Isto porque aquele
que tudo possui teria também para si tudo de seu “escravo”, inclusive o direito deste contra
si mesmo, o que seria um absurdo posto que nenhum homem poderia renunciar à sua
liberdade. Rousseau considera nulo o direito de escravizar, pois seria ilegítimo e absurdo.
As palavras escravatura e direito excluem-se mutuamente, pois não se poderia firmar tal
pacto: “Faço contigo um contrato, todo em teu prejuízo e todo em meu proveito, que eu
observarei enquanto me aprouver, e que tu observarás enquanto me aprouver.”
Cap. VI – Do pacto Social
Como os homens não podem engendrar novas forças, mas apenas unir e dirigir as
existentes, para se conservarem eles podem se organizar em uma soma de forças que
arraste a resistência e os faça agir de comum acordo. Este é o problema fundamental
solucionado pelo contrato social: “Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja
de toda a força comum a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual, cada um,
unindo-se a todos, não obedeça portanto senão a si mesmo, e permaneça tão livre quanto
anteriormente.” As cláusulas do contrato social, embora não sejam formalmente
enunciadas, são as mesmas em qualquer lugar, pois, se qualquer modificação lhes fosse
feita, perderia - se o efeito. Quando o pacto social é violado, cada qual recebe de volta seus
primeiros direitos e retoma a liberdade natural, perdendo a liberdade convencional à qual
renunciou. Todas as cláusulas do contrato social se resumem na seguinte: a alienação total
de cada associado, com todos os seus direitos, em favor de toda a comunidade; porque se
cada qual se entregar por completo em condição igual para todos, a ninguém interessa
torna-la onerosa para os outros. Eis os termos que contém a essencial do pacto social:
“Cada um de nós põe em comum sua pessoa e toda a sua autoridade, sob o supremo
comando da vontade geral, e recebemos em conjunto cada membro como parte indivisível
do todo.” Esse ato de associação através do pacto social produz um corpo moral e coletivo,
composto de tantos membros quanto os que o firmaram. A pessoa pública formada a partir
da união da vontade de todos pode ser chamada de Cidade, República ou Corpo Político.
Este é chamado por seus membros como: Estado, quando passivo; soberano, quando ativo;
e autoridade, quando comparado a seus semelhantes. Os associados adquirem
coletivamente o nome de povo. Particularmente, os associados podem ser conhecidos
como: cidadãos, se forem participantes na autoridade soberana; ou de vassalos, quando
sujeitos às leis do Estado.
Cap. VII – Do soberano
Após o contrato, cada indivíduo se acha obrigado a uma dupla relação: como membro do
soberano para com os particulares, e como membro do Estado para com o
soberano.“Contudo, o corpo político ou o soberano, extraindo sua existência unicamente da
pureza do contrato, não pode jamais obrigar-se, mesmo para com outrem, a nada que
derrogue esse ato primitivo, como alienar qualquer porção de si mesmo, ou submeter-se a
outro soberano. Violar o ato pelo qual existe seria aniquilar-se, e o que nada é nada produz.”
(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.27).
O soberano é constituído tão somente pelos particulares que o compõe, não podendo haver
interesse contrário aos deles. O soberano, somente pelo que é, é sempre tudo o que deve
ser. Os interesses do soberano não podem ser contrários aos interesses dos particulares
que o compõe. O pacto social contém a seguinte obrigação: “quem se recusar a obedecer à
vontade geral a isto será constrangido pelo corpo em conjunto, o que apenas significa que
será forçado a ser livre.” Esta é a condição do pacto social: “oferecendo os cidadãos à pátria,
protege-os de toda dependência pessoal.” Esta condição torna legítimas as obrigações civis,
as quais, sem isso, seriam absurdas, tirânicas e sujeitas aos maiores abusos.
Cap. VIII – Do estado civil
A passagem do estado natural ao estado civil produziu no homem a mudança de sua
conduta de instinto para a justiça, imprimindo às suas ações a moralidade que
anteriormente lhe faltava. O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e
um direito ilimitado a tudo o que o tenta e pode alcançar. O que o homem ganha pelo
contrato social é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui.
A liberdade natural distingue-se da liberdade civil por ser esta limitada pela liberdade geral e
a posse, enquanto aquela é limitada apenas pelas próprias forças do indivíduo. A única
liberdade que torna o homem senhor de si mesmo é a liberdade moral. Obedecer aos
impulsos dos apetites significa escravidão. Obedecer à lei a si mesmo prescrita significa
liberdade.
