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01 Princípios e Características do Direito Penal 1

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Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
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AEPCON Concursos Públicos 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
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Sumário 
 
 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
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AEPCON Concursos Públicos 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
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PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL 
1.PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 1.1 Princípio da reserva legal. 
De acordo com esse princípio, também chamado de princípio da legalidade, o Estado não 
pode responsabilizar uma pessoa por ação não prevista em lei como crime. Ele é um princípio que 
controla o poder punitivo estatal e impede a sua arbitrariedade e o excesso do poder punitivo. 
Previsão legal: Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
Ex.: O indivíduo "A" olha para uma certa mulher, com o objetivo de contemplar a sua beleza. Tal 
ato deixa o namorado da moça com raiva. Contudo, não há crime algum, pois, cobiçar a mulher 
do próximo não é crime. Porém, se esse mesmo homem não apenas olha, mas passa a mão nos 
seios da mulher, nesse caso, a sua ação está configurada como contravenção penal de 
importunação ofensiva ao pudor. Nessa situação, esse homem poderá sofrer uma sanção penal, 
visto que o seu ato está tipificado na norma. 
Então, porque uma certa conduta é considerada crime ou contravenção penal? Porque há uma 
norma que descreve a conduta, por exemplo, o Código Penal. 
Além disso, em decorrência desse princípio, a lei penal não pode ser vaga e indeterminada. 
1.2 Princípio da anterioridade. 
A lei deve estar em vigor no momento em que a conduta delitiva é praticada. 
Previsão legal: art. 1. °, CP, ou seja, a mesma do princípio da reserva legal. 
Ex.: Em 2002, João era chefe de uma empresa e contratou uma nova secretária, Ana. No seu 
primeiro dia de trabalho, Ana é abordada pelo novo chefe, que fala que todas as suas ex-secretárias 
saíam para jantar com ele e depois iam a um motel. Com isso, João diz que Ana, para provar o seu 
comprometimento com o trabalho, deve sair com o mesmo. 
Nesse caso, João cometeu algum crime? Não, pois assédio sexual só se tornou crime em 2005. 
Com isso, João não cometeu crime algum. 
NOTE! Qual a diferencia entre os princípios da reserva legal e da legalidade? Parte da 
doutrina considera que o princípio da reserva legal é o mesmo que o princípio da legalidade. 
Outros autores entendem que o princípio da reserva legal decorre do princípio da legalidade, ou 
seja, algumas matérias só podem ser disciplinadas por lei, em sentido formal, não admitindo, por 
exemplo, medida provisória. 
Referido princípio aplica-se também em relação às contravenções penais e às medidas de 
segurança. 
1.3 Princípio da irretroatividade da lei penal mais maléfica. 
 A lei penal nova jamais poderá retroagir para prejudicar a pessoa, ou seja, toda lei penal, 
quando for mais maléfica, nunca vai retroagir. 
 A irretroatividade da lei penal mais maléfica não se restringe às penas, mas a qualquer norma 
de natureza penal. 
Previsão legal: art. 2. ° do CP - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
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Públicos 
Ex.: A Lei dos Crime Hediondos foi criada em 1990. Aconteceu um fato em 1989. A Lei dos 
Crimes Hediondos pode retroagir? Não, pois quem cometeu o crime antes não sofrerá os rigores 
de lei posterior. 
1.4 Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica. 
Nos termos do inc. XL, do art. 5.º, da CF/88, a lei penal somente retroagirá para beneficiar o réu. 
No mesmo sentido, dispõe o art. 2.º do Código Penal. 
Toda vez que surge uma nova lei penal e essa nova lei é mais benéfica para a pessoa que 
cometeu um crime, essa nova lei penal retroage. Isto é, se a nova lei beneficia o criminoso de 
alguma forma, ela será aplicada no lugar da antiga lei, mesmo o fato tendo ocorrido antes da sua 
publicação. 
Ex.: Em 2001, Carlos praticou o crime de adultério e está respondendo a uma ação penal. 
Entretanto, em 2005, devido à nova lei penal que alterou o Código Penal, tal crime foi extinto. 
Nesse caso, como Carlos ainda não foi condenando, será extinta a punibilidade e, se ele já tivesse 
sido condenado, seria extinta a pena. 
Com isso, verifica-se que toda lei penal mais benéfica retroage para beneficiar o acusado, réu 
ou condenado. 
NOTE! Importante não misturar as normas penais com as normas de natureza processual. As 
normas processuais não se submetem ao princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica, 
por expressa disposição do art. 2.º, do CPP. A lei processual é aplicada imediatamente, não 
interessando se é mais benéfica ou mais maléfica. 
 
