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escrevente técnico judiciário Apostila de Direito Constitucional para o Concurso Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cargo de Escrevente Técnico Judiciário. DIREITO CONSTITUCIONAL ____________ de acordo com o edital de 31/03/2017 São Paulo DIREITO CONSTITUCIONAL APOSTILA GRATUITA. VENDA PROIBIDA. Editora Aprovare 2017 ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO - TJ/SP - Editora Aprovare www.editoraaprovare.com.br contato@editoraaprovare.com.br Tribunal de Justiça de São Paulo: Escrevente Técnico Judiciário. Apostila Teórica de Direito Constitucional. Curitiba: Aprovare, 2017. 32 p.; 21x29,7 cm. 1.Tribunais. 2. Apostila Teórica. 3. Brasil. Apostila elaborada de acordo com o Edital do Concurso Público para Escrevente Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo de 31 de Março de 2017. Disciplina de Direito Constitucional - material para distribuição gratuita. Organização, diagramação e impressão: Editora Aprovare. TODOS OS DIREITOS DESTE MATERIAL SÃO RESERVADOS. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Aprovare. A viola- ção dos direitos autorais é crime previsto na Lei 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. APRESENTAÇÃO É com grande satisfação que a Editora Aprovare, especialista em apostilas e livros jurídicos para concursos públicos, traz ao público a presente “Apostila Teórica para o Concurso Público para Escre- vente Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo”, escrita por uma competente equipe de professores especialistas. Trata-se de material didático exclusivo: completo, minucioso e atualizado. A apostila foi totalmente estruturada de acordo com o Edital de 31 de Março de 2017 e contempla todas as disciplinas arroladas no aludido documento. Cabe ressaltar que o Conteúdo Programático traz as seguintes disciplinas como requisitos: Língua Portuguesa, Conhecimentos em Direito (Direito Penal, Processual Penal, Processual Civil, Constitucional, Administrativo e Normas da Corregedoria Geral da Justiça) e Conhecimentos Ge- rais (Atualidades, Matemática e Informática). O presente material traz a disciplina de Direito Constitu- cional para a distribuição de forma gratuita. Dito isso, desejamos bons estudos a todos os candidatos a esta nobre carreira pública. Conselho Editorial Aprovare. PARA ADQUIRIR NOSSO MATERIAL: escrevente técnico judiciário conteúdo São Paulo Apostila elaborada de acordo com o Edital publicado em 31 de março em 2017. Apostila para o Concurso Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cargo de Escrevente Técnico Judiciário. LÍNGUA PORTUGUESA DIREITO PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO ADMINISTRATIVO NORMAS DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA ATUALIDADES MATEMÁTICA INFORMÁTICA RACIOCÍNIO LÓGICO apostila teórica completa TJ/SP - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO VERSÃO IMPRESSA PDF CLIQUE NA OPÇÃO DESEJADA (PDF OU VERSÃO IMPRESSA) PARA MAIS INFORMAÇÕES OU ACESSE: http://www.editoraaprovare.com.br 01 DIREITOS FUNDAMENTAIS 02 DIREITOS SOCIAIS 03 NACIONALIDADE 04 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 05 ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO 06 SERVIDORES PÚBLICOS 07 CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ARTIGOS EXIGIDOS PELO EDITAL DIREITO CONSTITUCIONAL M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A Direito Constitucional 3 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A 01 DIREITOS FUNDAMENTAIS Os direitos fundamentais são frutos das relações políticas e sociais estabelecidas através dos tempos. A doutrina os divide em “dimensões”, de acordo com o momento em que surgiram. Nesse ponto, destaca-se que o termo “dimensões de direitos fundamentais” é preferido em relação ao termo “gerações de direitos fundamentais”. Isto porque a palavra “geração” traz uma ideia de substituição - onde uma geração substi- tui a anterior-, o que de fato não ocorre com os direitos fundamentais. Uma nova dimensão agrega novos di- reitos aos já existentes. As três primeiras dimensões refletem o lema da revolução francesa (liberdade, igualdade e fraternida- de). Já a quarta dimensão, para a maioria da doutrina pátria, entre outros direitos, traz o pluralismo e a de- mocracia. Eis as dimensões: Primeira Dimensão, a liberdade: Surgiu no final do século XVIII com as revoluções liberais (francesa e americana). São os chamados direi- tos civis e políticos. Segunda Dimensão, a igualdade: Fruto dos direitos sociais, surgidos após a Primeira Guerra Mundial e a Revolução Industrial (início do sé- culo XX), momento em que o Estado teve que intervir para melhorar a vida das pessoas. São os chamados diretos sociais, econômicos e culturais. Terceira Dimensão, a fraternidade (solidarieda- de): Com o final da Segunda Guerra o rol dos direitos fundamentais foi acrescido, entre outros, pela autode- terminação dos povos, direito ao progresso e ao de- senvolvimento, direito ao meio ambiente, etc. Alguns direitos desta dimensão são coletivos, e outros difusos. Quarta Dimensão, a pluralidade: Existe grande divergência doutrinária. Para Paulo Bonavides surge a partir da Globalização Política. São os direitos a democracia, informação e pluralismo (não é rol exaustivo). RESERVA DO POSSÍVEL É uma tese apresentada pelo Poder Público nas ações propostas para realização dos direitos funda- mentais. A Administração alega não possuir recursos suficientes para realizar todos os direitos sociais pre- vistos no ordenamento pátrio. Tal tese é aceita em al- guns casos pelo STF, em outros, o STF a afasta. Deve-se considerar o caso concreto para constatar se há ou não a possibilidade de aplicação da reserva do possível. CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Inalienáveis: O direito aos direitos fundamentais não pode ser comercializado. Limitáveis: Os direitos fundamentais não são absolutos (po- dem ser ponderados). Alguns autores dizem que a ve- dação da tortura e a observação da dignidade da pes- soa humana são direitos absolutos. Princípio da proporcionalidade: Ao limitar os direitos fundamentais através da ponderação de princípios o Estado deve observar o princípio da proporcionalidade. O Estado somente poderá mitigar tais direitos quando for absolutamente necessário. Nestes casos, o Estado deve escolher o meio adequado a esta situação. Para Robert Alexy proporcionalidade não é princípio, mas sim uma técnica de resolução de conflitos entre princípios. Proporcionalidade = necessidade + adequação + proibição do excesso + justa medida. A justa medida é a proporcionalidade em sentido estrito. Lembra-se que a razoabilidade remete ao fato de haver devido processo legal em sentido material. Direitos universais: Há um mínimo de direitos fundamentais que devem ser preservados em todo o mundo. No entanto, existe parte da doutrina que afirma que tal rol mínimo não exista, vez que pode configurar imposição de cul- tura. Rol exemplificativo: Os direitos fundamentais não são apenas aqueles descritos no texto constitucional. A CF traz um rol aberto de direitos. Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: Os direitos fundamentais historicamente regularam a relação entre os indivíduos e os Estados, de maneiravertical. A tese da eficácia horizontal surge com a possibilidade de aplicação dos direitos fundamentais nas relações entre particulares. Hoje os direitos fundamentais são oponíveis também aos particulares, em relação de igualdade (horizontal). TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 4 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE Cabem aqui apenas alguns apontamentos sobre os direitos fundamentais mais estudados. No entanto, o candidato deve fazer uma leitura completa do art. 5º da Constituição Federal, bem como do Pacto de São José da Costa Rica, disponibilizado integralmente (e co- mentado) no capítulo que trata dos direitos humanos. Igualdade: É um direito fundamental amplamente menciona- do na CF. Doutrinariamente destacam-se alguns as- pectos: Igualdade formal: diante da mesma lei todos devem ser tratados da mesma forma. Refere-se aos aplicadores da lei. Igualdade material: igualdade na lei. Refere-se aos legisladores, que não podem legislar de for- ma discriminatória. Isonomia: devem-se tratar igualmente os iguais, e desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades, a fim de reduzir as desi- gualdades. O direito deve corrigir as desigual- dades naturais dos seres humanos. É um direito fundamental de segunda geração. Possui base individual e social ao mesmo tempo. Assim, deve-se promover os direitos dos grupos des- favorecidos, como por exemplo, menores, mulheres, estrangeiros em situação clandestina, índios, etc. Vida: A CF não protege somente o direito à vida, mas sim a uma vida digna. Liberdade: Deve ser entendida em sentido amplo: liberdade de opinião, religião, associação, expressão, reunião, de imprensa, etc. Sigilo: Somente o juiz poderá autorizar quebra de sigilo, exceto no sigilo bancário, em que a CPI pode quebrar.. 02 DIREITOS SOCIAIS Nos termos do art. 6º da CF “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a mora- dia, o lazer, a segurança, a previdência social, a pro- teção à maternidade e à infância, a assistência aos de- samparados, na forma desta Constituição”. Embora várias provas não tragam questões do Direito Previdenciário, cabe aqui um breve estudo dos aspectos constitucionais da Seguridade Social (previ- dência social, saúde e assistência social), porque são passíveis de abordagem. SEGURIDADE SOCIAL A Constituição Federal, em seu art. 194, descreve a seguridade social como sendo “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da so- ciedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. O professor Flávio Zambitte Ibrahim observa que a definição constitucional nada mais é do que a descri- ção dos componentes da seguridade social, e não pode ser encarada como um conceito técnico. Leciona então que “a seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva formada pelo Estado e por particulares, com contribuições de todos, incluindo parte dos bene- ficiários dos direitos, no sentido de estabelecer ações para o sustento de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, providenciando a manuten- ção de um padrão mínimo de vida digna”. Direito Previdenciário: é o nome que se dá ramo do Direito Público que estuda o conjunto de normas acerca da seguridade social. Sujeito ativo da seguridade social: aquele que dela precisar. Sujeito passivo: o Poder Público e a sociedade em geral. ASSISTÊNCIA SOCIAL A assistência social no Brasil é universal e gratuita. “Será prestada a quem dela necessitar, independente- mente de contribuição à seguridade social” (CF, art. 302). Objetivos da assistência social: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária. SAÚDE O sistema jurídico brasileiro possui inúmeros diplomas legais destinados à garantia da saúde. A Constituição Federal, nos artigos 196 a 200, enuncia a base para todo o sistema. Direito Constitucional 5 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A Nos termos do art. 196: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e re- cuperação”. Grave-se que todos possuem o direito à saúde, independente de contribuição. O atendimento na rede pública é garantido aos brasileiros e aos es- trangeiros, residentes ou não no Brasil. Até mes- mo o estrangeiro em situação irregular deve ser atendido de forma gratuita. PREVIDÊNCIA SOCIAL O art. 201 da Constituição prevê que “a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observa- dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial”. A doutrina diz que a previdência social é um seguro sui generis. PRINCÍPIOS CONTITUCIONAIS DA SEGURIDADE SOCIAL Universalidade da cobertura e do atendimento: A universalização da proteção se dá sobre dois pris- mas: cobertura e atendimento. A universalidade da co- bertura significa que o sistema deve proteger qualquer situação de vida que leve a um estado de necessidade. Diz respeito a “o que será protegido”. Exemplo: morte, que é um risco, gera um benefício, que é a pensão por morte. Outro exemplo é a doença, uma situação de ris- co, que dá ensejo a intervenção do sistema de saúde. Já a universalidade do atendimento significa “quem será protegido”. Reserva do possível: a universalidade do atendi- mento esbarra na reserva do possível, pois o Brasil somente pode proteger o que estiver dentro dos seus limites orçamentários. Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços devidos às populações urbanas e rurais: As prestações securitárias devem ser iguais para os trabalhadores rurais e urbanos. Não há possibilidade de qualquer tipo de discriminação na criação dos be- nefícios. Apesar de parecer um preceito lógico nos dias de hoje, no período anterior à Constituição Federal de 1988 as discriminações eram possíveis no sistema pre- videnciário. Segurado especial: basicamente é o pequeno traba- lhador rural e o pescador artesanal. O tratamento dado a estes não ofende ao princípio da uniformidade, pois o tratamento desigual não decorre do fato de trabalhar no campo, mas sim do fato de contribuir de maneira diversa dos demais. Com a contribuição diferente, o rol de benefícios será diferenciado. É o tratamento desi- gual aos desiguais, consagração da isonomia material. Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços: É um princípio voltado principalmente para o legislador. O Estado não possui recursos para uni- versalizar a proteção, então aparece a necessidade de selecionar as situações protegidas pelo poder estatal. Em primeiro lugar serão selecionadas as contingências sociais (situações da vida) que serão protegidas pela seguridade. Distributividade: sempre aparece ao lado da se- letividade. É o critério que deve nortear o legislador no momentoem que ele faz a seleção. O parlamentar deve selecionar as situações que abranjam o maior nú- mero de pessoas necessitadas. Irredutibilidade no valor dos benefícios: Os benefícios não poderão ter os seus valores re- duzidos. A esmagadora maioria da doutrina diz que essa irredutibilidade deve ocorrer em relação ao valor real dos benefícios – deve haver correção monetária. No entanto, a jurisprudência posiciona-se no sentido de preservar apenas o valor nominal dos benefícios. Equidade na forma de participação do custeio: O princípio da equidade é um desdobramento do princípio da isonomia. Aquele que pode mais deve con- tribuir com valores maiores para a seguridade social. Deve-se também observar a máxima do risco so- cial, ou seja, quanto maior o risco de determinada atividade, maior deverá ser a contribuição. Exemplo: uma empresa que desenvolve atividade insalubre gera mais risco que o seu trabalhador se afaste do trabalho e faça jus à prestação paga pela previdência, razão pela qual deve contribuir com uma fatia maior no custeio da previdência. Zambitte aponta que “esta ideia é especialmente aplicada no custeio do seguro de acidentes de trabalho, no qual há majoração de alíquota em razão do maior risco de acidentes de trabalho e exposição a agentes nocivos. Quanto maiores os riscos ambientais, maior deverá ser a contribuição”. Diversidade da base de