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L I V R O D O P R O F E S S O R 2010 9oano4 O ANO • ENSINO FUNDAMENTAL II • EF 8 A N O S P R O G R A M A S : L E R E E S C R E V E R / O R I E N TA Ç Õ E S C U R R I C U L A R E S Cadernos de apoio e aprendizagem Port9ºAnoPROF.indd 1Port9ºAnoPROF.indd 1 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM Port9ºAnoPROF.indd 2Port9ºAnoPROF.indd 2 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM Prefeitura da Cidade de São Paulo Prefeito Gilberto Kassab Secretaria Municipal de Educação Secretário Alexandre Alves Schneider Secretária Adjunta Célia Regina Guidon Falótico Diretora da Assessoria Técnica de Planejamento Fátima Elisabete Pereira Thimoteo Diretora de Orientação Técnica Regina Célia Lico Suzuki (Coordenadora Geral do Programa) Divisão de Orientação Técnica Ensino Fundamental e Médio Suzete de Souza Borelli (Diretora e Coordenadora do Programa DOT/EF) Cristhiane de Souza, Hugo Luiz Montenegro, Humberto Luis de Jesus, Ione Aparecida Cardoso Oliveira, Leika Watabe, Leila de Cássia José Mendes, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Emilia Lima, Regina Célia dos Santos Câmara, Silvia Moretti Rosa Ferrari, Viviane de Camargo Valadares Divisão de Orientação Técnica Educação Especial Silvana Lucena dos Santos Drago Diretores Regionais de Educação Eliane Seraphim Abrantes, Elizabeth Oliveira Dias, Hatsue Ito, Isaias Pereira de Souza, José Waldir Gregio, Leila Barbosa Oliva, Leila Portella Ferreira, Maria Angela Gianetti, Maria Antonieta Carneiro, Marcelo Rinaldi, Silvana Ribeiro de Faria, Sueli Chaves Eguchi, Waldecir Navarrete Pelissoni Equipe técnica de apoio da SME/DOT Ana Lúcia Dias Baldineti Oliveira, Ana Maria Rodrigues Jordão Massa, Claudia Aparecida Fonseca Costa, Delma Aparecida da Silva, Jarbas Mazzariello, Magda Giacchetto de Ávila, Maria Teresa Yae Kubota Ferrari, Mariana Pereira Rosa Santos, Tania Nardi de Padua, Telma de Oliveira Assessoria Pedagógica SME/DOT Célia Maria Carolino Pires, Maria José Nóbrega, Rosaura Angélica Soligo Fundação Padre Anchieta Presidente João Sayad Vice-Presidentes Ronaldo Bianchi Fernando Vieira de Mello Diretoria de Educação Diretor Fernando José de Almeida Gerentes Monica Gardelli Franco Júlio Moreno Coordenadora do projeto Maria Helena Soares de Souza Equipe de autoria Coordenação Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Jacqueline Peixoto Barbosa Assessoria de coordenação Márcia Mendonça e Claudia Vóvio Autores América dos Anjos Costa Marinho, Anna Maria C. Caricatti M. Cera, Carolina Assis Dias Vianna, Celina Diaféria, Clecio dos Santos Bunzen Júnior, Denise de Oliveira Teixeira, Ellen Rosenblat, Geraldo Antônio Andreasi Fantim, Jacqueline Peixoto Barbosa, Jordana Lima de Moura Thadei, Laura Inês Breda de Figueiredo, Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro, Maria Helena Costa, Maria Inês Nocite, Marisa Balthasar Soares, Marisa Vasconcelos Ferreira, Patrícia Prado Calheta, Paula Bacarat De Grande, Rosa Maria Antunes de Barros, Shirley de Oliveira Garcia Jurado, Virginia Scopacasa Pesquisa Átila Augusto Morand, Eduardo de Moura Almeida Leitura crítica Roxane Rojo Equipe Editorial Gerência editorial Carlos Seabra Secretaria editorial Janaína Chervezan da Costa Cardoso Assessoria de conteúdo Márcia Regina Savioli (Língua Portuguesa) Maria Helena Soares de Souza (Matemática) Controle de iconografi a Elisa Rojas Apoio administrativo Acrizia Araújo dos Santos, Ricardo Gomes, Walderci Hipólito Edição de texto Dida Bessana, Maria Carolina de Araujo Revisão Ana Luiza Saad Pereira, Barbara Eleodora Benevides Arruda, Marcia Menin, Maria Carolina de Araujo, Silvia Amancio de Oliveira Direção de arte Eliana Kestenbaum, Marco Irici Arte e diagramação Cristiane Pino, Cristina Izuno, Henrique Ozawa, Mariana Schmidt Ilustrações Beto Uechi, Gil Tokio, Leandro Robles – Estúdio Pingado Fernando Makita Bureau de editoração Mare Magnum Artes Gráfi cas Port9ºAnoPROF.indd 3Port9ºAnoPROF.indd 3 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecária Silvia Marques CRB 8/7377) C122 Cadernos de apoio e aprendizagem: Língua Portuguesa / Programas: Ler e escrever e Orientações curriculares. Livro do Professor. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2010. Nono ano, il. (vários autores) ISBN 978-85-8028-020-3 ISBN 978-85-8028-011-1 (aluno) 1. Ensino Fundamental 2. Língua Portuguesa 3. Leitura 4. Escrita I. Título. CDD 371.302.813 Esta obra, Cadernos de apoio e aprendizagem – Matemática e Língua Portuguesa, é uma edição que tem a Fundação Padre Anchieta como Organizadora e foi produzida com a supervisão e orientação pedagógica da Divisão de Orientação Técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Port9ºAnoPROF.indd 6Port9ºAnoPROF.indd 6 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM Sumário Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Expectativas de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Uma nota sobre o trabalho com gêneros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 Integração entre as modalidades de atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .12 Organização do Caderno do aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Organização do Caderno do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14 O trabalho com o 9o ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 1 –Trouxeste a chave? Leituras de poemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15 Unidade 2 – Artigo de opinião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18 Unidade 3 – Currículo: construindo um percurso de vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21 Unidade 4 – Lendo e produzindo relato histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 Unidade 5 – O teatro e seus segredos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33 Acompanhamento e avaliação de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Referências bibliográfi cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37 Comentários e sugestões página a página Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201 Unidade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 Port9ºAnoPROF.indd 7Port9ºAnoPROF.indd 7 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM Port9ºAnoPROF.indd 8Port9ºAnoPROF.indd 8 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 9 Apresentação dos Cadernos de apoio e aprendizagem A produção deste material se justifi ca por contemplar as es- pecifi cidades da rede pública municipal paulistana do ponto de vista de suas realidades regionais, das condições de acervo de livros, de equipamentos disponíveis, de espaços físicos das escolas e do processo de formação de educadores desenvolvi- do nos últimos cinco anos. Os Cadernos dos alunos têm formato consumível, para que eles possam usá-los individualmente e fazer as atividades tanto em sala de aula quanto em casa. Um DVD acompanha os Cadernos do professor e contém os vídeos previstos em algumas atividades, além de textos a serem lidos para os alunos (em determinados casos). O foco das atividades dos Cadernos são as expectativas de aprendizagem relativas às práticas de leitura, produção es- crita, escuta e produção oral de textos e de análise e refl exão sobre a língua e a linguagem, articuladas em torno dos gêne- ros selecionados propostas para estudo e aprofundamento. Assim, para cada ano, estão previstas cinco unidades – que correspondem às esferas/gêneros selecionados para o traba- lho com sequências didáticas ou projetos.1 O quadro a seguir apresenta os gêneros selecionados para os dois ciclos do En- sino Fundamental. 