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ACADÊMICO: Débora Gimenez (RGA 2013.2001.040-7) DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL I PROFESSORA: GLEICY VASQUES CURSO: DIREITO DATA: 19/09/2015 2ª AVALIAÇÃO Observações: Essa atividade é com consulta e pode ser feita em dupla. Favor indicar ao final da atividade todas as referências consultadas, tais como livros, sites, entre outros. Valerá entre zero e dez e corresponde à média da P2. Deverá ser enviada, exclusivamente, por e-mail até 02 de julho de 2015, para: gleicyvasques@gmail.com. Favor solicitar pedido de confirmação de recebimento. Indique e defina os princípios aplicáveis aos títulos de crédito. É possível indicar três principais princípios aplicáveis aos títulos de crédito. O princípio da cartularidade, pelo qual o crédito deva ser materializado em um documento, para que seja exigível. O princípio da literalidade, que vincula o crédito à literalidade do que for contido pelo seu título (como conteúdo, natureza e modalidade de prestação). E, por fim, o princípio da autonomia, para quem as relações cambiais são independentes entre si e cada movimentação do título gera direito autônomo ao seu novo credor; decorrem daí a inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé (art. 17 da Lei Uniforme de Genebra) e o subprincípio da abstração, segundo o qual o título se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem, por meio de circulação. Em que consiste a força executiva dos títulos de crédito? Por força do art. 585, inciso I do Código de Processo Civil, o título de crédito possui intrinsecamente o atributo da executividade. Ou seja, trata-se de título executivo extra judicial, com capacidade para ser executado sem a necessidade de intervenção judicial que o convalide. Por que se afirma que o título de crédito é um documento formal? Em decorrência do princípio da cartularidade, é requisito indispensável para a validade do título de crédito que contenha todas as expressões requeridas por lei, sob pena de descaracterizar-se. Exige-se grande rigor e formalismo em sua formação. Quais são os principais Atos Cambiários? Explique cada um deles. O regime jurídico cambial, que congrega as regras e princípios aplicáveis aos títulos de crédito, disciplina detalhadamente alguns atos cambiários importantíssimos, dentre os quais merecem destaque o endosso, o aval e o protesto. Endosso é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito (endossante) transmite seus direitos a outrem (endossatário); é o ato cambiário, pois, que põe o título em circulação. Aval é o ato cambiário pelo qual um terceiro (o avalista) se responsabiliza pelo pagamento da obrigação constante do título (regulado pelo art. 30 da Lei Uniforme (no mesmo sentido é o art. 897 do Código Civil). Já o protesto é o ato formal pelo qual se atesta um fato relevante para a relação cambial, fato este que pode ser a falta de aceite, devolução ou pagamento do título. O que é aceite e qual a consequência jurídica da recusa do sacado em apor seu aceite quando o mesmo lhe é apresentado antes do vencimento? Aceite é o reconhecimento, feito por meio de assinatura no anverso, por parte do sacado, da validade da ordem de pagamento a favor do beneficiário, obrigando se o sacado, por meio do aceite, a pagar o valor constante do título, na data do vencimento. A recusa, total ou parcial, em apor o reconhecimento do título acarreta seu vencimento antecipado. Se o sacado pedir para ficar de posse do título, a fim de conferir seus assentamentos, para só depois apor seu aceite, deverá o beneficiário, obrigatoriamente, atendê-lo? Não. O beneficiário não está obrigado a fazê-lo. Poderá, a pedido do sacado, proceder a uma segunda apresentação, no dia seguinte. Qual a natureza da responsabilidade do avalista? A responsabilidade do avalista possui a natureza de garantia do pagamento, pois se apresenta ao credor de um título de crédito como opção a que recorrer caso o avalizado não efetue o pagamento no prazo, já que o avalista se compromete pela dívida nas mesmas condições do devedor do título. Se a obrigação garantida no título for judicialmente anulada, devido à comprovada falsidade de assinatura, ficará o aval também anulado? Não, pois, pelo princípio da autonomia das relações cambiárias, mesmo que o título seja anulado, subsistirá a obrigação do avalista. Explique as espécies de protesto dos títulos de crédito. Os tipos de protesto, conforme seus efeitos, são: obrigatório (ou necessário), tendo o objetivo de preservação de direitos, sendo, por exemplo, requisito fundamental para que o credor do título possa exercer seu direito de regresso contra os obrigados vinculados ao título; ou facultativo (ou probatório), cuja função é meramente a de fazer prova, sendo, por exemplo, imprescindível para constituir em mora o devedor. Quais os requisitos essenciais da Letra de Câmbio? São requisitos essenciais da Letra de Câmbio: a palavra “letra” inserida no título, uma ordem de pagamento pura e simples, o nome do sacado, o nome do tomador/beneficiário (credor do título), a data da emissão do título e a assinatura do emitente. São requisitos supríveis: data de vencimento (presume-se à vista), lugar de pagamento (presume-se no domicílio do sacado), lugar de emissão (presume-se o domicílio do sacador). O Brasil aceitou integralmente a Lei Uniforme da Convenção de Genebra quanto às letras de câmbio e notas promissórias? Não. Como ensina Fábio Ulhoa Coelho, o Brasil já possuía um direito cambiário bastante evoluído, representado pelo Decreto n. 2.044, de 1908, quando participou da Convenção de Genebra. Talvez em razão de contar com aparato legislativo atualizado, o Brasil acabou retardando o cumprimento da Convenção de Genebra. Apenas em 1966, foi editada norma com intuito de atender ao compromisso internacional assumido em 1930: o Decreto n. 57.663, que “promulga as Convenções para adoção de uma Lei Uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias”. A