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20-DIR.CONSTITUCIONAL-OAB

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Direito Constitucional
OAB 
CONSTITUIÇÃO
• Conceito: Conjunto de normas jurídicas, escritas ou costumeiras que 
regula a forma do estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o 
exercício do Poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua 
atuação, os direitos fundamentais do homem e suas respectivas garantias.
OBS.: Forma de Estado = Estado Federativo ou Estado Unitário. 
Direitos fundamentais do homem e suas garantias = Escolha de seus 
representantes populares.
O SENTIDO DA PALAVRA “CONSTITUIÇÃO”
• Sentido Sociológico:
→ Seu precursor foi Ferdinand Lassalle, em 1853.
→ Tem que expressar os fatores sociológicos da sociedade – fatores reais 
do Poder, dentro de um contexto histórico.
→ Constituição Democrática. 
• Sentido Político:
→ Seu precursor foi Carl Schimitt (era o constitucionalista do Hitler), em 
1928.
→ Constituição não deve observar os direitos e garantias do homem, mas 
sim, o conjunto das opções políticas fundamentais de um Estado. 
→ Direitos e Garantias do homem seriam tema de uma declaração de 
direitos e não tema de constituição.
→ A Constituição que organiza o Estado. 
• Sentido Jurídico:
→ Seu precursor foi Hans Kelsen – Teoria do positivismo jurídico.
→ O que vale é o que está escrito na constituição.
→ Não tem que avaliar os aspectos axiológicos.
Mônica Berrondo
1
Direito Constitucional
OAB 
→ Deve instituir um Estado de Direito, sendo o documento jurídico mais 
importante (de maior hierarquia) dentro do ordenamento jurídico, 
estabelecendo a “pirâmide de Kelsen”.
→ O que importa é a constituição escrita e não propriamente o seu 
conteúdo.
→ Todas as normas abaixo, hierarquicamente da Constituição tem que 
estar em harmonia com ela.
→ Nasce o princípio da supremacia da constituição e, em conseqüência, o 
controle de constitucionalidade das normas.
• Novos Sentidos:
1) A Força Normativa: Precursor foi Konrad Hesse, em 1960. 
Retoma a idéia de fatores reais do Poder, de Ferdinand Lassalle 
(sentido sociológico). Contudo, deve ser algo a mais também, pois, se 
espelhar-se somente nos fatores reais de Poder vai demonstrar 
desigualdades sociais, etc., devendo ainda, o texto da constituição ser 
um fator de Poder, de fato (mais um fator de poder, aos lado dos 
fatores sociais), pis, tem força transformadora da sociedade, devendo 
ser um documento voltado para o futuro. 
2) Constitucionalização Simbólica: Precursor foi Marcelo Neves. 
Envolve a positivação das normas de conteúdo programático, fruto da 
retórica dos detentores do Poder, som compromisso com a efetivação 
destas normas. 
3) Constituição Dirigente: Precursor foi J. J. Gomes Canotilho. 
As constituições do século XX são recheadas de normas 
programáticas, as quais vão significar sempre um objetivo, uma 
diretriz, que conduz o Estado. A constituição no alto de sua 
hierarquização dirige os Poderes, para que estes efetivem as normas 
contidas na Constituição. A Constituição Federal Brasileira de 1988 
segue esta linha. 
Mônica Berrondo
2
Direito Constitucional
OAB 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
1) Quanto à forma: Pode ser material (ou substancial) e Formal: 
→ Material ou Substancial: As normas que tratam da forma de 
Estado, força de governo, organização dos poderes, das 
distribuições das competências. Lembra a Constituição de Carl 
Schimtt (de sentido político).
Na Constituição Federal Brasileira de 88 é encontrado nos 
artigos 21 a 24 e 84 – São normas que tratam da organização 
do Estado. 
→ Formal: Representada por um documento escrito e solene, 
com ou sem conteúdo constitucional (ex.: Art. 242 § 2°, 
Constituição Federal).
2) Quanto à Elaboração: Pode ser Escrita (ou instrumentária) e Não 
escrita (ou costumeira).
→ Escrita ou instrumentária: Um conjunto de regras 
codificadas e sistematizadas em um único documento escrito. 
Pressupõe um único processo de elaboração que faz um bloco 
único de normas constitucionais. 
→ Não escrita ou costumeira: Decorre da elaboração de regras 
não aglutinadas em um único texto escrito ou o fruto da 
consolidação dos usos e dos costumes. Chamada também de 
Consuetudinária. Está em diplomas jurídicos diferentes. 
3) Quanto à Origem: Podem ser Promulgadas (democrática ou 
popular), Outorgadas, Pactuadas e Cesarista.
→ Promulgadas (democrática ou popular): É o caso da 
Constituição Federal brasileira de 88. Decorre de um processo 
legitimo, de elaboração de suas normas e representa a vontade 
Mônica Berrondo
3
Direito Constitucional
OAB 
soberana do povo. Tem a ver com o sentido sociológico de 
Ferdinand Lassalle.
→ Outorgadas: Elaborada sem a participação popular e imposta 
autoritariamente pelo detentor do poder. É antidemocrata, pois 
é feita sem a participação popular e é imposta à sociedade. As 
Constituições Federais Brasileiras dos anos de 1924, 1937, 
1967 e 1969 são exemplos. 
→ Pactuada: Fruto do resultado de um pacto ou compromisso 
entre forças políticas rivais (normalmente para por fim a 
guerras ou conflitos entre classes). 
→ Cesarista: Aquela que é elaborada pelo monarca 
(unilateralmente) e submetida ao plebiscito ou referendo 
popular, dependendo da ratificação popular. 
4) Quanto à origem: Podem ser Super Rígidas ou imutável; Rígida, 
Flexível; Semi rígida ou Semi flexível. 
→ Super Rígidas ou Imutável: É aquela em que não há qualquer 
previsão de alteração do seu texto, por isso o seu texto será 
imutável, solidificado, eterno, não podendo ser alterado. 
→ Rígida: Prevê um processo legislativo de alteração das suas 
normas. Não é eterno o texto desta constituição. O processo 
Legislativo para alteração será mais solene, diferenciado e 
complexo. A Constituição Federal brasileira de 88 aqui se 
enquadra. 
→ Flexível: Não exige nenhum procedimento especial para 
alteração de se texto, basta, portanto, o simples processo 
legislativo ordinária, em conseqüência, a hierarquia da 
constituição irá se equiparar a das leis ordinárias. 
→ Semi Rígida ou Semi Flexível: Aquela em que algumas regras 
poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário e 
Mônica Berrondo
4
Direito Constitucional
OAB 
outras somente podem ser alteradas pelo processo legislativo 
mais complexo (através de Emendas Constitucionais). 
5) Quanto à Extensão: Podem ser Analíticas (Prolixas ou extensas) ou 
sintética (breve ou concisa). 
→ Analíticas (prolixas ou extensas): Tendência da cultura 
jurídica Romana. Normalmente vista quando a Constituição é 
elaborada após um grande conflito social, como ocorreu no 
Brasil, na época das “Diretas Já!”. 
→ Sintéticas (Breves ou Concisas): Trata apenas dos temas 
centrais, as regras básicas e nada mais, abrindo grande margem 
para interpretação constitucional feita pela doutrina. É a 
tendência dos países de cultura jurídica anglo saxônia. 
ESTRUTURA DAS CONSTITUIÇÕES
• Toda Constituição é formada por Preâmbulo, Parte 
Dogmática e Parte Transitória.
 Preâmbulo: Uma exortação da própria constituição. 
