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Questões por TEMA: “O QUE É FILOSOFIA?” 001. (UEL-2003) - “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.) A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado. a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano. b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte. c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos. d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo. e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação. 002. (UEL-2004) “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Présocráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.) Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos. a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais. b) A discussão crítica das ideias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas. c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião. d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento. e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si. 003. (UEL-2005) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir. I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia. II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos. III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico. IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada de qualquer base religiosa. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 004. (UEL-2003) “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.) A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado. Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia: a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos mitos gregos. b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-argumentativas. c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina. d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos. e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição. 005. (UEM) “Há efeitos de verdade que uma sociedade como a sociedade ocidental, e agora se pode dizer que a sociedade mundial, produz a cada instante. Produz-se verdade. Estas produções de verdade não podem ser dissociadas do poder e dos mecanismos de poder, ao mesmo tempo porque estes mecanismos de poder tornam possíveis essas produções de verdade, as induzem; e elas próprias são efeitos do poder que nos ligam, nos conectam.” (FOUCAULT, M. Poder e Saber In MARÇAL, J. Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 237). A partir do texto citado, assinale o que for correto. 01) O poder induz à produção da verdade na medida em que estabelece os meios para obtê-la. 02) Para o filósofo, o poder político é o único que pode produzir uma verdade científica. 04) Os mecanismos de poder determinam a produção da verdade. 08) Se a verdade é produzida pelas sociedades, então ela não é de fato verdade, já que foi elaborada para manipular e controlar politicamente. 16) O filósofo destaca a íntima relação que há entre conhecimento científico e as formas de poder. 006. (UEM) “O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito, que era a forma de pensar dos gregos. Uma visão de mundo que se formou de um conjunto de narrativas contadas de geração a geração [...]. Os mitos apresentavam uma religião politeísta, sem doutrina revelada, sem teoria escrita, isto é, um sistema religioso, sem corpo sacerdotal e sem livro sagrado, apenas concentrada na tradição oral, é isso que se entende por teogonia”. (Filosofia / vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 18). Sobre o surgimento da filosofia, assinale o que for correto. 01) Na Grécia Antiga, o conhecimento dos mitos era transmitido pelos padres da Igreja. 02) O livro do Gênesis repete o primeiro capítulo da Teogonia de Hesíodo, que trata da criação do mundo. 04) A teogonia visa explicar a genealogia dos deuses e sua relação com os fenômenos do mundo. 08) A oralidade constitui a forma privilegiada de transmissão do pensamento mítico. 16) O mito representa uma forma de pensamento religioso contrário à racionalidade filosófica de Platão e dos filósofos pré-socráticos. 009. (UEM) “Por volta de 700 a.C., com o surgimento do alfabeto, facilitando a linguagem escrita, teve início uma transformação cujas consequências se observam até os dias atuais. O relato oral foi perdendo a relevância exclusiva de antes, pois o texto escrito, que lentamente se difundia, falava por si mesmo e, para escutá-lo, o orador deixou de ser imprescindível. E a linguagem da reflexão foi gradativamente suplantando o papel antes desempenhado pelo relato oral dos acontecimentos: passou-se a perguntar ‘o que é a sabedoria?’, ‘o que é a coragem?’, sem recorrer aos exemplos de Ulisses ou Aquiles.” (ECHEVERRÍA, R. Ontología del lenguaje. In: COTRIN, G. Fundamentos da filosofia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006, p. 16). Sobre a afirmação acima e os conhecimentos sobre o surgimento da filosofia, assinale o que for correto. 01) A prática da escrita, depois do surgimento do alfabeto, fez crescer a importância da retórica e da oratória. 02) São representantes da oralidade as antigas formas de pensamento, marcadas pelas teogonias e pelas cosmogonias. 04) Perguntas especulativas, como o que é a sabedoria e a coragem, são características da mitologia,formuladora de questões abstratas sobre o homem. 08) As narrativas míticas encontram-se presentes na rapsódia dos poetas, representantes da cultura oral. 16) Com o advento da escrita, a prática de narrativas lendárias ou míticas ganhou mais potencialidade. 010. (UEM) “– Logo, a arte de imitar está muito afastada da verdade, sendo que por isso mesmo dá a impressão de poder fazer tudo, por só atingir parte mínima de cada coisa, simples simulacro. O pintor, digamos, é capaz de pintar um sapateiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, sem conhecer absolutamente nada das respectivas profissões. No entanto, se for bom pintor, com o retrato de um carpinteiro, mostrado de longe, conseguirá enganar pelo menos crianças ou pessoas simples e levá-las a imaginar que se trata de um carpinteiro de verdade. – Como não? – Mas a meu ver, amigo, o que devemos pensar dessa gente é o seguinte: quando alguém nos anuncia que encontrou um indivíduo conhecedor de todas as profissões e de tudo o que se pode saber, e isso com a proficiência dos maiores especialistas, seremos levados a suspeitar que falamos com um tipo ingênuo e vítima, sem dúvida, de algum charlatão e imitador, e que se o tomou por sábio universal foi apenas pelo fato de ser incapaz de fazer a distinção entre o conhecimento, a ignorância e a imitação.” (PLATÃO. A República, Livro X. In: MARÇAL, J. Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009, p. 557-558). A partir do trecho citado e dos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, assinale o que for correto. 01) Para Platão, a reprodução de algo não comporta a Verdade desse algo, sua essência verdadeira. 02) Para Platão, conhecer um objeto sensível implica tomar contato apenas com o simulacro dele. 04) Para Platão, a reprodução de algo espelha uma parte do ser e não o que ele é verdadeiramente. 08) Para Platão, a verdade de algo está para além de sua manifestação sensível. 16) Para Platão, é impossível haver conhecimento de qualquer coisa. 011. (UEM) “Mesmo que Sófocles tenha tomado do mito o enredo da história, as figuras lendárias apresentam-se com a face humanizada, agitam-se e questionam o destino. A todo momento emerge a força nova da vontade que se recusa a sucumbir aos desígnios divinos e tenta transcender o que lhe é dado, por meio de um ato de liberdade. [...] A tragédia consiste justamente em revelar a contradição entre determinismo e liberdade, na luta contra o destino levada a cabo pela pessoa que emerge como ser de vontade. [...] A tentativa de reflexão e de autoconhecimento retrata o logos nascente. Daí em diante a filosofia representará o esforço da razão em compreender o mundo e orientar a razão” (ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 4.ª ed. revisada. São Paulo: Moderna, 2009, p. 235). Com base no excerto acima, assinale o que for correto. 01) A reflexão filosófica reelabora elementos disponíveis na sabedoria trágica. 02) Ao tomar conhecimento da determinação divina, o herói trágico assume o destino e anula a sua liberdade. 04) A tragédia de Sófocles reflete o valor do autoconhecimento do homem, a fim de orientar-se como ser de vontade. 08) A tragédia inspira-se na herança mítica, de onde retira os nomes dos heróis e os acontecimentos de suas vidas. 16) Mitologia, tragédia e filosofia se confundem, pois são experiências do pensamento humano em vias de explicar o mundo. 012. (UEM) “A relação da filosofia com sua história não coincide, por exemplo, com a relação entre a ciência e sua história. Neste último caso, são duas coisas distintas: por um lado, a ciência e, por outro, o que foi a ciência, ou seja, sua história. São independentes; a ciência pode ser conhecida, cultivada e existir à parte da história do que foi. Na filosofia, o problema é ela mesma. [...] Há, portanto, uma inseparável conexão entre filosofia e história da filosofia. A filosofia é histórica, e sua história lhe pertence essencialmente. Por outro lado, a história da filosofia não é uma mera informação erudita a respeito das opiniões dos filósofos, e sim a exposição verdadeira do conteúdo real da filosofia. É, portanto, com todo rigor, filosofia” (MARÍAS, Julián. História da filosofia. In: ARANHA, M. L. de A. Filosofar com textos: temas e história da filosofia. São Paulo: Moderna, 2012, p. 279). A partir do trecho citado, assinale o que for correto. 