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A1 e A2 COMPLETO-RESUMO DE FILOSOFIA E LÓGICA

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RESUMO DE FILOSOFIA E LÓGICA – MATÉRIA DA UNIDADE 1 A 6 – ATÉ PÁG 112 DA APOSTILA
Pensamento da Filosofia e Lógica na Faculdade: 
A disciplina de Filosofia será apresentada sob esta forma de ver nosso percurso pela universidade: eu chego à faculdade onde serei iniciado numa tradição de conhecimento que está, por sua vez, conectada intimamente com a história do pensamento e do conhecimento da humanidade. Ao final disso, serei um iniciado capaz de perpetuar essa tradição, transmitindo e ampliando seus conteúdos. Tornar-me-ei um membro legítimo de um grupo de seres humanos que durante milênios perseguiram o seu desejo de conhecer o mundo que os rodeia, a sociedade e a si mesmos.
CAP.01 – A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA
Difícil se torna entender a definição de Filosofia sem se possuir uma vivência, por mais insignificante que seja acerca dos seus “problemas” 
fundamentais. Não se pode estudar um Compêndio (Compêndio: Estudo introdutório e sintetizado de uma determinada disciplina ou assunto) sem a mínima vivência e assim poder aplicá-la a situações concretas e deduzir daí como procede a reflexão filosófica. Pois bem, afinal de contas, por que é necessário estudar Filosofia?
Segundo Porta (2002, p. 25), “para quem não se dedicou a um estudo sistemático da filosofia e tem um contato primário com essa disciplina, a impressão de um certo caos é inevitável”. Se o estudante de Filosofia não entende o que os Filósofos dizem “o que querem”, isso pode ser explicado pelo fato de que não se entende o “problema” que os Filósofos apresentam ou, ainda, porque não constata que existam “problemas”.
Motivo básico da falta de interesse pelo estudo da Filosofia.
A Filosofia se faz com “problemas”, que parecem sem fim. Quais são os “problemas” da Filosofia? Por incrível que pareça os “problemas” fundamentais da Filosofia se originam do “espanto” e da “perplexidade” que temos diante das coisas que parecem ser comuns a nós.
Espanto - Usa-se o termo “espanto” no sentido de admiração e inquietação diante da realidade. A primeira virtude do Filósofo, afirmava Platão, é o espanto (emgrego: thaumázein) que significa a capacidade de admirar e problematizar as coisas.
Assim, na visão de Garcia Morente (1970, p. 33-34): “Para abordar a Filosofia, para entrar no território da Filosofia, é absolutamente indispensável uma primeira disposição de ânimo. É absolutamente indispensável que o aspirante a filósofo sinta a necessidade de levar a seu estudo uma disposição infantil. Quem quiser ser filósofo necessitará infantilizar-se, transformar-se em menino.”
O “espanto” ou a “perplexidade” como o início de todo o processo da reflexão filosófica.
Se espantar diante das coisas, de se admirar é uma característica própria de todo ser humano. Do “espanto” e da “perplexidade” surge a nossa capacidade de interrogação, ou seja, de uma busca incessante de uma explicação. Esta atitude é comparada com a de uma criança ou um menino, como vimos na citação. Um sentimento de admiração, espanto e de uma curiosidade insaciável, como a de uma criança que inicialmente não compreende nada e para quem tudo está repleto de “problemas”. Etimologicamente (nesse sentido) a Filosofia é compreendida desta forma.
O termo “Filosofia” significava originariamente “amante da sabedoria”, tendo surgido com a famosa réplica de Pitágoras aos que o chamavam de “sábio”. Insistia Pitágoras em que sua sabedoria consistia unicamente em reconhecer sua ignorância, não devendo, portanto, ser chamado de “sábio”, mas apenas de “amante da sabedoria”.
A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo deriva de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer sabedoria e dela vem apalavra sophos, sábio. Pitágoras - Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos deuses, masque os homens podem desejá-la ou amá-la, tornando-se filósofos.
A FILOSOFIA É EXERCITAR O ATO DO QUESTIONAMENTO ATRAVÉS DO ESPANTO E DA PERPLEXIDADE:
Filosofia mantém acesa a capacidade humana de que nada é tão óbvio assim, por isso o espanto e perplexidade. Nada pode escapar ao olhar crítico de quem se espanta com os fatos. Quem se “espanta” também possui a capacidade de questionar, de duvidar, pois o “espanto” e a “perplexidade” são a base para a atitude questionadora da Filosofia.
A principal característica da Filosofia é o seu caráter de questionamento. Com ele entendemos a importância e a finalidade de se estudar a Filosofia.
A FILOSOFIA É O ATO DO QUESTIONAMENTO DO CONSENSO (O COMUM) COMO AS CRIANÇAS FAZEM:
De acordo com Iglesias (2002, p. 17):“Ora, quando uma sociedade em que as explicações estão prontas, onde as normas são aceitáveis sem discussão, a tendência é estagnar. As alterações, inevitáveis em qualquer comunidade humana, ficam por conta de fatores externos: mudanças climáticas, cataclismas, guerras,invasões... Mas onde há questionamento de tudo existe um princípio interno de transformação, e existe a permanente possibilidade de mudança.”
Como se pode notar pela citação da autora acima, na maioria das vezes a sociedade, em seu cotidiano, é repleta de crenças, muitas vezes “silenciosas”, em que as explicações “prontas” nos fazem aceitar as coisas e as ideias como sendo óbvias e naturais.
Ao acharmos como óbvias tais concepções, estas se tornam uma verdade incontestável, mas na verdade elas escondem ideias e valores falsos, parciais e preconceituosos.
Por que acreditamos nessas “verdades prontas”? Apenas acreditamos, na medida em que fazemos parte de uma sociedade que não estimula aquela curiosidade insaciável tal como a de uma criança. Pois, aquele para quem tudo resulta muito natural e óbvio, nunca poderá compreender que há uma falta de fundamentação, uma ambigüidade e uma incompatibilidade entre os fatos do cotidiano, isto é, da “experiência cotidiana”.
Assim, a Filosofia pressupõe uma “não-aceitação” às crenças e aos preceitos da “experiência cotidiana”.
Quando não aceitamos mais as coisas como óbvias, introduzimos na nossa atitude com a realidade certo distanciamento daquilo que é consenso, daquilo que é aceito por todos. Por esta atitude, somos instigados a questionar as crenças e os valores da “experiência cotidiana” e, ao questionarmos, exigimos respostas e justificações para as crenças e valores que dominam a sociedade.
O “espanto” e a “perplexidade” que temos das coisas significam nada mais do que o reconhecimento da nossa ignorância e, ao reconhecê-la, já estamos nos pondo diante de sua superação. Se nos espantamos com algo é porque este nos produz uma inquietação. Tal inquietação nos conduzirá a um amontoado de questionamentos e indagações a respeito de algo, nos distanciando da “experiência cotidiana”, que é a opinião da maioria.
Desta forma, esse distanciamento configura-se como uma diferenciação, não aceitar o costumeiro é se distanciar do consenso, do comum, isto é, daquilo que não contém a atitude questionadora da Filosofia.
A Filosofia tem como base a função de questionar, de refletir sobre os “fatos do cotidiano”. Assim, através da Filosofia, podemos conhecer a fundo a nossa capacidade de refletir e questionar.
A FILOSOFIA CONDUZ À LIBERDADE DO INDIVÍDUO.
Ao questionar e refletir podemos de transformar a realidade que nos cerca e a nós mesmos, assim praticamos a liberdade do pensamento.
Quem não questiona o consenso não pode escolher por si mesmo o curso de ação que irão adotar.
A Filosofia pode ser compreendida como uma ferramenta para o exercício de nossa liberdade, pois nos leva a refletir claramente, resultando no uso de nossa capacidade de escolha com mais plenitude.
FINALMENTE, POR QUE DEVEMOS ESTUDAR A FILOSOFIA?
Porque ela é a expressão mais profunda e plena da nossa liberdade. Ela representa a liberdade do refletir, do pensar e que, portanto, nos conduz a agirmos livremente. O estudo da Filosofia pressupõe que reflitamos e indagamos o sentido de nossas vidas,nossas ações e a realidade que nos rodeia, a situação do nosso país, os valores e as crenças da nossa sociedade etc.
A UTILIDADE DA REFLEXÃO FILOSÓFICA: Qual seria a utilidade da Filosofia em relação à realidade?
Na nossa sociedade atual é considerado útil aquilo que possui uma finalidade prática e imediata. Hoje, tudo que é feito possui uma razão de ser.
Segundo Chauí (2005, p. 24):“(...) Nossa sociedade considera útil o que nos dá prestígio, poder, fama e riqueza. Julga o útil pelos resultados visíveis das coisas e das ações, identificando sua possível utilidade, como na famosa expressão ‘levar vantagem em tudo. ’”
Sobre este aspecto, não há expectativa alguma de que a Filosofia contribua para a produção de riqueza material.
Se a Filosofia não traz riquezas, em muito menos nos dá prestígio ou poder. Por que, então há pessoas que se dedicam a essa atividade? Para que serve a filosofia?
Vamos refletir sobre a expressão “para que serve ?” .Essa expressão pressupõe uma visão utilitária das coisas.
A utilidade da Filosofia se faz presente quando, com e para com ela abandonamos as crenças e os valores pré-concebidos, que podem vir a governar as nossas vidas. Ela se faz útil quando através dela exercemos nossa capacidade de ser livre.
A Filosofia está disposta a recuperar a unidade do saber, e isso “pulveriza” uma gama especializações que resulta em uma perda de visão mais ampla do conhecimento humano.