 Parte Dogmática: Texto permanente da constituição – É o 
conjunto dos dispositivos constitucionais que formam a 
constituição escrita em um único documento (encontrada em 
toda nossa Constituição Federal de 1988, do artigo 1° até o 
último artigo). É elaborada para o presente e para o futuro. 
 Parte Transitória: ADCT/88 – É a parte do texto 
constitucional que regulamenta a transição entre o direito 
preexistente e a nova ordem constitucional. É voltada para o 
passado. (ex.: Constituição Federal brasileira – ADCT/88 – 
Territórios transformados em Estados). 
Mônica Berrondo
5
Direito Constitucional
OAB 
ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
1) Preâmbulo: Uma apresentação da própria constituição à sociedade. É o 
Poder Constituinte entregando a Constituição Federal ao povo. 
*O preâmbulo faz parteda Constituição Federal:
-1ª Corrente Doutrinária: Sim, para todos os efeitos, inclusive é 
dotada de força normativa. 
-2ª Corrente Doutrinária: Não, pois, o preâmbulo introduz o texto 
constitucional, mas não é dotado da mesma força normativa. 
OBS.: 
*O Estado Brasileiro é Laico, ou seja, não tem religião definida 
como oficial. 
* A expressão “Sob a proteção de Deus” não contem força 
normativa ou vinculante e por essa razão não é parâmetro para o 
controle de constitucionalidade. Não é norma de reprodução 
obrigatória nas constituições estaduais. 
2) Parte Permanente: Se projeta para o futuro. É a parte rígida da 
Constituição Federal (encontrado no primeiro ao último artigo). Toda a 
parte permanente é parâmetro para o exercício do controle de 
constitucionalidade, independente do seu conteúdo. É fruto de um 
Processo legislativo complexo, rígido de elaboração.
3) Parte Transitória: Se projeta para o passado. É o conjunto dos 
dispositivos que vai realizar a transição entre a realidade e o direito 
preexistente e a nova ordem constitucional. ADCT – tem normas de 
eficácia exaurível. São parâmetros para o controle de 
constitucionalidade.
OBS.: Não existe direito adquirido diante da norma ordem 
constitucional.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Segundo José Afonso da Silva
1) Normas Constitucionais de Eficácia Plena:
→ São aquelas que têm incidência imediata e integral, 
independentemente de Lei posterior regulamentadora.
→ Se distingue das demais porque o dispositivo constitucional não 
cita, não comenta, não exige a criação de nova lei 
infraconstitucional, ou seja, não faz referência a uma outra Lei. 
→ Exemplos: São todos os elementos orgânicos da Constituição 
Federal. Arts 20 a 23 (são normas constitucionais auto 
aplicáveis). Art 5° § 1°.
2) Normas Constitucionais de Eficácia Contida:
→ Tem aplicabilidade direta e imediata, mas, não integral, dependendo 
da edição de complemento normativo infraconstitucional (leis 
restritivas de direito) para que, então, tenha aplicabilidade integral 
que lhe falta.
→ Na falta de Lei que o complemente, vale o direito fundamental em 
sua inteireza. 
→ Exemplo: art. 5°, inciso XII Constituição Federal (Leis restriti
3) Normas Constitucionais de Eficácia Limitada:
→ São normas que deixam a cargo do legislador ordinário a tarefa de 
dar-lhe regulamentação e exeqüibilidade. 
→ Não tem aplicabilidade direta, dependendo, portanto, da edição do 
complemento normativo.
→ Podem ser: 
3.1) Princípio Institutivo: Aquele que cria e organiza órgãos, 
entes, ações do Estado. Exemplos: Art. 90 § 2° da Constituição 
Federal – trata da criação do Conselho da Republica – através de lei 
que o regule. Art. 102 § 1° da Constituição Federal – institui um 
tipo de ação (ADPF) e a Lei 9882/99 a regula. 
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
3.2) Princípio Programático: É o princípio adotado pelo STF. 
São normas que instituem metas, diretrizes, programas, de 
atuação para poderes constituídos. Terá aplicabilidade 
postergada. A aplicabilidade depende das Leis e dos atos que vão 
instituir os seus valores. Ex.? Art. 3° da Constituição Federal – 
erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades – mesmo que não 
haja o complemento, as normas constitucionais de eficácia 
limitada, de princípio programático ainda gozam de uma eficácia 
mínima, que significa força paralisante e impeditiva da edição de 
normas legais contrarias a constituição. Pode ainda se tomar 
como parâmetro de controle de constitucionalidade. Exemplos: 
Artigos 170, III; 196 e 205, todos da Constituição Federal. 
PODER CONSTITUINTE
• Evolução e Conceito: Segundo Abade Siejés
→ Constituição escrita com o retrato dos interesses da 
sociedade.
→ Poder Constituinte é poder supremo, capaz de criar ou 
alterar a ordem jurídica do Estado, organizando-o, delimitando seus 
poderes e, por fim, editando normas constitucionais: O povo e o 
verdadeiro soberano.
→ Poder constituinte é diferente dos poderes constituídos. 
→ Poder Constituinte é a fonte guardadora dos poderes 
constituídos. 
→ Poder Constituinte não tem um pressuposto jurídico.
→ A natureza jurídica do Poder constituinte é uma 
manifestação social, é um poder de fato e não de direito. 
• Classificação:
1) Originário: Se manifesta com a criação de novas ordens jurídicas 
constitucionais com a feitura de uma nova constituição. 
2) Derivado: Poder que significa aptidão para modificar a constituição. Se 
manifesta a partir do Poder de Reforma Constitucional (Emenda e 
Revisão).
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
3) Decorrente: Poder de editar constituições estaduais. Só existe em 
Estados Federados. 
Obs.: Lei Orgânica – só a do DF é manifestação do Poder 
Constituinte Decorrente. Quanto as Leis orgânicas dos 
municípios, a corrente majoritária da doutrina diz que ao é 
manifestação do Poder Constituinte Decorrente.
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
• Conceito: É o poder de elaborar uma nova constituição, 
rompendo com a norma constitucional vigente e instaurando uma nova 
ordem. 
-Pode ser de primeiro grau ou genuíno – sinônimos do Poder 
Constituinte Originário
-É uma ruptura com a norma constitucional anterior. 
• Características:
1) Inicial: É um poder inicial, iniciando uma nova ordem jurídica 
e, por isso, não precisa de uma autorização jurídica anterior ou 
de um Poder Procedente. Nada precede o Poder Constituinte. 
2) Ilimitado: Não se vincula ou subordina a nenhuma norma 
anterior, estando livre para dispor de qualquer forma, sobre 
qualquer tema.
OBS.: no que tange a garantia dos direitos fundamentais não é 
ilimitado, com base no princípio da vedação do retrocesso social, 
segundo a doutrina explica. 
NA OAB É ILIMITADO E PRONTO!
3) Incondicionado: O poder Constituinte não está condicionado 
por nenhuma regra de manifestação, não havendo procedimento 
legislativo prévio para o seu exercício. 
4) Extraordinário: Se manifesta de forma esporádica, um capitulo 
especial na vida política de um país. Está relacionada com a 
constituição escrita ou rígida. 
5) Soberano: Para dispor sobre a organização de um novo Estado.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
• Classificação:
1) Poder Constituinte Originário Histórico ou Fundacional: Se 
manifesta com a criação original de um novo Estado, até então 
não existente. Se manifesta uma única vez.
2) Poder Constituinte Originário Revolucionário: Decorre de 
um processo violento ou ruptura com a ordem constitucional 
anterior, através de guerra, lutas armadas, revoluções, etc. Ex.: 
Constituição Federal Francesa depois da Revolução Francesa; 
Constituição Federal Brasileira de 37 e 64. 
