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2º Avaliação de Historia do Pensamento Econômico

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2º Avaliação de Historia do Pensamento Econômico
(Lista de exercício)
Lista de Exercícios para Segunda Avaliação – Indicação: Brue, Capítulos 17 (Sraffa e e Chamberlin), 19, 20, 21, 23 (Schumpeter e Nurkse), 24 (Visão geral da Escola de Chicago) e 25 (anexos A e B).
1.De que forma Sraffa expôs a teoria dos custos de produção de maneira a questionar o pressuposto de concorrência perfeita? 
R: Sraffa estudou os modelos de concorrência perfeita, afirmando que os custos médios de produção tendem a ser decrescentes pelas economias internas: ganhos de aprendizagem (maior eficiência) e os custos totais se distribuindo por mais unidades produzidas. Esses custos médios decrescentes contradiziam a conclusão clássica que afirmava que a firma não ampliaria a produção tendo em vista custos médios crescentes ( pela lei do retorno marginal decrescente) – Dessa forma, Sraffa questionava preceitos clássicos apontando para o incentivo que a firma tem para aumentar o tamanho ( custos decrescentes).
2. Ainda de acordo com a visão de Sraffa, quais os empecilhos à expansão da firma?
R: Apesar de concluir sobre os custos médios decrescentes, Sraffa reconhece alguns empecilhos para a expansão da firma: Possibilidade de reduzir o lucro em face de redução de preço; Receio de iniciar concorrência via redução de preço com outras firmas maiores; Altos custos com publicidade e propaganda para ganhar maiores fatias do mercado.
3. Defina concorrência monopolística na perspectiva de Chamberlin, e explique qual o papel da tecnologia no modelo.
R: A concorrência monopolística apresenta características de concorrência perfeita e de monopólio (especialmente no curto prazo): Muitos vendedores e compradores, diferenciação presentes nos mercados, sem barreiras a entrada (produção de substitutos). No curto prazo uma firma que inova e lança um produto incorre em lucro de monopólio, contudo esse lucro atrai competidores que vão produzir substituto. Essa dinâmica torna o mercado mais competitivo, com mais firmas produzindo, contribuindo para queda de preço e aproximando com a estrutura de concorrência perfeita. A tecnologia garante inovação e lucro de monopólio no curto prazo.
4. Defina consumo conspícuo segundo Veblen. Quais os elementos para evolução da estrutura social neste contexto?
R: Esse conceito to refere-se ao consumo esbanjador, caracterisco das classes de alta renda que tem propensão a evitar o trabalho útil ou produtivo. Veblen foi crítico radical do consumo dessas classes. Veblen sugeria uma mudança nos valores sociais: Para ele, a sociedade deveria valorizar mais o trabalho produtivo (intelectual ou braçal) e não viver de renda aplicada ou de ganhos associados a herança. O estado deve intervir alterando o sistema de incentivos ( tributar mais ganhos de herança ou ganhos especulativos).
5. Explicite a teoria comercial de Mitchell, destacando efeitos desencadeadores de crises para economias em recuperação. Qual o papel do Estado na correção do desequilíbrio?
R: Segunda a teoria do ciclo comercial, as crises são deflagradas pelos críticos para investimentos e consumo, tendo em vista interdependência entre as empresas nos mercados. Essa teoria considera que estas instabilidades causadas pela ampliação do crédito são inerentes ao desenvolvimento do capitalismo, contribuindo para a formação de expectativas do empresário e do consumidor.
- Economia em recuperação: Aumento de crédito para investimento e consumo; consumo maior que a capacidade de resposta da capacidade produtiva. Numa situação de superaquecimento do consumo, os custos de produtos aumentam (juros, contratos, prestação para serviços, mão de obra, alugueis e etc.) Isso gera certo receio do investidor. (como inflação ou expectativa ruim). 
Para evitar esse contexto exige que o estado deveria realizar um planejamento de curto e médios prazos, controlando o crédito no inicio da recuperação.