01) A história da filosofia também é um objeto de reflexão filosófica. 02) O passado da filosofia, sua história, não é uma coleção de ideias sem sentido filosófico. 04) A investigação científica não necessita do conhecimento da história da ciência para ser verdadeira hoje. 08) A filosofia é uma subárea da disciplina da história. 16) Os conhecimentos passados se apresentam de modos diferentes para a ciência e para a filosofia. 013. (UEM) “Entre o conhecimento comum e o conhecimento científico, a ruptura nos parece tão nítida que estes dois tipos de conhecimento não poderiam ter a mesma filosofia. O empirismo é a filosofia que convém ao conhecimento comum. O empirismo encontra aí sua raiz, suas provas, seu reconhecimento. Ao contrário, o conhecimento científico é solidário com o racionalismo e, quer se queira ou não, o racionalismo está ligado à ciência, o racionalismo reclama fins científicos. Pela atividade científica, o racionalismo conhece uma atividade dialética que prescreve uma extensão constante de métodos” (BACHELARD, G. A atualidade da história das Ciências. In: Filosofia, Curitiba: Seed-PR, 2006, p. 241). A partir do trecho citado, assinale o que for correto. 01) Segundo o filósofo, há duas formas de conhecimento, científico e comum, ambas válidas. 02) O empirismo não pode ser considerado como filosofia. 04) Para o filósofo, os conhecimentos científicos e comuns possuem bases filosóficas. 08) O racionalismo apresenta-se, em geral, como um conhecimento mais científico em relação ao empirismo. 16) As justificações do empirismo apoiam-se no conhecimento comum dos homens. 014. (UEM) “O objeto da filosofia se constitui pelos problemas do presente e a história da filosofia só é importante à medida que pode contribuir para identificar como se construíram as relações presentes e quais os problemas deixados sem solução. A filosofia da práxis, além de uma teoria política revolucionária, também se apresenta como um método de abordagem do real, que possibilita entender que fazemos parte de um conjunto de estruturas que se articulam, muitas vezes de modo contraditório, gerando as condições materiais de existência, novas formas de vida e de modos de pensar que se produzem e reproduzem continuamente.” (MARÇAL, J. [org.] Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009. p. 262). Com base nessa citação e nos seus conhecimentos sobre filosofia da práxis, assinale o que for correto. 01) A filosofia da práxis deve enfrentar, segundo esse modelo de filosofia, as contradições da existência. 02) Os problemas do passado são insolúveis, pois apenas o presente importa para a filosofia. 04) São efeitos do pensamento a renovação do mundo e o continuísmo, isto é, estado de coisas que permanece invariável ao longo do tempo. 08) Valorizando a renovação praticada pelas ciências, a filosofia da práxis aproxima-se de Auguste Comte e dos ideais positivistas. 16) O que torna a filosofia da práxis revolucionária é o seu teor metafísico, isto é, a preocupação com os problemas do ser e da aparência. 015. (UEM) “Para referir-se à palavra e à linguagem, os gregos possuíam duas palavras: mythos e lógos. Diferentemente do mythos, lógos é uma síntese de três ideias: fala/palavra, pensamento/ideia e realidade/ser. Lógos é a palavra racional em que se exprime o pensamento que conhece o real. É discurso (ou seja, argumento e prova), pensamento (ou seja, raciocínio e demonstração) e realidade (ou seja, as coisas e os nexos e as ligações universais e necessárias entre os seres). [...]Essa dupla dimensão da linguagem (como mythos e lógos) explica por que, na sociedade ocidental, podemos comunicar-nos e interpretar o mundo sempre em dois registros contrários e opostos: o da palavra solene, mágica, religiosa, artística e o da palavra leiga, científica, técnica, puramente racional e conceitual.” (CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2011, p. 187-188). A partir do texto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) O mythos é uma linguagem que comunica saberes e conhecimentos. 02) As coisas próprias do domínio religioso são inefáveis, ou seja, não podem ser pronunciadas e ditas pela linguagem humana. 04) O mythos não possui o mesmo poder de convencimento e de persuasão que o lógos. 08) O lógos é, ao mesmo tempo, o exercício da razão e sua enunciação para os seres humanos. 16) O lógos é muito mais do que a palavra, é a expressão das qualidades essenciais do ser, a possibilidade de conhecer as coisas nos seus fundamentos primeiros. 016. (UEM) “A filosofia procura explicar tanto a ordem do real como a posição do homem nessa ordem (o que para nós é o bem e o mal) sem o recurso a nenhum mistério e nenhuma arbitrariedade. Isso significa encontrar o porquê do real, do bem e do mal sem ter que apelar para a opinião dos outros, à própria opinião ou mesmo à própria experiência, se elas forem insuficientes para mostrar as razões de aceitarmos nossos julgamentos. Apenas serão aceitos como filosóficos os julgamentos fundados na experiência suficiente para demonstrarmos o que julgamos, na razão ou, enfim, na compreensão intelectual daquilo que julgamos.” (MARÇAL, J. (org.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p.193-4) Sobre o excerto citado e seus conhecimentos sobre o racionalismo, assinale o que for correto. 01) A reflexão sobre o bem e o mal não pertence à filosofia, mas ao domínio da religião e do misticismo popular, que justificam a crença em Deus e no transcendente. 02) A filosofia é o produto de uma tentativa de explicação intelectual do pensamento de Deus, a partir do qual o homem e o mundo empírico são desconsiderados. 04) A matemática, naquilo que depende exclusivamente da razão e da percepção sensível sob o controle do entendimento, é um exemplo de operação intelectual que serve de modelo ao racionalismo. 08) Cada um, por si mesmo, deve ser capaz de alcançar, racional e livremente, os motivos pelos quais acredita em algo, sem apelo a qualquer constrangimento externo. 16) A filosofia é uma forma de discurso que evita a arbitrariedade, devendo trazer em si mesma o argumento ou a prova de sua validade. 017. (UEM) “A razão especulativa, porém, embora não possa conhecer o ser em si – abstrato, que não se oferece à experiência e aos sentidos –, pode pensá-lo e coloca problemas que só serão resolvidos no âmbito da razão prática, isto é, no campo da ação e da moral. Ou seja, embora Deus, a liberdade e a imortalidade não possam ser conhecidos (agnosticismo) por não terem uma matéria que se ofereça à experiência sensível, nem por isso têm sua existência negada.” (ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. 3ª. ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p. 115) Sobre o excerto citado, assinale o que for correto. 01) Razão especulativa e razão prática se ocupam dos mesmos objetos. 02) Nem tudo o que existe pode ser matéria de conhecimento. 04) A razão prática ocupa-se da moral. 08) O conhecimento é da ordem do sensível. 16) A razão prática se confunde com o agnosticismo. 018. (UEM) “Mais que um saber, a filosofia é uma atitude diante da vida, tanto no dia a dia como nas situações-limite, que exigem decisões cruciais. Por isso, no seu encontro com a tradição filosófica, é preferível não recebê-la passivamente como um produto, como algo acabado, mas compreendê-la como processo, reflexão crítica e autônoma a respeito da realidade.” (ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 4ª. ed. São Paulo: Moderna, 2009, p.20) Com base no excerto citado, assinale o que for correto. 01) A filosofia é uma forma de conhecimento que questiona a realidade. 02) A filosofia é um saber teórico, não pragmático, que desconsidera a aplicação prática. 04) A filosofia é uma experiência de vida que responde às questões fundamentais da existência. 08) A filosofia não pode ser reaberta ou discutida, pois os filósofos já morreram. 16) A filosofia é uma ideologia, pois não se ocupa com o debate político. 019. (UEM) Aranha e Martins (2005) definem o senso comum como o “primeiro olhar sobre o mundo, ainda não-crítico, a partir do qual as pessoas participam de uma comunhão de ideias e realizam as expectativas de comportamento dos grupos sociais a que pertencem.” (ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. 3.ª ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p.144). Sobre o senso comum, assinale o que for correto. 01) O senso comum é um conjunto de ideias cuja finalidade é a crítica ao saber estabelecido. 02) O senso comum é um conjunto de ideias e práticas cegas e incompatíveis com a verdade. 04) Ao ser definido como o primeiro olhar, o senso comum é um saber metafísico das causas e dos primeiros princípios. 08) Todos os homens, intelectuais e analfabetos, participam do senso comum. 16) O senso comum confunde-se com as ideologias de uma classe ou de um grupo social. 