1 Para mais especifi cações dessas modalidades de atividade, ver p. 121 e 134 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e p. 106-107 das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa. Port9ºAnoPROF.indd 9Port9ºAnoPROF.indd 9 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 10 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo I em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Cotidiana Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 1o ano Bilhete/Recado Legenda/ Comentário de notícia Conto de repetição Parlenda/Regras de jogos e brincadeiras Diagrama/ Explicação 2o ano Receita Manchete/Notícia televisiva e radiofônica Conto tradicional Cantiga/Regras de cirandas e brincadeiras cantadas Verbete de curiosidades/ Explicação 3o ano Regras de jogo Notícia/ Comentário de notícias Conto tradicional Poema para crianças Verbete de enciclopédia infantil/Explicação 4o ano Carta, e-mail, relato de experiências vividas Entrevista Fábula Poema narrativo Verbete de enciclopédia infantil/ Exposição oral 5o ano Roteiro e mapa de localização/ Descrição de itinerário Notícia/Relato de acontecimento cotidiano Lenda e mito Poema Artigo de divulgação científi ca para crianças/ Exposição oral Gêneros selecionados em cada ano do Ciclo II em sequências didáticas ou projetos Esfera de circulação Vida pública e profi ssional Jornalística Literária (prosa) Literária (verso) Escolar 6o ano Carta de solicitação e de reclamação/ Debate Entrevista Conto/Causo Canção Biografi a/ Depoimento 7o ano Requerimento e carta de solicitação e de reclamação/ Solicitação, reclamação Resenha/ Comentário HQ e tiras/Piadas Cordel Artigo de divulgação científi ca/ Exposição oral 8o ano Estatuto/Debate regrado Notícia, reportagem/ Notícia televisiva e radiofônica Crônica/Relato de fatos cotidianos Poema visual/Rap Verbete de enciclopédia/ Exposição oral 9o ano Currículo/ Entrevista profi ssional Artigo de opinião/ Comentário Teatro Poema Relato histórico/ Exposição oral Port9ºAnoPROF.indd 10Port9ºAnoPROF.indd 10 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 11 Expectativas de aprendizagem As expectativas de aprendizagem, organizadas em torno das práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e es- cuta e análise linguística –, “são metas de desenvolvimento que se alargam e se aprofundam progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes. A cada ano do ciclo, são exploradas basicamente as mesmas expectati- vas de aprendizagem, em graus de complexidade crescentes”.2 Nos Cadernos do professor, as atividades estão acompanhadas das respectivas expectativas de aprendizagem para o ano, o gênero e a prática de linguagem contemplada, com a mesma formulação presente no documento de orientações curricula- res. Essas são as aprendizagens que se espera que todos os alunos construam (como diz Vygotsky,3 aprendizagens que possam, no fi m de cada etapa de trabalho, fazer parte de seu desenvolvimento). Algumas atividades abrangem expec- tativas propostas para anos ou ciclo posteriores, o que se justifi ca por se tratar de um processo de construção em que é importante que o que se espera ver consolidado em deter- minado ano seja processualmente trabalhado desde os anos anteriores (para Vygotsky, fariam parte do desenvolvimento potencial dos alunos – criariam zonas de desenvolvimento proximal –, vindo, futuramente, a fazer parte de seu desen- volvimento real). Há ainda questões que não se referem diretamente às ex- pectativas de aprendizagem, quer para o ano em questão, quer para os seguintes, mas que foram propostas porque, de alguma forma, contribuem com os processos de compreensão ou produção dos textos, objetivo maior de qualquer material didático ou prática pedagógica. Uma nota sobre o trabalho com gêneros No dia a dia, participamos de várias esferas de atividades (fa- miliar/cotidiana, escolar, jornalística, acadêmica, produtiva/ de consumo, política etc.), realizando ações próprias des- sas esferas. Toda esfera de atividade é também uma esfera 2 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. 3 VYGOSTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987. Port9ºAnoPROF.indd 11Port9ºAnoPROF.indd 11 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 12 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP de comunicação, e, para agir, nos comunicamos mediante os gêneros textuais que nelas circulam. Assim, ao nos apropriar- mos deles, temos oportunidade de participar mais adequada e plenamente das práticas de linguagem que circulam em cada uma dessas esferas, razão pela qual elegemos os gêneros textuais como um dos eixos organizadores do currículo, arti- culados às práticas de linguagem – leitura, produção escrita, escuta/produção oral e análise linguística. Desse modo, ga- rantimos também um movimento metodológico que privilegia as práticas de uso – leitura/produção escrita, escuta/produ- ção oral – em relação às práticas de análise linguística, que devem reverter para os próprios usos. Portanto, é necessário cuidado para não transformar o tra- balho com os gêneros em uma série de atividades meramen- te classifi catórias e metalinguísticas não convergentes para o uso – leitura/escuta e produção de textos. Não adianta o aluno saber dizer uma série de características dos gêneros (de forma decorada), se não puder reverter esseconhecimen- to para a compreensão e/ou produção de textos relativos a esses gêneros textuais. Também na exploração dos elementos constitutivos dos gê- neros, é fundamental garantir uma perspectiva que relacione os gêneros (e os textos) aos contextos das esferas em que circulam, às suas condições de produção típicas (e específi - cas) e ao contexto sócio-histórico mais amplo, indo além de uma perspectiva de abordagem meramente formal/estrutural, possibilitando que o aluno compreenda conteúdos explícitos e implícitos, interaja efetivamente com os textos lidos e pro- duza textos adequados a cada uma das situações. Integração entre as modalidades de atividades Cabe ressaltar que os Cadernos de apoio e aprendizagem abrangem parte das modalidades de atividades propostas para os anos – sequências didáticas e projetos. Ao fazer seu planejamento, você deve prever também atividades perma- nentes ou pontuais, não contidas neste Caderno, para que as demais intenções educativas possam se concretizar: não Port9ºAnoPROF.indd 12Port9ºAnoPROF.indd 12 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 13 é possível formar leitor literário ou de periódicos (jornais, revistas etc.) apenas trabalhando alguns gêneros em algumas séries. É preciso promover uma interação signifi cativa cons- tante com esses portadores.4 Organização do Caderno do aluno Em cada Unidade, há um grupo de atividades que contem- plam expectativas de aprendizagem elaboradas especifi ca- mente para o ano/gênero/esfera/prática de linguagem abor- dada. Cada uma delas, por sua vez, é composta por uma série de questões, exercícios e demandas de ações articuladas. Todas as Unidades são abertas com uma seção – Para co- meço de conversa – que objetiva convidar os alunos para o trabalho, contar quais serão os conteúdos trabalhados e as principais produções e ativar alguns conhecimentos prévios sobre o gênero em questão. É fundamental que você leia o texto dessa seção com os alunos, garantindo que eles tenham conhecimento do que vão estudar, por que isso está sendo proposto e o que se espera deles, para que também eles pos- sam aderir à proposta. Após essa seção, são apresentadas atividades que compre- endem exploração oral e respostas escritas coletivas e indi- viduais. Questões a serem exploradas oralmente não preveem espaço/linhas para resposta. Algumas das atividades (devidamente indicadas) supõem que os alunos assistam a vídeos. É fundamental que você os assis- ta previamente e leia as orientações para o desenvolvimento dessas atividades, a fi m de fazer mediações que potenciali- zem o uso desse recurso. Embora o trabalho com vídeo não seja uma proposta nova, infelizmente ainda é prática pouco frequente nas escolas e “o vídeo tem entrado na sala de aula quase pela porta de trás”. No entanto, trata-se de recurso de grande potencial mobilizador – pelas diferentes lingua- gens de que se vale, pelos ritmos e tempos dinâmicos conso- nantes com o tempo (de atenção/concentração) dos alunos, pela forma sofi sticada de contar histórias ou pela forma 4 Para melhor organização e fundamentação de seu planejamento, é essencial a leitura do item 4.2.1 Língua Portuguesa (p. 123-136) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I e do item 5.3 Planejamento da rotina e das modalidades organizativas (p. 96-111) das Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa do. Port9ºAnoPROF.indd 13Port9ºAnoPROF.indd 13 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 14 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP sintética e organizada de apresentar/discutir informações. Além disso, é de grande relevância para o trabalho com gêne- ros orais, cujos modelos de texto também precisam ser dis- cutidos. Senão, como ensinar a debater ou a participar de seminários se aos alunos não se permite assistir a debates e apresentações e discutir suas fi nalidades, seus conteúdos e características? Entretanto, o vídeo por si só não promove a interação. Daí a importância fundamental de sua mediação, que pode e deve prever pausas, retomadas, elaboração de ou- tras questões/atividades, objetivando o ajuste necessário en- tre o proposto e as possibilidades/necessidades dos alunos. No fi m de cada Unidade, a seção Retomando percursos propõe uma retomada da aprendizagem, mediante uma síntese que destaca