Buscar

Resumo pato prova 2 parte II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CRESCIMENTO CELULAR E DIFERENCIAÇÃO: REGULAÇÃO NORMAL E ADAPTAÇÕES
A célula em um estado normal está em constante alteração no meio, ou seja, trabalhamos com um sistema flexível de modificação no organismo. EX: aumento de temperatura corporal no momento do exercício físico – adaptação.
A célula está em constante mudança, na maioria das vezes em respostas a processos fisiológicos, portanto reversíveis. Ou, podemos estar diante de uma alteração que seja tão grande que o processo seja irreversível – Estímulo Patológico.
Essa diferença entre o estímulo fisiológico e patológico vai depender: Tipo de estímulo, Intensidade do estímulo e do Tipo celular que estará sofrendo o estresse.
As células adaptam-se a estímulos aceitáveis do ambiente pela modificação do metabolismo e pelo padrão de desenvolvimento celular e isso está relacionado ao tipo celular e ao tipo de estimulo.
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO CELULAR
- 1º - Alterações bioquímicas (muitas vezes não são perceptíveis fisiologicamente/fenotipicamente) EX: quanto o indivíduo passa muito tempo em jejum, a energia necessária para a sobrevivência é retirada do (por exemplo) tecido adiposo. EX: quando há carência de cálcio, o cálcio do osso é requisitado assim que necessário, se houvermos carência de cálcio, haverá “perda” de cálcio pelo osso – células ósseas.
- 2º - Alterações estruturais –Quando há aumento da atividade celular, causa aumento de tamanho/número da célula. Quando há diminuição da atividade celular, temos diminuição do número e tamanho da célula.
 - Alteração na morfologia celular – diferenciação celular – como ela iniciou seu desenvolvimento, como foi sua diferenciação, se diferenciou mais ou menos. Ex.: metaplasia, displasia, anaplasia.
ESTÍMULOS PATOLÓGICOS:
* Fora do limite aceitável de normalidade - Mudanças severas no ambiente celular.
* O estímulo, para que seja fisiológico ou patológico, depende da duração, intensidade e do tipo celular afetado.
Fatores relacionados ao desenvolvimento das doenças: Genéticos, Nutricionais, Imunológicos, Endócrinos, Agentes físicos, Agentes químicos, Agentes biológicos, Anóxia.
Respostas adaptativas
- Mudanças no padrão de crescimento e na diferenciação celular.
Tamanho das células:
- Atrofia;
- Hipertrofia
Número de células:
- Involução/Atrofia;
- Hiperplasia
Diferenciação das células:
- Metaplasia (mudança estável de um tipo celular para outro, de mesma origem embrionária);
- Displasia (desvio da diferenciação celular - reversível);
- Anaplasia (perda da diferenciação celular- irreversível) **
ANORMALIDADES DO DESENVOLVIMENTO
AGENESIA: Quando um órgão ou estrutura não se forma na sua totalidade. É rara e pode ser incompatível com a vida.
Agenesia completa de um órgão: 
EX: No local do dente, não temos o dente. 
No lugar da língua, não temos língua (aglossia). 
- A aglossia é rara, mas a agenesia dentária ou a anodontia não é tão rara (embora não seja significativo, nascer sem o 3° molar, também é considerado anodontia). 
Problema com gene.
Uni ou bilateral dos rins.
Displasia ectodérmica hipodrotica – má formação do folheto ectoderme – poucos/sem pelos, sem dentes (anodontia ou hipodontia), sem glândula sudoripara
 	Agenesia de parte do órgão:
	EX: agenesia dos côndilos mandibulares;
	Corpo caloso do cérebro.
	Agenesia de tecidos ou células no interior de um órgão:
	EX: ausência de células germinativas testiculares infertilidade congênita
APLASIA: É a incapacidade de um órgão se desenvolver; persistência de um primórdio ou rudimento de um órgão. Funcionalmente semelhante a agenesia, porque a função fica prejudicada. Raro. 
Problema de desenvolvimento no parênquima do órgão que irá interferir na função.
EX: Aplasia pulmonar: brônquio de desenvolvimento rudimentar; sem desenvolvimento do parênquima do órgão; sem função;
Aplasia da língua: há uma tentativa de formação da língua, ao contrário da agenesia, é uma lingueta;
Aplasia das glandulas salivares.
HIPOPLASIA: Incapacidade de um órgão de alcançar, forma e tamanho normais; desenvolvimento incompleto. Dependendo da alteração pode alterar mais ou menos a função. 
EX: microftalmia, 
microcefalia, 
hipoplasia dentaria – sífilis na gravidez (dentes de hutchinson – incisivos e 1ºM amoras), trauma ou infecção local (dentes de Turner), fatores hereditários;
hipoplasia do esmalte (alteração do esmalte, onde existem áreas do esmalte que são formadas e outras que não são formadas): é o tecido que mais sofre hipoplasia;
fluoroses graves podem ser consideradas hipoplasias, 
micrognatia (um dos maxilares é diminuído em relação ao outro).
microglossia – hipoplasia da língua.
_____________
MUDANÇAS NO PADRÃO DE CRESCIMENTO E NA DIFERENCIAÇÃO CELULAR
A) MUDANÇA NO TAMANHO DAS CÉLULAS:
		1 – ATROFIA: 
Redução da quantidade dos constituintes celulares e das suas funções;
É decorrente de uma menor exigência da célula, seja por estímulo funcional ou por estímulo hormonal;
O órgão ou células de um determinado tecido sofrem atrofia;
- Conservação do padrão morfológico (não sofrem alteração de diferenciação celular), células apesar de menor tamanho continuam semelhantes às células normais;
- Diminuição do número e volume (tamanho) de células, consequentemente diminuição do tecido ou órgão e diminuição da função;
EX: Senilidade celular: alteração fisiológica, quando o indivíduo vai envelhescendo ele vai perdendo a capacidade de multiplicação da célula, vai cada vez diminuindo suas funções em indivíduos que não se mantém ativos, por isso o estímulo físico durante o envelhecimento, embora seja um processo normal, mesmo na presença de exercícios.