A Filosofia procura questionar a validade dos métodos e critérios adotados pelas ciências, busca compreender e investigar as respostas à finalidade, ao sentido e ao valor da vida e de toda a realidade. Por este aspecto, ela torna-se o mais útil de todos os saberes.
A Filosofia possui uma utilidade, mas esta nada tem a ver com o sentido de utilidade que a nossa sociedade é regida, mas podemos ser questionados sobre estas razões, assim “ela é justamente a ciência com a qual, ou sem a qual, o mundo continua tal e qual!”.
EXERCÍCIOS DO CAP 1:
1. Complete a frase a abaixo.
“A __________ da Filosofia se faz presente quando, com e para com ela__________ as crenças e os valores pré concebidos. Ela se faz útil quando através dela exercemos nossa capacidade de ser livre. _____ , neste sentido, é não aceitar que os valores e as crenças sem __________ possam governar nossas vidas. Alémdisso, a Filosofia está disposta a __________ do saber na medida em que em nossos dias, o saber se “pulveriza” em uma gama de especializações que resulta em uma perda de visão mais ampla do _______________”.
a) Utilidade - abandonamos - ser livre - fundamento - recuperar a unidade -conhecimento humano.
b) Inutilidade - abandonamos - ser bom - esquecimento - recuperar a unidade -conhecimento desumano.
c) Utilidade - achamos - ser mau - esquecimento - recuperar a inutilidade -conhecimento humano.
d) Inutilidade - abandonamos - ser livre - fundamento -enumerar e unidade -conhecimento insano.
e) Utilidade - abandonamos - ser bom - esquecimento - recuperar a unidade -conhecimento inato.
2. Marque a única resposta incorreta:
a) Uma definição precisa do real significado do que é Filosofia é quase impraticável.
b) Do “espanto” e da “perplexidade” surge a nossa capacidade de interrogação.
X c) A questão acerca do que “para que serve?”, de antemão, pressupõe uma visão não-utilitária das coisas dos princípios.
d) A Filosofia pressupõe uma “não-aceitação” às crenças e aos preceitos da “experiência cotidiana”.
e) Na nossa sociedade atual é considerado útil aquilo que possui uma finalidade prática e imediata.
3. Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos Olímpicos (a esta mais importante da Grécia): as que iam para comerciar durante os jogos, ali estando apenas para servir aos seus próprios interesses e sem preocupação com as disputas e os torneios; as que iam para competir, isto é, os atletas e artistas (pois durante os jogos também havia competições artísticas: dança, poesia, música,teatro); e as que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar o desempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam. Este terceiro tipo de pessoa, dizia Pitágoras, é o:
a) Sofista.
b) Hermeneuta.
c) Médico.
X d) Filósofo.
e) Atleta.
4. Coloque (V) se a questão for verdadeira ou (F) se for falsa::
(F ) A utilidade da filosofia é facilmente perceptível.
(F ) A inutilidade da filosofia proclamada pelo senso comum decorre dele não tomar o significado de útil como aquilo que traz vantagem imediata.
(V ) A diferença entre ser útil e inútil depende do significado atribuído à palavra “útil”.
(V ) Muitas vezes o senso comum só percebe como útil aquilo que é empregado no seu dia-a-dia.
(F ) senso comum só utiliza a filosofia quando esta é atualizada.
X a)F – F – V – V – F
b) V – F – V – V – V
c) F – F – F – F – V
d) V – V – V – F – F
e) V – V – F – V – V 
5. Sabemos que os “problemas” fundamentais da Filosofia possuem uma origem bastante precisa. Quais são estes problemas fundamentais pelos quais a Filosofia se principia?
a) O inesperado e o absurdo
.b) O próprio ato de discordar.
X c) O “espanto” e a “perplexidade”.
d) A dúvida em relação ao existir.
e) O espanto e da falta de clareza das coisas.
6. Sabemos que Filosofia se opõe ao pensamento mítico. O que se pode entender por mito?
a) Um conjunto de livros e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos físicos por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
b) Um conjunto de narrativas e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos físicos por intermédio da linguagem matemática.
c) Um conjunto de livros e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de obras filosóficas por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
d) Um conjunto de narrativas e doutrinas, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos racionais por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
X e) Um conjunto de narrativas e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos fantasiosos por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
7. Qual o significado da palavra “Filosofia”?
a) Amigo dos preconceitos.
b) Liberdade de pensamento.
X c) Amante da sabedoria.
d) Questionamento.
e) Amante da disputa.
8. Marque a única afirmativa correta:
X a) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar as respostas à finalidade, ao sentido e ao valor da vida e de toda a realidade.
b) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar porque o consenso é útil para nossas vidas.
c) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar as respostas à finalidade, ao sentido e ao valor da consciência física e de toda a irrealidade.
d) Filosofia torna-se útil quando busca compreender e investigar as respostas à finalidade daquilo que não precisa possuir finalidade.
e) Filosofia torna-se inútil quando busca compreender e investigar as respostas à finalidade, ao sentido e ao valor da vida e de toda a realidade.
9. Para Garcia Morente (1970, p. 33-34):“Para abordar a Filosofia, para entrar no território da Filosofia, é absolutamente indispensável uma primeira disposição de ânimo. É absolutamente indispensável que o aspirante a filósofo sinta a necessidade de levar o seu estudo uma disposição infantil. Quem quiser ser filósofo necessitará infantilizar-se, transformar-se em menino”.Comente a afirmação de Morente, procurando evidenciar o aspecto de todo o processo da reflexão filosófica.
9 Resposta: Esta afirmação paradoxal de Garcia Morente nos coloca diante domais importante ou o ponto de partida de todos os “problemas” que irão permear o estudo da Filosofia, ou seja, o “espanto” ou a “perplexidade” como o início de todo o processo da reflexão filosófica. O que significa este “espanto” e tal “perplexidade” para com as coisas, com a realidade em que estamosinseridos? Ora, a capacidade de se espantar diante das coisas, de se admirar é uma característica própria de todo ser humano. Do “espanto” e da “perplexidade” surge a nossa capacidade de interrogação, ou seja, de uma busca incessante de uma explicação plausível para os fatos sobre os quais nos deparamos, pelas coisas que vivemos,sentimos, da nossa realidade e das coisas que ainda podemos esperar. Esta atitude é comparada com a de uma criança ou um menino, como vimos na citação de Morente. Doravante, o sentido de que a disposição do ânimo que se faz presente na origem do processo da reflexão filosófica deve consistir necessariamente em perceber e sentir por onde quer que for, tanto no âmbito de nossas vidas , tanto no âmbito da realidade que participamos, um sentimento de admiração, espanto e de uma curiosidade insaciável, como a de uma criança que inicialmente não compreende nada e para quem tudo está repleto de “problemas”.
10. Relacione a expressão “para que serve?” com a concepção do que é útil e do que é inútil na sociedade em que vivemos? 10 Resposta: Ora, na nossa sociedade atual é considerado útil aquilo que possui uma finalidade prática e imediata. Tudo se processa ou tem razão de existir se tiver uma aplicação prática que forneça algum resultado imediato, não é isso? Um exemplo deste fato é que todo mundo sabe que todo aquele que estuda engenharia, de uma maneira geral, irá participar da construção de edifícios, ruas, bairros, cidades etc. Todos sabem que a utilidade de se filmar um roteiro cinematográfico é, senão, para que as pessoas vejam o tal enredo sendo encenado e que ao assistirem ao filme pronto se emocionem, que se tal filme for bem aceito pelo público, seja merecedor de um Oscar e que ao ser visto por milhões de telespectadores, ele retorne em dividendos para seus produtores. Tudo hoje em dia é visto sob este aspecto finalístico, em que tudo que é feito possui uma razão de ser. A questão acerca do que "para que serve?", de antemão, pressupõe uma visão utilitária das coisas. No entanto, no sentido utilitário das coisas, não há como vislumbrar para que serviria a Filosofia. Aí então, poderíamos dizer a célebre expressão: a Filosofia não serve para nada! Mas, tal expressão só poderia fazer sentido se limitássemos a pensar a Filosofia através da possibilidade de que come ela se poderia obter uma utilidade econômica, isto é, obter lucro com a sua utilização. Se for assim, a Filosofia sempre permanecerá no direito de se manter inteiramente inútil.
RESPOSTAS UNIDADE 1: 1. A2. C3. D4. A5. C6. E7 C8 A
CAP 02 – AS DIVERSAS FORMAS DE INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE: SENSO COMUM, CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O CONHECIMENTO FILOSÓFICO.
As formas de interpretação da realidade:
Além da Filosofia existem outras formas sob as quais interpretamos a realidade e buscamos respostas para nossos problemas.
Para Buzzi (1992, p. 73),“A diferença do animal que vive no puro aberto, que não vê espaço e o tempo, o homem vê sempre dentro de uma moldura, define e delimita as coisas. Isso é o seu espaço. As coisas são vistas a partir desse espaço. São colhidas dentro de um determinado horizonte. Surge daí aquilo que chamamos de mundo, história, cultura, sociedade. Não vemos jamais as coisas puras em si, vemos a partir de uma representação, nas malhas de uma interpretação.”
Importante:
Todo indivíduo, ao nascer, já se encontra imediatamente inserido em um mundo previamente interpretado. Desde o nascimento, encontramos um “sistema” de coisas com uma significação definida, transmitida pela cultura de uma determinada sociedade. A interpretação da realidade é uma necessidade essencial do ser humano, pois surge da necessidade de resolver certos problemas impulsionados pelos mais variados interesses. Assim, de acordo com certos interesses, o homem interpreta a realidade das mais variadas formas.