3) Poder Constituinte Originário Não Revolucionário: Porque 
significa a criação de uma nova ordem constitucional sem 
violência ou sem a ruptura da ordem. Fruto de um processo de 
evolução da sociedade que, pacificamente resolve instaurar uma 
nova ordem constitucional. Ex.: Constituição Federal Brasileira 
de 1988. 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
 Também chamado de: Constituído, de 2° grau, instituído, secundário e 
de revisão.
 Não pode alterar as normas constituintes relativas aos limites do poder 
derivado. 
4) Conceito: É o poder de reforma e adaptação que permite a mudança do 
texto da constituição rígida, adaptando-a às necessidades de uma nova 
realidade e à dinâmica dos “fatores reais do poder”, sem que seja 
preciso recorrer-se ao poder constituinte originário.
5) Características:
• Derivado: Decorre de um outro poder (poder constituinte 
originário) e, portanto, é expressamente prevista no texto 
constitucional. 
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
• Subordinado:Está adstrito aos limites impostos pelo poder 
originário, sendo que, o exercício do poder derivado é limitado 
por regras que estão contidas na própria constituição. A atuação 
é preestabelecida pela norma constitucional.
• Condicionado: é condicionado às normas, formas e ao 
procedimento legislativo previsto na constituição escrita. 
6) Classificação: 
A) Poder Constituinte:
• Derivado – Reformador: Poder de alterar a norma 
constitucional originária, adaptando-a a nova realidade. 
• Reforma via Emenda: Trata-se de procedimento ordinário e 
permanente de alteração do texto constitucional, através de 
emendas constitucionais, com processo legislativo mais 
rigoroso. A atuação será pontual, especifica. É ainda feita na 
parte permanente ou dogmática da constituição (art. 60 
Constituição Federal). 
• Reforma via Revisão: Trata-se de procedimento extraordinário, 
esporádico e provisório de alteração do texto constitucional, com 
a prerrogativa de realizar reformas de forma global da norma 
constitucional, com processo legislativo mais célere e menos 
rigoroso do que o processo legislativo previsto para emenda, 
podendo ainda ser eito na parte transitória da constituição 
(ADCT). 
• Diferença entre reforma via emenda e reforma via revisão: 
São os seus critérios e atuação do processo legislativo.
B) Poder Constituinte Decorrente: Abrange a capacidade para 
elaborar as constituições estaduais dos entes da Federação. É um 
desdobramento do poder originário (inicial). É limitado pelo poder 
constituinte originário (art. 25, caput, Constituição Federal). É uma 
manifestação do principio Federativo.Não é poder constituinte 
decorrente a edição das Leis Orgânicas dos Municípios, pois, tal trata-
se de manifestação de um poder constituído originário. Não irá ocorrer 
nos estados unitários (ou seja, os estados sem estados membros, com 
poder centralizado). 
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
 Limitações do Poder Constituinte Derivado:
1) Limites Circunstanciais: São restrições quanto ao momento da 
reforma constitucional, fé forma a impedir que o poder constituinte 
derivado se manifeste em períodos de crises político-institucional. 
2) Limites Temporais: Referem-se ao tempo e a periodicidade da atuação 
do poder de reforma. A nossa Constituição Federal só traz limites 
temporais para o poder de reforma na revisão constitucional. 
3) Limites Formais: Abrange o processo legislativo especial, complexo e 
mais rigoroso previsto pela Constituição Federal, diverso do processo 
legislativo ordinário.
4) Limites Materiais: Envolvem os temas de mais relevância para o 
Estado, garantidores da sua integridade, insuscetíveis a reforma 
constitucional. São as clausulas pétreas. 
a. Explícitos: temas que não podem ser reformados, pois estão 
expressamente elencados no rol das cláusulas pétreas (art. 60 § 
4° da Constituição Federal).
b. Implícitos: Trata-se de limites impostos ao conteúdo, ao sentido 
e ao espírito do texto constitucional que protegem as cláusulas 
pétreas e as opções políticas fundamentais do Estado. Trata-se, 
portanto, de assuntos não expressos no art. 60 § 4° da 
Constituição Federal, mas que também são imunes às reformas 
constitucionais. 
1°) Não podem ser alteradas as disposições 
constitucionais que tratem das opções políticas 
fundamentais
2°) Não pode ser alterada a titularidade do Poder 
Constituinte Originário. 
3°) Não podem ser alteradas as regras relativas ao 
processo de emenda ou de revisão constitucional. 
4°) Não se pode incluir na Constituição Federal a 
possibilidade de revisão total de seu texto.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
 Mutação Constitucional: A norma constitucional ao submeter-se às 
influências da realidade, política e social, pode sofrer mutações, 
processo de alteração do conteúdo da norma constitucional sem 
mudança de suas formas textuais. 
 Repristinação Constitucional: Em regra não se admite no Brasil, 
segundo o art. 2°, § 3° da LICC, salvo nos termos do art. 11. §2° da Lei 
9868/99, desde que o SRF não se expresse em sentido contrário, 
tratando-se, pois, de repristinação por inconstitucionalidade. O STF tem 
admitido a repristinação constitucional não apenas em face de decisões 
liminares, como também das decisões definitivas de declaração de 
inconstitucionalidade, com redução de texto.
 Dupla Revisão Constitucional: não é admitida no Brasil. É, na 
verdade, um golpe de estado. É o procedimento de alteração do texto 
constitucional em 02 etapas, são elas:
1°) São suprimidas as clausulas pétreas e são 
eliminadas as limitações ao poder de reforma.
2°) Elaborar as normas constitucionais sem limites, 
especialmente os limites materiais.
ARTIGO 60 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Subseção II
Da Emenda à Constituição
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três 
quintos dos votos dos respectivos membros.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
 Iniciativa da PEC (limitação formal)
→ 1/3 dos componentes da Câmara dos deputados ou do Senado 
federal.
→ Presidente da Republica
→ Mais de ½ das Assembléias legislativas – Maioria relativa. 
 §1° - Limitação Circunstancial.
 § 2° - Processo: 
→ Votação bicameral, em 2 turnos de cada uma das 
casas (câmara dos deputados e senado federal), com quorum de 
3/5.
OBS.: Art. 5°, § 3° Constituição Federal: Em tratados 
referentes a direitos humanos, aprovados em 3/5 na Câmara 
dos deputados e no Senado federal, são equivalentes a 
Emenda constitucional.
§3° - Limitação formal
→ Emenda constitucional não se 
subordina a aprovação do presidente da republica, sendo 
assinadas pelos presidentes da câmara dos deputados e do 
senado federal. 
 §4° - Limitação material 
 § 5° - Limitação formal. 
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
EMENDA REVISÃO
Limitação Temporal
Não há Uma única vez 5 anos 
após a promulgação da 
Constituição Federal de 
1988 (art. 3° ADCT)
Votação e Deliberação Bicameral (Câmara dos 
Deputados e Senado 
Federal)
Em 2 turnos
Unicameral (Congresso 
Nacional)
Em um único turno
Quorum 3/5 dos votos Maioria Absoluta
Limitação Material Materiais Materiais
 Federação ou Estado Federado: É uma forma de Estado que leva em 
consideração a descentralização geográfica (as atividades e o poder são 
descentralizados) criando uma espécie de Estado composto, gerando 
pluralidade de entes governamentais (diversas esferas da 
administração / governo).