Quando o indivíduo tem algum problema cardíaco (coronárias obstruídas com diminuição do suprimento para o coração) o coração, por um processo adaptativo, vai diminuir o tamanho para que possa sobreviver. Se houver o mesmo metabolismo, com menos suprimento ele pode infartar.
Causas:
Por falta de nutrientes:
Por desuso: Fratura na perna e imobilização (gesso) do membro por muito tempo; após retirar a imobilização, o tamanho e volume da perna diminuem – atrofia muscular. 
Por compressão: Uso de espartilho, para modelagem da cintura – atrofia do fígado, por compressão, diminuição do suprimento. Em neoplasias benignas também.
Por jejum/inanição (caquexia): Em caso de jejum, o segundo tecido a ser retirada energia, após o adiposo é o tecido muscular, então, perde tecido adiposo e muscular.
Por Falta de estímulo hormonal: as mulheres já na senescência quando passam o período de menopausa, tem uma diminuição do endométrio e das glândulas mamárias em decorrência da falta do estímulo do estrógeno.
Córtex da adrenal – o organismo produz corticoide, e se em casos necessitarmos fazer a corticoide terapia as glândulas irão entender que já há o suficiente disponível, cessando a produção – processo de atrofia. Se removermos abruptamente o corticoide, sem retirar gradativamente, nós vamos fazer com que esse indivíduo fique sem corticoide, por que as células do córtex da adrenal, sofreram processo de atrofia, diminuíram a produção e elas levam um tempo até começar a produzir novamente.
Outros: Sialolitiase – calcificação distrófica - obstrução de glândula salivar;
Inflamação crônica – gastrite crônica;
Por produtos tóxicos – saturnismo (atrofia dos músculos do antebraço);
Por desnervação – poliomielite, paraplegia acidental.
Atrofia senil: fisiológica.
Evolução e consequências:
Reversíveis após a remoção da causa/do estímulo, se não tiver havido produção de dano. Se removermos a causa, mas já tiver havido dano, existe uma alteração nesse processo.
		2 – HIPERTROFIA:
É ao contrário da atrofia, é o aumento no volume da célula – aumenta os componentes estruturais e organelas e, consequentemente, o órgão ou o tecido; Há o aumento da função;
Conservação do padrão morfológico;
NÃO tem o aumento do número de células;
Maior exigência (hormonal/demanda funcional) – MAIOR ANABOLISMO;
Para que isso acontece precisamos de determinadas condições:
Fluxo sanguíneo(oxigênio e nutrientes);
Integridade morfológica e funcional da célula – não adianta querermos que um músculo aumente de volume se houver lesão, o tecido não tem condições de promover o aumento de volume;
Adequaçao do estimulo – especialização funcional e morfológica - Estímulo correto – aeróbico x hipertrofia;
- Limites da capacidade adaptativa – Lesão (Degeneração) ou morte celular. 
 Depende do tipo celular, do tipo do estimulo, intensidade e duração.
FISIOLÓGICA:
	- Músculo uterino (gestação)
	- Musculo cardíaco (pós-nascimento para adaptação vida extrauterina)
PATOLÓGICA:
	- Músculo cardíaco: atletas, hipertensão sistêmica, estenose aórtica
	- Músculo esquelético: atletas, trabalhadores braçais
	- Músculo liso: órgãos ocos (bexiga – hipertrofia prostática)
Evolução e consequências:
É reversível, na remoção do estímulo, haverá diminuição da célula, mas mantém a funcionalidade, sem dano celular permanente; depende da célula e da intensidade.
- Consumo de proteína para nutrição do musculo (hipertrofia muscular). Quando ingerimos água junto com proteína, a proteína atrai a água, então além de fornecermos a matéria prima para a formação do musculo (proteína) ele fica cheio de água – aumento de volume;
	B) MUDANÇA NO NÚMERO DAS CÉLULAS:
		1 - INVOLUÇÃO/ATROFIA;
2 – HIPERPLASIA: Hiperplasia é o aumento do NÚMERO de células.	
Aumento na quantidade de células e suas funções;
Conservação morfológicas
Aquelas células que não são capazes de fazer hiperplasia, não são proliferativas, isso depende do tipo de célula – lábil, estável.
Condições necessárias:
Fluxo sanguíneo adequado;
Integridade funcional e morfológica da célula;
Estímulo adequado;
- Limites da capacidade hiperplásica (estimulo fisiológico e patológico):
- Causas e tipos das hiperplasias:	
POR AUMENTO DAS EXIGENCIAS FUNCIONAIS:
		- perda de parte de um órgão ou todo – vicariante ou compensadora;
		- glândula mamária durante aleitamento – hormonal;
		- tecido linfoide – alta carga de antígenos – ínguas
	HORMONAIS:
		-hiperfunçao da hipófise:
		 - aumento ACTH – córtex da suprarrenal – Sindrome de Cushing
		 - aumento TSH – hiperplasia da tireoide – hipertireoidismo
		- excesso de estrógenos – hiperplasia da mama ou do endométrio
	HIPERPLASIA INFLAMATÓRIA:
- Crescimento excessivo - estímulo inflamações crônicas
- Diferente das demais formas de hiperplasia, na inflamatória existe quase sempre intensa neoformação conjuntivo-vascular que acompanha a dos elementos parenquimatosos, ou a ela se superpõem.
- Cavidade oral : Hiperplasia Fibrosa Inflamatória ou Épulis Fissurado – prótese desadaptada/perda óssea – hiperplasia dos fibroblastos - crescimento do tecido + deposito de colágeno, que é irreversivel– remoção cirúrgica. Também ocorre por prótese de câmara de sucção.