020. (UEM) “Perguntar e buscar é precisamente a raiz de toda a atividade do homem: o compreender, decidir e fazer humanos supõem a função ontologicamente prévia do perguntar, isto é, têm a estrutura de resposta a uma questão (teórica ou prática). O homem torna tudo questionável: o seu perguntar não pode terminar nem se esgotar. Esta constatação experiencial mostra que o perguntar ilimitado constitui a dimensão ontológica fundamental do homem.” (ALFARO, J. O prazer de pensar. In: ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Temas de filosofia. 3.ª ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p.18). Sobre o texto e a interrogação filosófica, assinale o que for correto. 01) A interrogação esgota-se com o tempo. 02) A função da filosofia é interrogar. 04) Uma interrogação fundamenta uma ação. 08) A filosofia não tem utilidade prática. 16) A ontologia diz respeito ao ser. 021. (UEM) “O que é um filósofo? É alguém que pratica a filosofia, em outras palavras, que se serve da razão para tentar pensar o mundo e sua própria vida, a fim de se aproximar da sabedoria ou da felicidade. E isso se aprende na escola? Tem de ser apreendido, já que ninguém nasce filósofo e já que filosofia é, antes de mais nada, um trabalho. Tanto melhor, se ele começar na escola. O importante é começar, e não parar mais. Nunca é cedo demais nem tarde demais para filosofar, dizia Epicuro [...]. Digamos que só é tarde demais quando já não é possível pensar de modo algum. Pode acontecer. Mais um motivo para filosofar sem mais tardar” (COMPTESPONVILLE, André. Dicionário Filosófico. Apud ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 4ª. ed. revista. São Paulo: Ed. Moderna, 2009. p.15). A partir dessas considerações, assinale o que for correto. 01) A filosofia é uma atividade que segue a via pedagógica de uma prática escolar, já que não pode ser apreendida fora da escola. 02) O enunciado relaciona a filosofia com o ato de pensar. 04) O enunciado contradiz a motivação filosófica contida na seguinte afirmativa de Aristóteles: “Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer”. 08) Para André Compte-Sponville, quanto antes e com mais intensidade nos dedicarmos à filosofia, mais cedo estaremos livres dela, pois todo assunto se esgota. 16) A citação do texto afirma que sempre é tarde para começar a filosofar, razão pela qual a filosofia é uma prática da maturidade científica e o coroamento das ciências. 022. (UEM) “A filosofia surgiu quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicaçõesque a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo e os seres humanos, os acontecimentos materiais e as ações dos seres humanos podem ser conhecidos pela razão humana”. (CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2011. p.32). Considerando o exposto, assinale o que for correto. 01) A filosofia surgiu na Grécia durante o séc. VI a. C.. Apesar de seu nascimento ser considerado o “milagre grego”, é conhecida a frequentação de Atenas por outros sábios que viveram no século VI a.C., como Confúcio e Lao Tse (provenientes da China), Buda (proveniente da Índia) e Zaratustra (proveniente da Pérsia), fazendo da filosofia grega uma espécie de comunhão dos saberes da antiguidade. 02) O surgimento da filosofia é coetâneo ao advento da pólis (cidade). Novas estruturas sociais e políticas permitiram o desenvolvimento de formas de racionalidade, modificadoras da prática do mito. 04) Por serem os únicos filósofos a praticar a retórica, os sofistas representam, indiscutivelmente, o ponto mais alto da filosofia clássica grega (séculos V e IV a.C.), ultrapassando Sócrates, Platão e Aristóteles. 08) Filósofo é aquele que busca certezas sem garantias de possuí-las efetivamente. Por essa razão, o filósofo deseja o conhecimento do mundo e das práticas humanas por meio de critérios aproximativos e compartilhados (de aceitação comum), através do debate. 16) A atividade filosófica pode ser definida, entre outras habilidades, pela capacidade de generalização e produção de conceitos, encontrando, sob a multiplicidade de objetos do mundo, relações de semelhança e de identidade. 023. (UEM) “Quando não há problemas, não pensamos, só usufruímos. Lembra-se da afirmação de Fernando Pessoa? [Pensar é estar doente dos olhos.] Se nossos olhos são bons, nem sequer nos lembramos disso: gastamos nossas energias usufruindo o que vemos. Não nos lembramos de sapatos confortáveis, mas eles se tornam o centro de nossa atenção quando apertam um calo. Pensamos quando nossa ação foi interrompida. O pensamento é, em seu momento inicial, uma tomada de consciência de que a ação foi interrompida: este é o problema. Tudo o que se segue tem por objetivo a resolução do problema, para que a ação continue como antes” (ALVES, Rubens. Filosofia da ciência. São Paulo: Loyola, 2000, p.34). Sobre essa reflexão, assinale o que for correto. 01) Segundo o texto, o pensamento é uma prática intelectual que requer a saúde do corpo: não pensamos quando estamos inquietos ou precisando de algo. 02) O movimento esquemático proposto pelo texto é: a) repouso; b) problema; c) pensamento; d) repouso. 04) A frase “pensamos quando nossa ação foi interrompida”, no texto, significa que a ação de pensar está proibida e distorcida por obstáculos e impedimentos à prática do pensamento. 08) Segundo o texto, todo o pensamento visa a resolver um problema. 16) Segundo o texto, o pensamento é uma reação espontânea contra a preguiça e o descompromisso diante da vida. 024. (UEM) “Ao instaurar a ruptura entre mythos [mito] e lógos [razão], a cultura ocidental provocou um acontecimento desconhecido em outras culturas: o conflito entre a fé e a razão, que se manifestou desde muito cedo, já na Grécia antiga”. (CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2011. p.332). Sobre as relações entre fé e razão, assinale o que for correto. 01) Para enfrentar os questionamentos que a filosofia, através da razão, impõe à fé, a religião elabora uma ciência do conhecimento de Deus, isto é, a teologia, segundo a qual o conhecimento de Deus ocorre por meio da razão. 02) Ludwig Feuerbach considerou a religião como uma expressão da essência transcendental do homem, todavia, condenou a teologia que, segundo ele, deve ser substituída por uma antropologia da religião. 04) Santo Agostinho considera a fé e a graça como os únicos meios de aproximar-se de Deus e condena a teologia pela prepotência em querer conhecê-lo através da razão. 08) O deísmo é uma reação à religião revelada. Afirma a existência de um Deus, cujo caráter é uma força, uma energia inteligente, imanente à natureza e que pode ser conhecido pela razão. 16) Epicuro considerou que a religião não passa de uma fabulação ilusória que os homens criaram por medo da morte e das forças da natureza. 025. (UEM) Diferenciam-se, na Filosofia, os juízos de conhecimento e os juízos de valor. Os primeiros qualificam os seres em suas propriedades objetivas, enquanto os segundos revelam as relações estabelecidas entre os seres a partir de um sujeito que julga. Sobre os juízos de conhecimento e os juízos de valor, assinale o que for correto. 01) Uma proposição do tipo “A caneta é azul” é um juízo de conhecimento. Uma proposição do tipo “A caneta é ruim, pois falha muito” é um juízo de valor. 02) A temática dos valores considera, de maneira notável, os juízos morais (realidade do dever ser) e os juízos estéticos (realidade dos sentimentos em relação aos objetos belos). 04) Enquanto a moral é o conjunto de regras de conduta admitidas em determinada época por um grupo de pessoas, a ética é a parte da Filosofia que se ocupa da reflexão sobre a moral. 08) Juízos de conhecimento, assim como juízos de gosto, são relativos à vontade dos indivíduos e não podem encontrar, por isso, fundamento racional que lhes dê estatuto universal e coletivo. 16) Para o existencialismo, os juízos morais são indiscutíveis, razão pela qual se devem aceitar os padrões de conduta sem julgamento pessoal ou segundo as particularidades dos indivíduos. 026. (UEM) A Filosofia existe há mais de 26 séculos. Nessa história tão longa e de períodos diferentes, surgiram temas, disciplinas e campos de investigação específicos. Sobre os diversos campos de atuação da Filosofia, assinale o que for correto. 01) Chama-se metafísica o conhecimento das causas e primeiros princípios de toda a realidade, de todos os seres. 02) A epistemologia (do grego episteme, “ciência”) estuda as relações de poder existentes entre as esferas pública e privada. Por essa razão, o debate epistemológico vale-se da psicologia social do imaginário, que lhe confere um estatuto intermediário entre a ciência e a filosofia. 04) A filosofia da história tem por objeto a exegese dos mitos, sua participação no divino, o discurso dos trágicos e a história das narrativas que deram origem ao mundo. 08) Chama-se filosofia analítica a corrente filosófica que se interessa pelas regras e modos de funcionamento da linguagem. Seu início é atribuído a Ludwig Wittgenstein. 16) Chama-se estética o debate filosófico em torno da moralidade das obras de arte e da eticidade do artista. Para o campo da estética, recorre-se à filosofia moral e à ética, sem as quais ela perde a especificidade e o rigor metodológico. 027. (UEM) Na história da Filosofia, encontramos a expressão de diferentes tipos de debate que discutem a relação entre saber e poder. Sobre essa relação de conceitos, assinale o que for correto. 