 Classificação das formas de Estado: 
o Unitário: É aquele caracterizado pela concentração territorial do 
poder com um único ente dotado de poder político no territorialestatal (não reparte o poder / competências; não cria outras 
esferas de poder). O Brasil já foi Estado Unitário no período do 
Brasil Império – Constituição Imperial de 1824.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
o Composto ou Complexo: Caracterizado pela divisão territorial 
do poder, gerando uma pluralidade de entes governamentais 
dotados de autonomia, cabendo ao poder central o exercício da 
soberania.
 Características Essenciais do Estado Federal:
o Existência de uma constituição rígida que organiza o Estado 
Federado. O próprio texto constitucional organiza o Estado e 
determina a repartição das competências. 
o Estado Federado como o único ente dotado de soberania. 
o Entidades Federativas dotadas de autonomia (relações internas).
o Impossibilidade do direito de Secessão (impossibilidade de se 
desmembrar / separar do Estado Federal; a Constituição Federal 
não prevê esse direito). Essa característica se traduz no princípio 
da indissolubilidade do Estado Federal (art. 1°, caput, 
Constituição Federal).
o Repartição de competência entre os entres: competências 
legislativas ou administrativas. 
o Participação das entidades federativas na formação da vontade 
nacional (número igual de senadores para os entes federados), 
através do Senado, que é formado por representantes eleitos 
paritariamente nos estados e no DF.
o Controle de constitucionalidade – é a garantia de que os entes da 
federação não irão invadir as competências legislativas alheias. 
O controle de constitucionalidade que preserva o pacto 
federativo analisa a constitucionalidade formal das leis 
estaduais. 
o Existência de uma corte constitucional que atue como guardiã da 
Constituição Federal.
Mônica Berrondo
16
Direito Constitucional
OAB 
 Aspectos do Federalismo Brasileiro – Constituição Federal/88:
o Formação: Federalismo por desagregação ou Federação 
Centrífuga, em que há preferência das competências.
OBS.: Desagregação – 1981 – mudança de governo (monarquia 
para república), mudança de Estado (unitário para fechado) e 
substituição da religião oficial por um Estado Laico.
o Entes Iguais: Não existe hierarquia entre os entes da federação
 União: Poder central
 Estado: Poder regional
 DF: Poder regional
 Municípios: Poder local
↕
 Federalismo Tricotômico
OBS.: Mais uma vez se afastou do federalismo norte americano, 
ou seja, o federalismo dual (estados membros e poder central).
o Posição dos Municípios: Os municípios fazem parte do pacto 
federativo como uma verdadeira entidade federativa dotada de 
autonomia. O município não tem participação na formação de 
vontade nacional. Ao editar suas leis organizas, o município não 
realiza um poder constituinte decorrente, ou seja, não edita 
constituições estaduais. 
o Figura dos Territórios: ADCT arts. 14 e 15. Os territórios não 
fazem parte do federalismo, ou seja, não são entes federativos, 
são uma descentralização administrativa dos poderes da União 
Federal denominados de autarquias territoriais, dotadas de 
personalidade jurídica própria de direito público (não tem 
autonomia política). Ex.: Fernando de Noronha foi incorporado 
no Estado de Pernambuco. 
o Criação dos Territórios:
Mônica Berrondo
17
Direito Constitucional
OAB 
 Consulta Popular (plebiscito).
 Edição de Lei complementar.
 Parecer não vinculante das Assembléias Legislativas.
OBS.: O território pode ser dividido em municípios; o 
governador é nomeado pelo Presidente da República com a 
aprovação do Senado Federal (art. 84, XIV, Constituição 
Federal); o território não elege senador (porque não tem 
autonomia política), mas elege deputados em número de 04 
deputados federais (art. 45 § 2° Constituição Federal).
 Vedações Constitucionais de Natureza Federativa (art. 19, 
Constituição Federal):
o Embaraçar funcionamento de cultos religiosos;
o Recusar fé dos documentos públicos;
o Criar distinções entre brasileiros de preferências entre si.
 Componentes do Estado Federal:
o União: dois aspectos:
 Visão Externa: representa a Republica Federativa nas 
relações externas, internacionais. A república Federativa 
do Brasil é pessoa jurídica de direito público externo que 
exerce a soberania nas relações internacionais. 
 Visão Interna: É a União Federal nas relações de direito 
constitucional. É pessoa jurídica de direito público 
interno dotada de autonomia política administrativa, 
financeira e tributária.
o Bens da União – Art. 20, I a XI da Constituição Federal:
 Inciso II: Terras devolutas são bens do Estado, salvo as 
indispensáveis a defesa das fronteiras, das fortificações e 
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
construções militares, das vias federais de comunicação e 
à preservação ambiental.
OBS.:
*Terras devolutas (devolvidas): são todas aquelas que não 
são utilizadas pelo poder público nem estão destinadas a fins 
específicos, em regra pertencem ao domínio público dos 
Estados, excedo a hipótese do inciso II do art. 20 da 
Constituição Federal.
*Bens públicos desafetados: são aqueles que não têm 
destinação de uso específico, sem finalidade. 
 Inciso III: Rios e Lagos
• Banham mais de um Estado.
• Limites dos países.
• Territórios internacionais.
• EC 46/05 – ilhas costeiras sem sede de município 
(Ex.: Florianópolis). 
 Inciso IV:
• Mar territorial – 12 milhas marítimas.
• Zona econômica exclusiva: recursos naturais são 
bens da União, mas não é território brasileiro, em 
caso de crime aplica-se o princípio da bandeira. 
OBS.: Art. 225 § 4° Constituição Federal – São bens 
da União a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a 
Serra do Mar, o Pantanal e a Zona Costeira.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
 Estados Membros: Pessoa Jurídica de direito público interno dotadas 
de autonomia, ou seja, capacidade para tomar decisões de cunho 
político dentro da esfera de sua competência.
o Autonomia Estadual – Características:
 Auto-organização e normatização própria: 
Prerrogativa de editar as constituições estaduais (art. 25 
Constituição Federal).
 Auto-governo: Os estados possuem poderes constituídos 
(judiciário / legislativo / executivo), cabendo a população 
do Estado escolher seus representantes – arts. 27, 28 e 
125, Constituição Federal. 
OBS.: Deputado Estadual ganha 75% do que ganha 
Deputado Federal.
 Auto-administração: O Estado organiza sua 
administração direta e sua administração indireta; regula 
os serviços públicos, o poder de polícia e os servidores 
públicos.
 Autonomia tributária e financeira: Competência dos 
Estados membros para criar, majorar ou reduzir tributos – 
tributos estaduais (art. 155 Constituição Federal).
o Bens – art. 26 Constituição Federal – Águas / Estados:
 DF: integra o pacto federativo; é ente político; é pessoa 
jurídica de direito público interno; é dotado de autonomia, 
como os estados. 
 Art. 32 Constituição Federal: é vedada a divisão do DF 
em municípios, porque o DF é uma entidade da federação 
híbrida, vez que reúne competências legislativas estaduais 
e municipais.
Mônica Berrondo
20
Direito Constitucional
OAB 
 O DF tem autonomia distrital: Auto-governo 
(legislativo, executivo e judiciário), auto-administração, 
autonomia tributária e auto-organização (leis).