 Ceratose Friccional – prótese ou trauma - marca branca; pode ocorrer em fumantes.
- Calosidades: a epiderme responde à compressão através do espessamento do epitélio e aumento da produção de ceratina.
ATENÇÃO: hiperplasia X neoplasia benigna:
Hiperplasia = aumento do número de célula, mas neoplasia benigna = aumento no número de célula
A diferença é, que depois de removido o estimulo que promoveu essa hiperplasia, ela volta ao normal, regride – reversível;
A neoplasia benigna, ela tem um estímulo inicial, mas removido o estímulo ela continua aumentada;
OBS: Relacionada à odontologia:
 Hiperplasia gengival dilantínica (aumento da gengiva interproximal) - o indivíduo usa um medicamento anticonvulsivante (dilantin sódico) que causa hiperplasia do fibroblastos, aumento o número de fibroblastos que depositarão mais fibra colágena. Pode ser feita gengivoplastias estéticas frequentes, já que provavelmente aumentará novamente. Existem vários medicamentos que causam hiperplasia gengival.
	C) MUDANÇA NA DIFERENCIAÇÃO DAS CÉLULAS:
		1 – METAPLASIA: 
“É a conversão de um tipo celular diferenciado em outro tecido da mesma linhagem embriológica”
Por exemplo, um epitélio não se transforma em tecido conjuntivo, um epitélio se transformará em outro epitélio;
Também será diferenciado, mas com menor capacidade de função;
Normalmente é consequência de um estimulo persistente/irritação crônica;
Reversível após remoção do estímulo;
Pode acarretar em danos aos tecidos;
Pode desenvolver lesão potencialmente maligna/malignidade;
Epitelial ou mesenquimal.
Ex.: Metaplasia escamosa - Epitélio respiratório de fumante. 
Epitélio normal é epitélio de revestimento cilíndrico ciliado com células caliciformes, é muito diferenciado, tem cílios para filtrar partículas maiores e ainda produz muco para prender essas partículas e impedir que elas causem infecções. 
No caso de fumantes, esse epitélio passa a ser agredido e esse epitélio vai sendo modificado por um epitélio mais simples – não tão diferenciado – epitélio pavimentoso estratificado (pode ser ou não ceratinizado (para impedir uma maior agressão do tabaco), mais propício para reagir a agressão do tabaco. Logo, os indivíduos ficam mais propensos a infecções respiratórias e pneumonias recidivantes, perde a função principal, mas ganha outras funções.
O indivíduo que parou de fumar, leva de 10 a 15 anos para ganhar o epitélio que perdeu.
Pode desenvolver lesões potencialmente malignas (TRANSFORMAÇAO NEOPLÁSICA), ainda que muitas vezes reversíveis, mas nesse caso passam a ser irreversíveis – cânceres do pulmão.
		2 – DISPLASIA:
Ocorre uma proliferação celular desordenada, mas não neoplásica;
Encontrada especialmente em tecidos epiteliais;
É um conjunto de atipias, que são alterações morfológicas – forma, volume - e de diferenciação;
Alterações displásicas tipicamente iniciam-se nas porções basal e parabasal do epitélio – LEVE (terço basal), MODERADA (até terço médio) ou SEVERA (todo o epitélio).
Quanto mais displásico o epitélio se torna, mais as alterações epiteliais atípicas se estendem para envolver a espessura total do epitélio.
As alterações histopatológicas das células epiteliais displásicas são similares às observadas no Carcinoma Espinocelular.
Pode ser reversível; se avançar pra carcinoma, mesmo que seja in situ (dentro do epitélio), para a ser irreversível.
Exs: de atipias: 
 - Pleomorfismo - uma célula de tamanho e forma diferente da outra. Modificação de forma;
 - Hipercromatismo – diferença de coloração da célula;
 - Duplicação da camada basal;
 - Mitoses atípicas – pode haver direcionamento para até 3 células filhas, onde o material genético é passado de forma desigual as células filhas; Câncer – quando as células que sofrem mitoses atípicas, penetram o tecido conjuntivo. O câncer mais comum de boca é o Carcinoma espinocelular ou carcinoma epidermódide. Quando o carcinoma está encerrado no epitélio, potencialmente maligno, mas é benigno – carcinoma in situ; Quando invade o carcinoma invade o conjuntivo – carcinoma invasivo;
Embora displasia epitelial seja um importante fator preditor de transformação maligna, nem todas as lesões displásicas tornam-se malignas. Por outro lado, lesões não displásicas podem malignizar.
		3 – ANAPLASIA (TUMORES MALIGNOS): Crescimento anárquico
É o que chamamos de câncer ou neoplasia maligna;
Alterações celulares profundas e irreversíveis;
Houve um estímulo inicial, mas a partir desse estimulo a proliferação celular, tornou-se independente de qualquer tipo de controle (de ciclo celular, hormonal...)
Célula pode perder totalmente a semelhança com o tecido de origem dificuldade no diagnósticoIdentificação através de reação ag-ac para sabermos qual o tecido de origem;
Proliferação celular desordenada, mais ou menos diferenciada.
NEOPLASIAS
ONCOLOGIA – estudo dos tumores ou neoplasias
É o crescimento autônomo de tecidos que escaparam das restrições normais de proliferação celular e exibem graus variáveis de fidelidade aos seus precursores. (Rubin, 2006)
Ou seja, pode parecer morfologicamente, mas a proliferação é diferente.
BENIGNAS– muito parecidas com as células de origem;
MALIGNAS – diferem das células de origem.
Em uma resposta adaptativa celular, quando removido o estimulo de modo geral temos uma cessação do aumento de proliferação ou alteração no desenvolvimento celular revertendo para o normal. 
