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ATPS PENAL I

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO – UNIAN – UNIDADE ABC
CURSO SUPERIOR DE DIREITO
PERÍODO: NOTURNO
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
DISCIPLINA: DIREITO PENAL - PARTE GERAL 
DOCENTE: VANESSA BIANCHI MOCHETTI
Ana Carolina S. Martins R.A.: 0039552842
Francisca Roselia Duarte R.A.: 8874406930
 Jaqueline Alves de Souza Leite R.A.: 1593880018
 Jennifer Luana Silva do Sacramento R.A.: 1576164571
Maria Kaelle Souza Angelo R.A.: 1574183165
 Marluce Silva de Sá R.A.: 2484651516
Raquel Aparecida da Silva R.A.: 1299105200
São Bernardo do Campo
2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4
ETAPA 1
PASSO 1....................................................................................................................... 5
PASSOS 2 E 3 ........................................................................................................... 11
ETAPA 2
PASSO 1 .................................................................................................................... 14
PASSO 2, 3 E 4 ......................................................................................................... 20
ETAPA 3
PASSO 1 .................................................................................................................... 24
PASSOS 2, 3 E 4 ....................................................................................................... 30
ETAPA 4
PASSO 1 .................................................................................................................... 36
PASSO 2, 3 E 4 ......................................................................................................... 40
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 48
INTRODUÇÃO
A proposta desta atividade prática supervisionada é desenvolver as seguintes competências e habilidades: interpretar e aplicar o direito; pesquisar e utilizar as jurisprudências, a doutrina e outras fontes do direito no foro penal, utilizar raciocínio jurídico, de argumentação, persuasão e de reflexão crítica aplicada ao desafio proposto, com objetivo de elaborar pareceres, considerando o direito penal no caso hipotético.
Essa atividade é importante para a aplicação da primeira parte da teoria geral do direito penal, especialmente quando a interpretação da lei penal que consiste em extrair da norma penal seu exato alcance e real significado, deve também buscar a vontade da lei. 
ETAPA 1
PASSO 1
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Interpretar é uma atividade cognoscitiva. O ato da interpretação jurídica tem por objeto o conhecimento do preciso significado da norma.
O art. 4º das leis de introdução às normas do direito brasileiro define: “ Quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, costume e princípios gerais do Direito”. A analogia, os costumes e os princípios gerais do direito, são as fontes formais mediatas utilizadas pelo direito para interpretação da lei (fonte formal imediata) quando omissa ou insuficiente para julgar o caso concreto.
Analogia: consiste em aplicar-se a uma hipótese não regulada por lei disposição relativa a um caso semelhante. (CAPEZ), ou utiliza a norma mais próxima aplicável ao caso concreto. Ex.: aplicação do art. 128, II, do CP à hipótese de aborto em gravidez decorrente de atentado violento ao pudor. A interpretação extensiva, no entanto, possui norma que regula a hipótese, porém não eficaz. Após uma sequência de causas, aplica-se a lei na sua disposição genérica prevista (existe uma norma regulando a hipótese) isto é, interpretação analógica. Diferente da analogia e da interpretação extensiva. 
Analogia em norma penal incriminadora: a aplicação desta analogia fere o princípio da reserva legal pois tipifica um fato não definido em lei como crime. Ex.: Furto de uso (subtração de coisa alheia móvel para uso), por força da aplicação analógica do art. 155 do Código Penal (subtrair coisa alheia móvel com ânimo de assenhoreamento definitivo). Neste caso, um fato não considerado criminoso pela lei passaria a sê-lo, em evidente afronta ao princípio constitucional do art. 5º, XXXIX (reserva legal).
A interpretação quanto ao sujeito pode ser:
a) Autêntica: É a interpretação realizada pelo próprio órgão que elaborou o preceito interpretativo, pode ser contextual: é aquela que o legislador faz no próprio texto da lei, também pode ser dada por outra lei, de edição posterior (autentica não contextual). É a única interpretação obrigatória.
b) Doutrinária: também chamada de doutrinal ou científica, é feita pelos escritores de direito, através de seus comentários às leis, livros ou pareceres.
c) Jurisprudencial: constitui o que se chama de jurisprudência; é realizada pelos órgãos judiciários (juízes e tribunais). Não vincula, senão para o caso concreto (sobrevindo a coisa julgada), no entanto cria precedente em questões semelhantes. A atividade jurisdicional não é criadora de Direito. Somente aplica e anima o preceito legal.
Quanto aos meios de interpretação:
a) Gramatical: E fundamentada no sentido literal das palavras.
b) Teleológica: Busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins e à sua posição do ordenamento jurídico.
c) Lógica: que procura reconstruir o pensamento do legislador.
d) Histórica: avalia o momento em que a lei foi criada e as circunstâncias.
e) Sistemática: Analisa sua relação com as demais leis que se integram o ordenamento jurídico.
f) Progressiva: procura entender a norma levando em conta as alterações do Direito, da sociedade e da ciência.
g) Direito comparado: Estuda as diferenças e semelhanças entre leis de diferentes países.
h) Sociológica: Baseiam-se na adaptação do sentido da lei as realidades e necessidades da sociedade.
Quanto ao resultado:
a) Declarativa: há perfeita correspondência entre a palavra da lei e a sua vontade.
b) Restritiva: Quando a letra escrita da lei foi além da sua vontade (a lei disse mais do que queria, e, por isso, a interpretação vai restringir o seu significado).
c) Extensiva: A letra escrita da lei ficou aquém da sua vontade (a lei disse menos do que queria, e, por isso, a interpretação vai ampliar o seu significado).
REGRAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL BRASILEIRA E O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NO DIREITO PENAL
Anterioridade da lei
O art.1° do Código Penal determina que: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. ” Assim, a regra do art. 1° denominada PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, compreende os princípios da reserva legal e da anterioridade.
a) Princípio da reserva legal: Reservado para o estrito campo da lei a existência do crime e sua correspondente pena (não há crime sem lei que o defina, nem pena sem cominação legal).
b) Princípio da anterioridade: Exige que a lei esteja em vigor no momento da prática da infração penal (lei anterior e prévia cominação). 
Lei penal no tempo
Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Lei excepcional ou temporária
Art. 3° - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinam, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Tempo do crime
Art. 4° - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Territorialidade
Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional,ao crime cometido no território nacional.
§ 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2° - É também aplicável a ei brasileira aos crimes praticados a borde de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando –se aquelas em pouso no território nacional ou em vô no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Lugar do crime
Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Extraterritorialidade
Art. 7° - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I – Os crimes:
Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
Contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
Contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
De genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II – Os crimes: 
Que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
Praticados por brasileiro;
Praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1° - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2° - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
Entrar o agente no território nacional;
Ser o fato punível também no país em que foi praticado;
Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
Ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3° - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
Não foi pedida ou foi negada extradição;
Houve requisição do Ministro da Justiça.
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Eficácia de sentença estrangeira
Art. 9° - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
I – Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II – Sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único – A homologação depende:
Para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
Para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição como opaís cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Contagem de prazo
Art. 10 – O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
Frações não computáveis da pena
Art. 11 – Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
Legislação especial
Art. 12 – As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso.
PASSOS 2 E 3
Conforme se narra no caso, em 14/04/2013 a pessoa ‘A’ contratou ‘B’ para eliminar a pessoa ‘C’. Então ‘B’, resolveu pedir a ajuda do menor de idade ‘D’, de 17 anos, para acompanhá-lo, mas sabendo somente que ‘B’ quer matar ‘C’, sem consciência dos reais motivos. Em 15/04/2013 ‘B’ encontrou-se com ‘C’ na linha internacional do lado brasileiro da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, quando percebeu que ‘C’ vindo em sua direção, estava com sua mão direita dentro da jaqueta, fazendo ‘B’ desconfiar que ‘C’ iria sacar uma arma e atirar. Foi então que ‘B’, com receio de ser atingido, sacou sua arma e a mirou em ‘C’, mas acabou errando a pontaria e atingindo-o em seu braço esquerdo. Foi quando ‘C’, assustado, correu fugindo de ‘B’ atravessando a fronteira para dentro do Paraguai, e acabou sendo atropelado em cheio por um carro paraguaio, o jogando ao solo e ocasionando sua morte instantânea, e descobrindo assim que ‘C’ não estava armado. ‘B’ então foi preso e aparentava ter sérios problemas mentais, especialmente transtorno bipolar, conforme foi mencionado no Boletim de Ocorrência lavrado, enquanto que o menor ‘D’ foi também prepor participação no referido crime do Código Penal, pois seria emancipado civilmente desde seus 16 anos de idade. No mesmo dia foi publicado com vigência retroativa a 02.04.2013 o Decreto do Poder Executivo da União que estabelece pena com agravamento de metade para o agente que envolve menor na realização de crime.
Foi solicitada a análise sobre a interpretação e aplicação da Lei Penal pela família de ‘B’, para saber a sua situação. O caso é baseado no princípio da legalidade está elencado no art. 5º, inciso XXXIX, que diz: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. O princípio da legalidade tem como uma de suas funções proibirem a retroatividade da lei penal, art. 5º, inciso XL, “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. 
