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Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência Mecanismos de Aumento de Resistência • São quatro os mecanismos principais: 1. Solução Sólida (Substitucional/Intersticial); 2. Precipitação/Dispersão (de partículas de segunda fase); 3. Tamanho de Grão (refino do tamanho de grão); 4. Encruamento. 1. Solução Sólida • Adição de elementos de liga, visando à formação de soluções sólidas (substitucionais ou intersticiais); • As ligas metálicas são mais resistentes que os metais puros porque os átomos do elemento de liga (soluto) impõem tensões e deformações no reticulado ao redor destes átomos; • A interação entre estes campos de tensão e as discordâncias restringe o movimento das discordâncias, endurecendo a liga; • Para minimizar a energia do material, esses átomos procuram lugares onde possam se acomodar mais facilmente - junto às discordâncias; 1. Solução Sólida • Existem dois tipos de SS: substitucional e intersticial: 1.1 Solução Sólida Substitucional • Quando o tamanho do átomo de soluto é menor ou maior do que os átomos de solvente na SS Substitucional, têm-se a geração de campos de tensões; 1.1 Solução Sólida Substitucional • Átomos substitucionais, originam uma DISTORÇÃO ESFÉRICA SIMÉTRICA; • Corresponde ao problema de desajuste elástico associado com a inserção de uma esfera em um espaço menor ou maior; • Ou seja, o átomo de soluto substitucional age com uma fonte de dilatação de simetria esférica; 1.1 Solução Sólida Substitucional • Para átomos substitucionais: Se o ÁTOMO FOR MENOR do que os átomos do solvente tenderá a se MOVER PARA O LADO DA COMPRESSÃO; Se o ÁTOMO DE SOLUTO FOR MAIOR do que os átomos do solvente será esperado que ele se mova PARA O LADO DE TENSÃO; 1. Solução Sólida Aumento de resistência obtido por SS -> aumento na σLesc de um aço como uma função do soluto dissolvido em SS; 1.2 Solução Sólida Instersticial • Solutos intersticiais como C e N -> Fornecem um aumento de resistência mecânica maior do que substitucionais como Mn Mb e Ni; • Átomo de soluto colocado no cristal tem um CAMPO DE TENSÃO AO REDOR DELE -> minimizado se o átomo de soluto se mover em direção a discordância; • Para um átomo intersticial (C inserido no Fe), a posição ideal de mínima energia na estrutura é a REGIÃO DILATADA PERTO DO CENTRO DA DISCORDÂNCIA; 1.2 Solução Sólida Instersticial • Átomos intersticiais não somente produzem um desajuste volumétrico, mas também induzem a uma DISTORÇÃO TETRAGONAL na estrutura; • Ambos ocupam posições intersticiais nos centros das faces e/ou pontos médios dos cantos da estrutura CCC. Os átomos de carbono ocupam pontos médios das arestas; • Em (b) é mostrada a distorção tetragonal produzida quando um átomo de carbono se move para um dos cantos do cubo de ferro; 1.2 Solução Sólida Instersticial 1.2 Solução Sólida Instersticial • Distorção Tetragonal -> Átomos intersticiais interagem entre si e formam atmosferas nas arestas das células e nas discordâncias; • Em suma: SS intersticiais são mais efetivas no endurecimento porque induzem distorções tetragonais – os átomos de soluto formarão atmosferas com as discordâncias; • Átomos de soluto atraídos para as discordâncias formam o que é chamado de ATMOSFERA DE COTTRELL ao redor delas; 1.2 Solução Sólida Instersticial • A atmosfera de Cottrell, é capaz de prender a discordância, exigindo a aplicação de um maior esforço para livrar a discordância da atmosfera; 1. Solução Sólida A temperatura é uma variável importante na migração dos átomos de soluto para a discordância; Se a TEMPERATURA É MUITO BAIXA, o soluto não deve ser capaz de se difundir, dificultando a redistribuição dos átomos de soluto para as discordâncias; A TEMPERATURAS MUITO ELEVADAS ( T > 0,5Tf) a mobilidade dos átomos de soluto será maior do que a mobilidade das discordâncias, diminuindo a restrição ao movimento das discordâncias; 2. Precipitação/Dispersão de uma Segunda Fase • Segunda fase -> Região com composição e características atômicas e estruturais distintas, • Segundas fases provocam distorções na rede cristalina; • A segunda fase é um obstáculo para a movimentação das discordâncias no metal e desta forma aumenta a resistência do metal ou liga; • Uma fase secundária é formada a partir de uma SS supersaturada – precipitada de átomos de soluto; 2.1 Precipitação 2.1 Precipitação • A SS supersaturada é obtida por RESFRIAMENTO RÁPIDO a partir de uma temperatura alta na qual a liga tem uma só fase; • O tratamento térmico que causa a precipitação de soluto é chamado ENVELHECIMENTO; • O tratamento de precipitação consiste nos seguintes passos: 2.1 Precipitação 1. Solubilização – aquecer a liga até a região monofásica para dissolver qualquer precipitado. 