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Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Toledo Djerly Alcântara Simonetti Disciplina: Didática da Matemática I Estudando a Transposição Didática Muitos dos estudos já realizados passam por transformações. A Educação Matemática vem sendo repensada ao longo de sua evolução. As escolas influenciadas por essa evolução precisam ser compreendidas por seus educadores, no que tange ao saber. Portanto, abordar-se-á no presente texto questões pertinentes a noção de transposição didática, proposta por Chevallard. Ao pensar em transposição e sala de aula, se faz plausível recorrermos a noção do saber associado, e por consequência como se dá a sintetização desse saber através da transposição. Assim, qual a influência da transposição didática na aprendizagem de matemática? Antes mesmo de pensarmos na indagação abordada, vejamos a acepção de saber e conhecimento. Saber “... quase sempre, caracterizado por ser relativamente descontextualizado, despersonalizado e mais associado a um contexto científico histórico e cultural.” (MACHADO, 2008, p. 12), sendo que conhecimento “diz respeito ao contexto mais individual e subjetivo, revelando aspectos com os quais o sujeito tem uma experiência mais direta e pessoal.” (MACHADO, 2008, p. 12). O pesquisador Brousseau enfatiza que a utilidade do conhecimento, bem como a experimentação são mais envolventes para o sujeito. Aspectos didáticos da sala de aula bem como o saber escolar são influenciados pelo saber científico. De acordo com Machado (2008) o conjunto das fontes que direcionam a seleção de conteúdo é nomeada por Chevallard por noosfera, “resume não só a determinação dos conteúdos, como também influencia a estruturação dos valores, dos objetivos e dos métodos que conduzem a prática de ensino” (MACHADO, 2008, p. 16). Eu acrescentaria que noosfera é o “sistema didático e o ambiente social e cultural” (D’AMORE, 2007, p. 223). Um exemplo de transposição didática é o conceito de distância. Desde quando Euclides se faz presente nos estudos de geometria estuda-se a noção de distância entre dois pontos, e em 1906 essa noção foi generalizada com intuito de trabalhar nos espaços de funções. Assim, as escolas começaram a abordar essa noção com uma nova perspectiva (PAIS, 2008). Nesse conjunto de conceitos há o saber científico, o saber a ensinar e o saber ensinado. Sendo que entende-se por saber científico o saber produzido em universidades, e o saber a ensinar podemos dizer que contempla um repensar do educador, pois exige que se modifique a estrutura didática para que o aluno tenha condições de aprender o saber científico. O saber ensinado condiz com os conteúdos trabalhados. Nessa perspectiva, é fundamental que ocorra uma vigilância didática, ou seja, buscar sempre um olhar atento para a educação. Na sala de aula o educador precisa buscar que o saber científico se faça presente, contudo, que seja abordado em uma transposição. Do mesmo modo precisa-se de cautela ao pensar na aprendizagem em matemática. É perceptível que o tempo é uma variável a ser estudada, pois na sala nos confrontamos com o tempo didático e o tempo de aprendizagem. Tempo didático “aquele marcado nos programas escolares e nos livros didáticos em cumprimento a uma exigência legal” (PAIS, 2008, p. 24) e tempo de aprendizagem “está mais vinculado com as rupturas e os conflitos do conhecimento, exigindo uma permanente reorganização de informações e que caracteriza toda a complexidade do ato de aprender” (PAIS, 2008, p. 25). D’Amore (2007) pondera que “do ponto de vista do professor, em construir suas próprias aulas retirando da fonte os saberes, lavando em conta as orientações fornecidas pelas instruções e pelos programas (saber a ensinar), para adaptá-los a própria classe” (D’AMORE, 2007, p. 226) é o que constitui a transposição didática. Referências D’AMORE, B. Elementos de didática da matemática. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2007. MACHADO, S. D. A. et al. Educação Matemática: uma (nova) introdução. – 3ª ed. São Paulo: EDUC, 2012.<http://books.google.com.br/books?id=09ixcD1VLGQC&prin tsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r#v=onepage&q&f=false> Data de acesso: 19 de jun. 2013. PAIS, L. C. Didática da Matemática; uma análise da influência francesa. – 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. – (Coleção Tendências em Educação Matemática).
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