As formas de se interpretar a realidade:
A interpretação da realidade pode ser explicada através do mito, do Senso Comum, da Ciência, da Filosofia e da Arte. Todos eles são formas de conhecimento, pois cada um, a seu modo, oferece uma resposta para os mais variados interesses do homem, atribuindo-lhes um sentido.
- O mito é um modo de interpretação da realidade em que ocorre o apelo ao sagrado na medida em que fornece segurança e conforto ao homem.
- O Senso Comum ou “conhecimento espontâneo” é a primeira compreensão do mundo resultante da herança do grupo a que pertencemos e das experiências atuais que continuam sendo efetuadas.
- A ciência procura descobrir o funcionamento da natureza através das relações de causa e efeito, busca o conhecimento objetivo e lógico, através de métodos desenvolvidos para manter a coerência interna de suas afirmações. Dotada de aplicabilidade, pode resultar em tecnologias que permitem ao homem intervir na natureza.
- A Filosofia traz um tipo de conhecimento que busca a origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana, numa abordagem “totalizante”.
- A Arte nos dá não o conhecimento de um objeto, mas de um mundo interpretado pela sensibilidade do artista e traduzido numa obra individual.
O SENSO COMUM E SUA CARCTERIZAÇÃO:
No seu cotidiano, o homem adquire espontaneamente um modo de entender e atuar sobre a realidade que o cerca.
IMPORTANTE:
Com efeito, podemos perceber que este tipo de conhecimento é um produto de uma prática que se faz social e historicamente. Todas as explicações para a vida, para as regras de comportamento, para o trabalho, para os fenômenos da natureza etc., passam a fazer parte das explicações para tudo o que observamos e “experimentamos”. Todos estes são elementos assimilados ou transformados de forma espontânea. Por isso, raramente há questionamento sobre outras possibilidades de explicações para a realidade. Acostumamo-nos a uma determinada compreensão de mundo e não mais questionamos, nos tornamos “conformistas de algum conformismo”.
Dotados de informações e interpretações que adquirem com a experiência de vida, os “homens comuns” procuram dar respostas às questões e às necessidades de seu mundo baseados num “conhecimento” existente cujo conjunto de formulações a ciência denomina: senso comum ou conhecimento espontâneo.
O QUE É O SENSO COMUM OU ESPONTÂNEO?
O senso comum é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer e interpretar a realidade, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos; é o saber que prevalece em nossas vidas diárias, aquele que é sem comprovação ou estudo, sem a aplicação de um estudo (método) mais cuidadoso e sem se haver refletido sobre algo que é afirmado como verdade.
Tipos de Frases do senso comum: “homem que é homem não chora”, “filho de peixe, peixinho é”, “Deus ajuda a quem cedo madruga”. Frases como estas, repetidas irrefletidamente no cotidiano, na verdade escondem ideias falsas, parciais e preconceituosas. Não refletem a verdade, são não fundamentadas. Não nos preocupamos com o porquê delas, até as defendemos, mas não sabemos como explicá-las, sem questioná-las.
O Senso Comum é um conhecimento superficial adquirido espontaneamente, sem preocupação com o método, com a crítica ou com a sistematização. É indisciplinar e ametódico, reproduz-se espontaneamente no suceder quotidiano da vida, é retórico e metafórico; não ensina, persuade.
As principais características do senso comum são:
• Subjetivo: Só exprime sentimentos e opiniões de um determinado grupo, varia de indivíduo para indivíduo, conforme as condições em que se vive;
• Natural: Transmitido de “pai para filho” quase como a característica genética - sem qualquer esforço consciente, sem intenção nem intervenção da vontade;
• Conservador: O novo, as mudanças, o desconhecido é evitado, pois exigiria maior empenho do pensamento e uma mudança de hábitos;
• Preconceituoso: Não há o costume de verificar e checar as informações, os valores e os comportamentos que são repetidos pela maioria.
• Fragmentário: Não percebe os fatos relacionados entre si, embora diferentes na aparência. Assim, as ideias desenvolvem-se independentemente umas das outras, opiniõescontrárias são submetidas ao mesmo tempo; algo dito agora pode ser negado por outra coisa dita logo depois;
•Espontâneo ou intuitivo: Surge como se não obedecesse a nenhuma determinação da razão, se faz por imitação e da associação por analogias.
É importante assinalar que o senso comum é uma forma válida de conhecimento e explicação da realidade, pois o homem precisa dele para se orientar, resolver ou superar suas necessidades imediatas do cotidiano.
Os pais, por exemplo, educam seus filhos mesmo não sendo psicólogos ou pedagogos e nem sempre os filhos de pedagogos ou psicólogos são mais bem educados.
O Senso Comum como sendo uma visão de mundo, uma explicação precária e fragmentada da realidade, possuindo o seu valor enquanto processo de construção e explicação do conhecimento e da realidade, ele deve ser superado por um tipo de explicação que o incorpore, que se estenda a uma concepção crítica e coerente e que possibilite, até mesmo, o acesso a um saber mais elaborado, como a ciência e a Filosofia.
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E SUA CARACTERIZAÇÃO:
CIÊNCIA: É um conhecimento racional, metódico, verificável e sistemático que visa estabelecer relações necessárias entre as coisas.
Nos dias atuais, a ciência reveste-se de um caráter especial: não é simplesmente uma habilidade especial, nem um conhecimento obtido como uso da razão sobre um objeto qualquer, mas sim um conhecimento rigoroso, sistematizado e demonstrado metodicamente.
A ciência ou o conhecimento científico passa a conceber os fatos do mundo através de uma explicação investigativa, cuja causa deve ser explicada e comprovada. Explicar uma causa é resolver um problema sobre o porquê de um fato. No entanto, no caso do conhecimento científico, somente se pode explicar um fato através da utilização de um método adequado.
IMPORTANTE:
A palavra método tem sua origem na língua grega (em grego, ‘meta’ quer dizer ‘através de’, ‘por meio’ de e ‘hodós’, ‘caminho’). O método,
portanto, sinaliza para a ciência que suas especulações precisam seguir um caminho para se obter resultados seguros, embora este caminho não lhe traga garantias do que se espera. “A ciência quer somente que seu bolo seja conforme a receita diz.”
O Método é um estranho caminho que nos leva a um lugar, mas não temos certeza que lugar é este. Assim, o método configura-se como um “roteiro de pesquisa”, ou seja, uma orientação que guia a ciência na busca das explicações sobre os fatos.
O Método garante que não se assumam certos procedimentos em desacordo com o procedimento científico.
O Método Científico pode ser resumido em quatro momentos principais: a observação, a hipótese, a experimentação e a generalização.
- A observação científica:pressupõe um conjunto de conhecimentos e informações prévias daquilo que se está observando.
- A hipótese científica: A observação científica pode originar uma hipótese científica. Por hipótese, deve-se entender uma explicação provisória que necessita de um amadurecimento maior e uma averiguação posterior.
-A experimentação científica: Com a Hipótese gerada, a observação se faz a partir de um artifício, pois o cientista forja uma situação em que o objeto de seu estudo pode receber um tratamento mais minucioso. Além disso, a ciência faz uso dos instrumentos que considera adequado para o controle do mesmo.
- A Generalização: Depois de confirmada a Hipótese através da experimentação, a generalização é a conclusão obtida em que seja aplicada a situações semelhantes àquela particularmente testada. Sendo o ponto de chegada de uma pesquisa científica.
Esta deve proceder de uma linguagem apropriada. A linguagem científica torna-se cada vez mais precisa, na medida em que utiliza a matemática como a linguagem específica da ciência, para evitar erros. Foi iniciada a partir do século XVII com Galileu Galilei. Depois deste, os acontecimentos do mundo são interpretados e representados matematicamente, portanto, experimentados e medidos.
As principais características do Conhecimento científico são:
• Sistematização: A ciência organiza-se em sistemas. Sistema é o caráter orgânico e coerente em que as hipóteses e conclusões da ciência estão dispostas;
• Verificação: As conclusões científicas são verificadas. Através destas experiências, uma hipótese é comprovada, tornando-se, uma Teoria;
• Operatividade: Consiste no conceito que somente tem valor científico se for definido mediante uma série de operações físicas, experiências e medidas idealmente possíveis;
• Objetividade: É o distanciamento de todo elemento afetivo e subjetivo, é ser independente dos “sentimentos pessoais”. A objetividade da ciência quer dizer que o seu conhecimento tem um caráter universal.
NO GERAL: A ciência pretende alcançar a determinação constante dos nexos, ou seja, a regularidade dos fenômenos, coma descrição do que acontece na realidade e suas causas próprias, suscetíveis de serem registradas pela experiência. A experiência permite fornecer uma uniformidade às investigações científicas, de modo que esta adquire mais objetividade.
O CONHECIMENTO FILOSÓFICO E SUA CARACTERIZAÇÃO:
Sua especificidade está no pensamento. O que diferencia o conhecimento filosófico é a maneira como problematiza as coisas. É uma reflexão crítica acerca dos fundamentos de todas as coisas.
Pode ser considerada uma ciência, mas uma ciência que possui a pretensão de obter as explicações mais complexas e profundas sobre todas as coisas, a partir de suas causas e seus fins últimos.
A Filosofia pretende saber as razões últimas de todos os seres, sem a preocupação de uma referência à experiência, pois a Filosofia parte da experiência vivida o que permite ir além da mera constatação científica.
IMPORTANTE:
O conhecimento filosófico é um saber crítico e conceitual. É uma forma de conhecimento que, a partir da reflexão rigorosa, radical e totalizante sobre o real,procura construir um conhecimento cada vez mais verdadeiro através da sua atitude questionadora, a fim de ultrapassar o caráter finito e óbvio da interpretação superficial que apresenta o Saber Comum.