2. Resfriamento brusco (têmpera) – resfriamento rápido até a baixas temperaturas para evitar a formação de precipitados estáveis. Obtendo uma SS supersaturada. 3. Envelhecimento – deixar a SS supersaturada em temperatura ambiente ou um pouco acima desta, AUMENTANDO A NUCLEAÇÃO e resultando no aparecimento de PRECIPITADOS FINOS. 2.1 Precipitação • Nos estágios iniciais do envelhecimento, algumas ZONAS DE RETICULADO COERENTE NA FRONTEIRA PRECIPITADO/MATRIZ do precipitado com a matriz aparecem; • Estas zonas são estruturas de transição e são conhecidas como ZONAS DE GÜINIER-PRESTON, ou ZONAS GP; • São muito pequenas e tem um leve desemparelhamento da rede cristalina; 2.1 Precipitação • Conforme as zonas GP se formam, a dureza ou resistência mecânica aumentam devido à tensão extra necessária para fazer as discordâncias cisalharem; • O pico de dureza e resistência é associado com a dispersão critica dos precipitados; • Um maior tempo de envelhecimento resulta em um aumento na distância entre partículas; 2.1 Precipitação • O crescimento das zonas semi-coerentes, resulta em uma completa perda de coerência entre reticulados; • Uma interface incoerente forma-se entre o precipitado e a matriz; • O desemparelhamento da rede cristalina é compensado pela introdução de discordâncias nas posições não correspondentes; 2.1 Precipitação 2.1 Precipitação • Dependendo da natureza do precipitado e da relação cristalográfica entre o precipitado e a matriz, podemos ter dois casos: i) As partículas de PRECIPITADO SÃO IMPENETRÁVEIS ÀS DISCORDÂNCIAS ii) As partículas de PRECIPITADO SÃO PENETRÁVEIS PELAS DISCORDÂNCIAS 2.1 Precipitação i) As partículas de precipitado são impenetráveis às discordâncias: • Segundo Orowan, se uma matriz tem partículas de segunda fase com interfaces incoerentes, uma tensão adicional será necessária para fazer as discordâncias CIRCUNDAREM as partículas precpitadas; • Se a tensão necessária para cisalhar a partícula for maior do que para arquear a discordância entre as partículas; • As discordâncias vão se curvar entre os precipitados, formando anéis de discordâncias envolvendo as partículas; 2.1 Precipitação 2.1 Precipitação ii) As partículas de precipitado são penetráveis (coerentes) pelas discordâncias: • Se a tensão necessária para cisalhar a partícula for menor do que para arquear a discordância entre as partículas; • As partículas serão cisalhadas pelas discordâncias em seus planos de cisalhamento; • Conforme o tamanho e a quantidade de partículas aumentam, mais trabalho é necessário para a discordância cisalhar através das partículas; 2.1 Precipitação 2.2 Dispersão • Na dispersão têm-se a inserção de uma segunda fase INSOLÚVEL constituída de partículas duras (Ex: óxidos ou compostos intermetálicos) em uma matriz dúctil; • Partículas introduzidas que não crescem em altas temperaturas; • Fração de dispersos é geralmente baixa, de 3 a 4% no máximo; • A dificuldadedo tratamento de endurecimento por dispersão vem da inserção do disperso no banho; • Deve-se evitar a formação e precipitação de escórias (favoráveis devido a diferença de densidade) quando adicionados ao banho; 2.2 Dispersão 2.2 Dispersão • Superligas de níquel IN792 e MAR M-200 são endurecidas por precipitação; • A baixas temperaturas (até 1000°C), o endurecimento por precipitação é mais efetivo; • Já a liga de Níquel TD contém uma dispersão de ThO2, um óxido de elevado ponto de fusão - insolúvel na matriz; • Em 1100°C, o precipitado se dissolve na matriz e a resistência é reduzida drasticamente; • A dispersão de ThO2 continua a fornecer um aumento de resistência efetivo em temperaturas elevadas. 2.2 Dispersão • Por ambos os métodos abordados (precipitação/dispersão), as interações entre matriz e segunda fase dependem: i. das dimensões dos precipitados; ii. resistência dos precipitados; iii. espaçamento dos precipitados; iv. fração volumétrica (quantidade) dos precipitados.
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