01) Na obra O príncipe, Maquiavel critica os “profetas desarmados”, isto é, os homens que, sem nenhum poder e conhecimento da realidade política, imaginam formas ideais de governo. 02) Michel Foucault considera que o poder como dominação exercida pelos homens, nas relações sociais, é consequência da ignorância e que o saber adquirido pela educação é o meio capaz de libertar os homens da opressão mútua. 04) Francis Bacon critica a Filosofia clássica grega porque ela desenvolveu um saber meramente contemplativo. Para Francis Bacon, o saber deve traduzir-se em poder sobre a natureza, além de trazer aos homens bens úteis, capazes de melhorar a existência. 08) Friedrich Nietzsche segue a tradição socrática e considera o homem bom e nobre aquele que for capaz de dominar a vontade de potência, submetendo-a, com sabedoria, às exigências da razão. 16) Para Karl Marx, o saber da burguesia é umaideologia, pois sua função é ocultar a realidade com o intuito de exercer e conservar um poder classista. 028. (UEM) “Hipótese (etimologicamente, hypó, ‘debaixo de’, ‘sob’, e thésis, ‘proposição’) é o que ‘está’ sob a tese, o que está suposto. A hipótese é a explicação provisória dos fenômenos observados, a interpretação antecipada que deverá ser ou não confirmada.” ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003, p. 186. Sobre a metodologia hipotética da investigação científica, assinale o que for correto. 01) Na pesquisa científica, a construção de hipóteses é um processo heurístico, de invenção e descoberta. 02) O raciocínio é dito hipotético-dedutivo quando a comprovação empírica da hipótese é retirada dos efeitos ou das consequências de uma teoria científica. 04) Os critérios para julgar o valor ou a aceitabilidade das hipóteses são: a relevância, a possibilidade de ser submetida a testes e a compatibilidade com outras hipóteses já confirmadas. 08) O axioma é uma hipótese que tem grande probabilidade de ser comprovada pela observação de experiências empíricas. 16) As teorias científicas não podem conter hipóteses, pois são compostas de teoremas, isto é, de proposições não sujeitas à demonstração. 029. (UEM) “Na cultura da chamada sociedade ocidental, a palavra razão origina-se de duas fontes: a palavra ratio e a palavra grega lógos. Essas duas palavras são substantivos derivados de dois verbos que têm um sentido muito parecido em latim e em grego. Lógos vem do verbo legein, que quer dizer contar, reunir, juntar, calcular. Ratio vem do verbo reor, que quer dizer contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular.” CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005, p. 61-62. Sobre os conceitos de lógos e ratio, assinale o que for correto. 01) Uma das diferenças entre lógos e ratio é que a primeira é uma atividade intelectual sintética, e a segunda, uma atividade intelectual analítica. 02) A ratio não se opõe à revelação, por isso os filósofos cristãos não distinguem a luz natural – a razão – da luz sobrenatural – a revelação. 04) A Filosofia grega da antiguidade clássica não conheceu o pensamento conceitual, pois o lógos representava o mundo apenas por meio de ideias. 08) A ratio é superior ao lógos, pois ela é composta de princípios lógicos, como o da não contradição, o do terceiro excluído e o da identidade, desconhecidos pelo lógos. 16) O desenvolvimento do lógos participou do processo de secularização da sociedade e da cultura da antiguidade clássica grega. Além disso, o desenvolvimento da ratio desempenhou um papel significativo no processo de secularização, advindo com o período histórico chamado de modernidade na cultura ocidental. 030. (UEM) A faculdade de imaginar tem, na história da Filosofia, diferentes acepções. Para os intelectualistas, é uma forma enfraquecida da percepção e, por isso, deformadora da realidade. Para o Romantismo alemão, ao contrário, é a faculdade artística por excelência, colocada acima da razão e do entendimento. Com base na afirmação acima, assinale o que for correto. 01) Para Sartre, a imaginação tem uma função irrealizadora, isto é, ela apresenta objetos ausentes, fazendo da consciência intencional uma consciência imaginante. 02) Na obra Crítica da razão pura, de Immanuel Kant, a função da imaginação é fornecer uma imagem a um conceito, razão pela qual a imaginação tem um papel formal no conhecimento. 04) Gaston Bachelard desprezou o papel da imaginação criadora, pois, fundamentalmente, o mundo deve ser objeto da experiência empírica. 08) Através da literatura e das artes cênicas, a experiência artística não se vale do papel produtivo da imaginação, já que utiliza exclusivamente a gramática da linguagem, os conceitos e a razão prática instrumental. 16) Destaca-se, nas teorias da imaginação, a relação da imagem com a analogia, isto é, a produção da semelhança no dessemelhante, tal como ocorre nas metáforas. 031. (UEM) Segundo Marilena Chauí, a metafísica consiste na construção de um sistema teórico a partir da investigação filosófica em torno de uma pergunta fundamental: “O que é?”. (CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005, p. 180). Com base na afirmação acima, assinale o que for correto. 01) David Hume, na obra Investigação sobre o entendimento humano, afirma que os tratados de metafísica deveriam ser lançados ao fogo, pois são compêndios de sofismas e ilusões. 02) O nome “metafísica” (meta: “depois”, “após” + tà physica: “aqueles da física”) surge por acaso. Andrônico de Rodes organizou as obras de Aristóteles sobre o tema, colocando-as depois dos tratados de Física ou da natureza. 04) Para Aristóteles, os livros de metafísica eram denominados de escritos de Filosofia primeira. 08) No séc. XVII, Jacobus Thomasius considerou que a palavra correta para designar os estudos de metafísica deveria ser “ontologia”. 16) Contemporaneamente, o estudo das essências e das causas primeiras de todas as coisas é chamado de holismo hiperbólico dos entes. 032. (UEM) O que caracteriza a filosofia é a coragem para enfrentar a tradição irrefletida, o distanciamento dos problemas imediatos da vida, a procura pela unidade do saber em face à pluralidade das ciências, a crítica da cultura e das ideologias, assegurando a racionalidade e a reflexão crítica. Sobre o exposto, assinale o que for correto. 01) Sócrates, no seu trabalho de maiêutica e ironia, enfrentou a sociedade do seu tempo e obteve a pena máxima, condenado a tomar cicuta. 02) Filósofo é aquele que pergunta e que transforma as respostas em perguntas, porque nenhum saber é eterno e isento de críticas em seus fundamentos. 04) A reflexão filosófica, por ser racional e abstrata, não tem aplicação prática, reproduzindo eternamente as mesmas perguntas sem sentido. 08) Com as teses do materialismo histórico de Karl Marx, a filosofia perdeu sua vocação prática de transformar a realidade e ficou ainda mais isolada, condenada à sala de aula e ao círculo dos intelectuais. 16) Mais do que um saber teórico, a filosofia é uma atitude e um modo de vida, pois não se trata de acumular verdades, mas radicalizar a dúvida e a insatisfação diante dos problemas fundamentais da existência. 033. (UEM) “Dizer que as indagações filosóficas são sistemáticas significa dizer que a Filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre os enunciados, opera com conceitos ou ideias obtidos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado.” (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed., São Paulo: Ática, 2008, p. 21). Assinale o que for correto. 01) A concepção de mundo de um povo, de uma cultura, de uma civilização com seu conjunto de ideias, de valores e de práticas pelas quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma deve ser considerada como filosofia. 02) Pela fé, a religião aceita princípios indemonstráveis e até mesmo aqueles que podem ser considerados irracionais pelo pensamento, enquanto a filosofia não admite indemonstrabilidade e irracionalidade de coisa alguma. Pelo contrário, o pensamento filosófico procura explicar e compreender mesmo o que parece ser irracional e inquestionável. 04) Como fundamento teórico e crítico, a filosofia ocupa-se com os princípios, as causas e as condições do conhecimento que pretende ser racional e verdadeiro, com a origem, a forma e o conteúdo dos valores éticos, políticos, religiosos, artísticos e culturais. 08) A filosofia é útil, pois permite superar, pela análise e pela reflexão crítica, a ingenuidade e os preconceitos do senso comum e oferece a possibilidade de libertar o homem das ideias despóticas que o subjugam a um poder dominante e ilegítimo. 16) A filosofia é exclusivamente teórica, isto é, contemplativa,por ser incapaz de incorporar, nos seus procedimentos metodológicos, a observação e a experimentação. 034. (UEM) O valor e a utilidade da filosofia têm sido, não raras vezes, postos sob suspeita. Uma visão acerca do filósofo é que ele divaga e perde-se em reflexões sobre questões abstratas que nada têm a ver com o cotidiano das pessoas. Em relação à natureza e à finalidade da filosofia, assinale o que for correto. 01) A filosofia é, em termos gerais, um esforço intelectual para se interpretar o mundo e os eventos que nele se passam, compreender o próprio homem e iluminar o agir que do homem se espera. 