Livro II
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Capítulo I – A soberania é inalienável
 Somente à vontade geral cabe dirigir as forças do Estado. Pois, se a oposição dos
interesses particulares dos homens levou-os a se unirem em sociedade em torno dos
interesses em que se harmonizam, é, portanto, unicamente por esse interesse comum que
a sociedade deve ser governada. O fim (finalidade) da instituição do Estado é o bem comum.
Para Rousseau, a soberania é o exercício da vontade geral e é inalienável. O soberano é um
ser coletivo, que não pode ser representado a não ser por si mesmo. Os homens podem
transferir seus poderes, mas não podem transferir suas vontades. (Em consequência disso,
os homens não podem ser representados por apenas um indivíduo, pois nenhum
representante a quem eles pudessem transferir o poder o exerceria de acordo com a
vontade de todos os homens). Rousseau diz que, se é impossível fazer concordar em
determinado ponto a vontade particular com a geral, também será impossível que um acordo
assim firmado seja durável e constante. Isto porque as vontades entram em conflito; a
particular, por sua natureza, tende às preferências. A vontade geral tende, em oposição à
particular, à igualdade. A vontade geral é sempre reta e tende para a utilidade pública. Se o
povo alienar a sua vontade e submeter-se à obediência de um senhor, a partir desse
instante o corpo político estará destruído, pois o povo, através desse ato, perde a sua
qualidade de povo, posto que já não haverá soberano (um ser coletivo).
Cap. II – A soberania é indivisível
Assim como a soberania é inalienável, ela também é indivisível, isto porque ou a vontade é
geral ou não é; a vontade corresponde ou a todo o corpo do povo ou apenas à uma de suas
partes. A vontade geral constitui ato de soberania e faz lei; enquanto a vontade particular, por
sua vez, constitui ato de magistratura e é, no máximo, decreto. Rousseau também diz que é
indevida a divisão, feita pelos políticos, da soberania em força e vontade, em poder
legislativo e executivo.
Cap. III – A vontade geral pode errar
Ainda que a vontade geral seja sempre reta, as deliberações do povo nem sempre tendem àessa retidão. “Há muitas vezes grande diferença entre a vontade de todos e a vontade geral;
esta olha somente o interesse comum, a outra o interesse privado, e outra coisa não é senão
a soma de vontades particulares; mas tirai dessas mesmas vontades as que em menor ou
maior grau reciprocamente se destroem, e resta como soma das diferenças a vontade geral.”
(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p. 41).
Para que o povo não se equivoque, é fundamental que a vontade geral esteja sempre
esclarecida. Isto se torna possível se no Estado cada cidadão só manifestar o próprio
pensamento e não houver sociedades parciais, que podem gerar desigualdade.
Cap. IV – Dos limites do poder soberano
Se o Estado constitui uma só pessoa moral, cuja vida consiste na união de seus membros,
o seu mais importante cuidado é o de sua própria conservação, para o qual se faz
necessária a existência de uma força universal e compulsória para dispor cada uma das
partes de maneira mais conveniente para o todo. Assim como a Natureza dá a cada homem
o poder absoluto sobre todos, o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre
todos os seus membros. A soberania é esse poder absoluto, que o corpo político tem sobre
todos os seus membros, dirigido pela vontade geral. Os empenhos que ligam os homens
ao corpo social são obrigatórios porque há reciprocidade; porque ao dedicar-se à tais
empenhos, o homem não trabalha para outrem sem trabalhar também para si mesmo. A
vontade geral deve existir na sua essência, deve partir de todos e ser aplicada a todos. A
vontade geral perde a sua retidão natural quando tende a algum objeto individual e
determinado, isto porque quando os homens julgam a partir de algo que lhes é estranho,
não se conduzem pela equidade. O que generaliza a vontade geral não é apenas o número
de vozes, mas principalmente o interesse comum que as unem. Isto porque numa instituição
em que cada qual se submete às mesmas condições que impõe aos outros, as
deliberações comuns adquirem caráter equitativo. O pacto social estabelece a igualdade ao
colocar todos os cidadãos sob as mesmas condições e a todos reservar os mesmos
direitos. Todo ato de soberania é um ato autêntico da vontade geral, porque obriga e favorece
todos os cidadãos. “Um ato de soberania não é um convênio entre o superior e o inferior,
mas sim uma convenção do corpo com cada um de seus membros: convenção legítima,
porque tem por base o contrato social; equitativa, porque é comum a todos; útil, porque não
leva em conta outro intento que não o bem geral, porque possui como fiadores a força do
público e o poder supremo.” (ROUSSEAU, Jean Jacques, p.46).
