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FILOSOFIA GERAL (2016)

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Pensar 
 RUBEM ALVES
 Quando eu era menino, na escola as professoras me ensinaram que o Brasil estava destinado a um futuro grandioso porque as suas terras estavam cheias de riquezas: ferro, ouro, diamantes, florestas e coisas semelhantes. Ensinaram errado. O que me disseram equivale a predizer que um homem será um grande pintor por ser dono de uma loja de tintas. Mas o que faz um quadro não é a tinta: são as idéias que moram na cabeça do pintor. São as idéias dançantes na cabeça que fazem as tintas dançar sobre a tela.
 Por isso, sendo um país tão rico, somos um povo tão pobre, somos pobres em idéias. Não sabemos pensar. Nisto nos parecemos como os dinossauros, que tinham excesso de massa muscular e cérebros de galinha. Hoje nas relações de troca entre os países, o bem mais caro, o bem mais cuidadosamente guardado, o bem que não se vende, são as idéias. É com as idéias que o mundo é feito. Prova disso são os tigres asiáticos, Japão, Coréia, Formosa, que pobres de recursos naturais, se enriqueceram por ter se especializado na arte de pensar.
 Minha filha me fez uma pergunta: “O que é pensar?”. Disse-me que esta era uma pergunta que o professor de filosofia havia imposto à classe. Pelo que lhe dou os parabéns. Primeiro, por ter ido diretamente à questão essencial. Segundo, por ter tido a sabedoria de fazer a pergunta, sem dar a resposta. Porque se tivesse dado a resposta, teria com ela cortado as asas do pensamento. O pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do desconhecido. Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido.
 E, no entanto, não podemos viver sem respostas. As asas, para o impulso inicial do vôo, dependem dos pés apoiados em terra firme. Os pássaros, antes de saber voar, aprendem a se apoiar sobre os seus pés. Também as crianças, antes de aprender a voar têm de aprender a caminhar sobre a terra firme.
 Terra firme: as milhares de perguntas para as quais as gerações passadas já descobrem as respostas. O primeiro momento da educação é a transmissão desse saber. Nas palavras de Roland Barthes: “Há um momento em que se ensina o que se sabe...” E o curioso é que este aprendizado é justamente para nos poupar da necessidade de pensar.
 As gerações mais velhas ensinam às mais novas as receitas que funcionam. Sei amarrar os meus sapatos, automaticamente, sei dar o nó na minha gravata automaticamente: as mãos fazem o trabalho com destreza enquanto as idéias andam por outros lugares. Aquilo que um dia eu não sabia me foi ensinado; eu aprendi com o corpo e esqueci com a cabeça. E a condição para as minhas mãos saibam bem é que a cabeça não pense sobre o que elas estão fazendo. Um pianista que, na hora da execução, pensa sobre os caminhos que seus dedos deverão seguir, tropeçara fatalmente. Há a história de uma centopéia que andava feliz pelo jardim, quando foi interpelada por um grilo: “Dona centopéia, sempre tive a curiosidade sobre uma coisa: quando a senhora anda, qual, dentre as suas cem pernas, é aquela que a senhora movimenta primeiro?”. “Curioso”, ela respondeu. “sempre andei, mas nunca me propus esta questão. Da próxima vez, prestarei atenção”. Termina a história dizendo que a centopéia nunca mais voltou a andar.
 Todo mundo fala, e fala bem. Ninguém sabe como a linguagem foi ensinada e nem como ela foi aprendida. A despeito disso, o ensino foi tão eficiente que não preciso pensar em falar. Ao falar, não sei se estou usando um substantivo, um verbo ou um adjetivo, e nem me lembro das regras da gramática. Quem, para falar, tem que se lembrar dessas coisas, não sabe falar. Há um nível de aprendizado em que o pensamento é um estorvo. Só se sabe bem com o corpo aquilo que a cabeça esqueceu. E assim escrevemos, lemos, andamos de bicicleta, nadamos, pregamos prego, guiamos carros: sem saber com a cabeça, porque o corpo sabe melhor. É um conhecimento que se tornou parte inconsciente de mim mesmo. E isso me poupa do trabalho de pensar o já sabido. Ensinar, aqui, é inconscientizar.
 O sabido é o não pensado, que fica guardado, pronto para ser usado como receita, na memória deste computador que se chama cérebro. Basta apertar a tecla adequada para que a receita apareça no vídeo da consciência. Aperto a tecla moqueca. A receita aparecerá no meu vídeo cerebral: panela de barro, azeite, peixe, tomate, cebola, coentro, cheiro verde, urucum, sal, pimenta, seguidos de uma série de instruções sobre o que fazer.
 Não é coisa que eu tenha inventado. Me foi ensinado. Não precisei pensar. Gostei. Foi para a memória. Esta é a regra fundamental desse computador que vive no corpo humano: só vai para a memória aquilo que é objeto do desejo. A tarefa primordial do professor: seduzir o aluno para que ele deseje e, desejando, aprenda.
 E o saber fica memorizado de cor - etimologicamente, no coração -, à espera de que o teclado desejo de novo o chame de seu lugar de esquecimento.
 Memória: um saber que o passado sedimentou. Indispensável para se repetir as receitas que os mortos nos legaram. E elas são boas. Tão boas que nos fazem esquecer que é preciso voar. Permitem que andemos pelas trilhas batidas. Mas nada têm a dizer sobre os mares desconhecidos. Muitas pessoas, de tanto repetir as receitas, metamorfosearam-se de águias em tartarugas. E não são poucas as tartarugas que possuem diplomas universitários. Aqui se encontra o perigo das escolas: de tanto ensinar o que o passado legou - e ensinou bem - fazem os alunos se esquecer de que o seu destino não é passado cristalizado em saber, mas um futuro que se abre como vazio, um não-saber que somente pode ser explorado com as asas do pensamento. Compreende-se então, que Barthes tenha dito que, seguindo-se ao tempo em que se ensina o que se sabe, deve chegar o tempo em que se ensina o que não se sabe.
 “Aprender sem pensar é tempo perdido.” Confúcio
A Arte de pensar
 No Japão, cada pessoa lê, em média, 14 livros ao ano. Francês se aproxima dessa média lendo, anualmente, 12, enquanto o norte-americano contenta-se com 10 livros ao ano. No Brasil, a média é de apenas dois livros ao ano, incluindo os livros didáticos, cuja leitura é compulsória. Por vezes acusamos o preço como responsável por essa miséria literária. Porém, não parece faltar dinheiro para a compra de perfumes e cremes embelezadores. Somos o terceiro maior mercado do mundo nesse item, em cirurgias plásticas somos vice-campeões mundiais, perdendo apenas para os Estados Unidos. No setor automotivo, temos a 9ª maior frota do mundo.
 Um informe publicitário retrata a imponência da Daslu. A badalada superbutique paulista expõe 3.550 pares de sapatos simultaneamente, conta com 87 banheiros, uma orquestra com 50 músicos, 30 guias para acompanhar as consumidoras até um campo de golfe para amparar clientes estressadas na compra. De quebra, está disponível um helicóptero para emergências. 
 O Brasil também ocupa lugar de destaque em aparelhos de TV - mais de 65 milhões - e a audiência, na maioria dos domicílios, ultrapassa quatro horas diárias. Esses dados indicam que a compra de um livro também se enquadra nas prioridades.
 Investimos em crimes, mas não em cultura. Como saída estratégica, candidatas a concursos de beleza, no item cultura geral, lembram o Pequeno Príncipe sem precisarem provar que de fato lerama obra de Saint Exupéry. E conhecida a frase de um magnata no ramo de petróleo. Quando lhe foi oferecido um livro recusou, justiçando-se: já tenho um.
 A televisão é um bom meio de comunicação e de lazer. No entanto, deixa a desejar no item cultura. Mais: não ensina a pensar. O mundo que nos foi aberto no século XV por Guttenberg, inventor da imprensa, é um mundo mais sólido. O poeta baiano Castro Alves fazia a apologia do livro dizendo: “Bendito aquele que semeia livros, livros a mão cheia e manda o povo pensar”.
 Catapultados pela mídia, palestrantes tentam motivar seus numerosos ouvintes a preços astronômicos. Eles repetem conteúdos, quase sempre vazios, mas que impressionam o público pouco acostumado a pensar e tomar decisões próprias. Quem de nós não gostaria de um painel, onde figurassem Tomás de Aquino, Dante Alighieri, Camões, Georges Simenon e Miguel de Cervantes? No entanto, eles estão todos disponíveis em nossas bibliotecas, se adaptam ao nosso tempo, repetem suas principais afirmações sempre que viramos uma página. Até o próprio Jesus está disponível para uma entrevista.
 E eles nos ensinam a pensar, coisa que a televisão não faz. Eles nos ensinam a estruturar uma linha de pensamento. Eles nos ensinam a pensar, ensinam a ter uma visão abrangente do mundo. Se tivermos dúvidas, interroguemos os japoneses.
QUEM É VOCÊ?
 Uma mulher agonizava. Teve a sensação de que estava sendo levada para o céu e apresentada diante do tribunal.
 - Quem é você? - disse uma voz.
 - Sou esposa do prefeito - respondeu ela.
 - Perguntei quem é você; não com quem está casado.
- Sou mãe de quatro filhos.
- Perguntei quem é você; não quantos filhos você tem.
- Sou professora da escola.
- Perguntei quem é você; não qual é a sua profissão.
E assim sucessivamente, fosse qual fosse à resposta, parecia que nunca era satisfatória para a pergunta:
- Quem é você?
- Sou uma cristã.
- Perguntei quem é você, não qual é a sua religião
- Sou uma pessoa que iam todos os dias à igreja e ajudava aos pobres e necessitados.
- Perguntei quem é você, não o que fazia.
 Evidentemente, a mulher não conseguiu passar pela prova, motivo pelo qual foi enviada novamente a terra. Mas, quando se recuperou de sua doença, tomou a decisão de averiguar quem era, e tudo foi muito diferente.
(Anthony de Mello)
Introdução à Filosofia.
Princípio básico (Fundamento): AJUDAR A PENSAR. SABER PENSAR é saber fazer perguntas à Realidade.
Quem não pergunta; não pensa. Quem não pensa é pensado.
Que tipo de Perguntas: Perguntas de Intelecção.
Entender hoje o que as pessoas pensaram no passado. (HISTÓRIA DA FILOSOFIA)
DIZ MONTAINE: “Eu quero pessoas que pensem bem”
O óbvio não existe (conforme diz Darcy Ribeiro)
Sobre as afirmações posso perguntar:
- Quem disse? (Pessoa) - Onde disse? (História) - Por que disse? (Motivação Ética)
Ex: “Todo o racional é real e todo o real é racional”
 (Sistema hegeliano)
Fazer perguntas para compreender o que fazemos?
Para melhor viver e construir o ser humano.
Tudo o que fazemos tem
Uma teoria - Motivação / Intenções - Finalidades / Conclusões
Existem riscos na nossa vida que não podemos in - correr?
Ex: Experimentar veneno.
Temos que correr o Risco de Pensar.
Séc. XVIII “NÃO SE ENSINA FILOSOFIA, ENSINA-SE A FILOSOFAR.” (Kant)
Não “fazer”, mas pensar filosoficamente.
Prévia disposição de ânimo para fazer Filosofia.
1ª Capacidade de admirar-se com as coisas. 2ª Rigor na Reflexão
Conforme Platão: A primeira virtude do filósofo é admirar-se. “Admirar-se”, declara o Sócrates do Teeteto, “ a filosofia não tem outra origem.”
Admirar-se diz-se thaumazein (admiração) faz-se questionamento, interrogação.