1.5 Princípio da culpabilidade. 
Somente há crime se o agente agiu com dolo ou culpa. Nesse tocante, não é aceito o princípio 
da responsabilidade penal objetiva, que responsabiliza o autor da ação apenas com base na relação 
entre a sua ação e o resultado, pois o agente pode ser o causador da ação, mas nem sempre age 
com dolo ou culpa. 
Esse princípio, da culpabilidade, significa responsabilidade penal subjetiva, havendo a 
necessidade de se comprovar dolo ou culpa do agente. É proibida a responsabilidade objetiva 
baseada na simples relação causal entre a conduta e o resultado. 
Ex.: Lucas dirige veículo automóvel, seguindo todas as normas do Código de Trânsito Brasileiro 
(CTB). De repente, surge um bêbado e atravessa a pista. Lucas, que não conseguiu desviar a 
tempo, atropela e mata o indivíduo. Então, questiona-se, quem causou a morte do bêbado? Lucas. 
Todavia, Lucas não agiu com dolo ou culpa, pois não tinha a intenção de matar e nem atuou com 
negligência, imprudência ou imperícia. Desse modo, não houve crime. 
 
1.6 Princípio da dignidade da pessoa humana. 
A dignidade humana é o alicerce do Estado Democrático de Direito, por isso, a pessoa deve 
ser tratada pelo Estado, no momento da aplicação da tutela penal, de forma digna. 
Está prevista no inc. III, do art. 1.°, da CF/88, art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
III - a dignidade da pessoa humana; 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com 
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
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AEPCON Concursos 
PúblicosDesse modo, ele é o princípio vetor do Estado Democrático de Direito e representa o ponto 
de convergência de todos os outros princípios. 
1.7 Princípio da humanidade (ou da humanização das penas). 
O princípio da humanização das penas impede que o direito de punir do Estado atinja a 
dignidade da pessoa humana. Esse princípio veda que, na aplicação do Direito Penal, haja qualquer 
lesão à dignidade da pessoa humana. Esse princípio está intimamente ligado ao da dignidade da 
pessoa humana. 
A pena aplicada não pode ofender a dignidade humana. Desta forma, no inc. XLVII, do art. 5. °, 
da CF/88, são proibidas as penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, inciso XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis. 
ATENÇÃO! Há uma exceção desse princípio no Direito Penal Brasileiro. A pena de morte no 
Brasil só é possível em caso de guerra declarada, conforme dispõe a Constituição da República, e 
deve ser executada de acordo com o Código Penal Militar e o Código de Processo Penal Militar. 
1.8 Princípio da pessoalidade (“personalidade” ou “intranscendência”). 
 Ele diz que a pena não pode passar da pessoa do condenado. 
Ex.: Paulo cometeu um crime e foi condenado a 20 anos de reclusão. Porém, antes de cumprir a 
pena, sofreu um infarto e, em decorrência deste, morreu. Agora, ele não pode mais cumprir a 
pena, visto que faleceu. Contudo, Paulo tenha dois filhos. A pena pode ser transferida para os 
herdeiros? Não, pois eles não tem nada a ver com o crime cometido pelo pai. 
Nesse sentido, a pena só não é transferível no âmbito penal, mas pode ser transferida no 
âmbito cível. 
Encontra-se previsto no inc. XLV, da CF/88: “nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos 
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido”. 
1.9 Princípio da individualização da pena. 
Possui três fases: 
a) cominação da pena (fixada pelo legislador); nessa primeira fase, o legislador fixa a pena mínima 
e máxima para determinado crime. Todo crime possui pena mínima e máxima. 
b) aplicação da pena (estabelecida pelo juiz); na segunda fase, o juiz analisa a pena mínima e a 
máxima e, com isso, fixa a pena entre essas. 
c) execução (fase administrativa). A terceira fase é quando já existe uma pena em concreto. Na 