os principais conteúdos/conceitos, relações e habi- lidades, e/ou mediante uma proposta de (auto)avaliação. Organização do Caderno do professor O Caderno do professor traz orientações de uso geral do ma- terial (Apresentação dos Cadernos) e orientações específi cas para uso dos volumes (O trabalho com o 9o ano). Cada volume conta com uma breve descrição dos gêneros que serão objeto de trabalho (subsídios direcionados para o professor, que não necessariamente devem ser aplicados aos alunos), orienta- ções gerais para a condução das atividades, possibilidades de resposta e, algumas vezes, indicações de atividades comple- mentares ou referências bibliográfi cas. Por último, deve-se ressaltar que as propostas de atividade fornecem pistas para caminhos que só serão efetivamente tri- lhados (contando com rotas alternativas que se façam neces- sárias) com a interação professor-alunos. Apenas a mediação do professor pode concretizar uma proposta didática. Bom trabalho! Port9ºAnoPROF.indd 14Port9ºAnoPROF.indd 14 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 15 O trabalho com o 9o ano Unidade 1 – Trouxeste a chave? Leituras de poemas Esta Unidade é parte da proposta de trabalho com gêneros da esfera literária, a ser desenvolvida ao longo de todo o Ensino Fundamental. O objetivo central dessa proposta, considerada em seu todo, é o de permitir o acesso efetivo do aluno à lite- ratura, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresen- tam à apreciação e fruição estética de modo a produzir mara- vilhamento e refl exão a respeito das experiências humanas”.5 E o que nos textos literários dá essa possibilidade de desper- tar no leitor a apreciação e a fruição estéticas? Analisando o potencial de formação da literatura, Antonio Candido defende que “toda obra literária é antes de mais nada uma espécie de objeto, de objeto construído; e é grande o poder humaniza- dor desta construção, enquanto construção”.6 Como desdobra- mento dessa ideia, podemos dizer que, em literatura, a forma é o conteúdo: é a maneira pela qual o texto explora as pos- sibilidades da língua para recriar aspectos da vida que dá ao leitor a sensação de prazer e de interesse pelo texto literário. Para diversifi car as possibilidades de o aluno conhecer, apre- ciar e fruir diferentes textos literários, o trabalho didático dos Cadernos de apoio e aprendizagem, em consonância com as Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I (SME/SP), é proposto em dois eixos: I) textos literários escritos em prosa; II) textos literários escritos em versos. Com os gêneros parlenda, regras de jogos e brincadeiras, cantiga, regras de cirandas, brincadeiras cantadas, cordel e 5 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. 6 CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1995, p. 245. Port9ºAnoPROF.indd 15Port9ºAnoPROF.indd 15 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 16 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP canção, o poema está no eixo dos textos escritos em versos: são textos em que a divisão em linhas explora intencionalmen- te a sonoridade, alcançando uma divisão estruturale lógica diferente dos parágrafos em prosa, com surpreendentes efei- tos de musicalidade e sentido. O poema é o centro de ativi- dades permanentes em cinco séries distintas: Ciclo I Ciclo II 3o ano 4o ano 5o ano 8o ano 9o ano Poema para crianças Poema narrativo Poema Poema visual Poema Em cada uma dessas séries, as expectativas de aprendizagem previstas são basicamente as mesmas, mas em um movimento que as torna “metas de desenvolvimento que se alargam e se aprofundam, progressivamente, conforme as possibilidades e necessidades dos estudantes”.7 Com essa dinâmica, o aluno pode construir ou aprimorar sistematicamente capacidades básicas para fruir poemas e, com crescente grau de autonomia, avançar nas possibilidades de operar essas capacidades em leituras, releituras e produções de poemas mais desafi adores. Assim, as expectativas indicadas nesta Unidade visam a apro- fundar aprendizagens consolidadas em práticas de leituras de poemas nas séries anteriores, mas ganham especifi cidade, por se articularem com poemas temática e formalmente mais complexos, de acordo com o universo de conhecimentos e com os interesses de alunos da última série do Ensino Funda mental. Nessa esperada progressão, destacamos o tra- balho didático com poemas metalinguísticos, que poetizam o próprio ato de fazer poesia, e a ampliação da compreensão do contexto de produção de poemas com referências da tra- dição, permitindo ao jovem leitor entrecruzar temporalidades em suas leituras, com participação mais ativa na memória inerente à poesia. A rigor, a descrição do gênero poema é difícil, uma vez que são numerosas as formas que os poetas, desde a Grécia an- tiga, adotaram. Para facilitar sua mediação, propomos um modelo didático, em que será possível visualizar melhor os 7 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 36. Port9ºAnoPROF.indd 16Port9ºAnoPROF.indd 16 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 17 elementos que compõem um poema e como a interdependência destes estabelece com o leitor uma comunicação diferen ciada, isto é, menos automatizada, mais sugestiva, por meio da linguagem fi gurada e dos aspectos sonoros. Assim, o quadro que segue é apenas uma referência para você se orientar em relação a algumas características do gênero selecionadas e didatizadas, presentes nas atividades, não devendo ser to- mado como uma listagem de conteúdos a serem trabalhados com os alunos: Breve descrição do gênero poema I - Conteúdo temático Tendemos a achar que o conteúdo temático é o tema ou assunto de que fala o poema (o amor, por exemplo), mas, na verdade, um poema pode tratar de qualquer assunto (de uma notícia de jornal, de pessoas, de fatos históricos etc.) sem que haja assuntos mais ou menos próprios para ele. O que o diferenciará, quanto ao conteúdo temático, dos demais gêneros será o “jeito” usado para falar de algo. Chamaremos esse “jeito” de recriação poética em versos. Assim, por exemplo, o conteúdo de um poema poderia ser: sugestões rítmicas e imagéticas para o amor; em outro: a exploração de novos sentidos para uma palavra recorrente no vocabulário infantil. Nesses casos, o amor e a palavra só se tornariam conteúdos específi cos do poema por terem sido recriados poeticamente, com grande dependência da estrutura composicional e do tratamento estilístico. Por isso comumente se diz que a forma de um poema é seu conteúdo. II - Estrutura composicional Um poema sempre se organiza em versos, que, como dissemos, são linhas que exploram intencionalmente a sonoridade, alcançando uma divisão estrutural e lógica diferente dos parágrafos em prosa, com surpreendentes efeitos de musicalidade e sentido. Esses versos, por sua vez, podem ser agrupados em conjuntos, chamados estrofes. Se o elemento mínimo na estrutura de um poema é o verso, a possibilidade de variação que um poema pode ganhar estruturalmente, combinando a quantidade de versos, é grande: há poemas de apenas três versos (como os haicais), outros com quatro (as quadrinhas), outros que dividem catorze versos em duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas de três versos (tercetos) – os famosos sonetos, que remetem à poesia clássica –, e há também os que combinam livremente a quantidade de versos. Além da musicalidade, a disposição dos versos pode procurar ser “imitativa” de alguma forma ou movimento que seja importante para os efeitos de sentido do poema. Outras vezes, essa sugestão de imagens da estrutura é reforçada pela inserção da linguagem não verbal. III - Aspectos estilísticos Os poemas exploram prioritariamente os sentidos conotativos das palavras, isto é, os sentidos que precisam ser construídos pelo leitor, de acordo com “pistas” textuais. Daí o uso recorrente da linguagem fi gurada, que procura tirar as palavras dos sentidos mais cristalizados pelos usos. A combinação entre as palavras, como dissemos, busca também efeitos de sonoridade, por isso é recorrente a presença de aliterações (repetição de sons consonantais), assonâncias (repetição de sons vocálicos), a alternância de sílabas fortes e fracas em ritmo, as combinações das terminações das palavras em rimas, como marcas estilísticas próprias da recriação poética. Port9ºAnoPROF.indd 17Port9ºAnoPROF.indd 17 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 18 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 2 – Artigo de opinião8 A segunda Unidade do 9o ano focaliza o gênero artigo de opinião. A escolha desse gênero se deve, sobretudo, a três aspectos. Primeiro, por ele