financiamento: A própria Constituição materializa este princípio ao dizer no seu art. 195 que a seguridade será finan- ciada por toda a sociedade. O Poder Público, os em- pregadores, os empregados, os importadores e parte das receitas advindas dos concursos de prognósticos arcarão com os custos da seguridade. TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 6 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A Caráter democrático e descentralizado da Administração mediante gestão quadripartite: Gestão democrática é gestão com todas as camadas que têm interesse em administrá-la (trabalhadores, empregadores, aposentados e governo). O sistema é administrado por representantes das quatro classes listadas, assim, se diz que a gestão do sistema é qua- dripartite. Caráter descentralizado é importante pelas dimensões do país. A seguridade social deve chegar a todas as comunidades, conhecendo as peculiaridades de cada local. Para tal, existem Conselhos Municipais. Solidariedade: Presente no art. 195, diz que toda a sociedade fi- nanciará a seguridade social. O financiamento pode ser direto e indireto. O financiamento direto decorre das contribuições sociais (tributo de destinação vincu- lada). Já o financiamento indireto é aquele que provém de recursos que são fixados a partir dos orçamentos fiscais dos entes da Federação (impostos). Lei ordinária: quando a contribuição tem funda- mento na no art. 195, ela deve ser criada por lei ordi- nária. Competência residual: é possível a criação de con- tribuições residuais para a seguridade social, visando à manutenção ou ampliação do sistema (art. 195, § 4º). Para tal faz-se necessária a edição de uma lei comple- mentar. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL O art. 195 da CF diz que a seguridade social será fi- nanciada por toda a sociedade, de forma direta e indi- reta, nos termos da lei, mediante recursos provenien- tes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribui- ções sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do tra- balho pagos ou creditados, a qualquer título, à pes- soa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previ- dência social, não incidindo contribuição sobre apo- sentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (NOVENTENA) Em relação às contribuições sociais não há neces- sidade de se observar a anterioridade anual, ou seja, pode ser aplicada no mesmo ano (art. 149 CF). A única anterioridade observada é a noventena, ou seja, 90 dias a partir da lei que a instituiu ou modificou. A majora- ção da alíquota, para fins de noventena, é modificação. Pela súmula 669 do STF a norma que altera prazo de recolhimento não está sujeita à anterioridade, no caso dos impostos. O STF toma o mesmo entendimen- to nos caos de mudança de prazo de recolhimento das contribuições sociais. Assim, não há observância da anterioridade nonagesimal nesses casos. Medida provisória não pode criar contribuição so- cial, pois todas as contribuições do art. 195 já foram criadas. E, para criar contribuição com base na compe- tência residual, deve haver lei complementar. Medida provisória não pode versar sobre matéria reservada a complementar. Medida provisória, no entanto, pode majorar con- tribuição prevista em lei ordinária. Nesse caso os no- venta dias passam a contar a partir da primeira medi- da provisória, e não a partir da data em que é conver- tida em lei. PRINCÍPIO DA PREEXISTÊNCIA DE CUSTEIO (REGRA DE CONTRAPARTIDA) Nenhum benefício poderá ser criado, majorado ou estendido, sem discriminar a prévia fonte de custeio total. 03 NACIONALIDADE NACIONALIDADE ORIGINÁRIA (PRIMÁRIA DE 1° GRAU) É aquela resultante do nascimento, que é um acon- tecimento natural e involuntário. Critérios determinantes da nacionalidade origi- nária: Ius soli: é o direito de solo, a territorialidade. A na- cionalidade originária se adquire de acordo com o lo- cal do nascimento. Aquele que nascer no território do país possuirá nacionalidade originária. Ius sanguines: é o direito de sangue. Filhos de nacio- nais do país terão nacionalidade originária. Cada Estado adota o critério que melhor atenda aos seus interesses. Direito Constitucional 7 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A NACIONALIDADE SECUNDÁRIA (DERIVADA DE 2° GRAU) Resulta de um ato voluntário, chamado de “natu- ralização”. Nacionalidade secundária expressa: pode ser ordi- nária ou extraordinária. A nacionalidade secundária expressa ordinária pode ser dar de diferentes formas, de acordo com uma das classes de indivíduos abaixo: i. Todos os estrangeiros, exceto os originários de países de língua portuguesa; ii. Todos os originários de países de língua por- tuguesa, exceto os portugueses; iii. Portugueses (quase nacionais); iv. Por determinação legal. BRASILEIROS NATOS (NACIONALIDADE ORIGINÁRIA) São considerados brasileiros natos: a) Os nascidos no território da República Federa- tiva do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, des- de que estes não estejam a serviço oficial do país de origem: Por território, nesse caso, entende-se tanto o território em sentido estrito, quanto o território por ex- tensão. Ocorre exceção quando os pais forem estran- geiros a serviço do seu país de origem (basta que um dos pais esteja a serviço do país de origem). Neste caso os filhos não serão brasileiros natos. No entanto, se os pais estiverem a serviço de outro país, que não o de origem, os filhos nascidos em território brasileirotambém serão considerados brasileiros natos. b) Os nascidos no estrangeiro, desde que um dos pais esteja a serviço da República Federativa do Brasil: Neste caso o critério adotado é o sanguíneo somado ao critério funcional. Considera-se que está a serviço da República Federativa do Brasil quem serve qualquer pessoa jurídica com capacidade política, seja da administração pública direta ou indireta. Criança adotada: se uma criança for adotada no exterior por pai ou mãe que está a serviço do Bra- sil será brasileiro nato. Isto porque a Constituição veda qualquer tipo de discriminação entre os fi- lhos naturais e os adotivos. c) Os nascidos no estrangeiro, filhos de brasilei- ros, desde que registrados nas repartições diplomáti- cas do Brasil, ou que venham a residir no Brasil e op- tem pela nacionalidade brasileira a qualquer tempo, depois da maioridade: Nacionalidade potestativa: é o nome que se dá a aquisição de nacionalidade depois da maioridade, quando o filho de brasileiro passa a residir no Brasil. Seus requisitos são: i. Residência no Brasil a qualquer momento; ii. Opção pela nacionalidade brasileira após a maioridade. BRASILEIROS NATURALIZADOS (NACIONALIDADE SECUNDÁRIA) Naturalização tácita: É rara e ocorreu apenas uma vez no Brasil. Em 1891 houve a chamada “grande naturalização”, quando a Constituição vigente trouxe a previsão de que todo estrangeiro que estivesse no Brasil na data da promulgação da Constituição deveria se manifestar contrário à sua naturalização nos seis meses seguintes. Caso contrário seria declarado naturalizado (naturali- zação tácita). Naturalização expressa ordinária: a) Todos os estrangeiros oriundos de países que não falam português: Segundo o art. 112 da Lei 6.815 (Estatuto do estrangeiro) são requisitos para a natura- lização: i. Mínimo de quatro anos de residência no Bra- sil; ii. Saber ler e escrever em português; iii. Gozar de boa saúde; iv. Condições financeiras de manutenção no ter- ritório nacional; v. Capacidade civil (18 anos). Antes de conquistar a nacionalidade secundária o estrangeiro residirá no Brasil com visto permanente. Após os quatro anos de residência poderá protocolar