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4 FACUMINAS PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

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PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 
 
 
1
 
1 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 
Introdução ................................................................................................ 4 
Mal de Alzheimer.................................................................................. 7 
Sintomas, fatores de riscos, diagnostico e tratamento do Alzheimer
 .................................................................................................................... 9 
Mal de Parkinson................................................................................ 12 
Causas, sintomas da doença de Parkinson .................................... 14 
O Diagnóstico do Parkinson ........................................................... 19 
Tratamento da doença de Parkinson .............................................. 21 
Doença de Huntington........................................................................ 26 
Sintomas ......................................................................................... 28 
Diagnóstico ..................................................................................... 29 
Tratamento ..................................................................................... 30 
Esclerose múltipla .............................................................................. 31 
Causas e Sintomas mais comuns................................................... 32 
Tipos de Esclerose múltipla ............................................................ 35 
Diagnostico e tratamento ................................................................ 38 
Acidente vascular cerebral (AVC) ...................................................... 39 
Tipos ............................................................................................... 43 
Fatores de risco para acidente vascular cerebral ........................... 44 
Sintomas ......................................................................................... 46 
Efeitos do acidente vascular cerebral ............................................. 47 
Tratamento ..................................................................................... 48 
Reabilitação .................................................................................... 50 
Epilepsia ............................................................................................. 52 
Sintomas ......................................................................................... 52 
 
 
 
2
 
2 
Causas ........................................................................................... 53 
Diagnóstico ..................................................................................... 53 
Tratamento ..................................................................................... 53 
Recomendações ............................................................................. 54 
Crises ............................................................................................. 54 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
3
 
3 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
4 
Introdução 
 
 
As patologias cerebrais compreendem um grande problema de saúde da 
sociedade moderna, em consequência do crescente número de pessoas 
acometidas de forma direta ou indireta, e também, devido à inexistência de cura 
para estas patologias. 
Alguns pesquisadores consideram que a tendência dessas doenças é 
aumentar, em decorrência do aumento da expectativa de vida da população, 
resultando em uma maior prevalência de doenças do cérebro, desde 
neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, Huntington e esclerose 
múltipla aos acidentes vasculares cerebrais (AVC), neoplasias, epilepsia, ou 
disfunções psiquiátricas diversas, bem como outras diretamente ligadas ao 
envelhecimento, de origem genética ou traumática. 
As principais doenças do cérebro são: 
Alzheimer: define-se Alzheimer como uma doença neurodegenerativa, 
caracterizada por uma súbita perda das faculdades mentais. Esta é considera a 
primeira causa de demência senil. Inicialmente, a perda de memória gera um 
 
 
 
5
 
5 
desconforto. No entanto, numa fase mais adiantada deixa de ser um problema, 
pois o doente perda a capacidade de autocrítica. 
Parkinson: Esta também é uma doença neurodegenerativa, crônica e 
progressiva, que normalmente afeta pessoas com idade avançada. É decorrente 
da perda de neurônios do sistema nervoso central (SNC) em uma área específica 
do cérebro, levando à redução de dopamina, com consequente alteração dos 
movimentos não voluntários. 
Huntington: Esta doença, também conhecida como mal de Huntington 
ou coréia de Huntington, é uma enfermidade neurodegenerativa hereditária, rara, 
que acomete de 3 a 7 indivíduos a cada 100.000 habitantes. Clinicamente, 
caracteriza-se por movimentos, bruscos, rápidos e involuntários dos braços, 
pernas e face. 
Esclerose Múltipla: Esta também é classificada como uma doença 
neurodegenerativa, que se caracteriza por placas disseminadas de 
dismielinização em todo o SNC, levando a um quadro neurológico variado, certas 
vezes com remissão, e outras com exacerbação das manifestações clínicas. 
Costuma aparecer entre os 25 a 30 anos de idade, sendo mais comum em 
mulheres. Dentre os sintomas, podem estar presentes: sensibilidade, fraqueza 
muscular, perda da capacidade de locomoção, distúrbios emocionais, 
incontinência urinária, queda de pressão, intensa sudorese, diplopia (quando há 
acometimento do nervo óptico), entre outros. 
Acidente Vascular Cerebral (AVC): Popularmente conhecido como 
derrame cerebral, é um problema neurológico decorrente de uma obstrução 
(isquemia) ou rompimento dos vasos sanguíneos cerebrais (hemorragia). Inicia-
se abruptamente, sendo que o paciente pode apresentar dificuldade de 
movimentação dos membros de um mesmo lado do corpo, dificuldade na fala ou 
articulação das palavras e déficit visual súbito de uma parte do campo visual. 
Também pode evoluir com coma e outros sinais. 
Epilepsia: É definida como uma alteração na atividade elétrica do 
cérebro, temporária e reversível. Na verdade, a epilepsia não se trata de uma 
doença, e sim de um sintoma que pode aparecer em diferentes formas clínicas, 
 
 
 
6
 
6 
podendo levar a manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou 
neurodegenerativas. Tem como etiologia fatores que podem lesar os neurôniosou a forma de comunicação entre eles, como: traumatismos cranianos, 
resultantes de cicatrizes cerebrais; traumatismo de parto; algumas drogas e 
substâncias tóxicas; interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro decorrente 
de um AVC ou problemas cardiovasculares; doenças infecciosas ou tumores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
 
7 
Mal de Alzheimer 
 
O mal de Alzheimer ou doença de Alzheimer é um tipo de demência mais 
conhecida por afetar a memória das pessoas idosas, mas seus efeitos também 
incluem o declínio gradual da capacidade de julgamento, raciocínio e 
aprendizagem. 
 
Assim, essa doença neurodegenerativa também pode ter sintomas como 
confusão, mudança de personalidade, dificuldades com a linguagem, 
incapacidade de realizar tarefas do dia a dia e comportamento inapropriado, 
embora a perda de memória recente seja a manifestação que mais se destaca. 
A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo 
progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, 
comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de 
sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais. 
A doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do 
sistema nervoso central começa a dar errado. 
 
 
 
8
 
8 
Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos 
neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa 
toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, 
como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para 
a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e 
pensamento abstrato. 
No Brasil, centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) 
oferecem tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com 
Alzheimer, além de medicamentos que ajudam a retardar a evolução dos 
sintomas. 
Os cuidados dedicados às pessoas com Alzheimer, porém, devem ocorrer 
em tempo integral. Cuidadores, enfermeiras, outros profissionais e familiares, 
mesmo fora do ambiente dos centros de referência, hospitais e clínicas, podem 
encarregar-se de detalhes relativos à alimentação, ambiente e outros aspectos 
que podem elevar a qualidade de vida dos pacientes. 
A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente 
determinada. A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência 
neurodegenerativa em pessoas de idade, sendo responsável por mais da 
metade dos casos de demência nessa população. 
A doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma 
lenta e inexorável, ou seja, não há o que possa ser feito para barrar o avanço da 
doença. A partir do diagnóstico, a sobrevida média das pessoas acometidas por 
Alzheimer oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em 
quatro estágios: 
 Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade 
e nas habilidades visuais e espaciais. 
 Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas 
simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia. 
 Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. 
Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora 
progressiva. 
 
 
 
9
 
9 
 Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor à deglutição. 
Infecções intercorrentes. 
IMPORTANTE: Nos casos mais graves do Alzheimer, a perda da 
capacidade das tarefas cotidianas também aparece, resultando em completa 
dependência da pessoa. A doença pode vir ainda acompanhada de depressão, 
ansiedade e apatia. 
 
Sintomas, fatores de riscos, diagnostico e tratamento do Alzheimer 
 
O primeiro sintoma, e o mais característico, do Mal de Alzheimer é a perda 
de memória recente. Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas 
mais graves como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), 
bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se 
orientar no espaço e no tempo. 
Entre os principais sinais e sintomas do Alzheimer estão: 
 falta de memória para acontecimentos recentes; 
 repetição da mesma pergunta várias vezes; 
 dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos 
complexos; 
 incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas; 
 dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos 
conhecidos; 
 dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou 
sentimentos pessoais; 
 irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, 
interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao 
isolamento. 
A identificação de fatores de risco e da Doença de Alzheimer em seu 
estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento 
especializado dão à Atenção Básica, principal porta de entrada para o Sistema 
 
 
 
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Único de Saúde (SUS), um caráter essencial para um melhor resultado 
terapêutico e prognóstico dos casos. 
 
Alguns fatores de risco para o Alzheimer são: 
 A idade e a história familiar: a demência é mais provável se a pessoa tem 
algum familiar que já sofreu do problema; 
 Baixo nível de escolaridade: pessoas com maior nível de escolaridade 
geralmente executam atividades intelectuais mais complexas, que oferecem 
uma maior quantidade de estímulos cerebrais. 
IMPORTANTE: Quanto maior for a estimulação cerebral da pessoa, maior 
será o número de conexões criadas entre as células nervosas, chamadas 
neurônios. Esses novos caminhos criados ampliam a possibilidade de contornar 
as lesões cerebrais, sendo necessária uma maior perda de neurônios para que 
os sintomas de demência comecem a aparecer. Por isso, uma maneira de 
retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e 
diversificada ao longo da vida. 
 
