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aula 20 EXCLUSÃO DE ILICITUDE PARA APRESENTAÇÃO DEFINITIVA

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Excludentes de Ilicitude
Art. 23 – Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL OU NO EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO.
ILICITUDE: é a relação de antagonismo, contrariedade que se estabelece entre o fato típico e o ordenamento legal (todo fato típico, indiretamente, é ilícito = caráter indiciário da ilicitude).
Excludentes de ilicitude específicas, previstas na Parte Especial do Código Penal (= tipos permissivos):
a) Aborto para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez resulta de estupro – art. 128, I e II;
b) Injúria e difamação, quando a ofensa é irrogada em juízo na discussão da causa, na opinião desfavorável da crítica artística, literária ou científica e no conceito emitido por funcionário público em informação prestada no desempenho de suas funções;
c) Constrangimento ilegal se é feita à intervenção médica ou cirúrgica sem o consentimento do paciente, ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida, e na coação exercida para impedir suicídio (art. 146, § 3°, I e II).
d) Violação de domicílio, quando um crime está ali sendo cometido (art. 150, § 3°, II).
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
art. 23, III.
Conceito: é uma exclusão de ilicitude, que consiste na realização de um fato típico, por força de desempenho de uma obrigação imposta em lei. O “dever” deve constar de lei, decretos, regulamentos ou atos administrativos fundados em lei e que sejam de caráter geral.
REQUISITOS
a)-Objetivos: cumprimento estrito, regular, nos limites do dever imposto pela norma, sendo punível todo excesso ou abuso de direito.
b)-Subjetivos: conhecimento do dever e vontade de cumpri-los, nos exatos termos da lei (caso seja extrapolado os limites, haverá crime).
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO: 
art. 23, III.
Conceito: exercício de uma prerrogativa conferida pelo ordenamento jurídico, caracterizada como fato típico.
“Direito”: empregada em sentido amplo, de forma a abranger todas as espécies de direito subjetivo, penal ou extrapenal.
Exercício regular de direito
O exercício abusivo do direito faz desaparecer a excludente.
Requisitos: 
a) Objetivos: atuação efetiva no exercício regular de direitos.
b) Subjetivos: conhecimento do direito e a vontade de exercitá-lo
Ofendículos: são aparatos visíveis destinados à defesa da propriedade ou de qualquer outro bem jurídico.
Ex: pontas-de-lança em portão, cacos de vidra em cima de um muito, tela elétrica com aviso.
O uso dos ofendículos é LÍCITO, desde que não coloquem em risco pessoas não agressoras.
Opiniões:
(1°)Legítima defesa preordenada. Existe a legítima defesa porque o aparato só funcionará quando houver agressão, e é preordenada porque foi posta anteriormente a esta.
(2ª) Não há crime, pois há exercício regular do direito de defesa de bens jurídicos. Não poderia cogitar de legítima defesa por não haver agressão atual ou iminente.
Defesa mecânica predisposta: são aparatos que têm a mesma finalidade dos ofendículos. Podem, dependendo das circunstâncias, caracterizar algum crime culposo.
Ex: colocar tela elétrica sem aviso. 
DO ESTADO DE NECESSIDADE
 art. 24.
Conceito: é a prática de fato para salvar de perigo atual, que o agente ativo não provocou por sua vontade, nem poderia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, pelas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
REQUISITOS PARA QUE A SITUAÇÃO DE RISCO CONFIGURE A EXCLUDENTE
I. Perigo atual – presente, a ameaça concreta ao bem jurídico.
II. Proteção do direito próprio ou alheio – abrange qualquer bem protegido pelo ordenamento jurídico.
III. Situação de perigo não causada voluntariamente (dolosamente) pelo agente.
.
Existe estado de necessidade quando o perigo for apenas iminente? Duas posições:
(1ª) NÃO – o art. 24 só menciona a situação de perigo atual(está acontecendo) não mencionando o perigo iminente. 
