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CONTESTAÇÃO JOÃO PINHO

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AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ANÁPOLIS DO ESTADO DE GOIÁS
PROCESSO: ...
JOÃO P INHO, já qualificado nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo rito comum, que lhe é movida por SUZANA MARQUES, vem, por seu advogado, com endereço profissional..., para fins do art. 77, V do CPC, oferecer a seguinte:
CONTESTAÇÃO
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
DAS PRELIMINARES
DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA 
	A presente demanda fora proposta em foro diverso do domicílio do réu, não atendo assim a regra geral que dispõe o artigo 46 do novo CPC.
Portanto, desde logo requer o Réu que seja declarada a incompetência do presente foro para ajuizamento da ação em tela , e que seja remetido ao juízo pertencente ao foro de domicílio do Sr. João Pinho, parte demandada, sendo o qual na cidade de Goiânia-GO, afim de facilitar a defesa da parte presente no polo passivo do feito.
DA AUSÊNCIA DO LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO
	Verifica-se na ação proposta pela autora a obrigatoriedade de também figurar no polo passivo da presente relação processual o Sr. Mário Vargas, locatário do imóvel, Srta. Mara Pinho e Marta Pinho beneficiárias da doação dos imóveis que menciona a parte autora, como preceitua o artigo 114, 115 II e 485 x do Código de Processo Civil.
DA AUSÊNCIA DE REPRESENTAÇÃO
No caso examinado, todas as postulações da autora, formuladas pelo advogado que subscreve as petições deverão ser tidas por inexistentes, desde a petição inicial, motivo pelo qual, não há como se possa aproveitar atos do processo, em decorrência da extensão da ilegalidade por não haver a devida representação de seu patrono em consonância com o artigo 337 IX. 
Desta forma, requer a extinção do processo sem julgamento do mérito, na forma do art. 267, IV, CPC, por ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, em virtude do descumprimento, pela autora, do que dispõe o art. 37, do CPC.
DO MÉRITO
DA DECADÊNCIA 
	A autora impetrou a presente ação anulatória em 08 de novembro de 2016. Contudo, a doação dos imóveis feitas pelo Sr. João Pinho ocorrera exatamente no di a 06 de janeiro de 2012, ou seja, mais de 4 anos antes da pretensão deste caso concreto. Segundo art. 178, caput, e no inciso II, o prazo decadencial de 4 anos para que se pleiteei a anulação do negócio jurídico , sendo claro que a contagem de tal tempo decadencial inicia-se a partir do dia em que se realizou a avença . Com isso, vê-se decaído o pedido da autora, não podendo falar anulação de negócio jurídico já atingido pelo prazo decadencial, nos termos dos artigos Art. 178, II cpc.		 Portanto, pelo exposto, constata -se de modo inequívoco impossibilidade de sustentação no pedi do da Autora, devendo, deste modo, ser extinto o processo com a resolução de mérito.
DA IMPUGNAÇÃO DA FRAUDE CONTRA CREDORES
	Excelência, não há que se falar em fraude contra credores pois é sabido que é costume de afeto e cuidado dos pais que possuem algum recurso de monta, fornecerem meios que sustentem e deem segurança financeira aos seus filhos no caso de uma possível falta futura.
	A doação ocorrera de modo efetivo com o registro, e a anuência das donatárias no dia 06 de janeiro de 2012, sendo que à época do ocorrido, o doador não possuía mais qualquer obrigação de fiança no contrato de aluguel do caso em análise, tendo em vista de que o mesmo pedira exoneração do encargo com 120 (cento e vinte) dias antes do término da avença, e ainda, cumpre ressaltar que o contrato passou-se para a qualidade de ser por tempo indeterminado em 2011, já com a efetiva saída do réu da obrigação de fiança. O artigo 835 demonstra: 
“Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.”
Ainda de acordo com o entendimento do STJ com a súmula 214, vemos:
“O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu.”
Portanto, Excelência, resta-se verificado a impossibilidade de anulação do negócio jurídico aqui discutido, levando em consideração o tudo já exposto, e que não se passa mera antecipação de herança do réu para suas filhas, liberalidade esta permitida claramente no código civil. Nos termos a seguir: 
“Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança .” (cc)
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer:
	I - O acolhimento das preliminares aludidas nesta peça, devendo ser reconhecida a incompetência deste juízo para análise do feito;
	II - O reconhecimento da carência do litisconsórcio passivo necessário
	III - A extinção do processo sem julgamento do mérito, na forma do art. 267, IV, CPC, por ausência de representação.
	IV - A extinção do feito com a resolução de mérito nos termos do artigo 485, II, em razão da decadência.
V – A condenação da parte autora em honorários sucumbências.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial documental, testemunhal, pericial e depoimento pessoal da autora. 
				
Termos em que pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB/UF

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