possibilitar o desenvolvimento de capacidades argumentativas – tanto em relação à leitura quanto à produção de textos. Segundo, porque os artigos de opinião discutem questões/problemas sociais relevantes e atuais, o que favorece a concretização de princípios de organização curricular – a contextualização e a interdiscipli- naridade (já que o entendimento desses problemas e a pro- posição de soluções não raras vezes demandam um enfoque de mais de uma disciplina). Terceiro, pelo fato de que a dis- cussão de problemas sociais relevantes proporciona ao aluno a oportunidade de desenvolver sua criticidade, ampliar sua possibilidade de participação social e vir a se interessar mais pelos problemas que envolvem a coletividade. Ao longo de toda a Unidade, independentemente da ativida- de, estimule a discussão entre os alunos, dando voz a eles e problematizando sempre a efi cácia e a força argumentativa. Também é fundamental trabalhar a ideia de que posiciona- mentos são em grande parte ligados a perspectivas de gru- pos, instituições e papéis sociais. Faça triangulações contí- nuas entre os artigos tratados e os gêneros relacionados. Para cada um deles, deve haver notícias vinculadas ao tema, car- tas de leitor, charges etc. Há várias charges relacionadas ao longo da Unidade: não deixe de explorar os elementos visuais – sobretudo o aspecto caricatural –, o verbal, os implícitos – as críticas, as ironias –, as “conversas” que estabelecem com outros textos etc. O movimento metodológico da Unidade é o seguinte: As atividades iniciais visam a diagnosticar o que os alu- nos sabem sobre artigo de opinião e sobre situações de argumentação, bem como sua capacidade de compreender e produzir textos desse gênero. Essa primeira parte conta ainda com a produção inicial de um artigo de opinião (ati- vidade 6), que será retomada no fi nal da Unidade. 8 Parte das atividades desta Unidade foi retirada ou adaptada de BARBOSA, J. P.; FERREIRA, M. V. Sequência didática – artigo de opinião. São Paulo: SEE-SP, 2004. Programa Ensino Médio em Rede, com alterações em alguns textos. Port9ºAnoPROF.indd 18Port9ºAnoPROF.indd 18 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUAPORTUGUESA · 9O ANO 19 Para desenvolver a capacidade de argumentação dos alu- nos, no que diz respeito à compreensão e à produção de textos, segue-se um conjunto de atividades com o obje- tivo de aprofundar o estudo sobre o gênero, recortando suas características e proporcionando situações para que eles possam dialogar com esses textos, explorando desde o contexto de produção (atividade 5) até sua forma de orga- nização (atividades 10, 11). Por fi m, retoma-se a escrita do artigo de opinião, com base no aprofundamento dos conteúdos relacionados à questão polêmica escolhida e na escrita fi nal do artigo (atividades 12, 13 e 14). A ampliação de repertório quanto ao tema é fundamental. Sem ter o que dizer, o aluno não conseguirá produzir um artigo de opinião adequado. Paralelamente às partes descritas, há um trabalho contínuo sobre compreensão de texto, seja para demandar o reconhe- cimento de questões controversas, teses/posicionamentos e argumentos, seja para solicitar réplicas ativas (posiciona- mentos refl etidos) aos textos lidos. A seguir, apresentamos uma síntese e uma sistematização de algumas características recorrentes do artigo de opinião, relativas a seu conteúdo temático (domínio discursivo: o que é possível ser dito em textos desse gênero), a sua for- ma composicional (como se organiza o texto) e a seu estilo (quais os elementos e recursos da língua são mais comumen- te empregados). É imprescindível destacar que essa descrição tem a intenção de sistematizar as principais características desse gênero, de forma relacionada com o contexto de produção. De modo al- gum, os itens que se seguem constituem-se em uma listagem de conteúdos que devam ser passados aos alunos. Port9ºAnoPROF.indd 19Port9ºAnoPROF.indd 19 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 20 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Breve descrição do gênero artigo de opinião I – Contexto de produção Autor Alguém que domina o assunto, em geral vinculado a alguma instituição. Finalidade Convencer o outro de que a posição (tese) defendida é a mais adequada; infl uenciar o pensamento dos leitores, isto é, fortalecer ou transformar (inverter, reforçar, enfraquecer) a posição dos destinatários sobre uma questão controversa de interesse social e, eventualmente, infl uenciar o comportamento desses destinatários. Leitores Leitores de uma publicação (em geral, uma elite privilegiada, formadora de opinião). Suporte/circulação Jornais, revistas, internet etc. II – Conteúdo temático Questões controversas (nem sempre explícitas nos artigos de opinião) que se supõe de relevância social. III – Forma composicional e estilo É variável, mas, de maneira geral, terá: • Uma contextualização da questão. • Uma tese/posição que é defendida. • Argumentos que sustentam essa tese (que podem ser de vários tipos – de autoridade, de exemplifi cação, de princípio, de causalidade etc.). • Movimentos argumentativos – sustentação, refutação, negociação. • Organizadores textuais, que articulam as partes do texto, e conectivos, que estabelecem a coesão entre frases, típicos dos textos argumentativos. • Conclusão que, em geral, retoma a tese/posição assumida ou conclama à ação. • Texto escrito em 3a ou 1a pessoa. • Uso de discurso citado ou discurso reportado (frequente). • Uso frequente de qualifi cadores (adjetivos, advérbios, intensifi cadores, gradações) e, por vezes, de modalizadores (verbos e advérbio) (modalização apreciativa). Port9ºAnoPROF.indd 20Port9ºAnoPROF.indd 20 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 21 Unidade 3 – Currículo: construindo um percurso de vida Pode-se trabalhar com o currículo de, pelo menos, duas pers- pectivas: com foco no documento escrito, utilizado basica- mente na seleção de candidatos a vagas em cursos ou em- pregos, ou, de forma mais ampliada, considerando currículo como percurso de vida, o que, além dos aspectos profi ssionais, envolve aspectos afetivos, intelectuais e sociais. A escolha nesta Unidade foi trabalhar com a segunda perspectiva como forma de contextualizar a primeira. Para tanto, inicia-se com atividades que focalizam o registro de alguns conheci- mentos e de capacidades construídas, no decorrer da vida do aluno, em uma linha do tempo. Segue-se a essa “retrospectiva” uma proposta de atividade que demanda planejamento, o esboço de parte de um projeto de vida com foco em possíveis e desejados novos aprendiza- dos. Com base nesse movimento de levar os alunos a olhar para os próprios processos de desenvolvimento pessoal e pro- fi ssional, propõe-se uma ampliação da refl exão sobre o tra- balho na atualidade, especialmente relacionado à juventude, abordando a questão de forma sócio-historicamente contex- tualizada. Isso porque não devemos tratar das defi nições pro- fi ssionais como algo apenas condicionado por escolhas e dis- posições pessoais. É preciso ressaltar os grandes desafi os que se impõem à juventude na atualidade do mundo do trabalho. A Unidade ainda contempla atividades que visam propiciar ao aluno o conhecimento de algumas profi ssões, culminando com um trabalho com entrevista profi ssional e com a produ- ção de um currículo. Há que se considerar que, tendo em vista a idade dos alunos dessa série, a abordagem desse tipo de assunto merece tra- tamento mais refl exivo, do que operacional. O objetivo maior não é ensinar aos alunos como se portar em uma entrevista de emprego ou mesmo redigir um currículo mais aprimorado, mas principalmente levá-los a relacionar o que vem traba- Port9ºAnoPROF.indd 21Port9ºAnoPROF.indd 21 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 22 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP lhando acerca de seus conhecimentos e capacidades, assim como sobre as diferentes profi ssões, com uma situação de uso dessas informações. Isto é, a entrevista será o momen- to de mostrar ao entrevistador as capacidades e habilidades profi ssionais para um cargo em questão e o currículo, o do- cumento escrito que o apresentará em diferentes situações profi ssionais. Por fi m, a Unidade indica também aspectos relacionados à le- gislação do trabalho. Um dos objetivos dessa proposta é que os alunos possam conhecer essa legislação e se proteger de abusos que ainda são um grande problema brasileiro, no que se refere ao trabalho infantil e juvenil. Pretendemos que esta Unidade possa ajudá-los em seus processos de desen- volvimento pessoal e profi ssional, levando-os a refl etir so- bre