(2ª) SIM – a lei deve ser interpretada com bom senso, não sendo aceitável que o agente fique de braços cruzados esperando o perigo iminente(poderá acontecer) transformar-se em atual para.
DA LEGÍTIMA DEFESA: 
 art. 25.
DA LEGÍTIMA DEFESA 
art. 25.
Conceito: é a utilização moderada dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Requisitos:
a) Existência de uma agressão: a agressão (efetivo ataque contra os bens jurídicos de alguém) não pode ser confundida com uma simples provocação.
b) Agressão injusta: no sentido de “agressão ilícita”.
c) Agressão atual ou iminente: atual é a que está ocorrendo, enquanto a iminente é a que está prestes a ocorrer.
d) Agressão dirigida à proteção de direito próprio ou de terceiro: insta ponderar que deve haver uma proporcionalidade entre os bens jurídicos em conflito.
e) Utilização dos meios necessários: são os meios menos lesivos, ou seja, menos vulnerantes à disposição do agente no momento da agressão.
Obs: se o meio é desnecessário não há que se cogitar em excesso, pois descaracteriza-se de plano a legítima defesa. A jurisprudência, entretanto, vem entendendo de modo diverso.
f) Moderação: o sujeito deve agir com moderação, ou seja, não ir além do necessário para proteger o bem jurídico agredido.
g) Elemento subjetivo: só poderá ser reconhecida a legítima defesa se ficar demonstrado que o agente tinha ciência de que estava agindo acobertado por ela, ou seja, que estava ciente da presença de seus requisitos.
EXCESSO
Excesso (art. 23, parágrafo único): é a intensificação desnecessária de uma conduta inicialmente justificada. 
a) DOLOSO: descaracteriza a legítima defesa a partir do momento em que é empregado o excesso, e o agente responde dolosamente pelo resultado que produzir.
Ex: uma pessoa que inicialmente estava em legítima defesa consegue desarmar o agressor, e, na sequência, o mata. Responde por homicídio doloso.
b) CULPOSO : é o excesso que deriva de culpa em relação à moderação, e, para alguns doutrinadores, também quanto à escolha dos meios necessários. O agente, assim, responde por crime culposo. Trata-se também de hipótese de culpa imprópria.
LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA: é a repulsa do agressor inicial contra o excesso. A pessoa que estava inicialmente se defendendo, no momento do excesso, passa a ser considerada agressora, de forma a permitir legítima defesa por parte do primeiro agressor.
LEGÍTIMA DEFESA SUBJETIVA: é excesso por erro de tipo escusável, ou seja, quando o agente, por erro, supõe ainda existir a agressão e, por isso, excede-se.
Nesse caso, excluem-se o dolo e a culpa (art. 20, § 1°, 1ª parte).
FORMAS DE LEGÍTIMA DEFESA
 ADMITE-SE
Legítima defesa putativa contra legítima defesa putativa.
Legítima defesa putativa é aquela imaginada por erro..
Ex: dois desafetos se encontram e, equivocadamente, acham que serão agredidos pelo outro.
2. Legítima defesa real da legítima defesa putativa. 
FORMAS DE LEGÍTIMAS DEFESAS
Ex: A atira contra um parente que está entrando em sua casa, supondo tratar-se de um assalto. B, que também está armado, reage e mata o primeiro agressor.
3. Legitima defesa putativa de legítima defesa real.
Ex: A vai agredir B. A joga B no chão. B, em legítima defesa real imobiliza A. Nesse instante chega C e, desconhecendo que B está em legítima defesa real, o ataca agindo em legítima defesa putativa de A (legítima defesa de terceiro).
4. Legítima defesa contra agressão culposa.
Ainda que a agressão seja culposa, sendo ela também ilícita, contra ela cabe a excludente
Hipóteses de não cabimento da legítima defesa: são quatro:
a) legítima defesa real contra legítima defesa real;
b) legítima defesa real contra estado de necessidade real;
c) legítima defesa real contra exercício regular de direito;
d) legítima defesa real contra estrito cumprimento do dever legal.
É que em nenhuma
dessas hipóteses havia agressão injusta.

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