Assim como já diria José Afonso da Silva: 
“Vale dizer, portanto, que a Constituição não veda a retroatividade da lei, a não ser da lei penal que não beneficie o réu. Fora isto, o princípio da irretroatividade da lei não é Direito Constitucional, mas princípio geral do direito. Decorre do princípio de que as leis são feitas para vigorar e incidir para o futuro. Isto é: são feitas para reger situações que se apresentem a partir do momento em que entram em próprias estabeleçam (vedado em matéria penal, salvo a retroatividade benéfica ao réu) ”.
Com base no artigo art. 5º, XL, CF, quanto a autoria de “B” não terá agravamento da pena por ter envolvido o menor “D”, pois a lei não retroagirá a não ser para beneficiar o réu, e mesmo que “A” não tenha participado da execução, ele responderá também pelo crime de homicídio qualificado (art. 121, § 2°, I, CP) combinado com o art. 29 do Código Penal. Definição: art. 121: Matar alguém: § 2° - se o homicídio é cometido: I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; art. 29: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas na medida da sua culpabilidade. Com base no Código Penal, “B” irá responder pelo crime de homicídio culposo (art. 121, § 3°) combinado com art. 13, § 1°, CP. Definição: art. 121: Matar alguém: § 3°: se o homicídio é culposo; art.13: “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. ”
Em relação a “D”, é sabido dizer que se trata de um ato infracional, equiparado ao art. 121 e 27 do Código Penal. Definição: art. 121: Matar alguém; art. 27: Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislação especial.
 Ainda partindo da situação de “B”, poderíamos também dizer que o ato foi em legítima defesa, art. 25: “Entende-se em legitima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. ” 
 Segundo o narrador dos fatos, “C” veio em direção de “B” com a mão direita dentro de sua jaqueta aparentando sacar uma pistola, porém a intenção do crime é clara em decorrência da contrataçãode “B” para execução do crime. 
Jurisprudência:
Processo: RC 6033585 PR 0603358-5
Relator: Luiz Osorio Moraes Panza
Julgamento: 10/09/2009
Órgão Julgador: 1ª Câmara Criminal
Publicação: DJ: 235
RECURSO CRIME EX OFFICIO - CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO - LAUDO PSIQUIÁTRICO - INIMPUTABILIDADE - DOENÇA MENTAL - ART. 26 DO CÓDIGO PENAL - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA - SENTENÇA ABSOLUTÓRIA PROLATADA APÓS O ADVENTO DA LEI Nº 11.689/08 - AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA DO RECURSO EM EXAME NA NOVA REDAÇÃO DOCÓDIGO DE PROCESSO PENAL - NÃO CABIMENTO DO REEXAME NECESSÁRIO - RECURSO NÃO CONHECIDO.
Poderíamos partir deste pressuposto de lapso mental de “B”, agindo em sua legítima defesa, porém não podemos esquecer que o narrador mais uma vez deixa claro que já havia intenção do crime. 
 Portanto, o que se destaca nos fundamentos é que, é notório no relatório que ao ser preso, “B” aparentava ter sérios problemas de ordem mental, especialmente transtorno bipolar, mencionado no Boletim de Ocorrência lavrado, neste caso será cabível ao caso considerar a recomendação de um laudo médico psiquiátrico. Se de modo for comprovado, “B” será respaldado pelo art. 26, parágrafo único, onde poderá ser condenado e ter sua pena reduzida. Definição: Art. 26, Parágrafo Único: “A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.”
ETAPA 2
PASSO 1
CRIME CONSUMADO
Determina o artigo 14, I, do Código Penal, que o crime se diz consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; a noção da consumação expressa total conformidade do fato praticado pelo agente com a hipótese abstrata descrita pela norma penal incriminadora.
O crime consumado não se confunde com o exaurido; o iter criminis se encerra com a consumação.
Nos crimes materiais, de ação e resultado, o momento consumativo é o da produção deste; assim, consuma-se o homicídio com a morte da vítima.
Nos crimes culposos a consumação ocorre com a produção do resultado; assim, no homicídio culposo, o momento consumativo é aquele em que se verifica a morte da vítima.
Nos crimes de mera conduta a consumação se dá com a simples ação; na violação de domicílio, uma das formas de consumação é a simples entrada.
Em se tratando de crimes formais, a consumação ocorre com a conduta típica imediatamente anterior à fase do evento, independentemente da produção do resultado descrito no tipo.
A consumação nos crimes permanentes se protrai no tempo desde o instante em que se reúnem os seus elementos até que cesse o comportamento do agente.
O crime omissivo próprio, por se tratar de crime que se perfaz com o simples comportamento negativo (ou ação diversa), não se condicionando à produção de um resultado ulterior. O momento consumativo ocorre no instante da conduta.
No crime omissivo impróprio a consumação se verifica com a produção do resultado, visto que a simples conduta negativa não o perfaz, exigindo-se um evento naturalístico posterior.
Iter Criminis é o conjunto das fases pelas quais passa o delito; compõe-se das seguintes etapas:
 a) cogitação;
b) atos preparatórios;
c) execução;
d) consumação.
DIFERENCIAÇÃO DE ATOS PREPARATÓRIOS IMPUNÍVEIS E ATOS DE TENTATIVA CRIMINOSA 
Atos preparatórios
Atos preparatórios são atos externos ao agente que passam da cogitação à ação objetiva, como a aquisição da arma para a prática de homicídio. Claudio Brandão diz que o ato preparatório não chega a realizar o verbo descrito no tipo. Da mesma forma que a cogitação, os atos preparatórios, via de regra, também não são puníveis. Contudo, encontramos exceções no Código Penal brasileiro, por exemplo, o crime de Associação Criminosa (Art. 288) - antiga "quadrilha ou bando" -, cuja reunião (em tese um ato preparatório) é punido como crime consumado, este crime é punido pois se entende que a associação criminosa é uma ameaça à sociedade, mesmo que ela não exerça nenhum tipo de crime já é punida por ser uma associação com o fim de cometer atos ilícitos, o bem jurídico a ser tutelado aqui é o bem-estar social. Há também um certo consenso na jurisprudência de que certos atos preparatórios devem ser punidos autonomamente como crime, por exemplo, as hipóteses de petrechos para a falsificação de moedas (Código Penal, Art. 291). Daí podemos dizer que os atos preparatórios só são puníveis quando forem erigidos a tipos penais autônomos.
Tentativa Criminosa
Cezar Roberto Bitencourt ensina que a tentativa é a realização incompleta do tipo penal, do modelo descrito na lei. Na tentativa há prática do ato de execução, mas o sujeito não chega à consumação por circunstâncias independentes de sua vontade. De maneira semelhante, Francisco Dirceu Barros diz que o crime é tentado ou falho quando o agente percorre toda a trajetória do crime até a execução, e esta, uma vez iniciada, não se consuma no resultado típico (crime), por razões alheias à vontade do agente. 
TIPICIDADE OBJETIVA E TIPICIDADE SUBJETIVA
TIPICIDADE FORMAL OBJETIVA: Analisa a tipicidade independentemente da vontade do agente. Preocupa-se com a conduta propriamente dita e sua correspondência com o tipo penal.
Configuram como elementos do Tipo Objetivo:
* O verbo: descreve o modelo de conduta proibida.
Ex: furtar, deixar de prestar socorro, induzir.
*Sujeito Ativo: quem pratica a conduta.
*Bem Jurídico: é propriamente o bem ou um valor que satisfaça a necessidade humana e que seja tutelado pelo Direito.
*Sujeito Passivo: aquele que tem seu bem jurídico lesionado.
*Objeto Material: pessoa ou coisa que sofre fisicamente a conduta.
Obs.: Nem todos os crimes possuem objeto material como exemplo, a injúria.
*Resultado: pode ser naturalístico (perceptível pelos sentidos) ou normativo.
Obs.: se houver objeto material haverá resultado naturalístico.
*Nexo Causal: é a ligação entre a conduta praticada e seu resultado.
*Modos de execução: maneiras exigidas pelo tipo para se realizar a conduta descrita no verbo. Os mais comuns são: violência; por grave ameaça; e fraude.
*Instrumentos: arma, chave, veneno, explosivo.
*Circunstâncias de tempo e lugar
Os elementos do Tipo Objetivo são divididos, genericamente, em:
-Elementos Descritivos: são aqueles que podem ser captados diretamente pelo intérprete.
- Elementos Normativos: são aqueles que dependem de um juízo de valor dado pelo interprete.
TIPICIDADE SUBJETIVA
TIPO SUBJETIVO: representado pelo DOLO e pela CULPA.
O Dolo é regra geral e consiste na vontade subjetiva de praticar a conduta descrita no tipo. É composto pelo elemento cognitivo (consiste no ato de imaginar a conduta típica) e pelo elemento volitivo (consiste na prática propriamente dita da conduta descrita). Assim define o art. 18 do Código Penal: “Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - Doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ”.
