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1 Profa. Edvânia Trajano Teófilo edvania.teofilo@ufca.edu.br TRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASES FASEFASEFASEFASE É A PORÇÃO HOMOGÊNEA DE UM SISTEMA QUE TEM CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DEFINIDAS 2 Todo metal puro é uma considerado uma fase � Uma fase é identificada pela composição química e microestrutura � É possível alterar as propriedades do material alterando a forma e distribuição das fases ImportânciaImportânciaImportânciaImportância 3 � A partir do conhecimento de transformações de fases, incluindo sua influência no comportamento mecânico dos metais e em suas propriedades, o futuro profissional será capaz de aplicar e aprofundar a análise e otimização das principais aplicações dos materiais metálicos. EmentaEmentaEmentaEmenta 4 � Discordâncias; � Difusão atômica; � Nucleação e crescimento de fases; � Solidificação; � Diagramas de Fases; � Sistema Ferro Carbono: Transformações perlíticas, bainíticas e martensíticas); � Endurecimento por Precipitação AV-1 AV-2 AV-3 AV-4 BibliografiaBibliografiaBibliografiaBibliografia 5 Básica � Reza Abbaschian, Lara Abbaschian, Robert E. Reed-Hill. Physical Metallurgy Principles, 4ª Ed., Cengage Learning: 2009. � Santos, Resende Gomes dos. Transformações de Fases em Materias Metálicos. Editora UNICAMP, 2006. � Poter, D. A.; Easterling, K. E. Phase Tranformation in Metals and Alloys, 2ª Ed. Chapman & Hall: 1992… Complementar � Padilha, Angelo Fernando; Rios, Paulo Rangel. Transformações de Fases. Artliber, 2007. � Callister Jr, W. D.; Rethwisch, D. G. Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução, 8ª Edição, Rio de Janeiro: LTC, 2012. DISCORDÂNCIASDISCORDÂNCIASDISCORDÂNCIASDISCORDÂNCIAS �As discordâncias são importantes por facilitarem a deformação plástica dos materiais metálicos, promovendo o deslizamento de planos atômicos; �As regiões com alta densidade de discordâncias são também importantes nas transformações de fases no estado sólido, contribuindo com parte da energia necessária para iniciar o processo. 6 2 Lacunas ouVacâncias; Átomos Intersticiais; Átomos Substitucionais. � Defeitos Pontuais Discordâncias� Defeitos Lineares Superfícies externas; Contornos de Grãos…� Defeitos Interfaciais Defeitos Cristalinos 7 Teoria das discordâncias 8 � Deformação plástica em um cristal perfeito Deslizamento de planosDeslizamento de planos 9 CCC CFC Ex: Al, Cu, Pb, Ni, Ag… Ex: Cr, W, Fe (α), Mo CFC X CCC... Quem é mais dúctil?? Teoria das discordâncias 10 � Deformação plástica em um cristal perfeito � J. Frenkel (1926 ) G = módulo cisalhante � Supondo b=a e G = 80650 N/mm2 para o ferro puro τt = 12836 N/mm 2 τexp ~ 10 N/mm 2τexp ~ 10 N/mm 2 De um modo geral, os cristais reais começam a deformar-se plasticamente em tensões entre 1/1000 e 1/10000 da tensão teórica calculada por Frenkel. De um modo geral, os cristais reais começam a deformar-se plasticamente em tensões entre 1/1000 e 1/10000 da tensão teórica calculada por Frenkel. Teoria das Discordâncias 11 � O conceito de discordância pode justificar a discrepância entre as tensões calculada e medida nos sólidos cristalinos. � A deformação plástica ocorre pelo movimento de discordâncias, envolvendo apenas o rearranjo de alguns átomos ao seu redor e não o movimento simultâneo e cooperativo de todos os átomos de um plano cristalino. Em 1934, E. Orowan, M. Polanyi e G. I. Taylor propuseram, em trabalhos independentes, a existência de um defeito cristalino linear denominado “Versetzung”, em alemão, por Orowan e Polanyi, e “dislocation”, porTaylor. Em 1934, E. Orowan, M. Polanyi e G. I. Taylor propuseram, em trabalhos independentes, a existência de um defeito cristalino linear denominado “Versetzung”, em alemão, por Orowan e Polanyi, e “dislocation”, porTaylor. Tipos de Discordâncias Discordância de Aresta é um defeito provocado pela adição de um semiplano extra de átomos. Discordância de aresta Compressão Expansão Semiplano adicional 12 3 13 t r b r Dislocation line Discordância Espiral ocorre quando uma região do cristal é deslocada de uma posição atômica. Linha de Discordância Vetor de Burgers 14 Tipos de Discordâncias Vetor de Burgers 15 O plano de deslizamento é determinado geometricamente pela linha de discordância e pelo seu vetor de Burgers. O plano de deslizamento é determinado geometricamente pela linha de discordância e pelo seu vetor de Burgers. Discordância de Aresta b Discordância Espiral Vetor de Burgers b indica a magnitude e a direção da distorção da rede cristalina ⊥⊥⊥⊥ Discordância Mista é o tipo mais provável de discordância e corresponde à mistura de discordâncias de aresta e espiral. 16 17 O vetor “b”é definido por dois componentes: ‘paralelo a t’ → componente espiral ‘perpendicular a t’ → componente aresta Componentes de uma discordância mista Componente espiral Componente aresta ( )b Sin θ r ( )b Cos θ r Deslizamento é o processo que ocorre quando uma força causa o deslocamento de uma discordância. Tensão Movimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de Discordâncias 18 4 19 � Para que uma discordância se movimente é necessário que a linha e o vetor de Burgers estejam contidos no plano de escorregamento. Adapted from Fig. 7.2, Callister 7e. Adapted from Fig. 7.10, Callister 7e. “Glide” ou deslizamento simples Movimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de Discordâncias 20 � Ocorre a baixas temperaturas; � Presença de tensões consideráveis; � Envolve quebra de ligações localizadas; � Não há mudança do plano de escorregamento; � O movimento é dito “conservativo” “Climb” ou escalada Movimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de Discordâncias 21 � Médias tensões; � Média a altas temperaturas; � Deslocamento vertical de discordâncias e difusão de átomos no sentido horizontal; � Envolve adição e remoção de átomos do semi-plano extra. � Desvio de obstáculos através da mudança do plano de escorregamento; � O movimento é dito “não conservativo” (perpendicular a “b”) “Cross-slip” ou escorregamento com desvio Movimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de DiscordânciasMovimento de Discordâncias 22 � Altas tensões; � Qualquer temperatura; � Desvio de obstáculos através da mudança do plano de escorregamento; � Retorno a um plano paralelo ao inicial; 23 � O cálculo da tensão necessária para movimentar uma discordância foi feito por R. E. Peierls (1940) e F. R. N. Nabarro (1947): razão de Poisson � A tensão aumenta exponencialmente com o comprimento do vetor de Burgers distância interplanar (planos de deslizamento adjacentes) direção de deslizamento deve ter uma pequena distância de repetição ou alta densidade linear; � A tensão decresce exponencialmente com o espaçamento interplanar dos planos de deslizamento o deslizamento ocorre mais facilmente entre planos que estão mais afastados - têm saliências (picos e vales) menores na superfície. módulo do vetor de Burgers 24 � Se a deformação plástica é enormemente facilitada por meio da movimentação de discordâncias, então: - Reduzir a densidade de discordâncias (se possível eliminando-as) - Dificultar o movimento de discordâncias. Aumento da resistência mecânica do materialAumento da resistência mecânica do material � Outras discordâncias (endurecimento por deformação ou encruamento); � Átomos de soluto (endurecimento por solução sólida); � Precipitados coerentes com a matriz (endurecimento por precipitação); � Contornos de grão e de subgrão (endurecimento por refino de grão). 5 25 Propriedades de discordâncias Tipo de discordância Aresta Espiral Relação entre a linha de discordâcia (t) e b ⊥⊥⊥⊥ || Direção de deslizamento || to b || to b Movimento da linha de discordância em relação a b || ⊥⊥⊥⊥ Processo pelo qual a discordância pode deixaro plano de deslizamento “climb” “Cross-slip” Interseção de discordâncias 26 Caso 1: Duas discordâncias em aresta com vetores de Burgers perpendiculares entre si � Um “degrau” se forma quando o vetor de Burgers de uma das discordâncias é normal à linha da outra que a corta � Como a orientação do “degrau” é a mesma da discordância interceptada, o movimento não é descontinuado. Intersecção de duas discordâncias arestas com formação de um “degrau” em aresta 27 Interseção de discordâncias 28 Caso 2: Duas discordâncias em aresta com vetores de Burgers paralelos entre si � Ambas as discordâncias formam degraus, com comprimento igual ao vetor de Burgers da discordância que os formou � Os degraus formados possuem orientação em espiral e se encontram nos planos de deslizamento originais das discordâncias (são instáveis). Intersecção de discordâncias em aresta com formação de degraus em espiral 29 Interseção de discordâncias 30 Caso 3: Interseção de uma discordância espiral com uma em aresta � Esta interseção produz degraus de orientação em cunha em ambas as discordâncias � O movimento da discordância espiral é restringido Discordâncias em cunha e em hélice se interceptando: antes da interseção (a) e após a interseção (b) (DIETER, 1982). 6 31 Interseção de discordâncias 32 Caso 4: Interseção de duas discordâncias em espiral � Também produz degraus de orientação em cunha em ambas as discordâncias � O movimento de ambas discordâncias é restringido. Discordâncias em espiral se interceptando: antes da interseção (a) e após a interseção (b) (DIETER, 1982). 