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Fisiologia do Estresse

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27/03/2015 
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Fisiologia Aplicada ao 
Estresse 
Estresse 
 Dados da Organização Mundial da Saúde, o 
estresse afeta mais de 90% da população 
mundial; 
 Considerado uma pandemia que não mostra sua 
verdadeira fisionomia. Na verdade, sequer é uma 
doença em si: é uma forma de adaptação e 
proteção do corpo contra agentes externos ou 
internos. 
Estresse 
 Endocrinologista Hans Selye (1907-1982) foi o 
primeiro a formular o conceito de estresse. 
 Ele observou que diferentes organismos 
apresentam um mesmo padrão de resposta 
fisiológica para uma série de experiências 
sensoriais ou psicológicas. 
 Tais experiências são, portanto, descritas 
como ‘estressoras’. 
Estresse 
 Frio, injuria tecidual, excesso de exercícios e 
intoxicações, observando os mesmos achados, 
independente do estímulo utilizado. 
 Concluiu que se tratava de uma “reação geral de 
alarme” a situações críticas e que representava 
um esforço do organismo para adaptar-se à nova 
condição passando a chamá-la então de 
“síndrome de adaptação geral”. 
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 Pode ser definido como um estado antecipado 
ou real de ameaça ao equilíbrio do organismo 
e a reação do mesmo, que visa restabelecer o 
equilíbrio através de um complexo conjunto 
de respostas fisiológicas e comportamentais. 
Estresse 
 Ativam os 2 sistemas sensoriais, através de 
estímulos interoceptivos (mudanças no volume 
ou osmolaridade do sangue) e exteroceptivos, 
desencadeando uma cadeia de respostas que 
objetivam minimizar os danos para o organismo 
Fisiologia do estresse 
 As respostas ao estresse são mediadas pelo 
sistema nervoso autônomo (SNA) e pelo eixo 
hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), com ações 
complementares através de todo o organismo. 
 O SNA é o responsável pela resposta mais 
imediata à exposição ao estressor. Ex: inervação 
simpática – ↑ a FC e a PA – liberação de 
noradrenalina. 
Sistema Nervoso Autônomo 
SIMPÁTICO: 
 • Gânglios 
• Neurotransmissores 
• Receptores 
• Sistema de desgaste 
• Luta ou fuga 
– Taquicardia 
– Midríase 
– Broncodilatação 
– Glicogenólise 
– Sudorese 
– Parada na digestão 
– Aumento da FR 
• Resposta geral 
Sistema Nervoso Autônomo 
PARASSIMPÁTICO: 
 
Sistema Nervoso Autônomo 
• Gânglios 
• Neurotransmissores 
• Receptores 
• Sistema de conservação 
• Descanso 
• Funcional 
• Resposta local 
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Sistema Nervoso Autônomo 
Diferenças anatômicas e farmacológicas 
 SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO 
Localização dos 
neurônios pré-
ganglionares 
Tóraco-lombar 
(entre T1 e L2) 
Crânio-sacral 
(dentro do crânio e S2, S3 e 
S4) 
Localização dos 
neurônios pós-
ganglionares 
Próximo da coluna 
vertebral e longe das 
vísceras 
Próximo ou dentro das 
vísceras 
Tamanho das fibras 
pós e pré-ganglionares 
Pré = curta 
Pós = longa 
Pré = longa 
Pós = curta 
Classificação 
farmacológica das 
fibras pós-
ganglionares 
Adrenérgicas = 
NORADRENALINA 
Colinérgicas = 
ACETILCOLINA 
Eixo hipotálamo-hipófise-Adrenal 
(HHA) 
 Eixo HHA – ↑ dos níveis de glicocorticóides 
(cortisol) circulantes; 
 A exposição ao estressor ativa os neurônios 
do hipotálamo que secretam hormônios 
liberadores – corticotropina (CRH); 
 Esse hormônio vai agir na hipófise anterior 
promovendo a liberação do hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH). 
 Que por sua vez vai atuar no córtex da 
glândula adrenal iniciando a síntese e liberação 
de glicocorticóides, por exemplo, do cortisol. 
Eixo hipotálamo-hipófise-Adrenal 
(HHA) 
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Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Sistema Cardiovascular 
 Coração vão produzir um ↑ na frequência, 
contratilidade e velocidade de condução. 
 Vasos – essas ações vão produzir uma 
redistribuição no fluxo sanguíneo: Sistema 
digestivo e pele – vai produzir uma 
vasoconstricção nesse território; Músculos, vai 
produzir uma vasodilatação. ↑ fluxo nos músculos. 
Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Sistema Cardiovascular 
 A liberação de noradrenalina no tecido 
cardíaco, estimula os receptores β-adrenérgicos 
– ↑ da força de contração e da FC, com o ↑ da 
contratilidade, da condutividade e da excitação. 
 Liberação de óxido nítrico pelo endotélio das 
coronárias, produzindo uma vasodilatação nas 
artérias coronárias, suprindo a necessidade ↑ de 
oxigenação 
Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Sistema Cardiovascular 
 Hipertensão arterial – A hipertensão arterial pode 
favorecer a hipertrofia do ventrículo esquerdo, 
além de facilitar a ocorrência de fissuras nas 
paredes internas das artérias, especialmente em 
suas bifurcações, contribuindo para a ocorrência 
de outros processos patológicos. 
Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Sistema Cardiovascular 
 Durante o estresse desencadeia uma cascata de 
citocinas pró-inflamatórias no interior das artérias. 
 As fissuras nas artérias geralmente cicatrizam 
sem complicações, porém o reparo contínuo, com 
a penetração do LDL colesterol, e acúmulo de 
macrófagos, que já não consegue digeri-las 
adequadamente, resulta em placas 
ateroscleróticas. 
Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Metabolismo 
 Os efeitos dos glicocorticóides são opostos aos 
da insulina, produzindo o que é conhecido como 
resistência à insulina, através de dois 
mecanismos: 
1. diminuindo a supressão que a insulina provoca 
na produção hepática de glicose (favorecendo a 
gliconeogênese); 
Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Metabolismo 
2. Prejudicando a entrada de glicose para o interior 
das células, que é mediada pela insulina. 
 Além disso, os glicocorticóides atuam 
diretamente nas células β do pâncreas inibindo a 
secreção de insulina. 
 A longo prazo, níveis elevados de estresse pode 
contribuir para desencadear a diabetes. 
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Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Sistema Imunológico 
 A imunossupressão associada ao estresse 
tem sido atribuída ao aumento na secreção 
de cortisol, resultante da ativação do eixo 
HHA. 
 O cortisol diminui a proliferação de linfócitos, 
interfere na comunicação entre eles, inibe a 
produção de anticorpos, entre outros efeitos. 
Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Sistema Imunológico 
 A ativação simpática pelo estresse – resposta 
muito rápida na contagem de glóbulos brancos. 
 Esse aumento agudo de neutrófilos (envolvidos 
na fase inflamatória) e linfócitos NK poderia 
atender à necessidade de aumentar a defesa 
imunológica numa situação aguda de estresse. 
Efeitos do Estresse em Sistemas Específicos 
 Outros Sistemas 
 A ativação do SNA e do eixo HHA, pelo 
stress, interfere numa série de outros 
sistemas com repercussões sobre a 
reprodução, crescimento, memória, sono, 
envelhecimento, osteoporose e outros.

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