 “O poder soberano, todo absoluto, todo sagrado, todo inviolável que é, não passa nem pode
passar além dos limites das convenções gerais, e que todo homem pode dispor
plenamente da parte de seus bens e da liberdade que lhe foi deixada por essas convenções;
de sorte que o soberano jamais possui o direito de sobrecarregar um vassalo mais que
outro, porque então, tornando-se o negócio particular, deixa o seu poder de ser competente.”
(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.46).
Cap. VI – Da Lei
O corpo político, que existe por causa do pacto social, também possui movimento e vontade
por meio da legislação. Rousseau afirma que o “que é bom conforme a ordem o é pela
natureza das coisas e independentemente das convenções humanas”; ele acredita na
existência de uma justiça universal, à qual os homens não sabem receber por si mesma e,
portanto, necessitam de governos e leis. As leis entre os homens são vãs porque são
colocadas à falta de sanção natural, e, portanto, fazem o bem do perverso e o mal do justo.
Para unir os direitos dos homens aos seus deveres é necessário haver convenções, para
que então a justiça se encaminhe para o seu objetivo. No estado natural, o homem só
reconhece como sendo de outrem aquilo que lhe é inútil, o que não acontece no estado civil,
onde todos os direitos são fixados pela lei. Uma lei é algo que o povo estatui sobre todo o
povo, sem que haja nenhuma divisão do todo; é um ato que se dá a partir de uma vontade
geral, que também torna geral a matéria sobre a qual se estatui. Dizer que o objeto das leis é
sempre geral significa dizer que a lei considera os vassalos em corpo e as ações como
sendo abstratas, jamais um homem como indivíduo e nem uma ação como particular. Ou
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seja: nenhuma função que se relacione a um objeto individual pode pertencer ao poder
legislativo. As leis constituem atos da vontade geral, e, portanto, são de competência do
povo. Tudo o que o soberano possa ordenar acerca de um objeto particular, não visando à
vontade geral, se constitui apenas em decreto e não em lei. O soberano não está acima da
lei, visto que ele também é membro do Estado. A lei não pode ser injusta, pois quem a
elabora (o povo) o faz visando a todos os membros do pacto social e inclusive a si mesmo;
por esta razão, a lei não pode ser injusta porque ninguém é injusto consigo próprio. O
homem é ao mesmo tempo livre e sujeito às leis porque as próprias leis são registros de
suas vontades. Rousseau considera como “República” todo Estado regido por leis,
independentemente da sua forma de administração, desde que seja governado pelo
interesse público. Para o filósofo, todo o governo legítimo é republicano. As leis são as
condições das associações civis porque compete unicamente aos que se associam
regulamentar as condições de sociedade, isto é, o povo que se submete às leis é que deve
ser o autor das mesmas.
“O povo, de si mesmo, sempre deseja o bem; mas nem sempre o vê de si mesmo. A vontade
geral é sempre reta; mas o julgamento que a dirige nem sempre é esclarecido. (...) Os
particulares vêem o bem que rejeitam, o público deseja o bem que não vê. Todos
igualmente necessitam de guias; é preciso obrigar a uns a conformar suas vontades com sua
razão; é necessário ensinar a outrem a conhecer o que pretende. Então, das luzes públicas
resulta a união do entendimento e da vontade no corpo social; daí, o exato concurso entre as
partes e, finalmente, a maior força do todo. Eis de onde nasce a necessidade de um
legislador.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.55).
Cap. VII – Do legislador
Para que se descobrisse as melhores regras para a sociedade seria necessário uma
inteligência superior que não tivesse nenhuma relação com a natureza humana, mas a
conhecesse no seu íntimo; para conferir tais leis aos homens seriam necessários deuses.
Aquele que ousa empreender a instituição de um povo deve procurar mudar a natureza
humana, ou seja, deve buscar arrebatar ao homem as forças que lhe são inerentes, para
que este adquira forças que lhe são mais duráveis (as forças de uma instituição sólida), de
forma que cada cidadão nada possa ser sem a ajuda de todos os outros, e que a força
adquirida pelo todo seja igual ou superior à soma das forças naturais de todos os
indivíduos. O legislador é considerado um homem extraordinário no Estado; mas,
exatamente por causa de sua função, quem dirige as leis não deve dirigir os homens, assim
como tão pouco os que dirigem os homens devem dirigir as leis, pois disto resultariam leis
injustas, reféns das paixões humanas. Aquele que redige a lei não deve ter nenhum direito
legislativo, porque a vontade geral é a única que pode obrigar os particulares e não se
poderia nunca afirmar estar uma vontade particular de acordo com a vontade geral.