 DISTRITO FEDERAL
Competências: CF/88 – art. 32,§ 1°
1) Auto-organização 
2) Auto-governo
Autonomia Distrital 3) Auto-administração
4) Autonomia tributária e financeira 
1) CF/88 art. 21 XII (sempre cai na prova)
Competências Excluídas 2) CF/88 art. 22 XVII
3) CF/88 art. 21 XIV
 SISTEMA DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS:
NACIONAL
REGRA: Princípio da Preponderância do Interesse REGIONAL
(STF) arts. 22,23 e 24 LOCAL
 1) 
Competência 
* Competência Administrativa ou material 
Exclusiva
- Para implementar ações de governo 
2)Competência 
TIPOS DE COMPETÊNCIA (serviços públicos e poder de polícia) 
Comum
1) Competência 
Privativa
* Competência Legislativa 2) 
Competência Concorrente
Mônica Berrondo
21
Direito Constitucional
OAB 
Competência Exclusiva material é da União (art.21) – a 
competência exclusiva não há possibilidade de delegação,é aquela 
que não pode ser transferida.Logo é indelegável. 
Art. 21, XII – todas as alíneas já caíram em prova. 
Competência comum – atribuição de competência de forma 
compartilhada entre os entes federativos, regulada no art. 23. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios: 
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das 
instituições democráticas e conservar o patrimônio 
público; 
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e 
garantia das pessoas portadoras de deficiência; 
* V. art. 203, V, CF. 
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de 
valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as 
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização 
de obras de arte e de outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural; 
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à 
educação e à ciência; 
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em 
qualquer de suas formas; 
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o 
abastecimento alimentar; 
IX – promover programas de construção de moradias e a 
melhoria das condições habitacionais e de saneamento 
básico; 
X – combater as causas da pobreza e os fatores de 
marginalização, promovendo a integração social dos 
setores desfavorecidos; 
* V. Emenda Constitucional n. 31/2000 (Fundo de 
Combate e Erradicação da Pobreza). 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de 
direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e 
minerais em seus territórios; 
XII – estabelecer e implantar política de educação para a 
segurança do trânsito. 
Parágrafo único. Lei complementar fixará normas para 
a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. 
 Competência Legislativa: para editar lei dentro do pacto 
federativo.
Mônica Berrondo
22
Direito Constitucional
OAB 
• Competência privativa: atribuição de competência com 
possibilidade de delegação desta para outros entes 
federativos, regulada no art. 22 da CF/88.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (legislação 
federal)
II – desapropriação; 
* V. arts. 184 e 185, I e II, CF. 
III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e 
em tempo de guerra; 
IV – águas, energia, informática, telecomunicações e 
radiodifusão; 
V – serviço postal; 
VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos 
metais; 
VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de 
valores; 
VIII – comércio exterior e interestadual; 
IX – diretrizes da política nacional de transportes; 
X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, 
aérea e aeroespacial; 
XI – trânsito e transporte; 
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV – populações indígenas; 
* V. art. 231, CF. 
XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão 
de estrangeiros; 
XVI – organização do sistema nacional de emprego e 
condições para o exercício de profissões; 
XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da 
Defensoria Pública do Distrito Federal e dos Territórios, bem 
como organização administrativa destes; 
XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia 
nacionais; 
XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança 
popular; 
XX – sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, 
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e 
corpos de bombeiros militares; 
XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária 
e ferroviária federais; 
XXIII – seguridade social; 
XXIV – diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV – registros públicos; 
XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
Mônica Berrondo
23
Direito Constitucional
OAB 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1º, III; 
* Inciso XXVII com redação determinada pela Emenda 
Constitucional n. 19/1998. 
* V. art. 37, XXI, CF. 
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa 
marítima, defesa civil e mobilização nacional; 
XXIX – propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os 
Estados a legislar sobre questões específicas das matérias 
relacionadas neste artigo. 
Requisito da delegação: ( Os Estados/DF) 
1) Lei complementar Federal;
2) Para um tratamento de questões especificas;
3) Delegação de uma das matérias elencadas no art.22.
• Competência concorrente: É a atribuição de competência 
para editar leis repartida entre os entes da federação. (art. 24 
da CF/88). Compete a União as normas gerais. É uma lei 
federal.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal 
legislar concorrentemente sobre: 
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e 
urbanístico; 
II – orçamento; 
III – juntas comerciais; 
IV – custas dos serviços forenses; 
V – produção e consumo; 
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, 
defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio 
ambiente e controle da poluição; 
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, 
turístico e paisagístico; 
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico; 
IX – educação, cultura, ensino e desporto; 
X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas 
causas; 
* V. art. 98, I, CF. 
XI – procedimentos em matéria processual; 
* V. art. 98, I, CF. 
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII – assistência jurídica e defensoria pública; 
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de 
deficiência; 
* V. art. 203, V, CF. 
Mônica Berrondo
24
Direito Constitucional
OAB 
XV – proteção à infância e à juventude; 
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias 
civis. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da 
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais 
não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados 
exercerão a competência legislativa plena, para atender a 
suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
• UNIÃO – competência taxativa arts. 21 (competência material 
comum) e 22 ( competência privativa).
- competência material comum – do art.23, onde a União reparte 
a competência com os Estados/DF. 
- competência legislativa concorrente – normas gerais 
• ESTADOS – Remanescente ou reservada – art. 25 § 1°
- Competência material comum
- Competência legislativa concorrente – normas especiais
- Competência legislativa delegada da União. 
Art. 25. Os Estados organizam-see regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios 
desta Constituição. 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não 
lhes sejam vedadas por esta Constituição. 
* V. art. 19, CF. 
• DF – Tem a competência dos Estado e dos Municípios 
 
 Remanescente ou reservada – art. 25 § 1°
- Competência material comum
- Competência legislativa concorrente – normas especiais
- Competência legislativa delegada da União. 
• MUNICÍPIOS – art. 30 da CF/88
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I – legislar sobre assuntos de interesse local; 
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que 
couber; 
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem 
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de 
prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em 
lei; 
* V. art. 156, CF. 
Mônica Berrondo
25
Direito Constitucional
OAB 
IV – criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação 
estadual; 
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse 
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter 
essencial; 
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e 
do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino 
fundamental; 
VII – prestar, com cooperação técnica e financeira da União e 
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; 
VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento 
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do 
parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
* V. art. 182, CF. 
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural 
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e 
estadual. 
 SEPARAÇÃO DE PODERES:
Características:
1) Existência de mecanismo de controle recíprocos (sistema de 
freios e contrapesos), como os poderes não são escalonados 
hierarquicamente, são fiscalizados uns pelos outros. Ex: 
Controle de Constitucionalidade, controle da atividade 
legislativa feita pelo Poder Judiciário.Quem faz o controle 
orçamentário do Poder Executivo é o Poder Legislativo, 
auxiliado pelo TCU e TCM.
2) Separação não absoluta dos poderes – as funções estatais são 
repartidas entre os poderes de maneira não exclusiva, de modo 
que cada poder tenha uma função predominante ou típica ao 
lado de funções atípicas. Ex: quando o PE participa da criação da 
lei está na sua função atípica. Todos os poderes fazem todas as 
funções dentro da sua função típica diferenciada. 
- Legislativa (art. 60)
 - Funções Típicas
Poder Legislativo - Fiscalizadora (
 - Função de Administrativa (art.
 - Funções Atípicas - Função Julgadora 
Mônica Berrondo
26
Direito Constitucional
OAB 
• Poder Legislativo: tem duas funções típica (funções 
predominante do PL):
1) Função de legislar: Regulada pelo art. 60/59 - abrange a 
produção de normas jurídicas gerais, abstratas, coercitivas e 
inovadoras que buscam legitimidade diretamente do texto 
constitucional (é a partir dessa idéia que se faz o controle de 
constitucionalidade). 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I – emendas à Constituição; 
II – leis complementares; 
III – leis ordinárias; 
IV – leis delegadas; 
V – medidas provisórias; 
* V. art. 73, ADCT. 