No mito o thauma é o “maravilhoso”.
O ser autêntico ao qual se liga o filosofo aparece como contrário do sobrenatural mítico; o objeto do Logus é a própria racionalidade.
Thaumátzein = Taumaturgo.
Espanto é feito de Admiração. (Contemplação)
Quem vê tudo muito natural; Quem entende muito fácil; Para quem tudo é muito óbvio -> nunca pode ser filósofo.
Platão e Sócrates preferiam tratar com os jovens, pois esses possuem a capa -cidade de admirar-se.
A Admiração é a condição de onde deriva a capacidade de Problematizar.
A segunda virtude da Filosofia é um espírito de rigor no pensamento e exigência de exatidão.
A Filosofia tem que reagir à Superficialidade. Embora não seja uma ciência, como as outras, ela é uma disciplina rigorosa e difícil como a ciência.
Entre Filosofia e ciência há uma diferença de propósito e método. Cada ciência tem seu objeto delimitado. A filosofia se ocupa de qualquer objeto em geral.
MÉTODO DA FILOSOFIA.
META = na direção de... ODOS = caminho
Chamamos método o conjunto de processos a empregar para chegar ao conhecimento ou demonstração da verdade.
O método da filosofia é ao mesmo tempo. Experimental e Racional
1ª A filosofia parte da Experiência.
Precisamos conhecer as coisas que queremos explicar.
2ª A filosofia visa, pela razão, ao que esta além da Experiência.
Definições Filosóficas -> Vivências filosóficas.
Ex: “Todo o racional é real, e todo o real é racional.” (sistema hegeliano)
Embora este seja o sistema de Hegel e esta fórmula apresente um sentido imediato, inteligível identificando racional com real, que significado teria para nós? Resposta: Nenhum.
Para entendermos este sistema precisamos penetrar nas obras de Hegel. (Lógica; Fenomenologia do Espírito; Filosofia da História Universal).
Conclusão: Não darei uma definição de Filosofia; mas me preocuparei em percorrer o caminho filosófico.
A filosofia supõe uma vivência. Filosofia é algo que o homem faz; é algo que o homem tem feito.
O sentido da Palavra Filosofia
“Toda definição é perigosa.” De filosofia, são inúmeras as definições.
Desde que Pitágoras repelindo a denominação Sófos (=sábio); Pediu que o chamassem de Filósofo (= amigo do saber).
A Palavra Filosofia; na sua estrutura formal, ou no seu critério nominal, é formada pelas palavras gregas.
Philos -> amizade e sabedoria. Amor à sabedoria.
Sophia -> é a paixão pelo saber.
Filósofo é o amante do saber. Este significado durou pouco tempo na História; Passando a ter o significado de: A Própria Sabedoria.
Daí o 1º Problema.
Se a filosofia é o saber; então que tipo de saber será?
Há diferentes tipos de saber
1º Há o saber que todos temos sem ter aprendido, nem refletido sobre nada (senso comum).
2º Há o saber que adquirimos quando procuramos.
Segundo ARISTÓTELES, todo homem deseja saber;
Desejo de saber (é o principio das ciências, deve ser universal, no tempo e no espaço) é inato (Porquês; como?).
Quando se fala em ensino de filosofia surgem varias questões: 
1) Ensinar o quê? 2) Ensinar para quê? 3) Como ensinar? 4)Porque ensinar filosofia?
Kant diz: Não se ensina filosofia se ensina a filosofar.
A filosofia, como matéria-prima, pode ser estudada ou ensinada de duas formas básicas: 1) como resposta (produto) 2) como questão (ou processo).
Filosofia como resposta (ou produto) – aquisição de um saber pronto; memorização.
Como questão (ou processo) – aprender a pensar; capacidade lógica.
Não conhecer apenas a resposta que os outros já deram; mas buscar uma nova resposta.
Não se trata somente de aprender a pensar, mas fazer pensar melhor – pensar por si mesmo quando confrontado com situações/ problemas – pensar nas outras disciplinas.
Conceitos filosóficos.
O conceito supõe: 1. Um modo “Sui Generis”, isto é, próprio de conhecimento.
 2. Um objeto de estudo. 
 3. O alcance deste estudo. 
 4. A finalidade.
“História da Filosofia (3 vol.) Mestre Jou. SP. 1962. Sciacca. M.T apresenta a filosofia como: “Uma especifica forma de atividade espiritual,mediante a qual o homem reflete sobre sua própria existência e sobre a realidade que o circunda, assim como os porquês da existência do homem no mundo.” (universal)
1º Uma especifica forma de atividade espiritual. Uma especial e radical disposição da mente.
2º O objeto de estudo é a própria existência humana e a realidade circundante.
3º O alcance da filosofia é universal. É olhar para a totalidade do mundo.
Diz Platão na República: “Filósofo é aquele que tudo abrange em um só olhar.”
4º A Finalidade: a pesquisa filosófica objetiva aos porquês; a razão última ou as causas primeiras da existência do homem no mundo.
ALGUNS CONCEITOS DE FILOSOFIA.
“Filosofia é um conjunto de conhecimentos naturais, metodicamente adquiridos e ordenados, que tende a fornecer a explicação fundamental de todas as coisas.
(Luiz Ralf’Malker)
“Filosofia é a concepção geral do mundo da qual se pode deduzir certa forma de conduta.” (George Politzer)
“Filosofia é a ciência descritiva das essências.” (E. Hursserl)
“Filosofia é a ciência das primeiras causas e dos primeiros princípios.” (Aristóteles)
“Filosofia é um sistema de fundamentais atitudes interpretarias, portanto intelectuais, que o homem adota em vista do acontecimento enorme que é pois ele encontra-se vivendo.” (J. Ortega Ytasset)
“Uma vida que não é examinada não merece ser vivida.” (Sócrates)
Abordagens da matéria filosofia
Sistemática – conjunto de conhecimentos previamente organizados e estruturados que privilegiam a forma em determinado conteúdo.
Área – epistemologia, axiologia, antropologia.
Histórica – manifestação cultural que se apresenta ao longo do tempo. Reação do pensamento humano perante os acontecimentos presentes ao processo histórico.
Resgatar a maneira como as pessoas no passado enfrentaram seus problemas...
Temática – Refletir sobre problemas que desafiam a consciência humana atual... qualquer que seja o tema.
Textual – Reflexão filosófica a partir da leitura e análise de obras de determinado pensamento. A filosofia a partir de obras filosóficas.
Todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer” (Aristóteles, metafísico)
Kant afirma que todo e qualquer conhecimento tem início com a experiência que pode ocorrer com ou sem a verificação empírica.
Para Comte, o conhecimento tem início com a observação dos fatos. Para uma “experiência científica sadia”, propõe abandonar a busca das causas e pesquisar as leis que regem os fenômenos observados “ver pra prever”.
Conhecimento é uma relação que se estabelece entre sujeito/objeto.
Epistemologia – do grego episteme (ciência) + logos(tratado) + ia sinônimo de gnoseologia, teoria do conhecimento e crítica do conhecimento. 
Objeto de estudo: o conhecimento, sua origem, sua natureza, seu valor e limites.
Filosofia da ciência(ou Epistemologia): objeto de estudo – problema dos fundamentos das distintas ciências, seus métodos e o valor das ciências como atividade humana.
Gnosiologia – gnosis (conhecimento) logos (tratamento) ia. Estudo reflexivo, critico e descritivo da origem, essência e limites do conhecimento...
Metafísica do grego meta physica (depois dos tratados da física)
É a parte da filosofia que estuda o “ser enquanto ser”, isto é, o ser independentemente de suas determinações particulares: – Estudo do ser absoluto – estudo dos primeiros princípios.
Exemplos de problemas metafísicos
A essência do universo (cosmologia racional)
A essência da alma (psicologia racional)
A existência de Deus (teologia racional ou teodicéia) 
O termo metafísica é muitas vezes empregado como sinônimo de ontologia.
Dogmatismo: do grego dogmatikós (que se funda em princípios; relativo a uma doutrina.
Toda doutrina que professa a capacidade do homem de atingir a certeza absoluta.
Toda a atitude de conhecimento que consiste em acreditar estar de posse da certeza ou da verdade antes de fazer a critica da faculdade de conhecer (Kant).
Toda a atitude que consiste em afirmar algo de modo categórico, peremptório e intransigente, sem provas daquilo que se afirma.
Modos ou estilos de Filosofia.
Filosofia especulativa: é o modo de pensar sistemático sobre tudo o que existe. É a tentativa de descobrir um principio de coerência no domínio global do pensamento e da Experiência.
Filosofia prescritiva: procura estabelecer padrões para aferir valores, julgar condutas, e apreciar a arte.
Averiguar se essas qualidades são inerentes às próprias coisas ou se são projeções de nossas mentes.
Filosofia analítica: concentra-se nas palavras e no significado. O filósofo analítico examina noções tais como: “causa”, “mente”, “liberdade acadêmica” e “igualdade de oportunidades”.
O filósofo analítico é cauteloso, cético e avesso à construção de sistemas de pensamento.
A abordagem analítica domina atualmente na filosofia americana e britânica.
A tradição especulativa permanece na Europa...
Atitude Filosófica.
1º A atitude filosófica é uma atitude humana. É a investigação da própria situação humana.
Qual é a situação do homem? Estar no mundo!
O mundo é algo onde está o homem!
É o que rodeia o homem, lugar onde o homem constitui seu ser.
O mundo como algo para o homem; para a consciência.
Como objeto “o outro”. O mundo como algo que se conhece; como algo que está aí; que se pode apropriar pelo pensamento, pela ação, pelo fazer, pelo trabalho.
O mundo como desafio.
Obstáculo, empecilho. As coisas resistem à ação do homem. Ele constata a geração, a corrupção dos seres. Diante da situação o homem percebe sua insuficiência. Sua precariedade no mundo. Constata que tem um projeto de vida (Transcendência) a cumprir.
À medida que se dá conta da sua situação o homem busca a superação.
Segundo LaValle “o homem é o único ser que não pode realizar-se se não superando-se.” Ou ainda como diz Jaspers: “Com a pergunta sobre a miséria da existência, a injustiça do mundo, o mal, que inicia o filosofar.”
2º Características da atitude filosófica.
(A medida que o homem, assume a partir de sua situação uma determinada postura existencial e de conhecimentos, como resposta à sua situação, temos a origem de uma atitude filosófica.
Atitude filosofia = Se configura na medida em que leva a uma atividade filosófica, com as seguintes características:
Perguntas mais profundo.
O que a coisa é? Qual é a realidade ou natureza?
Se manifesta quando se começa a questionar em profundidade o ser.
Critico – Volta-se para a realidade no sentido de vê-la com clareza, profundidade, alma gêmea.
Radical. Perguntas mais profunda significa: 1. Problematizar; 2. Colocar em questão; 3. Investigar a realidade até as raízes.
Perguntas mais profunda acarretam situações de:
Angustia, Desespero, Náusea, Revolta, Pessimismo.
Não basta mais, a curiosidade, o saber empírico, vulgar das coisas; é preciso abandonar a indiferença ontológica, a acomodação mental.
Acontece então a conversão filosófica. Ela acontece por um perguntar mais (profundo, crítico, radical que vai às raízes).
Essa conversão acontece quando há uma compreensão mais ampla do mundo; quando percebe que a realidade é mais misteriosa que parece ser ao senso comum.
Reflexão:
Como a coisa é? Qual são a estrutura e as relações...
É a 2º características da atitude filosófica.
( Etimologicamente.
Reflexão (do latim - reflexo, significar redobrar). Flectir (do latim - dobrar)
Re (prefixo) significa um movimento de retorno do Espírito sobre si mesmo.
Reflexão - é um volver; um retroceder atento e profundo.
É mais que conhecimento, é repensar.
O homem reflexivo procura estar só. Toda a reflexão fornece uma bagagem crítica possibilitado:
- a compreensão do todo - uma visão de conjunto.
O filósofo reflete em função de se comprometer com a vida.
Três dimensões da reflexão:
Deve ser sistemática. b) Deve ser histórica. c) Deve ser metódica.
“Todo raciocínio é, portanto, um pensamento, mas nem todo pensamento implica raciocínio.Busca da verdade.
Porque a coisa é? Pergunta pela origem.
Se a reflexão é o meio pelo qual a atitude filosófica de dinamiza, a verdade é o fim ao qual ela tende.
Que significa Verdade? Saber o que é a verdade significa possuí-la.
Etimologicamente, a verdade apresenta diferentes significados.
1º Hebreu: “emunah” = confiança.
Então, verdadeiro é algo em que se pode depositar confiança. É realmente como se espera que seja. Ex: Um amigo verdadeiro é aquele que se pode confiar.
2º Latino: “veritas” = fidelidade.
Neste caso, existe a adequação entre aquilo que se diz e aquilo do qual se diz (a realidade).
Ex: TESTEMUNHA FIEL é aquela pessoa que testemunhando faz adequação fidedigna entre o seu falar e o ocorrido. Nesta concepção a referência é ao passado.
3º Grego: “alétheia” = desvelar, desvendar, descobrir.
Ex: “O crime foi descoberto.” No sentido grego, algo é verdadeiro quando deixou de ser velado; quando se manifesta na sua pureza, na translucidez de seu ser, sem véu ou cobertura, tornando verdadeiro algo. Neste caso é referência ao presente.
Compromisso com a realidade.
O compromisso com a realidade (o engajamento) é algo fundamental. Quando tomamos consciência reflexiva do mundo e uma abertura completa à realidade, manifestamos um compromisso transformador com o mundo. Para entrar no mundo é preciso primeiro sair do mundo.
Senso - comum.
É um conhecimento natural: Transmitido de pai para filho.
É um conhecimento espontâneo e intuitivo: brota espontaneamente; é questão de tempo e a regra é a imitação.
É um conhecimento prático - ligado as necessidades vitais...
Todo tipo de conhecimento deixa muitas dúvidas.
Diversas formas do saber.
Conhecimento empírico (ou sensorial) -> Pelos sentidos...
A necessidade de saber gera a princípio os conhecimentos empíricos. (fruto do ato espontâneo do espírito). Se formam por acaso, por generalização prematura, sem ordem e nem método. Ex: Previsões meteorológicas dos camponeses, provérbios populares, etc. É o primeiro degrau da ciência!
Conhecimento científico. Visa substituir o empirismo por conhecimentos certos, gerais e metódicos. Isto é, verdades válidas para todos os casos; em todos os tempos e lugares e ligadas entre si por causas e princípios.
Conhecimento filosófico. -> Lógico (ou intelectual) e proveniente do raciocínio. É uma ciência enquanto quer conhecer as coisas por suas causas.
Todas as outras ciências têm por fim descobrir as causas mais imediatas; a filosofia tem por fim descobrir as causas mais universais, isto é, as causas primeiras de todas as coisas.
Conhecimento de fé - pela crença... (teológico)
A filosofia e as demais ciências. A palavra filósofo que significa Amigo da Ciência e da Sabedoria é atribuída a Pitágoras. Entre os gregos antigos, a filosofia era a Ciência. Universal: (Ciência, Arte e Filosofia) isto durou até a Idade Média.
A ciência e a filosofia se aplicam ao mesmo objeto material. -> Mundo e Homem. Porém estudam este objeto comum sob um aspecto que lhe é próprio. (Objeto formal).
A ciência se resume na determinação das leis dos fenômenos. A filosofia quer conhecer a natureza profunda das coisas; suas causas supremas; o conhecimento que ultrapassa a experiência sensível.
Filosofia é a ciência universal enquanto tende a conhecer os primeiros princípios de tudo. Portanto, uma explicação cientifica não é uma explicação filosófica; os problemas da ciência não são os mesmos da Filosofia.
A concepção aristotélica - tomista vê a filosofia como o conhecimento das coisas pelos primeiros princípios; das primeiras causas.
A Escola de Santo Tomás acentua que a filosofia é a ciência das coisas pelas causas profundíssimas.
Descartes: Filosofia é o conhecimento da verdade pelas causas primeiras.
Cada ciência procura as causas próximas ou imediatas das coisas, respondendo os primeiros porquês.
A Filosofia é o estudo dos porquês dos porquês.
As ciências chegam a determinado ponto, daí não passam, porém a filosofia continua a indagação. A filosofia é a ciência dos fundamentos.
O que para as ciências é o ponto de chegada, para a filosofia é o ponto de partida.
Herbert Spencer nos “Primeiros Princípios” diz que a ciência nada mais é do que o “Saber parcialmente verificado; ao passo que a filosofia é o saber totalmente unificado.”
A Filosofia é a critica dos postulados das ciências particulares
A axiologia (de “axios” = valor) ou teoria do valor, que abriu perspectiva para o espírito humano, mostra a filosofia como estudo crítico - valorativo da vida. Não há diferença tão radical entre filosofia e ciência. Elas possuem o mesmo OBJETO: o saber, o conhecimento. No início a filosofia refletia sobre todos os setores da vida humana. A ciência estava ligada a filosofia.
Ex: Tales e Pitágoras -> eram geômetras. Aristóteles -> físico e astronomo.
Se entendermos ciência (no sentido amplo) como um conjunto metódico de conhecimentos sobre dada porção da realidade, então filosofia é ciência;
Mas se entendermos ciência (no sentido restrito) como conjunto sistemático de conhecimentos dotados de certeza e verificação experimental, então filosofia não é ciência.
Para Platão O homem começa a conhecer pela forma imperfeita da opinião (doxa), depois passa ao grau mais avançado da ciência (episteme) para depois chegar ao saber filosófico.
Com a revolução de Galileu Galilei (1564-1642) acontece à autonomia da ciência (nascimento da ciência); e o desligamento da filosofia.
Com a fragmentação do saber, cada ciência se ocupa de um objeto especifico e se acrescenta o aperfeiçoamento do método cientifico.
Pergunta: O que resta a filosofia, se ao longo do tempo, ela foi esvaziada do seu conteúdo pelo aparecimento das ciências particulares?
Cada ciência se especializa e observa parte do real.
A filosofia passa a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade.
Ela se distingue das ciências pelo modo como aborda o seu objeto, em todos os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão crítica a respeito dos funcionamentos desse conhecimento e desse agir.
A visão da filosofia é de conjunto. Tem a função de interdisciplinaridade, estabelecendo um elo entre diversas formas do saber e do agir.
Portanto, a filosofia não faz juízos da realidade como ciência, mas juízos de valor. A tarefa da Filosofia é dar sentido à experiência.
Consciência crítica e filosofia.
Consciência = “com – ciência” = saber. O homem é o ser que “sabe que sabe”.
 Divide-se: consciência de si -> concentração da consciência no sujeito (exige reflexão). Consciência dos outros -> concentração da consciência nos outros (exige atenção).
Pensamento = é o veículo do processo de conscientização.
 É a essência do homem (segundo Descartes).
Da consciência de Opiniões de pessoas diferentes chegamos a um consenso.
Opiniões = quando aceitas como verdadeiras em determinados meios chamamos SENSO COMUM. As opiniões do senso comum são caracterizadas pela falta de fundamentação.
Qual é a utilidade da filosofia?
O trabalho filosófico é essencialmente teórico.
A Primeira virtude do filósofo, segundo Platão, é admirar-se:
 Criar a capacidade de problematizar. A filosofia como uma busca da verdade.
Para Kant (séc. XVIII) “Não há filosofia que se passa aprender; só se pode aprender a filosofar;”
A filosofia não tem utilidade imediata; não busca resultados imediatos do conhecimento.
Neste sentido a filosofia seria inútil, porém a filosofia é necessária.
Sociedade consumista, pragmática (cheias de regras) e tecnocrata criou hoje uma maneira de pensar tecnicista e autoritária onde a validade da filosofia deve ser a da crítica radical.
Qual é a necessidade da filosofia?
A filosofia (através da reflexão) permite ao homem ter mais de uma dimensão; além da dimensão do agir imediato.
A filosofia dá o distanciamento (favorece a aproximação do homem com a vida), para aavaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que estes destinam.
A filosofia é a possibilidade de transcendência.
A filosofia é a crítica da ideologia, enquanto forma ilusória de conhecimentos que visa à manutenção de privilégios.
A filosofia é a busca da verdade. Descobrir a verdade é aceitar o desafio da mudança.
O processo de Filosofar.
Filosofia de vida. 2)Filosofia propriamente dita.
Filosofia de vida = é o filosofar espontâneo do homem comum.
Segundo Gramsci “Não se pode pensar em nenhum homem que não seja também filosofo, que não pense, pois precisamente pensar é próprio do homem como tal.”
Portanto, as questões filosóficas fazem parte do cotidiano.
Filosofia propriamente dita = surge no momento em que o pensar torna-se objeto de reflexão (“reflete”; “fazer retroceder”; “voltar atrás”).
Portanto, refletir é retomar o próprio pensamento. Pensar o já pensado, voltar para si mesmo e colocar em questão o que já se conhece.
Segundo Gramsci “O filosofo profissional não só pensa com mais rigor lógico, mas conhece a historia do pensamento, sabe explicar o desenvolvimento do pensamento até ele; é capaz de retomar o problema a partir do ponto em que se encontra.”
A reflexão filosófica é: Radical, Rigorosa e de Conjunto.
RADICAL - Latim radir, radi xis, significa raiz (fundamento, base).
RIGOROSA - O filósofo usa um método claramente explicitado a fim de proceder com rigor, garantindo a coerência e o exercício da crítica.
DE CONJUNTO - A filosofia é globalizante, pois analisa sob a perspectiva de conjunto
Além de objeto da filosofia ser tudo, a filosofia visa o todo, a totalidade.
A filosofia, como todas as ciências, têm os limites e as grandezas da própria história do homem.
Não se pode ser pensada como um conjunto de verdades perenes.
Não pode ser pensada como método sólido de pesquisa das últimas causas de tudo o que existe.
A filosofia possui a marca da precariedade das significações:
Provisório das sínteses necessárias ao homem em um determinado momento e realidade.
A grandeza da Filosofia está no processo de proposição sempre crítica destas questões fundamentais: a vida, a cultura, a história, a significação da existência humana; a questão do saber, do conhecimento , da sociedade. 
Não existe hoje um pensamento filosófico uniforme, mas existem diversas tendências, métodos, escolas e tradições diferentes.
Divisão da Filosofia segundo Jolivet.
	Partes da Filosofia
	Tratados
	Objetos
	Lógica
	Lógica formal ou menor
	As leis do raciocínio correto
	