6. Explique as duas teorias de Galbraith: efeito dependência e teoria da firma.
R: Galbraith também se posicionou com certo radicalismo (tal como Veblen) identificando uma sequência modificada invertida na recuperação produtor – consumido. As firmas, a parti de suas expectativas de retorno financeiro, criam necessidades elaboradas no consumidor através da propaganda. O consumidor não era soberano, na medida em que era “levado” a fazer determinadas escolhas. Esse contexto indica para Galbraith uma supervalorização dos bens privados em detrimento dos coletivos. O estado deveria alterar esse sistema de valor, taxando mais bens privados de luxo.
- Teoria da firma refere-se à condição onde há separação entre propriedade e controle. Quem controla ou administra vai perseguir objetivos nem sempre voltados ao atendimento do objetivo do acionista.
Nesse caso os administradores podem escolher aumentar a produção e expandir vendas buscando elevar seus salários. Mas é possível que uma lucratividade máxima fosse atingida sem ampliação da produção. -> conflito entre proprietários e quem administra.
7. Conceitue ótimo de Pareto e analise o uso deste conceito em políticas públicas.
R: O Maximo bem-estar ou ótimo de Pareto refere-se a um ponto onde não há mais como melhorar a situação de um individuo sem piorar a de outro. Nesse ponto as trocas vantajosas já foram realizadas, os fatores produtivos foram realocados priorizando produções onde são mais eficientes e a sociedade produz mais o que tem maior valor para ela.
Esse conceito não se ajusta bem à implementação de políticas públicas, uma vez que estas sempre geram um produto ou efeito secundário que pode ser compensado por um ganho para a economia. Um exemplo disso é a política de desvalorização da moeda nacional, que gera ganho para o setor exportador e perdas para o importador, que pelos critérios de Pareto não seriam utilizados.
8. Qual a justificativa econômica para a distribuição de renda segundo Pigou?
R: Pigou associa o principio da utilidade marginal decrescente, a quantidades adicionais de moeda. Quanto maior o estoque de moeda dar-se menos valor a quantidades adicionais da mesma. Portanto, as classes de baixa renda valorizam mais quantidades adicionais de moeda. E é em favor dessas classes que a renda deveria ser redistribuída segundo Pigou. Isso elevaria o bem-estar.
9. O que são efeitos spillover e como estes estão associados à interferência do Governo para alcance de melhor bem-estar (Teoria de Pigou)? Dê exemplos de diferentes atuações do Estado no contexto.
R: Segundo Pigou, diferenças entre custo e benefícios marginais na produção e no consumo geram externalidades ou efeito spillover. Uma primeira situação refere-se ao custo social, maior igual, ao custo privado, uma produção com poluição de rios por exemplo. Nesse caso o produtor não internaliza esse custo social, e o estado deveria intervir taxando adicionalmente a produção.
A outra situação refere-se a um beneficio social > beneficio provado, com uma produção que gere tecnologias alternativas de custo reduzido. Nesse contexto o governo deve estimular com subsídios ou redução de impostos para elevar a produção.
10. Apresente os argumentos de crítica feitos por Mises ao planejamento socialista. Como Lange responde a tais argumentos?
R: Mises defende o sistema capitalista que com sua dinâmica “ sucesso – fracasso” produz a melhor sinalização para os empreendedores. No socialismo, segundo Mises, o subsidio do estado mascara o custo de produção e o planejamento central, impede o funcionamento livre do mercado (procura por maior lucratividade, risco e inovação) Lange, contudo, defende o planejamento socialista, uma vez que o planejador tem todas as informações sobre os mercados e já informa sobre possibilidades de acertos, sucessos.
11. Exponha o pensamento de Hayek no contexto das escolas ortodoxas e heterodoxas.
R: Hayek defende a ortodoxia, reafirmando as posturas políticas dos clássicos e neoclássicos: O estado deve apresentar-se com mínimo, tendo em vista contribuir para a ineficiência do cooperativismo. 