02) O termo filosofia foi utilizado durante vários séculos como nome geral para diferentes ramos do saber, como matemática, geometria, astronomia; isso muda a partir do século XVII com a revolução metodológica iniciada por Galileu e com o estabelecimento das ciências particulares pela delimitação de campos específicos de pesquisa. 04) Refletir sobre os valores, sobre os conceitos como liberdade e virtude faz parte da atividade do filósofo. Nessa medida, a filosofia apresenta-se como uma sabedoria prática que auxilia na orientação da vida moral e política, proporcionando o bem viver. 08) É consenso entre os cientistas que, porque na investigação filosófica o filósofo não verifica suas hipóteses, baseando-se na observação empírica, a filosofia não contribui para o progresso do conhecimento. 16) A história da filosofia constitui-se de teorias que se contradizem. Os filósofos discordam de tudo e uns dos outros, de modo que o pensamento crítico próprio da filosofia consiste em pôr em dúvida toda afirmação, jamais chegando a conclusões. HISTÓRIA DA FILOSOFIA (ANTIGA): 035. (UEM) “A ciência grega [...] não constituiu uma tecnologia verdadeira porque não aperfeiçoou a física. Mas por que, ainda uma vez, ela não o fez? Pelo que parece, porque não procurou fazê-lo. E isso, sem dúvida, porque ela acreditava que não era factível. De fato, fazer a física no nosso sentido do termo – e não naquele dado a esse vocábulo por Aristóteles – quer dizer aplicar ao real as noções rígidas, exatas e precisas das matemáticas, e, antes de tudo, da geometria. Uma tarefa paradoxal, caso houvesse, porque a realidade, aquela da vida cotidiana, no meio da qual nós vivemos, não é matemática. Nem mesmo matematizável.” (KOYRÉ, A. Du monde de l’àpeuprès à l’univers de la précision. In ARANHA, M. Filosofar com textos: temas e história da filosofia, São Paulo: Moderna, 2012, p. 176). A partir do texto citado, é correto afirmar: 01) Para os filósofos gregos, na vida cotidiana não se faziam necessários conhecimentos matemáticos. 02) Os filósofos gregos desconheciam a matemática e por isso foram incapazes de produzir conhecimentos físicos. 04) O conhecimento físico em nossos dias pressupõe um conhecimento matemático em razão da ciência moderna ser matematizável. 08) A física aristotélica buscava uma explicação racional do mundo sem recorrer à fundamentação matemática. 16) A matematização da ciência moderna é resultado de sua exigência por rigor e precisão, algo inerente a esse tipo de conhecimento. 036. (UEL-2003) “Você está acompanhando, Sofia? E agora vem Platão. Ele se interessava tanto pelo que é eterno e imutável na natureza quanto pelo que é eterno e imutável na moral e na sociedade. Sim... para Platão tratava-se, em ambos os casos, de uma mesma coisa. Ele tentava entender uma ‘realidade’ que fosse eterna e imutável. E, para ser franco, é para isto que os filósofos existem. Eles não estão preocupados em eleger a mulher mais bonita do ano, ou os tomates mais baratos da feira. (E exatamente por isso nem sempre são vistos com bons olhos). Os filósofos não se interessam muito por essas coisas efêmeras e cotidianas. Eles tentam mostrar o que é ‘eternamente verdadeiro’, ‘eternamente belo’ e ’eternamente bom’.” (GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 98.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, assinale a alternativa correta. a) Para Platão, o mundo das ideias é o mundo do “eternamente verdadeiro”, “eternamente belo” e “eternamente bom” e é distinto do mundo sensível no qual vivemos. b) Platão considerava que tudo aquilo que pode ser percebido diretamente pelos sentidos constitui a própria realidade das coisas. c) Platão considerava impossível que o homem pudesse ter ideias verdadeiras sobre qualquer coisa, seja sobre a natureza, a moral ou a sociedade, porque tudo é sonho e ilusão. d) Para Platão, as ideias sobre a natureza, a moral e a sociedade podem ser explicadas a partir das diferentes opiniões das pessoas. e) De acordo com Platão, o filósofo deve preocupar-se com as coisas efêmeras e cotidianas do mundo, tidas por ele como as mais importantes. 037. (UEL-2004) “Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se reúnem.” (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.) Com base no texto, assinale a alternativa correta. a) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia “no começo”, ou seja, no momento original. b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais. c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode ser compreendida racionalmente. d) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da totalidade dos mesmos está além da capacidade humana. e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas explicações podem ser racionalmente compreendidas. 038. (UEL-2005) “- Mas a cidade pareceu-nos justa, quando existiam dentro dela três espécies de naturezas, que executavam cada uma a tarefa que lhe era própria; e, por sua vez, temperante, corajosa e sábia, devido a outras disposições e qualidades dessas mesmas espécies. - É verdade. - Logo, meu amigo, entenderemos que o indivíduo, que tiver na sua alma estas mesmas espécies, merece bem, devido a essas mesmas qualidades, ser tratado pelos mesmos nomes que a cidade”. (PLATÃO. A república. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. p. 190.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a justiça em Platão, é correto afirmar: a) As pessoas justas agem movidas por interesses ou por benefícios pessoais, havendo a possibilidade de ficarem invisíveis aos olhos dos outros. b) A justiça consiste em dar a cada indivíduo aquilo que lhe é de direito, conforme o princípio universal de igualdade entre todos os seres humanos, homens e mulheres. c) A verdadeira justiça corresponde ao poder do mais forte, o qual, quando ocupa cargos políticos, faz as leis de acordo com os seus interesses e pune a quem lhe desobedece. d) A justiça deve ser vista como uma virtude que tem sua origem na alma, isto é, deve habitar o interior do homem, sendo independente das circunstâncias externas. e) Ser justo equivale a pagar dívidas contraídas e restituir aos demais aquilo que se tomou emprestado, atitudes que garantem uma velhice feliz. 039. (UEM) “O prazer é o início e ofim de uma vida feliz. Com efeito, nós o identificamos com o bem primeiro e inerente ao ser humano, em razão dele praticamos toda escolha e toda recusa, e a ele chegamos escolhendo todo bem de acordo com a distinção entre prazer e dor. Embora o prazer seja nosso bem primeiro e inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles nos advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo.” (EPICURO. Carta sobre a felicidade. In ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2009, p. 251). A partir desta citação de Epicuro, assinale o que for correto. 01) Felicidade e infelicidade são estabelecidas pelos efeitos do prazer e da dor. 02) O sentimento de prazer é inato à natureza humana. 04) Epicuro defende o prazer sem medidas. 08) O prazer corporal é um mal causado pelo pecado original. 16) O hedonismo de Epicuro não é imediatista, mas moderado. 040. (UEM) “É pois com direito que a filosofia é também chamada a ciência da verdade: o fim da [ciência] especulativa é, com efeito, a verdade, e o da [ciência] prática, a ação; porque, se os práticos consideram o como, não consideram o eterno, mas o relativo e o presente. E nós não conhecemos o verdadeiro sem [conhecer] a causa.” (ARISTÓTELES, Metafísica (L. II, cap. 1). Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 39-40). A partir do texto citado, assinale o que for correto. 01) Para Aristóteles, a verdade deve ser eterna e imutável. 02) Segundo Aristóteles, a filosofia é a única ciência verdadeira. 04) Conhecer a causa de uma ação é conhecer a sua verdade. 08) Para Aristóteles, a verdade de algo se conhece por meio das causas desse algo. 16) Para Aristóteles, a ciência prática volta suas atenções para como as coisas estão dispostas e não para as causas destas. 041. (UEM) “[...] quanto à excelência moral, ela é o produto do hábito. [...] É evidente, portanto, que nenhuma das várias formas de excelência moral se constitui em nós por natureza, pois nada que existe por natureza pode ser alterado pelo hábito. [...] Portanto, nem por natureza nem contrariamente à natureza a excelência moral é engendrada em nós, mas a natureza nos dá a capacidade de recebê-la, e esta capacidade se aperfeiçoa com o hábito”. (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco in MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 53). A partir do texto citado, assinale o que for correto. 01) Segundo Aristóteles, alguém que nasce com falta de moralidade não poderá alterar essa condição de sua personalidade. 02) Segundo Aristóteles, o hábito significa a repetição de ações morais, com vista a seu aperfeiçoamento. 04) Segundo Aristóteles, as pessoas já nascem com excelências morais, isso é algo inato. 08) Segundo Aristóteles, a excelência moral é algo que os indivíduos podem ou não adquirir. 16) Segundo Aristóteles, todos os seres humanos possuem a capacidade de se aperfeiçoar moralmente. 