33 Interseção de discordâncias 34 � A mobilidade de discordâncias em hélice contendo degraus é restringida ( degraus encruamento). � Seu movimento requer a ocorrência de escalada. � Esse é um dos mecanismos responsáveis pela geração de lacunas durante a deformação plástica Intersecção de discordâncias e formação de “cotovelo” 35 Nucleação e Multiplicação de Discordâncias 36 Nucleação i. Tensionamento interno durante o crescimento de novos cristais (advém de gradientes térmicos, mudanças na composição química...) ii. O impigimento de diferentes frentes de crescimento (pelo encontro de dentritas - o acoplamento delas dificilmente será perfeito, gerando discordâncias nas interfaces) iii. Formação de anéis. As discordâncias normalmente nucleiam heterogeneamente e/ou se multiplicam por um processo denominado Frank-Read. As discordâncias normalmente nucleiam heterogeneamente e/ou se multiplicam por um processo denominado Frank-Read. 7 Nucleação e Multiplicação de Discordâncias 37 • Na ocorrência de deslizamento cruzado, por exemplo, do plano AB para o plano CD; • Os trechos AD e BC são degraus; • Se a tensão nos planos AB e CD for maior, os degraus serão relativamente imóveis; • Os trechos nos planos AB e CD poderão expandir-se livremente, podendo inclusive atuar como fonte de Frank-Read. A B C D 38 Fonte de Frank-Read a b c d a) A linha de discordância é imobilizada nos obstáculos; b) Pela ação de uma tensão cisalhante, a linha se curva e produz deslizamento; O valor máximo da tensão acontecerá quando a curvatura da discordância se tornar um semicírculo; c) O raio do semicírculo crescerá e o anel de discordância continuará a se expandir com uma tensão decrescente até que os segmentos se encontrem; d) Esses segmentos, então, anularão um ao outro, formando um anel grande e restabelecendo a discordância original 39 Micrografia eletrônica de transmissão (MET) apresentando uma fonte de Frank-Read em um cristal de Si.Anéis concêntricos de discordâncias se expandem através da mesma origem. 40 Vídeo: fonte de discordância em aço inoxidável Distorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordâncias 41 � Os átomos ao redor da discordância estão fora das suas posições de equilíbrio, ou seja, o reticulado cristalino está distorcido. Distorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordâncias 42 Distorções do cristal ao redor de uma discordância espiral Distorções do cristal ao redor de uma discordância em aresta � À estas distorções (deformações) pode-se associar campos elásticos de tensão. 8 Distorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordâncias 43 � Aresta: Campo de tensões envolve componentes de tração e compressão. Campos de tensão ao redor de uma discordância em aresta 44 � Os campos de tensões podem interagir entre si e com outros defeitos do material Distorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordâncias Distorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordânciasDistorções em torno de discordâncias 45 � Espiral: Campo de tensões é simétrico e paralelo ao vetor de Burgers (não envolve componentes de tração ou compressão) Campo de tensões de cisalhamento ao redor de uma discordância espiral r0 = raio do núcleo da discordância Energia da discordânciaEnergia da discordânciaEnergia da discordânciaEnergia da discordância 46 � A presença de uma discordância no reticulado cristalino causa um aumento da energia interna. energia do núcleo da discordância (< 5% do valor total) energia elástica Esta energia tem 2 parcelas � A energia elástica total (Etot) associada a qualquer tipo de discordância pode ser calculada e segue a expressão genérica: Etot ~ αlGb 2Etot ~ αlGb 2 constante que depende do caráter da discordância comprimento da linha de discordância módulo de cisalhamento módulo do vetor de Burgers Energia da discordânciaEnergia da discordânciaEnergia da discordânciaEnergia da discordância 47 � Deformação por cisalhamento associada a discordância espiral: � Energia elástica associada a presença de uma discordância espiral no reticulado: � Energia elástica associada a presença de uma discordância em aresta no reticulado: Modelo geométrico para o cálculo da deformação ao redor de uma discordância espiral � P/ a maioria dos metais vale a relação: Reações entre discordâncias 48 � Duas discordâncias podem reagir entre si e formar uma única discordância ou uma única discordância pode se decompor em duas outras. Critérios 1º a reação deve estar vetorialmente correta e 2º deve ser energeticamente favorável. b1 + b2 b3 se (b3) 2 < (b1) 2 + (b2) 2 b1 b2 + b3 se (b1) 2 > (b2) 2 + (b3) 2 b1 + b2 b3 se (b3) 2 < (b1) 2 + (b2) 2 b1 b2 + b3 se (b1) 2 > (b2) 2 + (b3) 2 9 49 � O vetor de Burgers para estruturas CFC e CCC pode ser expresso como: � Ex: Reações entre discordâncias b = [h k l]a 2 A reação de dissociação de discordâncias é energeticamente favorável 50 2 1 211 6 b = 3 1 12 1 6 b = 1 1 110 2 b = (111) (111) 1 [110] 2 (111) 1 [12 1] 6 (111) 1 [211] 6 → + (111) 1 [1 1 0] 2 (1 10)(111), 1 [1 12] 2 (110) (111)Slip plane Extra half plane Burger’s vector Dislocation line vector (111) 1 [1 1 0] 2 (1 10)(111), 1 [1 12] 2 (110) (111)Slip plane Extra half plane Burger’s vector Dislocation line vector Empilhamento de discordâncias (“pile-up”) 51 � Frequentemente as discordâncias se empilham sobre o plano de deslizamento ao encontrarem barreiras tais como contornos de grão, segundas-fases ou discordâncias bloqueadas. 52 Concentração de discordâncias (floresta) em região adjacente a um contorno de grão. MET 60.000X (J. F. Shackelford) Densidade de discordâncias 53 � Comprimento total de discordâncias por unidade de volume / número de discordâncias que interceptam uma área unitária deuma seção aleatória (mm de discordância/mm3 ou discordâncias/mm2) �Cristais metálicos cuidadosamente solidificados → 103 mm-2 �Metais altamente deformados → 109 a 1010 mm-2 (Tratamento térmico pode reduzir para 105 a 106 mm-2) �Em monocristais de Silício → 0,1 a 104 mm-2 Outras considerações sobre discordâncias 54 � A quantidade e o movimento das discordâncias podem ser controlados pelo grau de deformação (conformação mecânica) e/ou por tratamentos térmicos. � Com o aumento da temperatura há um aumento na velocidade de deslocamento das discordâncias, favorecendo o aniquilamento mútuo das mesmas e formação de discordâncias únicas. � Impurezas tendem a difundir-se e concentrar-se em torno das discordâncias (dificultam o seu movimento) Impureza substitucional Impureza intersticial 10 Outras considerações sobre discordâncias 55 � A densidade das discordâncias depende da orientação cristalográfica, pois o cisalhamento se dá mais facilmente nos planos de maior densidade atômica. � As discordâncias geram lacunas, como também influem nos processos de difusão, e a sua formação contribui para a deformação plástica dos materiais. � As discordâncias, em função da quantidade e das tensões que provocam na rede, são os defeitos mais significativos na alteração da energia interna (dE) durante a deformação plástica. ΔG ~ ΔEΔG ~ ΔE ΔG = variação da energia livre ΔE = variação da energia interna 1 Profa. Edvânia Trajano Teófilo edvania.teofilo@ufca.edu.br TRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASES Transformações de fases envolvendo difusãoTransformações de fases envolvendo difusãoTransformações de fases envolvendo difusãoTransformações de fases envolvendo difusão � Transformações alotrópicas, solidificação de metal puro, crescimento de grãos: Não existem alterações no número ou na composição das fases presentes. � Transformações com alguma alteração nas fases presentes. Ex. reação eutética, eutetóide... 2 É o movimento de átomos ou moléculas no interior de um sistema material, induzido pelo movimento vibracional dos mesmos, podendo provocar um transporte efetivo de massa. Trata-se de um processo termicamente ativado. Difusão 3 Perfil de Concentração After some time Perfil de Concentração Interdifusão (difusão de impurezas): átomos de um metal se difundem para o interior do outro metal 4 Átomos migram para regiões de menor concentração!Átomos migram para regiões de menor concentração! Auto difusão: átomos do próprio sólido se movem de uma posição para outra da estrutura cristalina. A B C D A B C D 5 � Estes dois mecanismos exigem movimento coordenado de átomos e são bastante improváveis de acontecer. � Mecanismos propostos: Mecanismos de Difusão Difusão por lacunas: um átomo deixa sua posição na rede para preencher uma lacuna próxima. Tempo 6 2 Mecanismos de Difusão Difusão intersticial: átomos movem de uma posição intersticial para outra. Mais rápida que a difusão por lacunas! 7 Energia de Ativação Para que a difusão ocorra, é necessário fornecer-se energia para forçar o átomo a se mover e atingir sua nova posição. E n e rg ia Intersticial Lacunas 8 Difusão em soluções sólidas substitucionais 9 � Troca direta: dois átomos adjacentes saltam e trocam de posição mutuamente. Requer uma energia de ativação elevada � Intersticial: para átomos substitucionais provoca grande distorção na rede. Requer uma grande energia de ativação. � Anel de Zener: A vibração térmica deve ser suficiente para que cada átomo efetue um salto simultâneo e síncrono. Requer menos energia que a troca direta, a distorção durante o salto é menor. Lacunas é o mais provável O efeito Kirkendall 10 � Em uma solução binária cada uma das espécies atômicas pode mover-se com velocidade diferente. Essa experiência comprova o mecanismo de difusão por lacunasEssa experiência comprova o mecanismo de difusão por lacunas 11 12 3 Taxa de Difusão: Fluxo A difusão pode ser avaliada pelo número de átomos que atravessam um plano de área unitária por unidade de tempo, o FLUXO de partículas. Área Unitária13 Equacionamento matemático 14 � O transporte de massa por difusão no estado sólido, provocado por uma diferença de concentração, é semelhante ao transporte de calor por condução. 