partir do início dos anos 1970, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se firmou no sentido de que a lei uniforme de Genebra estava em vigor. Contudo, a Convenção de Genebra permite que o país, ao aderir, se reserve à faculdade de fazer algumas pequenas mudanças no texto uniforme, ao introduzi-lo em seu ordenamento. Essas mudanças somente podem ser as previstas pela mesma Convenção, para fins de se garantir o propósito fundamental da uniformidade. Agregaram-se à Convenção dois anexos: o texto da lei uniforme (Anexo I) e as reservas admitidas (Anexo II). Como o Brasil assinalou 13 reservas, a lei uniforme não vigora inteiramente entre nós. Nas matérias reservadas, permanecem em vigor as normas correspondentes do Decreto n. 2.044/1908 — que compõem a chamada lei cambial interna. Por outro lado, como não se operou revogação expressa desse decreto, por força do art. 2º, § 1º, da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, os dispositivos correspondentes à matéria não disciplinada pela lei uniforme continuam vigentes. O exato alcance das reservas assinaladas e, em decorrência, a lista de dispositivos vigentes da lei cambial interna suscitam, na doutrina, algumas divergências. É permitida a regularização da cambial incompleta, isto é, aquela emitida com a ausência de algum requisito essencial de validade, ou preenchida contrariamente ao estipulado entre o credor e o devedor? A lei permite ao portador de boa-fé a possibilidade de preencher ou corrigir a cambial, após sua emissão. Isso não é facultado ao portador que tiver adquirido a letra de má fé ou que tenha cometido falta grave. Qual o prazo prescricional da letra de câmbio contra o devedor principal? O prazo de prescrição é de 3 anos, a contar da data do vencimento. Qual a consequência da emissão de nota promissória sem a indicação do local de emissão do título? A ausência de indicação do local de emissão da nota promissória é suprível pela presunção de que este seja o domicílio do emitente. Em uma Nota Promissória, onde será considerado como sendo o lugar do pagamento,se faltar indicação especial do lugar onde o título foi passado? Na falta de indicação do lugar de emissão ou do lugar de pagamento da nota promissória, presume-se que este seja o domicílio do emitente. Quais as diferenças entre Nota Promissória e Letra de Câmbio? A nota promissória constitui uma promessa de pagamento, na qual intervêm duas pessoas; a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, na qual intervêm três pessoas. O que significa o cruzamento de um cheque? O cheque cruzado, também denominado “cheque de banco a banco”, é aquele cujo pagamento somente pode ser efetuado a um cliente do sacado, ou a um banco. Deve conter duas linhas, paralelas e oblíquas, colocadas no anverso do cheque. O cheque cruzado pode ser geral, quando não contiver qualquer palavra escrita entre as linhas paralelas, ou a palavra "banco" ou equivalente; e pode ser especial, quando contiver, entre as linhas paralelas o nome do banco ao qual o cheque deverá ser pago. Uma pessoa faz compras em uma loja e dá, em pagamento, três cheques, datados a intervalos de 30 dias. O comerciante, no entanto, deposita todos os cheques no dia seguinte ao da compra. O banco deverá pagar? Havendo fundos suficientes na conta do emitente, o banco deverá proceder ao pagamento. É que, sendo ordem de pagamento à vista, considera se como não escrita qualquer indicação em contrário. Quais as consequências de o cheque ser pago pelo banco, embora contendo assinatura falsa? A posição dominante, na doutrina, é considerar que tanto a instituição financeira que pagou o cheque sem tomar as devidas cautelas – quanto o correntista responsável pela guarda do talonário, cuja negligência permitiu a utilização de cheque por falsificador - ¬podem ser considerados responsáveis pelo pagamento do cheque. Admite se a culpa concorrente, rateando se as despesas entre um e outro. A jurisprudência inclina se por considerar o banco como responsável, ressalvadas as hipóteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista (Súmula n. 28 do STF). A duplicata é documento de emissão obrigatória pelo comerciante? Quais os motivos passíveis de serem invocados pelo sacado para recusar-se a aceitar a duplicata? Não. Sua emissão é facultativa. O comerciante somente emitirá duplicata caso tenha a intenção de operar por meio de instituição financeira; alternativamente, poderá cobrar a fatura comercial de forma direta do comprador. Os motivos enumerados pela legislação, nos incisos do art. 8º da lei n. 5.474/68, são meramente exemplificativos: Mercadoria não entregue; Mercadoria entregue porém avariada, quando o transporte for por conta e risco do vendedor; Defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias; Divergências nos prazos ou nos preços pactuados. Qual o conceito de duplicata comercial e qual a prova de seu pagamento? Duplicata comercial é título de crédito formal, assim considerado por força de lei, que consiste em um saque baseado em crédito concedido pelo vendedor ao comprador, baseado em contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços celebrado entre ambos, cuja circulação é possível mediante endosso. A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em documento, em separado, com referência expressa à duplicata, conforme o parágrafo 1º do art. 9º da lei das Duplicatas (lei de n. 5.474/68). Bibliografia consultada Aulas de Direito Empresarial do curso “Intensivo I”, da escola preparatória para concursos públicos “LFG”. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, volume 1: direito de empresa. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. JÚNIOR, José Cretella; NETO, José Cretella. 1.000 Perguntas e Respostas de Direito Comercial. 4 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000. RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 4. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.
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