As principais características do conhecimento filosófico são:
• A Filosofia é uma atividade racional, pois exige a utilização do pensamento. Torna viável a reflexão e acrítica, cuja principal finalidade é a procura da verdade e do sentido da existência humana. É a autonomia e a independência intelectual, ou seja, pensar por si mesmo;
• A Filosofia procura os fundamentos, as causas fundamentais da realidade de modo a encontrar a sua essência. Procura à razão de ser das coisas, o seu sentido geral, a verdade que se encontra por trás das aparências. Vai ao “por que” último das coisas;
• A Filosofia pressupõe inquietações que interessam a todos os homens. As inquietações próprias de toda a humanidade.
EXERCÍCIOS DO CAP 2:
1. Qual das alternativas abaixo é concernente à caracterização do caráter “subjetivo” do senso comum?
X a) Só exprime sentimentos e opiniões individuais de um determinado grupo, variando de indivíduo para indivíduo, conforme as condições em que se vive.
b) Transmitido de “pai para filho” quase da mesma forma como se transmitem as características genéticas - sem qualquer esforço consciente, sem intenção nem intervenção da vontade.
c) O novo, as mudanças, o desconhecido é evitado, pois exigiria maior empenho do pensamento e uma mudança de hábitos.
d) Não há o costume de verificar e checar as informações, os valores e os comportamentos que são repetidos pela maioria.
e) Não percebe os fatos relacionados entre si, embora diferentes na aparência. Assim, as ideias desenvolvem-se independentemente umas das outras,opiniões contrárias são submetidas ao mesmo tempo; algo dito agora, pode ser negado por outra coisa dita logo depois.
2. Complete a frase abaixo. No seu cotidiano, __________ adquire __________ um modo de entender e atuar sobre a _______ que o cerca.
a) O animal, criticamente, realidade.
b) O homem, criticamente, realidade.
X c) O homem, espontaneamente, realidade.
d) O animal, reflexivamente, realidade.
e) O homem, reflexivamente, realidade.3. Dentre as alternativas abaixo, qual delas caracteriza a “hipótese científica”?
X a) Deve-se entender como uma “explicação científica” provisória que necessita de um amadurecimento maior e uma averiguação posterior.
b) Deve-se entender como uma verificação inconseqüente e imprevisível.
c) Consiste no postulado de que todo e qualquer conceito científico so mentetem valor científico se for definido mediante uma série de operações físicas,experiências e medidas idealmente possíveis.
d) Consiste em uma hipótese, ou seja, uma conclusão obtida em que seja aplicada a situações semelhantes àquela particularmente testada.
e) Deve-se entender como uma atividade racional que exige a retrospectiva do pensamento.
4. Qual das alternativas a seguir refere-se à caracterização de “generalização”.
a) Capacidade de distanciamento de todo elemento afetivo e subjetivo, isto é, tendência a ser independente dos “sentimentos pessoais”.
b) Entende-se o caráter orgânico e coerente em que as hipóteses e conclusõesda ciência estão dispostas.
X c) Uma conclusão obtida em que seja aplicada a situações semelhantes àquela particularmente testada.
d) Entende-se o caráter orgânico e coerente em que as falácias e conclusões daciência estão dispostas.
e) Capacidade de congestionamento de todo elemento afetivo e objetivo, isto é,tendência a ser independente dos “sentimentos impessoais”.
5. Das alternativas abaixo, qual delas reapresenta uma característica do conhecimento filosófico?
a) Espontâneo.
b) Fragmentário.
c) Impreciso.
X d) Procura da verdade e do sentido da existência humana.
e) Desonesto.
6. Há muitos modos de se conhecer e interpretar a realidade que dependem da postura do homem frente às suas necessidades fundamentais. Quais são eles?
a) A hipótese, a lei, a generalização e a memorização.
X b) O mito, o Senso Comum, a Ciência, a Filosofia e a Arte.
c) O mito, o senso comum, a ciência, a memorização e a arte.
d) A lei, a regra, a generalização e a arte.
e) O mito, a hipótese, a generalização e a ciência.
7. Para Buzzi, o que diferencia o animal do homem?
X a) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto e não vê o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, vê sempre dentro de uma moldura pela qual define e delimita as coisas.
b) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto no qual estabelece uma relação com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, vê sempre dentro de umamoldura pela qual define e delimita as coisas.
c) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto no qual estabelece uma relação com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, é limitado à estrutura irracional.
d) Para Buzzi, o animal vive no puro aberto no qual não estabelece uma relação com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, vê sempre dentro de uma moldura pela qual define e delimita as coisas.
e) Para Buzzi, o animal, apesar de não viver no puro aberto, estabelece uma relação com o espaço e o tempo. O homem, por sua vez, não consegue ver dentro de uma moldura pela qual define e delimita as coisas.
8. Complete a seguinte frase:
“O ______ é um estranho caminho que nos leva a um lugar, mas não temos certeza que lugar é este. Assim, o método configura-se como ____________, ou seja, uma orientação que guia _______ na busca das explicações sobre os fatos. No entanto, é importante notar que a utilidade do método para a ciência não consiste em chegar a _________ dos seus problemas mais gerais, mas, sobretudo, em evitar que a sua atividade se perca enquanto procura resolver seus problemas”.
X a) Método, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões.
b) Vocabulário, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões.
c) Sentido, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões.
d) Método, um “roteiro de pesquisa”, o senso comum, conclusões.
e) Vocabulário, um “roteiro de pesquisa”, a ciência, conclusões.
9. Atente ao texto que se segue:
“Quando uma pessoa faz um bolo, segue a receita e incorpora uma série de informações para melhor sucesso do seu trabalho. Sabe que ao bater as claras dos ovos, elas crescem e tornam-se esbranquiçadas; sabe que não convém abrir o forno quando o bolo começa a cozinhar senão ele sola: que medida adequada de fermento faz o bolo crescer. Se fizer um pudim em “Banho-Maria”, sabe que uma rodela de limão na água evita o crescimento deste na vasilha, o que facilitará o trabalho posterior. Essa pessoa sabe tudo isso, mas não sabe explicar o porquê e como ocorrem esses fenômenos, não conhecendo as suas causas constitutivas”. (Autor desconhecido).
A) Identifique o tipo de conhecimento a que o texto se refere.
O Senso comum. 
B) Cite duas características deste tipo de conhecimento.
O aluno poderá citar entre muitas: Subjetivo; Natural; Conservador; Fragmentário; Espontâneo e Intuitivo.Também, acrítico, pré-científico, Dogmático.
10. O que significa a “Operatividade” e a “objetividade” no conhecimento científico?
A Operatividade consiste no postulado de que todo e qualquer conceito científico somente tem valor científico, se for definido mediante uma série de operações físicas, experiências e medidas idealmente possíveis e a objetividade significa a capacidade de distanciamento de todo elemento afetivo e subjetivo, isto é, tendência a ser independente dos “sentimentos pessoais”. 
A objetividade da ciência quer dizer, sobretudo, que o seu conhecimento tem um caráter universal.
Gabarito da Unidade 2
1. A2. C3. A4. C5. D6. B7.A8.A
CAP 03 – O NASCIMENTO DA FILOSOFIA E O SEU ESTABELECIMENTO ENQUANTO CONHECIMENTO RACIONAL.
A ORGEM DA FILOSOFIA
As questões que intrigavam os gregos, entre os séculos VI a.C. e IV a.C, na Ásia menor. Essa é a compreensão histórica do surgimento da Filosofia.
A Filosofia surge quando se abandona o mito, substituindo-o pela “explicação racional”. A “explicação racional” de que falamos é aquilo que o logos expressa, isto é, a razão. Assim, a Filosofia surge quando o logos (razão) substitui o mito na função de explicação da realidade.
Logos (razão) – Essa palavra sintetiza vários significados em português, como por exemplo, narrar, proferir, falar, refletir, mas daremos preferência ao seu significado como razão.
Esse novo modo de interpretar a realidade é considerado oposto ao pensamento mítico (mito). É como se na Grécia, no século VI a.C., os homens tomassem consciência de que a realidade que os cercava não era algo de tão misterioso, celestial e divino, mas ao contrário, podia ser perfeitamente conhecido através da razão ou de um discurso racional.
O descrédito ao mítico (mito) fez surgir a Filosofia (questionamento da realidade).
A questão do Mito 
Mito vem da palavra grega Mythos que significa discurso, rumor, palavra proferida, conselho e prescrição.
Na antiguidade, os mitos eram a principal forma de compreensão da realidade, da origem do universo e do funcionamento da natureza.
O mito é um conjunto de narrativas e doutrinas tradicionais dos poetas ou rapsodos (aedos) acerca do mundo, do homem e de Deus, caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos fantasiosos por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
Para Eliade (1986, p. 7):“(...) o mito narra como, graças às façanhas dos entes sobrenaturais, uma realidade que passou a existir, seja ela uma realidade total, isto é, o Cosmo ou apenas um fragmento: uma ilha, uma espécie vegetal, um comportamento humano, uma instituição. É sempre,portanto, uma narrativa de uma “criação”: Ele relata de que modo foi produzido e começou a ser. O mito fala apenas do que realmente ocorreu, do que se manifestou plenamente.”.
Conforme a citação acima, os mitos descrevem essencialmente a origem de alguma coisa (o universo, o homem,o mal, o trabalho, as estações do ano, etc.) através de uma linguagem própria e não-racional. A narração sobre a origem é designada de genealogia (essa palavra na terminologia grega génos, significa nascimento,tempo, origem,lugar e condição do nascimento), ou seja, uma narrativa acerca da geração, do nascimento de algo.