 
 
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A Doença de Alzheimer ainda não possui uma forma de prevenção 
específica, no entanto os médicos acreditam que manter a cabeça ativa e uma 
boa vida social, regada a bons hábitos e estilos, pode retardar ou até mesmo 
inibir a manifestação da doença. 
Com isso, as principais formas de prevenir, não apenas o Alzheimer, mas 
outras doenças crônicas como diabetes, câncer e hipertensão, por exemplo, são: 
 Estudar, ler, pensar, manter a mente sempre ativa. 
 Fazer exercícios de aritmética. 
 Jogos inteligentes. 
 Atividades em grupo. 
 Não fumar. 
 Não consumir bebida alcoólica. 
 Ter alimentação saudável e regrada. 
 Fazer prática de atividades físicas regulares. 
O diagnóstico da Doença de Alzheimer é por exclusão. O rastreamento 
inicial deve incluir avaliação de depressão e exames de laboratório com ênfase 
especial na função da tireoide e nos níveis de vitamina B12 no sangue. 
O Alzheimer pode ser tratada pelo psiquiatra geriatra ou por um 
neurologista especializado no tratamento da Doença de Alzheimer. 
O diagnóstico do Alzheimer no paciente que apresenta problemas de 
memória é baseado na identificação das modificações cognitivas específicas. 
Exames físicos e neurológicos cuidadosos acompanhados de avaliação do 
estado mental para identificar os déficits de memória, de linguagem, além de 
visoespaciais, que é a percepção de espaço. 
Vale ressaltar mais uma vez que o diagnóstico precoce, o tratamento 
adequado e em tempo oportuno é fundamental para possibilitar o alívio dos 
sintomas e a estabilização ou retardo da progressão da doença. 
O tratamento do alzheimer é medicamentoso e os pacientes têm à 
disposição a oferta de medicamentos capazes de minimizar os distúrbios da 
doença, que devem ser prescritos pela equipe médica. O objetivo do tratamento 
 
 
 
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medicamentoso é, também, propiciar a estabilizaçãodo comprometimento 
cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida diária (ou 
modificar as manifestações da doença), com um mínimo de efeitos adversos. 
Por isso, no âmbito do Ministério da Saúde, está disponível nas unidades 
de saúde de todo o país, o medicamento Rivastigmina adesivo transdérmico para 
o tratamento de demência para Doença de Alzheimer. Este tratamento está 
previsto no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) desta condição 
clínica, que além do adesivo, preconiza o uso de medicamentos como: 
 Donepezila. 
 Galantamina. 
 Rivastigmina. 
 Memantina. 
 
Mal de Parkinson 
 
O mal de Parkinson ou doença de Parkinson é uma doença neurológica 
degenerativa caracterizada principalmente pelo tremor, mesmo quando os 
músculos estão em repouso. Além disso, ela causa rigidez muscular, lentidão 
dos movimentos e dificuldades em manter a postura devido à perda do equilíbrio. 
 
 
 
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Mais comum entre 50 e 79 anos, o mal de Parkinson também compromete 
a capacidade de pensamento, originando a demência. Assim como o mal de 
Alzheimer, esta doença pode ter influência genética. 
A doença de Parkinson é uma condição degenerativa do sistema nervoso 
central que atinge 1% da população mundial acima dos 65 anos e aumenta com 
a idade segundo a OMS. No Brasil existem ao redor de 200 mil parkinsonianos 
de acordo com o Ministério da Saúde. Apesar de ser mais comum após os 65 
anos, estima-se que 4% dos parkinsonianos são diagnosticados antes do 50 
anos. 
A doença de Parkinson é uma patologia neurológica crônica e 
progressiva, associada à diminuição da produção de dopamina (um 
neurotransmissor que atua no envio de mensagens para partes do cérebro que 
controlam os movimentos e a coordenação). A dopamina está reduzida pois há 
perda precoce de neurônios (células nervosas) que a produzem. Segundo a 
OMS (Organização Mundial de Saúde), cerca de 1% da população mundial 
acima dos 65 anos sofre com a doença. No Brasil, o Ministério da Saúde estima 
que existem mais de 200 mil casos de Parkinson e mais de 1,5 milhão de 
 
 
 
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profissionais, amigos e familiares que convivem com a dura rotina dos pacientes 
acometidos pela doença. 
Diversos estudos mostram que o número de pessoas com Parkinson deve 
crescer significativamente nos próximos anos, no Brasil e no mundo. A principal 
causa se concentra no substancial aumento da expectativa de vida e do 
envelhecimento da população. Por outro lado, neurologistas especialistas 
estimam que os parkinsonianos vivam bem Melhor e por mais tempo com o 
avanço dos diferentes tratamentos de combate aos sintomas da doença. Em 
geral os homens são mais afetados pela doença do que as mulheres. 
 
Causas, sintomas da doença de Parkinson 
 
O Parkinson foi descrito pela primeira vez ainda em 1817, pelo médico 
inglês James Parkinson, posteriormente disseminado e conhecido popularmente 
como “Mal de Parkinson”. No entanto, o termo caiu em desuso e foi abandonado 
por médicos e pacientes com o objetivo de reduzir o estigma social e o 
preconceito contra os portadores da doença. 
Atualmente, se conhece muitos detalhes sobre a doença, mas não é 
possível saber entre as pessoas, quem desenvolverá a doença. Por isso não é 
possível prevenir o aparecimento do Parkinson. Por ser uma doença 
considerada neurodegenerativa, tem progressão dos sintomas consequentes à 
perda antecipada de neurônios que produzem dopamina localizados em uma 
região do chamada de substancia negra. Por isso é considerada uma doença 
neurológica crônica e progressiva e por isso aumenta com a idade. 
A dopamina é um neurotransmissor responsável pelo envio de 
mensagens às partes do cérebro que fazem a coordenação dos movimentos. 
Sem ela, a informação necessária para o controle do Movimento não atinge seu 
alvo, ou seja, há falha na comunicação. Assim ocorre o tremor e o controle motor 
fica comprometido. 
 
 
 
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O tremor ainda é o sintoma mais evidente da doença, mas nem todo 
parkinsoniano tem tremor. O Parkinson também pode afetar diferentes regiões 
do corpo do paciente, como os músculos responsáveis pela fala e deglutição, 
olfato e até trazer dificuldades para andar. Com o avanço da degeneração, pode 
inclusive alterar a capacidade de concentração e em fases muito avançadas até 
comprometer a memória como veremos a seguir. 
 
Os primeiros sintomas do Parkinson costumam ser sutis e surgem 
gradualmente, podendo passar despercebidos por muito tempo e até serem 
considerados traços característicos do envelhecimento, o que acaba por 
dificultar o diagnóstico assertivo da doença. 
Muitas pessoas acreditam que os sintomas da doença de Parkinson se 
limitam ao tremor, principalmente por ser uma característica marcante da 
doença. Porém, existem outras características sintomáticas importantes para 
uma primeira detecção da doença. Veja o vídeo abaixo como explica o Dr Erich 
Fonoff 
 
 
 
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 1 – Tremor: em geral inicia em uma das mãos e braço, mas depois 
progride para a perna e para o outro lado. Pode atingir até lábios e a cabeça. 
Costumam aparecer quando a pessoa está em repouso, ou seja com a mão 
parada, mas o estresse e nervosismo podem piorar o tremor significativamente. 
Em muitos casos é possível notar um movimento típico provocado pelo tremor 
do Parkinson, quando o paciente passa a ponta do indicador sob a ponta do 
polegar, como se estivesse contando notas. 
É importante ressaltar que, embora o tremor ainda seja o sinal mais 
conhecido e evidente da doença de Parkinson, ele não afeta todos os 
parkinsonianos e não é o mais incapacitante dos sintomas. 
2 – Rosto sem expressão: o olhar fica parado, a expressão facial mais 
séria e os movimentos da face são menos notados, independentemente da 
vontade da pessoa. Até os olhos costumam piscar com menor frequência, e a 
pessoa deglute a saliva manos vezes. As vezes isso dificulta a a interpretação 
da emoções e de seus movimentos e para quem convive com o parkinsoniano 
parece que tem uma máscara sobre o rosto. 
É comum que, mesmo de bom humor, o paciente de Parkinson seja visto 
como uma pessoa séria, brava e até deprimida. É preciso muito esforço para 
transparecer outra impressão. 
3 – Micrografia: trata-se da dificuldade em movimentar as mãos e dedos, 
provocando rigidez muscular. A consequência desse sintoma atinge a escrita do 
paciente, fazendo com que as letras e os espaços entre elas se tornem menores. 
Tarefas simples do dia a dia como elaborar uma lista de supermercado ou 
assinar o próprio nome tomam mais tempo e demandam mais atenção. Para 
enfrentar esse sintoma, os paciente costumam escrever mais lentamente, em 
papel pautado e com caneta mais larga para manter a legibilidade. As vezes a 
assinatura se modifica sem que o paciente perceba podendo até causar 
problemas de reconhecimento da assinatura 
4 – Má Postura: é possível notar, ainda no início da doença, uma 
inclinação do tronco e da cabeça para frente, comprometendo o equilíbrio e 
 