Já quando temos uma neoplasia após o estimulo inicial (seja ele genético, físico, biológico, hormonal) adquire uma independência no seu crescimento. 
Em uma célula normal elas tem o mesmo tamanho, possuem a mesma proporção núcleo-citoplasma, o núcleo ocupa um determinado volume e o citoplasma outro volume sendo igual para todas, existe um estimulo de proliferação até que elas se encontrem, até que uma toque na outra, isso se chama INIBIÇÃO POR CONTATO (no momento em que se “tocam” cessa a proliferação) isso é questão de sobrevivência, para que haja a troca adequada com o meio esse espaço não pode ser ultrapassado. 
Nas neoplasias tanto benigna quanto maligna, as células são diferentes, são pleomorficas (diferença de tamanho), hipercromaticas, com mitoses atípicas elas não respeitam essa inibição, proliferam independente da outra, elas perdem esse mecanismo de proteção, proliferando de forma indefinida causando inclusive prejuízo da sua vizinha entrando inclusive algumas vezes em processo de apoptose (morte programada), portanto células neoplásicas falham ao responder o controle de crescimento celular, tornando-se independente. 
De um modo geral as células obedecem a organização do ciclo celular, de que uma parte das celular esta em forma latente, e que quando são colocadas em ciclo passam por G1, fase S (de síntese), fase G2(ponto de checagem) e Mitose para multiplicação, em todas essas fase tem genes controlando a divisão das células. Se houver qualquer alteração em algum desses genes, em qualquer uma dessas fases há a perda do controle (inibição) e portando uma independência de crescimento consequentemente a formação de um tumor (benigno ou maligno), uma boa parte das formações tumorais é decorrente de uma alteração/mutação nos genes que estão envolvidos no ciclo celular. 
Neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento ultrapassa e se mostra desordenado comparado aos tecidos normais, e é persistente a todos os meios de cessação de estimulo. Esse tecido que cresce de forma desordenada ele consome gradativamente o hospedeiro competindo com os tecidos normais pelo substrato nutricional. Então é muito claro que essa massa de celular anormal acaba substituindo e ou revertendo o metabolismo do indivíduo para seu metabolismo próprio, acaba então consumindo muito mais energia porque prolifera muito mais rápido consumindo mais energia do que habitualmente. Por isso que gradativamente um indivíduo acometido por um processo neoplásico tumoral maligno ele vai entrando num processo chamado de caquexia que é um processo de “autoconsumação” pelo metabolismo acelerado das células neoplásicas. Não há como competir com essas celulas porque ela reverte tudo em favor de seu próprio metabolismo. 
Estrutura dos tumores: uma neoplasia se estrutura de uma forma similar como qualquer órgão com parênquima e estroma, a estrutura básica é sempre essa. 
Então o parênquima do tumor é a célula proliferativa, e o estroma que dá a base de sustentação do metabolismo para a célula parenquimatosa. Esse estroma sustenta com tecido conjuntivo, vasos sanguineos e vasos linfáticos, dando nutrição a célula, o mecanismo usado para parte fisiologica é adaptado para o processo neoplásico, é apenas uma readaptação desorganizada. 
Existem alguns fatores que permitem que o tumor cresça rapidamente, e entre eles o principal é o FAT (Fatores de angiogênese tumoral) que faz que aumente a formação de vasos sanguíneos melhorando o aporte nutricional do tumor na região em que ele está crescendo. Se não houvesse esse aumento no aporte ele iria necrosar, e o tumor não existiria. 
Origem:
- PRIMEIRA TEORIA – embriogênica: as células-tronco que persistem aprisionadas nos tecidos durante a embriogenese poderiam no futuro sofrer transformação neoplásica. Aplica-se melhor aos tumores de células germinativas e embrionários da infância.
- TEORIA MONOCLONAL – teoria mais atual: em que uma única celula sofre o estimulo (biológico/viral) e portanto entra em processo de mutação, e a partir dai essa única célula entra em ciclo celular e passa a se replicar dando origem a células filhas alteradas em grande número. 
Campo de cancerização: tumores múltiplos em um mesmo local restrito. É uma alteração que acontece em boca muito frequentemente, o tumor, a boca inteira é preparado por algum estimulo na maior parte das vezes o tabaco que o fator de risco mais envolvido para o câncer de boca, esse campo (boca) é preparado com o passar do tempo e com o estimulo constante a desenvolvimento de vários clones celulares, então ora em região de palato mole uma célula em um individuo que é fumante, resolve fazer uma alteração e ai se perpetua a alteração e forma um tumor. 
Identificando e removendo o tumor e segue a manutenção do paciente, subsequente a isso em uma próxima consulta o paciente aparece com um tumor em região de soalho, e entra no mesmo processo. Os dois tumores eles não tem uma ligação, surgiram individualmente a partir de um mesmo estimulo, a ligação é a apenas o estimulo inicial. Esse conceito é importante para entendimento de metástase. 
Classificação:
- por comportamento da célula: efeitos nos tecidos - é benigna ou é maligna (NÃO existe câncer benigno),
- histogenética: pelo parênquima
- Terminologia usada para classificação: tumores benignos – mesenquimais: tecido de origem + sufixo OMA; epiteliais: célula de origem, arquitetura microscópica, padrões macroscópicos + sufixo OMA; 
e os cânceres (neoplasia maligna) são divididos: os de sufixo CARCINOMA são de origem EPITELIAL, e os de sufixo SARCOMA são de origem MESENQUIMAL.