	Lógica material ou maior
	Os métodos particulares
	Filosofia especulativa
	Filosofia da Natureza: Cosmologia
	O mundo material como tal
	
	Psicologia
	O Homem
	
	Metafísica:
Critica do conhecimento
	Valor da razão
	
	Ontologia
	O ser em geral
	
	Teodiceia
	Existência e natureza de Deus
	Filosofia prática
	Filosofia da arte
	O belo e as artes
	
	Moral
	A ação humana
	
	
	
Partes da Filosofia.
Filosofia é estudo de tudo aquilo que é objeto do conhecimento: Universal e Totalitário. Divisão da Filosofia. Dois capítulos principais: 
1ª) A Ontologia (do ser em geral) Onde a filosofia será o estudo dos objetos, de todos os objetos; qualquer objeto.
2ª) A Gnoseologia (gnóssis = sapiência, saber, do conhecimento em geral) é o estudo do conhecimento dos objetos.
Obs.: Distinguimos entre: Objeto e Conhecimento de Objeto.
Três problemas filosóficos: 1º do ser. 2º do conhecer. 3º do valor.
	Aspectos
	Problemas filosóficos
	Tratados
	Existência...
	Em si...
	Ontologia
	Ser
	Em si absoluto...
	Teodicéia
	
	Em si relativo...
	Cosmologia
	
	
	Psicologia Racional
	
	
	Antropologia Filosófica
	
	
	
	Conhecimento...
	Referido ao sujeito...
	Lógica
	Conhecer
	Referido ao sujeito e objeto...
	Teoria do Conhecimento
	
	Referido ao conhecimento...
	Epistemologia científica
	
	
	
	Valoricidade...
	Manifesto em si...
	Axiologia
	Valor
	Manifesto no agir...
	Ética
	