Segundo a obra mítica do poeta Grego Hesíodo (séc. VIII-VII a.C.) ‘Teogonia’. Nessa obra,Hesíodo declama que é a partir do “caos primordial” que surgem as divindades Eros (amor) e Gaia (terra). Esta, portanto, dá origem a Urano (céu) e Pontos (mar) sozinha, isto é, por meio da segregação. Depois, unindo-se a Urano graças à influência de Eros – princípio da coesão do universo -, Gaia dá início às gerações divinas.
“Noite pariu hediondo Lote, Sorte negra e Morte, pariu Sono e pariu a grei dos Sonhos. A seguir, Escárnio e Miséria cheia de Dor. Com nenhum conúbio divino pariu-os a Noite trevosa. As Hespérides que vigiam além do ínclito Oceano Belas macas de ouro e as árvores frutificantes Pariu e as Partes e as Sortes que punem sem dó: Fiadeira, Distributiz e Inflexível que os mortais tão logo nascidos dão haveres de bem e de mal (...)” (HESÍODO Apud SOUZA, 1995, p. 40).
Percebeu como a linguagem mítica é repleta de símbolos sobrenaturais, as “forças emergentes” vão se transformando em divindades: a Terra é Gaia, o Céu é Urano, o Tempo é Cronos. Esses seres nascem, ora da segregação, ora pela intervenção de Eros (Amor).Através do exemplo acima, entendemos que o pensamento mítico apela para uma explicação da realidade fazendo uso do sobrenatural e do mistério.
O mito não pode ser desprezado como uma interpretação da realidade, ele possui uma função muito importante dentro de uma cultura específica. Segundo Buzzi (1992, p. 81),“O conhecimento expresso em mitos traduz uma intelecção do ser de validade originária e primária, que se coloca num plano diferente da lógica racional, mas dotado de igual dignidade.”
Para Buzzi, o mito apesar de se contrapor à razão (lógica racional)t ambém possui a sua função coerente dentro do contexto da cultura Grega.
O mito acomoda e tranquiliza o ser humano diante dos acontecimentos do mundo, fornecendo uma base de sustentação para o bem viver.
De acordo com Marcondes (2001, p. 21), “De fato, desse ponto de vista, o pensamento mítico tem uma característica até certo ponto paradoxal. Se, por um lado, pretende fornecer uma explicação da realidade, por outro, recorre nessa explicação ao mistério e ao sobrenatural, ou seja, exatamente aquilo que não se pode explicar, que não se pode compreender por estar fora do plano da compreensão humana. A explicação dada pelo pensamento mítico esbarra assim no inexplicável, impossibilidade do conhecimento.”
Isto justifica porque a explicação mítica vai perdendo sua relevância dentro da sociedade grega e por isso nasce a Filosofia.
O NASCIMENTO DA FILOSOFIA: A PASSAGEM DO MITO À RAZÃO:
Utilizando o significado do mito na Grécia (inexplicável à compreensão humana) que afirmamos que o nascimento da Filosofia representa um rompimento, uma passagem do pensamento mítico para o pensamento racional.
A Filosofia não nasceu na Grécia repentinamente, é fruto de um longo processo o qual teve início com o pensamento mítico.
Mas, O que tornou possível o surgimento da Filosofia na Grécia no século VI a.C.? Quais as condições para que tal fato acontecesse?
IMPORTANTE:
Podemos apontar alguns fatores que levaram os Gregos a filosofar. Dentre eles, o comércio assume importância definitiva, possibilitando o desenvolvimento da moeda. A viagem entre os Gregos possibilitou a aquisição de novos conhecimentos técnicos e geográficos através do contato com outras civilizações e diferentes formas de vida. Nas mentes mais despertas, a sabedoria popular, representada pelos ensinamentos rotineiros dos poetas, começa a aparecer inadequada. No que diz respeito à moral, os valores bélicos e aristocráticos encontram-se defasados, já que as relações comerciais exigem normas de justiça e de direito como base para as trocas. O conhecimento dos outros povos pelos gregos cria a convicção de que cada povo e cada raça representavam de maneira diversa os deuses. Em suma, todos esses motivos levamos gregos a acreditar que a interpretação da realidade e da convivência humana deve assentar-se em bases inteligíveis e racionais.
A explicação racional (logos) começa quando a ideia de uma explicação divina sobre as coisas cede lugar a uma explicação proveniente da própria natureza. Por esta razão é que Aristóteles denomina os primeiros filósofos de físicos na medida em que as suas especulações buscam fornecer uma Explicação Causal dos processos e dos fenômenos naturais a partir de causas naturais (não míticas), ou seja, no âmbito da natureza e não em mundo sobrenatural e divino como as explicações míticas.
Explicação Causal (princípio fundamental da razão aplicada segundo o qual “todo o fenômeno possui um a causa”, “tudo o que acontece ou começa a ser supõe, antes dele, algo do qual resulta segundo uma regra” (Kant).
As especulações em buscadas causas (arché = princípio fundamental, retirados da natureza = physis) são, portanto, o objeto de investigação e preocupação dos primeiros filósofos, denominados de Pré-socráticos. Mas, arché não poderia ser de ordem sobrenatural e misteriosa, pois são os eventos naturais, denominados phisys.
Os Pré-socráticos procuravam como arché nada mais poderia ser do que a própria physis, ou seja, um princípio natural, proveniente da natureza.
Assim Tales de Mileto (primeiro filósofo), considerado o primeiro a especular a realidade sobre bases naturais sustentou ser a arché um princípio puramente natural (physis), veio da água (elemento natural e concreto). Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem a terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente resfriada.
Para Marcondes (2001, p. 25), não possui importância a escolha de Tales no que diz respeito à água como a sua physis, mas sim sua contribuição de formulação em bases próprias a ideia de um elemento primordial que fornece uma explicação não-divina ou sobrenatural como faziam os mitos, mas unicamente natural.
Quanto à busca da arché, um princípio originário, Tales aparece como iniciador da Filosofia, é porque seu esforço em busca de um princípio único da explicação da realidade não só constitui o ideal da Filosofia como também lhe forneceu o impulso para se desenvolver. Mas, muitos outros filósofos buscaram sua própria interpretação da arché e da physis: depois de Tales, Anaximandro e Anaxímenes compreenderam que a physis era o ar e o apeíron; Pitágoras era o número; Heráclito dizia ser o fogo; Demócrito o átomo. Todos possuíam uma ATITUDE CRÍTICA.
Atitude crítica - A palavra crítica vem do grego e significa capacidade de julgar, discernir e decidir corretamente. Também significa a atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma ideia, um valor ou um costume.
Encontrar a Arché e Physis; trata-se de uma interrogação filosófica ou a interpretação com a qual se inicia a Filosofia.
EXERCÍCIOS DA UNIDADE 3: 1. C 2. B 3. A 4. B 5. D 6. D 7.D 8. B
1. O que a problemática sobre a origem da filosofia pressupõe?
a) A pergunta como a Filosofia terminou, ou seja, como ocorre a sua finalização.
b) A pergunta como os Romanos não conseguiram inventar uma nova atitude de pensamento.
c) A indagação de como a Filosofia começa, ou seja, como ocorre o seu nascimento.
d) A pergunta sobre como a Filosofia não se desenvolveu no Brasil.
e) A pergunta sobre como a Filosofia iniciou-se juntamente com os mitos.
2. “Alguns historiadores da Filosofia costumam afirmar que a Filosofia surge quando se abandona o mito, substituindo-o pela “explicação racional.” Qual das alternativas abaixo explica a afirmação acima?
a) Isto quer dizer que o nascimento da Filosofia não pressupõe uma ruptura com nenhum modo de pensamento.
b) Isto quer dizer que o nascimento da Filosofia pressupõe uma ruptura com um modo de pensamento predominante na Grécia.
c) Isto quer dizer que o nascimento da Filosofia não interferiu em nada na estrutura predominante na Grécia.
d) Isto quer dizer que o nascimento da Filosofia nada tem a ver com uma ruptura na estrutura predominante na Grécia.
e) Isto quer dizer que o nascimento da Filosofia pode ser interpretado como uma convergência entre a poesia e a razão.3. Pode-se dizer que a filosofia surge quando:
a) o logos (razão) substitui o mito na função de explicação da realidade.
b) Tales observa que o fogo é o princípio de toda a realidade.
c) o logos (razão) substitui os Gregos na função de explicação da realidade.
d) a realidade passa a ser interpretada com um cunho fundamental mente religioso.
e) a realidade passa a ser interpretada com um cunho fundamentalmente surreal.
4. Dentre as alternativas abaixo, qual delas é diz respeito à caracterização de “Mito”?
a) Um conjunto de narrativas e doutrinas. O mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos racionais, por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
b) Um conjunto de narrativas e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos fantasiosos por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
c) Um conjunto de livros e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos físicos, por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
d) Um conjunto de narrativas e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferecer uma explicação da realidade através de um conjunto de relatos físicos, por intermédio da linguagem matemática. 
e) Um conjunto de livros e doutrinas, ou seja, o mito caracteriza-se por oferece uma explicação da realidade através de um conjunto de obras filosóficas, por intermédio de uma linguagem simbólica e misteriosa.
5. A relação entre o pensamento racional e o mítico é entendida de que forma?
a) Uma relação de dependência.
b) Uma relação de assimetria.
c) Uma relação de identidade.
d) Uma relação de oposição.
e) Uma relação de consignação.