VI – decretos legislativos; 
VII – resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a 
elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. 
Subseção II 
Da emenda à Constituição 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta: 
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; 
II – do Presidente da República; 
III – de mais da metade das Assembléias Legislativas das 
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, 
pela maioria relativa de seus membros. 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de 
sítio. 
* V. arts. 34 a 36 e 136 a 141, CF. 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se 
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o 
respectivo número de ordem. 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir: 
I – a forma federativa de Estado; 
* V. arts. 1° e 18, CF. 
II – o voto direto, secreto, universal e periódico; 
* V. arts. 1°, 14 e 81, § 1°, CF. 
Mônica Berrondo
27
Direito Constitucional
OAB 
III – a separação dos Poderes; 
* V. art. 2°, CF. 
IV – os direitos e garantias individuais. 
* V. art. 5°, CF. 
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou 
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta 
na mesma sessão legislativa. 
2) Função de Fiscalizar: consiste na fiscalização das atividades 
dos outros poderes ( principalmente do PE), que se realiza 
através da criação de CPIS e do controle externo financeira e 
tributária (art. 70 a 75)
Da fiscalização contábil, 
financeira e orçamentária 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e das entidades da 
administração direta e indireta, quanto à legalidade, 
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, 
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno 
de cada Poder. 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, 
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou 
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, 
assuma obrigações de natureza pecuniária. 
* Parágrafo único com redação determinada pela Emenda 
Constitucional n. 19/1998. 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, 
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, 
ao qual compete: 
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente 
da República, mediante parecer prévio que deverá ser 
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento; 
II – julgar as contas dos administradores e demais 
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e 
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, 
e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou 
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; 
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de 
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração 
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de 
provimento em comissão, bem como a das concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias 
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato 
concessório; 
Mônica Berrondo
28
Direito Constitucional
OAB 
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, 
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, 
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades 
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, 
e demais entidades referidas no inciso II; 
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais 
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou 
indireta, nos termos do tratado constitutivo; 
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados 
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros 
instrumentos congêneres,a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município; 
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso 
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das 
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre 
resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de 
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em 
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa 
proporcional ao dano causado ao erário; 
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as 
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se 
verificada ilegalidade; 
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, 
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado 
Federal; 
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades 
ou abusos apurados. 
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado 
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de 
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. 
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo 
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no 
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. 
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de 
débito ou multa terão eficácia de título executivo. 
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral 
e anualmente, relatório de suas atividades. 
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 
166, § 1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, 
ainda que sob a forma de investimentos não programados ou 
de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade 
governamental responsável que, no prazo de cinco dias, 
preste os esclarecimentos necessários. 
* V. art. 16, § 2°, ADCT. 
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes 
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal 
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de 
trinta dias. 
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, 
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave 
Mônica Berrondo
29
Direito Constitucional
OAB 
lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua 
sustação. 
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove 
Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de 
pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, 
no que couber, as atribuições previstas no art. 96. 
* V. art. 84, XV, CF. 
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão 
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes 
requisitos: 
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de 
idade; 
II – idoneidade moral e reputação ilibada; 
III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e 
financeiros ou de administração pública; 
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva 
atividade profissional que exija os conhecimentos 
mencionados no inciso anterior. 
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão 
escolhidos: 
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do 
Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores 
e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados 
em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de 
antigüidade e merecimento; 
II – dois terços pelo Congresso Nacional. 
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as 
mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos 
e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, 
aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as 
normas constantes do art. 40. 
* § 3° com redação determinada pela Emenda Constitucional 
n. 20/1998. 
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as 
mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no 
exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de 
Tribunal Regional Federal. 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário 
manterão, de forma integrada, sistema de controle interno 
com a finalidade de: 
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano 
plurianual, a execução dos programas de governo e dos 
orçamentos da União; 
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à 
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e 
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, 
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de 
direito privado; 
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e 
garantias, bem como dos direitos e haveres da União; 
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão 
institucional. 
Mônica Berrondo
30
Direito Constitucional
OAB 
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem 
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela 
darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de 
responsabilidade solidária. 
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou 
sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar 
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas 
da União. 
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no 
que couber, à organização, composição e fiscalização dos 
Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem 
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. 
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre 
os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por 
sete Conselheiros. 
• O Poder Legislativo tem duas funções atípicas: 
1) Função Administrativa - Exercida pelo PL quando dispõem 
sobre a sua organização, polícia e funcionamento.(art. 51, IV 
e 52, XIII da CF/88).
2) Função Julgadora – Exercida pelo Senado Federal nos crimes 
de responsabilidade do Presidente da Republica e do Vice 
Presidente, e demais. (art. 52, I e II da CF/88).
CONGRESSO NACIONAL: Sistema Bicameralismo
Câmara dos Deputados: representante eleitos do POVO. São 513 
representantes
Senado Federal: representantes eleitos dos ESTADOS/DF. São 81 
representantes
Do Congresso Nacional 
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso 
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro 
anos. 
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de 
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, 
em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. 
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação 
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei 
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para 
que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos 
de oito ou mais de setenta Deputados. 
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. 
Mônica Berrondo
31
Direito Constitucional
OAB 
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos 
Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio 
majoritário. 
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, 
com mandato de oito anos. 
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será 
renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um 
e dois terços. 
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes. 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as 
deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão 
tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta 
de seus membros. 
Reuniões: 
Sessão Legislativa – é o 
período em que se realizam 
as reuniões ordinárias do CN 
– da Câmara do Deputados e 
do Senado Federal 
- De 2 de fevereiro a 17 de julho e 
de 1º de agosto a 22 de dezembro.1 Legislativa 04 anos – Mandato do Deputado 
Federal
Recesso Parlamentar: nesse 
período para que haja 
reuniões, terá que haver 
convocação extraordinária 
(art. 57
- De 18/07 a 31/07
- De 23/12 a 01/02
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na 
Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de 
agosto a 22 de dezembro. 
* Caput com redação determinada pela Emenda 
Constitucional n. 50/2006. 
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas 
para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem em 
sábados, domingos ou feriados. 
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a 
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. 
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a 
Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em 
sessão conjunta para: 
I – inaugurar a sessão legislativa; 
II – elaborar o regimento comum e regular a criação de 
serviços comuns às duas Casas; 
III – receber o compromisso do Presidente e do Vice-
Presidente da República; 
IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões 
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da 
Mônica Berrondo
32
Direito Constitucional
OAB 
legislatura, para a posse de seus membros e eleição das 
respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a 
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subseqüente. 
* § 4º com redação determinada pela Emenda Constitucional 
n. 50/2006, que manteve a redação original. 
§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo 
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão 
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos 
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
se-á: 
* Caput do § 6º com redação determinada pela Emenda 
Constitucional n. 50/2006, que manteve a redação original. 
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
se-á: 
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação 
de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de 
autorização para a decretação de estado de sítio e para o 
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da 
República; 
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da 
maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de 
urgência ou interesse público relevante, em todas as 
hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta 
de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
* Inciso II com redação determinada pela Emenda 
Constitucional n. 50/2006. 
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso 
Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi 
convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado 
o pagamento de parcela indenizatória, em razão da 
convocação. 
* § 7º com redação determinada pela Emenda Constitucional 
n. 50/2006. 
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de 
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas 
automaticamente incluídas na pauta da convocação. 