	Manifesto no fazer...
	Estética
	
	Manifesto na história...
	Filosofia da História
Filosofia Social
c) Disciplinas filosóficas.
Ontologia: é o estudo do ser enquanto ser e dos caracteres que pertencem no ser como tal.
É o estudo do ser em si ou do ente enquanto ente, isto é, independentemente de suas determinações particulares.
Teodicéia: (filosofia da religião) é o estudo do ser - em si - absoluto, isto é, Deus; sua existência e atributos.
Cosmologia: estudo da essência da matéria e da vida, numa perspectiva filosófica. Estuda assuntos como: movimento; matéria; criação do mundo; finalidade do mundo; tempo; espaço; etc.
Psicologia racional: é o estudo da natureza da alma bem como do seu destino. Tem como Pressuposto a existência da alma.
Antropologia Filosófica: estudo do homem enquanto determina os elementos que constituem o modo especificamente humano de, existir o complexo de condições ou elementos que constituem o seu modo de existência especifica.
Lógica: ciência que estuda a estrutura (forma) do pensamento. Tem por objeto o ser da Razão que dirige o Espírito para a Verdade.
Teoria do conhecimento: o nome dado para as informações ou investigações filosóficas relativas à origem, essência, limites, alcance do nosso conhecimento.
Epistemologia científica: teoria do conhecimento científico como tal. Têm por objeto o estudo crítico dos princípios, limites, relações dos diversos ramos do saber científico.
Axiologia: estudo dos valores considerados em si.
Ética: estudo do agir (atos humanos) moral do homem.
Estética: estudo filosófico do belo, bem como suas realizações.
Filosofia da história, filosofia social, estudo filosófico da história
 e da sociedade, suas finalidades, enquanto categorias humanas.
O que há de comum nessas disciplinas?
1º São todas filosofias. São resíduos de um processo histórico de desintegração. 2º São ciências que tem uma afinidade entre elas. Sobraram após terem sido eliminadas as ciências particulares. As ciências particulares se desprenderam da filosofia quando conseguiram circunscrever um pedaço da realidade; defini-lo perfeitamente e dedicar, com exclusividade, atenção à essa parte.
Teogonias: doutrinas rústicas relativas o nascimento dos deuses.
O Estudo sobre o Mito.
O homem admirado e perplexo diante da natureza que o cerca sem entender o dia, a noite, o frio, o calor, o sol, a chuva, os relâmpagos, os trovões, a terra fértil ou árida, a origem da vida, a morte, o destino eterno, a dor, o bem e o mal – recorre aos mitos.
Os mitos efetivamente, narram não apenas a origem do mundo, dos animais, das plantas e do homem, mas também de todos os acontecimentos primordiais em consequência dos quais o homem se converteu no que é hoje – um ser mortal, sexuado, organizado em sociedade, obrigando a trabalhar para viver, e trabalhando de acordo com determinadas regras. (Mircea Eliade - Mito e Realidade).
A consciência mítica, bem como a consciência filosófica, é a maneira que o ser humano encontrou para organizar um conhecimento sobre a realidade.
O ser humano fabrica os mitos como uma fonte de explicação para o que vê e não consegue compreender.
Forças sobrenaturais são invocadas; deuses se revestem de formas humanas e se materializam nos mitos criados para desvendar a realidade ainda desconhecida e enigmática.
Os mitos expressam a capacidade inicial do homem de compreender o mundo.
Os mitos não se resumem a um conjunto acidental de fábulas, lendas e imaginação.
O mito é uma intuição compreensiva da realidade, é uma forma espontânea do homem situar-se no mundo.
Os mitos, bem como a religião primitiva, não são incoerentes e nem totalmente privados de senso ou de RAZÃO. Os mitos possuem uma unidade sentimental e reforçam a coesão social.
Os relatos míticos, apoiados em uma “lógica do sensível”, explicam a realidade concreta, conferindo significado e ordem a um mundo aparentemente caótico e desorganizado.Os mitos não são produção exclusiva dos povos primitivos, dos gregos, dos índios, mas a sociedade contemporânea continua produzindo mitos.
Exemplo de ritos de iniciação e passagem: aniversários, casamentos, trote de calouros... festa dos 15 anos.
Rito: do latim ritus – celebração ou realização de cerimônia feita de acordo com certas regras baseadas na tradição religiosa ou sociocultural – de um povo ou grupo social.
Ex: rito de iniciação: alguém é admitido a uma religião – rito de passagem: entrada de alguém na vida adulta
O mito tem muito a nos dizer, especialmente quando indagamos sobre a cosmovisão.
Ele (o mito) é uma janela a mais para a apreensão intelectual do cosmos, ao lado da arte, da religião, da linguagem e também da ciência.
O mito tem sua lógica própria. Não é racional. Ele pertence ao mundo das imagens. Ao mesmo tempo, leva à atitude humana fundamental: a reflexão.
Embora hoje o mito esteja sendo confundido com lenda, com fábula, com ilusão, ele tem uma força original que lhe dá sentido profundo e peculiar: O fato místico é modelar para as atividades humanas. Quanto mais as atividades humanas reproduzirem o mito, mais se aproximarão da perfeição.
O mito tem significado profundo, e muitas significações. Procura explicar e dar respostas às questões fundamentais da vida humana desde o questionamento “de onde viemos” até o “para onde vamos”.
Por isso procura explicar: - As origens humanas e cósmicas e o modo como a existência é entendida.
O mito possui uma força que lhe é própria. Tem valor em si. Conhecer o mito é beber da sua força. É nesse sentido que um mito é revelado aos que pretendem se agregar, ou já estão agregados ao grupo.
O mito: - existe em função do grupo. - reflete a estrutura do grupo. - reflete o tipo de vida...
- Quem está de fora, pode profaná-lo ou fazer perder sua força.
Na Grécia clássica a palavra mito podia significar:
- discurso; proclamação; notificação (Homero). - Verdade narrada; notícia contada (Hesíodo). - Sem necessidade de comprovação. - Sem que fosse considerada falsa (ou fictícia)
Logus: remete ao discurso demonstrativo, explicativo da realidade tal como ela é.
Mito (Não é sinônimo de mentira ou ficção, mas de verdade que não necessita de comprovação (Bartolomé Rui Z. Castor) não se opõe ao Logus, mas se complementam.
Os paradoxos do imaginário - (São Leopoldo Wisinor 2004).
Com o passar do tempo o logos foi sendo compreendido como algo que pode ser provado e o mito como algo incerto a respeito da sua verdade.
Aos poucos - o Lógus ficou associado à verdade. - o mito ficou associado à falsidade.
Logus - interligado com a argumentação. Mito - ao simbolismo.
A qualquer pergunta da mente humana, que quer conhecer as razões das coisas, podemos dar diversas respostas, que podem ser MÍTICAS, FILOSOFICAS, CIENTÍFICAS.
1. As respostas míticas procuram contentar a fantasia.
2. As respostas científicas procuram satisfazer a razão.
3. As respostas filosóficas procuram oferecer uma explicação completa a todas as coisas.
O que é mito?
É a palavra concreta da existência humana no mundo...
Mito é a narrativa tradicional que faz parte da cultura de um povo que utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais para explicar o mundo e dar sentido à vida humana.
É um sistema de comunicação. É uma mensagem.
Ele é um modo de significação, uma forma.
O mito não se define pelo objeto de sua mensagem, mas pela maneira como o profere; o mito tem limites formais, mas não substanciais.
O mito não pode definir-se nem pelo seu objeto, nem pela sua matéria.
Ele é uma primeira fala sobre o mundo e pode ter diversos significados.
Idéia falsa - ex: superioridade germânica. 2) Crença exagerada no talento de ma pessoa - ex: madona. 3) Algo irreal; fantasioso.
Exemplos:
A origem do dia e da noite entre os povos indígenas do Brasil.
Ex: O coco - ao abri-lo - deixaram sair a noite.
Por piedade divina - a claridade foi devolvida na aurora.
Conclusão: Nunca haverá só claridade, mas alternância entre o dia e a noite...
A origem dos males entre os gregos.
Lenda (é o que se conta) da Pandora: (Personagem mitológica)
Enviada aos homens como castigo porque o homem roubou o fogo dos deuses. Ele trouxe uma caixa de presente aos homens. Esses por curiosidade. Abriram a caixa onde existiam todos os males. Os males foram espalhados no mundo. Porém, alguém consegue fechá-la em tempo, antes que saísse a ESPERANÇA (= é a única forma do homem não sucumbir às dores e aos sofrimentos da vida).
Esses dois exemplos nos mostram uma compreensão do mito identificado com as lendas ou fábulas.
Porém, entre todas as mitologias, a grega é a que mais se destaca pela riqueza, ordem e humanidade.
Os gregos cultuavam deuses (Zeus, Hera, Ares, Atenas) e heróis ou semideuses (Teseu, Hércules, Perseu) que no seu desenvolvimento com os homens criaram uma mitologia.
Tentativa de definição do mito
Mircea Eliade (historiador romeno) – define o mito como relato de uma historia sagrada.
Ele relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial; o tempo fabuloso do “Principio”. O mito narra como, graças às façanhas dos entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir – realidade total (cosmos) um fragmento (uma ilha; uma espécie de vegetal, um comportamento humano, uma instituição).
Mito é sempre narrativa de uma criação; de que modo foi produzido e começou a ser.
O mito fala do que realmente ocorreu. Os personagens do mito são entes sobrenaturais.
Revela a história criadora, desvenda a sacralidade. É considerada uma história sagrada.
Homem religioso – homo religiosus – acredita sempre que existe uma realidade absoluta, o sagrado, que transcende esse mundo – crê que a vida tem uma origem sagrada e a História de todas as obras divinas e semidivinas está conservada nos mitos.
Os mitos nas comunidades primitivas.
O mito faz parte da vida humana, como uma das formas indispensáveis do existir humano.
Os mitos eram recolhidos pela tradição e transmitidos oralmente pelos Aedos/rapsados (cantores ambulantes).
Epopéias (é o que se exprime pela palavra): (= poemas épicos do séc. IX a. C..)
Homero - Ilíada = fala da guerra de Tróia (Ilian).
 - Odisséia = fala do retorno de Ulisses (Odisseus) a I’Taca após a Guerra de Tróia.
Os primitivos se contentavam com explicações míticas para qualquer problema.
Para os primitivos, o mito é uma forma de se situar no mundo; encontrar o lugar entre os demais seres da natureza.
O mito nasce do desejo de dominar o mundo; o homem o deseja ou o teme.
O homem se move dentro de forças de um mundo que ele precisa agradar:
- para ter caça; - para que a tribo seja protegida; - para que nasçam novas crianças;
- para que os mortos descansem em paz.
O mito está muito ligado ao desejo, à magia, ao querer que as coisas aconteçam de determinado modo.
Portanto, o mito requer adesão de fé (crença) e não evidência racional.