Existe o Dolo Direto quando o agente deseja, efetivamente praticar a conduta criminosa. E existe o Dolo Eventual que, segundo Jair Leonardo Lopes, ocorre “na realização típica, quando o agente emprega meios que, em razão de sua natureza e das circunstâncias, poderá produzir, além do fim querido, outros concomitantes e não queridos, porém admitidos. “Ou seja, embora não queira diretamente o resultado ilícito, o agente assume o risco de produzi-lo.
CULPA: na culpa o indivíduo visava, inicialmente, praticar uma conduta penalmente irrelevante, mas devido a uma inobservância do dever objetivo de cautela ocorre um desvio no nexo causal provocando a ocorrência de um resultado danoso.
Essa inobservância do dever objetivo de cautela pode se dar por:
• Negligência: o a gente está aquém da norma de cuidado.
Ex: deixar de prestar socorro.
• Imprudência: o agente excede a norma de cuidado.
Ex: dirigir acima da velocidade permitida.
• Imperícia:atividade de um perito.
Ex: falta de cautela do médico ou quando o motorista profissional não troca os pneus do carro.
Previsibilidade do Resultado na Culpa:
- Culpa Consciente: o agente prevê o resultado danoso, mas acredita na sua inocorrência
Ex: o motorista dirige acima da velocidade para chega em casa mais cedo após um dia cansativo. Sabe que pode atropelar alguém, mas não acredita que isso irá ocorrer.
- Culpa Inconsciente: não imagina o resultado danoso, mas tinha condição de tê-lo feito.
Ex: o médico que efetua sempre o mesmo tipo de cirurgia e, acreditando em seu profissionalismo, não efetua determinada etapa. Até que em uma ocasião, devido a sua falta de cuidado, o paciente morre. Apesar do médico não ter imaginado tal morte, poderia tê-la previsto.
É preciso destacar que, se o agente não tinha condições de prever o resultado, então não há culpa e sim, caso fortuito.
Além disso, tanto na Culpa Consciente quanto no Dolo Eventual o agente imagina o resultado, mas a diferença é que naquela a pessoa não acredita que o mesmo irá ocorrer, enquanto neste o indivíduo assume o risco de produzi-lo.
OCORRÊNCIA DE ATIPICIDADE DA CONDUTA E NEXO DE CAUSALIDADE 
Atipicidade da conduta
Se tipicidade é a relação de adequação perfeita, exata, total, entre o fato da vida e o tipo legal de crime, atipicidade é exatamente a falta, a ausência dessa relação de adequação completa, fiel, absoluta entre o fato e o tipo. Alguns doutrinadores mencionam uma atipicidade absoluta e outra específica.
A atipicidade é absoluta quando o fato, à toda evidência, não for típico, como, por exemplo: o exercer o meretrício ou o praticar o incesto, uma vez que tais fatos não estão tipificados, descritos, em nenhuma lei penal. Não são fatos proibidos por nenhuma norma penal incriminadora. Então, o exercício da prostituição não é fato típico e essa atipicidade é absoluta.
Se, porventura, o sujeito corrompe uma pessoa de 19 anos, e pratica com ela um ato de libidinagem, tal fato é atípico porque o tipo do art. 218 do Código Penal é claro: “Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo. ”
Para que o fato concreto fosse típico, era indispensável que a pessoa corrompida tivesse menos de 18 e mais de 14 anos. Conquanto tenha mais, faltou esse elemento objetivo, a idade do sujeito passivo. Essa tipicidade é a específica.
Ora, a atipicidade, absoluta ou específica, é uma só, e consiste na ausência de correspondência, na falta do ajustamento, da adequação entre o fato natural e o modelo de conduta proibida: o tipo legal de crime.
Atípico o fato concreto, não há crime, não interessa ao Direito Penal.
Em algumas hipóteses, a atipicidade do fato decorre da incidência de princípios gerais de direito.
Nexo de causalidade 
Nexo de causalidade, também chamado de nexo causal ou relação de causalidade, é o elo que existe entre a conduta e o resultado. È a relação de causa e efeito existente entre a ação ou omissão do agente e a modificação produzida no mundo exterior.
Artigo 13 do Código Penal: “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.
O nexo de causalidade integra o fato típico, pois existe a necessidade de se verificar se o resultado é ou não imputável ao agente, ou seja, se foi este que deu causa ao resultado criminoso.
Existem várias teorias que estudam a ação e a omissão como causas do crime, dentre as quais podemos citar:
a) teoria da causalidade adequada, segundo a qual a causa é a condição mais adequada a produzir o evento. Baseia-se essa teoria no critério de previsibilidade do que usualmente ocorre na vida humana;
b) teoria da eficiência, segundo a qual a causa é a condição mais eficaz na produção do evento;
c) teoria da relevância jurídica, segundo a qual a corrente causal não é o simples atuar do agente, mas deve-se ajustar às figuras penais, produzindo os resultados previstos em lei;
d) teoria da equivalência dos antecedentes ou teoria da “conditio sine qua non”, que foi adotada pelo nosso sistema penal;
e) teoria da imputação objetiva, segundo a qual a causalidade natural, base da teoria da equivalência dos antecedentes, conduz a exageros que precisam ser limitados através da verificação de existência de relação de imputação objetiva entre a conduta e o resultado, de modo que a conduta do agente tenha produzido um risco juridicamente relevante e proibido ao bem jurídico.
Não conseguiremos definir a causa nas situações de causalidade cumulativa, que são os fatos que, isoladamente, teriam plenas condições de produzi-lo. Sendo assim, se “a” e “b” ministram, de forma independente, uma dose mortal de veneno a “c”, na mesma comida, não teremos como saber quem foi o responsável pela morte de “c”. Se suprimirmos mentalmente a conduta de “a”, mesmo assim o resultado terá ocorrido. Por outro lado, se suprimirmos mentalmente a conduta de “b”, ainda assim o resultado terá ocorrido.
PASSOS 2, 3 E 4
ARGUMENTAÇÃO EM DEFESA DO AGENTE
“B” agiu em legítima defesa por pensar que “C” estava armado, quando o mesmo colocou a mão na jaqueta demonstrando que iria sacar uma arma de fogo, “B” agiu rapidamente movido pelo pânico, mirou e atingiu o braço de “C”. De acordo com o artigo 23, II do CP “ Não há crime quando o agente pratica o fato: II – em legítima defesa; ” ou seja, ele agiu em legítima defesa pois não correu atrás de “C”, nem o atingiu mortalmente, comprovando assim sua ação. Presente no artigo 25 do CP “Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. ” “B” usou o meio que tinha para se defender e, diante da situação em que estava, previu a agressão iminente, ou seja, que estava prestes a ocorrer e tomou a iniciativa para sua defesa.
Foi exposto no Boletim de Ocorrência lavrado que “B” aparentava ter sérios problemas de ordem mental, inclusive transtorno bipolar. Quem sofre desse tipo de transtorno passa por mudanças extremas, no estado de ânimo suas características são intensas, é conhecido por “crise de exageros”. E na ocasião em que “B” se encontrava o transtorno pode ter afetado e criado mais euforia na mente do mesmo, onde cada detalhe contribuiu para o desfecho da história. 
O artigo 26 descreve sobre os inimputáveis, no qual se encaixa no quadro de “B”. Se for realmente comprovado que sofre de doença mental, lhe é assegurado pela lei N° 10.216, de 6 de abril de 2001 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
“B” deverá ser encaminhado para tratar de sua saúde mental e caberá ao magistrado decidir e tomar a decisão mais cabível a favor do réu que agiu em legítima defesa como está comprovada sob essas circunstâncias apresentadas. 
Art. 2º CP: “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.”
Sendo assim, “B” não poderá responder pelo fato de ter envolvido o menor “D” a ajuda-lo com o crime pois, o Decreto do Poder Executivo da União que estabelece pena com agravamento de metade para o agente que envolve menor na realização do crime foi publicado no mesmo dia que o fato ocorrido, com vigência retroativa a 02.04.2013.
Abaixo segue a jurisprudência correspondente ao princípio da irretroatividade da lei:
HABEAS CORPUS Nº 326.724 - DF (2015/0137332-0)
RELATOR : MINISTRO SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
IMPETRANTE : CARLOS ALBERTO DE SOUSA SANTOS
IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
PACIENTE : CARLOS ALBERTO DE SOUSA SANTOS (PRESO)
ADVOGADO: DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL
HABEAS CORPUS. PROGRESSÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
Ordem a que se nega seguimento.
DECISÃO
Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em benefício próprio por Carlos Alberto de Sousa Santos, apontando-se como autoridade coatora o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
Afirma o impetrante/paciente, em suma, estar sofrendo constrangimento ilegal, tendo em vista que as restrições contidas na Lei n. 11.464/2007 estão sendo aplicadas ao seu caso, o que não pode ocorrer, em razão da irretroatividade da lei penal mais gravosa. Ou seja, se o delito foi praticado antes do advento da citada lei, deve ser mantida a exigência de cumprimento de 1/6 de pena para a concessão da progressão, para o não reincidente, e de 1/4 para os reincidentes, nos termos do art. 112 da Lei de Execução Penal.