suas qualidades e conhecimentos e, de alguma maneira, incentivando-os na direção de atividades profi ssionais saudá- veis e qualifi cadas, que possibilitem cada vez mais sua inser- ção e atuação no mundo do trabalho. Port9ºAnoPROF.indd 22Port9ºAnoPROF.indd 22 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 23 Breve descrição do gênero currículo I – Contexto de produção Produtor Alguém que deseja conseguir emprego, ingressar em um curso etc. Situação de produção Situação em que alguém precisa informar ou saber da trajetória pessoal/profi ssional de alguém, seja para contratação, ingresso em curso ou situações afi ns. Em geral, consiste na primeira etapa de seleção de candidatos a vagas de trabalho. Interlocutor Representantes de instituições de trabalho ou de ensino que estejam disponibilizando vagas, possibilidade de credenciamento etc. II – Conteúdo temático Trajetória pessoal, educacional e profi ssional. III – Forma composicional e estilo • Organização em subtítulos e/ou subitens que veiculem informações sobre dados pessoais, formação – educação formal e cursos complementares –, experiências profi ssionais anteriores, produções realizadas pertinentes ao objeto de demanda (posto de trabalho ou curso pretendido) e informações complementaresem relação a outras experiências ou dados pertinentes. • Registro das informações levando em conta: a natureza do que foi feito (curso, cargo ocupado, atividades desenvolvidas etc.), a instituição onde a experiência se deu e o período em que se deu (data de início e término). • Uso de numeração, marcadores e outros recursos gráfi cos de criação de tópicos (itens). • Forma de construção dos itens: justaposição de enunciados (algumas vezes sem verbos e sem conjunções). • Organização por ordem inversa de ocorrência – o registro deve ser do mais recente para o mais antigo. Port9ºAnoPROF.indd 23Port9ºAnoPROF.indd 23 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 24 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 4 – Lendo e produzindo relato histórico No 6o ano, os alunos tiveram a experiência de ler e produzir um relato biográfi co, ou seja, um texto que narra, em geral em ordem cronológica, a vida de uma pessoa que viveu ou vive em determinada sociedade e se destacou ou tem se destacado por sua trajetória. No 9o ano, o foco é o relato histó- rico presente na esfera escolar, especialmente nas disciplinas de História e Geografi a, assim como em pesquisas escolares. Por essa razão, ele compõe o trabalho com a esfera escolar que abrange justamente “as práticas de linguagem envolvidas no estudo dos diferentes conteúdos do currículo”.9 O relato pode ser entendido como “uma narração não fi ccional escrita ou oral sobre um acontecimento ou fato acontecido, feita geralmente usando-se o pretérito perfeito ou o presente histórico” (Costa, 2008, p. 159). O relato histórico, diferen- temente da biografi a, da autobiografi a ou do relato de expe- riência, é escrito por cientistas (historiadores, sociólogos, an- tropólogos), autores de livros didáticos, jornalistas científi cos para divulgar o conhecimento histórico. Os fatos narrados indicam o ponto de vista e as formas de interpretação do autor do relato. Em suma: o relato histórico é uma narração que traz informações sobre os acontecimentos do passado. Segundo Kaufman e Rodríguez (1995, p. 34), a refl exão teórica sobre os estudos históricos nestas úl- timas décadas enfatizou a importância do narrativo na compreensão das ciências da História, enfatizando a cor- relação existente entre a atividade de relatar um aconteci- mento e o caráter temporal da experiência humana, objeto da História. Ao tratar do relato histórico, a Unidade abre a discussão sobre a produção de um gênero que apresenta marcas específi cas da esfera científi ca: explicações, citações, utilização de fontes, dados históricos, documentos etc. O relato, conforme as autoras, procura responder “como se gerou um acontecimento” (p. 35), estabelecendo etapas e 9 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo II, Língua Portuguesa, p. 49. Port9ºAnoPROF.indd 24Port9ºAnoPROF.indd 24 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 25 10 Há várias críticas a uma visão de História em uma linha positivista que vê o historiador como sujeito que narra de forma “objetiva” e “neutra” os fatos históricos. Por tal razão, é importante a leitura crítica no trabalho com esse gênero. Ver BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. ações sucessivas para que o leitor compreenda as conexões entre fatos, consequências e causas. Assim, é importante que os alunos percebam a concepção de História quando se estabelece um efeito de sentido de “vera- cidade” para o leitor. Os professores de História e Geografi a podem auxiliar na discussão do gênero relato histórico, apro- fundando elementos típicos desse relato interpretativo sobre os fatos do mundo.10 Contudo, é importante reiterar que um texto é sempre o re- sultado das experiências do autor à época de sua produção, isto é, de sua maneira de ver o mundo, de suas expectativas, crenças, valores, dos conhecimentos de que dispunha na- quele momento, das infl uências que recebeu. A leitura desse texto também é fruto das experiências e conhecimentos de que dispõe o leitor, do momento histórico em que ocorre a leitura. Assim, nem sempre os sentidos aparentemente mais signifi cativos para o autor correspondem aos sentidos atri- buídos por seus possíveis leitores, ainda que autor e leitores dominem a mesma língua e vivam no mesmo tempo. Por isso, nunca se pode exigir que todos os alunos leiam um texto da mesma forma ou como o professor (ou o autor do livro didático) leu. O importante é fazer com que procurem os signifi cados possíveis de cada um dos textos e abrir espaço para que todos se manifestem e acolham as diversas leituras, a fi m de organizar uma possível leitura coletiva. O relato histórico é o foco da Unidade 4 do Caderno do 9o ano e integra a proposta de trabalhar com os gêneros da esfera escolar, uma vez que os alunos fazem pesquisa e recorrem a diversas fontes bibliográfi cas impressas e eletrônicas. Por isso, é fundamental discutir novos modos de fazer pesquisa escolar, com destaque para as formas de apropriação dos tex- tos e discursos. A esfera escolar em diálogo com a esfera da divulgação cien- tífi ca, no Ciclo II, contempla: biografi a/depoimento (6o ano), artigo de divulgação científi ca/exposição oral (7o ano), relato histórico/exposição oral (9o ano). Tais gêneros pressupõem Port9ºAnoPROF.indd 25Port9ºAnoPROF.indd 25 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 26 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP um trabalho interdisciplinar e apontam para o fato de que “as práticas de linguagem envolvidas no estudo de diferentes conteúdos do currículo escolar podem ser aprendidas desde que sejam objeto de ensino sistemático”.11 O quadro a seguir contém algumas características do gênero. Cabe reiterar, porém, que essa descrição objetiva apenas for- necer informações para dar apoio a suas leituras e discussões e não se constituir em elenco de conteúdos para os alunos. Breve descrição do gênero relato histórico I – Situação comunicativa Autor O relato histórico é produzido por historiadores, sociólogos, cientistas sociais, jornalistas científi cos, autores de livros didáticos, enciclopedistas etc. Público-alvo O relato histórico pode ser escrito para especialistas no assunto, assim como para o público leigo: estudantes e interessados em fatos históricos. Local de circulação/ publicação Enciclopédias, livros didáticos, jornais e revistas, documentários, programas televisivos etc. II – Conteúdo temático O tema do relato histórico são os acontecimentos e a experiência humana de um ponto de vista cronológico. O texto volta-se para a explicação de determinados fatos, ações, causas e consequências com relações entre si para criar o efeito de veracidade. A questão do tempo, do espaço e da conexão dos fatos é central para a composição da temática. III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo)12 • Organização em parágrafos que apontam para distintas etapas e uma sequência de acontecimentos. • Citação de autoridades, fontes históricas, documentos, textos literários para organização dos fatos. • Estilo impessoal. Uma vez que o autor do relato procura criar efeitos de objetividade e veracidade, faz pouco uso de pronominalização. O processo de referenciação é praticamente realizado do ponto de vista lexical, pela retomada de termos específi cos. Rojo (1999) associa tal característica ao fato de o gênero estar voltado para a construção de conhecimentos sobre temas e para a exploração de repertório e vocabulário. • Utilização de verbos no pretérito perfeito, pretérito imperfeito, futuro do pretérito e de adjetivos para descrição dos fatos, ações, personalidades etc. • Uso de gráfi cos, imagens, fotografi as, tabelas e infográfi cos paraorganizar, sistematizar e ampliar as informações. • Emprego de verbos de dizer para introduzir citações, fontes e opiniões sobre os fatos narrados. 