 Rito = o mito feito ação.
O mito é uma representação fantasiosa, espontaneamente delineada pelo mecanismo mental do homem, a fim de dar uma interpretação e uma explicação aos fenômenos da natureza e da vida.
O mito entre os primitivos exerceu três funções:
É a primeira compreensão dos sentidos mais profundos do homem;
É o que garante o pertencer a um grupo social e não a outro;
É o modo de auto - compreender-se dos povos primitivos.
Obs.: O mito possui duas características básicas:
1ª. É sempre coletivo. 2ª. É sempre dogmático.
Da consciência mítica para a consciência religiosa
Além dos mitos (os povos primitivos) encontraram na religião outra forma de explicar o mundo.
Não é fácil determinar o limite entre o mito e a religião, porém, a religião introduz mais nitidez, mais compreensibilidade, ao atribuir a um Deus pessoal e inteligente a criação e o governo do universo.
As explicações oferecidas pelo mito e pela religião tem a força do sagrado. A voz do mito e da religião é a voz deDeus e com Deus não se discute.
Da consciência Mítica/ Religiosa à consciência filosófica
Com os gregos os mitos e as crenças perderam a força explicativa... começaram as dúvidas.
Neste contexto surge a filosofia como uma tentativa de compreender e explicar o sentido último das coisas
A filosofia é algo onde o individuo voltado para si mesmo deve agora elaborar por si, examinando e provando. O que pensa e quer considerar verdadeiro. É uma posição espiritual diferente da do mito. 
Na Grécia, a partir do séc. VI A.C. a consciência filosófica superou a consciência mítica e religiosa.
O ser humano na busca de compreender a realidade que o cerca, o contexto que vive, movido pela admiração (thauma) que o universo provoca nele reelabora racional e logicamente os conhecimentos adquiridos pelos mitos e pela religião e cria uma nova forma de abordar e investigar o mundo e os seres vivos que nele existem: a filosofia.
A consciência pré-filosofica (mítica e religiosa) encontra nos poetas gregos – Período Homero. Homero ( Ilíada e Odisseia) – Hesíodo (Teogonia e Os trabalhos e os dias).canais de comunicação para se manifestar.
As obras de Homero e Hesíodo produzidas sob enfoques diferentes e destinadas a camadas sociais distintas (Homero era nobre e aristocrático, Hesíodo mais próximo das camadas populares, camponeses) – proclamam em verso e prosa as origens do povo grego, seus fatos e feitos heróicos. Os poetas gregos são canais de comunicação que se manifestam.
O período homérico se estendo do séc. XII a VII a. C., caracterizou-se pelo surgimento das primeiras cidade-estado gregas de um governo monárquico (inicio) para Aristocrático.
O Mito e a Filosofia.
A filosofia já se opunha ao conceito de mito (séc.V a.C.) também se opunha a Teologia (Idade Média) e hoje a oposição da filosofia é com a ciência.
Pitágoras no séc. Via.C. se auto denomina Filos-Sophos amigo do saber; aquele que busca a sabedoria, “amante da sabedoria”.
Filos filia= amigo e Sophia que é sabedoria, saber.
No séc. V Heráclito define melhor o conceito original do vocábulo Filosofia “busca da compreensão da realidade total” de maneira sistemática e disciplinada.
Em oposição a polimathéia (=isto é; saber comum, desconexão, fragmentado)
Desde a sua origem a filosofia se define como sendo um saber sobre : o homem, o mundo, a própria realidade – um processo sempre dinâmico de apreensão das significações históricas da realidade humana.
Filosofia é um conhecimento sistematizado: sobre o mundo da natureza, sobre a condição humana pessoal e social, sobre a sociedade, sobre a cultura.
É uma ciência humana que tem privilegiado a pesquisa de questões fundamentais sobre a existência humana, a natureza e a cultura.
“Uma vida que não é examinada não merece ser vivida”. Sócrates
O mito moderno.
O mito moderno não se apresenta mais com o caráter existencial que tinham os mitos primitivos; não abrangem a totalidade do real.
1) O socialismo: - algo inatingível (ilusão) no sentido negativo.
 - como sua utopia; ainda não, algo que um dia poderá vir a ser, ou sentido positivo.
2) Os contos de fada: Histórias em quadrinhos.
3) Complexo de Édipo: Freud: Psicanálise.
4) Hitler: Mito da “raça - pura - ariana”.
5) O mito do Carnaval, Futebol.
6) Mito do artista famoso: Maykon Jeckson.
Mito da sexualidade: Marilan Monroe ou Madona.
Interpretação do Mito.
Mito - Verdade: é uma representação fantasiosa que pretende exprimir uma verdade.
Os mitos são as únicas explicações que a humanidade primitiva tinha condições de fornecer e acreditavam fielmente.
Mito - Fórmula: narração imaginosa sem pretensão teórica. Os mitos são representações fantasiosas nas quais ninguém jamais acreditou.
O Estudioso de História da Religião (Mircea Eliade) da Psicologia (Freud), da Filosofia (Heidegger), da Antropologia (Levi - Straus), da Teologia (Bultm - Man), baseados no mito - verdade, argumentam que a humanidade primitiva. (Não podendo dar uma explicação racional e metódica do universo) deve ter procurado explicações em si mesmas para os fenômenos como a vida, a morte, o bem, o mal, etc.
Quando o Logus passa a assumir o sentido de explicação da realidade, o Mito passa a significar fábula...
Hoje: O mito e a Razão andam juntos.
Há uma continuidade no uso comum de certas estruturas de explicação.
Textos Jônicos tem a mesma estrutura no relato mítico. Dizem que no estado inicial de indistinção separam-se pares opostos (quente/frio, seco/úmido) que vão gerar os seres naturais (o céu de fogo, o ar frio, a terra seca, o mar úmido).
A ordem do mundo deriva de forças opostas; a união dos opostos explica os fenômenos meteóricos. (as estações do ano: o nascimento e a morte de tudo).
Há uma ruptura entre Mito e Filosofia.
Enquanto o mito é uma narrativa cujo conteúdo não se questiona, a filosofia problematiza, convida à discussão.
No mito a inteligibilidade é dada; na filosofia é buscada;
A filosofia rejeita o sobrenatural, a explicação divina dos fenômenos; busca a coerência interna, definição rigorosa dos conceitos; o debate; a discussão;
A filosofia organiza-se em doutrina; pensamento abstrato;
O mito não coloca um problema que pode ser refutado; a filosofia coloca problemas que podemos discutir. -> Aceitar ou negar.
A apreensão mitológica do mundo é a apreensão da realidade total que se faz a partir do VIVIDO, isto é, do conhecimento não refletido.
Essa constatação afetiva faz com que o mito possa ser facilmente controlado e manipulado.
Os sacerdotes egípcios usavam a mitologia da comunidade, como meio de controle social.
I.O NASCIMENTO DA FILOSOFIA PROPRIAMENTE DITA.
A filosofia nasceu procurando desenvolver o Lógus (saber racional) em oposição ao mito (saber alegórico).
Com a Evolução do homem, do mundo, surge um novo tipo de conhecimento (a filosofia) que vai em busca da verdade; a essência da realidade.
Os fatores responsáveis para o surgimento de um novo tipo de conhecimento são resultado de um processo longo.
Dentre esses fatores podemos destacar:
1º) A invenção da escrita.
2º) O surgimento da moeda.
3º) A lei escrita.
4º) O surgimento da Pólis (cidade/estado).
A ESCRITA
A 1ª escrita é mágica e reservada aos privilegiados (aos sacerdotes, reis).
Entre os Egípcios / existiam os Hieróglifos = “sinais divinos” (rituais).
Na Grécia a escrita surge por influência dos Fenícios no séc. VII a.C..
Enquanto os rituais estão cheios de formulas mágicas, termos finos e inquestionáveis, a escrita passa a ser divulgada em praça pública; sujeita à crítica.
A escrita gera uma nova idéia mental, maior abstração, e ajuda a modificar a própria estrutura do pensamento.
A MOEDA
Séc. VIII a VI a.C. - Aconteceu o desenvolvimento do comércio marítimo decorrente da expansão do mundo grego mediante a colonização da Magna Grécia (atual Sul da Itália) e na Jônica (atual Turquia).
Para facilitar os negócios (substituir a aristocracia rural) a moeda, que foi inventada na Índia (Ásia menor) aparece na Grécia pelo séc. VIIIº a.C..
A moeda é revolucionária, pois está ligada ao surgimento do pensamento racional e é garantida pela cidade/estado.
A LEI ESCRITA
Drácon (séc. VIIº a.C.), Sólon e Clisteres (séc. VIº a.C.) marcaram a nova era da justiça (até então dependentes dos reis ou da interpretação da vontade divina); é codificada numa Legislação Escrita.
O SURGIMENTO DA PÓLIS (cidade/estado)
Estabelecem-se novas relações na Pólis, não mais tribais, mas Democráticas. A democracia ateniense acontece mais forte no séc. Vº. O surgimento da Pólis (séc.VIII e VII a.C.) é um acontecimento inovador.
A originalidade da cidade grega é centralizada na Ágora - praça pública - espaço onde se debatem problemas comuns.
Na Pólis:
Acontece à autonomia da Palavra Humana, o poder de argumentação.
Não mais a palavra mítico/mágica;
Nem a palavra dada pelos deuses;
O saber sagrado passa a ser objeto de discussão;Do debate nasce a política;
A ordem humana dá origem ao cidadão da Pólis que participa dos destinos da cidade pelo uso da palavra em praça pública.
Esse mundo humano se expressa pela Isonomia; que é a igual participação de todos os cidadãos no exercício do poder.
Os Primeiros Filósofos Gregos.
Os gregos através das navegações tiveram contatos belicosos, comerciais e políticos com civilização antigas.
Da astrologia (Mesopotâmica) fizeram surgir a astronomia e a meteorologia. Dos mistérios religiosos fizeram surgir as teorias filosóficas sobre: 1. A natureza; 2. O destinos da alma.
Os gregos, povo navegante, comerciante, guerreiro descobriram, através dos filósofos (ex. Platão e Aristóteles) e no contato com a sabedoria oriental, a base para elaboração da filosofia.
Essa filosofia ligada ao saber Oriental foi defendida no séc. II e III do Cristianismo durante o Império Romano por Filo de Alexandria e os padres da Igreja - Eusébio de Cesárea e Clemente de Alexandria.
A filosofia grega torna-se na Antiguidade a forma superior e mais elevada do pensamento e da moral acessível somente a classe alta (Aristocracia Romana), que possuía recursos para ter uma boa formação clássica de onde tinham origem a maioria dos padres da Igreja. 
Desta forma a filosofia grega influência o cristianismo através do Neoplatonismo de Plotino (discípulo de Filo de Alexandria) no séc. II e o Aristotelismo (Escolástica de Santo Tomás de Aquino no séc. XI).
Os judeus diziam que o pensamento filosófico havia surgido no Egito onde tem origem Moisés, daí a ligação entre a filosofia grega e a Bíblia.
Os Padres da Igreja pretendiam mostrar que os ensinamentos de Jesus eram elevados e perfeitos – por isso estavam mais próximos dos gregos. A cultura oriental (monismo) difere da cultura ocidental (dualismo).
A filosofia busca reunir e sistematizar todo conhecimento do período cosmológico e antropológico.
A Pergunta dos Primeiros Filósofos: O que existe?