Requer, seja reconhecido o seu direito de progredir nos termos da legislação vigente ao tempo do cometimento do delito. Liminar indeferida (fls. 16/17). Informações prestadas (fls. 20/45), Defensoria Pública do Distrito.
TESE DE ACUSAÇÃO DO AGENTE
“B” deverá responder por tentativa de homicídio qualificado (artigo 14, II combinado com artigo 121, § 2°, I, CP) visto que sua conduta foi mal-intencionada ao receber certa quantia monetária de “A” para matar “C”. A não consumação do crime acarreta em tentativa, já que o resultado (morte da vítima) não foi causado pelo agente.
De acordo com o artigo 244-B do ECA: “Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos”. Sendo assim, “B” deverá cumprir a pena por envolver “D”, um menor de idade, com o fim de diminuir futuramente sua pena ao serem enquadrados pelo ato infracional. 
O agente também responderá por formação de quadrilha pois, de acordo com o artigo 288 do CP: “Associarem-se 3(três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente, ” Haja visto que “B” foi recompensado por “A” para cometer o crime e induziu “D” com o fim de promover alguma ajuda. 
Artigo 129 CP “ Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. ” De acordo com este dispositivo, “B” deverá responder por lesão corporal devido ao tiro que acertou o braço da vítima.
Reza o artigo 16 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826 de 22 de dezembro de 2003) que, “ Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. ” Assim sendo, “B” também deverá responder por porte ilegal de arma.
Abaixo segue jurisprudência em relação aos crimes aludidos acima. 
Ementa: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. CRIMESDE TENTATIVA DE HOMICÍDIO, QUADRILHA E FUGA DE PESSOA PRESA. DETERMINAÇÃO DE NOVO JULGAMENTO PELO TRIBUNAL DO JÚRI. ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA SOBERANIA DO VEREDITO: IMPROCEDÊNCIA. NECESSIDADE DE REEXAME DE FATOS E PROVAS IMPRÓPRIO NA VIA ELEITA. ORDEM DENEGADA. 1. A determinação de realização de novo julgamento pelo Tribunal do Júri não contraria o princípio constitucional da soberania dos vereditos quando a decisão for manifestamente contrária à prova dos autos. Precedentes. 2. A anulação parcial do julgamento seria válida tão-somente em caso de quesitação irregular, o que não se dá na presente ação, cuja defesa sustenta a negativa de autoria do Paciente. 3. Concluir que o julgamento do Tribunal do Júri que absolveu o Paciente do crime de tentativa de homicídio e o condenou pelos crimes de quadrilha e fuga de pessoa presa não teria sido contrário à prova dos autos impõe, na espécie vertente, revolvimento do conjunto probatório, o que ultrapassa os limites do procedimento sumário e documental do habeas corpus. 4. A alegação dos Impetrantes de que a decisão do Superior Tribunal de Justiça seria mais prejudicial ao Paciente não é suficiente para justificar a concessão da ordem, ainda mais quando se verifica que será renovada a oportunidade de buscar a absolvição do Paciente pelos crimes de quadrilha e de fuga de pessoa presa; e mesmo na eventualidade de nova condenação, a pena dos crimes de quadrilha e de fuga de pessoa presa não ultrapassará a dosimetria estabelecida no primeiro julgamento. 5. Ordem denegada. 
ETAPA 3 
PASSO 1
CONCEITO E EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE
A culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica; é a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por algum fato. Toda pena supõe culpabilidade, de modo que não pode ser castigado aquele que atua sem culpabilidade. A dosagem da pena será no limite da culpabilidade. Só há culpabilidade se o sujeito, de acordo com suas condições psíquicas: A) podia estruturar sua consciência e vontade de acordo com o direito (imputabilidade); B) se estava em condições de poder compreender a ilicitude da sua conduta (possibilidade de conhecimento da ilicitude); C) se era possível exigir-se, nas circunstâncias, conduta diferente daquela do agente (exigibilidade da conduta diversa). São esses, portanto, os elementos da culpabilidade.
As causas excludentes da culpabilidade (exculpantes, dirimentes ou eximentes) devem ser estudadas. As exculpantes, também denominadas de dirimentes ou eximentes, são as causas excludentes da culpabilidade e são, portanto, assim agrupadas: por ausência de imputabilidade, por ausência de potencial conhecimento da ilicitude e por ausência da culpabilidade por inexigibilidade de conduta diversa.
São as causas excludentes da culpabilidade:
Erro de proibição artigo (21, caput); 
Coação moral irresistível artigo (22, 1ª parte);
Obediência hierárquica artigo (22, 2ª parte); 
Inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado artigo (26, caput); 
Inimputabilidade por menoridade penal artigo (27); 
Inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior.
Sendo a tipicidade indiciária da ilicitude, quando o fato for típico, via de regra, será antijurídico. O fato típico só será conforme ao direito quando presente uma causa justificante (excludente de ilicitude), por conseguinte, um conceito negativo, por exclusão.
CONCEITO DE ANTIJURICIDADE
A antijuridicidade é amplamente teorizada pelos estudiosos do Direito Penal. Importante é entender a sua conceituação básica para, então, compreender as chamadas Excludentes de antijuridicidade.  
A excludente de antijuridicidade, o que nos leva a inferir que uma ação, mesmo típica, se possuir uma causa de justificação, o seu caráter de ilicitude será excluído de sua análise, e essa ação típica não causará uma pena.
Podemos concluir que a antijuridicidade é o caráter da lesão de um interesse formalmente protegido, de um bem jurídico que a Lei guarda, caráter o qual a conduta típica foi causa.
Sendo a antijuridicidade requisito de crime, pode ser afastada por algumas causas, como já dito anteriormente. Segundo Prado (p. 240-1), toda ação típica será antijurídica se não concorrer uma causa de justificação. O fato de haver excludente de antijuridicidade não afasta o caráter típico da conduta, mas, porém, não há crime: “excluindo-se a ilicitude, e sendo ela requisito do crime, fica excluído o próprio delito. Em consequência, o sujeito deve ser absolvido”. (Damásio, p. 360)
AS EXCLUDENTES DE ANTIJURICIDADE
 	Estão previstas no artigo 23 do Código Penal brasileiro. São elas: o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de direito.
Art. 23 - Não há crime quandoo agente pratica o fato: 
Em estado de necessidade;
Em legítima defesa;
Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade:
Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º – Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º – Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
 	É uma situação de perigo atual de interesses legítimos e protegidos pelo Direito, em que o agente, para afastá-la e salvar um bem jurídico próprio ou de terceiros, não tem outro meio senão o de lesar o interesse de outrem, igualmente legítimo. Trata-se de causa excludente da antijuridicidade. Assim, embora seja típico o fato, não há crime em face da ausência de ilicitude.
Requisitos para que a situação de risco configure a excludente:
Perigo atual – presente, a ameaça concreta ao bem jurídico.
Proteção do direito próprio ou alheio – abrange qualquer bem protegido pelo ordenamento jurídico.
Situação de perigo não causada voluntariamente (dolosamente) pelo agente.
Damásio sustenta que se o agente deu causa culposamente ao perigo, pode invocar o estado de necessidade em seu favor, pois a lei só proíbe tal invocação quando a situação de perigo tiver sido causada intencionalmente por ele. Há, porém, entendimento em sentido contrário, excluindo o estado de necessidade em relação àquele que, culposamente, produziu o risco.
Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo.
Requisitos para o reconhecimento do estado de necessidade no caso concreto:
Inevitabilidade da conduta: o comportamento (lesão ao bem jurídico alheio) deve ser absolutamente inevitável para salvar o direito próprio ou de terceiros que está sofrendo a situação de risco, pois, caso contrário, não se admite o estado de necessidade.
Legítima Defesa (art. 25, CP):
Conceito: é a utilização moderada dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Requisitos:
Existência de uma agressão: a agressão (efetivo ataque contra os bens jurídicos de alguém) não pode ser confundida com uma simples provocação.
Pressupõe agressão consistente em uma taque provocado e praticado por pessoa humana.
Agressão injusta: no sentido de “agressão ilícita”.
Agressão atual ou iminente: atual é a que está ocorrendo, enquanto a iminente é a que está prestes a ocorrer.
Agressão dirigida à proteção de direito próprio ou de terceiros: insta ponderar que deve haver uma proporcionalidade entre os bens jurídicos em conflito.
Obs.: A legítima defesa de terceiros pode voltar-se inclusive contra o próprio, como no caso em que se agride um suicida para evitar que ele se mate.
Utilização dos meios necessários: meios necessários são os meios menos lesivos, ou seja, menos vulnerantes à disposição doa gente no momento da agressão.