042. (UEL-2003) “Embora nosso pensamento pareça possuir esta liberdade ilimitada, verificaremos, através de um exame mais minucioso, que ele está realmente confinado dentro de limites muito reduzidos e que todo poder criador do espírito não ultrapassa a faculdade de combinar, de transpor, aumentar ou de diminuir os materiais que nos foram fornecidos pelos sentidos e pela experiência.” (HUME, David. Investigação acerca do entendimento humano. Trad. de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 36. Coleção Os Pensadores.) De acordo com o texto, é correto afirmar que, para Hume: a) Os sentidos e a experiência estão confinados dentro de limites muito reduzidos. b) Todo conhecimento depende dos materiais fornecidos pelos sentidos e pela experiência. c) O espírito pode conhecer as coisas sem a colaboração dos sentidos e da experiência. d) A possibilidade de conhecimento é determinada pela liberdade ilimitada do pensamento. e) Para formar as ideias, o pensamento descarta os materiais fornecidos pelos sentidos. 043. (UEM) A história da filosofia possui momentos distintos (antiga, medieval, moderna e contemporânea), que marcam, de forma genérica, temáticas distintas (ser, razão, verdade, linguagem etc.) e escolas distintas (sofística, patrística, escolástica, fenomenologia, filosofia analítica etc.). Assinale, segundo os conceitos bases da tradição filosófica, o que for correto. 01) Chamamos de sofistas os filósofos cuja interlocução com Sócrates, Platão e Aristóteles é marcada pelo debate de ideias políticas e metafísicas. 02) Chamamos de pré-socráticos os filósofos preocupados com o princípio unificador da realidade. 04) Chamamos de fenomenologia a tradição empírico- racionalista que estuda a teoria das quatro causas: formal, material, eficiente e final. 08) Chamamos de patrística a filosofia de influência neoplatônica que surgiu a partir do século II com os Padres da Igreja, responsável pela formulação da base filosófica da doutrina cristã. 16) Chamamos de flovística a escola de Siracusa (Magna- Grécia) que toma como ponto de partida os ensinamentos de Pirro de Élis. 044. (UEL-2003) “Para concluir, acho que só há um caminho para a ciência – ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e apaixonarmo-nos por ele; casarmo-nos com ele, até que a morte nos separe – a não ser que encontremos outro problema ainda mais fascinante, ou a não ser que obtenhamos uma solução. Mas ainda que encontremos uma solução, poderemos descobrir, para nossa satisfação, a existência de toda uma família de encantadores, se bem que talvez difíceis, problemas filhos, para cujo bem-estar poderemos trabalhar, com uma finalidade em vista, até ao fim dos nossos dias.” (POPPER, Karl. O Realismo e o objetivo da ciência. Trad. de Nuno Ferreira da Fonseca. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997. p. 42.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre epistemologia, assinale a alternativa correta. a) Para a ciência e a filosofia, a solução dos problemas que elas mesmas propõem é um objetivo inatingível. b) Os problemas, filosóficos ou científicos, são prejudiciais à investigação. c) Para a investigação científica, ou filosófica, é irrelevante a existência de problemas. d) A ciência e a filosofia investigam problemas que constituem para elas o elemento motivador de suas próprias atividades. e) A ciência e a filosofia investigam problemas que não têm relação com a realidade. 045. (UEM) “É, pois, com direito que a filosofia é também chamada a ciência da verdade: o fim da [ciência] especulativa é, com efeito, a verdade, e o da [ciência] prática, a ação; porque, se os práticos consideram o como, não consideram o eterno, mas o relativo e o presente. E nós não conhecemos o verdadeiro sem [conhecer] a causa.” (ARISTÓTELES, Metafísica, livro II, cap. I. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 39-40). A partir do texto é correto afirmar que: 01) Aristóteles diferencia a ciência especulativa da ciência prática. 02) A ciência prática volta-se para conhecer as coisas relativas à ação humana. 04) A ciência especulativa busca conhecer como as coisas são, sua condição presente, sua relação. 08) Para Aristóteles, conhecer verdadeiramente algo é conhecer a sua causa. 16) Para Aristóteles a verdade é eterna e imutável. 046. (UEM) “[...] Talvez alguém diga: ‘Sócrates, será que você não pode ir embora, nos deixar em paz e ficar quieto, calado?’ Ora, eis a coisa mais difícil de convencer alguns de vocês. Pois se eu disser que tal conduta seria desobediência ao deus e que por isso não posso ficar quieto, vocês acharão que estou zombando e não acreditarão. E se disser que falar diariamente da virtude e das outras coisas sobre as quais me ouvem falar e questionar a mim e a outros é o bem maior do homem e que a vida que não se questionanão vale a pena viver, vão me acreditar menos ainda.” (PLATÃO, Apologia de Sócrates, in MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 20). A partir do texto citado é correto afirmar que: 01) Sócrates não aceita a sentença de seus interlocutores porque a rebeldia e a não aceitação das ordens são próprias de um filósofo. 02) Sócrates defende uma atitude permanente de questionamento para os homens, sem a qual a vida não valeria a pena ser vivida. 04) Para Sócrates, o questionamento é mais do que um momento na vida humana, é uma conduta permanente que deve ser cultivada. 08) Para Sócrates, o questionamento é algo intrínseco da natureza humana e não somente dele, um filósofo. 16) Ao citar deus, Sócrates compreende que está zombando de seus interlocutores, pois seus questionamentos não possuem nenhuma relação com a religião. 047. (UEM) “Ao contrário de seus contemporâneos – como Parmênides – Heráclito não rejeitava as contradições e queria apreender a realidade na sua mudança, no seu devir. Todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento é diferente do que foi há pouco e do que será depois: ‘Nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio’, pois, na segunda vez, não somos os mesmos, e também as águas mudaram. Para Heráclito, o ser é múltiplo [...] por ele estar constituído de oposições internas. O que mantém o fluxo do movimento não é o simples surgimento de novos seres, mas a luta dos contrários [...]. É da luta que nasce a harmonia, como síntese dos contrários.” (ARANHA, M. L. de A. Filosofar com textos: temas e história da filosofia. São Paulo: Moderna, 2012, p.287). A partir desta afirmação sobre a filosofia de Heráclito, assinale o que for correto. 01) O princípio motor do movimento é a tensão de forças contrárias entre si. 02) Na Grécia arcaica ou pré-socrática, o curso dos rios não estava estabelecido, razão pela qual eles mudavam de lugar de um dia para outro. 04) O princípio do devir ou da transformação contínua visa compreender a ordenação cosmológica do mundo. 08) O surgimento de novos seres é explicado pela intermediação divina, criadora ex nihilo. 16) A multiplicidade do real é pensada a partir do princípio lógico de não contradição entre o ser e o não ser. 048. (UEM) “Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois o ser é, e o nada, ao contrário, nada é: afirmação que bem deves considerar. [...] Jamais se conseguirá provar que o não ser é; afasta, portanto, o teu pensamento desta via de investigação, e nem te deixes arrastar a ela pela múltipla experiência do hábito, nem governar pelo olho sem visão, pelo ouvido ensurdecido ou pela língua; mas com a razão decide da muito controvertida tese, que te revelou minha palavra. Resta-nos assim um único caminho: o ser é.” (PARMÊNIDES. Poema. In: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de Filosofia. RJ: Zahar, 2007, p. 13). A partir do trecho citado, assinale o que for correto. 01) Afirmar o que o ser é implica uma impossibilidade racional, visto ser impossível descobrir a natureza das coisas. 02) Investigar o que é o ser implica fazer um discurso afirmativo sobre a natureza de algo. 04) As experiências sensíveis não são suficientes para provar a natureza do ser ou o que ele é. 08) Sobre o não ser, o que se pode afirmar é sua impossibilidade, sendo vedado afirmar qualquer coisa. 16) O não ser é impossível de ser demonstrado racionalmente. 049. (UEL-2003) “Se chegasse à nossa cidade um homem aparentemente capaz, devido à sua arte, de tomar todas as formas e imitar todas as coisas, ansioso por se exibir juntamente com os seus poemas, prosternávamo-nos diante dele, como de um ser sagrado, maravilhoso, encantador, mas dir-lhe-íamos que na nossa cidade não há homens dessa espécie, nem sequer é lícito que existam, e mandá-lo-íamos embora para outra cidade, depois de lhe termos derramado mirra sobre a cabeça e de o termos coroado de grinaldas.” (PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p. 125.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a arte em Platão, é correto afirmar: a) Platão é contrário à imitação, por ela ser a “aparência da aparência” ou uma cópia da realidade, num nível inferior. b) Platão valoriza a presença dos artistas nas cidades, por sua capacidade de imitar todas as coisas. c) Platão concebe a imitação como uma atividade que, ao invés de copiar aparências, imita emoções e ações. d) Platão valoriza os poemas porque eles, apesar de imitarem as coisas, proporcionam um grande prazer sensível. e) Platão admite a possibilidade de a imitação adquirir uma perspectiva positiva, desde que seja concebida como contendo uma visão que se afaste da sofística. 