 
 
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agilidade ao se movimentar. Caminhar e até olhar para frente se tornam um 
grande desafio. 
A atividade física é uma medida primordial para parkinsonianos, sendo a 
recomendação número um para combater os problemas de mobilidade. O uso 
de sapatos que garantam a firmeza dos pés também é fundamental no combate 
desse sintoma. 
5 – Voz Baixa: a doença de Parkinson também afeta o movimento de 
diferentes partes do corpo, como os músculos da face, garganta e boca, todos 
importantes para a fala. Com isso, a consequência é a redução do tom e timbre 
de voz, atingindo a clareza das palavras e causando uma sensação de fala mole, 
arrastada, sem interessa, fazendo com que muitos pacientes se isolem para 
evitar a exposiçãoe constrangimento. 
O paciente tem a impressão de estar falando cada vez mais alto para ser 
compreendido, o que provoca um enorme cansaço. Para isso, evitar conversas 
em grandes grupos ou em lugares cheios e barulhentos pode ajudar na 
adaptação da nova dinâmica de comunicação. 
6 – Hipotensão Postural: trata-se da queda súbita de pressão arterial 
quando a pessoa muda de posição ou se levanta rapidamente. A sensação é de 
tontura e que vai desmaiar, comprometendo equilíbrio e aumentando os riscos 
de queda. As vezes podem ocorrer desmaios, ou piora repentina dos sintomas 
e até suor frio. 
Cerca de 20% dos pacientes de Parkinson apresentam esse sintoma 
devido à redução dos neurotransmissores. Porém, existem outras causas que 
ajudam na evolução desse sintoma, como: desidratação, uso de antidepressivos, 
diuréticos e sedentarismo. 
7 – Perda Olfativa: é um dos sintomas iniciais mais comuns e atinge a 
maioria dos pacientes da doença. Estima-se que cerca de 90% dos 
parkinsonianos não sentem cheiros de forma plena, inclusive apresentando 
alterações no paladar (uma vez que os dois sentidos se interligam). 
 
 
 
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A perda olfativa pode surgir muitos anos antes da doença de Parkinson 
ser diagnosticada. Existem relatos de pacientes que notaram a redução no olfato 
até duas décadas antes dos sintomas motores se instalarem. 
8 – Sono Inquieto: é comum uma certa agitação durante o sono. É como 
se o paciente atuasse durante o sonho e faz parte da doença. Especialistas 
relatam que os movimentos são tão repentinos e intensos que chegam a 
incomodar quem dorme ao lado. Em geral, tais alterações do sono são descritas 
pelo companheiro, pois o paciente não percebe na maior parte das vezes. 
Estima-se que cerca de 60% dos parkinsonianos tem insônia. Eles 
adormecem facilmente, mas perdem a capacidade de seguir dormindo, 
acordando após algumas horas e comprometendo a restauração necessária de 
uma noite bem dormida. 
9 – Dificuldade para Caminhar: frequentemente se relaciona à quantidade 
de dopamina funcionante no cérebro. Quando há uma queda dessa substância, 
as alterações ao caminhar costumam ser bem significativas. Os braços também 
costumam ficar mais rígidos e com menos movimento, e tendem a ficar rente ao 
corpo o que compromete o equilíbrio e agilidade da marcha. 
Um dos sintomas iniciais do Parkinson passa pelo congelamento e 
incapacidade súbita e passageira de iniciar um movimento. Embora não atinja 
todos os pacientes, estima-se que cerca de 40% dos pacientes sofram com essa 
instabilidade e quedas. 
10 – Constipação: muitos pacientes sofrem com o sistema nervoso 
autônomo (responsável pelo controle das funções do organismo como 
respiração, circulação, manutenção da pressão arterial, digestão e movimentos). 
Com isso, o trato intestinal costuma se tornar mais lento preguiçoso resultando 
em desconforto no abdome e redução na frequência de evacuações. Algumas 
medicações podem ainda agravar essa situação. 
É importante frisar que o funcionamento do intestino de um parkinsoniano 
não precisa ser diário, mas é importante que siga uma dieta equilibrada, com 
bastante líquido para que, assim, consiga garantir conforto e bem-estar. 
 
 
 
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O Diagnóstico do Parkinson 
 
O diagnóstico do mal de Parkinson, principalmente em seu início, é um 
grande desafio até mesmo para os especialistas na área, e costumam exigir mais 
de uma consulta ao neurologista. 
Até hoje não existe um exame único capaz de diagnosticar sozinho o 
Parkinson, fazendo com que muitos pacientes passem meses e até anos sem 
receber o devido diagnóstico e, por isso, seguem com os sintomas, porém, sem 
o tratamento adequado. Por isso é importante procurar um especialista em 
Parkinson em caso de dúvida. 
O diagnóstico da doença de Parkinson se inicia com avaliação 
neurológica feita em consultório, quando se destaca pelo menos três de quatro 
sinais: presença de tremores, rigidez nas pernas, braços e tronco, lentidão e 
diminuição dos movimentos e instabilidade na postura. 
Nem todos os sintomas precisam ser constatados para se suspeitar do 
Parkinson. Mesmo sintomas leves podem ser evidentes aos olhos de um 
especialista em Parkinson. Além disso, o neurologista prescreve a medicação 
específica e havendo melhora significativa o diagnóstico é reafirmado. Mesmo 
assim para a confirmação final do diagnóstico de Parkinson pode levar até alguns 
anos e admite-se que apos toda a constatação dos sintomas ainda assim se 
espera até 5 anos desde o início dos sintomas para finalizar o diagnostico. 
Em geral, a confirmação ocorre na grande maioria dos casos, e por isso 
o diagnóstico é refirmado logo nas primeiras visitas ao medico. A preocupação 
existe pois há diversas doenças que parecem a doença de Parkinson mas 
exibem sintomas um pouco diferentes. Veja abaixo sobre os parkinsonismos. 
 
 
 
 
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Exames e manobras terapêuticas utilizados para o auxílio 
diagnóstico do Parkinson 
 
Em alguns casos, quando necessário, o neurologista pode indicar o uso 
de levodopa (medicação utilizada como material prima para a fabricação da 
dopamina pelo cérebro). Quando os sintomas melhoram com o uso desse 
medicamento é quase certo o diagnóstico do Parkinson. Caso ainda haja dúvidas 
se o paciente possui a doença de Parkinson ou algum outro tipo de 
parkinsonismo (doenças com sintomas semelhantes ao Parkinson, mas com 
evolução e tratamentos distintos), existem dois exames de imagem que auxiliam 
no diagnóstico assertivo: 
A ultrassonografia transcraniana é um exame de ultrassom aplicado 
através do crânio, sem necessidade de contrastes, que mostra mudança de cor 
(ecogenicidade) de uma parte do cérebro chamada da substancia negra, a região 
do cérebro que mais produz dopamina. A modificação em sua ecogenicidade 
corresponde as alterações degenerativas nesta região, ou seja perda das células 
dopaminérgicas e consequentemente redução da dopamina cerebral, um dos 
mecanismos presentes na doença de Parkinson. Auxilia no diagnóstico, quando 
há dúvidas quanto a síndrome parkinsoniana. 
A cintilografia cerebral (com TRODAT), aponta a quantidade de dopamina 
no estriado, região do cérebro que recebe a dopamina diretamente da substância 
negra. 
Neste exame se injeta uma substancia radioativa (mínima radioatividade 
não prejudicial a saúde) para demarcar a quantidade de dopamina, ou seja 
quando está diminuída o diagnóstico é mais provável. 
Ambos os exames estão disponíveis em São Paulo, mas não são comuns 
mesmo em outras capitais pelo Brasil, pois exigem médicos especialistas e 
equipamentos especializados e por vezes tem ainda custo elevado. Apesar de 
não fazer o diagnóstico por si, auxilia quando há dúvidas quanto a síndrome 
parkinsoniana, juntamente com outros dados de história e exame neurológico. 
 