Resposta: Existem as coisas (Res.= Realismo)
O Realismo começou certamente na Grécia; e começou discernindo entre as coisas.
O primeiro esforço filosófico (feito entre os gregos) começou sendo um esforço para discernir entre aquilo que tem existência meramente aparente daquilo que tem uma existência real.
O primeiro povo que filosofa de verdade é o grego; os povos anteriores tiveram cultura, tiveram religião, tiveram sabedoria, mas não tiveram filosofia.
A filosofia não existe na história da cultura humana; e também do pensamento humano, até os gregos.
Esses filósofos gregos procuravam qual é ou quais são as coisas que tem existência em si (chamaram isso de principio (arkhé) - o elemento constitutivo de todas as coisas); que é diferente daquelas que tem existência aparente.
Foi substitui da Teogonia onde uma coisa procede da outra e até os deuses estão sujeito a essa Lei. (do poeta Hesíodo).
Para os filósofos pré-socráticos o que importa é buscar a origem (arché) do universo – se detiveram no exame de problemas cosmológicos. ( kosmo, mundo, universo.)
Princípio (arkhé) têm 2 sentidos; que é diferente para cada filósofo.
1º Como começo.
2º Como fundamento.
Se então a pergunta: como emergiu de Cáos um Cósmos; da confusão surgiu o mundo ordenado?
A filosofia (termo usado como Pitágoras) que surgiu entre os gregos no séc. VIº a.C. engloba: 1º) Tanto a indagação (pergunta) filosófica.
2º) Quanto o conhecimento científico.
O filósofo fazia teoria sobre todas as coisas (sobre todos os assuntos) procurando responder não só o porquê, mas o como; o funcionamento.
Daí que filosofia não designava somente o amor ou procura da sabedoria, mas o tipo de saber que nasce do uso metódico da razão; da investigação racional, na busca do conhecimento (=da verdade).
Portanto:
1. Até a Idade Média; a filosofia engloba todo o conjunto dos conhecimentos racionais que integram o universo do saber.
2. A partir da Idade Moderna com a Revolução de Galileu Galilei (Heliocentrismo) acontece à separação entre ciência e filosofia.
A filosofia começa nas colônias da Grécia, Jônica, Magma Grécia.
Os primeiros filósofos (os pré-socráticos) vivem por volta do sec. VIº a.C. e foram divididos em diferentes Escolas. Os pré-socráticos tinham como objeto de sua filosofia a Natureza. (Physis)
Escola Jônica.
Compreende os jônicos antigos:7
- Tales
- Anaximandro
- Anaxímenes
Que consideravam o universo do ponto de vista estático, procurando determinar o elemento primordial, a matéria prima de que são compostos todos os seres.
Os Jônicos posteriores (Heráclito, Empédocles, Anaxágoras) encaram o universo como aspecto dinâmico, procurando resolver o problema do movimento da transformação dos corpos.
Jônicos Antigos
Tales (624-548 a.c) de Mileto, - Cidade importante de Jônica. Afirma que a água é o princípio gerador de todas as coisas.
Cultivou a matemática e a astronomia predizendo, pela 1ª vez os eclipses do sol e da lua. TRATADO: DA NATUREZA
Anaximandro (611-547) de Mileto - coloca como princípio uma substância indefinida (apeíron); quantitativamente infinita e qualitativamente indeterminada. (Substância eterna).
 Desde apeíron, dotado de vida e imortalidade, por um processo de separação (segregação) derivam os diferentes corpos. Supõe à geração espontânea dos seres vivos e a transformação dos peixes em homens.
Anaxímenes (588-524) de Mileto determina como princípio o próprio ar, do qual por um processo de rarefação se origina o fogo, por condensação a água, a terra, as pedras e os demais seres.
Tanto Anaximandro como Anaxímenes ensinam uma espécie de Palingenesia (ou formação ou destruição periódica de todas as coisas).
Os Jônicos Posteriores
Heráclito (535-475 a.c) de Éfeso. Coloca-se contra Parmênides que prega a imutabilidade do ser.
 Heráclito opõe a imutabidade, a idéia mobilista - (de movimento).
“Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo. O ser não é mais que o vir a ser”.
Como de todos os elementos, o móvel por excelência é o fogo fez dele o fogo seu Princípio
- O fogo tem princípio interno de atividade;
- Procede também a alma (fogo seco)
- O mundo teve origem no fogo primitivo que se identifica com a Divindade.
A vida é um fluxo constante pela luta de forças contrárias: a ordem x desordem; o bem x mal; o belo x feio; a construção x destruição; a justiça x injustiça; o racional x irracional, a alegria x tristeza etc.
Do fragmento 8: “tudo se faz pelo contraste; da luta dos contrários nasce a mais bela harmonia”.
 Se todas as coisas estão em constante movimento, o que é, muda, pelo simples fato de ser.
- Quando pousamos a mão sobre algo, este já deixou de ser o que era.
- Não entramos por duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo e nós também não somos mais os mesmos. (Fragmento 49)
A razão de ser do mundo é a constante mudança.
Porém, mesmo neste processo de permanente mutação, algo subsiste, do qual todas as coisas derivam: O devir.
 - A verdade está no devir e não no ser.
 - ou vir-a-ser é o princípio da realidade; designa todas as formas do “chegar a ser”, do ir sendo, do mudar-se”.
Existe um próprio unificador comandando todos esses eventos?
É o Logus, que governa o mundo.
Logus vem do verbo Legéin (= recolher, dizer) Palavra; Razão, No Latim verbum, Ratio.
Escola Pluralista
1. Empédocles (495-435 a.c) de Agrípeto; autor do poema 
“A natureza” “Purificação”
Propõe a teoria dos quatro elementos ar, água, terra, fogo.
Corpos de forma diferentes.
Esses quatro elementos foram assumidos por Aristóteles.
No campo da Biologia sustenta que as plantas surgiram por si, e antes dos animais.
 A diversidade de formas desses últimos seria o resultado de um Processo / gradativo; que no início os órgãos não se distinguiam até chegar à forma onde aparecem os seres sexualmente diferenciados, aptos a reprodução.
 Dois princípios abstratos determinam a Coesão e desagregação desses elementos.
Misturaou separação entre os elementos
1º) Amor (philia) - responsável pela força de atração e união e pelo movimento de crescente harmonização das coisas.
2º) Ódio (Neikos) (luta) responsável pela força de repulsão e desagregação e pelo movimento de decadência; dissolução e separação das coisas.
Os quatros elementos e os dois princípios são as únicas coisas permanentes.
No fragmento 17, é possível compreender o pensamento de Empédocles.
“Ás vezes, do múltiplo cresce o uno para um único ser; outras, ao contrário, divide-se o uno na multiplicidade”.
Dupla é a Gênese das coisas mortais; duplo é também seu desaparecimento.
Anaxágoras (500-428 a.C) Mistura / Divisão / multiplicidade. Atenas: Ásia menor; hoje Turquia, fundou a 1ª Escola Filosófica.
 A substância primitiva é um agregado de partículas mínimas de todas as substâncias existentes. (Homeomerias) - segundo Aristóteles - semente.
O princípio material de que são feitas as coisas não é suficiente para explicá-las. É preciso conhecer o agente que o produz (causa eficiente ou causa motora) e o fim para o qual este agente age (causa final).
Anexágoras reconheceu, além dos elementos materiais do mundo, a existência necessária de uma Inteligência Separada (nous). Simples, toda poderosa, única e infinita.
Sobre Anaxágoras diz Aristóteles
“Comparado com os que o precederam, aparece como um sábio falando entre ébrios que devaneiam.
Leucipo - de Abdera - Atómos - discípulo de Zenão
Afirma que os átomos são o princípio de todas as coisas (criou a teoria dos átomos).
O universo é ilimitado, com uma parte cheia e outra vazia, que chama de elementos.
Os mundos são ilimitados e desfazem-se nestes elementos.
Mundos se formam - muitos átomos de formas variadas reúnem-se no imenso vazio após a separação do iluminado; uma vez unidos, formam um único turbilhão e passam a unir-se os semelhantes com os semelhantes.
 O sol é o círculo mais externo e a lua o mais vizinho da terra, sendo os astros intermediários. Os astros (devido à rapidez de seu desenvolvimento) se incendeiam, e o sol é incendiado pelos astros.
Platão e Leucipo afirmam uma ação eterna, pois dizem que o movimento é eterno.
Leucipo e Demócrito dizem que os átomos se movem chocando-se mutuamente e rechaçando-se uns aos outros.
 A percepção e o pensamento como modificações do corpo.
Leucipo, Demócrito e Epicuro dizem que a percepção sensível e o pensamento acontecem em conseqüência de imagens que nos vêm de fora.
 A visão decorre da penetração de pequenas imagens.
Segundo Leucipo - a alma é feita de fogo
A = negação Tomo = divisível
Átomo=não divisível
Demócrito de Abdera (460-370.a.c)- desenvolve a teoria dos átomos. Todas as coisas que formam a realidade são constituídas por partículas. Na origem de todas as coisas estão os átomos e o vazio (tudo o mais não passa de superstição).
 Os átomos são ilimitados em grandezas e número e são arrastados com o todo em um turbilhão.
 O Princípio é a cheio e o vazio - vácuo (ausência de ser).
 Os átomos têm grandeza e forma; não são divisíveis.
 A única espécie de movimento é o impulso - O movimento se dá graças ao vazio (ausência de ser) - choca-se entre si os átomos. É o Impulso porque os átomos são imóveis por natureza.
Átomo – (figura, ordem, posição) - conceito de ser de Parmênides
Contribuição de Demócrito: Concepção Mecanicista - tudo o que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade.
“Nada nasce do nada, nada retorna ao nada”. Tudo tem sua causa e os átomos são a causa última do mundo.
Zenão de Eléia (488-430 a.C) – unidade. Contra o múltiplo e o movimento. Discípulo de Parmênides, procurava provar a impossibilidade da multiplicidade das coisas.
Se a unidade absoluta fosse indivisível, pelo Axiona de Zenão, nada seria.
Do divisível / movimento, unidade indivisível=Aforias=dificuldades sem solução.
O lugar deve estar em alguma coisa. Se todo o ser ocupa um lugar, é evidente que haverá um lugar do lugar, e assim ao infinito.
 Argumentos sobre o movimento
1º) A impossibilidade do movimento - o móvel transportado deve atingir primeiro a metade antes de atingir o termo...
2º) Aquiles e a tartaruga - o mais lento jamais será alcançado pelo mais rápido; pois o mais rápido deverá atingir o ponto de onde partiu o fugitivo e assim o lento estará sempre mais adiantado.( Deve-se manter a devida grandeza)
3º) Pretende que a flecha, em seu vôo, esteja imóvel (suposição de um tempo composto em instantes).
4º) Movimento em sentido contrário de massas iguais, em um estádio, ao longo de outras massas iguais, umas a partir do fim do estádio, outras no meio, em velocidades iguais (pretende-se que a metade do tempo seja igual ao dobro).
A noção de movimento é Inviável e Contraditório.
Ele mostrou como foi difícil para o pensamento racional compreender conceitos como: movimento, espaço, tempo e Infinito.