Ex.: Carcinoma epidermoide ou espinocelular (morfologia)
Adenocarcinoma (origem ou padrão glandular)
Carcinoma de células renais (local)
	TECIDO DE ORIGEM
	BENIGNO
	MALIGNO
	FIBROSO
	FIBROMA
	FIBROSSARCOMA
	ÓSSEO
	OSTEOMA
	OSTEOSSARCOMA
	CARTILAGEM
	CONDROMA
	CONDROSSARCOMA
	ADIPOSO
	LIPOMA
	LIPOSSARCOMA
	M. LISO
	LEIOMIOMA
	LEIOMIOSSARCOMA
	M. ESTRIADO
	RABDOMIOMA
	RABDOMIOSSARCOMA
	EPITÉLIO GLANDULAR
	ADENOMA
	ADENOCARCINOMA
	VASOS SANGUINEOS
	HEMANGIOMA
	ANGIOSSARCOMA
NOMENCLATURA – outras:
-Tumor maligno pouco diferenciado ou indiferenciado: neoplasia maligna...
- Tumos misto – adenoma pleomorfico;
- Carcinossarcomas – duas origens; 
- MELANOMA, HEPATOMA, LINFOMA e SEMINOMA são lesões MALIGNAS (erro no sufixo);
- TERATOMA: proliferação de tecidos de mais de uma camada germinativa (celulas totipentes);
- HAMARTOMA: prolif de células normais e maduras formando massa desorganizada em local nativo;
- CORISTOMA: tecido normal ectópico (local errado)
Porque alguns tumores crescem mais rapidamente e outros mais lentamente e isso de um modo geral interfere no prognostico?
Grau de diferenciação das células, células diferenciadas (quanto maior a diferenciação, mais próximo da célula de origem), então uma célula BEM diferenciada é uma que praticamente faz o que uma normal faria. ex: epitélio de revestimento que é divido em basal (+próxima do conjuntivo), depois espinhosa, depois granulosa e depois córnea ou ceratina, o processo de proliferação se dá inicialmente na basal, ela é menos diferenciada do que a célula que está lá em cima, então ela passa da basal até a córnea adquirindo funções que a aproxime o máximo possível da celula normal que tem como função a ceratinização; a célula mais diferencia na formação do dente é o ameloblasto e odontoblasto). Então uma célula indiferenciada é uma célula que não conseguiu atingir a sua diferenciação. 
Tumores MALIGNOS são MENOS diferenciados: maior proliferação, menor diferenciação, maior nº de mitose e menor nº de apoptose (morte) e MAIS agressivos, PIOR prognostico.
Célula em mitose ou G0, tumores malignostem maior número de células ativas em mitose do que em latência.
Índice de morte celular - Apoptose, sempre vai haver apoptose em qualquer um dos tipos de neoplasias devido ao aumento de proliferação característico dos dois tipos, porem em tumores malignos como a velocidade de crescimento e perpetuação é muito rápida o processo de apoptose é menor.
Nutrição (indução do estroma) – as malignas emitem VEGF, que faz os vasos proliferarem – angiogênese tumoral.
NEOPLASIA BENIGNA
Crescimento lento, expansivo, localizadoreação do tecido afetadoestroma do tecidoencapsulamento
Efeitos: Não fazem invasão tecidual, portanto NÃO é câncer. 
Um tumor benigno afeta os órgãos fazendo compressão de estruturas importantes, fazendo obstrução vascular, causando consequentemente uma atrofia do órgão que esta sendo pressionado por ele, ou pressionando uma estrutura nutricional diminuindo a vascularização do órgão que num primeiro momento responde se adaptando e depois atrofia, dependendo da nutrição pode diminuir. Pode obstruir por impedimento de uma passagem natural, alterando a luz do vaso, por exemplo, um tumor benigno de origem de glândula salivar originado no ducto pode obstruir o ducto da glândula, uma lesão benigna em cérebro pode ser grave, pois pode crescer o suficiente para comprimir as estruturas cerebrais adjacentes.
Tumores benignos em glândulas endócrinas podem gerar produção excessiva do hormônio.
Ulceração e hemorragia: apenas quando traumatizados, pq não obstruem vasos.
Só tem relação hormonal quando o tumor esta localizado em algum lugar de produção de hormônios.
Caracteristicas macroscópicas: 
CAPSULA: temos a formação de uma capsula que garante a uniformidade do crescimento, em formato arredondado ou ovalado, essa capsula é formada porque durante o crescimento ele vai comprimindo o tecido conjuntivo em volta dele formando-a.
Gera mobilidade a palpação e facilita a excisão cirúrgica.
TAMANHO: normalmente são de tamanhos pequenos, raramente em grandes tamanhos, porém sua velocidade de crescimento é LENTA.
# HEMANGIOMA – pode não ser encapsulado.
	# ADENOMA PLEOMORFICO – capsula pode não ser completa, e prolif pode vazar.
NEOPLASIAS MALIGNAS
Crescimento rápido, invasivo, destrutivotecido não responde sem capsula
Efeitos: Invadem tecidos (caranguejo emite suas patinhas), fazem destruição do tecido adjacente (proteases), substituindo o tecido normal pelo tecido neoplásico maligno, invadindo, destruindo e esse pode formar METÁSTASE (tumor a distância), característica essa que é a pior consequência do tumor maligno. A grande maioria faz metástase. 
Ulceração e hemorragia, devido a sua capacidade de invasividade, rompem vasos e causam hemorragias. 
Infecção: todos os canceres ulcerativos podem sofre infecção.
Dor: invasão em estruturas nervosas;
Anemia: pode ocorrer devido à perda crônica de sangue, ma absorção dos componentes essenciais da dieta ou substituição da medula óssea por células tumorais ou causa obscura;
Inanição: impossibilita alimentação. Ex.: canceres de boca e estomago;
Caquexia: aspecto debilitado dos pacientes com câncer avançado, com perda progressiva de gordura e massa magra corporal, acompanhada por profunda fraqueza, anorexia e anemia. Patogenia é obscura.