 
 
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Tratamento da doença de Parkinson 
 
Embora ainda não exista cura para a doença de Parkinson, com o uso de 
medicação e técnicas de reabilitação é possível controlar os sintomas e também 
retardar o seu progresso, melhorando significativamente a qualidade de vida dos 
pacientes.O uso de medicação pode controlar os sintomas por vários anos. 
Porém, com o avanço da doença, estes sintomas ficam mais fortes e respondem 
menos às drogas disponíveis, mesmo com dosagens maiores. 
Com isso, muitas vezes os efeitos colaterais, como movimentos 
involuntários, se tornam tão ou mais incapacitantes do que os sintomas primários 
da doença. 
Além das medicações, há uma série de terapias complementares 
fundamentais para controlar os avanços da doença e garantir a independência 
do paciente por mais tempo. A fisioterapia ajuda a conservar a força e a 
flexibilidade dos músculos, melhora a mobilidade e alivia eventuais dores no 
corpo. 
Os diferentes tratamentospara a doença de Parkinson podem ser feitos 
com medicamentos, reabilitação e cirurgia. Em muitos casos é aconselhável a 
união dos três. Vejamos: 
 
 
1 -Tratamento Medicamentoso 
 
Grande parte dos sintomas do Parkinson são provocados pela falta de 
dopamina no cérebro. Portanto, muitas medicações têm o objetivo de reproduzir 
os efeitos desse neurotransmissor, reduzindo o tremor, a rigidez muscular e 
melhorando a capacidade de coordenação de movimentos. 
 
 
 
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Esses medicamentos costumam apresentar ótimos resultados 
conseguindo controlar os sintomas por anos. No entanto, com o passar do 
tempo, é necessário ajustar a medicação e até associar novas drogas para 
manter os mesmos efeitos. 
Em outras palavras, é importante que o tratamento medicamentoso seja 
regularmente revisado pelo neurologista responsável para que o paciente 
mantenha sua qualidade de vida. 
Existem diversas medicações disponíveis no Brasil que podem ser 
prescritos rotineiramente. As medicações tem tanto semelhanças como 
diferenças entre si e podem ser utilizadas tanto sozinhas (monoterapia) como 
em conjunto (politerapia). Os especialistas tem conhecimento e experiência para 
compor uma prescrição em que um medicamento tem melhor efeito 
determinados sintomas e frequentemente são utilizados em conjunto pois se 
complementam. 
Existem algumas regras gerais para o uso de medicamentos no 
tratamento da doença de Parkinson, veja abaixo: 
Horários: respeitar os horários das tomadas de cada medicação indicados 
pelo médico, Isso pode fazer toda a diferença na melhora dos sintomas. Se os 
horários propostos pelo médico não se encaixarem em sua rotina de vida, você 
deve falar com o médico durante a consulta de acompanhamento e alternativas 
devem ser propostas. 
Alimentação: observe se a medicação pode ou não ser ingerida 
juntamente com alimentos. Muitos medicamentos devem ser ingeridos durante 
as refeições, outros não. Por exemplo o Levodopa (Prolopa), um dos 
medicamentos mais utilizados no tratamento da doença de Parkinson não deve 
ser ingerido com alimentos. Ao contrário, deve ser sempre ingerido com 
estômago vazio, pois assim é absorvido mais facilmente e terá mais efeito. 
Substituição de medicamentos: Nem sempre medicações com nomes 
parecidos tem efeitos semelhantes, assim na falta de medicações, sempre 
consulte o médico qual medicação poderia substituir a que está em falta. 
 
 
 
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Efeitos esperados: converse com o médico e pergunte quais os efeitos 
esperados de cada medicação e porque está sendo prescrita naquela dose e 
horário. Frequentemente o paciente ou cuidador atribui um efeito a certo 
medicamento que não necessariamente ocorre. É importante saber os efeitos 
benéficos esperados e saber que também podem ocorrer efeitos incomuns. 
Sempre pergunte a seu médico. 
Efeitos adversos ou colaterais: Os medicamentos podem ter efeitos 
indesejáveis, mas na maior parte das vezes pode ser evitados ou reduzidos. Mas 
para isso o médico deve sempre ser consultado, pois nem sempre o efeito que 
ocorre é relacionado a determinado medicamento. A bula também pode ser 
consultada, mas é importante sabermos que os efeitos mais raros e graves são 
listados ao lado de efeitos leves e comuns, muitas vezes sem que seja feita essa 
distinção. 
Medicamentos complementares: no tratamento da doença de Parkinson 
diversos medicamentos tem efeito de potencializar outro, ou seja, quanto 
tomados ao mesmo tempo o efeito é maior e mais prolongado. Um exemplo disso 
são o Levodopa e Entacapone que na maior parte das vezes devem ser ingeridos 
ao mesmo tempo para que o efeito do prolopa fique maior e mais prolongado. 
Intervalos: em geral os medicamentos no tratamento de doença de 
Parkinson devem ser ingeridos durante o dia, salvo quando orientado 
especificamente para serem tomados a noite. Assim, estes são sempre 
passados, por exemplo, 4x dia com intervalos de 4 horas, diferente de outros 
medicamentos como antibióticos que são prescritos, por exemplo, 6/6 horas, ou 
seja, alguns dos horários pode coincidir com horários de tarde da noite ou 
madrugada. 
 
2 -Reabilitação 
 
Existe uma série de terapias complementares fundamentais para controlar 
os avanços da doença e garantir independência ao paciente. A fisioterapia, por 
 
 
 
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exemplo, auxilia na conservação da força e flexibilidade dos músculos, 
melhorando a mobilidade e aliviando eventuais dores no corpo. 
A terapia ocupacional também é uma ótima ferramenta para o paciente 
realizar atividades rotineiras com mais tranquilidade, segurança e autonomia. 
Assim como a fonoaudiologia, que trabalha a força da voz para que o 
paciente mantenha o volume e clareza da fala, podendo assim continuar 
mantendo seus laços sociais e afetivos. 
É importante lembrarmos que a atividade física também é um fator 
primordial para os parkinsonianos, sendo também um pilar de tratamento para a 
doença de Parkinson. Logo que o paciente recebe o diagnóstico já deve escolher 
a prática de um exercício com a ajuda de um profissional. 
Além das terapias acompanhadas pela fisioterapeuta ou fonoaudióloga, é 
importante o paciente praticar atividade física regularmente com os seguintes 
propósitos: 
Condicionamento físico: o preparo físico é muito importante para todas as 
pessoas mas, mais ainda para que sofre com alguma doença neurológica. Na 
doença de Parkinson, o preparo físico é fundamental, não para fazer 
competições mas para adequar seu corpo às necessidades do dia-a-dia, ou seja, 
que a pessoa tenha folego para passar pelas atividades diárias sem que se sinta 
cansada. Condicionar o físico para que a rotina diária fique leve para sua 
condição física. Em geral são indicadas atividades aeróbicas com intensidade 
levemente progressiva ao longo do tempo. 
Fortalecimento muscular: Os músculos devem ser sempre alongados e 
fortalecidos, principalmente no lado do corpo que a doença se iniciou ou trás 
mais dificuldade. Musculação leve e progressiva seguida ou precedida de 
alongamentos idealmente supervisionados, complementa e facilita o 
condicionamento físico. 
A atividade física regular, não só trás bem estar, como é a única 
modalidade de tratamento que comprovadamente reduz a progressão da doença 
de Parkinson, considerada uma doença neurodegenerativa. Ou seja, as pessoas 
 
 
 
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que fazem atividade física regularmente, além de terem bem estar ainda fazer a 
doença ser mais lenta em sua progressão. Em outras palavras, que se exercita 
vai ter menos dificuldades e sintomas no futuro do que quem não se exercita 
fisicamente. 
 
3 -Cirurgia 
 
A cirurgia funcional para doença de Parkinson também tem se tornado 
cada vez mais acessível. Quando se refere à cirurgia de Parkinson, em geral, a 
Estimulação cerebral Profunda (DBS – deep brain stimulation do Inglês) é a 
técnica mais utilizada com vantagens diversas, por isso os termos são tratados 
quase como sinônimos na maioria dos países. 
O procedimento de implante de eletrodos cerebrais atualmente é 
considerada um tratamento seguro e efetivo. É indicada para pacientes que já 
responderam muito bem à medicação e com o tempo não conseguem mais os 
mesmos efeitos. 
Nesses casos, a cirurgia consegue retroceder alguns anos nos sintomas 
e na resposta a medicação, consequentemente ganhando em qualidade de vida 
e maior funcionalidade. 
A ideia não é interromper o tratamento medicamentoso, isso nem é 
considerado mais um objetivo da cirurgia. Em geral, as medicações e doses são 
reduzidas drasticamente, muitas vezes pela metade depois da cirurgia e 
permanecem em doses bem menores durante anos. O sintomas são reduzidos 
e a resposta do organismo à medicação potencializada. 
Assim é possível associar os diferentes tratamentos para aumentar o 
confortoe autonomia dos pacientes. É importante ressaltar que cada paciente 
tem suas características e manifestação da doença, fazendo com que as opções 
de tratamento sejam traçadas de acordo com cada quadro e fase da evolução 
da doença. Nunca há apenas um caminho a seguir! 
 
 
 
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Doença de Huntington 
 
A doença de Huntington afeta de uma a dez em cada cem mil pessoas. O 
número de pessoas afetadas varia dependendo da parte do mundo em que 
vivem. Afeta igualmente aos dois sexos. 
O gene da doença de Huntington é dominante. Então, os filhos de uma 
pessoa com essa doença têm 50% de chance de desenvolvê-la. 
 
