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ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS.
PROCESSO Nº: 12345678910
AMÉLIA OLIVEIRA, devidamente qualificada nos autos da Ação de indenização que lhe move ROSA DA SILVA, vem à presença de V. Exa., por seu procurador que esta subscreve, opor a presente ARGUIÇÃO DE SUSPEIÇÃO pelos fundamentos que a seguir expõe:
A exceção está calcada na amizade íntima entre o Dr. Magistrado Silvio Amaro e a Requerente Rosa da Silva.
O Dr. Juiz e a Requerente são vizinhos e frequentam mutuamente suas residências. Aliás, promoveram, recentemente, uma festividade em conjunto, conforme fotos postadas nas redes sociais, que ora se anexam.
Com efeito, o grau de amizade em questão impede, data vênia, a atuação do Dr. Magistrado na presente demanda. É o que dispõe o artigo 145, inciso I, do Código de Processo Civil vigente, vejamos:
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
Ademais, o Código de Processo Civil trata do princípio da imparcialidade estabelecido em seu artigo 139, de forma que não há possibilidade de tratamento imparcial na presente demanda.
Em sede de doutrina, Humberto Theodoro preceitua acerca da suspeição, “é imprescindível à lisura e prestígio das decisões judiciais a inexistência da menor dúvida sobre os motivos de ordem pessoal que possam influir no ânimo do julgador”. 
Portanto, não deve ser violado o princípio da imparcialidade por motivos pessoais do julgador, o que possibilita que sua decisão possa ser tendenciosa e ocasione dúvidas. Para que isso não ocorra existem os institutos jurídicos do impedimento e da suspeição.
Não bastasse todos os atos normativos bem como a doutrina passamos a análise da jurisprudência:
TJ-PI - Exceção de Suspeição EXSUSP 00029421320128180000 PI 201200010029429 (TJ-PI) Data de publicação: 18/07/2014
Ementa: EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. AMIZADE ÍNTIMA DEMONSTRADA (ART. 135 , I , DO CPC ). TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO POR TELEFONE. PRESENÇA DE APENAS UMA DAS PARTES ACOMPANHADA DE ADVOGADO. ACORDO FRUSTRADO. NOMEAÇÃO DO DEVEDOR COMO DEPOSITÁRIO DO BEM APREENDIDO. PARCIALIDADE DO MAGISTRADO CONFIGURADA. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. NULIDADE DOS ATOS DECISÓRIOS. PROCEDENTE. 1. No caso, depois de determinada a busca e apreensão do veículo, o Juiz Requerido, acatando a solicitação pessoal e verbal da parte Ré/Devedora, confessa que, através de um mero telefonema, tentou viabilizar, informalmente, um “acordo” com o Advogado do Banco credor a fim de liberar o veículo outrora apreendido por força de ordem judicial por ele mesmo emitida. Admite, ainda, que, em razão, tão só, do insucesso do procedimento dito “conciliatório”, nomeou “o próprio requerido depositário do bem.”. 2. Assim, revela-se, no mínimo, contraditório o ato praticado pelo Excepto, pois, apesar de afirmar que não deferiria contra um grande amigo ordem liminar de busca e apreensão, nomeou o Réu/devedor depositário do bem que houvera apreendido, mediante uma solicitação verbal, após a incontroversa frustração de um “acordo” informalmente formulado. 3. Essa conduta processual tendenciosa adotada pelo Excepto em favor da parte Ré/devedora, provocando inequívoca dúvida acerca dos motivos de ordem pessoal que efetivamente influenciaram na sua decisão, deve ser prontamente recusada, eis que macula a necessária imparcialidade do juiz, pressuposto processual subjetivo. 4. A dita parcialidade se constata não só pelo fato de o Juiz Excepto haver tentado realizar um acordo sem a presença de ambas as partes no momento da supramencionada “conciliação”, mas, principalmente, em razão da nomeação do Réu/devedor depositário do bem anteriormente apreendido judicialmente, sob o simplório fundamento de que aquela, concessa venia, viciada tentativa de “acordo”, restou frustrada, causando.
Diante o exposto, pede-se que a arguição seja acolhida para se declarar a suspeição do D. Magistrado, caso este já não tenha se declarado suspeito. 
Entendendo Vossa Excelência pelo não reconhecimento da suspeição, requer a remessa dos autos ao Tribunal de justiça do Estado do Rio Grande do Sul, para o Julgamento do incidente processual que se formará. 
Requer, também, caso isto ocorra, provar o alegado através de testemunhas conforme rol abaixo:
Romeu 
Julieta
		Nestes termos em que, Pede deferimento.
		Porto Alegre/RS, 18 de Novembro de 2016
			 Nelson Nery 
			 OAB/RS 1.250

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