12. Que utilidade tem para economia a seguinteconclusão de Arrow: “a democracia perfeita é impossível”?
R: Não há como garantir, num processo democrático, que as escolhas sociais reflitam as preferências individuais o que quer dizer que, em políticas públicas, grupos podem ganhar menos ou perder. Mas ainda assim uma determinada política é importante se: Ganhos> Perdas, em economia, decidem-se pelo 2ª melhor, 3º melhor.
13. Buchanan se apresenta como um crítico da escola do bem-estar tradicional. Comente tal afirmação, expondo seus argumentos em defesa de um fortalecimento das constituições.
R: Buchanan critica a escola tradicional do bem-estar, tendo em vista o papel atribuído ao estado de condutor do bem-estar pela maior parte dos teóricos dessa escola.
Segundo Buchanan, a frente do estado esta um individuo ou um grupo que deverá buscar maximizar a sua satisfação e não uma função do bem-estar coletivo. Para resolver esse conflito, Buchanan sugere um fortalecimento das instituições de forma a promover o controle social das ações do estado.
14. Comente o contexto no qual inseria-se a teoria keynesiana.
R: Em 1929, o contexto era de queda de emprego e renda, ou recessão, tendo em vista a "quebra" da bolsa de valores de Nova York. A crise se espalha dos EUA para o resto do mundo e os instrumentos clássicos não conseguem resolver o problema no curto prazo. Nesse momento, a Escola Keynesiana surge com um viés imediatista de sugerir alternativa à recessão que se apresentava. A solução viria do intervencionismo do Estado nas economias. Com isso, Keynes também aproxima a ciência econômica da realidade.
15. Esclareça a questão da inflexibilidade de preços e salários na escola keynesiana.
R: Segundo a Escola, os salários e preços se mostram inflexivelmente decrescentes, por algumas razões: regulamentação de salário mínimo; acordos com sindicatos; entendimento entre patrão e funcionário sobre a produtividade mantida se não houvesse queda de salário; e sobre a inflexibilidade de preço, a empresa receia iniciar concorrência via queda de preços.
16. Keynes defendia a participação ativa do Estado através de políticas fiscais e monetárias. Quais seriam tais políticas e em que contexto seriam aplicadas?
R: Em momentos de crise, Keynes sugeria uma política expansivista: aumento dos gastos, diminuição dos tributos, queda nos juros, elevando a demanda agregada, o investimento e o PIB.
No curto prazo, com o superaquecimento do consumo, pode haver inflação.
Em momentos de inflação, Keynes sugere uma política restritiva: redução nos gastos,aumento de tributação, elevação dos juros: coque geraria uma redução da demanda agregada, redução do crescimento e queda na inflação. 
-> o papel do governo seria então alterar políticas expansivas e restritivas, acompanhando os indicadores de interesse.
17. Diferencie investimento econômico e financeiro em Keynes, e identifique os determinantes para o primeiro.
R: Investimento econômico associado à aquisição de bens de capital.
Investimento financeiro associado à compra de títulos, ações ou instrumentos de remuneração alternativa à poupança.
Determinam os investimentos: 
(i) taxa de juros;
(ii) eficiência marginal do capital (expectativa de retorno dos empresários) -> elemento mais subjetivo.
18. Explique a teoria do desenvolvimento econômico de Alois Shumpeter. Enfoque os elementos que julgar mais importantes.
R: De acordo com Schumpeter, a inovação, a tecnologia e a ação empreendedora se combinavam para gerar desenvolvimento econômico.
Os investimentos ocorrem em grupos, com empreendedores sinalizando uns para os outros através de eventos de sucesso e fracasso.
Um produto secundário ou inerente ao desenvolvimento era a instabilidade que ocorria tendo em vista a elevação de preço (pela nova tecnologia) e a concorrência entre tecnologias. 