 
 
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Os sintomas geralmente se desenvolvem sutilmente, tipicamente 
começando entre 35 e 40 anos, mas, às vezes, antes da fase adulta. 
A doença de Huntington é causada pela degeneração gradual de partes 
dos gânglios basais chamados de núcleo caudado e putâmen. Os gânglios 
basais são grupos de células nervosas localizadas na base do telencéfalo, na 
profundidade do cérebro. Eles colaboram na suavização e coordenação dos 
movimentos. 
 
 Na doença de Huntington, a parte do cérebro que suaviza e 
coordena os movimentos se degenera. 
 Os movimentos ficam bruscos e descoordenados e a função mental 
se deteriora, incluindo o autocontrole e a memória. 
 Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas, histórico familiar, 
imagem do cérebro e exame genético. 
 Os medicamentos podem ajudar a aliviar os sintomas, mas a 
doença é progressiva, levando à morte. 
 
 
 
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Sintomas 
 
Durante os estágios iniciais da doença de Huntington, a face, o tronco e 
membros podem se mover involuntariamente e rapidamente. A princípio, as 
pessoas podem misturar estes movimentos anormais involuntários com 
movimentos intencionais de forma que os movimentos anormais são pouco 
perceptíveis. Entretanto, com o tempo, os movimentos ficam mais óbvios. 
Os músculos podem contrair-se breve e rapidamente, causando 
movimento repentino nos braços ou em outra parte do corpo, por vezes de 
maneira repetitiva e em sequência. 
As pessoas podem caminhar de modo exageradamente elegante ou 
alegre, como um fantoche. Podem fazer caretas, flexionar os membros e piscar 
mais frequentemente. Os movimentos tornam-se descoordenados e lentos. Por 
 
 
 
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fim, todo o corpo é afetado, dificultando o caminhar, sentar, comer, falar e vestir-
se. 
Frequentemente ocorrem alterações mentais antes ou quando 
movimentos anormais se desenvolvem. Essas alterações no início são sutis. 
Gradualmente, as pessoas podem ficar irritadas e nervosas. Elas podem perder 
o interesse nas atividades cotidianas. Podem não conseguir controlar seus 
impulsos, perdendo o controle, tendo vieses de desânimo ou tornando-se 
promíscuas. 
Na medida em que a doença evolui, a pessoa pode ficar irresponsável e 
vagar sem objetivo. Com o passar dos anos, perdem a memória e a capacidade 
de pensar racionalmente. Podem tornar-se gravemente deprimidos e tentar o 
suicídio. 
Em estágio avançado da doença, a demência é grave e as pessoas 
podem ficar confinadas à cama. É necessário cuidado em tempo integral ou 
internação em centro de cuidados médicos. O óbito geralmente ocorre 13 a 15 
anos depois do início dos sintomas. 
 
Diagnóstico 
 
 Uma avaliação por um médico, confirmada por um teste genético. 
 Tomografia computadorizada ou imagem por ressonância 
magnética. 
A doença de Huntington pode ser difícil de reconhecer nas primeiras 
fases, visto que os sintomas são imperceptíveis. A suspeita da doença é feita 
com base nos sintomas e no histórico familiar. Se os familiares tiveram 
problemas mentais ou se lhes foi diagnosticado um transtorno neurológico (como 
doença de Parkinson ou um distúrbio psiquiátrico (como esquizofrenia), é 
necessário informar o médico, pois a doença de Huntington pode não ter sido 
diagnosticada. 
 
 
 
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É realizada a tomografia computadorizada (TC) ou exames de imagem 
por ressonância magnética (RM) para verificar a degeneração dos gânglios 
basais e de outras áreas do cérebro geralmente afetadas pela doença e para 
eliminar outras doenças. 
O teste genético é feito para confirmar o diagnóstico. O exame e a 
orientação genética são importantes para quem tem um histórico familiar da 
doença, mas nenhum sintoma, pois as pessoas provavelmente têm filhos antes 
que os sintomas apareçam. Para essas pessoas, a orientação genética deve ser 
feita antes do exame. Elas são encaminhadas aos centros especializados em 
lidar com questões éticas e psicológicas complexas. 
 
Tratamento 
 
 Antipsicóticos e outros medicamentos para aliviar os sintomas. 
Tão logo seja feito o diagnóstico, as pessoas com a doença de Huntington 
devem estabelecer instruções prévias, nas quais indiquem o tipo de assistência 
médica que desejam ter nos momentos finais da vida. 
Não existe cura para a doença de Huntington. No entanto, certos 
medicamentos, incluindo os medicamentos antipsicóticos (como clorpromazina, 
haloperidol, risperidona e olanzapina) e medicamentos que reduzem a 
quantidade de dopamina (como tetrabenazina e a reserpina anti-hipertensiva), 
podem ajudar a aliviar os sintomas. 
Antidepressivos podem ser usados para tratamento da depressão, se 
existir. 
 
 
 
 
 
 
 
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Esclerose múltipla 
 
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica, progressiva 
e autoimune. Isso significa que as células de defesa do nosso corpo atacam 
nosso próprio sistema nervoso – como se ele não pertencesse ao nosso 
organismo, causando lesões no cérebro e na medula. 
A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa mais comum em 
mulheres de 20 a 40 anos. Ela provoca lesões no cérebro devido a uma condição 
autoimune, na qual o sistema imunológico ataca o revestimento dos neurônios, 
chamado de bainha de mielina. 
Essa doença se caracteriza por episódios imprevisíveis, ou seja, seus 
sintomas vão e voltam. No início, a esclerose múltipla costuma apresentar 
sintomas transitórios e leves, como alterações menores na visão ou em outros 
sentidos. Com o passar do tempo, podem surgir manifestações como visão 
dupla, perda visual, fraqueza, formigamento nas pernas, desequilíbrio e tremor. 
 
 
 
 
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Causas e Sintomas mais comuns 
 
As causas da EM ainda não são totalmente conhecidas, mas existem 
estudos que sugerem que fatores genéticos, o ambiente em que a pessoa vive 
e até mesmo um vírus podem desempenhar um papel em seu desenvolvimento. 
Sabe-se, porém, que a evolução da doença é muito diferente de um paciente 
para o outro. 
Na sua fase inicial, os sintomas costumam ser bem sutis e quase sempre 
desaparecem em aproximadamente 01 semana. 
Devido aos primeiros sintomas serem leves e passageiros, muitos 
pacientes passam anos sem diagnóstico nem tratamento. 
Apesar de os sintomas serem diferentes em cada paciente, os mais 
frequentes são os sensitivos e motores, seguidos dos visuais (como visão dupla) 
e tremores. Entre os sintomas sensitivos, o mais comum é a perda de 
sensibilidade dos membros inferiores ou de todo um lado do corpo. Já os 
sintomas motores incluem fraqueza e dificuldade para escrever ou para correr. 
É neste momento que muitos dos pacientes procuram o médico pela primeira 
vez. 
 
 
 
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Fadiga 
 
Sintoma debilitante de instalação imprevisível ou desproporcional em 
relação à atividade realizada. A fadiga é um dos sintomas mais comuns e um 
dos mais incapacitantes da EM. Manifesta-se por um cansaço intenso e 
momentaneamente incapacitante. Muito comum quando o paciente se expõe ao 
calor ou quando faz um esforço físico intenso.Alterações fonoaudiológicas 
 
Pode surgir no inicio da doença ou no decorrer dos anos alterações 
ligadas a fala e deglutição com sintomas como: fala lentificada, palavras 
arrastadas, voz trêmula, disartrias, fala escandida (o que é?) e disfagias 
(dificuldade para engolir: líquidos, pastosos, sólidos). 
 
Transtornos visuais: 
 
 Visão embaçada; 
 Visão dupla (diplopia); 
 
Problemas de equilíbrio e coordenação: 
 
 Perda de equilíbrio; 
 Tremores; 
 Instabilidade ao caminhar (ataxia); 
 Vertigens e náuseas; 
 Falta de coordenação; 
 Debilidade (pode afetar pernas e o andar); 
 
 
 
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 Fraqueza geral. 
 
Espasticidade 
 
A espasticidade é a rigidez de um membro ao movimento e acomete 
principalmente os membros inferiores. 
A parestesia compromete a sensação tátil normal. Pode surgir como 
sensação de queimação ou formigamento em uma parte do corpo; Outras 
sensações não definidas como a dor, por exemplo. 
 
Transtornos cognitivos 
 
O paciente pode apresentar sintomas cognitivos, ou seja; de memória, 
durante qualquer momento da doença, e independe da presença de sintomas 
físicos/ motores. As funções cognitivas mais frequentemente comprometidas são 
no processamento da memória e na execução das tarefas. Os indivíduos se 
queixam muito que levam mais tempo para memorizar as tarefas e possuem 
mais dificuldades para executar as mesmas. 
 