hora de executar a pena, o juiz observa as características da pessoa, pois cada pessoa possui a sua 
individualidade e todas elas serão levadas em consideração no cumprimento da pena, pois as 
pessoas não são iguais. 
Encontra seu fundamento no inc. XLVI, do art. 5.º, da CF/88, assim disposto: “a lei regulará a 
individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
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fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos. 
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e) suspensão ou interdição de direitos”. 
1.10 Princípio da intervenção mínima. 
De acordo com este princípio, o Direito Penal somente deve ser aplicado se não existirem 
meios alternativos para resolver a questão, ou seja, o Direito Penal é a última ratio, a última razão. 
Ele pode ser aplicado somente quando outras searas do Direito não surtiram efeito. Desta forma, 
tem o propósito de evitar a inflação legislativa. Presta-se para orientar o legislador na elaboração 
de novas normas penais. 
1.11 Princípio da fragmentariedade. 
Decorrência do princípio da intervenção mínima, baseia-se o caráter seletivo Direito Penal, 
isto é, seu objetivo é proteger os bens jurídicos mais relevantes e necessários para a sobrevivência 
da sociedade. 
1.12 Princípio da adequação social. 
Existem condutas que, embora estejam tipificadas em lei, não afrontam o sentimento social 
de justiça. Com isso, se a conduta não fere mais o sentimento social de justiça, mesmo descrita na 
norma penal, essa conduta não deve mais ser considerada criminosa. 
Ex.: O STJ decidiu que, no caso da compra e venda dos DVDs e CDs piratas, não pode ser aplicada 
a adequação social, pois é um crime contra os direitos autorais. 
 Não é adotado no Brasil, em razão da sua rejeição pelos tribunais superiores. 
1.13 Princípio da insignificância (da bagatela) 
A conduta somente será considerada criminosa se gerar ofensividade mínima, isto é, se for 
minimamente relevante para fazer incidir a tutela penal. Isto é, a conduta somente configura um 
fato típico se a lesão ao bem jurídico possuir o mínimo de relevância. A tutela penal deve ser o 
último caminho e não se presta a punir situações irrelevantes. Deve-se avaliar a tipicidade formal 
(mera descrição da conduta nos elementos descritivos da norma penal) e a tipicidade material 
(mínimo de relevância). Apesar de ser tema polêmico, a posição majoritária vem entendendo que 
a reincidência ou a habitualidade delitiva comprovada excluem a aplicação do princípio da 
insignificância. 
Ex.: Marcos vai a uma loja e, discretamente, pega um bombom de 25 centavos o coloca no bolso, 
mas o segurança o vê colocando o tal bombom no bolso e diz que ele está preso em flagrantge 
pelo crime de furto, tipificado no art. 155 do Código Penal. Todavia, essa conduta é considerada 
relevante e deve ser desconsiderada na sua existência, ela vai ser apagada, desconsiderada na sua 
existência, pois é irrelevante. 
No momento em que a conduta é apagada, se ela estava descrita na norma penal, mas é 
irrelevante ao ponto de desaparecer, ao mesmo tempo, ela é apagada e a conduta deixa de ser 
crime. 
Outrossim, o aspecto econômico da coisa não é determinante para a aplicação desse princípio. 
Ex.: Um indivíduo pratica um assalto por causa de um cigarro. Nesse caso, se aplica o princípio 
da insignificância? Não, porque é uma posição sólida da jurisprudência que não cabe a aplicação 
do princípio da insignificância no crime de roubo, pois possui o emprego de violência ou grave 
ameaça. Com isso, é possível concluir que, mesmo o valor do objeto roubado sendo ínfimo, o 
princípio da insignificância não pode ser aplicado. 
Por fim, dentro da estrutura analítica do crime, a insignificância exclui o fato típico.

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