6. Qual o correto significado do termo “genealogia”?
a) O uso genético de uma explicação.
b) A genética enquanto explicação misteriosa.
c) Um discurso racional acerca da geração.
d) Uma narrativa acerca da geração.
e) O uso fantasioso de uma causa racional.
7. Por que para Marcondes (2001) o mito é uma explicação paradoxal?
a) Porque se por um lado pretende fornecer uma explicação da realidade, por outro, recorre nessa explicação ao mistério e ao racional, ou seja, exatamente aquilo que não se pode explicar, que não se pode compreender por estar fora do plano da compreensão humana.
b) Porque se por um lado pretende fornecer uma explicação da realidade, por outro não consegue uma explicação suficiente do mistério e do sobrenatural, ou seja, exatamente aquilo que não se pode explicar, que não se pode compreender por estar fora do plano da compreensão humana.
c) Porque se por um lado pretende fornecer uma explicação da racionalidade humana, por outro recorre nessa explicação ao mistério e ao sobrenatural, ou seja, exatamente aquilo que não se quer explicar, pois não pode compreender aquilo que está fora do plano da compreensão humana.
d) Porque se por um lado pretende fornecer uma explicação da realidade, por outro recorre nessa explicação ao mistério e ao sobrenatural, ou seja, exatamente aquilo que não se pode explicar, que não se pode compreender por estar fora do plano da compreensão humana.
e) Porque se por um lado não pretende fornecer uma explicação da realidade, por outro pretende recorrer a uma explicação diferente do mistério e do sobrenatural, ou seja, exatamente aquilo que não se pode explicar, que não se pode compreender por estar fora do plano da compreensão humana.
8. Sobre o que se interrogavam os primeiros filósofos, podemos afirmar que:
a) os primeiros filósofos gregos buscavam compreender como a filosofia se emancipou do mito.
b) os primeiros filósofos gregos interrogam sobre a arché ou o princípio último.
c) os primeiros filósofos gregos buscavam compreender como a água era o princípio fundamental.
d) os primeiros filósofos gregos buscavam compreender porque o Eros e não o sol era o princípio das coisas.
e) os primeiros filósofos gregos buscavam compreender porque ora a água era um princípio ora o fogo era uma espécie de mito.
9. Alguns fatores possibilitaram que a Filosofia surgisse na Grécia. Quais são os fatores que levaram os gregos a filosofar?
Resposta: O comércio assume importância definitiva possibilitando o desenvolvimento da moeda. A viagem entre os Gregos possibilitou a aquisição de novos conhecimentos técnicos e geográficos através do contato com outras civilizações e diferentes formas de vida. Nas mentes mais despertas, a sabedoria popular, representada pelos ensinamentos rotineiros dos poetas, começa parecer inadequada. No que diz respeito à moral, os valores bélicos e aristocráticos encontram-se defasados, já que as relações comerciais exigem normas de justiça e de direito como base para as trocas. O conhecimento dos outros povos pelos gregos cria a convicção de que cada povo e cada raça representavam os Deuses de maneira diversa.
10. Qual foi a importância de Tales de Mileto no desenvolvimento da Filosofia? Resposta: Tales aparece como iniciador da Filosofia. A sua importância se deve ao fato de que, seu esforço em busca de um princípio único da explicação da realidade, não só constitui o ideal da Filosofia como também lhe forneceu o impulso para se desenvolver.
CAP. 4 – A FILOSOFIA CONTA A SUA HISTÓRIA: OS PRINCIPAIS PERÍODOS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
OS PERÍODOS DA FILOSOFIA AO LONGO DA HISTÓRIA
Para Chauí (2005, p. 38), “a história da Grécia costuma ser dividida pelos historiadores em quatro grandes fases ou épocas”:
• “A da Grécia homérica, correspondente aos 400 anos narrados pelo poeta Homero, em seus dois grandes poemas, Ilíada e Odisséia”;
• “A da Grécia arcaica ou dos sete sábios, do século VII ao século V antes de Cristo, quando os gregos criam cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Megara, Samos, etc., e predomina a economia urbana, baseada no artesanato e no comércio”;
• “A da Grécia clássica, nos séculos V e IV antes de Cristo, quando a democracia se desenvolve, a vida intelectual e artística entra no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial e militar”;
• “A época helenística, a partir do final do século IV antes de Cristo, quando a Grécia passa para o poderio do império de Alexandre da Macedônia, e,depois, para as mãos do Império Romano, terminando a história de sua existência independente. Os períodos da Filosofia não correspondem exatamente a essas épocas, já que ela não existe na Grécia homérica e só aparece nos meados da Grécia arcaica. Entretanto, o apogeu da Filosofia acontece durante o apogeu da cultura e da sociedade grega; portanto,durante a Grécia clássica. Os quatro grandes períodos da Filosofia grega, nos quais seu conteúdo muda e se enriquece são”:
• “Período pré-socrático ou cosmológico (antes e depois de Sócrates), do final do século VII ao final do século V a.C., quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza”.
As principais escolas filosóficas do período pré-socrático foram:
• Filósofos da Escola Jônica (VI século): a Escola Jônica, assim chamada por ter florescido nas colônias jônicas da Ásia Menor. A escola jônica é também a primeira do período naturalista, preocupando-se os seus expoentes em achar a substância única, a causa, o princípio do mundo natural, múltiplo e mutável (physis). Essa escola floresceu precisamente em Mileto.
Os mais conhecidos filósofos desta escola são:
• Tales de Mileto (625-558 a.C.): Aristóteles o denomina de fundador da filosofia e lembra que a sua doutrina baseia-se na água como o elemento primordial de todas as coisas (physis, fonte originária, gênese), e que para suportar as transformações e permanecer inalterada, a água deveria ser um elemento eterno. Atribui-se a Tales a afirmação de que “todas as coisas estão cheias de deuses”. Essa afirmação representa não um retorno a concepções míticas, mas simplesmente a ideia de que o universo é dotado de animação, de que a matéria é viva (hilozoísmo). Dizia também que “(...) a pedra magnética possui uma alma porque move o ferro(...)”• Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.): Discípulo e sucessor de Tales. Para Anaximandro o princípio das coisas, isto é, arché - não era algo visível -; era uma substância etérea ou infinita. Chamou a essa substância de apeíron (indeterminado, infinito). O apeíron seria uma “massa geradora” dos seres, contendo em si todos os elementos contrários. Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto, um elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível. Esse filósofo foi o iniciador da astronomia grega. Foi o primeiro a formular o conceito de uma lei universal presidindo o processo cósmico totalmente. De acordo com ele, para que o vir-a-ser não cesse, o ser originário tem de ser indeterminado. Estando, assim, acima do vir-a-ser e garantindo, por isso, a eternidade e o curso do vir-a-ser. O seu fragmento refere-se a uma unidade primordial, da qual nascem todas as coisas e à qual retornam todas as coisas. 
Principais fragmentos do seu pensamento: “(...) o ilimitado é eterno(...)”; ”(...) o ilimitado é imortal e indissolúvel(...)”
• Heráclito de Éfeso (540-476 a.C.): Heráclito nasceu em Éfeso, cidade da Jônia, manifestou desprezo pelos antigos poetas, contra os filósofos de seu tempo e até contra a religião. Escreveu um livro Sobre a Natureza, em prosa, no dialeto jônico, mas de forma tão concisa que recebeu o cognome de Skoteinós, o Obscuro. É por muitos considerado o mais eminente pensador pré-socrático, por formular com vigor o problema da unidade permanente do ser diante da pluralidade e mutabilidade das coisas particulares e transitórias. Estabeleceu a existência de uma lei universal e fixa o Lógos regedora de todos os acontecimentos particulares e fundamento da harmonia universal.
Principais fragmentos do seu pensamento: “(...) Todas as coisas estão em movimento (...)”; “(...) O movimento se processa através de contrários(...)” ; ”(...)Tudo se faz por contraste; da luta dos contrários nasce a mais bela harmonia(...)”;”(...) descemos e não descemos no mesmo rio; somos e não somos(...)”
• Filósofos da Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento
• Filósofos da Escola Eleata: Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia
• Filósofos da Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
• “Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a.C., quando a Filosofia investiga as questões humanas,isto é, a ética, a política e a técnica (em grego, ântropos quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico)”. O principal representante dessa fase da filosofia foi Sócrates. Ele nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 a.C. e criou a Filosofia Ocidental. Foi influenciado pelo filósofo grego: Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da alma humana. Conhecemos seus pensamentos e ideias através das obras de dois de seus discípulos: Platão e Xenofontes. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos; por isso suas ideias não eram aceitas por aquela sociedade.
• “Período sistemático, do final do século IV ao final do século III a.C. ,quando a Filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a antropologia, interessando-se, sobretudo, em mostrar que tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico.
• “Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a.C. até o século VI depois de Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros padres da Igreja, a Filosofia se ocupa, sobretudo, com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.
A FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO: O CONFLITO ENTRE A FÉ E A RAZÃO:
Ao longo do século V d.C., o Império Romano do Ocidente sofreu constantes ataques dos povos bárbaros. Em meio ao esmagamento do Império Romano, decorrente, em parte, das invasões germânicas, a igreja católica conseguiu manter-se como instituição social organizada. A igreja consolidou a sua estrutura religiosa e difundiu o cristianismo entre os povos “bárbaros”, preservando vários elementos da cultura pagã greco-romana. Nesse contexto, surge a filosofia cristã – bastante influenciada pelo cristianismo, predominou no Ocidente,principalmente na Europa, entre os séculos I ao século XIV d.C.