1 2 Se um átomo saltar da posição 1 para a posição 2, percorre uma distância igual ao parâmetro de rede. a Equacionamento matemático 15 � Seja τ = tempo médio de permanência de um átomo em uma posição do reticulado. A frequência média de salto será 1/ τ. � Possibilidades de salto de um plano para o outro: 1/6τ . 1 2 � Seja nS1 = nº átomos soluto/área no plano X passando pela posição 1. e nS2 = nº átomos soluto/área no planoY passando pela posição 2. � Assim, o nº átomos de soluto saltando entre os planos em um intervalo de tempo (fluxo) é: X Y � O fluxo efetivo de átomos de um plano para o outro, será o resultante entre os dois fluxos de sentidos opostos: J.δt = 1/6τ. nS1.δt - 1/6τ. nS2.δt J = 1/6τ (nS1- nS2) JX-Y = 1/6τ. nS1.δt e JY-X = 1/6τ.nS2.δt Equacionamento matemático 16 � J = 1/6τ (nS1- nS2) � Como os planos estão espaçados por uma distância dx = a, um parâmetro que relacione os átomos de soluto ao volume é mais conveniente. 1 2 � Concentração = nº átomos de soluto/volume; onde v = área do plano x a Assim: C = nS/a � Logo: J = 1/6τ.a (CS1- CS2) X Y � Como “C” varia com a distância, para um determinado instante t: CS2 = CS1 + a ∂ C ∂ x t � J = - 1/6τ .a2. ∂ C ∂ x t J = - DJ = - D ∂ C ∂ x t J = - DJ = - D ∂ C ∂ x t Primeira Lei de Fick J = fluxo (átomos/cm2s) D = coeficiente de difusão (cm2/s) ∂C/ ∂x = gradiente de concentração (átomos/cm3.cm) Difusão ocorre no sentido contrário ao do gradiente Nota: Adolf Eugen Fick (1829-1901): fisiologista alemão que foi o primeiro a apresentar a difusão numa base quantitativa, utilizando equações matemáticas.17 Gradiente de concentração Mostra como a concentração varia com a distância. P er ce n tu al d e A Distância Δc/Δx 18 Sendo (∂C/∂x) constante: A difusão ocorre em regime permanente, sendo o fluxo de átomos constante: J = - D.J = - D. Cf – C0Cf – C0 Xf – X0Xf – X0 4 Uma camada de 0,05 cm de MgO é depositada entre placas quadradas, com 2 cm de aresta, de níquel e tântalo para fornecer uma barreira de difusão e evitar reações químicas entre os dois metais. A 1400 °C, íons de Ni são criados e se difundem através do MgO para o tântalo. Determine o número de íons de níquel que atravessam a cerâmica por segundo. O coeficiente de difusão do Ni em MgO é 9x10-12 cm2/s e o parâmetro de rede do Ni, cuja estrutura cristalina é CFC, a 1400 °C é 3,6x10-8 cm. 2 cm 2 cm 0,05 cm Níquel Tântalo MgO Exemplo 19 Solução: Na interface Ni/MgO, tem-se 100% de Ni ou, CNi = = 8,57x1022 átomos/cm3 4 átomos Ni/célula unitária (3,6x10-8cm)3 A proporção de Ni na interface Ta/MgO é 0%. Então, o gradiente de concentração é ΔCNi /Δx = = 1,71x1024 átomos /cm3 cm 0 - 8,57x1022 átomos/cm3 0,05 cm O fluxo de Ni através da cerâmica é J = - D = 1,54x1013 átomos de Ni/cm2 sΔCΔx 20 Assim, o número total de átomos de níquel cruzando a interface por segundo é NNi = J (área) = 6,16x1013 átomos /s Temperatura e Coeficiente de Difusão O coeficiente de difusão está relacionado com a temperatura através de uma equação de Arrhenius D = D0 e -Q/RT Temperatura Difusão D0 = constante R = constante universal dos gases = 1,987 cal/mol-K T = temperatura absoluta (K) Q = energia de ativação (cal/mol)21 Gráfico de Arrhenius ln (D) = ln (D0) -Q/RT θ Q R tanθ = −ln (D ) 1/T D = D0 e -Q/RT 23 � Forma experimental de determinação de D0 e Q 24 5 Um cilindro impermeável de 3 cm de diâmetro é dividido em duas partes, com 10 cm de comprimento cada, por uma membrana de ferro, conforme mostrado na figura abaixo. Em um lado da membrana, uma mistura gasosa de 0,5×1020átomos de nitrogênio por cm3 e 0,5×1020 átomos de hidrogênio por cm3 é continuamente introduzida para garantir concentrações constantes de N e H nesta metade do tubo. No outro lado da membrana, o cilindro é preenchido com uma mistura constante de 1×1018 átomos de N por cm3 e 1×1018 átomos de H por cm3. O sistema inteiro se encontra a 700oC, o que faz com que o ferro tenha estrutura CCC. Como deve ser a membrana para permitir que no máximo 1% do nitrogênio e 90% do hidrogênio a atravessem por hora? 10 cm 10 cm 3 cm Membrana de ferro com espessura Δx ⇒⇒⇒⇒0,5x10 20 átomos de N / cm3 0,5x1020 átomos de H / cm3 1,0x1018 átomos de N / cm3 1,0x1018 átomos de H / cm3 Exemplo 25 O número de átomos de nitrogênio no lado esquerdo do cilindro é igual ao produto do número de átomos de nitrogênio por unidade de volume pelo volume do cilindro: (0,5x1020 átomos/cm3) π(1,5 cm)2(10 cm) = 3,53x1021 átomos O número máximo de átomos de N que podem atravessar a membrana é 1% deste total, ou seja, (0,01)(3,53x1021) = 3,53x1019 átomos/h = 9,8x1015 átomos/s Desta forma, o fluxo através da membrana será: 9,8x1015 átomos de N / s π(1,5)2 J = = 1,39x1015 átomos de N / cm2s 26 Lembrando que D = D0 e -Q/RT 27 O coeficiente de difusão do nitrogênio no ferro CCC a 700°C (973 K) será: D = 0,0047 e-18300/(1,987)(973)=3,64x10-7 cm2/s Como, J = -D (ΔC/Δx) Temos, Δx = -D(ΔC / J) Δx = (-3,64x10-7)(1x1018 – 0,5x1020)/(1,39x1015) Δx = 0,0128 cm (espessura mínima da membrana) 28 De maneira semelhante, podemos calcular a espessura máxima que permitirá a difusão de 90% do hidrogênio. No átomos H difundidos = (0,9)(3,53x1021) = 3,18x1021 átomos/h = 8,8x1017 átomos/s Desta forma, o fluxo através da membrana será: J = 1,25x1017 átomos de H / cm2s e D = 0,0012 e-3600/(1,987)(973)= 1,86x10-4 cm2/s Com isto, Δx = 0,0729 cm (espessura máxima da membrana) 29 Fatores que afetam a difusão e a energia de ativação � Menores energias de ativação aumentam o coeficiente de difusão e o fluxo. � Energias de ativação são geralmente menores para átomos difundindo através de estruturas cristalinas mais abertas. C 32,9 kcal/mol N 34,6 kcal/mol H 10,3 kcal/mol C 20,9 kcal/mol N 18,3 kcal/mol H 3,6 kcal/mol CFC CCC Fe γ α 30 6 0 1000 2000 3000 4000 0 60 120 180 �Quanto maior for a temperatura de fusão (= maior energia de ligação), maior será a energia de ativação. Pb Al Ag Cu Fe Si W C Q (k ca l/ m o l) Temperatura de Fusão (°C) Tipos de difusão Difusão Volumétrica: Átomos se movem através do cristal de uma posição cristalina ou intersticial para outra. Devido aos átomos vizinhos, a energia de ativação é alta e a difusão é lenta Difusão em contornos de grão: Os átomos se movem ao longo dos contornos e interfaces. A baixa densidade atômica dos contornos favorece a difusão. Difusão superficial: É a difusão mais rápida pois os átomos encontram menos restrições. 32 Coeficiente de difusão Tipo de difusão Th em W Ag em Ag Superfície 0,47e-66400/RT 0,068e-8900/RT Contorno de grão 0,74e-90000/RT 0,24e-22750/RT Volume 1,0e-120000/RT 0,99e-45700/RT Tipos de difusão Exemplo Considere a difusão entre tungstênio puro (estrutura CCC, com parâmetro de rede 3,165Å) e a liga W-1%at Th. Após alguns minutos de aquecimento a 2000 °C, é formada uma zona de transição com 0,01 cm de espessura. Qual o fluxo de tório neste instante se a difusão for devida a: a)difusão volumétrica, b) difusão em contorno de grão e c) difusão superficial? Solução a) A concentração de W é 2 átomos / célula (3,165x10-8)3 cm3/célula CW = = 6,3x1022 átomos/cm3 34 Na liga, a concentração de átomos de tório é CTh = (0,01)(6,3x1022) = 6,3x1020 átomos / cm3 No tungstênio puro, a concentração de Th é nula. Com isto, ΔC/Δx = (0- 6,3x1020) / 0,01= - 6,3x1022 atomos Th/ cm3 cm Como visto acima, para a difusão volumétrica do Th em W D = 1,0e-120000/RT Assim, quando T = 2273 K tem-se D = 2,89x10-12 cm2/s 1% 35 Com isto, o fluxo de átomos é J = -D(ΔC/Δx) = -(2,89x10-12)(-6,3x1022) J = 1,82x109 átomos Th/cm2 s Então, Por outro lado, quando a difusão se dá através dos contornos de grão, D = 0,74e-90000/RT = 1,64x10-9 cm2/s e J = 1,03x1012 átomos Th/cm2 s 36 7 Finalmente, para difusão superficial D = 0,47e-66400/RT = 1,94x10-7 cm2/s Com isto, J = 1,22x1014 átomos Th/cm2 s Jsuperfície > Jcontorno > JvolumeJsuperfície > Jcontorno > Jvolume Volume Contorno de Grão Superfície 4x108 4x1010 4x1012 4x1014 F lu xo ( Á to m o s/ cm 2 s ) Tipo deDifuão Atenção: numa amostra metálica normal a área de contorno de grão e muitas vezes maior que a da superfície! Atenção: numa amostra metálica normal a área de contorno de grão e muitas vezes maior que a da superfície! � Quando a difusividade de um metal é medida em amostras policristalinas, os resultados usualmente representam o efeito conjunto de difusão volumétrica e em contorno de grão (Dap) Quanto menor o tamanho de grão, maior a área total de contorno disponível para a difusão e, portanto, maior a importância dos contornos no processo de difusão. Quanto menor o tamanho de grão, maior a área total de contorno disponível para a difusão e, portanto, maior a importância dos contornos no processo de difusão. Em temperaturas muito altas a difusão pelo cristal tende a suplantar a componente de contorno de grão, mas, a baixas temperaturas, a difusão nos contornos se torna cada vez mais importante na determinação da difusividade total ou aparente. Em temperaturas muito altas a difusão pelo cristal tende a suplantar a componente de contorno de grão, mas, a baixas temperaturas, a difusão