no Departamento de Polícia Federal seu pedido de na- turalização. Entende-se que a previsão de “boa saúde” não foi recepcionada pela Constituição de 1988, pois fere a dignidade da pessoa humana. b) Todos os estrangeiros originários de Estados que falam português: Os países que falam a língua portuguesa são: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Príncipe, Goa, Macau, Açores e Timor Leste. Requisitos para naturalização: i. Residência ininterrupta por um ano; ii. Idoneidade moral. TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 8 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A c) Portugueses: Os portugueses são considerados “quase nacionais” e podem, sem deixar a condição de estrangeiros, exercer direitos inerentes aos estrangei- ros naturalizados. Requisitos: i. Residência permanente no Brasil; ii. Deve haver reciprocidade em Portugal (trata- do assinado em 22 de abril de 2000). Desta forma, são dois os caminhos que podem ser seguidos pelos portugueses: naturalização (1 ano de residência + idoneidade moral) ou tornar-se um “qua- se nacional”, sem perder a nacionalidade portuguesa. O quase nacional pode votar e ser votado após 3 (três) anos nessa condição. Já o brasileiro na- turalizado tem a obrigação de votar. No entanto, os quase nacionais somente poderão ser votados nas eleições municipais, pois esta é a reciprocida- de conferida aos brasileiros em Portugal. Se votar no Brasil o indivíduo deixa de votar em Portugal, pois não pode exercer seus direitos políticos em 2 (dois) Estados. O quase nacional não é obrigado a se alistar nas forças armadas. Já os brasileiros naturalizados possuem essa obrigação. d) Hipóteses legais: Radicação precoce: os nascidos no estrangeiro, que tenham sido admitidos no Brasil durante os primeiros cinco anos de vida, são considerados radicados defini- tivamente no território nacional. Para preservar a na- cionalidade brasileira, deverão manifestar-se por ela, inequivocamente, até dois anos após a maioridade. Colação de grau em curso superior: os nascidos no estrangeiro que, vindo a residir no país antes de atin- gida a maioridade, façam curso superior em estabele- cimento nacional e requeiram a nacionalidade até um ano depois da formatura. Essas duas hipóteses estavam previstas na Constituição de 1967. Hoje, não há mais previsão ex- pressa na Carta Maior. No entanto, elas ainda existem, vez que a CF fala que existem hipóteses de naturaliza- ção, e as supracitadas hipóteses aparecem na Lei 6.815. Naturalização expressa extraordinária: A prin- cipal diferença entre a ordinária e a extraordinária é que a primeira não cria direito público subjetivo, pois é ato discricionário do Presidente da República – não cabe Mandado de Segurança. Já a extraordinária cria direito público subjetivo. É ato vinculado, passível de Mandado de Segurança. Requisitos: i. Quinze anos de residência no brasil; ii. Inexistência de condenação penal. PERDA DA NACIONALIDADE Em regra, todo brasileiro que adquire outra nacio- nalidade perde a nacionalidade brasileira. No entanto, existem as seguintes exceções: a) Quando outro Estado exige a naturalização para o exercício de direitos civis; b) Quando a outra nacionalidade adquirida for originária: nestes casos, quem define o que é a nacionalidade originária é o país ao qual o bra- sileiro se naturaliza. Exemplo: descendentes de italianos que adquirem nacionalidade originá- ria italiana. Polipátridas: são os indivíduos que possuem mais de uma nacionalidade. É um conflito positivo de nacionalidade. Heimatlos (apátridas): são os indivíduos que, de- vido às diferenças existentes entres os critérios de nacionalidade dos Estados, acabam não possuin- do pátria alguma. José Afonso da Silva diz que “o conflito negativo é que se afigura intolerável, porque impõe a determinada pessoa, por circunstância alheia à sua vontade, uma situação de apátrida, de sem nacionalidade, que lhe cria enormes dificuldades, porque lhe gera restrições jurídicas de monta em qualquer Estado em que viva. Ora, a nacionalidade é um direito fundamental do homem, sendo inadmissível uma situação, independente da vontade do indivíduo, que o prive desse direito. A Declaração Universal dos Direitos Humanos bem o reconhece, quanto estatui que toda pessoa tem direito a uma nacionalidade e ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Apesar disso, não se encontrou ainda mecanismo adequado para impedir que surjam os heimatlos, sem falar no arbítrio ditatorial de alguns países que, sem o menor escrúpulo, desrespeitam a dignidade humana e violam aqueles preceitos universais, cassando nacio- nalidade de pessoas que ousam opor, a seus desígnios, as inquietantes – para eles – ideias democráticas”. O sistema constitucional brasileiro prevê mecanis- mos para que não ocorra esse conflito negativo de na- cionalidade com os filhos de brasileiros. Direito Constitucional 9 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A RENATURALIZAÇÃO DO BRASILEIRO NATO QUE OPTOU POR OUTRA NACIONALIDADE Existe doutrina no sentido deque quando um bra- sileiro nato optar, poderá voltar a ser brasileiro nato após a naturalização. No entanto, outra parcela da doutrina diz que poderá ser apenas brasileiro natu- ralizado, após o preenchimento dos requisitos. O STF entende que o brasileiro nato que optou por outra na- cionalidade, quando quiser, voltará para a sua condi- ção anterior. PERDA DA NATURALIZAÇÃO Quando um brasileiro naturalizado praticar ativi- dade nociva aos interesses nacionais perderá a condi- ção de naturalizado após sentença transitada em julga- do. Nota-se que isso não pode ocorrer em relação aos brasileiros natos. Renaturalização de brasileiro naturalizado que praticou atividade nociva aos interesses nacionais: Somente pode ocorrer por ação rescisória, vez que a perda da naturalização se dá por sentença judicial. DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS A CF, como regra, não admite a diferenciação entre os brasileiros natos e os naturalizados. No entanto, a própria Constituição traz algumas situações onde exis- te diferença no tratamento. a) Exercício de cargos: Em razão da segurança nacional os cargos que es- tão na linha sucessória do Presidente da República e os cargos de relação com os Estados estrangeiros são privativos nos brasileiros natos. São eles: i. Presidentes da Câmara e do Senado (a regra não se aplica aos deputados e senadores em geral); ii. Ministros do STF (nos demais tribunais é possível, exceto nas vagas de militares do STM, que deverão ser brasileiros natos); iii. Cargos da carreira diplomática; iv. Oficiais das forças armadas (com patente superior a de tenente); v. Ministro da Defesa. Os “quase nacionais” (portugueses), pela recipro- cidade, não poderão ser deputados ou senadores. Somente participam das eleições municipais. b) Exercício de função: O artigo 89 da Constituição prevê o Conselho da República, que é órgão de assessoramento do Presidente da República. Neste Conselho, alguns mem- bros devem ser brasileiros natos: o Vice-Presidente da República; o Presidente da Câmara dos Deputados; o Presidente do Senado Federal; o Ministro da Justiça; e seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trin- ta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, to- dos com mandato de três anos, vedada a recondução. Apenas os líderes da maioria e minoria na Câmara e no Senado podem ser brasileiros naturalizados. c) Extradição: O Brasileiro nato não pode ser extraditado. Já o na- turalizado poderá em duas situações: i. Quando da prática de crime comum anterior à natu- ralização; ii. Quando do envolvimento em tráfico de drogas ilíci- tas a qualquer momento. d) Propriedade: Brasileiro naturalizado somente poderá ser pro- prietário de empresa de radiodifusão após 10 (dez) anos de naturalização. e) Perda de nacionalidade: Como visto anteriormente, os naturalizados pode- rão perder a naturalização quando da prática de ativi- dades nocivas ao interesse nacional. Norma infraconstitucional não poderá estabelecer diferenças entre brasileiros natos e naturalizados. 