Alguns historiadores da Filosofia costumam dividir a Filosofia cristã em duas grandes épocas: a primeira, no século I d.C. e vai até o século V d.C.,denominada de Filosofia Patrística; a segunda, inicia-se no século Xd.C. e vai até o século XIV, e corresponde a chamada Filosofia Escolástica ou Medieval.
IMPORTANTE
Para Silveira da Costa (2002, cap. 2, p. 88), “O problema central da filosofia cristã é o da conciliação das exigências da razão humana com a revelação divina. O modo de abordar e solucionar esse problema caracteriza suas duas etapas e, mais particularmente, a constituição e dissolução da escolástica medieval.”
Os principais filósofos da Filosofia Patrística são:
• São Justino: Estabelece um elo entre a filosofia pagã e o cristianismo;
• Tertuliano: Para ele, não há uma concordância entre a razão humana e a revelação divina;
• Santo Agostinho: Nascido em Tagaste, província da África, Agostinho fora influenciado por Platão. Entre as suas obras está a Cidade de Deus que, influenciou decisivamente o rumo da cristandade medieval.
Os principais filósofos da filosofia escolástica medieval são:
• Santo Anselmo de Canterbury: Considerado o verdadeiro fundador da escolástica. Como santo Agostinho seu propósito era de compreender a razão como revelação. Foi o formulador do célebre “argumento ontológico”, que caracteriza muito bem o estilo dos filósofos medievais de filosofar a respeito da aproximação entre a teologia e a filosofia.
• Pedro Abelardo: juntamente com Santo Anselmo, é considerado um dos fundadores da escolástica. Seu esforço dirige-se no sentido de explicar racionalmente as verdades da fé, ultrapassando os limites aceitos pela ortodoxia ao submeter os dogmas às exigências críticas da dialética.
• Santo Tomás de Aquino: A sua Filosofia representa uma verdadeira aproximação entre o cristianismo e o aristotelismo. Ao contrário de Santo Agostinho, São Tomás aproximou-se do pensamento de Platão, conseguindo, com isso, uma abertura de um novo rumo para o desenvolvimento da escolástica.
• John Duns Scot: A Filosofia de Duns Scot representou o pensamento de São Tomás, que, segundo ele, implicava concessões em demasia à razão humana.
• Guilherme Ockham: Representante legítimo do final da escolástica. Sua Filosofia se desenvolveu em torno da tese da separação entre fé e razão.
A FILOSOFIA MODERNA E A NOVA ATITUDE CIENTÍFICA:
Tem início com o pensamento de Descartes e o dos empiristas ingleses. Seu nascimento possui suas origens no humanismo do século XVI e pelas
concepções científicas da época.
A ideia de modernidade, segundo Marcondes (2001, p. 139) “está sempre relacionado para nós ao “novo”, àquilo que rompe com a tradição”. Trata-se de um termo ligado à transformação, à mudança. Ainda segundo Marcondes (2001, p.141), “a etimologia de “moderno” parece ser o advérbio latino “modo”, que significa “agora mesmo”; “neste instante”; “no momento”, ou seja, no contemporâneo. Moderno se opõe ao que é anterior.
Os principais filósofos do período da filosofia moderna são:
• Renné Descartes: Considerado um dos “pais da filosofia moderna”, Descartes, aplicando a “dúvida metódica”, chegou à célebre conclusão: “penso,logo existo”. Construiu de forma sólida o edifício do conhecimento filosófico da sua época.
1- Os Empiristas:
• Francis Bacon: Considerado um dos fundadores do método indutivo da investigação científica. Conhecido pelasua frase “conhecer é poder”, criticava o pensamento escolástico considerando-o meramente especulativo e abstrato. Bacon valorizava a pesquisa científica experimental;
• John Locke: Afirmava que o homem, ao nascer, seria uma “tábua rasa”, ou seja, um papel em branco sem nenhuma ideia previamente escrita. Não existe nada em nossa mente que não tenha origem nos sentidos. Todas as ideias que possuímos são adquiridas pelo exercício da experiência sensorial;
• David Hume: Tudo o que conhecemos são impressões (dados dos sentidos) ou ideias (representações mentais derivadas das impressões). Seu questionamento da validade do raciocínio indutivo, afirmando que a repetição de um fato não nos possibilita concluir, pela lógica, que ele continuará a repetir-se indefinidamente;
• George Berkeley: Defendeu a tese de que “ser é perceber e ser percebido”, reduzindo assim a realidade material à ideia que fazemos dela.
2- Os Racionalistas:
A filosofia de Descartes influenciou o Racionalismo caracteriza-se como uma reflexão que enfatiza a razão humana como primordial no processo de conhecimento.
• Pascal: Profundamente ligado ao movimento de Port-Royal, pretende conciliar a razão e a experiência religiosa;
• Spinoza: Formulador de uma “metafísica monista” baseada, sobretudo, na ideia de substância integrando metafísica e ética;
• Leibiniz: Considera a lógica como o verdadeiro caminho para uma fundamentação do conhecimento.
1- Os teóricos políticos da modernidade: Os principais pensadores da tradição política são Hobbes, Locke e Rousseau. São os formuladores do “contrato social” como fundamento da sociedade organizada racionalmente.
2- Kant e o kantismo: Immanuel Kant foi o formulador da filosofia crítica.Kant valorizou a importância dos “juízos sintéticos a priori” como o único capaz de ampliar o conhecimento humano. Defendeu a tese de impossibilidade de conhecimento das coisas que estão além da experiência sensível.
3- G.W.F. Hegel: O mais importante filósofo do idealismo alemão e principal crítico do sistema kantiano. Considerado o último pensador da filosofia moderna. Mostrando o modo filosófico de compreender a realidade baseada no conhecimento da evolução da história.
4- Karl Marx: Influenciado pelo pensamento de Hegel, Marx desenvolve a sua filosofia como uma crítica ao idealismo através do método por ele criado, denominado de “materialismo histórico”;
5- Idealismo alemão pós-kantiano: caracterizado, sobretudo, por indicar um novo rumo às ideias de Kant, ao abandonar o seu sentido crítico. Os principais representantes dessa corrente são:
• Schopenhauer: Privilegia a vontade como um lugar central da interpretação da realidade;
• Kierkegaard: Para ele, a existência humana divide-se em três estágios: o estético, o ético e o religioso. Considerado o fundador do existencialismo.
• F. Nietzsche: O principal crítico da tradição e de seus valores reais. Desenvolveu um niilismo baseado na afirmação da “morte de Deus”, ou seja, na rejeição à crença dos valores absolutos. O niilismo de valores faz surgir o “niilismo existencial”. A superação de tal niilismo através de uma “transmutação dos valores” , nova ordem capaz de gerar valores afirmativos da vida.
A FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA. PROBLEMAS E QUESTÕES FUNDAMENTAIS:
É a tentativa de encontrar respostas para a crise do projeto filosófico da era moderna. 
As principais correntes que a constitui visam atualizar o racionalismo e o fundacionismo característico da filosofia moderna, assim seu objetivo é o de romper com essa tradição através de uma crítica à subjetividade como o ponto de partida para a fundamentação do conhecimento e da ética.
Correntes teóricas que surgiram na contemporaneidade, tais como:
• Filosofia analítica da linguagem;
• Semiótica;
• Positivismo lógico;
• A hermenêutica;
• O estruturalismo;
• A Fenomenologia;
• O existencialismo;
• A escola de Frankfurt.
Exercícios do cap. 04: 1. A 2. A 3. B 4. D 5. A 6. D 7 A 8 D
1. Qual dos filósofos abaixo é reconhecidamente um legítimo representante do período antigo da filosofia?
a) Sócrates.
b) Hegel.
c) Kant.
d) Karl Marx.
e) Kierkegaard.
2. Na divisão da história da filosofia, o período considerado “helenístico ou Greco-romano” compreende:
a) o longo período em que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros Padres da Igreja. A Filosofia se ocupa, sobretudo, com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.
b) o período em que a Filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética,a política e as técnicas (em grego, ântropos quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico).
c) do final do século IV ao final do século III a.C.
d) o período em que o problema central da filosofia é o da conciliação das exigências da razão humana com a revelação divina.
e) O período que se caracteriza como uma tentativa de encontrar respostas para a crise do projeto filosófico da era moderna.
3. Qual das correntes filosóficas abaixo é representante do período contemporâneo da filosofia?
a) Período pré-socrático.
b) Positivismo lógico.
c) Escola da Pluralidade.
d) Empirismo.
e) Escola Eleata.
4. Qual das questões abaixo não diz respeito ao problema central tratado pela filosofia cristã?
a) Explicação racional sobre as verdades da fé.
b) Influência direta do cristianismo.
c) O “argumento ontológico”.
d) A interdependência entre a subjetividade teológica e a razão pragmática.
e) A conciliação das exigências da razão humana com a revelação divina.
5. Qual dos filósofos abaixo apresentou uma das várias reações ao pensamento de São Tomás?
a) John Duns Scot.
b) Aristóteles.
c) Kierkegaard.
d) G.W.F. Hegel.
e) Pascal.
6. Dentre os filósofos abaixo, qual pode ser considerado um legítimo representante do pensamento do empirista inglês?
a) Pascal.
b) Descartes.
c) Foucault.
d) Locke.
e) Tales de Mileto.