19. “Para onde caminha o capitalismo?” Como o pensador acima respondeu a essa pergunta?
R: Schumpeter conclui, de forma pessimista, que o capitalismo como sistema tende a desaparecer. Ele identifica algumas razões, associadas à fragilidade das bases sociais do capitalismo: 
(i) função empreendedora enfraquecida com os processos de automação;
ii) perda de representatividade de classes sociais (classe media e pequenos empresários). Vale ressaltar que esses empresários têm forte papel na inovação;
iii) fragilidade dos organismos capitalistas, a exemplo dos bancos, que financiam cada vez mais grandes empreendimentos.
20. O que é a Teoria do círculo vicioso da pobreza, de R. Nurkse? Como se daria o desenvolvimento equilibrado segundo este pensador?
R: Elementos que caracterizam a pobreza atuam uns sobre os outros, de forma permanente, dando continuidade ao estado de pobreza.
São exemplos disso:
i) indivíduo pobre, não se nutre suficientemente, posicionando-se mal no mercado de trabalho, não investe em qualificação, continua pobre;
ii) país pobre,, sem conseguir formar poupança, não investe e continua pobre.
Nurkse sugere os investimentos em industrialização como alternativa para superação do quadro de pobreza. Para ele, as economias ainda que tardiamente industrializadas teriam mais a ganhar, do que permanecendo agrário-exportadora.
Sugere assim um rompimento com a divisão internacional do trabalho.
Ex.: PSI, industrialização voltada para fora.
21. De que forma a Cepal influenciou o pensamento econômico latino-americano? Exemplifique.
R: A CEPAL cria as bases para o desenvolvimento das indústrias nos países latino-americanos. Inspirada em List, Nurkse, Keynes, a CEPAL sugere instrumentos de atuação do Estado com este fim.
Ex.: ISI ou PSI no Brasil.
22. Destaque os elementos que julgar mais relevantes na teoria cepalina em sua origem (Prebisch). 
R: Deterioração dos termos troca: queda dos preços dos bens agrícolas face ao aumento dos preços dos bens industriais. Alguns determinantes para esse movimento são:
- baixa elasticidade-renda da demanda por bens agrícolas; e alta no caso dos bens industriais; formação oligopolista na produção industrial e de concorrência perfeita na produção agrícola:
- mercado de trabalho mais organizado na produção industrial e menos organizado na produção agrícola. 
* visão estruturalista sobre a inflação: aspectos estruturais explicam a inflação. (Ex: crescimento desequilibrado entre setores produtivos).
23. Diferencie liberalismo e desenvolvimentismo no Brasil.
R: desenvolvimentismo: corrente teórica que influencia / define a consolidação da indústria (30-60) no país, tem o Estado como agente principal (financiador, produtor).
Liberalismo: coloca-se contra o desenvolvimentismo, e sugere a atuação livre do mercado a fim de elevar a eficiência (antes de 1930, após 1980). 
1960 - 80 = liberalismo é desenvolvimentismo.
24. Quais as principais correntes do pensamento brasileiro firmadas ao longo dos anos 1980? Destaque suas ideias-chaves.
R: A social-desenvolvimentista propunha um resgate do desenvolvimento, porém com um maior planejamento e controle dos gastos. O governo ainda seria o elemento mais importante. 
Já a visão liberal ou neoliberal propunha o livre-mercado, defendendo a liberalização dos mercados como instrumento para melhorar a eficiência. O Estado é mínimo e, por fim, a social-liberal, propõe a liberalização da maioria dos mercados, porém com presença do Estado nas produções estratégias e em programas sociais. 
25. Comente as principais características da escola de Chicago.
R: - fortalecimento da postura política neoliberal não intervencionista;
- crença no consumo doméstico baseado na renda permanente;
- instrumentos matemáticos mais intensamente utilizados na ciência econômica;
- alternativa à crise: liberalização dos mercados e controle orçamentário.

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