Obs.: Se o meio é desnecessário não há que se cogitar em excesso, pois descaracteriza-se de plano a legítima defesa. A jurisprudência, entretanto, vem entendendo de modo diverso.
Moderação: o sujeito deve agir com moderação, ou seja, não ir além do necessário para proteger o bem jurídico agredido.
Elemento subjetivo: como ocorre também no estado de necessidade (e nas demais excludentes), só poderá ser reconhecida a legítima defesa se ficar demonstrado que o agente tinha ciência de que estava agindo acobertado por ela, ou seja, que estava ciente da presença de seus requisitos.
Excesso (art. 23, parágrafo único): é a intensificação desnecessária de uma conduta inicialmente justificada. Pode ser:
DOLOSO: descaracteriza a legítima defesa a partir do momento em que é empregado o excesso, e o agente responde dolosamente pelo resultado que produzir.
Ex.: uma pessoa que inicialmente estava em legítima defesa consegue desarmar o agressor, e, na sequência, o mata. Responde por homicídio doloso.
CULPOSO (ou excesso inconsciente ou não intencional): é o excesso que deriva de culpa em relação à moderação, e, para alguns doutrinadores, também quanto à escolha dos meios necessários. O agente, assim, responde por crime culposo. Trata-se também de hipótese de culpa imprópria.
Obs.: O excesso doloso ou culposo é também aplicável nas demais excludentes de ilicitude.
Diferença estado necessidade x legítima defesa.
No estado necessidade, há conflito de interesses lícitos, enquanto na legítima defesa há conflito entre interesses lícitos, de um lado, e ilícitos, de outro.
No estado necessidade, o perigo pode advir de força da natureza, ataque de animal ou de ação lícita de outrem. Na legítima defesa há agressão humana.
No estado necessidade, há uma ação (ataque) a bem jurídico. Na legítima defesa, há reação (defesa) do interesse ameaçado.
Na legítima defesa há injustiça da agressão, o que não ocorre no estado necessidade, em que há perigo. Não existe legítima defesa contra estado de necessidade porque quem agride o bem jurídico de outrem para salvar-se não realiza um injusto; há estado de necessidade simultâneo e recíproco.
Estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular do direito
Ao obedecer a uma ordem jurídica disposta em uma lei, o indivíduo pode acabar praticando uma conduta estatuída em outra lei como crime; contudo o indício de ilicitude não se confirma desde que ausente qualquer abuso – art. 23, III, CP. De notar-se que, para Zaffaroni, trata-se de conduta a típica penalmente por faltar a tipicidade conglobam-te, corretiva da tipicidade legal.
A legalidade do dever é o primeiro requisito a ser preenchido, devendo o agente, tendo esta ciência, orientar-se pela vontade de cumprir a obrigação imposta pela lei. Qualquer excesso, doloso ou culposo, afasta a excludente e, sendo agente público, poderá ficar caracterizado o abuso de autoridade (Lei n. 4.898/65).
CONCEITO E EXCLUDENTES DE IMPUTABILIDADE
Inimputabilidade penal é a incapacidade que tem o agente em responder por sua conduta delituosa, ou seja, o sujeito não é capaz de entender que o fato é ilícito e de agir conforme esse entendimento.
Sendo assim, a inimputabilidade é causa de exclusão da culpabilidade, isto é, mesmo sendo o fato típico e antijurídico, não é culpável, eis que não há elemento que comprove a capacidade psíquica do agente para compreender a reprovabilidade de sua conduta, não ocorrendo, portanto, a imposição de pena ao infrator.
São causas da inimputabilidade: 
a) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; 
b) menoridade; 
c) embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força maior;
d) dependência de substância entorpecente.
PASSO 2, 3 E 4
PARECER JURÍDICO DE DEFESA
EMENTA: APLICAÇÃO DA LEI PENAL; DO CRIME; DA IMPUTABILIDADE DA LEI PENAL; DOS CRIMES CONTRA A VIDA; EXCLUDENTES DE ANJITURICIDADE; EXCLUDENTES DE IMPUTABILIDADE PENAL; APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM INFRAÇÕES COMETIDAS POR MENOR INFRATOR. Necessidade de interpretação e aplicação adequada das normas estabelecidas no Ordenamento Jurídico Material Positivo Penal a fim de entregar a tutela jurisdicional pretendida, a vida.
De acordo com a Teoria Bipartida, Crime é um fato típico e antijurídico. Para que se tenha um fato típico é necessário que se tenha uma conduta (dolosa ou culposa), na qual produza um resultado que ofende um bem jurídico, essa conduta e o resultado devem possuir um nexo causal (ligação entre a conduta e o resultado) e deve ter tipicidade (perfeito enquadramento do fato ocorrido ao tipo penal). Para que o crime seja antijurídico ele deve ser contra o direito. Entretanto observa-se nesta teoria que uma vez caracterizado de fato um crime, deve se observar também um pressuposto para aplicação da pena ousanção penal, na qual é denominado de culpabilidade, onde são analisadas a capacidade de o agente sofrer a sanção penal prevista na lei. 
A antijuricidade traz coo excludentes a Legítima Defesa, o Estado de Necessidade, Estrito Cumprimento do Dever Legal e o Exercício Regular do Direito. Essas situações são chamadas de excludentes de antijuricidade devido ter previsão no Ordenamento Jurídico
Material Penal, na qual são permitidas algumas ações do agente nessas situações citadas, portanto o agente não age contra o Direito e se ele não age de maneira que ofenda o Direito, o crime não possui antijuricidade e se o crime não possuir este elemento não há de fato um crime.
	O crime cometido na situação hipotética mencionada qualifica-se em legítima defesa putativa e não como homicídio conforme traz a tese de acusação, pois se trata de uma situação imaginária. Na legítima defesa putativa, o indivíduo imagina estar em legítima defesa, reagindo contra uma agressão inexistente. Trata-se de discriminante putativa: há erro quanto à existência de uma justificante. A legítima defesa exclui antijuricidade, pois não é contra o direito.
Conforme o artigo 26 do Código Penal na qual define os casos de imputabilidade Penal previstos no Ordenamento Jurídico o agente que por doença mental desconhecer a ilicitude do fato é isento de pena. O agente B relata no Boletim de Ocorrência, problemas de ordem mental, entretanto deverá o mesmo se submeter a laudos periciais. Utilizando do mesmo doutrinador e do mesmo conceito trazido pela tese de acusação, de acordo com Fernando Capez, a imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consistente na capacidade de entendimento, e outro volitivo, que a faculdade de controlar e comandar a própria vontade. 
De acordo com o artigo 20 do Código Penal é determinado no tocante Discriminante Putativa, a isenção de pena em situações putativas.
Uma vez que apresentar em laudos a real existência dos transtornos mental do agente B, estão previstas no artigo 96 do Código Penal, e sua proteção está prevista também no artigo 121.
Baseando-se na participação de menores em crimes, os mesmos são definidos como menores infratores e conforme previsão no artigo 27 do Código Penal eles são sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, no caso do Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A), onde são observadas as condições do mesmo responder pelos atos praticados, a fim de contribuir para a formação deste menor infrator. De acordo como o Código Penal o agente menor de 18 (dezoito) anos é considerado inimputável e que não é capaz de sofrer a sanção penal prevista no Ordenamento Jurídico e exclui o pressuposto para aplicação da pena, pois o crime continuaria, porém não teria pena, portanto, os menores de 18 (dezoito) anos são submetidos a medidas socioeducativas de legislação própria.
A inimputabilidade Penal referente ao agente que sofrer de deficiência mental ou desenvolvimento mental retardado deverá ser determinadas através de Laudos Periciais, pois esses agentes não têm capacidade de sofrer as penalidades previstas no Código Penal, sendo considerados inimputáveis, portanto, se submetem às medidas de segurança. 
CONCLUSÃO SOBRE O PARECER JURÍDICO DE DEFESA
Tudo bem examinado, conclui-se por meio da análise deste parecer os defeitos de interpretação e aplicação da lei penal:
O fato ocorrido se trata de Legítima Defesa Putativa, excludente da antijuricidade, na qual não caracteriza crime o fato ocorrido.
O executor da ação refere-se a problemas mentais, na qual o mesmo deverá ser submetido à realização de laudos periciais, e se eventualmente comprovar a insanidade mental o mesmo será submetido a medidas de segurança e isenção de pena, pois o agente inimputável não preenche os elementos da culpabilidade e não pode sofrer a sanção penal prevista em lei.
O menor infrator independe de emancipação civil, não tem condições de responder pelas infrações penais cometidas previstas no Código Penal, submetendo-se a legislação especial do Estatuto da Criança e do Adolescente, pois também é caracterizado como inimputável por ser menor de 18 (dezoito) anos excluindo a culpabilidade.