Transtornos emocionais 
 
Pode haver sintomas depressivos, ansiosos, transtorno de humor, 
irritabilidade, flutuação entre depressão e mania (transtorno bipolar). 
 
 
 
 
 
 
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Sexualidade 
 
 Disfunção erétil, nos homens. 
 Diminuição de lubrificação vaginal nas mulheres. 
 Comprometimento da sensibilidade do períneo (região da 
genitália), interferindo no desempenho do ato sexual. 
 
Tipos de Esclerose múltipla 
 
É muito comum os médicos afirmarem que a Esclerose Múltipla é diferente 
para cada paciente, pois os sintomas quase nunca são os mesmos. Mas não só 
por isso. Na verdade, existem 04 tipos diferentes da doença. 
 
Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR) 
 
Esta é a variação mais comum da doença, e atinge em média 85% dos 
pacientes com EM. Também conhecida como surto-remissão, a Esclerose 
Múltipla Recorrente-Remitente costuma ter seus primeiros sinais por volta dos 
20 anos do paciente. Caracterizada por evoluir em surtos, os sintomas parecem 
surgir do nada e, quando vão embora, podem deixar sequelas que tendem a 
aumentar com o passar dos anos. 
A frequência dos surtos vai aumentando ao longo da vida do paciente, 
mas podem ser controlados com o tratamento correto. 
 
 
 
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Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP) 
 
Os pacientes diagnosticados com EMRR podem permanecer com esta 
variação da doença por anos ou até mesmo décadas, no entanto, pode ocorrer 
a transição para um estado mais agressivo, chamado de Esclerose Múltipla 
Secundária Progressiva. Esta transição costuma acontecer, em média, entre 08 
e 20 anos após o diagnóstico. 
Esta variação da EM é caracterizada pelo surgimento de sintomas cada 
vez mais graves, sem necessariamente passar por um episódio de surto, e está 
associada a um declínio cognitivo mais acentuado. 
 
 
 
 
 
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Esclerose Múltipla Progressiva Primária (EMPP) 
 
Caracterizada por ser diagnosticada em pacientes mais velhos, por volta 
dos 40 anos ou mais, a Esclerose Múltipla Progressiva Primária atinge em média 
15% dos pacientes com EM. 
Sem períodos de surto, os sintomas vão se agravando de forma constante 
desde o início do diagnóstico, e a incapacidade do paciente vai aumentando 
gradualmente. 
 
 
Esclerose Múltipla Progressiva Recorrente (EMPR) 
 
Esta é certamente a variação menos comum da EM. 
Nos casos de Esclerose Múltipla Progressiva Recorrente, os surtos 
ocorrem com certa frequência, mas os sintomas continuam e pioram entre cada 
surto. 
 
 
 
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Diagnostico e tratamento 
 
Pela enorme variedade e desaparecimento espontâneo, em muito casos, 
dos sintomas iniciais, o diagnóstico de um paciente com esclerose múltipla pode 
ser muito difícil. Em geral, os primeiros médicos a serem procurados variam de 
acordo com o sintoma apresentado. Pacientes com visão turva, por exemplo, 
costumam procurar um oftalmologista (oculista). Apenas após diferentes 
sintomas, o paciente é encaminhado para o neurologista. 
Para diagnosticar a Esclerose Múltipla, o exame mais confiável é a 
ressonância magnética de imagem (RMI), que permite identificar a doença ainda 
em seus estágios iniciais. Mas para ser assertivo, é preciso muito mais do que 
isso. 
Para não deixar dúvidas, o neurologista precisa investigar 
detalhadamente o histórico do paciente e realizar outros testes, como: 
 Teste de função neurológica (caminhada, força, reflexos e 
sensibilidade ao toque); 
 Punção lombar para análise do líquido cérebro-espinhal (liquor); 
 Exames de sangue para excluir outras doenças. 
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado 
imediatamente. 
 
 
 
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Infelizmente, ainda não existe cura para a Esclerose Múltipla. Mas ela 
pode ser controlada, permitindo que os pacientes vivam com qualidade por 
muitos anos. 
Por se tratar de uma doença inflamatória que destrói a bainha de mielina, 
com manifestações que vão e voltam, o tratamento tem dois objetivos principais: 
reduzir o número de surtos e o acúmulo da incapacidade. 
Atualmente existem diversos medicamentos que auxiliam no tratamento 
de pacientes com Esclerose Múltipla, conhecidos como Terapias Modificadoras 
da Doença (TMD). Confira as principais TMDs disponíveis no Brasil: 
 Interferon beta 
 Acetato de Glatirâmer 
 Teriflunomida 
 Fumarato de Dimetila 
 Fingolimode 
 Natalizumabe 
 Alentuzumabe 
 Ocrelizumabe 
O tratamento escolhido vai depender principalmente da característica da 
doença, por isso é extremamente importante conversar sempre com o 
neurologista para avaliar a melhor opção. 
Mas o tratamento da Esclerose Múltipla não deve ser feito apenas com 
medicamentos. Associado ao tratamento farmacológico, deve acontecer um 
tratamento complementar que abrange outras necessidades, como: fisioterapia, 
fonoterapia, terapia ocupacional e apoio psicológico. 
 
Acidente vascular cerebral (AVC) 
 
A maioria dos acidentes vasculares cerebrais é isquêmica (geralmente 
devido ao bloqueio de uma artéria), mas alguns acidentes são hemorrágicos 
 
 
 
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(devido à ruptura de uma artéria). O ataque isquêmico transitório assemelha-se 
ao acidente vascular cerebral isquêmico exceto pelo fato de nenhuma lesão 
cerebral permanente ocorrer e os sintomas normalmente resolverem-se em uma 
hora. 
Os sintomas ocorrem subitamente e podem incluir fraqueza muscular, 
paralisia, sensibilidade anormal ou perda de sensibilidade em um lado do corpo, 
dificuldade para falar, confusão, problemas com a visão, tonturas, perda de 
equilíbrio e coordenação, e em um tipo, uma cefaleia súbita e grave. 
O diagnóstico é baseado principalmente nos sintomas, mas exames de 
imagem e de sangue também são feitos. A recuperação após um acidente 
vascular cerebral depende de muitos fatores, tais como localização e quantidade 
dos danos, idade do indivíduo e presença de outras doenças. 
Controlar a hipertensão, os níveis elevados de colesterol e os níveis 
elevados de açúcar no sangue e não fumar ajudam a prevenir acidentes 
vasculares cerebrais. 
O tratamento pode incluir medicamentos para diminuir a probabilidade de 
o sangue coagular ou para quebrar os coágulos e, às vezes, cirurgia ou 
angioplastia. 
 
Um acidente vascular cerebral é considerado uma doença 
cerebrovascularpor afetar o encéfalo (cérebro) e os vasos sanguíneos (vascular) 
que fornecem sangue ao cérebro. 
Em todo o mundo, o acidente vascular cerebral é segunda causa mais 
comum de morte. Nos Estados Unidos, o acidente vascular cerebral é a quinta 
causa mais comum de morte e a causa mais comum de lesão neurológica 
incapacitante em adultos. Nos Estados Unidos, cerca de 795 mil pessoas têm 
um acidente vascular cerebral e cerca de 130 mil morrem a cada ano em razão 
de acidente vascular cerebral. 
 
 
 
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Acidentes vasculares cerebrais são muito mais comuns entre idosos do 
que entre adultos jovens, porque, em geral, os problemas que levam a acidentes 
vasculares cerebrais progridem com a idade. Mais de dois terços de todos os 
acidentes vasculares cerebrais ocorrem em pessoas com mais de 65 anos. O 
acidente vascular cerebral é mais comum entre mulheres do que entre homens, 
e quase 60% das mortes por acidente vascular cerebral ocorrem em mulheres, 
possivelmente porque as mulheres são, em média, mais velhas quando ocorre 
o acidente vascular cerebral. 
Negros, hispânicos, índios americanos e nativos do Alasca têm mais 
probabilidade de sofrer um acidente vascular cerebral do que brancos não 
hispânicos ou asiáticos. O risco de sofrer o primeiro acidente vascular cerebral 
é quase duas vezes mais alto em negros do que em brancos. Os negros também 
têm mais probabilidade de morrer de um acidente vascular cerebral do que os 
brancos. 
 