* § 8° acrescentado pela Emenda Constitucional n. 32/2001. 
EC 50/06  Art. 57, § 7°
Comissões: São reguladas na CF/88 pelo art. 
Classificação
1 – Temporários : são criadas esporadicamente para 
realizar um determinada atividade com prazo de 
duração. 
 2 – Permanentes : CCJC; 
Mônica Berrondo
33
Direito Constitucional
OAB 
 3 – Mistas : são comissões que envolve Deputados e 
Senadores CPMI
4 – Comissão Representativa do Congresso Nacional: 
prevista no art.58 § 4 . é responsável pela atuação 
durante o período do recesso parlamentar. 
STF: existe um direito liquido e certo dos parlamentares de exigir 
da mesa da casa legislativa a instalação de uma CPI, como 
manifestação do direito das minorias partidárias. ( para que seja 
criada tem que ser pelas mesas da casa, depende do pedido de 1/3 
dos membros da casa, requer a mesa a instalação de um CPI)
PODER LEGISLATIVO
 Função Típica→ fiscalização → CPIs / TCU
COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO – CPI
Art 58 § 3°, Constituição Federal 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões 
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as 
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que 
resultar sua criação.
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão 
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além 
de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão 
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em 
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço 
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por 
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas 
ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil 
ou criminal dos infratores.
 Requisitos:
o Poderes: Poderes investigatório próprios das autoridades 
judiciais / poderes instrutórios da autoridade judicial, não 
Mônica Berrondo
34
Direito Constitucional
OAB 
incluindo-se os poderes jurisdicionais, tratados na Constituição 
Federal como “Cláusula de reserva de jurisdição”.
o Criação: Pode ser conjunta ou separadamente. Pode ser de 
deputados; de senadores ou mista. O quorum será de 1/3 dos 
parlamentares.
o Finalidade: Apurar um fato determinado. CPI não pode ser 
criada para apuração de fato indeterminado. No ato de criação, 
feito pelo presidente do Senado ou da Câmara, este irá 
especificar / determinar o fato a ser apurado. 
OBS.: Art. 35 § 1° do Regimento Interno da Câmara dos 
Deputados – fato determinado é o acontecimento de relevante 
interesse para a vida pública e para a ordem constitucional legal, 
econômica ou social do país, devidamente caracterizado em um 
requerimento (1/3 dos parlamentares) e no ato de instauração 
(presidente da mesa).
o Prazo: O prazo de duração da CPI é determinado, devendo ser 
estabelecido no ato de instauração. Contudo, o prazo poderá ser 
prorrogável, inclusive, sucessivamente. Os trabalhos da CPI 
terminam com o relatório que é encaminhado para o Ministério 
Público para apuração em juízo da responsabilidade civil e 
criminal dos investigados. 
 Limites do Poder Investigativo das CPIS – STF – MS 24217/DF. 
Rel.: Maurício Correa:
CPI PODE CPI NÃO PODE
Requisitar documentos e informações 
dos órgãos públicos.
Todas as cláusulas de reserva de 
jurisdição:
↓
Mônica Berrondo
35
Direito Constitucional
OAB 
Determinar a realização de perícias. Conduzir coercitivamente o acusado.
Inquirir testemunhas. Interceptação telefônica (escuta), a 
qual depende de ordem judicial.
Compromissar as testemunhas sob 
pena de crime de falso testemunho se 
faltar ou omitir a verdade.
Realizar atos de natureza cautelar 
(decretar indisponibilidade de bens, 
seqüestro e arresto). 
Condução coercitiva das testemunhas 
intimadas que não comparecerem.
Decretar a prisão dos investigados – 
prisões cautelares: temporária, 
preventiva, de pronuncia e de 
sentença recorrível. 
Inquirir suspeitos indiciados / 
investigados (aplica-se a Lei 10792 
quanto ao interrogatório).
Expedir mandados de busca e 
apreensão domiciliar.
O interrogado ao ser ouvido tem o 
direito de não produzir provas contra 
si mesmo – Privilege against self 
incrimination / nemo tenetur se 
deterge.
Impedir a presença de advogados dos 
depoentes.
Determinar a quebra dos sigilos 
bancários, fiscal ou de dados 
(inclusive o sigilo telefônico – extrato 
telefônico), independente de pedido 
em juízo ou de ordem judicial. MS 
23452/RJ. Rel.: Celso Mello.
Mônica Berrondo
36
Direito Constitucional
OAB 
Prenderem flagrante.
OBS.: STF - As constituições estaduais podem autorizar que as 
assembléias legislativas ou câmara distrital a criação de CPIs estaduais. 
Contudo, deve-se preservar as característica de CPI conforme o art. 58 § 3° 
da Constituição Federal. É a chamada Simetria Constitucional, vez que o 
art. 58 § 3° da Constituição Federal é norma constitucional de reprodução 
obrigatória. 
 TCU – ART. 71 Constituição Federal 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será 
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual 
compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da 
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em 
sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por 
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, 
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo 
Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a 
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao 
erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de 
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e 
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em 
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas 
e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o 
fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e 
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes 
Mônica Berrondo
37
Direito Constitucional
OAB 
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no 
inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de 
cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos 
termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela 
União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos 
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, 
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas 
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e 
inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa 
ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que 
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano 
causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as 
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada 
ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, 
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado 
Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou 
abusos apurados.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado 
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, 
ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 
noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo 
anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito 
ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e 
anualmente, relatório de suas atividades.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
o Função Fiscalizadora: É o controle externo do Congresso 
Nacional – fiscalização contábil, financeira, orçamentária dos entes 
da administração direta ou indireta e das demais pessoas jurídicas e 
físicas que recebam repasses de verbas públicas. A abrangência do 
controle externo / político é o mais abrangente possível, abrange o 
controle de legalidade; controle de legitimidade; controle de 
eficiência; controle de economicidade e controle de mérito. O 
controle judiciário por sua vez tem abrangência limitada, só 
abrangendo o controle de legalidade e de legitimidade (art. 70 
Constituição Federal).
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial da União e das entidades da administração 
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo 
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de 
controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou 
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza 
pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998)
o Atos e Contratos – art. 71, X e 71 §§ 1° e 2° da Constituição 
Federal:
 Art. 71, X – Ato administrativo: compete ao TCU sustar 
os atos administrativos comunicando esta decisão a 
câmara ou ao senado. 
 Art. 71 § 1° - Contrato administrativo: ato de sustação 
adotada pelo congresso nacional.
 Art. 71 § 2°: Em caso de inércia do poder do congresso 
nacional (90 dias), o TCU poderá decidir acerca da 
sustação de contratos administrativos. 
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
 Estatuto dos Congressistas – IMUNIDADES:
o Conceito de Imunidade: Prerrogativas públicas conferidas aos 
congressistas pela Constituição Federal, visando garantir-lhes a 
liberdade de exercício da função parlamentar. A imunidade 
parlamentar visa garantir a independência do poder legislativo 
dentro da separação de poderes, bem como visa garantir o 
regime democrático, a liberdade de atuação dos parlamentares 
em que prevalece a vontade das maiorias, com respeito da 
vontade das minorias. 
o Classificação de Imunidades:
 Imunidade Material: Art. 53, caput, Constituição 
Federal. Também chamada de imunidade real, imunidade 
substantiva ou liberdade da palavra (Freedon of speach) 
ou ainda de inviolabilidade parlamentar. 
• Os parlamentares são invioláveis pelas suas 
palavras, votos e opiniões. 