Este parecer tem o objetivo de proporcionar a aplicabilidade da lei penal de maneira correta com base na proteção do direito à vida, direito inviolável previsto na Constituição Federal, entretanto a lei penal aplica-se com proporcionalidade analisando as sanções a serem aplicadas mediante a conduta do agente, o legislador tem como objetivo garantir e proporcionar meios de preservar o bem comum da coletividade, pois o Ordenamento Jurídico possibilita o direito de qualquer pessoa se defender, utilizando moderadamente meios necessários, de injusta agressão, atual ou iminente, mesmo que essa agressão seja imaginária, pois essa situação imaginária se trata de erro sobre uma elementar do tipo, ou seja, de uma discriminante putativa.
PARECER JURÍDICO DE ACUSAÇÃO
EMENTA: APLICAÇÃO DA LEI PENAL; DO CRIME; CRIMES CONTRA A VIDA; HOMICÍDIO (ART. 121 CP); APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM INFRAÇÕES COMETIDAS POR MENOR INFRATOR. Proteção do maior bem jurídico previsto no Código Penal, cujo bem é a vida.
A princípio, o crime cometido qualifica-se em homicídio, previsto no artigo 121 do Código Penal, podendo ser levado em consideração a hipótese de homicídio qualificado, uma vez que o crime foi cometido mediante paga ou promessa de recompensa.
O homicídio doloso será levado em consideração, uma vez que o agente B teve a intenção de matar o agente C. O agente B tinha total conhecimento da ilicitude do fato enquanto de maneira cognitiva planejou o crime, na qual percorreu o iter criminis e na consumação atingiu o resultado planejado desde o início.
No entanto, inicialmente o crime não foi consumado devido às circunstâncias alheias a vontade do agente, entretanto, não poderá ser levada em consideração a tentativa de homicídio, uma vez que o resultado (morte) foi atingido. Embora a vítima C tenha fugido e logo em seguida atropelado, descaracteriza-se a responsabilidade do condutor do veículo por se tratar de atropelamento por caso furtuito ou força maior, portanto responderá o agente que deu causa ao resultado.
Conforme o artigo 26 do Código Penal no qual define os casos de imputabilidade penal previstos no Ordenamento Jurídico, o agente que por doença mental desconhecer a ilicitude do fato é isento de pena. O agente B relata no Boletim de Ocorrência, problemas de ordem mental, entretanto deverá o mesmo se submeter a laudos periciais. De acordo com Fernando Capez, imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consiste na capacidade de entendimento, e outro volitivo, que é a faculdade de controlar e comandar a própria vontade.
Uma vez que apresentar em laudos a real existência dos transtornos mentais do agente B, estão previstas no artigo 96 do Código Penal medidas de segurança, pois a lei estabelece medidas especiais para cumprimento da pena nestes casos.
Baseando-se na participação de menores em crimes, os mesmos são definidos como menores infratores e conforme previsão no artigo 27 do Código Penal eles são sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. No caso do Estatuto da Criança e do Adolescente são observadas as condições do mesmo responder pelos atos praticados, à fim de contribuir para a formação deste menor infrator.
A vida é o maior bem jurídico protegido pelo Código Penal e a sua proteção está prevista também no artigo 121, portanto, crimes de homicídio possuem antijuricidade, pois são contra o direito. Se um crime possui antijuricidade para que ele de fato seja considerado crime ele deverá conter o fato típico de acordo com a Teoria Bipartida.
Nesta situação apresentada ocorreu uma conduta dolosa referente ao agente B que teve intenção de matar o agente C. Ocorreu o resultado pretendido, morte. Existe o nexo causal, na qual ligou a conduta do agente B atirar no agente C, que produziu o resultado de sua morte. Essa ação de matar alguém está enquadrada no artigo 121 do Código Penal, naqual configura a tipicidade.
Portanto, de acordo com a teoria bipartida o crime ocorreu, uma vez que crime é todo fato típico e antijurídico. Sendo assim, o agente B deverá responder as sanções penais previstas no Ordenamento Jurídico Penal, uma vez que possui o pressuposto para aplicação da pena, a culpabilidade, ter consciência da ilicitude do fato e poderia ter agido conforme uma conduta diversa.
CONCLUSÃO SOBRE O PARECER JURÍDICO DE ACUSAÇÃO
Tudo bem examinado, conclui-se por meio da análise deste parecer os defeitos de interpretação e aplicação da lei penal:
Ocorreu um crime de homicídio conforme previsto no Código Penal.
O executor da ação deverá ser submetido à realização de laudos periciais e, se eventualmente comprovar a insanidade mental o mesmo será submetido a cumprir medidas de segurança e isenção da pena. Caso não seja comprovado sua insanidade mental, o mesmo deverá sofrer a sanção penal prevista no Ordenamento Jurídico.
O menor infrator independe de emancipação civil, não tem condições de responder pelas infrações penais cometidas de acordo com o Código Penal, porém deverá submeter-se à legislação especial do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Este parecer tem o objetivo de proporcionar a aplicabilidade da lei penal de maneira correta com base na proteção do direito à vida, direito inviolável, previsto na Constituição Federal, entretanto a lei penal aplica-se com proporcionalidade analisando as sanções a serem aplicadas mediante a conduta do agente, o legislador tem como objetivo garantir e proporcionar meios de preservar o bem comum da coletividade, pois a vida é o maior bem jurídico a ser tutelado. 
ETAPA 4
PASSO 1
CONSURSO DE PESSOAS
Antes da reforma penal de 1984 o concurso de pessoas era conhecido por codelinquência, concurso de agentes ou concurso de delinquentes; depois passou a denominar concurso de pessoas. Essa expressão adotada pela nova legislação é bem mais adequada, pois abrange tanto a coautoria quanto a participação.
Espécies de crimes quanto ao concurso de pessoas
Monossubjetivos: consistem nos crimes que podem ser cometidos por uma ou mais pessoas. Por exemplo, o homicídio.
Plurissubjetivos: são os que só podem ser praticados por uma pluralidade de agentes em concurso. Por exemplo, a quadrilha. 
E ainda nos crimes plurissubjetivos eles subdividem-se em delitos de condutas paralelas: as condutas se auxiliam, quando os agentes se unem em um prol de objetivo idêntico, para se obtiver do melhor resultado; convergentes: as condutas tendem a se encontrar para surgir o resultado; ou contrapostas: as condutas são praticadas umas contra as outras, quando os agentes são autores e vítimas ao mesmo tempo.
Espécies de concurso de pessoas
Concurso necessário: refere-se aos crimes plurissubjetivos.
Concurso eventual: refere-se aos crimes monossubjetivos.
Análise das teorias sobre autoria
Teoria unitária: não existe o partícipe, todos são considerados autores. Não é mais adotada no Brasil. 
Teoria extensiva: tem como base que todos são autores. Porém essa teoria admite as causas de diminuição de pena, visa os diferentes graus de autor. Nela surge o cúmplice, que é o autor menos importante, aquele que contribuiu de modo menos significativo. O conceito restritivo de autor se divide em três critérios: Objetivo-formal somente é considerado autor aquele que realiza a conduta principal (pratica o verbo) e o partícipe é aquele que sem realizar a conduta, concorreu para o resultado. Então nesse critério, o mandante de um crime não é considerado autor, aquele que planeja a conduta é considerado partícipe; Objetivo-material autor não é aquele que realiza o verbo do tipo, mas a contribuição objetiva mais importante. Não é adotado; E o Domínio do fato nessa teoria o autor é aquele que domina toda a realização delituosa. Não importa se o agente pratica ou não o verbo descrito. Então, nessa teoria o mandante é considerado autor, o chamado “autor intelectual” (aquele que não realiza o verbo, mas planeja e coordena toda a ação) é considerado autor.
Formas de concurso de pessoas
Coautoria: são todos os agentes que em colaboração visam o mesmo resultado, realizando a conduta principal. Conforme Hans Welzel, a coautoria funda-se ao princípio da divisão de trabalho, quando cada autor colabora com a sua parte no fato na totalidade do delito.
Participação: o partícipe é aquele que sem praticar o verbo, concorre de algum modo para a produção de resultado.
A diferença entre autor e partícipe é que o autor é aquele que realiza a conduta principal e o partícipe é aquele que sem realizar a conduta descrita no tipo, concorre para a sua realização.
Natureza jurídica do concurso de agentes
O Código Penal adotou a teoria unitária que determina que todos, coautores e partícipes, respondam por um único delito. Artigo 29 CP.
Teoria unitária: também conhecida como monista. Todos respondem por um único crime.
Teoria dualista: há dois crimes, um cometido pelo autor e o outro pelo partícipe.
Teoria pluralista: cada participante responde pelo seu delito próprio, havendo pluralidade de fatos típicos. Cada um vai ser punido por um crime diferente.
Requisitos do concurso de pessoas
Pluralidade de condutas: para ter concurso de pessoas, exigem-se duas condutas, duas principais pelos autores/coautoria ou uma principal e uma acessória, sendo por autor e partícipe. 
Relevância causal de todas elas: se a conduta não contribuiu em nada para a eclosão do resultado, não pode ser considerada como integrante do concurso de pessoas. 