nos contornos se torna cada vez mais importante na determinação da difusividade total ou aparente. Difusão volumétrica e em contorno de grão em prata. (Dados de Hoffman, R. E. e Tumbull,D. J., Jour. Appl.Phys., 22,634 [1951] Difusão em Estado Estacionário: Primeira Lei de Fick Quando o fluxo difusional não varia com o tempo: ΔC Δx J = D⇒ 41 Perfil de Composição Na maioria das situações práticas, ΔC Δx J = D 42 8 A Segunda Lei de Fick Quando a concentração das espécies difundindo varia com o tempo: A taxa de variação de átomos na região “dx” é: J1 – J2 A taxa de variação de átomos é relacionada com a taxa de variação da concentração com o tempo da seguinte forma: dC/dt = J1 – J2 = J1 – (J1 +dJ/dx) dC/dt = d(-J)/dx = d(D. dC/dx)/dx 2 2 C C D t x ∂ ∂ = ∂ ∂ � Leva em conta o movimento diferenciado dos átomos de A e B; A B A BCoeficiente de interdifusão (DAB) � JA = -DA dCA/dx e JB = -DB dCB/dx � v = (x – x’)/dt = dx/dt; v é a velocidade dos marcadores � O fluxo total de átomos que provoca o deslocamento dos marcadores é: J = - M/A.dt; mas M = C.V (V = área.dx) J = - C.A.dx/A.dt = - C dx/dt J = - C.v A B A BCoeficiente de interdifusão (DAB) � Mas o fluxo resultante também é dado por: J = JA + JB - C.v = - DA dCA/dx - DB dCB/dx 1ª Equação de Darken derivando: dCA/dx = - dCB/dx - C.v = - DA (-dCB/dx) - DB dCB/dx - C.v = (-dCB/dx) (- DA + DB) v = 1/C (DB - DA) (dCB/dx)v = 1/C (DB - DA) (dCB/dx) “C = CA + CB ” 46 � Para analisar a difusão do componente B, entre dois planos quaisquer, é necessário considerar que a quantidade que entra no volume é a soma de duas parcelas: JB � Por sua vez JB’ = JB + d JB /dx � A taxa de variação de átomos na região dx é simplesmente a diferença entre os dois fluxos: dC/dt = JB – JB’ = -d JB/dx x x +dx JB’ JB = - D dCB/dx + v. CB Difusão normal Velocidade de deslocamento do plano da rede coincidente com a seção transversal dC/dt = d [DB dCB/dx - v. CB]dx Substituindo “v”, de acordo com a 1ª eq. Darken: dC d t = [DB - (DB – DA) ] d dx dCB dx CB C dCB dx 47 JB � As frações dos componentes A e B na liga são: fA=CA/C e fB=CB/C fA + fB = 1 x x +dx JB’ dC d t = [DB - (DB – DA)] d dx dCB dx CB C dCB dx dC d t = [ (DB - (DB – DA)] d dx dCB dx CB C dC d t = ( DB – fB.DB + fB.DA) d dx dCB dx dC d t = (fA.DB + fB.DA) d dx dCB dx dC d t = (fA.DB + fB.DA) d2CB dx2 DAB = fA.DB + fB.DADAB = fA.DB + fB.DA 2ª Equação de Darken Difusão num sólido semi-infinito Soluções para a Segunda Lei de Fick � Métodos padrões mais conhecidos: 1º- A difusividade é suposta mente constante (Soluções para sistemas semi-infinitos) 2º - A difusividade é uma função da composição 9 Para um sólido semi-infinito : 1) Para t = 0, todos os átomos do soluto que estejam presentes no sólido estão distribuídos uniformemente com concentração: C = C0. 2) Para t > 0, a concentração na superfície se mantém constante, ou seja, C = Cs em x=0 e C = C0 em x = ∞ 2 2 C C D t x ∂ ∂ = ∂ ∂ ⇒ 0 2 s x s C C x erf C C Dt − = − 49 2 0 2 ( ) Z yerf Z e dy π −= ∫ Johann Carl Friedrich Gauss (1777 – 1855), matemático e cientista alemão com importantes contribuições na matemática, astronomia, óptica, eletrostática, etc. Função erro de Gauss 50 Propriedades: erf (0) = 0 erf (∞) = 1 erf (-∞) = -1 erf (-z) = - erf (z) Propriedades: erf (0) = 0 erf (∞) = 1 erf (-∞) = -1 erf (-z) = - erf (z) 51 � A solução para a segunda lei de Fick demonstra a relação que existe entre a concentração, posição e o tempo, qual seja que Cx, sendo uma função do parâmetro adimensional pode ser determinado em qualquer tempo e em qualquer posição, bastando para tanto que os parâmetros Co, Cs e D sejam conhecidos. � Suponha que se deseje atingir uma determinada concentração de soluto C1 em uma liga, o lado esquerdo da equação se torna então: � Logo o lado direito da equação também é uma � constante, logo ou 52 Exemplo 53 54 10 55 56 57 � Esse método de solução em que a difusividade é suposta constante é conhecido comoMétodo de Grube. � É aplicável para os casos onde o coeficiente de difusão varia muito pouco com a composição Soluções para a Segunda Lei de Fick 0 2 s x s C C x erf C C Dt − = − Para ligas metálicas, pode ser aplicado nos casos em que se tem uma pequena diferença de composição entre as duas metades do par de difusão Para ligas metálicas, pode ser aplicado nos casos em que se tem uma pequena diferença de composição entre as duas metades do par de difusão 30% de A 70% de B 35% de A 65% de B 58 O Método de Matano � Neste segundo bem conhecido método supõe-se que a difusividadedifusividade éé umauma funçãofunção dada concentraçãoconcentração, o que requer a solução da 2ª Lei de Fick na forma � A solução para essa equação não é trivial, sendo normalmente empregada a integração gráfica para a determinação do coeficiente de difusão . Soluções para a Segunda Lei de Fick 59 OMétodo de Matano � Após o ensaio de difusão e a análise química do material, deve-se: 1º) Traçar uma curva de concentração em função da distância ao longo da barra; 2º) Escolher a seção transversal da barra na qual se igualam os fluxos totais das duas espécies atômicas que se difundem (interface de Matano). Soluções para a Segunda Lei de Fick 60 O Método de Matano � t é o tempo de difusão; � C0 é a concentração em unidades atômicas a uma distância x da interface de Matano; � C1 é a concentração de um lado do par de difusão, num ponto afastado da interface, em que a composição é constante e não é afetada pelo processo de difusão. Soluções para a Segunda Lei de Fick 11 61 Soluções para a Segunda Lei de Fick O Método de Matano Caso se deseje conhecer a difusividade em uma concentração particular, por exemplo 37,5% (ponto C) 62 Soluções para a Segunda Lei de Fick O Método de Matano Caso se deseje conhecer a difusividade em uma concentração particular, por ex. 37,5% (ponto C) Para tanto precisa-se avaliar duas quantidades: 1ª) A derivada dx/dC0 → inverso da inclinação (1/6,10 cm-1) 2ª)A integral, com limites C1=0 e C0 = 0,375 C0C1 Difusão intersticial 63 � Ocorre por saltos de átomos de soluto, de uma posição intersticial para outra vizinha; D = αa2 p v e-ΔGm/RTD = αa2 p v e-ΔGm/RT p = número de posições intersticiais mais próximas, α = constante adimensional que depende da estrutura a = parâmetro de rede v = frequência de vibração de um átomo de soluto em uma posição intersticial ΔGm = energia livre molar necessária para o salto � Medidas experimentais do coeficiente de difusão intersticial também obedecem a uma equação do tipo: D = D0 e –Q/RT Difusão aplicada ao processamento de materiais Crescimento de Grãos 64 Difusão aplicada ao processamento de materiais Ligação por difusão Crescimento de Grãos Difusão em contorno de grãos Pressão Aquecimento 65 Difusão aplicada ao processamento de materiais Sinterização (metalurgia de pó) 66 12 Difusão aplicada ao processamento de materiais Sinterização (metalurgia de pó) 67 Difusão aplicada ao processamento de materiais 68 Profa. Edvânia Trajano Teófilo edvania.teofilo@ufca.edu.br TRANSFORMAÇÃO DE FASES mailto:edvania.teofilo@ufca.edu.br http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqFQoTCKXen7S7g8cCFciegAodudQMyA&url=http://tubarao.arcelormittal.com/produtos/nossos-produtos/desenvolvimento-produtos/index.asp&ei=K2q6VeWcJci9ggS5qbPADA&bvm=bv.99028883,d.eXY&psig=AFQjCNEstXRYSxgkKzMExYceVxjnJ_Vozg&ust=1438366545119124 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqFQoTCOmEg66-g8cCFUifgAodPtYD4w&url=http://www.metalharte.com.br/processos_recozimento.html&ei=Q226VanXNMi-ggS-rI-YDg&psig=AFQjCNF9JGQ92tSrYmnFgBa5gdK0kW45kQ&ust=1438367331315393 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRxqFQoTCPmy-dbBg8cCFYjTgAod5ZALbQ&url=http://pt.slideshare.net/guesta4c93c/ferros-fundidos&ei=vnC6VfnbPIingwTloa7oBg&psig=AFQjCNG_17aobei0p1Ks1eyxhUFeYx9b4Q&ust=1438368298515246 Nucleação e Crescimento de Fases 2 Processo de transformação de uma fase em outra quando se alteram as condições termodinâmicas. 3 Transformação de fases podem envolver Mudanças de estado (ex: solidificação) Rearranjo de átomos no estado sólido Como a maioria das reações dá origem à formação de novas fases via difusão, elas não ocorrem instantaneamente. As etapas de uma transformação são: 1) Nucleação = formação de partículas (ou núcleos) da nova fase. 2) Crescimento = aumento de tamanho dos núcleos até que as condições de equilíbrio sejam atingidas. Considerações iniciais 4 As transformações de fases que podem ocorrer num sistema material estão relacionadas: Equilíbrio termodinâmico Variações de energia G1 G2 G3 ΔG1-3 < 0 ΔG1-2 > 0 1 2 3 Evolução da transformação (a) (b) (c) Analogia entre equilíbrio termodinâmico e equilíbrio mecânico de blocos rígidos: a) metaestável; b)instável e c) estável O sistema está no seu estado de maior equilíbrio quando a energia livre atinge o valor mínimo 5 Considerações iniciais No caso de uma transformação de fase líquido↔sólido, considerando que a condição termodinâmica seja definida pela temperatura Para uma dada T, a fase mais estável será a que apresentar o menor valor de energia livre 6 Variáveis de estado Grandezas que podem ser manipuladas para fixar ou alterar o estado termodinâmico de um sistema . Considerações iniciais Pressão Composição Temperatura nucleação e crescimento da nova fase substituindo a anterior Quando a condição termodinâmica é alterada, uma nova fase pode tornar-se mais estável que a anterior por apresentar menor energia livre nessa condição → Transformação espontânea 7 