050. (UEM) “É, pois, manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a quididade (essência) (o ‘porquê’ reconduz- se pois a noção última, e o primeiro ‘porquê’ é causa e princípio); a segunda [causa] é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde [vem] o início do movimento; a quarta [causa], que se opõe à precedente, é o ‘fim para que’ e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento).” (ARISTÓTELES. Metafísica, livro I, cap. III. Coleção Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 16). A partir do trecho citado e com base nos conhecimentos da filosofia de Aristóteles, assinale o que for correto. 01) As causas são os princípios dos seres. 02) Conforme o texto, só há uma única causa de todos os seres. 04) A terceira causa, também conhecida como gênese ou origem, opõe-se à quarta causa, que é a finalidade ou o fim de algo. 08) A matéria de algo é causa na medida em que não pode existir ser ou substância sem matéria. 16) O conhecimento verdadeiro de algo implica o conhecimento de suas causas. 051. (UEM) “O surgimento da polis como a primeira experiência de vida pública enquanto espaço de debate e deliberação tornou- se campo fértil para o florescimento da filosofia. Na praça pública, Sócrates interrogava os homens e criava um novo método de reflexão que a história conheceu como a ironia e a maiêutica” (Filosofia. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 43). Com base nessa afirmação e nos conhecimentos sobre a filosofia de Sócrates, assinale o que for correto. 01) Ao afirmar que “só sei que nada sei”, Sócrates inicia, ainda que de forma irônica, a busca filosófica pelo verdadeiro conhecimento. 02) A maiêutica socrática consiste na prática de ajudar as pessoas a encontrar a verdade que traziam em si mesmas, ainda que elas não soubessem. 04) A prática de interrogar a tudo e a todos não incomodou o poder constituído e levou Sócrates a ser condecorado pelos cidadãos de Atenas como exemplo a ser seguido. 08) Assim como os sofistas, a filosofia de Sócrates acontece na praça pública de Atenas e promove um debate amplo sobre o que é o cidadão e o que deve ser a cidade. 16) A ironia é uma forma de tratar o saber e aparece na história também como reação ao dogmatismo, isto é, quando existem verdades impostas pelas crenças ou pela autoridade, impedindo as pessoas de pensarem livremente. 052. (UEM) “O prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Com efeito, nós o identificamos com o bem primeiro e inerente ao ser humano, em razão dele praticamos toda escolha e toda recusa e a ele chegamos escolhendo todo bem de acordo com a distinção entre prazer e dor. Embora o prazer seja nosso bem primeiro e inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles nos advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo”(EPICURO. Carta sobre a felicidade. In: ARANHA, M. Filosofar com textos: temas e história da filosofia. São Paulo: Moderna, 2012, p. 330). A partir do trecho citado, assinale o que for correto. 01) Todos os seres humanos buscam prazer sempre e em tudo, evitando toda e qualquer dor. 02) Os prazeres imediatos anulam as dores que podem decorrer desses. 04) Dor e prazer não são contraditórios, pois de atos dolorosos podem advir situações prazerosas e vice-versa. 08) A noção de prazer não está ligada somente à sensação imediata, mas aos efeitos que uma ação pode gerar no ser humano. 16) A busca da felicidade na vida não se restringe a escolhas prazerosas, mas a ações que geram prazer, apesar de essas conterem, às vezes, algumas doses de sacrifício. 053. (UEM) “Acostuma-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo bem e todo mal residem nas sensações, e a morte é justamente a privação das sensações. A consciência clara de que a morte não significa nada para nós proporciona a fruição da vida efêmera, sem querer acrescentar-lhe tempo infinito e eliminando o desejo de imortalidade. Não existe nada de terrível na vida para quem está perfeitamente convencido de que não há nada de terrível em deixar de viver. É tolo, portanto, quem diz ter medo da morte, não porque a chegada desta lhe trará sofrimento, mas porque o aflige a própria espera.” (Epicuro, Carta sobre a felicidade [a Meneceu]. São Paulo: ed. Unesp, 2002, p. 27. In: COTRIM, G. Fundamentos da Filosofia. SP: Saraiva, 2006, p. 97). A partir do trecho citado, é correto afirmar que 01) a morte, por ser um estado de ausência de sensação, não é nem boa, nem má. 02) a vida deve ser considerada em função da morte certa. 04) o tolo não espera a morte, mas vive apoiado nas suas sensações e nos seus prazeres. 08) a certeza da morte torna a vida terrível. 16) a espera da morte é um sofrimento tolo para aquele que a espera. 054. (UEM) Uma das obras de Platão (428-347 a.C.) mais conhecidas é A República, na qual se encontra o mito da caverna. “Platão imagina uma caverna onde pessoas estão acorrentadas desde a infância, de tal forma que, não podendo ver a entrada dela, apenas enxergam o seu fundo, no qual são projetadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde há uma fogueira. Se um desses indivíduos conseguisse se soltar das correntes para contemplar, à luz do dia, os verdadeiros objetos, ao regressar, relatando o que viu aos seus antigos companheiros, esses o tomariam por louco e não acreditariam em suas palavras.” (ARANHA, M.L.A. e MARTINS, M.H. Filosofando: introdução à filosofia. 3.ª ed. revista. São Paulo: Moderna, 2003, p.121). Sobre a citação acima e o alcance epistemológico do mito da caverna, assinale o que for correto. 01) As imagens produzidas na caverna são sombras que podem ser confundidas com a realidade. 02) A todo aquele que sai da caverna é vetada a possibilidade de retorno. 04) A imagem da fogueira se contrapõe, fora da caverna, à presença do sol, responsável pela verdadeira luz. 08) Tal qual o mito da Esfinge, decifrado por Édipo, Platão descreve três estados da humanidade: infância, juventude e maturidade. 16) Tal qual o mundo sensível, ilusório e efêmero, as imagens da caverna possuem um grau ontológico deficitário ou duvidoso. 055. (UEM) Protágoras de Abdera (480-410 a.C.) é considerado um dos mais importantes sofistas. Ensinou por muito tempo em Atenas, sendo atribuído à sua autoria a seguinte máxima da filosofia: “O homem é a medida de todas as coisas”. Sobre Protágoras e os sofistas, assinale o que for correto. 01) De forma semelhante a pensadores contemporâneos, os sofistas problematizam a multiplicidade de perspectivas do conhecimento. 02) O relativismo de Protágoras pode ser defendido filosoficamente a partir da percepção do movimento, tese já defendida anteriormente por Heráclito. 04) Platão e Aristóteles contrapuseram-se aos sofistas, ao não defender o homem como medida de todas as coisas. 08) Em razão de seu humanismo, atribui-se a Protágoras a inversão coperniciana, isto é, a tese de que não é o sol que gira em torno da Terra, mas a Terra que gira em torno do sol. 16) O saber contido na frase de Protágoras é prático, além de teórico, ou seja, mobiliza o campo da filosofia para a retórica. 056. (UEM) Para Jean Pierre Vernant, o nascimento da filosofia, apesar de ser considerado um “milagre” grego, está ligado a condições históricas bem definidas. Entre as novidades materiais da época, destacam-se a moeda e a escrita, e, no plano político, a isonomia e a isegoria. Sobre o surgimento da filosofia na Grécia, assinale o que for correto. 01) O surgimento da filosofia pode ser entendido como passagem da palavra mágica (inspirada por deus) à palavra dialogada (discutida pelos homens). 02) A ágora, ou praça pública, é um lugar de debate político onde se discutiam os interesses dos cidadãos. 04) A assembleia dos guerreiros, que dava aos participantes direitos iguais, é considerada um modelo de isonomia e de isegoria. 08) A economia pré-monetária e a oralidade marcam um modelo de pensamento mítico e concreto. 16) Os primeiros filósofos são os sofistas, que apresentam, na academia de Atenas, um compêndio de fragmentos sobre a metafísica. 057. (UEM) Na Metafísica, Aristóteles afirma: “O ser se diz de muitos modos, mas se diz em relação a um termo único e única natureza e não de modo equívoco. [...] uns são ditos ser porque são substâncias, outros porque são afecções de substâncias, outros porque são um caminho para a substância, ou destruições, privações, qualidades, causas produtivas ou geradoras para a substância ou do que é dito relativamente da substância, ou são negações de uma delas ou da substância; por esta razão dizemos inclusive que o não ser é não ser” (ARISTÓTELES, Metafísica, livro IV, cap. 2. In: FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Volume 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p. 33-34). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Um ser pode ser a negação de uma substância. 02) Do ser pode-se gerar uma substância, sem que isso que a gerou seja necessariamente uma substância. 04) A substância é anterior e prioritária ao ser. 08) A substância é necessariamente um ser. 16) Uma das exigências da definição de ser é que ela seja unívoca. 