11 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. 12 Item baseado em ROJO, R. H. R. Elaborando uma progressão didática de gêneros: aspectos linguístico- -enunciativos envolvidos no agrupamento de gêneros “relatar”. Intercâmbio, São Paulo, LAEL/ PUC-SP, n. 8, p. 101-118, 1999. Port9ºAnoPROF.indd 26Port9ºAnoPROF.indd 26 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 27 No trabalho com a modalidade oral, os alunos devem reto- mar e ampliar o trabalho com o gênero exposição oral. Nos relatos há sequências explicativas, descritivas e narrativas que podem ser lidas/produzidas e, posteriormente, apresen- tadas para os colegas de classe. As explicações podem ser organizadas em quatro movimentos discursivos: i) introdu- ção do fato/fenômeno a ser relatado; ii) problematização; iii) introdução de informações adicionais que ampliam o tema; iv) conclusão. Na Unidade, espera-se que os alunos possam produzir rela- tos e participar de exposições orais sobre temas que sejam de seu interesse. A exposição oral, na esfera escolar, tem a função de produzir um sentimento de compreensão de di- versos temas, diminuindo as dúvidas dos ouvintes. O papel deste é essencial, pois a exposição pressupõe que o expositor (professor, aluno) explica ou relata algo para o leigo (aluno, comunidade) no assunto. A exposição oral insere-se também no campo da divulgação científi ca, uma vez que aponta para a reformulação de um discurso “especializado” em razão dos interlocutores.13 13 CHARAUDEAU, Patrick; MAINGUENEAU, Dominique. Explicação e transmissão de conhecimentos. In: Dicionário de análise do discurso. São Paulo: Contexto, 2004. Port9ºAnoPROF.indd 27Port9ºAnoPROF.indd 27 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 28 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Unidade 5 – O teatro e seus segredos O trabalho com o teatro faz parte da abordagem dos gêneros da esfera literária, desenvolvida ao longo de todo o Ensino Fundamental. Tal como destacam as Orientações curriculares, a ampliação das possibilidades de comunicação passa por vi- venciar a diversidade de práticas de linguagem em diferentes esferas de circulação de textos, entre as quais a literária, “cujos textos de fi cção em verso e em prosa se apresentam à apreciação e fruição estética de modo a produzir maravilha- mento e refl exão a respeito das experiências humanas”.14 A origem do teatro perde-se em tempos remotos, quando o ser humano começou a esboçar os primeiros movimen- tos tentando expressar e comunicar sentimentos e sensa- ções. Não havia então rígidas fronteiras entre arte e religião: a arte ainda era magia. Nas representações de dança de caça, os homens imitavam os animais que queriam caçar, além de representar suas aventuras, este apelo a vivenciar ou “encenar” a realidade de outros seres está na origem do tea- tro. Um dos objetivos de tais representações era agradecer aos deuses. A partir do momento em que foi capaz de se expressar por meio da linguagem oral e gestual, o homem tornou-se apto a dra- matizar os fatos e fenômenos do cotidiano, apresentando-os a seu grupo de forma mais vibrante, envolvendo assim, emo- cionalmente, seus espectadores. O teatro ocidental nasceu na antiga Grécia, onde Dionísio, deus da fertilidade e da alegria, era celebrado com canções, procissões, máscaras, tochas, em um ritual que assumia a dimensão de grande espetáculo público. Foi ainda na Grécia, há aproximadamente 2.500 anos, que au- tores como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes criaram a tragédia, levando o gênero a seu apogeu. Na Atenas democrática de então, o teatro se constituía na forma artística preferida dos cidadãos gregos. As encenações ocorriam em teatros ao ar livre, durante os festejos a Dionísio e eram gratuitas. 14 Orientações curriculares e proposição de expectativas de aprendizagem para o Ensino Fundamental – Ciclo I, p. 34. Port9ºAnoPROF.indd 28Port9ºAnoPROF.indd 28 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 29 Pagos pelo Estado, os autores competiam em concursos decididos pelo voto popular ou de jurados. No palco, três atores masculinos representavam todos os papéis, usando máscaras. A eles se somava o corifeu, chefe do coro. Onipresen- te na tragédia, o coro pontuava e comentava os episódios. Os personagens eram semideuses, heróis grandiosos, fi guras míti- cas, cujas decisões morais deviam ser tomadas como exemplos pelos cidadãos. O fi lósofo Aristóteles afi rmava que a tragédia tinha como ob- jetivo provocar no espectador uma catarse, isto é, uma purifi - cação das paixões, alcançada por meio da piedade e do horror que produzem os sofrimentos expostos em cena. Paralelamente ao sucesso das tragédias, outra vertente do tea- tro grego – a comédia – surgia com Aristófanes. Valendo-se de personagens que encarnavam tipos característicos da so- ciedade ateniense, buscando neles os traços risíveis e gro- tescos, usando o coro para intensifi car ainda mais a sátira aos comportamentos, Aristófanes transformou a comédia em um espetáculo de enorme popularidade com suas peças de temas prosaicos, de linguagem direta e de agudo poder corrosivo. Na cultura ocidental, a encenação teatral era prática social na Grécia antiga. Aristóteles, ao refl etir sobre a linguagem e o discurso literário, apontava para as diferenças entre a tragédia e a comédia, assim como entre os textos em ver- so (lírico, épico) e teatral (dramático). A tragédia e a co- média se diferenciavam pela forma como os temas da vida eram encenados pelas personagens: na tragédia, a morte de uma das personagens poderia marcar os confl itos da exis- tência humana, enquanto a comédia ridicularizava as imper- feições humanas por meio do cômico, do riso, do humor. Foi também na Grécia que se estabeleceu um vínculo entre o teatro e a educação. Ao longo dos séculos, o teatro se fi rmou como uma das formas de expressão artísticas mais signifi cativas da natureza humana e sempre variou e ex- perimentou novos modos de representação. Nesses jogos de expressão ou jogos dramáticos, fi lósofos, pedagogos e, Port9ºAnoPROF.indd 29Port9ºAnoPROF.indd 29 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 30 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP posteriormente, psicólogos viram uma forma de auxiliar o crescimento da criança e do jovem nos planos cognitivo, afetivo e psicomotor. Ao trabalhar com o teatro, a escola abre espaço para uma experiência estética em que um ator ou conjunto de atores representa uma história para um público em determinado lu- gar (nos mais diversos tipos de palcos e espaços). Esta Uni- dade possibilita tanto a leitura e produção do texto teatral como momentos de dramatização. “Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ou monólogos das personagens” (Kaufman e Rodríguez, 1995, p. 23). Por isso, o movimento metodológico da Unidade é apresentar os diferentes elementos que compõem o texto teatral e sua relação com o processo de produção de espetáculos em que diversos agentes têm papéis fundamentais: diretor, sonoplas- ta, cenógrafo, coreógrafo, fi gurinista, maquiador etc. A rela- ção entre o texto teatral do dramaturgo e sua interpretação pelos atores em cena é o ponto central para que os alunos descubram o teatro e seus segredos. Eles terão oportunidade de discutir o texto teatral, assistir a cenas e adaptar textos para serem encenados para um público específi co. A apren- dizagem desse gênero dependerá justamente do conjunto de experiências quepoderão ter ao ler, ouvir, dramatizar, produ- zir textos com efeitos estéticos para encenação. O trabalho com múltiplas linguagens torna-se essencial, uma vez que se lida com a linguagem gestual, corporal, dança, música, luz, movimento e voz. Por essa razão, a parceria com os profes- sores de Arte e Educação Física será muito proveitosa para maior refl exão sobre os elementos do teatro. O quadro a seguir contém algumas características do gênero. Cabe reiterar, porém, que essa descrição objetiva apenas for- necer informações para dar apoio a suas leituras e discussões e não se constituir em elenco de conteúdos para os alunos.15 15 Para saber mais: CORDEIRO, Marcelo. Gêneros transgressivos: as artes cênicas