04 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO FORMA DE GOVERNO República Monarquia SISTEMA DE GOVERNO Presidencialismo Parlamentarismo FORMA DE ESTADO Estado unitário Federação A organização e a estrutura do Estado podem ser analisadas sob três aspectos: a forma de governo – re- pública ou monarquia; o sistema de governo – presi- dencialismo ou parlamentarismo; e, a forma de Estado – unitário ou federação. TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 10 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A O Brasil é uma federação, que adotou o sistema de governo presidencialista e a forma de governo de uma república. União X República: a União faz parte da Repú- blica, e apenas esta possui personalidade jurídica internacional. FEDERAÇÃO Requisitos da Federação: Soberania perante os demais territórios: igualdade jurídica perante outros Estados e poder máximo dentro daquele país. Somente o todo é soberano, e os Estados que compõe a Federação são autônomos entre si. Constituição: cria a federação e a autonomia dos Estados. Deve ser rígida e prever o controle de cons- titucionalidade. Descentralização política: é a concessão de poder aos entes federativos. Repartição de competências e receitas: é o que ga- rante a autonomia dos entes federativos e o equilíbrio da federação Controle de constitucionalidade: no Brasil quem possui a última palavra em relação à constitucionali- dade das leis e atos é o STF. Assim, o STF atua como um “guardião da Constituição”. Participação dos entes federados na formação da vontade geral: se materializa através da participação na elaboração das leis nacionais. Tal colaboração é que justifica o Senado Federal. Federalismo Brasileiro: O Brasil Imperial era um Estado unitário, onde to- das as ordens emanavam do poder central. Após a proclamação da república, com a Constituição de 1891, concedeu-se maior autonomia às províncias. Como a Constituição de 1891 era cópia da Constituição Americana, as províncias possuíam, em tese, muita autonomia. No entanto, na prática a autonomia não vingou, e o poder central se mantinha a ferro e fogo. As Constituições seguintes retiraram parte da auto- nomia das províncias. Na CF de 1988 os Estados recu- peraram parte da sua autonomia. A CF de 1988 prevê uma federação de equilíbrio. Federalismo cooperativo: A federação brasileira possui quatro níveis: União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Parte da dou- trina afirma que a autonomia dos municípios é restrita, vez que eles não possuem constituições próprias, não possuem Poder Judiciário próprio e não participam da elaboração das leis nacionais. Também existe doutrina que não considera o Distrito federal como ente da federação. No entanto, a própria CF considera os Municípios e o Distrito Federal como entes federais. Territórios: Precisas são as palavras de José Afonso da Silva ao dizer que “os territórios não são mais consi- derados como componentes da federação, como equivocadamente o eram nas constituições prece- dentes. A Constituição lhes dá posição correta, de acordo com sua natureza de mera autarquia, sim- ples descentralização administrativo-territorial da União, quando os declara integrantes desta”. Hoje não existem mais territórios federais, vez que a própria CF transformou Roraima e Amapá (antigos territórios federais) em Estados. No en- tanto, pode-se criar novos territórios através de lei complementar. COMPETÊNCIAS Podem ser positivas (obrigações ou permissões) ou negativas (proibições). A princípio, a CF cria algumas competências negativas: a proibição de se recusar fé de documentos emitidos pelos entes federativos (recipro- camente); a impossibilidade de fomento e o custeio de entidades religiosas pelos entes públicos; a proibição de tratamento desigual entre os entes federativos. As competências podem ser exclusivas da União, privativas da União, comuns e concorrentes. As exclusivas não podem ser delegadas aos Estados. As privativas podem ser delegadas através de lei com- plementar. A delegação deve ser apenas parcial, e nun- ca sobre o tópico principal (exemplo: não podem criar tipos penais autônomos). Já as competências comuns são aquelas em que to- dos os entes federados atuam em forma de coopera- ção, ou seja, os entes atuam em forma de igualdade. Por fim, na competência concorrente existe hierar- quia. A União edita as normas gerais (patamaresmíni- mos de atendimento), e os Estados podem ir além dos patamares mínimos, adaptando à sua realidade local. Exemplo de competência concorrente é a legislação so- bre o meio ambiente. Todos os assuntos relacionados com relações inter- nacionais serão de competência da União, bem como interesses que devam ser nacionalmente uniformiza- dos. O mesmo ocorrerá com os temas que envolverem mais de um Estado. Aos Estados, cabe a competência remanescente. O que não for de competência da União ou do município será de competência Estadual. Todavia, a CF enume- rou duas competências para os Estados: exploração do serviço de gás canalizado e instituição das regiões me- tropolitanas. Direito Constitucional 11 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A Em regra, a competência dos municípios se refere a tudo aquilo que for de interesse tipicamente local. O STF entende que a regulação de atividade eco- nômica é sempre da União. Assim, leis municipais que estabelecem distâncias mínimas no comércio são inconstitucionais. Por outro lado, os municí- pios podem regular a qualidade dos serviços, mo- tivo pelo qual lei que define tempo de espera em fila de banco é constitucional *** Atenção: Legislação sobre desapropriação e sobre trânsito são de competência privativa da União. Por fim, o Distrito federal acumula competências estaduais e municipais. Competências legislativas: são competências para legislar sobre temas definidos. Competências materiais: são competências para fazer coisas. Competência legislativa imprópria: é a compe- tência derivada das competências materiais co- muns (competência de todos os entes); Intervenção: confirma a igualdade entre os en- tes federados. Excepcionalmente a União po- derá intervir nos Estados. O mesmo ocorre nos Estados em relação aos municípios. Somente os Estados podem intervir nos seus Municípios. A União não pode interferir nos mu- nicípios, exceto naqueles situados em territórios federais. 