Alteração das condições termodinâmicas Surgimento de uma nova fase com menor ΔG Essa transformação se inicia com a nucleação de partículas da nova fase no interior da fase existenteProvoca diminuição local da energia livre Apresenta excesso de energia em relação aos átomos do interior → aumenta a energia local A estabilidade da nova partícula está associada ao balanço entre a variação negativa de energia associada ao volume e a variação positiva associada a superfície 8 Para haver estabilidade da partícula a energia de volume precisa exercer maior influência que a energia de superfície. As dimensões da partícula devem favorecer essa condição para que ela possa nuclear e crescer. O núcleo surge no interior da fase existente sem interferência de agentes externos (ideal) Nucleação Heterogênea Homogênea Ocorre com a interferência de agentes externos (mais comum na prática) Nucleação Homogênea 9 Considerando a solidificação de um metal puro Partícula esférica → maior volume/menor área ΔGhom = variação total de energia γsl = energia por unidade de superfície; ΔGv = energia por unidade de volume Equacionamento: Força motriz para a transformação Super-resfriamento Núcleos diminuem Núcleos crescem V ar ia çã o da e ne rg ia li vr e, G Energia de livre de superfície GS = 4r 2 (necessita de energia para criar a interface, desestabiliza os núcleos) Energia livre volumétrica GV = 4/3 r 3 G (libera energia) GT = GS + GV (energia livre total) r < r* → embrião tende a dissolver-se para diminuir G r > r* → embrião torna-se estável (núcleo) e cresce para diminuir G raio crítico Energia de ativação 11 Vejamos como varia o tamanho do núcleo estável com a temperatura: A nucleação homogênea requer, portanto que as flutuações térmicas produzam núcleos suficientemente grande que excedam o raio crítico (r*), caso contrário a segunda fase não poderá nuclear. T2 < T1 Energia de superfície Energia volumétrica A energia livre volumétrica varia com a temperatura, tornando-se maior a baixas temperaturas, devido a solubilidade decrescer com a diminuição da temperatura A nucleação homogênea ocorre mais facilmente com ↓T 12 Equacionamento para r* e ΔG* Como o valor máximo de ΔG ocorre para r = r*, para obter o valor de r* basta derivar a equação em relação a r igualar a zero Nucleação Homogênea Ghom = 4/3 r 3 G + 4r 2 d/dr (4/3 r3 )G + d/dr (4r 2) = 0 4(r*)2 G + (8r *) = 0 r* (4r*G + 8 ) = 0 r* = -2 /G 13 Equacionamento para r* e ΔG* Para saber o valor de ΔG* basta substituir o valor de r* na equação: Nucleação Homogênea Ghom = 4/3 r 3 G + 4r 2 G * = 16 3 /3G 2 G* = 4/3 (-2 /G) 3 G + 4(-2 /G) 2 G* = -4/3 8 3 /G 2 + 4(4 2/G 2) G* = - 32 3 /3G 2 + 16 3/G 2 14 Equacionamento para r* e ΔG* Como “G = H - TS” e no equilíbrio (Tf), G = 0 Nucleação Homogênea H - TfS = 0 G = H - T(H /Tf) S = H /Tf = (H Tf - TH )/Tf G = H (Tf – T)/Tf) Substituindo em G * = 16 3 /3G 2 G = H T/Tf grau de super resfriamento G * = 16 3 /3(H T/Tf) 2 = 16 3 Tf 2/3H 2 T2 G * = A/T2 constante Não somente o tamanho do núcleo crítico diminui com o super- resfriamento, como também a energia livre necessária para sua formação 15 Taxa de nucleação A velocidade de nucleação vai depender do número de núcleos críticos, N*, e da velocidade com a qual um átomo se liga ao embrião Nucleação Homogênea N* = N exp-G*/kT Número total de átomos A taxa de nucleação (I) pode ser dada por: I = exp-g/kT (N exp-G*/kT) Frequência de vibração Velocidade de saltos pela interface Barreira energética I = N exp-[(g + A/T2)/kT] 16 Efeito da temperatura nos termos do expoente da equação do fluxo de nucleação efeito da interface nos saltos dos átomos em direção ao núcleo. I = N exp-[(g + A/T2)/kT] barreira energética. associada. a formação do embrião critico 1 Nucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólido 29 � No caso de formação dos núcleos sólidos da nova fase no interior de outra fase sólida, a diferença de volumes provoca o aparecimento de tensões internas, as quais estão associadas a variações positivas de energia. � O equacionamento deve considerar esse novo termo energético: ∆∆∆∆G= - (∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ )+ γγγγ∆∆∆∆G= - (∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ )+ γγγγ Nucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólido 30 � Considerando um núcleo esférico, a expressão representativa da energia livre total pode ser escrita como: ∆∆∆∆G = 4/3 ππππr3 (∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ )+ 4ππππr 2γγγγαβ∆∆∆∆G = 4/3 ππππr 3 (∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ )+ 4ππππr 2γγγγαβ � Derivando essa expressão e igualando a zero se obtém o valor do raio crítico e, consequentemente, da energia crítica: r* = -2 γγγγαβ /(∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ )r* = -2 γγγγαβ /(∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ ) ∆∆∆∆G * = 16ππππ γγγγαβ 3 /3 (∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ) 2∆∆∆∆G * = 16ππππ γγγγαβ 3 /3 (∆∆∆∆Gυυυυ+ ∆∆∆∆Gσ) 2 No entanto, essas expressões não consideram o problema da coerência cristalográfica que pode existir na interface entre o núcleo e a matriz 2 31 32 Tipos de interfaces � Completamente Coerentes: O núcleo possui estrutura cristalina idêntica à da matriz. Nucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólido A energia superficial é praticamente nula, favorecendo em muito a nucleação.A energia superficial é praticamente nula, favorecendo em muito a nucleação. 3 33 Tipos de interfaces � Coerentes: A estrutura cristalina do núcleo não se ajusta perfeitamente com a da matriz, mas isso pode ser feito através de uma deformação na matriz para acomodação do precipitado. Nucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólido O aumento desse desajuste, aumenta o valor de ∆∆∆∆Gσ e, consequentemente, reduz o valor de ∆∆∆∆G* , favorecendo a nucleação. O aumento desse desajuste, aumenta o valor de ∆∆∆∆Gσ e, consequentemente, reduz o valor de ∆∆∆∆G* , favorecendo a nucleação. 34 Tipos de interfaces � Semi-coerentes: A estrutura cristalina do núcleo também não se ajusta perfeitamente com a da matriz, mas nesse caso o desajuste é suficientemente alto. Nucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólido Quando o desajuste é suficientemente alto, pode ser acomodado por discordâncias, como no caso de contornos de grão de baixo ângulo. Quando o desajuste é suficientemente alto, pode ser acomodado por discordâncias, como no caso de contornos de grão de baixo ângulo. 4 35 Tipos de interfaces � Incoerentes: A estrutura cristalina do núcleo é completamente diferente da estrutura da matriz. Nucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólido Neste caso, ∆∆∆∆Gσ tende a zero e a energia superficial passa a predominar,dificultando a nucleação. Neste caso, ∆∆∆∆Gσ tende a zero e a energia superficial passa a predominar,dificultando a nucleação. 36 Influência do contorno de grão � Se o núcleo se forma no contorno de grão a barreira de energia superficial para a nucleação é reduzida; � O volume do núcleo crítico diminui drasticamente quando ele é originado no contorno do grão e mais ainda no encontro de 3 grãos. Nucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólidoNucleação de fases no estado sólido β β α β 5 37 � Quando a fase sólida apresenta a mesma composição da fase líquida, o crescimento se dá através da incorporação de átomosna superfície do núcleo. (Caso simples) � Quando os núcleos apresentam composição diferente, o crescimento envolve movimento de átomos por difusão em direção ao núcleo - através da interface de separação e ainda movimento dos mesmos dentro do núcleo. Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases 38 � Velocidade de salto dos átomos em direção ao núcleo (α→β): I’ = S υυυυ exp-(∆∆∆∆ga/kT) Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases β α S = nº de átomos adjacentes à superfície υ= frequência de vibração � Velocidade de salto dos átomos saindo do núcleo (β → α): I’’ = S υυυυ exp-(∆∆∆∆ga + ∆∆∆∆gαβ )/kT 6 39 � A velocidade efetiva de saltos que leva a incorporação de átomos pelo núcleo é: I = S υυυυ e-∆∆∆∆ga/KT (1 - e-∆∆∆∆gαβ /KT )I = S υυυυ e-∆∆∆∆ga/KT (1 - e-∆∆∆∆gαβ /KT ) Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases I = I’ - I” I = S υυυυ e-(∆∆∆∆ga/KT) - S υυυυ e-(∆∆∆∆ga + ∆∆∆∆gαβ )/KT ) � Supondo que ao saltar os átomos se movem de uma distância λ, a velocidade da interface será: Vc = λ I/S Nº médio de saltos/s por átomo adjacente a interface Vc = λ υυυυ e -∆∆∆∆ga/KT (1 - e-∆∆∆∆gαβ /kT )Vc = λ υυυυ e-∆∆∆∆ga/KT (1 - e-∆∆∆∆g αβ /kT ) 40 � Como ∆gαβ é a diminuição de energia livre que ocorre quando um átomo se junta ao núcleo, varia diretamente com o grau de super resfriamento. � Uma análise da variação da Vc com a temperatura de transformação (T) pode ser feita, considerando-se inicialmente a aproximação de uma função exponencial por série de McLaurin: Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases Vc = λ υυυυ e -∆∆∆∆ga/KT (1 - e-∆∆∆∆gαβ/KT )Vc = λ υυυυ e-∆∆∆∆ga/KT (1 - e-∆∆∆∆g αβ/KT ) e-∆∆∆∆gαβ /KT = 1 –(∆∆∆∆gαβ/KT) + 1/2(∆∆∆∆gαβ/KT)2 – 1/6(∆∆∆∆gαβ/KT)3 + ...e-∆∆∆∆gαβ /KT = 1 –(∆∆∆∆gαβ/KT) + 1/2(∆∆∆∆gαβ/KT)2 – 1/6(∆∆∆∆gαβ/KT)3 + ... � Para T elevadas, o valor da energia de ativação é muito pequeno (∆gαβ << KT) e podem ser desprezados os termos de grau 2 para cima, obtendo-se: e-∆∆∆∆gαβ/KT = 1 –(∆∆∆∆gαβ/KT) 7 41 � Nisto, para ∆T pequeno, Vc será: Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases Crescimento de Fases � A velocidade de crescimento é baixa para temperaturas de transformação elevadas (∆T pequeno). Com o aumento do super resfriamento a energia ∆gαβ aumenta, provocando um aumento na taxa de crescimento; � Para ∆T elevado: a velocidade de crescimento diminui com a diminuição da temperatura de transformação � A velocidade de crescimento é baixa para temperaturas de transformação elevadas (∆T pequeno). Com o aumento do super resfriamento a energia ∆gαβ aumenta, provocando um aumento na taxa de crescimento; � Para ∆T elevado: a velocidade de crescimento diminui com a diminuição da temperatura de transformação Vc = λ υυυυ e -∆∆∆∆ga/KT (∆∆∆∆gαβ/KT)Vc = λ υυυυ e -∆∆∆∆ga/KT (∆∆∆∆gαβ/KT) � Para ∆T grande, Vc será: Vc = λ υυυυ e -∆∆∆∆ga/KTVc = λ υυυυ e -∆∆∆∆ga/KT 42 Temperaturas próximas a Tf: - Altas taxas de crescimento -Baixas taxas de nucleação (grão grosseiro) Temperaturas distantes de Tf: - Altas taxas de nucleação -Baixas taxas de crescimento (grãos finos) Variação da velocidade de nucleação e crescimento em função da temperatura de transformação A velocidade de crescimento irá definir o tamanho final dos grãos, influenciando nas propriedades mecânicas... 