como gênero discursivo. Letras & Letras, Uberlândia, n. 22, 2006. MAGALDI, S. O texto no teatro. São Paulo: Perspectiva, 1999. MELLO, Renato de. Teatro, gênero e análise do discurso. In: MACHADO, I. et al. (Orgs.). Gêneros: refl exões em análise do discurso. Belo Horizonte: NAD/Fale/UFMG, 2004. Port9ºAnoPROF.indd 30Port9ºAnoPROF.indd 30 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 31 Breve descrição do gênero texto teatral I – Situação comunicativa Autoria O dramaturgo produz um texto na modalidade escrita com diversas ações que serão representadas por um ou mais atores. Ao ser encenado, o texto teatral ganha vida pela interpretação do diretor, pela representação dos atores e pela atuação de outros agentes que interferem diretamente na construção da cenografi a. A encenação teatral revela uma autoria coletiva, pois corpo, fi gurino, maquiagem, luz, voz e texto devem interagir para que o público perceba os diversos efeitos de sentido. Público-alvo O texto teatral escrito volta-se normalmente para a leitura de diretores, atores e outros agentes que atuam na montagem das peças. Há também um público-leitor interessado em apreciar os textos literários. A encenação tem como público-alvo crianças, jovens e adultos e pressupõe uma relação intensa entre atores e público ao longo de determinado tempo em um espaço específi co. Só ocorre se houver um público, por isso tal relação é essencial para a circulação do gênero. Local de circulação/ publicação O texto teatral circula normalmente em livros, mas é possível encontrar textos em sites especializados ou de domínio público. A encenação teatral pode ser contemplada em lugares como teatros, ruas, casas de show, praças, programas televisivos etc. II – Conteúdo temático O texto teatral procura trazer diálogos ou monólogos que imitam as situações reais de interação sobre os mais diversos temas. As personagens “conversam entre si para dar ao espectador a sensação de estar dentro da cena” (Costa, 2008, p. 146). Assim, como manifestação artística, o texto teatral abre possibilidade para explorar, de acordo com sua temática central, os mais variados temas e tipos de personagem. Em uma peça teatral, o público tem contato com diversos temas em cenas e atos específi cos. III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo) • O texto teatral encontra-se normalmente organizado em atos, que estabelecem uma relação central para o desenvolvimento temático da narrativa. Cada ato pode conter diferentes cenas ou quadros, englobando a entrada e a saída das personagens. Na encenação, a mudança de atos ou cenas se dá, em geral, por meio de elementos cênicos: cortinas, mudança de cenários, entrada de novas personagens, sons, luzes etc. • O texto teatral é marcado pelas notações cênicas, pois o dramaturgo precisa indicar para os atores e diretores a entonação, a gestualidade, o movimento cênico e elementos que fazem parte da cena. Essas informações, conhecidas como rubricas ou didascálias, podem aparecer com marcações gráfi cas como o itálico, o que ajuda o leitor a caracterizar a personagem e a compreender suas ações. As rubricas indicam também a movimentação das personagens em cena, assim como detalhes sobre os elementos cênicos que podem estar em cena naquele momento. Port9ºAnoPROF.indd 31Port9ºAnoPROF.indd 31 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 32 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP III – Estrutura composicional e marcas linguísticas (estilo) [cont.] • Os nomes das personagens normalmente aparecem em destaque (letras maiúsculas, negrito), seguidos pelas rubricas e falas em discurso direto. Os diálogos têm grande importância no texto teatral, pois são centrais para a organização da trama e das ações às quais o público e/ou o leitor têm acesso. Na encenação, os atores representam as personagens procurando utilizar recursos vocais, corporais, entre outros, para transmitir ao público as ações do texto teatral escrito. • Elementos intertextuais com outros textos literários, cenas de fi lmes, novelas, piadas etc. É possível perceber que os textos teatrais podem dialogar explícita ou implicitamente com outros textos, assim como ser adaptados para públicos específi cos. • Diversidade de linguagem social, uma vez que em uma peça teatral podem-se encontrar diálogos com os mais diferentes tipos sociais e suas representações. Assim, os diálogos trazem marcas da voz social e diferentes discursos. Port9ºAnoPROF.indd 32Port9ºAnoPROF.indd 32 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 33 Considerações sobre o movimento metodológico de organização da ação docente O trabalho com as práticas de linguagem – leitura, produção de texto, fala e escuta e análise linguística – articuladas aos gêneros selecionados para o ano/ciclo precisa estar adequado a uma metodologia que atenda tanto as especifi cidades das atividades elencadas no Caderno de apoio e aprendizagem quanto o conhecimento do aluno. No processo de aprendizagem, alguns pressupostos precisam ser considerados: a) o sujeito aprende na interação tanto com o objeto de conhe cimento, quanto com parceiros mais experientes; b) a aquisição de conhecimento não é linear, acontece por meio de um desenvolvimento que supõe apropriações de aspectos possíveis de serem observados no objeto de conhe cimento, nos diferentes momentos; c) durante a fase de apropriação, pode ser que o sujeito consiga executar em cooperação tarefas que talvez não fossem realizadas autonomamente. Essa cooperação cria a zona de desenvolvimento proximal, por meio da circu- lação de informações relevantes para o aprendizado, mas também compreensíveis para o aluno. Instaura-se, assim, a possibilidade de que o aluno se aproprie dessas informa- ções, tornando-se autônomo, em momentos seguintes. Uma orientação didática coerente com esses pressupostos recomenda que o desenvolvimento de ensino deva organizar-se com base em um movimento que suponha trabalho: a) no coletivo, proposto pelo professor: nesta fase, a inten- ção é, por um lado, fazer circular informações relevantes sobre determinado conhecimento; por outro, pretende-se modelizar procedimentos – de leitura, de escuta, de pro- dução de textos, de análise – oferecendo referências aos alunos; b) em duplas/grupo: nesta etapa, a intenção é, por um lado, observar quais aspectos tematizados foram apropriados Port9ºAnoPROF.indd 33Port9ºAnoPROF.indd 33 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 34 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP pelos alunos na fase anterior; por outro, criar espaço para que as informações apropriadas pelos diferentes parcei- ros – as quais também podem ser diferentes – circulem, abrindo a perspectiva para novas apropriações e novos aprendizados; c) individual: este é o momento de constatar quais foram as aprendizagens realizadas, efetivamente, pelos alunos; quais foram os conteúdos apropriados por eles. Agora, tem-se a informação a respeito de quais aspectos precisa- rão ser novamente tematizados,reiniciando-se o processo de aprendizagem. Acompanhamento e avaliação de aprendizagem Para acompanhamento sistemático do trabalho realizado ao longo de cada Unidade, encontra-se em suas páginas fi nais a avaliação individual dos alunos. As atividades da se- ção “Retomando percursos” foram elaboradas com base na aprendizagem dos gêneros propostos para cada ano/ciclo nas Orientações curriculares e proposição de expectativas de apren- dizagem para o Ensino Fundamental, como no exemplo a seguir: Chegamos ao fi nal da Unidade! Você passeou pelo carnaval de diferentes épocas e lugares (e descobriu semelhanças entre eles), conversou e aprendeu curiosidades sobre inventos simples e geniais, teve a oportunidade de trocar informações com pessoas mais velhas sobre os tocadores de música de ontem e de hoje. Além disso, leu e analisou relatos históricos, escreveu o próprio relato, expôs para colegas e para a escola suas pesquisas. Quanto trabalho! O que de tudo isso fi cou para você? Registre seu percurso nesta Unidade. Você pode fazer um relato em primeira pessoa, um texto em itens ou até mesmo uma linha do tempo ilustrada. Port9ºAnoPROF.indd 34Port9ºAnoPROF.indd 34 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 35 O objetivo é que esse não seja o único instrumento de ava- liação, mas que o professor estabeleça, durante o desenvol- vimento das Unidades, outros critérios e indicadores para avaliar o processo de ensino e aprendizagem. [...] Observar, compreender, explicar uma situação não é avaliá-la; essas ações são apenas uma parte do processo. Para além da investigação e da interpretação da situação, a avaliação