Cap. XII – Da divisão das leis
As leis políticas, ou leis fundamentais, são as que ordenam o todo para dar a melhor forma
possível à coisa pública; regulam as ações do corpo inteiro sobre si mesmo, isto é, a
relação do soberano com o Estado. O povo, porém, é sempre senhor para mudar tais leis
caso elas não mais sejam as melhores e estejam a causar prejuízo a simesmo. As leis
civis regulam as relações dos membros entre si ou com o corpo inteiro, de sorte que cada
cidadão se sinta perfeitamente independente de todos os outros, podem numa excessiva
dependência para com a cidade e a força do Estado que promove a liberdade de seus
membros. As leis criminais constituem um tipo particular de lei que define sanções para a
desobediência de todas as outras leis. Os usos e os costumes substituem insensivelmente
a força do hábito à autoridade e retém o povo dentro do espírito de sua instituição.
Livro III 
Neste terceiro livro, Rousseau vai tratar do governo, sua definição, diferentes formas,
instituição, e prevenção contra as usurpações que esse pode vir a causar.Para ele, a
distinção entre as diferentes formas de governo está no número de membros que o
compõem. Quanto mais numeroso for o povo, maior deve ser a força repressiva. Numa
legislação perfeita, a vontade particular ou individual deve ser nula; a vontade do corpo,
própria ao governo, bastante subordinada; e, por conseguinte, a vontade geral ou soberana
sempre dominante é a regra única de todas as outras. Nos capítulos seguintes desse Livro
III ele diz qual forma de governo será melhor adequada a qual porte de sociedade, se
pequena: democracia; média: aristocracia; e, grandes: monarquia. Além disso, ele diz que o
melhor Estado é aquele que preserva e conserva a propriedade de seu povo.
 Neste último livro Rousseau fala sobre as formas de como eleger o governante,
 Livro IV
Capítulo I- A vontade geral é indestrutível
 O Estado que necessita de poucas leis é aquele que possui um povo esclarecido, um
Estado no qual todos percebam a necessidade de se promulgarem novas leis na medida
em que estas se fizerem necessárias. Quando o vínculo social começa a afrouxar e o Estado
a enfraquecer, os interesses particulares prevalecem e o interesse comum encontra grande
oposição, de forma que a vontade geral deixa de ser a vontade de todos. A vontade geral
emudece quando o Estado se apresenta de forma vã e ilusória, aproximando-se de sua
própria ruína; os cidadãos deixam de opinar e agir como tais, e são aprovados, falsamente
com o título de leis, decretos iníquos cujo fim é o interesse particular. Não podemos, porém,
pensar em um aviltamento ou corrupção da vontade geral. Pois nestas situações em que o
Estado enfraquece, a vontade geral, que é sempre constante, inalterável e pura, encontra-se
subordinada a outras vontades particulares que a subjugam. A lei de ordem pública nas
Assembléias não consiste quase em manter a vontade geral, mas em fazer com que esta
seja interrogada e que sempre responda.
Conclusão
 O Contrato Social resulta no esclarecimento onde o soberano e o povo se concentram numa
única pessoa. Como regra existe a obrigatoriedade de seguir a vontade geral, a qual institui
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a ordem e atua como princípio primeiro do governo e da economia pública. Esse conceito
inclui, ainda, a vontade da maioria. Partindo-se dessa concepção de coletivo é formado um
corpo moral, onde surge a obrigação de cada cidadão obedecer, quando o fizer, apenas a si
mesmo, pois tem em vista o bem coletivo, comum. O homem em questão é possuidor de
plena liberdade, a qual uma vez renunciada, resultaria a abdicação à sua própria existência –
e o livre consentimento à vontade geral. Um ponto importante a ser enaltecido é a distinção
feita entre Estado e governo. O Estado é tido como soberano, devido ao embasamento na
vontade geral, é intransferível (inalienável) e indivisível enquanto que o governo é apenas um
órgão administrativo encarregado da aplicação e controle da lei e da manutenção
operacional das liberdades civis e política.
Paulo César Machado,
GV - 05/02/2016
Referências:
ROUSEEAU, Jean‐Jacques. Do Contrato Social e Discursos sobre a Economia Política.
(traduzido por Márcio Pugliesi e Norberto de Paula Lima). São Paulo: Hemus, 1981
https://www.youtube.com/watch?v=hIW1qLiA3Ck
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6728&revista
www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article
https://www.youtube.com/watch?v=N5_4PVtRdt4
https://www.youtube.com/watch?v=txGTagkLZ1o
https://www.youtube.com/watch?v=VuxPeHJ8z1Q
 
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