Endócrino: tumores malignos podem produzir quantidades de hormônio maiores do que os benignos.
O fato do alto poder de invasão e disseminação aliado a capacidade de crescimento progressivo torna a definição de malignidade perfeita, de modo que um tumor maligno não tratado a morte é inevitável.
Macroscopicamente:
Ausência de capsula;
Formato: contorno irregular e definição imprecisa
Tamanho: depende do tipo, mas os mais agressivos crescem rapidamente, alguns deles os linfomas de boca que acomete os maxilares, a diferença de volume de uma semana para outra é grandíssima
Microscopicamente: Anaplasia – Pleomorfismo celular e nuclear; Perda da relação núcleo-­‐citoplasma; Hipercromatismo; Nucléolos evidentes; Mitoses típicas e atípicas; Células multinucleadas; Células bizarras; Perda da estratificação (epitélio); Desorganização e necrose isquêmica.
ANGIOGÊNESE: é requisito. 
Ação sobre células endoteliais para ramificar. 
Estímulo sobre as células inflamatórias. 
Produção de inibidores angiogenicos.
METÁSTASE: implantes tumorais descontínuos com o tumor primário e é uma característica exclusiva dos tumores malignos. Transferência de células malignas de um local para outro na ausência de conexão direta entre ambos.
Constitui um crescimento à distância, sem continuidade anatômica com a massa neoplásica de origem. 
Cascata metastática: 
1. Disseminação de células do tumor primário e movimento através do estroma – invasão:
- motilidade e invasividade – forças mecânicas de expansão, com pressão nos tecidos adjacentes;
- decréscimo da adesividade entre as células tumorais – produção defeituosa de fibronectina;
- alteração na regulação das caderinas – moléculas de adesão celular dependentes de cálcio;
- fatores bioquímicos – degeneração enzimática da membrana basal por secreção de proteínas e colagenases pelas células tumorais.
2. Travessia das células através da membrana basal do vaso e entrada na circulação – desgarro;
- novos vasos formados na massa tumoral são mais suscetíveis à invasão – defeitos estruturais em sua parede, má formação ou necrose;
- tumor acessa a circulação;
- permanece no sitio de entrada;
- prolifera para, em seguida, liberar êmbolos tumorais;
- nos vasos – disseminação hemática e linfática.
3. Transporte passivo na circulação – embolia;
- atingindo a circulação – células neoplásicas mais sensíveis às barreiras mecânicas e imunológicas;
- a presença de células tumorais na circulação ainda não se constitui em uma metástase – maioria das células são rapidamente destruídas (sobrevivência celular entre 1:1.000 a 1:1.000.000;
- células neoplásicas se agregam entre si ou com outras células sanguíneas do hospedeiro (linfócitos e plaquetas);
- células centrais viáveis, protegidas do meio hostil pelos agregados circunjacentes.
4. Aderência da célula metastática ao órgão alvo e extravasamento – implantação em novo local que tenha condições de prolif celular;
- implantação mecânica – chegada da célula metastática no primeiro leito capilar encontrado;
- tamanho do êmbolo determina o local de sua apreensão;
- adesão das células metastáticas ao endotélio vascular;
- retração das células endoteliais e a exposição dos componentes da matriz extracelular;
- produção de colagenase IV pela célula metastática – degradação enzimática da MB;
- invasão local do parênquima;
- os produtos resultantes dessa degradação servem como estimulantes da motilidade celular, auxiliando a invasão do tecido.
5. Colonização da nova área:
- habilidade de algumas células de proliferar no parênquima de um órgão específico está associada com as metástases em órgãos específicos;
- influência do meio do órgão alvo no crescimento da célula metastática;
- Teoria da “semente e do solo” – células tumorais especificas necessitam de um meio ambiente também especifico para se desenvolverem.
Para metastatizar as células tumorais precisam promover:
1. Desprendimento umas das outras – caderina E;
2. Ligação aos componentes da matriz (R-lam, R-FNC);
3. Invasão da MEC – degradação – enzimas proteolíticas (MMP, serina, cisteína);
4. Migração (fatores de motilidade: produtos celulares e degradação da MEC);
5. Disseminação vascular: -destruição por defesas naturais e adaptativas, -agregação celular: aumenta sobrevivência e implantabilidade;
6. Estabelecimento das células tumorais: tropismo por órgãos; moléculas de adesão vascular órgão-específica; quimiotático para células tumorais;
 
VIAS DE DISSEMINAÇÃO:
Via linfática - presença marcante de tecido conjuntivo e sua estrutura sensível – CARCINOMAS. 
Via hematogênica/sanguínea - permeação de células em capilares e vênulas – SARCOMAS.
 Via transcelômica – passagem através das cavidades serosas/naturais.
 Via linfo-hematogênica - canalicular(ductos envolvidos por epitélio).
Via transplantes – manuseio cirúrgico.
Os órgãos mais afetados por metástases são o pulmão, o fígado, os rins, o cérebro e os ossos. 
Algumas teorias tentam explicar essa predileção; uma primeira teoria aborda a fisiologia tecidual desses órgãos, a qual seria propicia para a implantação das células neoplásicas; uma segunda teoria aborda a arquitetura vascular do órgão e a fisiologia de circulação, propiciando o contato das células neoplásicas com esses órgãos. 
É importante acrescentar que uma célula que atinja a corrente sanguínea não significa que haverá metástase. Essa célula pode ser destruída por mecanismos de defesa ou formar um êmbolo e um trombo, vindo a morrer mais tardiamente. 
Quando penetra no interstício, a massa neoplásica pode se instalar fragilmente e iniciar sua multiplicação (formando-se daí a metástase), ou cair novamente na corrente sanguínea, continuando seu caminho.
ESTADIAMENTO:
Estadiar um caso de neoplasia maligna significa avaliar o seu grau de disseminação. Para tal, há regras internacionalmente estabelecidas, as quais estão em constante aperfeiçoamento.