• A inviolabilidade parlamentar acarreta a 
irresponsabilidade civil, penal, administrativa, 
política, pelos atos, palavras, manifestações e 
votos proferidos por parlamentares em razão do 
mandato parlamentar.
• Pela doutrina majoritária a imunidade parlamentar 
tem natureza de causa excludente da ilicitude. 
• O parlamentar é imune ao crime de opinião 
(crimes conta a honra – calúnia, injúria e 
difamação).
• STF – Depende a imunidade material de uma 
“relação de pertinência temática” entre a palavra e 
a opinião e o mandato parlamentar. Deve ser dito 
no estrito cumprimento do mandato ou em 
decorrência dele – “Ratione Muneris” ou “Propter 
Officium”.
• Não há ação de reparação de danos contra 
parlamentares.
Mônica Berrondo
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Direito Constitucional
OAB 
• Palavra e opiniões proferidas dentro do parlamento 
(imunidade parlamentar) – de acordo com 
entendimento do STF, a imunidade parlamentar é 
absoluta quando o parlamentar está no interior da 
casa legislativa. 
• Imunidade fora do parlamento – o parlamentar 
goza de imunidade em qualquer lugar do território 
nacional, exigindo-se, no entanto, que as palavras 
e manifestações do parlamentar, proferidas fora do 
parlamento guardem a relação de pertinência 
temática com o mandato, ou seja, que seja 
proferida em razão das atividadesinerentes a 
função parlamentar. Neste caso, se o parlamentar 
profere um discurso ofensivo a um inimigo 
político, por exemplo, este poderá ajuizar ação 
contra o parlamentar (RE 226643 – STF).
• A imunidade parlamentar é irrenunciável – é 
matéria de ordem pública inerente ao cargo e não a 
pessoa. 
 Imunidade Formal: Art. 53 da Constituição Federal.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e 
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, 
serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso 
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime 
inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e 
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de 
seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime 
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará 
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela 
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a 
Mônica Berrondo
41
Direito Constitucional
OAB 
decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no 
prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento 
pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o 
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 
2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar 
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do 
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles 
receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 35, de 2001)
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, 
embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de 
prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante 
o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois 
terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados 
fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis 
com a execução da medida.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 
35, de 2001)
• Quanto ao Foro: Foro por prerrogativa de funções 
– art. 53 § 1° Constituição Federal. É uma regra de 
competência material, processual penal, que exclui 
qualquer outro foro. 
OBS.: 
*Homicídio = foro privilegiado. Vale ao 
parlamentar a regra especial, dando-lhe foro 
privilegiado, inclusive a um co-réu, o qual terá este 
benefício, salvo se for crime doloso contra a vida, 
onde o co-réu será julgado pelo tribunal do júri 
(competência do tribunal do júri é constitucional), 
desmembrando-se, pois, a competência. 
Mônica Berrondo
42
Direito Constitucional
OAB 
*Foro privilegiado é exclusivo para crimes comuns 
e de responsabilidade. Só desloca a competência 
processual penal. Não há foro privilegiado para o 
julgamento de ilícitos civis. 
*STF: Improbidade administrativa é ilícito civil. 
As ações de improbidade não são atraídas para o 
foro privilegiado – Constituição Federal art. 37 § 
4°.
• Quanto a Prisão: Desde a expedição do diploma 
os parlamentares não poderão ser presos, salvo em 
caso de prisão em flagrante de crime inafiançável, 
sendo que, em 24 horas os autos da prisão devem 
ser encaminhados a respectiva casa legislativa, 
podendo ser aprovada por maioria de votos. 
OBS.: STF – a imunidade quanto a prisão abrange 
todas as espécies de prisão cautelar (salvo prisão 
em flagrante de crime inafiançável). Essa 
imunidade formal quanto à prisão não abrange a 
prisão definitiva decorrente de sentença penal 
condenatória transitada em julgado.
• Quanto ao Processo:
Antes da EC 35/2001 Depois da EC 35/2001
O processo penal para sua instauração 
dependia de autorização da respectiva 
casa legislativa.
Art. 53 § 2° Constituição Federal – 
Recebida a denúncia o STF 
encaminha à respectiva casa, 
podendo, por maioria de votos, sustar 
o andamento da ação.
Art. 53 § 4° - O pedido de sustação 
será apreciado pela respectiva casa no 
prazo improrrogável de 45 dias do 
Mônica Berrondo
43
Direito Constitucional
OAB 
seu recebimento pela mesa diretora. 
Art. 53 § 5°: Suspende o processo e o 
curso do prazo prescricional enquanto 
durar o mandato
 Parlamentar como Testemunha – art. 53 § 6° Constituição Federal: 
Não é obrigado a testemunhar acerca de informações inerentes ao 
exercício de sua função. Se o parlamentar aceitar ser ouvido, deverá ser 
inquirido na casa parlamentar. 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
 Fundamentos:
o Estado Democrático de Direito – Constituição Rígida: A 
Constituição Federal a todos se impõe – harmonia jurídica – a 
Constituição Federal é a norma hierarquicamente superior. O 
Estado Democrático de direito se constrói dentro de uma 
constituição rígida. 
o Supremacia da Constituição – Norma Fundamental: A 
rigidez da Constituição Federal configura a supremacia da 
mesma, sendo que todas as normas devem com ela se 
harmonizar. É a norma fundamental que tem um status 
diferenciado – Pirâmide de Hans Kelsen.
 OBS.: Alguns doutrinadores ainda defendem como 
fundamente do controle de constitucionalidade um órgão 
guardião da Constituição Federal, no caso o STF.
 Sistemas de Controle de Constitucionalidade:
Mônica Berrondo
44
Direito Constitucional
OAB 
o Quanto à natureza do órgão que realiza o controle:
a) Controle Político: O órgão responsável pelo controle faz 
parte do poder legislativo, ou não integra a estrutura de 
nenhum dos três poderes. 
• No Brasil existe controle político em caráter 
excepcional. O critério do controle é feito com 
base na supremacia da Constituição Federal.
b) Controle Judicial / Jurisdicional / Jurídico: Submete a 
aferição da constitucionalidade das leis a um ou vários 
órgãos do Poder Judiciário.
• Para o Brasil e demais países que seguem o 
modelo norte americano o controle judicial é a 
regra e inaugura a idéia de jurisdição 
constitucional. 
• Todos os órgãos do poder judiciário têm 
competência para exercer o controle de 
constitucionalidade.
c) Controle Misto: É aquele em que Constituição submete 
certas categorias de Leis ao controle político e outras leis 
ao controle judicial. 
• A própria Constituição Federal separa.
• No Brasil não é admitido, pois, todas as leis são 
submetidas ao controle judicial e ao controle 
político.
o Quanto ao Momento da Realização do Controle de 
Constitucionalidade:
a) Controle Preventivo / A Priori: Visa evitar, prevenir, a 
ocorrência de uma inconstitucionalidade, buscando evitar 
a promulgação de leis inconstitucionais. É realizado, pois, 
ao projeto de lei. Em regra é feito ao Poder Legislativo, se 
associando, pois, ao controle político. 
• Exemplos:
Mônica Berrondo
45
Direito Constitucional
OAB 
* Atuação das comissões de constituição e 
justiça nas diversas casas legislativas (no 
senado e na câmara chama-se Comissão de 
constituição, justiça e cidadania).
* Veto Presidência: Imotivado (por interesse 
público) ou Motivado / Vinculante (o 
presidente da república entende que o 
projeto de lei é inconstitucional).
b) Controle Regressivo / Sucessivo / A posteriori: Atua 
sobre a lei ou ato

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