058. (UEM) Afirma o filósofo Epicuro (séc. III a.C.), conhecido pela defesa de uma filosofia hedonista: “(...) o prazer é o começo e o fim da vida feliz. É ele que reconhecemos como o bem primitivo e natural e é a partir dele que se determinam toda escolha e toda recusa e é a ele que retornamos sempre, medindo todos os bens pelo cânon do sentimento. Exatamente porque o prazer é o bem primitivo e natural, não escolhemos todo e qualquer prazer; podemos mesmo deixar de lado muitos prazeres quando é maior o incômodo que os segue.” (EPICURO, A vida feliz. In: ARANHA, M. L.; MARTINS, M. P. Temas de filosofia. 3.ª ed. rev. São Paulo: Moderna, 2005, p. 228.) Considerando os conceitos de Epicuro, é correto afirmar que 01) estudar todo dia não é bom porque a falta de prazer anula todo conhecimento adquirido. 02) todas as escolhas são prazerosas porque naturalmente os seres humanos rejeitam toda dor. 04) comer uma refeição nutritiva e saborosa em demasia é ruim porque as consequências são danosas ao bemestar do corpo. 08) a beleza corporal é uma finalidade da vida humana porque o prazer de ser admirado é a maior felicidade para o ser humano. 16) o prazer não é necessariamente felicidade porque ele pode gerar o seu contrário, a dor. 059. (UEM) Os sofistas são conhecidos por serem os “antifilósofos”, os adversários preferidos dos primeiros filósofos gregos. Entre as acusações a eles endereçadas estava que “aboliram o critério, porque afirmam que todas as aparências e todas as opiniões são verdadeiras e que a verdade é algo relativo, pois que tudo o que é aparênciaou opinião para um indivíduo existe [deste modo] para ele.” (MARQUES, M. P. Os sofistas: o saber em questão. In: FIGUEIREDO, V. de (Org.) Filósofos na Sala de Aula. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2007, v. 2, p. 31). Sobre a atitude filosófica dos sofistas, é correto afirmar que 01) os sofistas não desejam a busca da verdade, pois essa era uma tarefa dos filósofos. 02) os sofistas não negavam a verdade, apenas apontavam os problemas relativos à sua aquisição. 04) os sofistas apresentavam, com suas contraargumentações, problemas relevantes para os filósofos. 08) filósofos e sofistas perfazem duas personagens relevantes da filosofia na Grécia antiga. 16) os sofistas pretendiam desmascarar os filósofos na sua capacidade de desvirtuar e iludir a juventude. 060. (UEM) Para Platão, o mundo sensível, que se percebe pelos sentidos, é o mundo da multiplicidade, do movimento, do ilusório, sombra do verdadeiro mundo, isto é, o mundo inteligível das ideias. Sobre a filosofia de Platão, assinale o que for correto. 01) É com a teoria da reminiscência que Platão explica como é possível ultrapassar o mundo das aparências; essa teoria permite explicar como os sentidos servem apenas para despertar na alma as lembranças adormecidas do mundo das ideias. 02) Para Platão, um homem só é um homem enquanto participa da ideia de homem. 04) A epistemologia e a filosofia política são, para Platão, duas áreas de conhecimento dissociadas, pois a política deve se submeter à realidade dos acontecimentos e não pode ser orientada por um mundo ideal. 08) Platão distingue quatro graus de conhecimentos: crença, opinião, raciocínio e intuição intelectual. O raciocínio, que se realiza de maneira perfeita na matemática, purifica o pensamento das crenças e opiniões e o conduz à intuição intelectual, ao verdadeiro conhecimento, isto é, às essências das coisas – às ideias. 16) A teoria cosmológica do primeiro motor imóvel e a teoria estética da mímesis, de Aristóteles, fundamentam-se na teoria platônica da participação entre o mundo fenomênico e o mundo das ideias. 061. (UEM) São designados sofistas os interlocutores de Sócrates e Platão, pertencentes ao século V a.C., que deram enfoque antropológico a questões morais, políticas e metafísicas que debatiam. Sobre a filosofia dos sofistas, assinale o que for correto. 01) A palavra sofista vem de sophos, “sábio”, pois designava os professores da sabedoria. Adquiriu, posteriormente, sentido pejorativo, em virtude da utilização de raciocínios capciosos, chamados “sofismas”. 02) O pensamento dos sofistas foi valorizado por Georg Wilhelm Hegel, no século XIX, que chamava o período em que viveram de “Aufklärung grega”, comparado ao Iluminismo do século XVIII. 04) Os sofistas não representam a nobreza aristocrática enraizada de Atenas, razão pela qual não praticavam a filosofia por amor à sabedoria, como Sócrates, Platão e Aristóteles, uma vez que, para garantir o subsistência, cobravam por suas aulas. 08) Platão, na obra Teeteto, opõe-se radicalmente a Protágoras, autor da afirmação “o homem é a medida de todas as coisas”. 16) Pelo teor fortemente relativista em suas teses sobre a origem das espécies, Aristóteles também pode ser considerado um sofista. 062. (UEM) A filosofia ocidental origina-se na Jônia e na Magna Grécia. Entre os primeiros filósofos jônicos, destacam-se os nomes de Anaxágoras, Anaximandro, Anaxímenes e Tales de Mileto. Sobre o pensamento dos filósofos jônicos, assinale o que for correto. 01) Os filósofos jônicos polemizaram contra Sócrates e refutaram a filosofia socrática por considerá-la incapaz de fundamentar qualquer verdade e, por conseguinte, conduzir os homens ao ceticismo. 02) Sócrates criticava o caráter metafísico e subjetivista da filosofia jônica, pois acreditava que a filosofia deveria indagar a realidade objetiva. 04) Empédocles, filósofo da Magna Grécia, concordava com os jônicos no que se referia à procura da origem, isto é, a arché do cosmos na physis; todavia, Empédocles discordava dos jônicos, quando eles procuravam a origem em um único elemento da matéria. 08) A filosofia jônica distingue-se da representação mítica do mundo, pois rompe com uma explicação monogenética e sobrenatural da origem do cosmos, além de apresentar uma concepção natural e pluralista do universo. 16) A filosofia pré-socrática, que inclui a escola jônica, desenvolveu-se durante um período de grandes mudanças históricas ocorridas no nível jurídicopolítico da organização social da Grécia antiga. 063. (UEM) As considerações científicas da antiguidade, com o desenvolvimento da matemática, da geometria, da astronomia, da medicina, da física mecânica etc., representam o gênio e a capacidade humana de compreender e explicar os fenômenos da natureza. Sobre a ciência na antiguidade, assinale o que for correto. 01) No pensamento pré-socrático, ciência e Filosofia estão unidas, pois o estudo da arché, princípio de todas as coisas, envolve a consideração de questões que, hoje, poderíamos chamar de científicas. 02) No Egito e na Grécia antiga, o desenvolvimento da matemática e da geometria está ligado ao conhecimento prático, cujo exemplo pode ser encontrado no teorema de Pitágoras: “o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”, que representa a possibilidade de calcular a altura de uma pirâmide. 04) O “juramento hipocrático”, que homenageia o pai da medicina, Hipócrates de Cós (século V a.C.), manifesta a prática de concepções mágicas e supersticiosas com o corpo humano, na origem da ciência médica. 08) Entre os antigos, destaca-se um período de desinteresse dos romanos pela ciência. Os romanos eram notáveis como civilização essencialmente prática e pouco dada a especulações teóricas. 16) Após a morte de Alexandre, o Grande, a ciência matemática de Euclides, preocupada com o tao da física e o quantum da matéria, ocupa um lugar de destaque na cidade de Alexandria. 064. (UEM) Ordem e desordem são princípios presentes nos deuses olímpicos (forças medidas) e nos deuses titânicos (forças desmesuradas, fora de medida), respectivamente, representantes da passagem do caos para a ordem, conforme a descrição mítica do mundo, anterior ao surgimento da Filosofia. Sobre a herança mítica na Filosofia, assinale o que for correto. 01) Sófocles, Aristófanes, Hesíodo e Homero são autores que legaram à Filosofia a compreensão mítica, não racionalizada, do pensamento grego arcaico. 02) O livro do Gênesis, na Bíblia Sagrada, contém o ato divino da criação do mundo, presente no primeiro capítulo da Teogonia, de Hesíodo. 04) O advento da pólis e a invenção da moeda e da escrita colaboraram para a passagem do mito à razão filosófica, que está direcionada para as questões do tempo presente. 08) A finalidade dos concursos trágicos, no século V a.C., é a de fazer renascer, nos habitantes da polis, aspectos do mito, sob a forma do drama. 16) Segundo a elaboração do mito, Édipo é o primeiro cidadão que defende o livre arbítrio e uma explicação racional para a permanência, a mudança e a continuidade das coisas. 065. (UEM) A filosofia de Epicuro (341 a 240 a.c.) pode ser caracterizada por uma filosofia da natureza e uma antropologia materialista; por uma ética fundamentada na amizade e a busca da felicidade nos princípios de autarquia (autonomia e independência do sujeito) e de ataraxia (serenidade, ausência de perturbação, de inquietação da mente). Sobre a filosofia de Epicuro, assinale o que for correto. 01) A filosofia de Epicuro fundamenta-se no atomismo de Demócrito. Epicuro acredita que a alma humana é formada de um agrupamento de átomos que se desagregam depois da morte, mas que não se extinguem, pois são eternos, podendo reagrupar-se infinitamente. 02) Para Epicuro, a amizade se expressa, sobretudo, por meio do engajamento político como forma de amar todos os homens representados pela pátria. 04) Epicuro, como
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