05 ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO DIVISÃO ORGÂNICA DO PODER A separação dos poderes não surgiu com Montesquieu, como muitos lecionam. A ideia existe pelo menos desde Aristóteles. Montesquieu, em seu livro intitulado “O Espírito das Leis”, afirmou que cada poder deveria ser exercido por um órgão inde- pendente, para evitar o absolutismo. Foi essa inovação que tornou as ideias do pensador francês amplamente utilizadas no sistema constitucional. Destaca-se que embora Montesquieu falasse em três poderes, não dava grande importância para o Poder Judiciário. Este ganhou importância a partir da Revolução Americana. Nota-se que o poder é uno, ra- zão pela qual o mais correto é se falar em separação das funções. Todos os poderes exercem todas as funções, sen- do que em cada um existe uma função predominante, chamada de “típica”. No entanto, aparecem também as funções atípicas (secundárias). Ao longo da história, todas as constituições brasi- leiras adotaram a divisão orgânica de Montesquieu. Exceção ocorreu na Constituição de 1824, que adotou a Teoria do Poder Moderador (Benjamim Constant). Assim, além do Judiciário, Executivo e Legislativo, havia o Poder Moderador, exercido pelo monarca. Diz a Constituição de 1988 que os poderes no Brasil “são harmônicos e independentes entre si”. O país ado- ta um “sistema dos freios e contrapesos”, onde cada um dos poderes mantém sua independência, porém, em colaboração e sob a fiscalização dos demais poderes. A separação de poderes é uma doutrina antiga (1748), que atualmente tem sido posta a prova, vez que existem instituições de difícil alocação dentro do siste- ma tradicional. Exemplo é a situação do Ministério Público, que para alguns é poder independente. No entanto, o MP é uma função essencial à justiça. Certo, é que a triparti- ção de poderes clássica não atende à organização atual dos Estados de forma completa. PODER JUDICIÁRIO Supremo Tribunal Federal: O STF é ao mesmo tempo órgão de cúpula do Judiciário, Tribunal Federativo (Corte Federal) e Corte Constitucional. A CF previu a elaboração de lei complementar de iniciativa do STF para a organização do Poder Ju- diciário. Tal estatuto não foi editado, mas a EC 45 adiantou vários comandos. Conselho Nacional de Justiça: O CNJ é o órgão de controle externo do Judiciário, no entanto a EC 45 o colocou como um órgão do Poder Judiciário. O STF diz que o CNJ pode investigar todos os demais órgãos do Judiciário, menos o STF. José Afonso da Silva diz que “esse tipo de órgão ex- terno é benéfico à eficácia das funções judiciais, não só por sua colaboração na formulação de uma verdadeira política judicial, como também porque impede que os integrantes do Poder Judiciário se convertam num cor- po fechado e estratificado”. Tribunais Superiores: STJ, TST, TSE e STM; TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 12 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A Justiça comum: Subdivide-se em Estadual e Federal. No ramo Estadual cada Estado terá um Tribunal de Justiça. Já no ramo Federal existem cinco Tribunais Regionais Federais (Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Porto Alegre). A Justiça Comum Estadual é composta pelos juízes de direito, e pelos juizados especiais, em seu primeiro grau. Nos Estados onde o efetivo militar é superior a 20 (vinte) mil membros pode ser proposto pelo TJ a criação de Tribunal Militar Estadual; A Justiça Fe- deral é composta pelos juízes federais e pelos jui- zados especiais federais, em primeiro grau. Justiça do Trabalho: Existe um TRT em cada Estado, exceto no Acre, Tocantins, Roraima e Amapá. Em são Paulo existem dois Tribunais Regionais do Trabalho. Justiça Eleitoral: Existe um TRE em cada Estado. Justiça Militar: Cada Estado possui sua auditoria militar. Entrada do juiz na carreira: O juiz entra na carreira como juiz substituto. Após dois anos é vitalício, e somente pode perder cargo por sentença transitada em julgado. Antes dos dois anos pode perder o cargo por decisão do Tribunal a que está vinculado. O juiz precisa ser aprovado em concurso de provas e títulos, com participação da OAB em todas as fases. Os candidatos devem ter três anos de prática jurídica, que devem ser cumpridas após a formatura no curso de direito. Os juízes possuem vitaliciedade, inamovabilida- de e irredutibilidade de vencimentos. A inamovabili- dade foi mitigada pela EC 45. A maioria absoluta do Tribunal ou do CNJ pode remover o magistrado para outra localidade, excepcionalmente, quando houver relevante interesse público. Vedações funcionais: os juízes não poderão exercer outras funções, exceto as de magistério, desde que não prejudique suas funções. Não po- dem se dedicar a atividade política/partidária. Quarentena: por três anos o magistrado não po- derá exercer advocacia perante o órgão de que se afastou. Quinto constitucional (terço constitucional no STJ): é a possibilidade de membros do MP, advogados e Defensores ocuparem vagas nos Tribunais. É necessário 10 anos de atividade e reputação ilibada. Competência administrativa Tribunais: O Poder Judiciário se auto-administra, no entanto, a criação de novas varas deverá ser aprovada por lei. O mesmo ocorre para criação de novos cargos. Julgamento originário pelos Tribunais: A competência será do Tribunal mesmoquando o juiz ou membro do MP comete o crime em outro Estado. Juizados especiais cíveis e criminais: São órgãos de primeira instância, que terão seus recursos julgados pelas suas próprias turmas recur- sais. MS e HC provenientes de juizados especiais de- verão ser julgados pelos Tribunais locais. Autonomia Administrativa e financeira do Judiciário: É relativa, pois a lei orçamentária é conjunta dos Poderes. Súmulas vinculantes: Possuem caráter obrigatório para toda a Administração e para o Poder Judiciário. Têm o mes- mo efeito de sentença de ação constitucional. A ques- tão deve estar amadurecida para gerar súmula vincu- lante (várias decisões). Federalização dos crimes contra os direitos huma- nos: Nas hipóteses de graves violações aos direitos hu- manos, o Procurador Geral da República poderá susci- tar incidente de descolamento de competência para a Justiça Federal perante o STJ. 06 SERVIDORES PÚBLICOS O objeto de estudo nesse ponto serão os agentes administrativos estatutários da União, regidos pela Lei 8.112/90. Grave-se que embora o estudo recaia especificamente sobre os agentes federais, a grande maioria dos institutos são reproduzidos nas leis esta- duais sobre o tema. PROVIMENTO Nomeação: “O provimento autônomo ou originá- rio é aquele em que alguém é preposto no cargo inde- pendentemente do fato de ter, não ter, haver ou não tido algum vínculo com cargo público. Vale dizer, o provimento não guarda qualquer relação com a ante- rior situação de provido. Direito Constitucional 13 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A Por isto se diz autônomo ou, então, originário. (...) A única forma de provimento originário é a no- meação, a qual se define, pois, como provimento autônomo de um servidor em cargo público” (Celso Antônio). Nomeação em caráter efetivo: é a nomeação daquele que passou em concurso público para um cargo de carreira. Nomeação em comissão: não há necessidade de concurso público. O servidor é nomeado para cargo de confiança. Posse: É o ato administrativo através do qual o servidor recebe suas atribuições, direitos, deveres e responsa- bilidades. A partir da nomeação, o servidor deve to- mar posse em trinta dias. Exercício: O servidor entra em exercício quando começa a desempenhar as suas funções. Isto deve ocorrer em até quinze dias após a posse. Estágio probatório: Nos últimos anos houve muita discussão sobre o período do estágio probatório. Hoje, a jurisprudência dos tribunais superiores entende que é inconstitucio- nal existir diferença ente o tempo necessário para o servidor adquirir estabilidade e a duração do estágio probatório. Assim, é de três anos o período do estágio. Readaptação: Ocorre quando o servidor é investido em cargo diferente do que ocupava anteriormente, em virtude de alguma limitação física ou mental constatada em inspeção médica. Nestes casos a readaptação será em cargo que exija o mesmo nível de escolaridade e pos- sua equivalência na remuneração. No entanto, caso não exista um cargo com atribuições afins, o servidor atuará como excedente até o surgimento de uma vaga. Reversão: É o retorno do servidor aposentado à atividade. Existem duas