7. Dentre as questões abaixo, qual delas é concernente com o núcleo central do pensamento dos filósofos políticos da modernidade?
a) Formulação crítica do denominado “contrato social” como fundamento da sociedade organizada racionalmente.
b) Visam atualizar o racionalismo e o fundacionismo característico da filosofia moderna, assim seu objetivo é o de romper com essa tradição através de uma crítica à subjetividade como o ponto de partida para a fundamentação do conhecimento e da ética.
c) Formulação acrítica do denominado “contrato social” como fundamento da sociedade organizada racionalmente.
d) Visam desatualizar o irracionalismo e o fundacionismo característico da filosofia moderna, assim seu objetivo é o de romper com essa tradição a través de uma crítica à subjetividade como o ponto de partida para a fundamentação do conhecimento e da ética.
e) Defesa intransigente da tese da impossibilidade de conhecimento das coisas que estão no âmbito da experiência sensível.
8. Dentre os fragmentos abaixo, qual deles diz respeito a uma das questões fundamentais de Heráclito de Éfeso?
a) “(...) a pedra magnética possui uma alma porque move o ferro (...)”.
b) “ser ou não ser, eis a questão”.
c) “sei que nada sei”.
d) “(...) descemos e não descemos no mesmo rio; somos e não somos (...)”.
e) “(...) o ilimitado é imortal e indissolúvel (...)”.
9. Cite duas correntes primordiais da Filosofia contemporânea e em seguida caracterize-a:
O aluno pode citar: Filosofia Analítica da Linguagem; Semiótica; Positivismo Lógico; A Hermenêutica; O Estruturalismo; A Fenomenologia; O
Existencialismo; A Escola de Frankfurt. A Filosofia Contemporânea caracteriza-se, sobretudo, como uma tentativa de encontrar respostas para a crise do projeto filosófico da era moderna.
10. Quais são as duas grandes vertentes da filosofia medieval?
A Filosofia Patrística e a Filosofia Escolástica ou Medieval propriamente dita.
CAP. 05 – OS PRINCIPAIS CAMPOS DE INVESTIGAÇÃO DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO:
A ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA:
A antropologia filosófica é uma antropologia da essência e não das características humanas. Ela se distingueda antropologia mítica, poética, teológica e científico natural ou evolucionista por fornecer uma interpretação basicamente ontológica (a investigação teórica do ser) do homem.
A ÉTICA:“ciência da moralidade”
A ética do latim “ethica”, do grego “ethiké”, é um ramo da filosofia e um sub-ramo da axiologia (teorias formuladas a partir do início do sXX concernentes à questão dos valores) que estuda a natureza do que consideramos adequado e moralmente correto. Pode-se afirmar também que Ética é, portanto, uma Doutrina Filosófica que tem por objeto a moral no tempo e no espaço, sendo o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana. Suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.Na filosofia, o comportamento ético é aquele que é considerado bom. O objetivo da teoria da ética é determinar o que é bom tanto para o indivíduo como para a sociedade como um todo.
A “ética de situação”. Nesta, o que está certo depende das circunstâncias e não de uma lei geral qualquer e sobre se a bondade é determinada pelos resultados da ação ou os meios pelos quais os resultados são alcançados.
A FILOSOFIA DA MENTE:
Filosofia da Mente é um conjunto de estudos metafísicos sobre o modo de ser da mente, sobre a natureza dos estados mentais e sobre a consciência (intencionalidade, percepção e outros modos de aquisição de informação, como a memória, o testemunho - fundamental para a aquisição da linguagem - e a introspecção).
A investigação filosófica sobre a mente não implica nem pressupõe que exista alguma entidade – uma alma ou espírito – separada ou distinta do corpo ou do cérebro e está relacionada a vários estudos da ciência cognitiva, da neurociência,da linguística e da inteligência artificial.
A ONTOLOGIA OU METAFÍSICA:
A Metafísica é uma divisão da filosofia que se ocupa do estudo da realidade,dos primeiros princípios (filosofia primeira) e do ser (ontologia). Os problemas centrais da metafísica são ontológicos, principalmente o ser enquanto ser. O sentido da palavra metafísica deve-se a Aristóteles e a Andrônico de Rodes.Aristóteles nunca utilizou esta palavra, mas escreveu sobre temas relacionados àphysis. Andrônico, ao organizar os escritos de Aristóteles, organizou os escritos de forma que, espacialmente, aqueles que tratavam de temas relacionados à physis vinham antes dos outros. Assim, eles vinham depois da física (metha = depois, além; physis =física).Portanto, a Metafísica trata de problemas sobre o propósito e a origem da existência e dos seres.Muitas vezes ela é vista como parte da Filosofia, outras,a esta se confunde.
A FILOSOFIA DA CIÊNCIA:
A Filosofia da Ciência tem por função analisar deforma crítica as diferentes formas de ciência, ou seja, as ciências exatas e humanas na busca por compreender a avaliação dos seus métodos e dos seus resultados.
A EPISTEMOLOGIA:
Originada de Platão, a Epistemologia ou Teoria do Conhecimento (do grego episteme – ‘ciência’;‘conhecimento’, logos – ‘discurso’) é um ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à crença e ao conhecimento.
A crença é um determinado ponto de vista subjetivo. O conhecimento é crença verdadeira e justificada. A epistemologia também estuda a evidência (entendida não como mero sentimento que temos da verdade do pensamento, mas sim no sentido forense de prova), isto é, os critérios de reconhecimento da verdade.
A ESTÉTICA:
O conceito de Estética é atribuído à palavra grega aisthetiké,que se refere a tudo aquilo que pode ser percebido pelos sentidos (COTRIM, 1993)
Alexander Baumgarter se referia à Estética como a teoria do belo e das suas manifestações pela arte. Seu principal objeto de investigação é a “obra de arte”.
A FILOSOFIA POLÍTICA:
É o estudo sobre a questão da natureza do poder e, principalmente, as teorias que retratam o nascimento do Estado, a ideia de direito, justiça e lei.
A FILOSOFIA DA HISTÓRIA:
O filósofo Alemão Hegel foi o primeiro a elaborar uma Filosofia da História, ou seja, uma tentativa de compreender a história da filosofia como uma questão central da própria Filosofia e não como um relato histórico das doutrinas ou correntes do passado. A “dimensão temporal da existência humana” sob o ponto de vista sociocultural.
A FILOSOFIA DA LINGUAGEM:
A Filosofia da Linguagem ou Filosofia Analítica amadureceu durante a virada deste século, quando Frege, Bertrand Russel e Ludwig Wittgenstein desenvolveram importantes reflexões acerca da Linguagem.
Segundo Costa (2002, p. 7), “A expressão “filosofia da linguagem” possui duas acepções principais, uma mais estrita e outra mais ampla”. Na mais estrita, a Filosofia da linguagem é uma investigação filosófica acerca da natureza e do funcionamento da linguagem, “sendo por vezes chamada de “análise da Linguagem” (Ibidem,idem). Na mais ampla, a Filosofia da Linguagem diz respeito a qualquer abordagem crítica de “problemas filosóficos metodologicamente orientada por uma investigação da linguagem”, sendo por vezes, denominada de “crítica da linguagem”.
A LÓGICA:
É um instrumento “do pensar”, cuida das regras do bem pensar ou do pensar correto.
Trata dos argumentos, isto é, das conclusões a que chegamos através da apresentação de evidências que a sustentam. O principal organizador da Lógica Clássica foi Aristóteles, com sua obra chamada Órganon.
A HISTÓRIA DA FILOSOFIA:
Essa ramificação da Filosofia possui como objetivo analisar os diferentes períodos da Filosofia, os principais filósofos de cada período e os problemas que são abordados por estes nas diferentes épocas que constitui a Filosofia ao longo da história.
EXERCÍCIOS DA UNIDADE 5:
1. A Metafísica pressupõe:
Xa) problemas sobre o propósito e a origem da existência e dos seres.
b) analisar de forma crítica as diferentes formas de ciência, ou seja, as ciências exatas e humanas, na busca em compreender a avaliação dos seus métodos e dos seus resultados.
c) um determinado ponto de vista subjetivo.
d) alcançar um conhecimento específico que pode ser capturado pelos sentidos, pois parte da experiência sensorial, da sensação, da percepção sensível.
e) o estudo sobre a questão da natureza do poder e, principalmente, as teorias que retratam o nascimento do Estado.
2. A Metafísica disciplina constitui-se em uma subdivisão da filosofia que se ocupado estudo da realidade, dos primeiros princípios (filosofia primeira) e do ser (ontologia). O sentido da palavra metafísica deve-se a qual dos pensadores abaixo?
a) Baumgarter e Kant.
b) Andrônico de Rodes e Baumgarter.
c) Aristóteles e Platão.
Xd) Aristóteles e Andrônico de Rodes.
e) Aristóteles e Tales de Mileto.
3. Qual das alternativas abaixo diz respeito aos problemas fundamentais da filosofia da mente?
a) Envolve estudos monetários sobre o modo como a mente conhece a si mesma e sobre a relação entre os estados mentais e os estados de coisa que os mesmos representam.
b) Envolve estudos epistemológicos sobre o modo como a democracia estabelece relações entre os poderes institucionais e sobre a relação entre os estados mentais e os estados de coisa que os mesmos representam.
c) Envolve estudos sobrenaturais sobre o modo como a mente conhece a si mesma e sobre a relação entre os estados mentais e os estados de coisa que os mesmos representam.
d) Envolve estudos políticos sobre o modo como a mente conhece a si mesma e sobre a relação entre os estados mentais e os estados de coisa que os mesmos representam.
Xe) Envolve estudos epistemológicos sobre o modo como a mente conhece a si mesma e sobre a relação entre os estados mentais e os estados de coisa que os mesmos representam.
4. Por Epistemologia diz-se que é o:
a) ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à política e ao conhecimento dos universais.
b) ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à política e ao conhecimento dos fatos sobrenaturais.
c) ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à buscados problemas relacionados aos poderes constitucionais.
d) ramo

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