O sistema de estadiamento mais utilizado é o preconizado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Este sistema baseia-se na extensão anatômica da doença, levando em conta as características do tumor primário (T), as características dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza (N), e a presença ou ausência de metástases à distância (M). Estes parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4, de N0 a N3 e de M0 a M1, respectivamente.
Quando as categorias T, N e M são agrupadas em combinações pré-estabelecidas, ficam distribuídas em estádios que, geralmente, variam de I a IV. Estes estádios podem ser subclassificados em A e B, para expressar o nível de evolução da doença.
Estágio 0 é o carcinoma in situ, para a maioria dos cânceres. Isto significa que o câncer se encontra numa fase muito precoce, localizado apenas na área onde originalmente se iniciou e não se espalhou. Nem todos os cânceres têm um estágio 0.  
Estágio I corresponde ao estágio seguinte e têm um bom prognóstico. Lembrando que o prognóstico vai piorando a medida que o estágio aumenta.
Graduação histológica tumoral: avaliação morfológica da diferenciação celular de cada tumor. 
– Baseada geralmente em 03-04 níveis de acordo com o tecido específico do tumor. 
– Não necessariamente relacionada com a disseminação do tumor, mas relacionada à eficiência da terapia.
- É baseada em critérios morfológicos como: 
– Alterações nucleares – Anaplasia celular - alteração da célula neoplásica, em tamanho, relação nucleo-citoplasma e afinidade tintorial.
– Produção de estruturas características do órgão e sua quantidade.
Dependendo da origem do tumor, alguns critérios são importantes, como a manutenção de estruturas existentes no tecido normal, como junções celulares.
• Exemplos epiteliais – O carcinoma epidermóide:
– Tipo I – Simula bem o epitélio queratinizado, apresentando sempre porções estratificadas, produtoras de grandes quantidades de queratina, formando pérolas córneas 
– Tipo II e III – estágios intermediários 
– Tipo IV – mais indiferenciado, lembrando ocasionalmente o epitélio, e com a queratina identificada por imunohistoquímica, raramente apresentando pérolas córneas
Fatores etiológicos:
Causas externas 
As causas externas, como substâncias químicas, irradiação, vírus e fatores comportamentais, estão relacionadas ao meio ambiente, ou seja, constituem os fatores de risco ambientais. De todos os casos de câncer, 80% a 90% estão associados a fatores ambientais. Alguns desses fatores são bem conhecidos:
• O cigarro: cerca de 4.700 substâncias tóxicas 60 com ação carcinogênica hidrocarbonetos policíclicos e nitrosaminas.
• O uso de bebidas alcoólicas pode causar câncer de boca, orofaringe e laringe (principalmente quando associado ao fumo), esôfago e fígado: Aumento da permeabilidade das células da mucosa.
• A exposição excessiva ao sol: A radiação UV provoca alterações degenerativas de efeito cumulativo e irreversíveis, levando ao Carcinoma EspinocelularLábio e Pele.
• Alguns vírus também podem causar câncer (exemplo: leucemia, câncer do colo do útero e câncer de fígado): HTLV – Leucemia – células T; HBV e HCV – Carcinomas hepatocelulares; EBV – Linfoma Burkitt, Linfoma Hodgkin, etc; HPV – Ca Cérvix.
• A irradiação também pode causar câncer danos diretos à estrutura do DNA.
• Alguns componentes dos alimentos que ingerimos são motivo de diversos estudos que vêm sendo realizados, mas existem outros fatores causais que são ainda completamente desconhecidos. 
• O envelhecimento natural do ser humano traz mudanças nas células, que aumentam a sua suscetibilidade à transformação maligna. Isso, somado ao fato de as células das pessoas idosas terem sido expostas por mais tempo aos diferentes fatores de risco para câncer, explica, em parte, o porquê de o câncer ser mais frequente nessa fase da vida. 
Causas internas 
As causas internas, como os hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas são, na maioria das vezes, geneticamente predeterminadas e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. 
Apesar de o fator genético exercer um importante papel na formação dos tumores (oncogênese), são raros os casos de câncer que se devem exclusivamente a fatores hereditários, familiares e étnicos. Alguns tipos de câncer, como, por exemplo, os cânceres de mama, estômago e intestino, parecem ter um forte componente familiar, embora não se possa afastar a hipótese de exposição dos membros da família a uma causa comum. 
Existem ainda alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais susceptíveis à ação dos agentes cancerígenos ambientais. Isso parece explicar por que algumas delas desenvolvem câncer e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno.
IMUNIDADE:
Vigiância imunológica: Assim como os corpos estranhos, tumores malignos também estimulam, ou pelo menos deveriam, o sistema imunológico. A célula cancerígena é uma célula “mutante”, ou seja, sofreu transformação na sua carga genética. Por expressar moléculas diferentes em sua membrana, usualmente há um reconhecimento desta célula maligna pelo sistema imunológico como sendo um organismo estranho, invasor, não pertencente àquele indivíduo. 
Assim, num estado imune adequado, o sistema imunológico reconhece esta célula maligna precocemente, desencadeando uma resposta que culmina com a eliminação do foco “mutante”. Entretanto, o processo não é tão simples quanto parece. Células cancerígenas, no decorrer da evolução da vida, desenvolveram uma capacidade intrínseca de driblar as defesas do organismo. 
Sabemos que alguns tipos de tumores produzem substâncias imunomoduladoras, que alteram a capacidade do organismo de detecção e e combate contra seus antígenos. 
Sendo assim, ainda que o indivíduo tenha uma imunidade adequada, tumores malignos podem surgir e progredir independente das defesas do organismo. 