espécies de reversão: a) De ofício: ocorre quando o servidor foi apo- sentado por invalidez e as causas que levaram à aposentadoria deixaram de existir. b) A pedido do servidor: somente ocorre quando a aposentadoria foi voluntária. Para que ocorra a reversão o pedido do servidor deve ser feito em no máximo cinco anos após a aposentadoria. Trata-se de ato discricionário. Assim, mesmo que preenchidos os requisitos, a Administração fará aná- lise de oportunidade e conveniência para conceder a reversão. Reintegração: É o ato de reinvestidura de um servidor estável que havia perdido o cargo. Ocorre por decisão admi- nistrativa ou judicial. Neste caso o servidor tem o di- reito ao ressarcimento de tudo aquilo que deixou de receber no período em que ficou afastado. Recondução: Ocorre quando servidor estável retorna ao cargo anteriormente ocupado. Pode acontecer nos casos de: a) Inabilitação em estágio probatório de outro cargo; b) Reintegração do antigo ocupante do novo cargo; c) Pedido de recondução do servidor que cum- pre estágio probatório em outro cargo (somente enquanto durar o estágio). Aproveitamento: É o retorno à atividade do servidor em disponibi- lidade (o servidor fica em disponibilidade quando o cargo dele for declarado extinto ou desnecessário. Neste caso, fica fora da Administração recebendo proporcionalmente ao tempo de serviço. Difere da aposentadoria, onde a remuneração é proporcional ao tempo de contribuição). O aproveitamento pode ocorrer tanto em cargo idêntico como em cargo semelhante; Promoção: É a investidura do servidor em cargo com maior responsabilidade e maior complexidade nas atribui- ções, porém dentro da mesma carreira. VACÂNCIA 1. Exoneração: é o ato que gera o desligamento do servidor sem caráter de penalidade. Ocorre nos casos em que o servidor era detentor de cargo efetivo e pede sua exoneração, ou de ofício pela Administração (em razão da inabilitação no estágio probatório ou em razão do servidor empossado não entrar em exercício do prazo de quinze dias). TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 14 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A A exoneração de ofício pela Administração deve ser motivada e ocorrer através de processo adminis- trativo (esse processo administrativo não precisa ser disciplinar); Exoneração de cargo em comissão: não neces- sita de processo administrativo, pois é ato dis- cricionário. Pode ocorrer a pedido do servidor. 2. Demissão: é penalidade aplicada através de processo administrativo disciplinar (PAD); 3. Aposentadoria: é inatividade remunerada, com caráter de permanência, cujos proventos são fixados de acordo com o tempo de contribuição; 4. Falecimento; 5. Promoção; 6. Readaptação; 7. Posse em outro cargo inacumulável. REGIME JURÍDICO ÚNICO A Constituição Federal previa o chamado “regime jurídico único” para os servidores públicos. No entan- to, hoje não existe mais a obrigatoriedade do referido regime único. Hoje a Administração pode contratar pelo regime estatutário ou celetista, de acordo com a natureza e com as necessidades do cargo. SISTEMA REMUNERATÓRIO Remuneração = vencimento + vantagens permanentes Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes. Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exer- cício do cargo público, com valor-base fixado em lei. Subsídio: é o pagamento em parcela única, sem o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, verbas de representação ou prêmio. A CF (art. 39, § 4º) prevê que algumas carreiras de- verão (agentes políticos, policiais, etc.) – e outras po- derão (servidores organizados em carreira) – receber por subsídio. Nota-se que a CF não fala em verbas in- denizatórias, que poderão ser pagas aqueles que são remunerados através de subsídio. Salário mínimo: servidor público pode receber vencimento inferior a um salário mínimo, desde que a remuneração atinja o piso de um salário mínimo (entendimento do STF nas súmulas vin- culantes 15 e 16). Vantagens pecuniárias: 1. Indenizações: não se incorporamao vencimento do servidor, pois têm caráter reparatório. Exemplo de indenização é a ajuda de custo. Tal ajuda destina-se a compensar despesas de ins- talação do servidor em caso de mudança em caráter permanente. 2. Gratificações: podem se incorporar ao vencimen- to, desde que exista previsão legal. 3. Adicionais: podem se incorporar ao vencimento, desde que exista previsão legal. 07 CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ARTIGOS EXIGIDOS PELO EDITAL TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran- ça e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sen- do vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, propor- cional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e mi- litares de internação coletiva; Direito Constitucional 15 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A VIII - ninguém será privado de direitos por mo- tivo de crença religiosa ou de convicção filosófi- ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, indepen- dentemente de censura ou licença; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou mo- ral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin- guém nela podendo penetrar sem consentimen- to do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, duran- te o dia, por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informa- ção e resguardado o sigilo da fonte, quando ne- cessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, inde- pendentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convoca- da para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autoriza- ção, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compul- soriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar- se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expres- samente autorizadas, têm legitimidade para re- presentar seus filiados judicial ou extrajudicial- mente; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função so- cial; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de proprie- dade particular, assegurada ao proprietário in- denização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim de- finida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades des- portivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamen- to econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpre- tes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua uti- lização, bem como proteção às criações indus- triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tec- nológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situa- dos no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 16 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particu- lar, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon- sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independen- temente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclareci- mento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Po- der Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquiri- do, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exce- ção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegura- dos: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos cri- mes dolosos contraa vida; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o de- fina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene- ficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação aten- tatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime ina- fiançável e imprescritível, sujeito à pena de re- clusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor- tura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandan- tes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescri- tível a ação de grupos armados, civis ou mili- tares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do con- denado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patri- mônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declara- da, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabeleci- mentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à inte- gridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, prati- cado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangei- ro por crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentencia- do senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou ad- ministrativo, e aos acusados em geral são asse- gurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condena- tória; Direito Constitucional 17 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A LVIII - o civilmente identificado não será sub- metido a identificação criminal, salvo nas hipó- teses previstas em lei; . LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante de- lito ou por ordem escrita e fundamentada de au- toridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pes- soa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo- lhe assegurada a assistência da família e de ad- vogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interro- gatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxa- da pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade pro- visória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntá- rio e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; LXVIII - conceder-se-á “habeas-corpus” sem- pre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não am- parado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Con- gresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcio- namento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem- pre que a falta de norma regulamentadora tor- ne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á “habeas-data”: a) para assegurar o conhecimento de infor- mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má- fé, isento de custas judiciais e do ônus da su- cumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insu- ficiência de recursos; LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de “habeas-cor- pus” e “habeas-data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. LXXVIII a todos, no âmbito judicial e adminis- trativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º - As normas definidoras dos direitos e ga- rantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respec- tivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. § 4º O Brasil se submete à ju- risdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. TJ/SP | ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO 18 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇÃO G RA TU IT A CAPÍTULO II DOS DIREITOS SOCIAIS Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a ali- mentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguran- ça, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e ru- rais, além de outros que visem à melhoria de sua con- dição social: I - relação de emprego protegida contra despe- dida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II - seguro-desemprego, em caso de desempre- go involuntário; III - fundo de garantia do tempo de serviço; IV - salário mínimo , fixado em lei, nacional- mente unificado, capaz de atender a suas ne- cessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência so- cial, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula- ção para qualquer fim; V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII - garantia de salário, nunca inferior ao míni- mo, para os que percebem remuneração variá- vel; VIII - décimo terceiro salário com base na remu- neração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X - proteção do salário na forma da lei, consti- tuindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, des- vinculada da remuneração, e, excepcionalmen- te, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII - salário-família pago em razão do depen- dente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro sema- nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou con- venção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho rea- lizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV - repouso semanal remunerado, preferen- cialmente aos domingos; XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do em- prego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - proteção do mercado de trabalho da mu- lher, mediante incentivos específicos, nos ter- mos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos ter- mos da lei; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segu- rança; XXIII - adicional de remuneração para as ativi- dades penosas, insalubres ou perigosas, na for- ma da lei; XXIV - aposentadoria; XXV - assistência gratuita aos filhos e depen- dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI - reconhecimento das convenções e acor- dos coletivos de trabalho; XXVII - proteção em face da automação, na for- ma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indeniza- ção a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e ru- rais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; Direito Constitucional 19 M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M ATERIAL PARA DISTRIBU IÇÃO GRATU ITA M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A M AT ER IA L PA RA D IS TR IB U IÇ ÃO G RA TU IT A XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do tra- balhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profis- sionais respectivos; XXXIII - proibição de trabalho noturno, peri- goso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de qua- torze anos; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalha- dor com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos pre- vistos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplifica- ção do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o re- gistro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na orga- nização sindical; II - é vedada a criação de mais de uma organiza- ção sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mes- ma base territorial, que será definida pelos tra- balhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e in- teresses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administra- tivas; IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sis- tema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a man- ter-se filiado a sindicato; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; VIII - é vedada a dispensa do empregado sin- dicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condi- ções que a lei estabelecer. Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades es- senciais e disporá sobre o atendimento das ne- cessidades inadiáveis da comunidade. § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os respon- sáveis às penas da lei. Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhado- res e empregadores nos colegiados dos órgãos públi- cos em que seus interesses profissionais ou previden- ciários sejam objeto de discussão e deliberação. Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empre- gados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. CAPÍTULO III DA NACIONALIDADE Art. 12. São brasileiros: I - natos:
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