Gestao 2016.2

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Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Ciências e Tecnologia
Professor: Milton Bezerra
Disciplina: Gestão de Obras da Construção Civil
Grupo: Carla Tatyanne Farias Araújo
Dimas
José Edson
Ulysses
Planejamento do Canteiro de Obras e Qualidade na Construção
Introdução
Embora seja reconhecido que o planejamento de uma obra, assim como também o planejamento do canteiro de obras, desempenha um papel fundamental na eficiência das operações, cumprimento de prazos, custos e qualidade da construção, os gerentes geralmente aprendem a realizar tal atividade somente através da tentativa e erro, onde através da vivencia conclui-se que raramente existe um método definido para o planejamento do canteiro e controle de qualidade, observando que os planos eram elaborados com base na experiência, no senso comum e na adaptação de projetos passados para as situações atuais, refletindo bem diretamente na questão da qualidade da construção. Considerando a necessidade de que o planejamento de canteiro siga procedimentos estruturados e que a qualidade geral da obra, durante e depois de sua execução sejam eficazes e satisfatórios, o presente trabalho apresenta um método para o planejamento de canteiros de obra e direcionamentos para o controle da qualidade da construção, incluindo diretrizes para a execução de cada uma das etapas do processo de planejamento de forma breve e objetiva. 
Objetivos
• Objetivos Gerais
Elencar de forma simples e objetiva, informações, técnicas e diretrizes para o planejamento do canteiro de obra e o controle da qualidade da construção. 
• Objetivos Específicos
- Explanar informações sobre o planejamento para a execução de uma obra;
- Mostrar princípios básicos para o arranjo de um canteiro de obras bem como técnicas usuais e modernas para o arranjo do canteiro de obras;
- Descrever alguns tipos de modelos de arranjos do canteiro de obras;
- Conceituar qualidade, englobando questões de gestão, sistema, controle e garantia da mesma;
- Relacionar produtividade e qualidade, bem como custos referentes a qualidade e a não-qualidade e;
- Explicar de forma geral o controle da qualidade em algumas fases da construção.
1.0 Qualidade na Construção
“ Se você não consegue descrever o que está fazendo como um processo, você não sabe o que está fazendo” (William Edwards Deming)
“Os conceitos de controle e melhoria são sempre confundidos, isso porque controle de qualidade e melhoria são inseparáveis” ( Kaoru Ishikawa)
“Qualidade é de graça. As coisas sem qualidade é que custam dinheiro” ( Philip Crosby)
1.1 Introdução
• O gerenciamento de um projeto tem por objetivo executá-lo de modo a que sejam atingidos os padrões de prazo, custo e qualidade previamente estabelecidos.
• Grande tem sido a ênfase dada ao acompanhamento de prazos e de custos no gerenciamento de projetos e obras, sendo que a qualidade, até aqui, só tem sido verificada quando a alguns dos insumos – materiais constituídos por produtos acabados e semi-acabados – e, muitas vezes, com lastro em especificações deficientes.
• Pouca ou nenhuma atenção tem sido dada a qualidade do produto acabado, ou seja, da obra construída. A atitude tem sido, ate o presente, de extremo imediatismo, não levando em consideração o consumidor ou o usuário do produto.
• Porem, o mundo moderno, transformado em aldeia global, pela difusão acelerada da informação pelos meios de comunicação e por força do intercâmbio entre as nações, faz com que os padrões de qualidade sejam cada vez mais difundidos e passem a ser aspiração de um numero crescente de cidadão. 
1.2 Conceito de qualidade
• Almejada por todos, a qualidade varia de acordo com as aspirações de cada um, sendo por isso, difícil defini-la.
• A qualidade é a “totalidade das características de um produto ou serviço que permitam satisfazer as necessidades requeridas”, segundo a Organização Europeia para Controle da Qualidade.
• O significado de qualidade carrega consigo uma conotação pessoal muito ampla dependendo primordialmente de quem a define e, além disso, sofre influencias de cunho cultural, psicológica, social e econômica. 
• Destaca ser a qualidade algo que todos intimamente desejam e que, em função disso, “qualidade tem muita com em comum com sexo:
1.3 Gestão, sistema, controle e garantia da qualidade
• Mais difícil do que definir qualidade é quantificar o seu grau. Além de se criar critérios para mensurar seu grau, é preciso gerencia-la, dentro do principio de que nada vale planejar os atributos de qualidade que um produto deva ter, sem controlá-lo. 
• Modernamente a gestão da qualidade já se incorpora à rotina de uma serie de empresas, dos mais variados ramos industriais. No Brasil, na indústria da construção, as iniciativas nesse sentido ainda são tênues e decorrem, quase sempre, de imposição contratual.
• Um sistema de qualidade de uma empresa compreende uma estrutura organizacional apropriada da para a implementação de uma gestão da qualidade, bem como a definição de responsabilidades dos integrantes dessa estrutura em relação as diferentes atividades que desempenham no processo de produção. Exige ainda, a elaboração e aplicação de procedimentos e a destinação de recursos para a implementação de uma gestão da qualidade. 