Liame subjetivo ou concurso de vontades: a vontade de todos de contribuir para a produção de resultados, sendo o crime produto de uma cooperação desejada e recíproca. 
Identidade de infração para todos: teoria unitária, todos devem responder por um único crime.
Formas de participação
Moral: instigação (reforço da ideia) e induzimento (dar a ideia).
Material: auxílio, cumplicidade (participação secundária).
Tipos de autoria e participação
Autoria colateral: mais de um agente realiza a conduta, sem que um conheça o outro. Assim, cada um vai responder pelo crime que cometeu. Nesse tipo não se aplica a teoria unitária.
Autoria incerta: na mesma situação da autoria colateral, porém sem saber quem foi o causador do resultado. Uma autoria incerta.
Autoria desconhecida: não se sabe nem quem praticou a conduta. Por isso neste caso terá como consequência o arquivamento do inquérito policial.
Participação de participação: quando ocorre uma conduta acessória de outra conduta acessória. É o auxílio do auxílio.
Participação sucessiva: ocorre numa relação direta entre partícipe e autor, quando o partícipe concorre para a conduta principal mais de uma forma.
Conivência: ocorre quando o sujeito se omite durante a execução do crime, quando tinha condições de evitar. Sem dever jurídico.
Participação por omissão: ocorre quando o sujeito se omite durante a execução do crime, quando tinha condições de evitar. Com dever jurídico.
Participação em crime omisso: consiste em uma atitude ativa do agente, que auxilia, induz ou instiga outrem a omitir a conduta devida.
Coautoria parcial: os atos executórios do caminho do crime são distribuídos entre os diversos autores, cada um é responsável por uma parte para a que haja a consumação. 
Multidão delinquente: os agentes responderão pelo crime em concurso, tendo direito à atenuante genérica prevista no art. 65, III, e, do CP.
Participação impunível: ocorre quando o fato principal não chega a fase de execução, assim não pode ser punido.
PASSOS 2, 3 E 4
PARECER JURÍDICO DE DEFESA
EMENTA: APLICAÇÃO DA LEI PENAL; DO CRIME; DA IMPUTABILIDADE DA LEI PENAL; DOS CRIMES CONTRA A VIDA; EXCLUDENTES DE ANTIJURIDICIDADE; EXCLUDENTES DE IMPUTABILIDADE PENAL; APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM INFRAÇÕES COMETIDAS POR MENOR INFRANTOR; DO CONCURRSO DE PESSOAS. Necessidade de interpretação e aplicação adequada das normas estabelecidas no Ordenamento Jurídico Material PositivoPenal objetivando a entrega da tutela jurisdicional pretendida, realizando a justiça a fim de resguardar o direito à vida.
De acordo com a Teoria Bipartida, Crime é um fato típico e antijurídico. Para que se tenha um fato típico é necessário que se tenha uma conduta (dolosa ou culposa), na qual produza um resultado que ofende um bem jurídico, essa conduta e o resultado devem possuir um nexo causal (ligação entre a conduta e o resultado) e deve ter tipicidade (perfeito enquadramento do fato ocorrido ao tipo penal). Para que o crime seja antijurídico ele deve ser contra o direito. Entretanto observa-se nesta teoria que uma vez caracterizado de fato um crime, deve se observar também um pressuposto para aplicação da pena ou sanção penal, na qual é denominado de culpabilidade, onde são analisadas a capacidade de o agente sofrer a sanção penal prevista na lei.
A antijuridicidade traz como excludentes a Legítima Defesa, o Estado de Necessidade, Estrito Cumprimento do Dever Legal e o Exercício Regular do Direito. Essas situações são chamadas de excludentes de antijuridicidade, devido ter previsão no Ordenamento Jurídico Material Penal, na qual são permitidas algumas ações do agente nessas situações citadas, portanto o agente não age contra o Direito e se ele não age de maneira que ofenda o Direito, o crime não possui antijuridicidade e se o crime não possuir este elemento não há de fato um crime.
O crime cometido na situação hipotética mencionada qualifica-se em legítima defesa putativa e não em homicídio conforme traz a tese de acusação, pois se trata de uma situação imaginária. Na legítima defesa putativa, o indivíduo imagina estar em legítima defesa, reagindo contra uma agressão inexistente. Trata-se de discriminante putativa: há erro quanto à existência de uma justificante. A legítima defesa exclui a antijuridicidade, pois não é contra o direito.
Observando-se esta tese, se não há antijuridicidade, não há crime. Se não há Crime não pode ocorrer o concurso de Pessoas, pois a Legítima Defesa não é contra o direito.
De acordo com Iter Criminis, o planejamento de um crime de maneira cognitiva não é punível no Direito penal. Não se pune o pensamento de um indivíduo, mesmo que ele seja contra o direito, pois o agente A não poderá ser responsabilizado como autor intelectual do crime levantado, por ter pensado na hipótese de pagar alguém para cometer o crime de homicídio. 
Conforme o artigo 26 do Código Penal na qual define os casos de imputabilidade Penal previstos no Ordenamento Jurídico o a agente que por doença mental desconhecer a ilicitude do fato é isento de pena. O agente B relata no Boletim de Ocorrência, problemas de ordem mental, entretanto deverá o mesmo se submeter a laudos periciais. Utilizando-se do mesmo doutrinador da acusação e do mesmo conceito trazido, de acordo com Fernando Capez, a imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consistente na capacidade de entendimento, e outro volitivo, que a faculdade de controlar e comandar a própria vontade.
De acordo com o artigo 20 do Código Penal é determinada no tocante Discriminante Putativa, a isenção de pena em situações putativas.
Uma vez que apresentar em laudos a real existência dos transtornos mental do agente B, estão previstas no artigo 96 do Código Penal medidas de Segurança, pois a lei estabelece medidas especiais para cumprimento da pena nestes casos.
A Culpabilidade é um pressuposto para aplicação da pena, na qual analise a capacidade de o agente sofrer a sanção penal. Para que o agente sofra a aplicação da pena ele deverá ser imputável (ser maior de 18 anos e mentalmente capaz); ter consciência da ilicitude do fato e conter exigibilidade de conduta diversa.
A vida é o maior bem jurídico protegido pelo Código Penal, e a sua proteção está prevista também no artigo 121.
Baseando-se na participação de menores em crimes, os mesmos são definidos como menores infratores e conforme previsão no artigo 27 do Código Penal eles são sujeitos as normas estabelecidas na legislação especial, no Caso do Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A.), onde são observadas as condições do mesmo responder pelos atos praticados, à fim de contribuir para a formação deste menor infrator. De acordo com o Código Penal o agente menor de 18 anos é considerado inimputável e que não é capaz de sofrer a sanção penal prevista no Ordenamento Jurídico e exclui o pressuposto para aplicação da pena, pois o crime continuaria, porém não teria pena, portanto, os menores de 18 são submetidos às medidas sócias educativas de legislação própria.
A Inimputabilidade Penal referente ao agente que sofrer deficiência mental ou desenvolvimento mental retardado deverá ser determinada através de Laudos Periciais, pois esses agentes que sofrem desta deficiência, não têm capacidade de sofrer as penalidades previstas no Código Penal, sendo considerados inimputáveis, portanto se submetem às medidas de segurança.
Portanto, não ocorreu concurso de pessoas se não ocorreu um crime. O que de fato houve foi um caso de Legítima defesa Putativa, na qual não é contra o Direito e se trata de uma excludente de antijuridicidade, onde o agente executor, o agente B deverá ser submetido a laudo pericial para que se analise a capacidade do mesmo sofrer a sanção penal prevista, pois o agente B é inimputável e exclui a culpabilidade e não poderá sofrer aplicação de pena. O agente D desta mesma forma não poderá sofrer qualquer sanção penal de acordo com o Código Penal, uma vez que é menor de 18 anos e inimputável, o mesmo será submetido à legislação própria, O agente A não deverá ser punido, pois apenas de modo cognitivo planejou o crime, pois o homicídio não ocorreu e nem ao menos foi tentado, portanto ele não poderá ser responsabilizado, uma vez que ocorreu a legítima defesa putativa.
CONCLUSÃO SOBRE O PARECER DE DEFESA
Tudo bem examinado, conclui-se por meio da análise deste Parecer os defeitos de interpretação e aplicação da lei penal:
O Fato ocorrido se trata de Legítima Defesa Putativa, excludente da antijuridicidade, na qual não define crime o fato ocorrido.
Senão há crime não há concurso de pessoas.
O executor da ação refere-se a problemas mentais, na qual o mesmo deverá ser submetido à realização de laudos periciais, e se eventualmente comprovar a insanidade mental o mesmo será submetido a medidas de segurança e isenção de pena, pois o agente inimputável não preenche os elementos da culpabilidade e não pode sofrer a sanção penal prevista em lei.
O menor infrator independente de emancipação civil, não tem condições de responder pelas infrações penais cometidas previstas no Código Penal, submetendo-se a legislação especial do Estatuto da Criança e do Adolescente, pois também é caracterizado como inimputável por ser menor de 18 anos excluindo a culpabilidade.