Indivíduos mais idosos, em decorrência da redução da imunidade, estão mais propensos a desenvolverem o câncer por terem suas defesas menos eficientes contra as células malignas.
Regressão espontânea: casos de câncer que desaparecem sozinhos.
Regressão provocada: alguns medicamentos que interferem na imunidade têm apresentado resultados promissores no tratamento de alguns tipos de câncer. Cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea.
Transplantados e imunodeficientes: Deficiências da imunidade, como aquelas produzidas pelo vírus HIV, gravidez, imunodeficiências congênitas, ou aquelas relacionada ao uso de medicamentos imunossupressores (nos pacientes transplantados), alteram a capacidade do organismo de combater as células cancerígenas que, neste caso, passam desapercebidas pelo sistema imunológico. 
Assim sendo, o risco de desenvolver alguns tipos de tumores malignosnos indivíduos ditos imunoSsuprimidos é muito maior do que numa população imunologicamente saudável. De forma semelhante, a doença tende a ter um comportamento mais agressivo e um crescimento acelerado, tendo muitas vezes um efeito devastador à saúde do indivíduo.
BASES MOLECULARES DO CÂNCER:
O câncer é uma doença que envolve mudanças dinâmicas no genoma da célula, em genes que controlam o crescimento e a diferenciação celulares ou que mantêm a integridade do genoma.
As alterações genéticas ou de expressão gênica que ocorrem nas células que originam um tumor levam a uma desorganização na comunicação intra e intercelular que afeta processos como a proliferação, a diferenciação e a apoptose. Essa desregulação progressiva das funções da célula mostra que o fenótipo maligno é atingido gradualmente.
Os tumores de uma forma geral apresentam seis alterações essenciais na fisiologia da célula que, juntas, ditam o crescimento tumoral maligno. São estas: 
-autossuficiência aos fatores de crescimento, 
-insensibilidade aos sinais que inibem o crescimento celular, 
-evasão da morte celular programada (apoptose), 
-potencial replicativo ilimitado, 
-angiogênese sustentada (VEGF), e 
-invasão tecidual e metástase.
Controle da proliferação celular:
São essas mutações que ativam oncogenes, inativam genes supressores tumorais ou genes de regulação e controle do ciclo celular como os “caretakers” e “gatekeepers”. As mutações que conferem à célula uma vantagem em relação às demais são selecionadas pelas células que evoluem para a tumorigênese.
Oncogenes
Proto-oncogenes são genes responsáveis pela divisão celular normal das células. Os produtos desses genes participam das complexas vias de sinalização que regulam a proliferação celular, como:
Fatores de crescimento extracelulares
Receptores transmembrana de fatores de crescimento
Componentes de vias de sinalização intracelular
Amplificadores e fatores de transcrição nucleares
Genes que regulam o ciclo de divisão celular ou a morte celular programada (apoptose) – ciclinas e CDK
Quando mutados, estes são chamados de oncogenes versões mutantes ou superexpressas de proto-oncogenes que funcionam de maneira autônoma sem necessidade de sinais promotores de crescimento normais.
- Proteína normal;
- Excesso de algum produto gênico;
- Impedem a autoinibição ou regulação.
São considerados dominantes pois a mutação de um único alelo pode levar à transformação celular.
Ativação dos oncogenes:
Mutaçãotranslocação, deleção, amplificação, ganho/perda de cromossomos.
 Alteração na estrutura do gene resultando em produção de oncoproteina (normal), com função aberrante.
 Alteração na regulação da expressão genica, com produção aumentada ou inapropriada.
Nenhum oncogene isolado é capaz de transformar célula (cada um induz uma parte do fenótipo neoplásico);
Ativação de vários oncogenes e perda de alguns genes supressores de tumor.
Genes supressores tumorais:
- São genes que normalmente impedem o crescimento descontrolado;
- Quando sofrem mutação ou se perdem de uma célula, permitem o desenvolvimento de fenótipo transformado;
- Ao contrário dos proto-oncogenes, os genes supressores tumorais agem de forma recessiva a nível celular. Os dois alelos do gene devem estar inativados para permitir o crescimento do tumor.
Dois grupos gerais:
 Governantes: genes supressores de tumores clássicos (gene de Retinoblastoma – RB).
	Mutação do gene leva à transformação pela remoção de um importante freio à proliferação celular.
 Guardiões: responsáveis pelo sensoriamento do dano genomico, levando à cessação da proliferação ou à indução de apoptose. O TP53, chamado de “guardião do genoma”. *gatekeepers
CARCINOGÊNESE EXPERIMENTAL:
Iniciação: agentes cancerígenos + genomaaltera o genoma;
Promoção: evento que causa proliferação das células transformadas, dando origem a um neoplasma;
Progressão: nova mutação genética, com desenvolvimento de subclones de células neoplásicaslesao tumoral visível macroscopicamente.
TRATAMENTO:
Cirurgia
Radioterapia – rad ionizante
quimioterapia
hormonioterapia
imunoterapia
terapia alvo molecular
CARCINOMA ESPINOCELULAR/EPIDERMOIDE
Origem epitelial
Fumo (principal)
Homens
Lingua, assoalho
Aspecto clinico variado
Cirurgia, Radioterapia
Célula geneticamente alteradaproliferaçãoatipiacarcinoma in situinvasão.
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER:
- Câncer – 2ª causa mortis em muitos países desenvolvidos (só perde para doenças cardiovasculares);
- A incidência de diferentes tipos histológicos de câncer varia grandemente entre diferentes populações – fatores ocupacionais, sociais e geográficos;
- A incidência de câncer de pulmão está crescendo rapidamente entre as mulheres – hábito de fumar;
- Comparado a outros países, o câncer de estomago no Japao é de alta incidência – peixe cru e defumado;
- A incidência de melanoma maligno de pele é maior entre os brancos – exposição à radiação UV.

Outros materiais