8 Crescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusão 43 � Se a velocidade dos átomos de B saltando para a nova fase for alta, haverá uma diminuição do teor de B na fase matriz nas regiões próximas a interface, tendendo ao equilíbrio → cria-se uma força motriz que permite que a interface desloque-se rapidamente β α Considere duas fases de composição diferente: α→ supersaturada de átomos B β→ rica em átomos B 44 � nB β→ concentração de soluto no precipitado � nB α→ concentração de B na matriz adjacente ao precipitado (equilíbrio) � nB∞→ concentração de B na matriz antes da precipitação Crescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusão 9 45 Crescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusãoCrescimento de fases controlado por difusão �Considerando que num pequeno incremento de tempo dt, o contorno do precipitado se mova para a matriz de uma distância dx. �Para isso ocorrer, (nB β- nB α)Adx átomos de B deveriam difundir até a interface e cruzá-la. Pela 1ª lei de Fick, esse nº de átomos seria: Onde: 46 � Com o passar do tempo, as regiões das quais as partículas estão retirando átomos de soluto tendem a superpor-se → o valor máximo da concentração de soluto na matriz cai abaixo de nB∞, influenciando no gradiente de concentração → diminuição Vc. Interferência entre partículas de precipitado em crescimento: (a) sem competição, (b) com competição 10 Crescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interface 47 � Se a velocidade dos átomos de B saltando para a nova fase for lenta, o teor de B próximo a interface demora para atingir o equilíbrio e a concentração de B na fase matriz permanece constante por um longo período de tempo → o deslocamento da interface é dificultado e ocorre lentamente β α Considere duas fases de composição diferente: α→ supersaturada de átomos B β→ rica em átomos B Crescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interface 48 � A concentração de soluto na matriz permanece constante em toda a matriz; � Prosseguindo o crescimento do precipitado a concentração da matriz cai (nB ∞ → nB t) a força motriz para o crescimento também cai 11 Crescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interface 49 � Um átomo de soluto (B) deixando a matriz, deve ultrapassar uma barreira energética (∆∆∆∆ga) para se agregar ao precipitado. Após isso ter ocorrido seu nível energético terá diminuído ∆∆∆∆gB αβ; � No caso de crescimento controlado por interface: há uma variação de composição na interface → deve existir dois fatores S1 e S2, em vez de um único fator S (nº de átomos adjacentes) γ Crescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interface 50 � No equilíbrio a velocidade de saltos pela interface deve ser igual nos dois sentidos → S1 = S2. Nisto, a equação de velocidade é: � A diferença de energia ∆∆∆∆gB αβ que se admitiu muito menor que KT, pode agora ser calculada em termos da diferença entre as energias livres molares do átomo de soluto nas duas fases: Número de Avogadro 12 Crescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interfaceCrescimento de fases controlado por interface 51 � Substituindo o valor de ∆∆∆∆gB αβ na equação de velocidade: � Como Nk=R e no equilíbrio GB α=GB β: Energia livre parcial molar de B na fase alfa quando em equilíbrio com a fase beta � Considerando a fase alfa como uma solução ideal (GB α=GBº+ RT ln NB α ) e a concentração de B em α próxima ao equilíbrio: NB α é a fração molar de B na fase α Crescimento por difusão X crescimento por interfaceCrescimento por difusão X crescimento por interfaceCrescimento por difusão X crescimento por interfaceCrescimento por difusão X crescimento por interface 52 � Comparando as duas equações de velocidade,tem-se que a diferença básica entre os termos dependentes da composição,α1 e {(NB α)t – (NB α)e}, é que até que a solução esteja esgotada o primeiro pode ser considerado constante, enquanto que o segundo varia, uma vez que (NB α)t diminui com o crescimento do precipitado. �� NosNos doisdois tipostipos dede reaçãoreação aa velocidadevelocidade diminuidiminui comcom oo tempotempo: na eq. Da velocidade controlada por difusão isso se revela pelo fato de que v é proporcional a t-½, e na controlada por interface, o efeito do tempo aparece no termo (NB α)t, que diminui quando o soluto deixa a matriz. 13 Diferenças importantes entre a cinética das reações que ocorrem no resfriamento e no aquecimento ResfriamentoResfriamentoResfriamentoResfriamento AquecimentoAquecimentoAquecimentoAquecimento 53 � Atinge-se facilmente o super-resfriamento; � A velocidade de crescimento da transformação de fase é dependente da temperatura típica de processo de nucleação e crescimento; � Velocidade de solidificação. � O superaquecimento é quase impossível de ser atingido em condições normais; � A velocidade de crescimento (sólido→líquido) cresce rápida e continuamente com o aumento da temperatura; � Velocidade de fusão. 1 SOLIDIFICAÇÃOSOLIDIFICAÇÃOSOLIDIFICAÇÃOSOLIDIFICAÇÃO “Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido” 54 55 � Durante a transformação de fase (Liquido→ Sólido) há a liberação de calorcalor latentelatente; � Há uma diferença significativa entre o processo de nucleação de um metal puro (estrutura monofásica) e de uma liga metálica (estrutura polifásica); Curva de resfriamento de uma liga metálica desde uma temperatura de início da solidificação (TL) até uma temperatura abaixo da temperatura de fim da solidificação (TS). Curva de resfriamento de um metal puro desde uma temperatura acima da temperatura de fusão (Tf) até uma temperatura abaixo dela. 2 Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 56 � O movimento da interface , de modo a aumentar ou diminuir a quantidade de sólido, depende de ser a velocidade de solidificação (VS) maior ou menor que a velocidade de fusão (Vf). α Líquido VS = VS0 e -Qs/RT Vf = Vf0 e -Qf/RT 57 Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido Relação entre as energias de ativação para a solidificação e para a fusão 3 Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 58 � A velocidade de crescimento, ou a de fusão, aumenta quando a temperatura se afasta do ponto de equilíbrio; � A diferença entre as velocidades individuais determina o valor real do movimento da interface. Velocidades de solidificação e de fusão do cobre em função da temperatura Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 59 Fator de acomodação � É a probabilidade de um átomo, em uma dada fase, encontrar uma posição do outro lado da interface. � Sólido→líquido independe da natureza química dos átomos. Já na transformação inversa, varia com a natureza do sólido. Planos de menor compactação, como o {100}, são mais capazes de acomodar um átomo que deixe o liquido para se agregar ao solido do que pIanos mais compactos, como o {111}. CFC 4 Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 60 � Menos compacto → Maior fator de acomodação → maior velocidade de crescimento � Os planos de baixa densidade e alto crescimento tendem a desaparecer, deixando atrás de si somente superfícies compactas. Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 61 Natureza da interface líquido–sólido Interface facetada: ocorre pela incorporação de átomos em planos definidos, fazendo com que o crescimento ocorra através da deposição de camadas de átomos. Interface difusa: é consequência da incorporação mais flexível de átomos, podendo ocorrer em diferentes planos atômicos e, portanto, em diferentes locais na interface. 5 Formas de crescimento da interface 62 � A forma do movimento da interface é afetado pelo sentido do gradiente de temperatura à frente da interface Gradiente crescente ↓ Interface estável Gradiente decrescente ↓ Interface instável (crescimento dendrítico) Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido Crescimento com interface estável 63 � Supondo que a temperatura cresce quando a interface se move para dentro do líquido e o gradiente é positivo, linear e normal a interface. Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido � Poderão ocorrer casos onde um plano compacto (crescimento lento) seja quase paralelo a interface → desenvolvimento de degraus de planos densos � Ou poderão ocorrer casos onde esses planos não existam → desenvolvimento de uma interface mais simples, consistindo em uma superfície plana 6 Crescimento com interface estável 64 Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido Interface estável, quando um plano compacto é quase paralelo a ela. Região mais fria (↑Vc) Região em contato com o líquido mais quente ↓ΔT →↓Vc para compensar a maior Vc O resultado global é uma interface crescendo a velocidade constante Crescimento dendrítico (interface instável) 65 � Ocorre quando a interface sólido-líquido se move em um líquido cuja temperatura diminui com o avanço da interface � Como o calor é liberado na interface, a sua temperatura se eleva acima da temperatura do sólido e do líquido: Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido Inversão de temperatura durante a solidificação ↓T da interface para o sólido porque essa é a direção do fluxo de calor É também cai dentro do líquido porque há um fluxo natural de calor a partir da interface para o líquido super- resfriado 7 Crescimento dendrítico (interface instável) 66 � Quando a temperatura do líquido cai, com o avanço da interface, esta se torna instável, e ramos cristalinos podem crescer da interface para o líquido. Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido Representação esquemática do estágio inicial do crescimento dendrítico Crescimento dendrítico (interface instável) 67 � Em pontos do líquido próximos aos ramos, a temperatura será mais elevada que a meia distância entre eles, devido ao calor latente liberado. � Há portanto, um gradiente de temperatura decrescente não somente em frente aos ramos mas nas direções perpendiculares. Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido TA > TB 8 68 Crescimento dendrítico (interface instável) Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 69 9 70 � No caso de ligas precisamos considerar que a composição do sólido formado e líquido remanescente varia com a temperatura. � A principal força motriz para o crescimento dendrítico em ligas é o super-resfriamento constitucional. Este ocorre quando um solido solidifica com uma composição diferente da do liquido de origem. Crescimento dendrítico em ligas Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 71 Crescimento dendrítico em ligas Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido Parte de um diagrama de fases binário isomorfo Curvas distancia-composição, correspondentes a dois diferentes estágios da solidificação de um líquido de composição “b” Se a camada de sólido se forma num tempo curto → os átomos advêm da vizinhança Conc. máx de átomos de B Solidificação estacionária 10 72 � Nas situações práticas a solidificação se dá fora das condições de equilíbrio. Nisto, a medida que a temperatura diminui, a fase sólida forma-se com teores crescentes de soluto. � Não há tempo para o soluto rejeitado durante a nucleação da fase sólida difundir-se no líquido remanescente→ perfil decrescente de teor de soluto na interface � A consequência disso é que o líquido na interface tem a temperatura de início de solidificação (T3) menor que a temperatura de solidificação do líquido situado no fim da zona enriquecida de soluto (T1 - liquidus). Crescimento dendrítico em ligas Crescimento de cristaisa partir de fases no estado líquido 73 � Considerando um metal liquido vazado na cavidade de um molde, a temperatura do líquido cresce linearmente com a distância à interface: Crescimento dendrítico em ligas Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido Dentro da distância (x), a temperatura da liga é inferior ao ponto de solidificação. Este fenômeno é denominado de super-resfriamento constitucional Tsolidif. na interface Varia coma distância a interface, pois a composição do liquido se altera quando se afasta dela (TLiquidus) (TReal) 11 74 � A ocorrência ou não de solidificação dendrítica dependerá do valor do super-resfriamento constitucional Quando o gradiente de temperatura é elevado, não ocorre super-resfriamento constitucional e o crescimento é planar Quando o gradiente de temperatura é suficiente para provocar um pequeno grau de super-resfriamento constitucional, ocorre um crescimento colunar c) super-resfriamento constitucional elevado 75 � Quando um lingote se solidifica, três diferentes fases do processo de solidificação podem ocorrer, cada uma desenvolvendo arranjos característicos de cristais: Solidificação de lingotes Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 12 76 � Zona coquilhada: consiste em pequenos cristais equiaxiais (de igual tamanho), geralmente com orientações ao acaso; � Zona colunar: cristais maiores e alongados, com os comprimentos paralelos a direção do fluxo de calor (normais as paredes do molde). Esses grãos tem uma orientação preferencial acentuada, com uma direção de crescimento dendrítico paralelo ao seu eixo maior; � Zona central: se localiza no centro do lingote e corresponde ao ultimo metal a solidificar. Nessa região, os grãos são novamente equiaxiais e de orientação ao acaso (comum em ligas). Solidificação de lingotes Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 77 � Zona coquilhada: Quando a nucleação (heterogenea) ocorre, sua velocidade será relativamente grande, de forma que o tamanho de grão médio desse solido será pequeno. Solidificação de lingotes Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 13 78 � Zona colunar: O crescimento dos cristais predomina, sendo muito pequena a nucleação. Ao invés da temperatura subir na frente da interface ela agora diminui, devido a liberação de calor latente. Nisto os cristais da zona coquilhada (interface) lançam braços dendríticos... Solidificação de lingotes Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 79 � Zona central: não é encontrada em lingotes de metais puros. No entanto, é comumente observado na solidificação de ligas, devido o super-resfriamento constitucional. Solidificação de lingotes Crescimento de cristais a partir de fases no estado líquido 1 Profa. Edvânia Trajano Teófilo edvania.teofilo@ufca.edu.br TRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASESTRANSFORMAÇÃO DE FASES Diagramas de FasesDiagramas de FasesDiagramas de FasesDiagramas de Fases 2 � Definem as regiões de estabilidade das fases que podem ocorrer num sistema sob condição de pressão constante São também denominados diagramas de equilíbrioSão também denominados diagramas de equilíbrio Considerações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações Termodinâmicas 3 � No estudo das transformações de fases as variáveis de estado de interesse são: pressão, temperatura e composição. � No caso de um metal puro (1 componente), as variáveis são T e P. Se for fixada a pressão, as temperaturas de transformação (S→L, L →V) estão automaticamente definidas; � No caso de uma liga (2 ou mais componentes), as variáveis são P, T e C. Assim, é necessário fixar a pressão e a composição para que as temperaturas de transformação sejam definidas. 4 � Muitos processos metalúrgicos ocorrem a T e P constantes, e nessas condições, o estado da solução (ligas) pode ser considerado como uma função de sua composição. � Nisto, qualquer função de estado, inclusive a energia livre (G), pode ser considerada uma função apenas da composição. Para um sistema binário tem-se: G = G(nA, nB) Considerações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações Termodinâmicas número de moles dos componentes A e B As fases estão em equilíbrio se sua energia livre é mínimaAs fases estão em equilíbrio se sua energia livre é mínima 5 � A diferencial da energia livre é: dG = GAdnA + GBdnB, � Considerando que a solução é feita pela adição de quantidades infinitesimais dos componentes e integrando: G = nAGA + nBGB � Para um sistema binário com duas fases α e β em equilíbrio, a energia das fases são: Considerações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações Termodinâmicas onde G = (∂G/∂nA)dnA é a energia livre parcial molar Gα = nAαGAα + nBαGBα Gβ = nAβGAβ+ nBβGB β Gα = nAαGAα + nBαGBα Gβ = nAβGAβ+ nBβGB β 6 � Supondo que uma pequena quantidade do componente A seja transferida de α para β→ a energia livre de α diminui e a de β aumenta.A variação de energia livre total é: dG = dGα + dGβ= GAα(-dnA) + GAβ(dnA) Ou dG = (GA β - GAα)dnA= 0 (fases em equilíbrio→ G mínima) � Como dnA não é nula, conclui-se que: GA β = GAα � De maneira análoga: GBβ = GBα Considerações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações TermodinâmicasConsiderações Termodinâmicas No equilíbrio, as energias livres molares de cada componente são iguais em qualquer fase. No equilíbrio, as energias livres molares de cada componente são iguais em qualquer fase. 2 7 As composições das duas fases devem ser tais que correspondam aos pontos de tangencia da tangente comum às duas curvas de energia Iivre. 