Exclui a culpabilidade se o agente B for submetido a laudo e considerado inimputável, assim como o agente D.
O agente A não se trata de autor intelectual, pois o pensamento cognitivo não é punível para o Direito Penal.
Este Parecer tem o objetivo de proporcionar a aplicabilidade da lei penal de maneira correta com base na proteção do direito à vida, direito inviolável previsto na Constituição Federal, entretanto a lei penal aplica-se com proporcionalidade analisando as sanções à serem aplicadas mediante a conduta do agente e a possibilidade do agente sofrer a sanção penal, pois o Ordenamento Jurídico possibilita o Direito de qualquer pessoa se defender, utilizando moderadamente meios necessários, de injusta agressão, atual ou iminente, mesmo que essa agressão seja imaginária, pois essa situação imaginária se trata de erro sobre uma elementar do tipo, ou seja, de uma discriminante putativa. O direito à vida é amplo, pois garante o direito de proteção a vida de alguém ou de outrem, os crimes contra a vida devem ser analisados todos os elementos, pois o Direito Penal atua como a última sanção a um indivíduo e não poderá ser aplicado em casos duvidosos ou incompletos, pois as suas consequências são irreparáveis, umavez que ferem outros direitos fundamentais como a liberdade.
PARECER JURÍDICO DE ACUSAÇÃO
EMENTA: APLICAÇÃO DA LE PENAL; DOS CRIMES CONTRA A VIDA; HOMICÍDIO QUALIFICADO PREVISTO NO ARTIGO 121, INCISO I DO CÓDIGO PENAL. DO CONCURSO DE PESSOAS. Necessidade de interpretação e aplicação adequada das normas estabelecidas no Ordenamento Jurídico Material Positivo Penal a fim de obter a tutela jurisdicional do direito à vida.
De acordo com os fatos ocorridos define-se a pessoa A como agente de autoria intelectual, uma vez que o mesmo planeja todo o crime e chama outras pessoas para realizá-lo.
Na autoria intelectual o agente poderá responder como partícipe ou como coautor do crime, tudo dependendo da teoria adotada, Teoria Restritiva ou Teoria do Domínio do Fato.
Para Teoria Restritiva é autor aquele que reúne caracteres ônticos e típicos para sê-lo, ao passo que a cumplicidade e a instigação são formas de extensão da punibilidade, de vez que, por não integrar a figura típica, constituiria comportamento impunível. Já na Teoria do Domínio do Fato o pressuposto básico desta teoria é o fato de que o autor domina a realização do fato típico controlando a continuidade ou a paralisação da ação delituosa, enquanto que o partícipe não dispõe de poderes sobre a continuidade ou paralisação da ação típica.
A pessoa B é o executor da tipicidade penal, na qual tem pleno conhecimento da vontade da pessoa A e compactuou para externar esta vontade mediante a paga ou promessa de recompensa.
A pessoa D é caracterizada como partícipe, pois, para a lei penal, o menor emancipado na lei civil não tem validade, ou seja, mesmo ele sendo emancipado conforme requisitos estabelecidos pela lei civil ele deverá responder pelas infrações penais cometidas.
De acordo com uma análise inicial, o crime cometido qualifica-se em Homicídio previsto no artigo 121 do Código Penal, podendo ser enquadrado como homicídio qualificado, uma vez que o crime foi cometido mediante paga ou promessa de recompensa, pois o agente A contratou o agente B mediante a paga para matar a pessoa C.
O Homicídio cometido foi realizado através de uma conduta dolosa, uma vez que o agente B teve a intenção de matar o agente C. O agente B tinha total conhecimento da ilicitude do fato enquanto de maneira cognitiva consentiu o que o agente A planejou para a execução do crime, na qual percorreu o Iter Criminis e na consumação atingiu o resultado planejado desde o início. 
No entanto, inicialmente o crime não foi consumado devido às circunstâncias alheias a vontade do agente, entretanto, não poderá ser levada em consideração a Tentativa de Homicídio, uma vez que o resultado morte foi atingido. Embora, a vítima C tenha fugido logo ele foi atropelado, na qual descaracteriza a responsabilidade do condutor por se tratar de atropelamento por caso fortuito ou força maior, portanto responderá o agente que deu causa ao resultado.
De acordo com a Teoria da Vontade e Teoria do Assentimento ou do Consentimento utilizada pelo Código Penal, o agente B quis produzir o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo, neste caso concreto o resultado previsto é “morte”.
Com base neste fundamento o agente B tem conhecimento de que a conduta matar alguém é tipificado no Código Penal como Homicídio. O agente atira na pessoa C com intenção, consciência e vontade de produzir o resultado morte. Ao assumir esta conduta de executor para atingir o resultado morte o agente assume o risco de produzir o resultado, ou seja, a morte era o objetivo, independente dos meios utilizados.
Conforme o artigo 26 do Código Penal na qual define os casos de imputabilidade Penal previstos no Ordenamento Jurídico o a agente que por doença mental desconhecer a ilicitude do fato é isento de pena. O agente B relata no Boletim de Ocorrência, problemas de ordem mental, entretanto deverá o mesmo se submeter a laudos periciais. De acordo com Fernando Capez, a imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consistente na capacidade de entendimento, e outro volitivo, que a faculdade de controlar e comandar a própria vontade.
Uma vez que apresentar em laudos a real existência dos transtornos mental do agente B, estão previstas no artigo 96 do Código Penal medidas de Segurança, pois a lei estabelece medidas especiais para cumprimento da pena nestes casos, somente depois de realização do laudo pericial.
A vida é o maior bem jurídico protegido pelo Código Penal, e a sua proteção está prevista também no artigo 121.
Baseando-se na participação de menores em crimes, os mesmos são definidos como menores infratores e conforme previsão no artigo 27 do Código Penal eles são sujeitos as normas estabelecidas na legislação especial, no Caso do Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A.), onde são observadas as condições do mesmo responder pelos atos praticados, à fim de contribuir para a formação deste menor infrator. 
Conforme a Teoria Normativa, o autor do homicídio desta situação hipotética citada, é o agente A e o agente B que, além de praticar a figura típica, comanda a ação dos demais ("autor executor" e "autor intelectual"). Já o agente D é o partícipe, pois é aquele colabora para a prática da conduta delitiva, mas sem realizar a figura típica descrita, e sem ter controle das ações dos demais. Assim, o agente A (autor intelectual), na qual é aquele que planejou o delito e o agente B (autor executor) que é aquele que executou o planejamento são coautores e deverão ser responsabilizados conforme a sanção penal prevista no artigo 121 do Código Penal.
CONCLUSÃO SOBRE O PARECER DE ACUSAÇÃO
Tudo bem examinado, conclui-se por meio da análise deste parecer aplicação da lei penal:
Existe a presença de uma autoria intelectual.
Deve-se observar os termos do artigo 29 do Concurso de Pessoas para analisar este delito, pois o crime preencheu todos os requisitos do concurso de pessoas como: pluralidade de conduta; relevância causal de cada uma; liame subjetivo e identificação da infração para todos os participantes.
Neste delito praticado existem coautoria e participação de um menor infrator.
O tipo penal percorreu todas as fases do crime consumado, os atos preparatórios, a execução e a consumação.
O agente B como executor da ação consumou o crime de homicídio qualificado mediante a paga ou promessas de recompensa, previsto no artigo121, inciso I do Código Penal e deverá sofrer uma pena de reclusão de 12 a 30 anos.
O agente B refere-se a problemas mentais, na qual o mesmo deverá ser submetido à realização de laudos periciais, e se eventualmente comprovar a insanidade mental o mesmo será submetido a medidas de segurança, entretanto após a submissão a laudos periciais.
O menor infrator independente de emancipação civil, não tem condições de responder pela sanção penal prevista no Código Penal, porém deverá se submeter à legislação especial do Estatuto da Criança e do Adolescente. Para o Concurso de Pessoas não importa se houve participação de um menor ou inimputável, pois a lei não distingue esta observância para caracterizar o concurso, apenas observa-se para caracterizar a culpabilidade, na qual é o pressuposto para a aplicação da pena.
Este Parecer tem o objetivo de proporcionar a aplicabilidade da lei penal de maneira correta com base na proteção do direito à vida, direito inviolável previsto na Constituição Federal, entretanto a lei penal aplica-se com proporcionalidade analisando as sanções a serem aplicadas mediante a conduta do agente, o legislador tem como objetivo garantir e proporcionar meios de preservar o bem comum da coletividade, pois a lei penal com pena de reclusão aplica-se ao indivíduo que não tem mais condições de conviver em sociedade, portanto ele deverá ser reintegrado após o cumprimento da sanção penal com objetivo de compreensão de que é necessidade humana a convivência em sociedade.
BIBLIOGRAFIA
http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=54
Curso de direito penal, Fernando Capez, parte geral 1(pag. 56-63) 
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/publicacaoPublicacaoTematica/anexo/temas_penais

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