 
 
 
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Tipos 
 
Há dois tipos principais de acidentes vasculares cerebrais: 
 Acidente vascular cerebral isquêmico 
 Acidente vascular cerebral hemorrágico 
Cerca de 80% dos acidentes vasculares cerebrais são isquêmicos, 
geralmente devido a uma artéria bloqueada, muitas vezes bloqueada por um 
coágulo de sangue. As células cerebrais, assim, privadas de fornecimento de 
sangue, não recebem oxigênio e glicose (carboidrato) suficiente, que são 
transportados pelo sangue. O dano resultante depende de quanto tempo as 
células cerebrais foram privadas de sangue. Se elas são privadas apenas por 
um breve período de tempo, as células cerebrais ficam estressadas, mas podem 
se recuperar. Se as células cerebrais são privadas por mais tempo, as células 
cerebrais morrem, e algumas funções podem ser perdidas, algumas vezes 
permanentemente. O tempo que as células cerebrais levam para morrer após 
serem privadas de sangue varia. Elas morrem depois de apenas alguns minutos 
em algumas áreas do cérebro mas não até mais de 30 minutos ou mais em 
outras áreas. Em alguns casos, após as células cerebrais morrerem, uma área 
diferente do cérebro pode aprender a desempenhar as funções anteriormente 
realizadas pela área danificada. 
Ataques isquêmicos transitórios (AITs), às vezes chamados miniacidentes 
vasculares cerebrais, são muitas vezes um sinal de alerta de um acidente 
vascular cerebral isquêmico iminente. Eles são causados por uma breve 
interrupção do fornecimento de sangue a uma parte do cérebro. Visto que o 
fornecimento de sangue se restabelece rapidamente, o tecido cerebral não 
morre, como acontece, em contrapartida, num acidente vascular cerebral, e a 
função cerebral é rapidamente restabelecida. 
Os outros 20% dos acidentes vasculares cerebrais são hemorrágicos - 
devido ao sangramento dentro do cérebro ou ao redor dele. Neste tipo de 
acidente vascular cerebral, um vaso sanguíneo se rompe, o que interfere no fluxo 
de sangue normal e permite que o sangue vaze para o tecido cerebral ou ao 
 
 
 
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redor do cérebro. O sangue que entra em contato direto com o tecido cerebral 
irrita o tecido e, com o tempo, pode causar a formação de tecido cicatricial, 
algumas vezes levando a convulsões. 
 
Fatores de risco para acidente vascular cerebral 
 
Alguns fatores de risco para acidente vascular cerebral podem ser 
controlados ou modificados até certo ponto, por exemplo, tratando o distúrbio 
que aumenta o risco de acidente vascular cerebral. 
Os principais fatores de risco modificáveis para os dois tipos de acidente 
vascular cerebral são: 
 Níveis altos de colesterol; 
 Hipertensão arterial; 
 Diabetes; 
 Resistência à insulina (resposta inadequada à insulina), que ocorre 
no diabetes tipo 2; 
 Tabagismo; 
 Obesidade, particularmente se o excesso de peso estiver ao redor 
do abdômen; 
 Consumo excessivo de álcool; 
 Falta de atividade física; 
 Dieta pouco saudável (como aquelas que apresentam um teor 
elevado de gorduras saturadas, gorduras trans e calorias); 
 Depressão ou outros tipos de estresse mental; 
 Doenças cardíacas que aumentem o risco de que coágulos 
sanguíneos se formem no coração, se desprendam e se desloquem pelos vasos 
sanguíneos como êmbolos (como em um ataque cardíaco ou em uma arritmia 
cardíaca denominada fibrilação atrial); 
 Endocardite infecciosa (infecção do revestimento do coração e, 
geralmente, das válvulas do coração); 
 
 
 
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 Uso de cocaína ou anfetaminas; 
 Inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite); 
Muitos desses fatores também são fatores de risco para aterosclerose, 
uma causa comum de acidente vascular cerebral isquêmico. Na aterosclerose, 
as artérias sofrem estreitamento ou obstrução por depósitos gordurosos 
irregulares que se formam em suas paredes. 
Distúrbios coagulatórios que resultam em coagulação excessiva 
constituem um fator de risco para acidentes vasculares cerebrais, e distúrbios 
que aumentam hemorragias elevam o risco de acidente vascular cerebral 
hemorrágico. 
A hipertensão arterial é um fator de risco especialmente importante para 
acidente vascular cerebral hemorrágico. 
No caso do acidente vascular cerebral hemorrágico, os fatores de risco 
modificáveis também incluem: 
 Uso de anticoagulantes (medicamentos que inibem a coagulação 
sanguínea); 
 Uma protuberância nas artérias do cérebro (aneurisma cerebral); 
 Uma ligação anormal entre as artérias e as veias (malformações 
arteriovenosas) no interior do crânio; 
A incidência de acidentes vasculares cerebrais diminuiu durante as 
últimas décadas, devido a uma maior conscientização por parte das pessoas da 
importância de controlar a hipertensão arterial e os valores elevados de 
colesterol. O controle desses fatores diminui o risco de aterosclerose. 
Os fatores de risco que não podem ser modificados incluem: 
 Ter sofrido um acidente vascular cerebral anteriormente; 
 Ter mais idade; 
 Ter familiares que sofreram um acidente vascular cerebral; 
 
 
 
 
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Sintomas 
 
Os sintomas de um acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico 
transitório ocorrem de repente. Eles variam dependendo da localização exata da 
obstrução ou sangramento no cérebro ( Quando áreas específicas do cérebro 
são lesionadas). Todas as zonas do cérebro são irrigadas por artérias 
específicas. Por exemplo, se uma artéria que irriga a zona do cérebro que 
controla os movimentos musculares da perna esquerda se encontra obstruída, a 
perna fica fraca ou sofre uma paralisia. Se a zona lesionada é a parte do cérebro 
que se encarrega do tato no braço direito, este membro perde a sensibilidade. 
Sintomas de alerta de acidentes vasculares cerebrais 
 
Visto que o tratamento oportuno do acidente vascular cerebral pode 
ajudar no caso de uma perda da capacidade funcional e da sensibilidade, todas 
as pessoas deveriam conhecer os primeiros sintomas de um acidente vascular 
cerebral. 
 As pessoas que apresentam algum dos seguintes sintomas devem 
procurar o médico imediatamente, mesmo quando o sintoma desaparece 
rapidamente; 
 Súbita fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (por exemplo, 
metade do rosto, um braço ou uma perna, ou um lado inteiro); 
 Súbita perda desensibilidade ou sensibilidade anormal em um lado 
do corpo; 
 Dificuldade súbita em falar, incluindo dificuldade em achar as 
palavras e algumas vezes linguagem ininteligível; 
 Confusão súbita, acompanhada de dificuldade em compreender a 
linguagem e em falar. 
 Obscurecimento súbito, visão turva ou perda da visão, em 
particular em um olho. 
 Tontura súbita ou perda de equilíbrio e coordenação, levando a 
quedas; 
 
 
 
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Um ou mais desses sintomas estão tipicamente presentes nos acidentes 
vasculares cerebrais hemorrágicos e isquêmicos. Os sintomas de um ataque 
isquêmico transitório são iguais, mas geralmente desaparecem em poucos 
minutos e, raramente, duram mais de uma hora. 
Os sintomas de um acidente vascular cerebral hemorrágico podem 
também incluir o seguinte: 
 Forte cefaleia súbita 
 Náusea e vômito 
 Perda de consciência temporária ou persistente 
 Hipertensão arterial 
 
Efeitos do acidente vascular cerebral 
 
Na maioria das pessoas que sofreram um 
acidente vascular cerebral isquêmico, a perda da 
capacidade funcional decorrente dele costuma 
atingir o seu ponto máximo imediatamente após a 
ocorrência do acidente vascular cerebral. No 
entanto, em cerca de 15 ou 20% dos casos, o 
acidente vascular cerebral é progressivo, de forma 
que a perda máxima da capacidade funcional só se 
verifica ao fim de um ou dois dias. Esse tipo de 
acidente vascular cerebral é chamado um acidente 
vascular cerebral em evolução. Nas pessoas que 
sofreram um acidente vascular cerebral 
hemorrágico, a perda da capacidade funcional 
costuma ocorrer de forma progressiva durante 
minutos ou horas. 
Com o passar de dias ou meses, a pessoa recupera, em geral, parte da 
capacidade funcional, ainda que algumas células cerebrais tenham morrido, 
 
 
 
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outras apenas se encontram lesionadas, podendo se recuperar. Além disso, 
existem determinadas zonas do cérebro que compensam, por vezes, as funções 
desempenhadas anteriormente pela zona lesionada, característica denominada 
plasticidade. No entanto, os efeitos iniciais de um acidente vascular cerebral, 
incluindo a paralisia, podem ser permanentes. Músculos que não são 
frequentemente usados tornam-se permanentemente espásticos e rígidos, 
verificando-se a ocorrência de espasmos musculares dolorosos. A dificuldade 
para andar, engolir, expressar-se com clareza e realizar as atividades cotidianas 
pode persistir. Podem persistir, igualmente, os problemas de memória, 
raciocínio, atenção ou aprendizagem. Depressão, deficiências na audição ou 
visão ou vertigem podem ser problemas persistentes. O controle da função do 
intestino ou da bexiga pode ser afetado de forma permanente. 
 