• Para implantar um sistema de qualidade, é preciso estabelecer uma politica de qualidade, definida como o estabelecimento de intenções de objetivos gerais de uma organização em relação à qualidade, expressas e encampadas de forma decisiva pela alta administração. Uma politica de qualidade pode ser implantada tomando-se por base 14 princípios estabelecidos por DEMING [32], que rezam: 
1- Estabelecerconstância de propósitos com melhoria contínua da qualidade, bem como planos para desenvolvimento e permanência nos negócios;
2- Não aceitar como inevitáveisatrasos, erros, materiais e mão-de-obra defeituosos;
3- Nãodepender da inspeção em massa;
4- Nãoselecionar fornecedores apenas pelo menor preço
5-Encontrar os problemas e descobrir as causas;
6- Adotarmétodos modernos de treinamento no trabalho;
7- Adotar métodos modernos de supervisão;
8- Afastaro medo e favorecer o trabalho eficiente;
9- Eliminar barreirasinterdeparmentais;
10- Eliminar metasnuméricas, cartazes e rótulos pedindo maiores níveis de produtividade, indicando métodos e ideias para isso;
11- Eliminar padrões de trabalhos derivados de metas numéricas;
12- Educar e treinartodos os empregados, eliminando barreiras e fazendo com que as pessoas se orgulhem do seu trabalho;
13- Reciclar opessoal, proporcionando novos conhecimentos e técnicas;
14- Criarna alta administração uma estrutura que garanta cotidianamente a aplicação dos 13 pontos anteriores.
Definidos o sistema e a politica de qualidade, a empresa passa a exercer a gestão da qualidade, gerenciando e implementando essa politica e aplicando-a ao sistema estabelecido
Estabelece-se, assim, na empresa, o controle da qualidade, com a aplicação de técnicas e atividades operacionais que objetivam satisfazer os requisitos da qualidade.
Dessa forma, a empresa passará a ter condições de oferecer o seu produto com a marca da garantia da qualidade, resultante das ações planejadas e sistemáticas necessárias para prover a confiança adequada de um produto, processo ou serviço. 
• A garantia da qualidade na construção envolve uma série de vertentes que a tornam altamente complexa, conforme mostrada na figura abaixo, para a fase de construção de um projeto. 
1.4 Produtividade e Qualidade
• Uma gestão da qualidade resulta obrigatoriamente em melhoria de produtividade, visto que a mão-de-obra terá de ser treinada para realizar as tarefas com maior eficiência, e cada integrante da equipe de trabalho terá melhor definida sua função no sistema de produção levando a conscientizar-se do papel que desempenha nesse sistema, dessa forma, diminuem as perdas por operações inadequadas e o desperdício decorrente da falta de treinamento da mão-de-obra. 
• No Brasil, muitas empresas ainda não aderiram a um
sistema de garantia de qualidade. Apesar da área habitacional ter a maior demanda no setor da construção civil, o consumidor de habitação não tem consciência dos seus direitos: vende-se qualquer coisa (e ele compra, pois não tem alternativa), independente da qualidade da tão sonhada casa própria. 
• A politica no setor habitacional é altamente instável, indefinida mesmo, dificultando o planejamento e investimento de médio e longo prazos indispensáveis à implantação de um sistema de garantia de qualidade. Cria-se, assim, um circulo vicioso que precisa ser rompido com medidas eficazes de integração de todos os envolvidos. 
• Por essas razões, a construção civil é e continuará sendo o maior sorvedouro de mão-de-obra não qualificada, de baixíssima produtividade e que não evolui (quadro abaixo), formando um contingente de miseráveis atingidos em primeiro lugar ao menor sinal de crise. A menos que se estabeleça um plano plurianual de obras e se deem educação e treinamento à massa de operários não qualificados.
Evoluçãoda produtividade média, nos últimos 15 anos, na construção civil.
Europa
50%
Estados Unidos
50%
Japão
170%
Brasil
0%
Quadro X: Evolução da produtividade média na construção civil.
Fonte: O Edifício Balança mas Cresce, Brasil em Exame, SP 1989.
O empresário da construção não investe em mão-de-obra, pois não tem uma definição de horizonte médio e longo prazos na economia e, em função da própria economia, nenhuma perspectiva de continuidade de contratos para a execução de obras. Trabalha com mão de obra barata e abundante, mas em compensação de baixa produtividade e alto índice de desperdício. 
1.5 Custos da qualidade e da não qualidade
•A qualidade tem um elevado custo de implantação, custo esse que é recuperado, porém, ao longo de sua operacionalização. São quatro as categorias de custo da qualidade. 
1.6 Abrangência da qualidade na construção
• A qualidade abrange todas as fases de um projeto, desde a sua implementação até, e principalmente a fase de utilização. 
• Três aspectos são fundamentais para a qualidade na construção:
• A qualidade da fase de engenharização, ou qualidade de projeto, refere-se ao uso de procedimentos e normas, de forma que a engenharização e o projeto de execução sejam elaborados de acordo com os padrões estabelecidos por entidades normativas, associações profissionais e industriais e a legislação federal, estadual e municipal pertinente.
• A garantia da qualidade, apesar de não ter ate o presente uma definição padronizada, engloba todas as ações necessárias e a aplicação de normas e procedimentos para garantir que um determinado produto ou uma obra construída atende ou ultrapassa critérios preestabelecidos de desempenho.
A qualidade na fase de engenharização
O controle de qualidade em todas as fases
A garantia da qualidade da obra construída. 
Conclusão
É de suma importância que a construção seja toda planejada, por menor que seja, onde é preferível e viável que, para evitar prejuízos a curto e longo prazo, se faça o planejamento, investimento em mão-de-obra boa e acompanhamento durante e depois a execução, para garantir a excelência na qualidade da obra, gerando assim satisfação e conforto aos clientes, pois a qualidade na construção, não só na fase de desenvolvimento, assim como a obra já concluída, é o cartão postal para outros clientes, gerando assim um maior reconhecimento do construtor e do engenheiro gestor. 
Questões