envolve necessariamente uma ação que pro- mova a melhoria. [...] O papel do avaliador, ativo em termos de processo, transforma-se no de partícipe do sucesso ou do fracasso dos alunos, uma vez que os percursos individuais serão mais ou menos favorecidos a partir de suas decisões pe- dagógicas que dependerão, igualmente, da amplitude das observações. [...] O professor assume o papel de investigador, de es- clarecedor, de organizador de experiências signifi cativas de aprendizagem. Seu compromisso é o de agir refl etida- mente, criando e recriando alternativas pedagógicas ade- quadas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do conjunto e promovendo sempre ações interativas (Hoffmann, 2009, p. 17-18). O professor poderá elaborar para cada Unidade uma planilha, como a da página 36, com as expectativas de aprendizagem contempladas na sequência didática, mostrando o que o es- tudante sabe e o que é preciso retomar, por meio da regula- ção de atividades e de intervenções mais pontuais. Port9ºAnoPROF.indd 35Port9ºAnoPROF.indd 35 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 36 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP Legenda: S = sim; P = parcialmente; N = não. Expectativas de aprendizagem Alunos Unidade 5 – O teatro e seus segredos 1 2 3 4 5 6 7 8 9... P42 Relacionar a peça de teatro ao seu contexto de produção (interlocutores, fi nalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, suportes digitais). S P43 Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores. P P44 Inferir informações pressupostas ou subentendidas no texto. N P45 Comparar versões de um mesmo texto (de mesma mídia ou não) quanto ao tratamento temático ou estilístico. P46 Compreender o papel do confl ito gerador no desencadeamento da ação. P47 Interpretar os diferentes pontos de vista das personagens. P48 Reconhecer a presença de elementos da fala de um interlocutor nos enunciados do outro em diálogos. P49 Aceitar ou recusar as posições ideológicas que reconheça nos textos que lê. P50 Trocar impressões com outros leitores a respeito dos textos lidos. P51 Planejar peça de teatro: seleção do tema e dos episódios a serem dramatizados. P52 Produzir peça de teatro ou adaptar texto conhecido, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, estruturando-o de maneira a garantir a relevância das partes em relação ao tema e aos propósitos do texto e a continuidade temática. P53 Revisar e editar o texto focalizando os aspectos estudados na análise e refl exão sobre a língua e a linguagem. P54 Identifi car possíveis elementos constitutivos da organização interna da peça de teatro: divisão em atos, cenas, falas e rubricas; estruturação da fábula em apresentação (das personagens, do confl ito ou da intriga), desenvolvimento das ações e conclusão. P55 Localizar e compreender o funcionamento dos pares pergunta/ resposta, ordem/execução, convite-aceitação/recusa, cumprimento/ cumprimento, xingamento-defesa/revide, acusação-defesa/ justifi cativa, pedido de desculpa/perdão. P56 Dramatizar textos próprios ou alheios. P57 Compreender criticamente os sentidos e a intencionalidade de peças teatrais. P58 Assistir a vídeos ou a espetáculos de teatro e de cinema. P60 Trocar impressões. P62 Avaliar a expressão oral própria ou alheia em interação. Port9ºAnoPROF.indd 36Port9ºAnoPROF.indd 36 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 37 Referências bibliográfi cas ABREU, Márcia. Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora Unesp, 2006. . Histórias de cordéis e folhetos. Campinas: Mercado de Letras, 1999. BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. . Pesquisa na escola: o que é, como se faz?. São Paulo: Loyola, 1999. 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Orientações gerais para o ensino de Língua Portuguesa e de Matemática no Ciclo I. São Paulo: SME/DOT, 2006. . Referencial de expectativas para o desenvolvimento da com- petência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental. São Paulo: SME/DOT, 2006. . Referencial de expectativas para o desenvolvimento da compe- tência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental: caderno de orientação didática de Língua Portuguesa. São Paulo: SME/DOT, 2006. SOUZA, Ana Lúcia; CORTI, Ana Paula; MENDONÇA, Márcia. Ler e escrever para aprender na escola. In: Letramentos no Ensino Médio. São Paulo: Ação Educativa, 2009. TRAVASSOS, Tarcísia. Títulos, para que os quero? In: DIONÍSIO, Angela Paiva; BESERRA, Normanda (Orgs.). Tecendo textos, construindo ex- periências. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. VILAS BOAS, Sergio (Org.). Formação e informação científi ca: jornalismo para iniciados e leigos. São Paulo: Summus, 2005. Port9ºAnoPROF.indd 39Port9ºAnoPROF.indd 39 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM Port9ºAnoPROF.indd 40Port9ºAnoPROF.indd 40 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 1o semestre Port9ºAnoPROF.indd 41Port9ºAnoPROF.indd 41 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM Port9ºAnoPROF.indd 42Port9ºAnoPROF.indd 42 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 43 Neste primeiro contato com a Uni- dade, incentive os alunos a ler o poema de Drummond e a tela de Picasso e a estabelecer relações entre eles. Procure auxiliá-los na percepção de que, em ambos os textos, são elaboradas ligações entre a vida e a arte literária. Para a leitura do texto visual, su- gerimos que explore a intersecção das imagens das meninas leitoras entre si e com o livro. Port9ºAnoPROF.indd 43Port9ºAnoPROF.indd 43 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM 44 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP • P72 Identifi car possíveis elementos constitutivos da organização interna de um gênero: estrofes e versos. Sobre as expectativas em função da formatação do gênero (divisão em colunas, segmentação do texto etc.) retome: Referencial de expectativas para o desenvolvimento da competência leitora e escritora no Ciclo II do Ensino Fundamental, p. 17. Em sua mediação, chame a aten- ção dos alunos para a “silhueta” que cada texto ganha no papel. Questione se percebem as estru- turas (“desenhos”) que a escrita dos poe mas costuma apresentar. Port9ºAnoPROF.indd 44Port9ºAnoPROF.indd 44 9/16/10 5:13 PM9/16/10 5:13 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 45 Port9ºAnoPROF.indd 45Port9ºAnoPROF.indd 45 9/16/10 5:14 PM9/16/10 5:14 PM 46 CADERNOS DE APOIO E APRENDIZAGEM · SMESP • P73 Reconhecer o emprego de linguagem fi gurada e compreender os sentidos conotados. • P75 Relacionar o tratamento dado à sonoridade (assonância, aliteração) aos efeitos de sentido que provoca. • P63 Relacionar o poema ao seu contexto de produção (interlocutores, fi nalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (objetos elaborados especialmente para a escrita, como livros, revistas, suportes digitais). Espera-se que os alunos per- cebam que no poema a palavra amor ganha sentido novo: é “matéria-prima” para a raiva ou para a rima. Explore com eles a construção desse sentido, mos- trando como este depende de como a palavra é trabalhada no poema e dos conhecimentos que já temos sobre as ideias nele ex- mente a ação do vento: explore em voz alta a repetição dos sons (aliteração) representados pelas letras v e z e o corte da palavra árvore em dois versos. Relacione a imagem de uma copa de árvore, perguntando como fi cam galhos e folhas quando tocados pelo vento. ploradas (matéria-prima, amor, raiva, poesia). Já no verbete de dicionário são apresentados sen- tidos cristalizados, isto é, aqueles em que pensamos imediatamente quando ouvimos a palavra amor, sem considerarmos uma situação específi ca em que ela seja usada. Observe se os alunos percebem os recursos que sugerem poetica- Os textos 2, 4 e 5 No texto 2 X Os versos são: “(na manhã/ veloz/ e azul/ de ventania e ar/ vores/ voando)”. Port9ºAnoPROF.indd 46Port9ºAnoPROF.indd 46 9/16/10 5:14 PM9/16/10 5:14 PM L IVRO DO PROFESSOR L ÍNGUA PORTUGUESA · 9O ANO 47 • P64 Estabelecer conexões entre o texto e os conhecimentos prévios, vivências, crenças e valores. • P68 Trocar impressões com outros leitores a respeito dos textos lidos. • P65 Estabelecer a relação entre o título e o corpo do texto. • P78 Ouvir gravações de poemas lidos. • P79 Trocar impressões. Levante conhecimentos prévios dos alunos acerca de poesia e de sua manifestação em poemas. Como são atividades orais, aco- lha as contribuições dos alunos, incentivando-os a justifi car suas afi rmações. Depois, procure siste- matizar as falas, estabelecendo pontos de confl uência entre elas.
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