8 � Considere-se um sistema isomorfo ideal. Se forem disponíveis as curvas de variação de energia livre em função da composição para cada uma das soluções para diferentes temperaturas pode ser traçado o diagrama de equilíbrio, que fornece as fases mais estáveis em função da composição e da temperatura. Conceitos básicosConceitos básicosConceitos básicosConceitos básicos � Equilíbrio: Um sistema está em equilíbrio se sua energia livre é mínima para uma dada combinação de composição, temperatura e pressão. � Sistema: Representa o conjunto de todas as ligas possíveis de serem formadas a partir de um conjunto de componentes. Ex. sistema Fe-C � Componentes: São os diferentes elementos ou compostos químicos que compõem um sistema (liga). Ex. latão = Cu + Zn � Composição: quantidades relativas de cada componente na fase ou no sistema. � Sistemas isomorfos: apresentam solubilidade completa dos componentes nos estados sólido e líquido. � Sistemas binários: são formados por apenas dois elementos. � Soluções sólidas terminais: são fases com as estruturas cristalinas dos componentes. � Fases intermediárias: fases com estrutura cristalina diferente da dos componentes9 FASES � FASE É A PORÇÃO HOMOGÊNEA DE UM SISTEMA QUE TEM CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DEFINIDAS Ex: Mistura água/gelo – 2 fases Quimicamente idênticas Fisicamente distintas Quimicamente distintas Fisicamente distintas 10 A Regra das FasesA Regra das FasesA Regra das FasesA Regra das Fases 11 Em um sistema binário quando 3 fases estiverem em equilíbrio sob P constante, a T e a composição de cada fase estarão fixadas. �A partir de considerações termodinâmicas, J. W. Gibbs estabeleceu uma equação que permite determinar o número de fase que podem coexistir, em equilíbrio, em um determinado sistema. � Esta equação é designada por REGRA DAS FASES DE GIBBS F + N = C + 2F + N = C + 2 Em que: F = número de fases que coexistem num determinado sistema. C = número de componentes do sistema. N = número de graus de liberdade. F = número de fases que coexistem num determinado sistema. C = número de componentes do sistema. N = número de graus de liberdade. 12 A Regra das FasesA Regra das FasesA Regra das FasesA Regra das Fases 3 Um elemento, um composto ou umasolução sólida presente no sistema. É o número de variáveis (pressão, temperatura e composição) que podem ser alteradas de modo independente, sem que ocorra no sistema qualquer alteração da fase ou fases em equilíbrio. COMPONENTE- C ���� é definido, como sendo: NÚMERO DE GRAUS DE LIBERDADE – N 13 ���� Aplicação da regra das fases ao diagrama PT da água pura. 14 No ponto triplo F + N = C + 2 3 + N = 1 + 2 N = 0 ���� (zero grau de liberdade) � Significa que para manter as três fases em equilíbrio, nenhuma das variáveis (temperatura ou pressão) pode ser alterada. O ponto triplo é designado por ponto invariante. 15 Um ponto no interior de uma região monofásica: � Este resultado indica-nos que mesmo alterando, de modo independente, duas variáveis (temperatura e pressão), o sistema continua a ser constituído pela mesma fase. F + N = C + 2 1 + N = 1 + 2 N = 2 ���� (dois graus de liberdade) 16 OBSERVAÇÃO: Como a maioria dos diagramas binários são diagramas temperatura – composição nos quais a pressão é mantida constante, geralmente 1 atm. Neste caso, temos a REGRA DAS FASES “CONDENSADA”, que é dada por: F + N = C + 1F + N = C + 1 17 Sistemas binários monofásicos ou isomorfosSistemas binários monofásicos ou isomorfosSistemas binários monofásicos ou isomorfosSistemas binários monofásicos ou isomorfos Temperatura de fusão Cu Temperatura de fusão Ni 18 4 O diagrama de fases de um sistema binário em equilíbrio fornece: 1) As fases presentes. 2) A composição dessas fases. 3) As proporções de cada fase (regra da alavanca). 19 Sistemas binários monofásicos ou isomorfosSistemas binários monofásicos ou isomorfosSistemas binários monofásicos ou isomorfosSistemas binários monofásicos ou isomorfos Fases Presentes Sistema Cu-Ni Te m p e ra tu ra ( °C ) Líquido Composição (%p Ni)(Cu) (Ni) α Te m p e ra tu ra ( °F ) αααα+L Composição (%at Ni) 60%Cu-40%Ni, 1100°C: fase α 60%Cu-40%Ni, 1250°C: fases α e L 60%Cu-40%Ni, 1400°C: fase L 20 Determinação da composição das fases Para ligas monofásicas, a composição de uma dada fase é a própria composição da liga naquele ponto do diagrama. Para ligas bifásicas deve-se traçar uma linha horizontal, a linha de amarração, na temperatura desejada e determinar a interseção desta reta com as fronteiras entre as fases. 21 20 30 40 50 1150 1200 1250 1300 1350 T e m p e ra tu ra ( °C ) Composição (%p Ni) Determinação da composição em ligas bifásicas 1) Traça-se a linha de amarração, na temperatura desejada, através da região bifásica. α+L Líquido α 2) Determina-se as interseções da linha de amarração com as fronteiras entre ambas as fases. 3) Desenha-se linhas verticais dos pontos de interseção até o eixo horizontal, onde a composição em cada uma das respectivas fases pode ser lida. 31,5% 42,5% 22 Determinação das proporções entre as fases: A Regra da Alavanca 20 30 40 50 1150 1200 1250 1300 1350 T e m p e ra tu ra ( °C ) Composição (%p Ni) 1) Traça-se a linha de amarração na temperatura desejada. α+L Líquido α 2) Determina-se a composição global, ou original, C0 (em termos de um dos componentes) da liga sobre a linha de amarração. 3) Desenha-se linhas verticais dos pontos de interseção até o eixo horizontal. C0 4) Mede-se as distâncias entre a composição global da liga até as fronteiras com as duas fases. R S 23 A fração da fase líquida, WL, é calculada pela razão entre a distância desde a composição global até a fronteira com a fase sólida e o comprimento total da linha de amarração. Ou seja, 20 30 40 50 1150 1200 1250 1300 1350 T e m p e ra tu ra ( °C ) Composição (%p Ni) α+L Líquido α C0 R S 0 L L L S W R S C C W C C α α = + − = − ou CL Cα Determinação das proporções entre as fases: A Regra da Alavanca 24 5 Analogamente, a proporção da fase α, Wα, é 0 L L L R W R S C C W C C α α = + − = − ou 20 30 40 50 1150 1200 1250 1300 1350 T e m p e ra tu ra ( °C ) Composição (%p Ni) α+L Líquido α C0 R S CL Cα Determinação das proporções entre as fases: A Regra da Alavanca α 25 20 30 40 50 1150 1200 1250 1300 1350 T e m p er a tu ra ( °C ) Composição (%p Ni) α+L Líquido α 36,0 R S 31,5 42,5 42,5 36 0,59 42,5 31,5 L W − = = − 36,0 31,5 0,41 42,5 31,5 Wα − = = − Determinação das proporções entre as fases: A Regra da Alavanca 26 ATENÇÃO: Não confunda! Para determinar a composição das fases: Linhas de Amarração Para determinar a proporção de cada fase: Regra da Alavanca 27 Aquecimento ou resfriamento em equilíbrio de uma liga isomorfa 28 � A liga não se solidifica em uma temperatura fixa, mas num intervalo de temperaturas; � Quando a temperatura diminui no intervalo de solidificação: 1) a quantidade de sólido aumenta e a de líquido diminui; 2) As composições das duas fases se alteram. Tanto o líquido como o sólido se tornam mais ricos em B. 29 Sistema isomorfo visto sob o ponto de vista da energia livre 1455ºC 1200ºC 30 Máximos e mínimos � Quando as curvas de energia das fases líquida e sólida se interceptam em duas composições, no diagrama de fases equivalente as linhas liquidus e solidus estão dispostas de maneira a formar um mínimo ou um máximo Relação entre as curvas de energia livre que levam a um mínimo A curva do sólido tem menor curvatura que a do líquido 6 31 Máximos e mínimos (pontos congruentes) �A curva do sólido tem maior curvatura que a do líquido �Com o abaixamento da T, a intersecção ocorre primeiro em um ponto central único (Tb) �Para T inferiores a Tb a interseção única se divide em duas... �Um outro abaixamento da T (Td) promove a separação das curvas de energia livre e torna a fase sólida a única fase estável para todas as composições A solidificação de uma liga em um ponto congruente é semelhante a solidificação de um metal puro. Entretanto, o sólido resultante é uma solução sólida e não um componente puro. A solidificação de uma liga em um ponto congruente é semelhante a solidificação de um metal puro. Entretanto, o sólido resultante é uma solução sólida e não um componente puro. 32 � Cobre e ouro se solidificam formando uma serie continua de soluções sólidas; � Temperaturas elevadas proporcionam ordenação a curta distância. A baixas temperaturas e para composições adequadas existe um estado de ordem a longa distância e a estrutura é denominada super-reticulado. Super-reticulados Tetragonal CFC ordenado Ortorrômbico → Com relação as fases AuCu, a fase de menor temperatura se forma pelo resfriamento da fase de maior temperatura 33 � Uma região ordenada de um cristal é chamada de domínio. � Usualmente um cristal metálico contem vários domínios. Super-reticulados 34 � Embora se tenha solubilidade completa no estado sólido em todas as proporções, os constituintes tendem a segregar- se a medida que aT diminui; � O campo bifásico, onde α1 e α2 são estáveis, constitui o que é chamado de falha de miscibilidade. � Para que seja formada no estado sólido é necessário que os dois componentes se cristalizem com a mesma estrutura. Falhas de Miscibilidade 35 � Pode-se considerar o limite da falha de miscibilidade como duas linhas solvus que se encontram em altas temperaturas para formar um limite único que separa o campo bifásico dos campos monofásicos vizinhos. � Pode-se considerar o limite da falha de miscibilidade como duas linhas solvus que se encontram em altas temperaturas para formar um limite único que separa o campo bifásico dos campos monofásicos vizinhos. Falhas de Miscibilidade Energia de ligação entre átomos (ε): ε AB = (ε AA + ε BB)/2 → solução ao acaso; ε AB < (ε AA + ε BB)/2 → ordem a curta distância a T maiores e ordem a longa distância para T menores (super-reticulados); ε AB > (ε AA + ε BB)/2 → segregação e precipitação (falhas de miscibilidade) Sistemas Eutéticos Fase α: CFC, rica em Cu Fase β: CFC, rica em Ag CBA = limite de solubilidade de Ag em Cu. Linha
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