Parmênides de Eléia (510 - 470 a.C) - O ser é eterno. (Magna Grécia), se opôs a Heráclito. (Imobilismo)
 Há dois caminhos para compreender a realidade.
1º) da Filosofia, da razão, da essência.
2º) da crendice, da opinião pessoal, da aparência enganosa. (que é a via de Heráclito).
O caminho da essência afirma que na realidade existe:
O ser que é, e não é concebível sua não-existência
 O ser é; o não-ser não é.
Neste sentido da essência, o ser é eterno, único imóvel e ilimitado.
Heráclito seguiu o caminho da aparência ilusória, isto é, levou-nos a concluir que “o ser e o não ser são e não são a mesma coisa”.
Parmênides - descobriu os atributos do Ser Puro - o ser ideal do plano lógico. Diz que a sabedoria consiste em tornar pensável o caos, introduzindo uma ordem nele.
Escola Itálica (570-490) - Representante maior: Pitágoras (séc. VI a.C) de SAMOS. Organizou sua escola á maneira de congregação Político-Religiosa e lhe legou um corpo de doutrinas religiosas e morais.
Segundo a Escola Itálica, o número, é o fundamento de tudo, é o princípio essencial de que são compostas todas as coisas. Essas se distinguem pela diferença: quantidade numérica.
Deus é grande unidade, o grande Monâda, o número perfeito do qual emanam todos os outros seres do mundo, grandiosa harmonia matemática.
Números são pares - divisíveis - são de certo modo infinitos.
 Ímpares - indivisíveis - são finitos.
 O fim último da vida e felicidade suprema do sábio é a semelhança com a Divindade.
 Para alcançar o Equilíbrio harmonioso, os Pitágóricos adotavam a ascese: eram vegetarianos; devido ao hábito alimentar imposto pela Metempsicose que proibia o consumo de carne, pois podia acontecer que um animal abatido pudesse ser a morada da alma de alguém.
Pitagoras adquiriu essas idéias através do Orfismo (seita do séc. VI a.c.) com o culto do deus Dionísio fundado por Orfeu.
O orfismo prega a origem divina da alma e sua imortalidade, porém, ela esta sujeita ao ciclo de encarnações de que fala a Metempsicose.
 Os orfistas desdenhavam a existência terrena. Ao caráter divino da alma opunham os aspectos grosseiros do corpo (vistos como túmulo ou prisão da mesma-alma).
Pitágoras substitui o culto a Dionísio pelo culto a matemática.
O número é a única realidade verdadeira; o mundo é regido pelo número.
Ex: Os astros no firmamento / os instrumentos musicais-lira.
 A realidade é composta por pares. Masculino / Feminino; finito/infinito; esquerda/direita; par/impar; unidade/pluralidade; móvel/imóvel; reto/curvo; luz/terra; bem/mal; quadrado/ângulo reto.
Outros Pitagóricos:
Filolau de Cróton: a natureza, segundo ele, foi ordenada com elementos limitados e ilimitados.
Alcmeão de Cróton: O homem distingue-se dos demais seres por ser o único que compreende, enquanto os demais percebem, mas não compreendem.
Arquitas de TARENTO: Pioneiro nos estudos da mecânica científica.
SOFISTAS: foram os primeiros mestres na arte da Argumentação.
Os sofistas deram atençãoaos problemas antropológicos (antropos, homem) – o ser humano é objeto de suas preocupações.
Para a era Pré-socrática (a busca de explicações racionais para o universo, através do princípio primordial (arché) seguiu-se uma nova fase na Filosofia caracterizada pelo interesse, no próprio homem, nas relações do homem com a sociedade.
O que é o Homem? – resultado de um processo evolutivo – Animal racional da ordem dos mamíferos (Homo) que se distingue de todos os outros pelo dom da palavra (ou linguagem articulada) e pela inteligência: a Razão é o que distingue o homem dos outros animais.
Persona (do latim) significa máscara teatral (ator, personagem)...Personalidade ou característica de um indivíduo...
O homem pergunta porquê quer saber! – porque ele não sabe. O animal não pergunta.
Três problemas entre os gregos – cosmológicos – Pré-Socráticos; antropológico – Sofistas e Sócrates; metafísicos – Platão e Aristóteles. 
Essa nova fase foi iniciada pelos SOFISTAS (Sofista significa inicialmente SÁBIO), mais tarde passou-se a ser visto como impostor, devido às críticas feitas por Platão.
-Eram professores viajantes, que por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia.
Esse Movimento Histórico vivido na civilização grega aconteceu:
- Em época de lutas políticas.
- Tempo de intenso conflito de opiniões nas assembleias democráticas.
Esse movimento favoreceu a arte de argumentar em público, manipulando as assembleias, fazendo prevalecer seus interesses individuais e de classe.
As lições dos sofistas tinham como objetivo, portanto, o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes.
 Estas características ajudaram no surgimento da concepção:
Relativista sobre as coisas. Não há uma verdade única, absoluta. Tudo é relativo ao homem.
Protágoras de Abdera (480-410 a.C)- O homem é a medida de todas as coisas, daquelas que são enquanto são, e daqueles que não são, enquanto não são.
 Isso dá margem ao subjetivismo: tal coisa é verdadeira se para mim parece verdadeira. Então, tudo dependia do ponto de vista da pessoa.
Górgias de Leontini (487-380) - o bom orador é capaz de convencer a qualquer pessoa sobre qualquer coisa.
Defendeu o Ceticismo Absoluto
Nada existia;
Se existia, não podia ser conhecido;
Mesmo que fosse conhecido, não poderia ser comunicado a ninguém.
SÓCRATES DE ATENAS (469-399 a.C) Grécia.
Sócrates desenvolvia o saber filosófico em praça pública, conversando com jovens, ajudando-os a unir vida concreta e pensamento - consciência prática (Moral) e consciência intelectual.
 Não vendia seus ensinamentos, como faziam os Sofistas.
Sócrates procurando superar o relativismo e o ceticismo dos sofista resgatou o objeto de estudo – o homem e que foi examinado no processo: ironia/maiêntica.
Um dos erros que se cometeu na filosofia foi o de confundir Sócrates com os sofistas. Sócrates foi adversário dos sofistas; enquanto os sofistas se arrogavam detentores de toda Sabedoria e cultivavam o Ceticismo, Sócrates se apresentava como um ignorante em busca da verdade. 
O auto-conhecimento era um dos pontos fundamentais da Filosofia Socrática. “conhece-te a ti mesmo”. 
Desenvolvia sua filosofia mediante “diálogos críticos”, com dois momentos básicos. Ironia e Maiêutica
Ironia = interrogação 
Ironia (do grego eironéia = eu interrogo) – mostrando ao seu interlocutor seu falso conhecimento ou ignorância “só sei que nada sei.”
Despojado das falsas verdades, nasce dentro do homem o desejo de saber e conhecer a verdade. Sócrates interrogava seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber.
O que é o bem, justiça, coragem, piedade.
 Com habilidade de raciocínio atacava os interlocutores, mostrando as contradições, com o objetivo de demolir, nos discípulos, o orgulho, a arrogância, a pressunção do SABER. (falso saber)
Maiêutica (do grego maieutiqué/tecné) = a arte de dar à luz. Sócrates ajuda aos homens a darem à luz a verdade; fundamento possível de toda a ciência.
Libertos do orgulho e da pretensão de tudo saber podiam iniciar o caminho da reconstrução das próprias idéias.
Ajudar aos discípulos a conceberem suas próprias idéias. Ex: sua mãe Fenareta. (PARTEIRA)
Sócrates era uma ameaça social principalmente para a Democracia ateniense onde a maioria da população não participava.
“O homem deve considerar em seus atos, se eles são justos ou injustos; corajosos ou covardes”. Essa era a defesa de Sócrates diante da condenação à morte. A morte e a vida não importam.
Com Sócrates (séc. IV a.C) começa a haver uma Filosofia, consciente de si mesma.
- sabedora dos métodos que emprega
 Sócrates fez a Filosofia preocupar-se com nossa possibilidade de conhecer e indagar quais as causas das ilusões, dos erros, das mentiras.
“Nada Sei”, por isto tenho de empenhar a interrogação, ironia. A verdade está dentro de cada um e é preciso trazê-lo à tona, fazê-la vir à luz, mediante a Maiêutica.
Sócrates quer descobrir (quer saber) o Logus, ou o conceito de tudo. Todas as pessoas são submetidas à ironia Socrática.
Quando Sócrates quer saber algo; saí de casa e pergunta a toda pessoa que encontrar. Que é a justiça? Que é a coragem? Que é a Ciência? Que é a amizade?
 Que é isto? Ex: Sobre a coragem, pergunta a um general.
Resposta: “atacar sempre sem nunca retroceder”
Sócrates mostra que isto não é coragem; pois há momentos em que os generais ordenam a seus soldados recuar.
Ninguém sabe responder, e o que é mais lamentável, ninguém suspeita do estado de ignorância em que se encontra.
O Objeto da Ciência - Não é o sensível, o particular, o indivíduo que passa (conforme os sofistas), mas o inteligível, o conceito que se exprime pela definição. Esse se consegue pelo processo de Indução.
A Indução consiste em comparar vários indivíduos da mesma espécie, eliminando-lhes as diferenças individuais, as qualidades mutáveis, retendo, o elemento comum, estável, permanente, a natureza, a essência da coisa.
Portanto, a indução socrática, não tem o caráter demonstrativo do moderno processo lógico (que vai do fenômeno à lei), mas é um meio de generalização, que remonta do indivíduo à noção universal.
Na exposição polêmica e didática dessas idéias, Sócrates adotava sempre o diálogo, que tinha dupla função, pois tratava-se:
De um adversário a confundir
De um discípulo a instruir. No 1º caso é o que chamamos Ironia Socrática.
 “conhece-te a ti mesmo” O conhecimento verdadeiro só pode ser da alma.
“Quem sabe não erra”
Sócrates formulou uma ética racionalista em que a virtude se identifica com o conhecimento. O vício, proclama ele, é fruto da ignorância.
 A inteligência subordina-se ao bem. Se o bem fosse propriedade de todos os homens, não existiria o mal.
 Agimos tendo em vista o conceito de bem; se erramos, tal conduta resulta da ignorância. Se conhecermos a justiça e o bem, certamente os praticaríamos logo, ninguém erra deliberadamente. A Virtude é um saber.
As máximas de Sócrates (“Peneiras”)
O que você quer comigo: Tem algo de verdade? Tem algo de Bondade? Tem algo de Utilidade?
I.A FILOSOFIA ANTIGA
Platão e Aristóteles fazem sua filosofia em base a problemas metafísicos.
Preocupados em superar o domínio da opinião retomam a questão de Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia.
Heráclito = a essência do universo reside no Movimento “ O que existe não é ser, mas o que vem a ser. Nada há de real, além do movimento. Tudo muda, nada permanece”.
Heráclito – ele tornou impossível o conhecimento já que era impossível estabelecer relação entre sujeito e objeto, ambos sempre em movimento.
Para Parmênides a única realidade é o ser
“ o ser é e não pode não ser”. O ser é eterno, imóvel, sem começo e sem fim.”
Desse modo só o ser existe e só o ser é real e só pode ser pensado e conhecido o que é real: o ser
O movimento é aparente e a realidade sensível uma ilusão.
Problema metafísico:

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