Tratamento 
 
 Se necessário, medidas de apoio às funções vitais, como a 
respiração; 
 Diversos medicamentos, angiografia ou cirurgia; 
 Reabilitação; 
 Tratamento de problemas após um acidente vascular cerebral; 
Qualquer pessoa com sintomas de um acidente vascular cerebral deve 
procurar atendimento médico imediatamente. Quanto mais cedo o tratamento, 
melhores as chances de recuperação. Por isso, os prontos-socorros e hospitais 
estão desenvolvendo continuamente novas e melhores formas de tratar pessoas 
que tiverem sofrido um acidente vascular cerebral o mais rapidamente possível 
depois do início dos sintomas. 
Os médicos verificam os sinais vitais da pessoa, como frequência 
cardíaca, respiração, temperatura e pressão arterial, para se certificar de que 
estejam dentro do normal. Se eles não estiverem, as medidas para corrigi-los 
são tomadas imediatamente. Por exemplo, se a pessoa está em coma ou não 
 
 
 
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responde (como pode resultar de herniação cerebral), ventilação mecânica (com 
um tubo de respiração inserido pela boca ou nariz) pode ser necessário para 
ajudar a respirar. Se os sintomas sugerirem que a pressão no interior do crânio 
é alta, poderão ser administrados medicamentos para reduzir o inchaço no 
cérebro e poderá ser colocado um monitor no cérebro para medir periodicamente 
a sua pressão. 
Outros tratamentos utilizados durante as primeiras horas e primeiros dias 
dependem do tipo de acidente vascular cerebral. 
O tratamento de acidentes vasculares cerebrais isquêmicos pode incluir: 
 Medicamentos (tais como medicamentos antiplaquetários, 
anticoagulantes, medicamentos para quebrar os coágulos e medicamentos para 
controlar a hipertensão); 
 Inserção de um tubo fino e flexível (cateter) numa artéria, 
geralmente na virilha, e depois através da aorta até uma artéria do pescoço; 
 Injeção de um medicamento através de um cateter para dissolver 
o coágulo (trombólise intra-arterial); 
 Uso de instrumentos deslizados através do cateter para retirar um 
coágulo (trombectomia mecânica); 
 Cirurgia (endarterectomia) para retirar depósitos de gordura que 
estejam obstruindo o fluxo sanguíneo em uma artéria do pescoço; 
O tratamento de acidente vascular cerebral hemorrágico pode incluir: 
 Se necessário, tratamentos que ajudem o sangue a coagular, como 
vitamina K e transfusões de plasma fresco congelado ou de plaquetas; 
 Se a pressão arterial estiver muito elevada, medicamentos para 
controlá-la. 
 Ocasionalmente, cirurgia para retirar grandes áreas de sangue 
acumulado ou colocação de um dreno para aliviar o aumento da pressão no 
crânio. 
 Inserção de pequenas espirais ou stents através de um cateter até 
a área afetada para tratar uma ruptura de aneurisma cerebral (a causa mais 
 
 
 
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comum de hemorragia subaracnoidea, um tipo de acidente vascular cerebral 
hemorrágico). 
O foco dos tratamentos posteriores e contínuos é: 
 Prevenir acidentes vasculares cerebrais posteriores. 
 Prevenir e tratar os problemas que os acidentes vasculares 
cerebrais podem causar. 
 Ajudar as pessoas a recuperar o máximo de suas funções possível 
(reabilitação). 
 
Reabilitação 
 
A reabilitação intensiva após um acidente vascular cerebral pode ajudar 
muitas pessoas a superar deficiências. Exercícios e treinamento de reabilitação 
incentivam áreas não afetadas do cérebro para aprender a executar funções que 
eram feitas pela área danificada. Além disso, as pessoas aprendem novas 
maneiras de usar os músculos afetados pelo acidente vascular cerebral para 
compensar as perdas na capacidade funcional. 
Os objetivos da reabilitação são os seguintes: 
 Recuperar o máximo possível da capacidade funcional de realizar 
atividades diárias. 
 Manter e melhorar a condição física e melhorar a caminhada. 
 Ajudar as pessoas a reaprender antigas habilidades e aprender 
novas, conforme necessário. 
O êxito depende da zona do cérebro que foi lesionada e do estado físico 
geral do indivíduo, das capacidades cognitivas e funcionais antes do acidente 
vascular cerebral, da situação social, da capacidade de aprendizagem e da 
atitude. A paciência e a perseverança são fundamentais. Participar ativamente 
do programa de reabilitação pode ajudar as pessoas a evitar a depressão ou 
diminuí-la. 
 
 
 
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A reabilitação tem início no hospital, assim que a pessoa se encontra bem 
fisicamente, normalmente no dia seguinte à internação ou após 1 ou 2 dias. 
Movimentar os membros afetados é uma parte importante da reabilitação. 
Movimentar regularmente os membros ajuda a prevenir o encurtamento e a 
contração dos músculos. Também ajuda a manter o tônus e a resistência dos 
músculos. Quando as pessoas não conseguem mover os músculos por si, um 
terapeuta movimenta os membros por elas. As pessoas são incentivadas a 
praticar outras atividades, por exemplo, mexer-se na cama, virar-se, mudar de 
posição e se sentar. 
Alguns problemas decorrentes de acidente vascular cerebral precisam de 
terapias específicas, por exemplo, ajudara caminhar (treinamento de marcha ou 
deslocamento), melhorar a coordenação e o equilíbrio, reduzir a espasticidade 
(contração muscular involuntária) ou compensar os problemas de visão ou fala. 
Depois de a pessoa sair do hospital, a reabilitação pode ter continuidade 
de forma ambulatorial, num centro de assistência médica, num centro de 
reabilitação ou em casa. Os fisioterapeutas e os terapeutas ocupacionais podem 
sugerir maneiras de facilitar a vida e a segurança da pessoa incapacitada em 
casa. 
Os familiares e amigos poderão dar sua contribuição no processo de 
reabilitação, estando informados dos efeitos que um acidente vascular cerebral 
pode provocar, para poderem compreender a pessoa e apoiá-la melhor. Grupos 
de apoio podem oferecer motivação emocional e aconselhamento prático para 
pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral e para aqueles que cuidam 
dessas pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Epilepsia 
 
 
É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, 
que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante 
alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que 
podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise 
será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, 
generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos 
evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos 
importância se a crise for menos aparente. 
 
Sintomas 
 
Em crises de ausência, a pessoa apenas apresenta-se “desligada” por 
alguns instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises 
parciais simples, o paciente experimenta sensações estranhas, como distorções 
de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. Ele pode 
sentir um medo repentino, um desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira 
diferente. 
 
 
 
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Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial 
complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se 
confusa e ter déficits de memória. Tranqüilize-a e leve-a para casa se achar 
necessário. Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência 
e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e 
contraem-se. Existem, ainda, vários outros tipos de crises. Quando elas duram 
mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, 
podendo prejudicar as funções cerebrais. 
 
Causas 
 
Muitas vezes, a causa é desconhecida, mas pode ter origem em 
ferimentos sofridos na cabeça, recentemente ou não. Traumas na hora do parto, 
abusos de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas também 
facilitam o aparecimento da epilepsia. 
 
 Diagnóstico 
 
Exames como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem são 
ferramentas que auxiliam no diagnóstico. O histórico clínico do paciente, porém, 
é muito importante, já que exames normais não excluem a possibilidade de a 
pessoa ser epiléptica. Se o paciente não se lembra das crises, a pessoa que as 
presencia torna-se uma testemunha útil na investigação do tipo de epilepsia em 
questão e, consequentemente, na busca do tratamento adequado. 
 
Tratamento 
Em geral, se a pessoa passa anos sem ter crises e sem medicação, pode 
ser considerada curada. O principal, entretanto, é procurar auxílio o quanto 
antes, a fim de receber o tratamento adequado. Foi-se o tempo que epilepsia era 
 
 
 
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sinônimo de Gardenal, apesar de tal medicação ainda ser utilizada em certos 
pacientes. As drogas antiepilépticas são eficazes na maioria dos casos, e os 
efeitos colaterais têm sido diminuídos. Muitas pessoas que têm epilepsia levam 
vida normal, inclusive destacando-se na sua carreira profissional. 
Existe uma dieta especial, hipercalórica, rica em lipídios, que é utilizada 
geralmente em crianças e deve ser muito bem orientada por um profissional 
competente. Em determinados casos, a cirurgia é uma alternativa. 
 
Recomendações 
 
Não ingerir bebidas alcoólicas, não passar noites em claro, ter uma dieta 
balanceada, evitar uma vida estressada demais. 
 
Crises 
 
Se a crise durar menos de 5 minutos e você souber que a pessoa é 
epiléptica, não é necessário chamar um médico. Acomode-a, afrouxe suas 
roupas (gravatas, botões apertados), coloque um travesseiro sob sua cabeça e 
espere o episódio passar. Mulheres grávidas e diabéticos merecem maiores 
cuidados. Depois da crise, lembre-se que a pessoa pode ficar confusa: acalme-
a ou leve-a para casa. 
 
 
 
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